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Responsabilidade social nas organizações

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Objetivos
Módulo 1
Desenvolvimento sustentável
Descrever a evolução da responsabilidade social empresarial no contexto do desenvolvimento sustentável.
Acessar módulo
Módulo 2
Benefícios corporativos
Reconhecer a importância da responsabilidade social corporativa no futuro das organizações.
Acessar módulo
Introdução
A responsabilidade social empresarial é uma pauta que vem sendo cada vez mais debatida. Diferentes visões e transformações sociais, como a
maior preocupação com questões ambientais e sociais, fizeram com que a pauta se expandisse, abrigasse novos tópicos e se consolidasse.
Responsabilidade social nas organizações
Prof.ª Ana Carolina Ramos CordeiroDescrição
Responsabilidade social, organizações, responsabilidade social corporativa, desenvolvimento sustentável.
Propósito
Apresentar o crescente debate sobre responsabilidade social nas organizações, bem como sua relação com o
desenvolvimento sustentável.

Junto à responsabilidade social empresarial, há todo o debate sobre o desenvolvimento sustentável. Dessa forma, apresentaremos a estreita
relação entre esses conceitos ao longo do primeiro módulo.
Em um segundo momento, traremos para o centro de nosso debate a responsabilidade social corporativa, tendo em vista o futuro das organizações.
Ressaltaremos os diferentes aspectos desse conceito e de que maneira ele pode afetar as práticas das organizações, de modo a garantir um
desenvolvimento sustentável e responsável.
1
Desenvolvimento sustentável
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever a evolução da responsabilidade social empresarial no contexto do desenvolvimento
sustentável.
Evolução da responsabilidade social empresarial
Nas últimas décadas, o desenvolvimento sustentável vem sendo bastante debatido. Entre as pautas em evidência nesta temática, destacamos a
importância de uma atuação responsável por parte das empresas, que exercem um papel de influência na sociedade e são decisivas para que
tenhamos comunidades mais sustentáveis.
A fim de discutir sobre a relevância da responsabilidade social nas organizações, precisamos entender tal conceito. Para isso, começaremos o
estudo a partir da evolução deste debate ao longo das décadas.
A discussão sobre responsabilidade social das empresas – também chamada de responsabilidade social corporativa – vem ganhando relevância
junto à discussão sobre desenvolvimento sustentável, o qual também será abordado neste módulo.
Diferentes visões sobre responsabilidade social empresarial
Do início até meados do século XX, a responsabilidade social empresarial (RSE) estava associada apenas à obrigação de produzir bens e serviços,
gerar lucros, criar empregos e fornecer segurança no ambiente de trabalho. Neste período, a literatura relatava certa preocupação com a ética
pessoal na condução dos negócios, focando nos dilemas morais dos executivos.
Desse modo, tratava-se de promover a aplicação dos princípios éticos tradicionais nas empresas, tais como confiança, honestidade, integridade e
senso de justiça. Percebemos, então, que a responsabilidade ética tinha como foco o indivíduo – neste caso, os gestores das empresas –, e não a
empresa como um todo (KREITLON, 2004).
Comentário

Embora Bowen (1953) tenha tratado o tema de forma singular, ele faz referências ao “homem de negócios”, assim como a literatura dos anos 1950
sobre responsabilidade social corporativa de modo geral. Nas décadas seguintes, a RSC passa a ser conferida às empresas, a partir da transição da
racionalidade do indivíduo para a racionalidade da organização (CARMO, 2015).
A partir da década de 1970, surgiram novos estudos relativos à responsabilidade social empresarial.
A discussão da época se dividia em duas principais correntes que serão explicadas ao longo do conteúdo:
Primeira corrente
Defendia a primazia dos interesses dos acionistas como objetivo final das organizações.
 1 de 2 
A evolução do pensamento dos stockholders e stakeholders
Assista ao vídeo e entenda a visão geral e histórica sobre a evolução do pensamento de stockholders e stakeholders.
Vejamos, a seguir, os esquemas de representação da responsabilidade social empresarial, de acordo com as duas visões apresentadas:
Bowen (1953) foi o primeiro a tentar teorizar a relação entre corporações e sociedade. O pesquisador norte-americano considerava as
empresas como importantes centros de poder e de influência sobre o meio em que estivessem inseridas. Caberia aos denominados
“homens de negócio” assumir posturas éticas condizentes com os valores morais e as expectativas da sociedade.

