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AN02FREV001 
99 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 AN02FREV001 
100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
DIREITO CIVIL (PARTE GERAL) 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO VI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou 
distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do 
conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências 
Bibliográficas. 
 
 
 AN02FREV001 
101 
 
MÓDULO VI 
 
 
6 ATOS LÍCITOS E ATOS ILÍCITOS 
 
 
6.1 ATOS LÍCITOS 
 
 
Segundo o art. 185 do CC: 
 
O ato lícito decorre da vontade lícita de uma pessoa, cujo efeito 
decorre da lei, ou seja, a pessoa manifesta a vontade, mas não com o 
intuito de atingir determinado efeito jurídico, o efeito é uma imposição 
da lei. (CC, art. 185). 
 
Diante disso, o ato jurídico é o que gera consequências jurídicas 
previstas em lei. É acontecimento de vontade, que produz efeitos jurídicos. 
Tem de ser um acontecimento lícito fundado em direito. Um exemplo de ato 
lícito no qual se introduzam apenas alguns detalhes poderá tornar-se um 
exemplo de ato ilícito. Assim, se a compra e venda de um imóvel é feita por 
partes legítimas e capazes, obedecendo-se a forma exigida na lei, isto é, por 
escritura pública, e observados todos os demais aspectos que a legislação 
determina, temos aí um exemplo de ato lícito. 
Porém, se quem vende não é legítimo proprietário, ou não obtém deste 
a indispensável procuração com poderes específicos para efetuar a venda, e 
ainda assim pratica o ato, e por instrumento particular, temos agora um caso 
típico de ato ilícito. Simples detalhes, portanto, são suficientes para modificar 
toda a configuração de um caso. 
O ato meramente lícito ou mero ato jurídico é aquele ato que, embora 
sendo ação humana, produz efeitos jurídicos sem que tenha havido por parte 
do agente (o que pratica o ato) qualquer manifestação ou declaração de 
vontade nesse sentido. Produz efeitos jurídicos sem que o agente tenha 
 
 AN02FREV001 
102 
manifestado qualquer intenção de realizá-los. Por exemplo, um homem 
cavando um buraco em terreno que lhe pertence para ali fazer plantação, 
encontra um tesouro enterrado há dezenas de anos e de cujo dono não haja 
memória. Adquire, assim, a propriedade desse bem, sem que, ao escavar, 
tivesse objetivamente qualquer intenção de achar algo de valor. 
Sendo assim, o ato lícito é aquele que resulta da obediência ao 
determinado pela lei. O ato ilícito é, ao contrário, o praticado violando o 
preceituado pela lei. 
 
 
6.2 ATOS ILÍCITOS 
 
 
Quando o ato produz efeitos jurídicos contrários ao ordenamento 
jurídico, haverá um ato ilícito. O ato ilícito é um instituto integrante dos fatos 
jurídicos, em que o Código Civil expressa em seus artigos 186 a 188. São 
ações contrárias à lei, que geram o dever de reparação do dano causado, 
visando a manutenção da ordem social. 
Diante disso, o ato ilícito é praticado em desacordo com a ordem 
jurídica, violando direito subjetivo individual, conforme o art. 186 do CC: “aquele 
que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito 
e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. 
Sendo assim, o ato comissivo ou omissivo, violador de direito outrem ou 
causador de dano a bem jurídico alheio, pelo qual fica o agente compelido a 
efetuar a reparação do dano. 
Segundo o art. 187, “também comete ato ilícito o titular de um direito 
que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim 
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”. Paulo Nader (2010) 
ensina que “ato ilícito é a conduta humana violadora da ordem jurídica. Só 
pratica ilícito quem possui dever jurídico. A ilicitude implica sempre na lesão a 
um direito pela quebra do dever jurídico”. 
 
 AN02FREV001 
103 
Assim, atos Ilícitos são aqueles em que a manifestação da vontade 
humana ofende ou viola a norma jurídica. Igualmente, são aqueles em que o 
agente agiu dolosa ou culposamente e, assim procedendo, causou dano a 
outrem. Ou seja, aquele que violar o direito, ou causar prejuízo a outrem, fica 
obrigado a reparar o dano. Então, a ilicitude está em se ter um procedimento 
em sentido oposto ao determinado pelo dever jurídico, violando o ordenamento 
jurídico ou a lei. 
 
