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Áreas degradadas (Desertificação, projetos de recuperação)

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Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – IFRJ
Paracambi, 08 de julho de 2022
Disciplina: E.M.A
Alunos: Catharina Parice, Gabrielle Borges, Felipe Takamine, Lucas Araujo e Luan Felizardo
Recuperação de áreas degradadas
Introdução
Área degradada é aquela que sofreu, em algum grau, perturbação em sua integridade, sejam elas de natureza física, química ou biológica. Neste trabalho falaremos do Ceará, um estado brasileiro que Está situado no norte da Região Nordeste e tem por limites o Oceano Atlântico a norte e nordeste, Rio Grande do Norte e Paraíba a leste, Pernambuco ao sul e Piauí a oeste. O Ceará concentra 55% de toda caatinga do Brasil e é o único estado do Nordeste-Sudeste a estar completamente inserido na sub-região do sertão. Esse estado apresenta 11,45% de seu território fortemente degradado por desertificação. A desertificação, que é o processo de formação ou expansão de áreas parecidas com a de desertos, ocorre por conta do péssimo manejo de irrigação das áreas ocasionando na concentração e sais.
Características do Ceará e da Desertificação
O Ceará tem vários tipos de característica no seu clima e sua vegetação que somam para vários fatores para a espação de sua área degradada por desertificação. Segundo a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), a degradação das terras pode ocorrer tanto por alterações climáticas como pelas atividades humanas, conforme a pesquisadora da Funceme Sônia Perdigão. "Aqui no estado do Ceará observamos que a utilização inadequada dos solos, contribuiu bastante para esse quadro atual." Mais de 15% do território brasileiro está suscetível à desertificação, incluindo 100% do Ceará, parte dos outros estados do Nordeste, o norte de Minas Gerais e do Espírito Santo. 
Os longos períodos de estiagem - o mais recente deles entre os anos de 2012 a 2018 - registrados no Ceará, somados à utilização da terra sem conhecimento de suas vulnerabilidades e sem considerar suas limitações, resultaram na degradação de componentes ambientais importantes para o equilíbrio da natureza. A consequência imediata desta equação é a perda ou a redução da produtividade das terras o que acaba impactando negativamente na vida do homem do campo e, também, na fauna e flora. Neste cenário em que ocorre erosão intensa da terra, a disponibilidade dos recursos hídricos é igualmente afetada. A gerente do Departamento de Meio Ambiente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Margareth Benício, detalha que os danos advindos da desertificação são múltiplos. Ela enumera medidas e ações que podem minimizar esse processo, que tem interferência direta da ação do homem, e explica que é possível reverter este quadro através de projetos assertivos. 
A ação antrópica contribui para o agravamento deste cenário e é um dos principais agentes causadores da desertificação. Desmatamento desordenado, extrativismo, queimadas, uso intensivo do solo na agricultura, irrigação mal-conduzida, sobrepastoreio e densidade populacional são algumas das atividades realizadas pelo homem que são responsáveis pela situação de degradação das terras. O manejo e a utilização incorreta do solo são, talvez, as principais contribuições para o agravamento do problema. O clima das áreas degradadas do ceara é semiárido quem tem como características: altas temperaturas, chuvas escassas e mal distribuídas com longos períodos de estiagem. Este é o tipo de clima conhecido por ser o mais quente do Brasil. O clima semiárido desta área degradada faz com que ocorra a formação de uma vegetação resistente ao calor e a longos períodos de secas, este tipo de vegetação se chama caatinga o tipo mais presente no sertão brasileiro. Caatingas são formadas por plantas do tipo xerófitas, ou seja, plantas resistentes ao clima desértico e semiárido.