 
Podemos observar algumas das relações apresentadas:
Conclui-se, então, que a corrente da visão dos stakeholders se baseia na ideia de que o saldo final da atividade de determinada organização
empresarial deve levar em consideração os retornos que otimizam os resultados de todos os stakeholders envolvidos, e não apenas os resultados
dos acionistas.
Jensen (2000) propôs um novo foco baseado na convergência das visões de stockholders e stakeholders, sendo denominado enlightened
stakeholder theory. Neste, as empresas devem ter objetivos claros de criação de valor – parâmetro básico que deve guiar as ações dos gestores.
Dessa maneira, o objetivo clássico final da empresa de obter lucros continua vigente.
Contudo, para atender a esse propósito, a empresa leva cada vez mais em consideração a preocupação com o conjunto de stakeholders. Assim,
essa contribuição teórica traz pontos de convergência das correntes anteriormente expostas (MACHADO FILHO, 2006).
Responsabilidade social empresarial e busca pelo desenvolvimento
sustentável
Junto ao avanço do debate sobre a responsabilidade social empresarial, a problemática ambiental também ganhava força e foi tema de
Visão dos stockholders 
Visão dos stakeholders 
Funcionários
Têm seus empregos e esperam salários e benefícios em troca de seu trabalho. Os fornecedores ofertam o suprimento de matérias-
primas, contribuindo para a determinação da qualidade e do preço final dos produtos.
Organização
É cliente de seu fornecedor e também seu stakeholder.
Consumidores
Trocam recursos com a organização, recebendo produtos ou serviços e fornecendo recurso monetário.
Comunidade local
Garante à organização o direito de construir instalações em troca de taxas e contribuições, e a organização deve atentar-se para
atenuar ou não gerar externalidades negativas (MACHADO FILHO, 2006).
conferências internacionais.
Entre estas, destacamos a Conferência de Estocolmo de 1972, que estabeleceu uma declaração, assegurando que o desenvolvimento fosse
compatível com a necessidade de proteger e melhorando o meio ambiente para benefício da população. Assim, uma de suas principais
contribuições foi reconhecer a dimensão ambiental como uma das condicionantes do crescimento econômico.
Desse modo, intensificou-se a pressão social para que as empresas não permanecessem mais inertes aos problemas socioambientais provocados
por suas atividades e respondessem aos que se sentissem prejudicados (CARMO, 2015).
Para que possamos compreender o papel da responsabilidade social corporativa na busca pelo desenvolvimento sustentável, vejamos como este
último pode ser definido.
Entre muitas definições, é comumente utilizado o conceito de desenvolvimento sustentável apresentado no Relatório Brundtland.
Em 1983, em uma assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU), foi estabelecida uma comissão especial que disponibilizaria um
relatório sobre o meio ambiente e a problemática global para o ano 2000 e anos posteriores, incluindo estratégias propostas para o
desenvolvimento sustentável.
Essa comissão foi nomeada como Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) e dela resultou o documento intitulado
Nosso Futuro Comum (1987), conhecido como Relatório Brundtland – visto que a CMMAD era presidida pela então primeira-ministra da Noruega,
Gro Harlem Brundtland.
Esse relatório apresentou uma das definições mais difundidas sobredesenvolvimento sustentável:
Comentário
Eventos como a Conferência de Estocolmo aproximaram o conteúdo da responsabilidade social empresarial das questões ambientais,
razão pela qual as abordagens atuais sobre RSE trazem a questão ambiental como um dos temas tratados na gestão organizacional.
Afinal, foram evidenciados aspectos prejudiciais da atividade empresarial sobre a qualidade do ambiente, tanto no contexto interno quanto
externo à organização.