 
6.3 ELEMENTOS DO ATO ILÍCITO 
 
 
Os elementos objetivos são: a ação ou a omissão humana (conduta) 
causadora de dano e a violação do direito de outrem ou a lesão a bem jurídico 
alheio (antijuridicidade). Já os elementos subjetivos são: a responsabilidade do 
agente em face do ato comissivo ou omissivo praticado (imputabilidade) e a 
intenção do agente ao praticar o ato ilícito (culpabilidade). A seguir, iremos 
analisar esses elementos. 
 
• Conduta 
 
É a ação ou omissão humana. Quando há uma atuação violadora da 
lei, diz-se que o ato é comissivo, ou seja, resultante de uma ação do agente. 
Quando, ao contrário, há uma omissão violadora da lei, diz-se que o ato é 
omissivo, resultante de uma inércia do agente. A conduta pode causar dano 
por meio de um fazer o não fazer, isto é, ação ou omissão. 
 
• Dano 
 
Não existe ato ilícito sem o dano. Ele constitui uma lesão a um direito 
do lesado, podendo ser patrimonial ou extrapatrimonial. O dano patrimonial 
pode ser: Emergente (é o prejuízo efetivo, por exemplo, o dono do veículo 
 
 AN02FREV001 
104 
atingido em acidente provocado por outrem), lucro cessante (é o que se deixa 
de ganhar, por exemplo, o motorista de táxi que deixa de trabalhar em função 
de acidente causado por outrem), dano direto (advém imediatamente da 
conduta ilícita do agente), dano indireto (decorre de circunstâncias posteriores 
à conduta que aumentam o prejuízo), dano, previsível e imprevisível. Assim, o 
dano sofrido pela vítima, seja ele moral ou material, tem que ser reparado pelo 
agente causador do dano. 
 
• Antijuridicidade 
 
É a atuação contrária ao dever jurídico, resultando em violação do 
direito de outrem ou lesão a bem alheio juridicamente protegido. Atuar 
antijuridicamente é contrapor-se ao ordenamento jurídico. 
 
• Imputabilidade 
 
A imputabilidade é a responsável atribuível ao agente em face do ato 
comissivo ou omissivo por ele praticado. Ser imputável é ter-se 
responsabilidade segundo o critério determinado pela lei, do mesmo modo que 
ser inimputável é desfrutar-se de irresponsabilidade conforme a lei. 
Assim, a conduta humana, para ser ilícita, pressupõe que o agente 
esteja no pleno uso de suas faculdades mentais, ou seja, que tenha 
capacidade de entender e querer. Exige-se, portanto, a imputabilidade. Quando 
é praticado o ato por absolutamente incapazes o responsável legal responde 
pelos danos. 
 
• Culpabilidade 
 
É a intenção, real ou presumida, do agente ao praticar o ato. Quem tem 
culpabilidade é quem age com culpa. Nesse caso, a conduta do agente não é 
querida nem desejada, mas apesar disso, por sua negligência, imprudência ou 
 
 AN02FREV001 
105 
imperícia, vem a violar norma jurídica, lesando outrem, observe que também se 
exige, além de um dever jurídico, o dano ocasionado à vítima. 
 
• Nexo de causalidade; 
 
Deve existir nexo causal entre a conduta ilícita e o dano sofrido pela 
vítima. Para Maria Helena Diniz (2004, p. 460), “a responsabilidade civil não 
pode existir sem a relação de causalidade entre o dano e a conduta ilícita do 
agente”. Mas não há esse nexo se o evento se deu por culpa exclusiva da 
vítima, caso em que se exclui qualquer responsabilidade por culpa concorrente 
da vítima (RT, 477:111; 481:211; 480:88; AJ,107:604). Segundo Orlando de 
Almeida Secco (2000, p. 112): 
 
Cumpre assinalar-se que, modernamente, não mais se torna 
suficiente o denominado nexo causal para caracterizar o ato ilícito. A 
relação entre causa e efeito, isto é, praticar-se um ato, comissivo ou 
omissivo, ensejando um resultado danoso não é o bastante. (SECCO, 
2000, p. 112). 
 