Projeto de Recuperação 
	Felizmente existem projetos da Funceme para as áreas degradadas do ceara. Estes projetos consistem em construção de barragens; técnicas de manejos de solo para evitar a erosão e manter o solo úmido; escarificação e sucateamento, para diminuir a compactação e melhorar a erosão e a penetração da água no solo e aplicação de insumos para a recuperação da área esterco de curral serrapilheira. O projeto visando proporcionar o reaparecimento de vegetação e matéria orgânica para melhora as condições física e químicas do solo. Já há aspectos positivos visualmente como resultado dos projetos. Melhora da saúde de várias espécies de vegetais e reaparecimento delas. Os resultados mesmo que preliminares já mostrou bem positiva para a comunidade local denominando as áreas melhoradas como “amazoninha"
Inicialmente, foi feito um grande esforço para se conhecer melhor as vulnerabilidades do território, através de mapeamentos, diagnósticos e caracterizações do meio físico (solo, geologia e vegetação). Isso culminou com a identificação das áreas fortemente degradadas em todo o Ceará. Os pesquisadores da Funceme observaram que em áreas que já estavam em avançado estágio de degradação era preciso atenção especial por parte dos governos e de entidades da sociedade civil. Após a elaboração dos Programas de Combate à Desertificação, Nacional e Estadual - entre os anos de 2004 e 2010 - vários projetos e pesquisas foram incrementados, visando ajudar a minimizar ou mesmo reverter o problema. Neste sentido, a Funceme, com recursos do Ministério do Meio Ambiente, faz o monitoramento da recuperação de uma área degradada no Núcleo de Desertificação do Médio Jaguaribe. O objetivo é reverter o quadro de degradação, recuperando as condições do ambiente natural. Durante todos esses anos de vivência e estudos dessa problemática, os pesquisadores da Funceme, tem a convicção de que é importante a implantação de políticas públicas eficazes, pois só o homem do campo não consegue minimizar a degradação do ambiente. É necessário, também, que se forneça ao agricultor, educação ambiental, assistência técnica através da extensão rural, facilidade para a obtenção de créditos junto as instituições financeiras e insumos adequados para manejo dessas áreas. Estudos de solos em escalas mais detalhadas, ampliação de projetos de recuperação, técnicas envolvendo reflorestamento com espécies ecologicamente adaptadas, recuperação da matéria orgânica e práticas conservacionistas são outras ações que beneficiam a recuperação de áreas degradadas.
A desertificação acarreta no empobrecimento do solo e o impacto disso para o agricultor que já sofre, há anos, com a seca é que quanto mais erodido o solo, menos nutrientes e menos água acumulada estarão disponíveis para as plantas. Isso implica numa menor produtividade ou, em alguns casos, na não sobrevivência das plantas nesses ambientes. Logo a importância do projeto de Recuperação de Área Degradada em Processo de Desertificação na Sub-Bacia Hidrográfica do Riacho do Brum, no Município de Jaguaribe é sabermos por comprovação científica, se é possível reverter uma situação de degradação ambiental nas condições semiáridas do Ceará. Com a resposta positiva poderemos disseminar a tecnologia implementada na área para outras regiões com as mesmas características, para evitar o processo de degradação das terras.
Como, na prática, funciona esse projeto? O projeto foi implementado em uma área de cinco hectares, em avançado processo de desertificação, em que o solo e a cobertura vegetal estavam bastante degradados, com elevada erodibilidade, baixa capacidade produtiva das terras e empobrecimento generalizado da biodiversidade. O desafio era recuperar as condições do ambiente natural, através da aplicação de técnicas de manejo e conservação do solo, para, assim, reverter o quadro de degradação. A metodologia desse projeto constou, primeiramente, de uma caracterização dos aspectos físicos, tais como solos, vegetação, recursos hídricos e outros, para conhecer a realidade e planejar as técnicas adequadas para a recuperação da área. Também foi realizado um diagnóstico socioeconômico, para conhecer a situação da população e enquadrá-la dentro doprojeto. Na preparação da área foram executados barramentos de pedra para contenção de sedimentos e implementadas técnicas de manejo do solo (sistemas conservacionistas), que compreendem terraços de base estreita, escarificação e sulcamento e, em seguida, foi feita aplicação dos insumos para a recuperação da área - esterco de curral e serapilheira. Toda área de pesquisa foi cercada para evitar a entrada de animais.