Dizendo, assim, que não é suficiente a presença de elementos 
objetivos. Hoje se exige também a vinculação do agente, no que concerne ao 
seu animus (intenção) e à sua imputatio (imputação). Exige-se, portanto, que 
sejam levados em consideração os elementos subjetivos. Deste modo, há 
ocasiões em que o nexo de relação desaparece ou mesmo é interrompido 
quando a conduta da vítima é o motivo exclusivo do evento ocorrer. 
O assunto em tela está disciplinado no art. 945 do Código Civil, que 
estabelece: “Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a 
sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em 
confronto com a do autor do dano”. (CC, art. 945). 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001 
106 
6.4 CONSEQUÊNCIA DO ATO ILÍCITO 
 
 
A obrigação de indenizar é a consequência jurídica do ato ilícito, 
conforme os artigos 186 e 927 e os artigos 944 a 954 do CC. O Código civil, ao 
prever hipóteses de responsabilidade civil por atos ilícitos, consagrou a teoria 
objetiva em vários momentos, como por exemplo, nos artigos 927, § único; 
929; 931; 933; 938. Quando a responsabilidade é determinada sem culpa, o ato 
não pode ser considerado ilícito. 
Apesar dos progressos dessa teoria, a necessidade de culpa para 
haver responsabilidade, preconizada pela teoria subjetiva, continua a ser regra 
geral. O ato ilícito poderá produzir consequências jurídicas em duas áreas do 
nosso direito, quais sejam: direito civil e direito penal. Se deixar 
imprudentemente um vaso de plantas no parapeito da janela de um 
apartamento e, com a ventania forte, ele despenca e danificar um veículo 
estacionado na rua, sou o responsável pela reparação do dano ocorrido, e o 
caso vincula-se ao ramo do Direito Civil. 
Se, em comemoração à passagem do ano, solto foguetes estrondosos 
da janela e um deles atinge alguém, causando lesões corporais leves, sou 
responsável pela minha ação criminosa, e o caso será da esfera do Direito 
Penal. E se em uma estrada, imprudentemente, faço com o meu carro uma 
ultrapassagem na curava, invadindo a pista oposta e colidindo de frente com 
um veículo que trafega em sentido contrário, sou responsável pelos danos 
materiais que tenha causado em tal veículo, além de responder pelos 
ferimentos que tenha causado no motorista do mesmo. 
Nesse caso, há duas ilicitudes, vinculadas, respectivamente, ao direito 
civil e ao direito penal. Assim, ato ilícito ao contrário ao direito, praticado com 
dolo ou culpa, em prejuízo de alguém, gera a obrigação de reparar o dano, 
conforme o art. 927 do CC. 
 
 
 
 
 AN02FREV001 
107 
6.5 ATOS LESIVOS QUE NÃO SÃO ILÍCITOS 
 
 
Há casos excepcionais que não constituem atos ilícitos, apesar de 
causarem lesões aos direitos de outrem, como prevê o art. 188, incisos I e II do 
CC: “I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito 
reconhecido”. Assim, a legítima defesa é considerada como excludente de 
responsabilidade civil e também criminal, conforme o art. 188, I do CC e art. 25 
do CP. 
O exercício regular de direito, previsto também no art. 188 do CC, que 
lesar direitos alheios, exclui qualquer responsabilidade pelo prejuízo, por não 
ser um procedimento prejudicial ao direito, como por exemplo, um credor que 
penhora os bens do devedor, proprietário que ergue construção em seu 
terreno, prejudicando não intencionalmente a vista do vizinho. Com isso, só 
haverá ato ilícito se houver abuso do direito ou seu exercício irregular. 
O procedimento lesivo do agente, por motivo legítimo estabelecido em 
lei, não acarreta o dever de indenizar, porque a própria norma jurídica lhe retira 
a qualificação de ilícito: “II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a 
lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente”. Em relação ao inciso II, o 
estado de necessidade consiste na ofensa do direito alheio ou na deterioração 
ou destruição de coisa pertencente a outrem para remover perigo eminente. 
Por exemplo, o sacrifício de um automóvel alheio para salvar vida 
humana, matar o cão de outrem, atacado de hidrofobia e que ameaça morder 
várias pessoas, etc. Agora, não se caracteriza como estado de necessidade o 
motorista que, preocupado com um princípio de incêndio em seu veículo, perca 
a direção e invada a contramão, provocando colisão em outro: “Parágrafo único 
- No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o 
tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do 
indispensável para a remoção do perigo”. 
 Portanto, pelo CC, art. 188, I e II, não são atos ilícitos (a legítima 
defesa, o exercício regular de um direito e o estado de necessidade) previsto 
no art. 23 do CP. 
 
 AN02FREV001 
108 
6.6 ATO ILÍCITO DE NATUREZA CIVIL OU PENAL 
 
 
O ato ilícito pode ser de natureza civil ou criminal. A diferença entre 
eles é apenas quanto à natureza do bem jurídico ofendido ou então em função 
dos efeitos do ato. Enquanto o Direito Penal vê no ilícito a razão de punir o 
agente, o Direito Civil nele enxerga o fundamento da reparação do dano. Por 
isto mesmo a responsabilidade civil é independente da criminal, por exemplo, o 
furto, que tanto constitui ilícito civil como criminal, do mesmo modo que o delito 
de lesões corporais ou no de homicídio. 
 
 
6.6.1 Ilicitude Civil 
 
 
Para o Direito Civil, o ilícito é um atentado contra o interesse privado de 
outrem, cujo efeito será a obrigatoriedade da reparação do dano sofrido, como 
forma indireta de restauração do equilibro rompido. Diante disso, ilícito civil é o 
descumprimento de um dever jurídico imposto por normas de direito privado, 
causando danos, a cuja recuperação se fica obrigado. 
A prática de um ato ilícito, violando direito, ou causando prejuízo a 
outrem, obriga o agente a reparar o dano. Em termos, bem mais esclarecedor, 
isso quer dizer que ao agente são impostas obrigações, em decorrência da 
ilicitude do seu ato. Se o agente fica obrigado a reparar o dano causado, ele 
tem, portanto, responsabilidade. Conforme seja a natureza do ilícito, a 
responsabilidade correlacionada será, então, civil ou criminal. 
Como do ato ilícito civil resulta um dano a bem jurídico de outrem, a 
responsabilidade civil é a vinculação do autor ou autores do dano, como 
também dos demais responsáveis (ainda que não tenham sido autores), à 
obrigação de repará-lo, como nos mostra o art. 942 do CC: “Os bens do 
responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à 
 
 AN02FREV001 
109 
reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos 
responderão solidariamente pela reparação”. 
Assim, a responsabilidade civil é a determinação do sujeito obrigado a 
reparar o prejuízo causado sob garantia do patrimônio que possua. Sendo a 
responsabilidade civil eminentemente patrimonial, ou seja, o agente há de 
garantir com o seu patrimônio a reparação pelos danos causados. São 
responsáveis civis, além dos autores do dano, como nos mostra o art. 932, 
incisos I a V: “I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua 
autoridade e em sua companhia”. 
Por exemplo, uma criança lança uma pedra e quebra a vitrine de uma 
loja. Os pais arcarão com os gastos necessários à substituição do vidro 
quebrado e das mercadorias danificadas: “II - o tutor e o curador, pelos pupilos 
e curatelados, que se acharem nas mesmas condições”. 
Um menor, órfão de pai e mãe, sob tutela do avô paterno, risca com 
um prego a pintura de um automóvel novo do vizinho. O tutor custeará as 
despesas necessárias à reparação: “III - o empregadorou comitente, por seus 
empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, 
ou em razão dele”. 
Um motorista particular de um empresário, dirigindo imprudentemente, 
derruba o muro de uma casa ao subir com o carro na calçada. O empresário 
pagará os prejuízos causados pelo seu empregado: “IV - os donos de hotéis, 
hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, 
mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos”. 
O hóspede deixa sob a guarda da recepcionista valores declarados e 
por este conferidos, os quais desaparecem do cofre destinado a esse fim. O 
hoteleiro ressarcirá os prejuízos do seu hóspede: “V - os que gratuitamente 
houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia”. 
Um jovem retira os faróis e os pneus de um carro estacionado na rua, 
cujo proprietário se encontra no exterior, presenteando os seus amigos com os 
objetos. Cada amigo, beneficiário das doações, responderá pela importância 
correspondente aos objetos que tenha recebido, sendo todos responsáveis, 
mesmo inexistindo ocorrência de culpa. 
 