O projeto de Recuperação de Área Degradada já colheu resultados? A implementação do projeto foi concluída em janeiro de 2015 e, após a primeira quadra chuvosa a área já apresentava uma resposta bastante positiva através de um expressivo acúmulo de sedimentos nas barragens construídas, ressurgimento de algumas espécies vegetais que haviam desaparecido, notório acúmulo de umidade no solo e o surgimento de serapilheira da própria área nos sulcos. As serapilheiras são sementes e elas foram aplicadas nos sulcos no terreno juntamente com esterco de curral. Essa técnica fundamenta-se no princípio da restauração da vida biológica através da reintrodução de microorganismos e sementes de plantas superiores na área degradada. Agora, está sendo realizado o monitoramento das técnicas de manejo para uma avaliação do processo. Os sinais de recuperação são bastante evidentes. Observa-se o aparecimento e reaparecimento de espécies arbustivas, arbóreas e do estrato herbáceo, deixando o solo coberto, até mesmo na estação seca. O solo apresenta melhores características físicas e químicas e um boa taxa de infiltração da água. Houve redução da erosão e bastante acúmulo de sedimentos nas barragens sucessivas o que permitiu o aumento da cobertura vegetal.
Esse projeto pode ser replicado para outras regiões do Estado? Sim. Inclusive é de interesse da Funceme testar essa mesma metodologia com as devidas adaptações em outros solos e relevos diferentes encontrados no Estado. Considerando a grande vulnerabilidade da região semiárida, soluções locais de adaptação que visam recuperar áreas degradadas são de grande importância e impactam diretamente na regulação do regime hidrológico e no sequestro de carbono, atenuando ou mesmo revertendo alguns dos efeitos das variações climáticas. O desafio de utilizar racionalmente os recursos naturais na região semiárida implica em políticas de recuperação, conservação e manejo adequado do solo, da vegetação e dos recursos hídricos, aliado à conscientização das populações para uma mudança de paradigma.
Conclusão
	Podemos concluir com o fim deste trabalho que o Ceará tem grande parte do seu território afetado pela desertificação, que causa o empobrecimento do solo, que fica com menos nutrientes e menos água acumulada para as plantas. Já foi feito um projeto para a recuperação da área através da reintrodução de sementes de plantas, na preparação da área foram executados barramentos de pedra para contenção de sedimentos, escarificação, sulcamento e aplicação dos insumos esterco de curral e serapilheira. Quando a implementação do projeto foi concluída os sinais de recuperação foram evidentes com o aparecimento e reaparecimento de espécies arbustivas, arbóreas e do estrato herbáceo, deixando o solo coberto até mesmo na estação seca. O solo apresentou melhores características físicas e químicas e um boa taxa de infiltração da água. E com a finalização deste projeto também concluímos que é possível realizá-lo em outras áreas desertificadas no Brasil. As soluções de adaptação local voltadas para a recuperação de áreas degradadas são importantes e afetam diretamente a regulação da hidrologia e do sequestro de carbono, mitigando ou mesmo revertendo alguns dos efeitos das mudanças climáticas. O desafio do uso racional dos recursos naturais no semiárido implica políticas de recuperação, proteção e manejo adequado do solo, da vegetação e dos recursos hídricos, bem como a conscientização de uma mudança de hábitos.
Bibliografia
· https://ciclovivo.com.br/planeta/meio-ambiente/projeto-recupera-area-degradada-no-interior-do-ceara/
· https://ww10.ceara.gov.br/2019/06/17/acoes-de-recuperacao-de-area-degradada-realizadas-pela-funceme-proporcionam-melhoria-na-qualidade-de-vida-em-comunidade-de-jaguaribe/
· https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/ceara-tem-11-do-territorio-em-processo-de-desertificacao-aponta-estudo.ghtml
· https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/regiao/desertificacao-avanca-no-territorio-cearense-alertam-especialistas-1.2230739
· https://www.pensamentoverde.com.br/economia-verde/conheca-o-processo-de-escarificacao-solo-e-suas-desvantagens/#:~:text=A%20escarifica%C3%A7%C3%A3o%20do%20solo%20%C3%A9%20um%20processo%20de%20prepara%C3%A7%C3%A3o%20para,intenso%20de%20m%C3%A1quinas%20agr%C3%ADcolas%20pesadas.
· https://www.todamateria.com.br/estado-do-ceara/

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