 AN02FREV001 
110 
Caso mais comum e fácil de compreensão, de fato, é aquele em que o 
agente pratica o ato ilícito culposamente, respondendo pelas suas 
consequências. Trata-se de culpa em virtude de ato próprio. Ocorre com as 
pessoas dotadas de capacidade, por exemplo, uma pessoa, maior e capaz, no 
seu carro, avança um sinal de trânsito e danifica um veículo alheio. Será 
obrigado a reparar o dano, em razão da culpa pelo ato próprio. 
Caso mais raro e difícil de compreensão, é aquele em que ocorre a 
culpa em razão de fato praticado a outrem. Trata-se aí de culpa em virtude de 
ato alheio. Nessa hipótese, prevalece o princípio da culpa decorrente de certa 
omissão ou de falta de fiscalização a que estaria implicitamente obrigada a 
pessoa responsabilizada. 
Podemos citar três espécies de culpa: a primeira, seria a culpa in 
vigilando (culpa pela falta de vigilância), de que são exemplos as 
responsabilidades dos pais, tutores e curadores. A segunda, seria a culpa in 
eligendo (culpa pela má escolha), de que é exemplo a responsabilidade do 
patrão pela má seleção de seus empregados. E por fim, a culpa in custodiendo 
(culpa pela falta de segurança ou de proteção), de que é exemplo, a 
responsabilidade de uma construtora pelos danos causados ao prédio vizinho 
por ocasião de uma construção. 
Nossos tribunais admitem a teoria de risco, por exemplo, ação de 
responsabilidade civil por danos sofridos em virtude de disparos de arma de 
fogo feitos por policiais durante uma diligência. Aplicação do princípio do risco 
administrativo consagrado pelo art. 107 e § único da CF. E, ainda, uma 
empresa locadora de veículos responde civil e solidariamente, com o locatário, 
pelos danos por este causados a terceiro, no uso do carro locado. (Súmula n° 
492 do STF). 
Diante disso, podemos concluir que existem duas teorias acerca da 
responsabilidade civil, como veremos a seguir: 
 
• Teoria subjetiva ou teoria da culpa, que só existe se houver culpa do 
sujeito. Não havendo culpa, inexistirá qualquer responsabilidade, porque não 
 
 AN02FREV001 
111 
houve ato ilícito. Sendo essa teoria mais usada, ou seja, mais adotada pela 
nossa legislação. 
• Teoria objetiva ou teoria de risco, que independe da culpa do sujeito, 
pois se alguém tirar proveito de alguma coisa é justo que também suporte os 
prejuízos que dela decorram, isto é, os ônus provenientes do risco do seu uso 
ou exploração. 
Sendo assim, pela teoria subjetiva, o que importa é determinar-se ter 
havido culpa. Inexistindo esta, inexistirá também a responsabilidade. Pela 
teoria objetiva, é relevante não saber se houve culpa, mas sim, se houve dano. 
Existindo dano, ausente a culpa, existirá também a responsabilidade. Por 
exemplo, as estradas de ferro serão sempre responsáveis pela perda total ou 
parcial, furto ou avaria das mercadorias que receberem para transportar. Será 
sempre presumida a culpa e contra esta presunção só se admitirá alguma das 
seguintes provas: caso fortuito ou força maior. 
Nos transportes aéreos, o transportador também responde pelo dano 
resultante de destruição, perda de bagagem despachada, nos acidentes 
ocorridos. 
 
 
6.6.2 Ilicitude Penal 
 
 
Ilícito penal é o crime ou delito. Ou seja, é o descumprimento de um 
dever jurídico imposto por normas de direito público, sujeitando o agente a uma 
pena. No Direito Penal, o delito é um fator de desequilíbrio social, que justifica 
a repressão como meio de restabelecimento da ordem. Vimos na ilicitude civil 
que a antijuridicidade é a atuação contrária ao dever jurídico, resultando em 
violação do direito de outrem ou lesão a bem alheio juridicamente protegido. 
Na ilicitude penal, a antijuridicidade é a contradição entre uma conduta 
e o ordenamento jurídico. O fato típico, até prova em contrário, é um fato que, 
ajustando-se a um tipo penal, é antijurídico. Existe também, na ilicitude penal, a 
exclusão da antijuridicidade, pois o direito prevê causas que excluem a 
 
 AN02FREV001 
112 
antijuridicidade do fato típico. Segundo o art. 23 do CP, não há crime quando o 
agente pratica o fato em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito 
cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito. 
Diante disso, as causas legais de exclusão de ilicitude que a lei penal 
brasileira dispõe são: 
 
• Estado de necessidade, onde o art. 24 do CP, diz que: 
 
Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para 
salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia 
de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era razoável exigir-se. (CP, art. 24). 
 
Assim, de acordo com o art. 23, I, não há, nessa hipótese, crime; há 
um excludente da antijuridicidade. Quanto ao estado de necessidade, trata-se 
de causa de exclusão da ilicitude da conduta de quem, não tendo o dever legal 
de enfrentar uma situação de perigo atual, a qual não provocou por sua 
vontade, sacrifica um bem jurídico ameaçado por esse perigo para salvar outro, 
próprio ou alheio, cuja perda não era razoável exigir. É sempre causa de 
exclusão da ilicitude, pois nosso Código Penal adotou a teoria unitária. 
 
• Legítima defesa é a causa de exclusão da ilicitude que consiste em 
repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito próprio ou alheio, usando 
moderadamente dos meios necessários. Quando falamos em agressão, é a 
conduta humana que ataca um bem jurídico. Só os seres humanos, portanto, 
praticam agressões. Ataque de animal não configura agressão, logo, não 
autoriza a legítima defesa. Se a pessoa se defender do animal, estará em 
estado de necessidade. 
Veremos as diferenças entre o estado de necessidade e a legítima 
defesa. No estado de necessidade há conflito entre titulares de interesses 
jurídicos lícitos e nesta uma agressão a um bem tutelado. Aquele se exerce 
contra qualquer causa de terceiros, caso fortuito, etc. Mas só há legítima 
defesa contra a conduta do homem. 
 
 AN02FREV001 
113 
No estado de necessidade há ação e na legítima defesa, reação. 
Naquele o bem jurídico é exposto a perigo, nesta é exposto a uma agressão. 
Só há legítima defesa quando se atua contra o agressor; há estado de 
necessidade na ação contra terceiro inocente. No estado de necessidade a 
ação é praticada ainda contra agressão justa, como no estado de necessidade 
recíproco; na legítima defesa a agressão deve ser injusta. 
 
• Estrito cumprimento de dever legal trata-se de causa de exclusão da 
ilicitude que consiste na realização de um fato típico, por força do desempenho 
de uma obrigação imposta por lei. Ela dirige-se aos funcionários ou agentes 
públicos, que agem por ordem da lei. Não ficando excluído, o particular que 
exerce função pública, como perito, mesário da Justiça Eleitoral, etc.Quem cumpre regularmente um dever não pode, ao mesmo tempo, 
praticar ilícito penal, uma vez que a lei não contém contradições. Não se 
admite estrito cumprimento do dever legal nos crimes culposos. A lei não 
obriga a imprudência, negligência ou imperícia. Entretanto, poder-se-á falar em 
estado de necessidade na hipótese de motorista de uma ambulância que dirige 
velozmente e causa lesão a bem jurídico alheio. 
 
• No exercício regular de direito, não há crime também quando ocorre 
o fato de acordo com o art. 23, III do CP. Trata-se de causa de exclusão da 
ilicitude que consiste no exercício de uma prerrogativa conferida pelo 
ordenamento jurídico caracterizado como fato jurídico. Por exemplo, uma 
intervenção médica cirúrgica constitui exercício regular de direito. Mas, é 
preciso do consentimento do paciente ou de seu representante legal. Sendo 
ausente, poderá caracterizar-se estado de necessidade em favor de terceiro. 
 
A excludente é prevista expressamente para que se evite qualquer 
dúvida quanto à sua aplicação, definindo-se na lei os termos exatos de sua 
caracterização. Além das normas permissivas da parte geral, todavia, existem 
algumas na parte especial, como por exemplo, a possibilidade de o médico 
 
 AN02FREV001 
114 
praticar aborto se não há outro meio de salvar a vida da gestante ou se a 
gravidez resulta de estupro, conforme o art. 128 do CP. O autor, para praticar 
fato típico que não seja antijurídico, deve agir no conhecimento da situação de 
fato justificante e com fundamento em uma autorização que lhe é conferida por 
meio disso, ou seja, querer atuar juridicamente. 
No que concerne à responsabilidade criminal, decorrente da prática de 
ilícito penal, a teoria objetiva não é aplicável. A responsabilidade criminal 
admite somente a teoria subjetiva, em virtude da relação de causalidade, 
prevista no art. 13 do CP, segundo o qual o resultado, de que depende a 
existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu a causa. Logo, 
ninguém mais, além do agente, poderá ser imputado. 
Finalmente, devemos assinalar que a responsabilidade civil e a penal 
são independentes entre si. Significa que ser declarado irresponsável em um 
processo criminal não impede que se venha a ser obrigado a pagar uma 
indenização na área cível. Por exemplo, uma criança de 7 anos atinge com 
uma prancha de surf uma criança de 3 anos na praia. Criminalmente, será 
irresponsável em virtude da menoridade. Civilmente, porém, os pais dela serão 
responsabilizados pelo pagamento da indenização pelos danos físicos 
causados à outra criança. 
Finalizando, denomina-se ato ilícito aquele praticado por omissão 
voluntária, negligência ou imprudência, resultando em violação de direito ou em 
prejuízo de outrem. Por negligência se deixa de tomar os cuidados necessários 
à causação de um dano. Age por imprudência ao abandonar as cautelas 
normais que devia observar. Atua por imperícia quando descumpre as regras a 
serem observadas na disciplina de qualquer arte de ofício. 
Vimos que o delito civil configura-se muito diferente do delito penal. 
Este é um delito especificado, resultante de violação da lei que proibia um ato 
sob sanção de determinada penalidade. Para haver delito penal necessário se 
torna que esteja previsto em lei. Quanto ao delito civil, sua existência depende 
fundamentalmente do prejuízo que a ação ou conduta do agente tenha 
causado à esfera jurídica de outra pessoa. 
 
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115 
Um indivíduo pode ser civilmente responsável e, todavia, não 
responder por crime. A diferença entre os ilícitos reside na aplicação do 
sistema sancionatório, pois o direito penal pode afetar a liberdade da pessoa 
do infrator, como o direito de ir e vir, enquanto que o âmbito civil irá atingir sua 
esfera pessoal, sua subjetividade, o seu patrimônio. No campo penal, há uma 
série de condutas denominadas típicas, previstas na lei, que se constituem nos 
crimes. Quando alguém pratica alguma dessas condutas, insere-se na esfera 
penal. Assim, o ato ilícito no campo penal é denominado crime ou delito. 
 
 
6.7 ATO ILÍCITO E ABUSO DE DIREITO 
 
 
Abuso significa uso excessivo ou incorreto. Portanto, o abuso do direito 
seria o uso incorreto do direito pelo seu titular. A definição precisa do que seja 
abuso de direito é difícil. Se conceituarmos pelos motivos que lhe determinam o 
exercício, corre-se o risco de expor-se a intenção do agente ao exame e 
controle do juiz, o que tornaria duplamente subjetivo o problema de esclarecer 
a noção de abuso de direito. O abuso de direito não pode identificar-se com 
aquilo que parece chocante à consciência dos juízes. 
Assim, seu estudo não é tão simplório quanto aparenta. Os conflitos 
acerca do tema eram tão vastos que foram alçadas, inclusive, discussões 
quanto à terminologia da expressão. Para Orlando Gomes, 
 
A concepção de abuso do direito é uma construção doutrinária 
destinada a tornar mais flexível a aplicação das normas jurídicas 
inspiradas numa filosofia que deixou de corresponder às aspirações 
sociais da atualidade. Nesse sentido, é um conceito amortecer. Sua 
função precípua é amortecer os choques frequentes entre a lei e a 
realidade. Trata-se de uma técnica de reanimação de uma ordem 
jurídica que está esgotando. Em última análise, o conceito nega a 
tese que pretende reanimar, mas, ainda assim, assegura a 
estabilidade do sistema em que se introduz. (GOMES, 2000, p. 95-
96). 
 
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116 
Segundo Menezes Cordeiro, 
 
O abuso de direito foi uma expressão consagrada por Laurent para 
definir determinadas relações jurídicas que eram levadas aos 
tribunais franceses. Nessas relações, os julgadores, embora 
reconhecessem a efetiva existência do direito do réu, não acolheram 
suas pretensões, por entender que havia irregularidade no exercício 
desse direito. (CORDEIRO, 2002 p. 670). 
 
Juridicamente, abuso de direito pode ser entendido como o fato de se 
usar de um poder, de uma faculdade, de um direito ou mesmo de uma coisa, 
além do que razoavelmente o Direito e a sociedade permitem. O abuso de 
direito deve ser tratado como categoria jurídica simplesmente porque traz 
efeitos jurídicos. 
O exercício de um direito não pode afastar-se da finalidade para a 
qual esse direito foi criado, pois aquele que transborda os limites aceitáveis 
de um direito, ocasionando prejuízo, deve indenizar. De todas as definições 
acerca do abuso de direito, a que melhor sintetiza o real conteúdo desse 
instituto é a acepção trazida por Cristiano Chaves de Farias (2007, p. 127), 
ao assegurar que o abuso de direito é constatado “no instante da violação 
do elemento axiológico da norma”. 
Esse caráter axiológico é formado pela boa-fé, bons costumes e a 
função social e econômica, compreensão firmada no art. 187 do CC. Ocorre 
abuso quando se atua aparentemente dentro da esfera jurídica, daí ser seu 
conteúdo aplicável em qualquer esfera jurídica. Portanto, é preciso saber 
quais as situações em que se configura o abuso de direito, quais suas 
consequências, quais os sujeitos ativo e passivo dessa relação jurídica e, 
ainda, qual sua natureza jurídica. 
No Brasil, o nosso sistema jurídico repele o abuso de direito em várias 
passagens, como se nota no art. 188, I, ao considerar que não constituem atos 
ilícitos no exercício regular de um direito reconhecido. Logo, a contrário senso, 
o exercício irregular, isto é, abusivo, constitui ato ilícito. Com a vigência da CF 
de 1988, o legislador constitucional emitiu regra genérica que reprime o abuso 
 
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117 
de poder ao estabelecer que: “São a todos assegurados, independentemente 
do pagamento de taxas: o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa 
de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder”. 
O vigente CC incluiu texto sobre o abuso de direito, na categoria dos 
atos ilícitos, com a seguinte redação: 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao 
exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim 
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. (CC, art. 
186 e 186). 
 
Assim, a colocação do atual CC é correta e merece elogios. O fato de a 
matéria estar inserida no capítulo dos atos ilícitos em nada o prejudica. De fato, 
se o abuso de direito não constitui propriamente um ato ilícito e transcende os 
limites da responsabilidade civil, razão prática impõe que as consequências do 
abuso sejam as mesmas da reparação por responsabilidade civil. 
Podemos citar alguns exemplos de Abuso de Direito como no direito de 
família, principalmente, nos casos de abuso do pai de família. No direito de 
trabalho, defrontamo-nos com o direito de greve, que pode desviar-se da 
legalidade, pois não pode ser exercido senão com propósitos de beneficiar os 
trabalhadores. 
Resumindo, do ponto de vista da antijuridicidade, o ato humano pode 
ser ilegal, ilícito ou excessivo. Ilegal, o realizado sem direito. Ilícito, o de que 
resultou violação do direito alheio ou prejuízo de outrem. Excessivo, o que 
resultou do uso imoderado de prerrogativas jurídicas. Modalidade do ato ilícito, 
o abuso de direito, porém, com ele não se confunde, pois o abuso decorre do 
exercício de um direito. 
É ilícito na sua morfologia, mas não o é na sua gênese. Assim, pode 
alguém exceder-se na prática da legítima defesa, no exercício regular de um 
direito, ir além do que fora necessário à proteção de sua pessoa ou de seu 
patrimônio. Na apreciação da anormalidade do exercício do direito, o juiz 
 
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118 
atenderá não apenas a intenção, mas a natureza e importância dos interesses 
que se visavam resguardar em confronto com os interesses de terceiros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-------------------------FIM DO MÓDULO VI-------------------------- 
 
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