[...] o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de suprir suas próprias necessidades.
(BRUNDTLAND, 1987)
São destacados ainda três componentes fundamentais para o desenvolvimento sustentável:

Proteção ambiental

Crescimento econômico

Equidade social
Esses três componentes podem ser apresentados como as dimensões da sustentabilidade: econômica, social e ambiental.
Entre as várias definições de responsabilidade social empresarial que hoje buscam se estabelecer como gerais e consensuais, podemos citar a
formulada pelo Banco Mundial, ao aconselhar governos de países em desenvolvimento sobre o papel das políticas públicas no estímulo à RSE:
RSE é o compromisso empresarial de contribuir para o desenvolvimento econômico sustentável, trabalhando
em conjunto com os empregados, suas famílias, a comunidade local e a sociedade em geral para melhorar sua
qualidade de vida, de maneira que sejam boas tanto para as empresas quanto para o desenvolvimento.
(BANCO MUNDIAL, 2002)
A fim de entendermos o papel das empresas na contribuição para o desenvolvimento sustentável hoje, vejamos os objetivos estabelecidos
recentemente.
Em 2015, os 193 Estados-membros das Nações Unidas concordaram em um plano de ação para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir
que as pessoas alcancem a paz e a prosperidade. O plano ficou conhecido como a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a qual contém
o conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas como desdobramentos desses objetivos.
Os ODS reconhecem que os países ao redor do mundo enfrentam desafios universais que exigem investimento e colaboração de governos,
cidadãos e empresas. Nenhum indivíduo, nenhuma organização e nenhum país é capaz de atingir os ODS agindo isoladamente. Por isso, é preciso
uma forte colaboração nesse sentido.
Assim, a conduta social das empresas deve levar em consideração tais objetivos. São eles:
Governos, empresas privadas e sociedade civil devem contribuir conjuntamente para que se possa caminhar em direção ao desenvolvimento
sustentável. Dessa forma, com as diferentes esferas da sociedade agindo de maneira integrada, os resultados podem ser mais significativos.

Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
Estudamos a evolução da responsabilidade social empresarial e suas diferentes correntes. Sobre a visão dos stakeholders, podemos afirmar
que:
A
os gestores têm a atribuição ética de respeitar os direitos de todos os agentes afetados pela empresa e promover seu bem-
estar.
B os gestores devem preocupar-se exclusivamente com o interesse dos acionistas.
C os gestores devem priorizar as questões ambientais na tomada de decisão.
D
os gestores devem preocupar-se, especialmente, com os funcionários da empresa, visto que eles têm um papel fundamental
para seu bom funcionamento.
E os gestores devem priorizar as questões econômicas na tomada de decisão.
Responder
Questão 2
Friedman (1970) afirmava que a responsabilidade social empresarial:
A deve levar em consideração o interesse de todos os agentes envolvidos e afetados pela empresa.
B consiste em aumentar os próprios lucros da empresa.
C não deveria ser promovida.
D ressalta a necessidade de acompanhamento, por parte das empresas, das metas para o desenvolvimento sustentável.
E consiste na adoção de práticas empresariais que visam à equidade social.
Responder
2
Benefícios corporativos
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância da responsabilidade social corporativa no futuro das organizações.
Responsabilidade social corporativa e futuro das organizações
No módulo anterior, vimos a evolução do conceito de responsabilidade social empresarial, o qual ganhou importância e entrou nas organizações
como forma de conduzir os negócios.
Hoje, a responsabilidade social corporativa deve ser vista como prática para gerenciar a empresa como um todo, de maneira integrada a seu
processo produtivo e à gestão, e não como atitude tomada de modo desarticulado. Assim, a empresa passou a levar em consideração a questão
social na sua organização.

Diferentes aspectos da responsabilidade social corporativa
A estratégia da empresa deve levar em consideração os impactos do negócio em toda sua rede de relacionamentos, como sócios e acionistas,
funcionários, fornecedores, consumidores, comunidade e governo.
O conceito de responsabilidade social seria, então, uma forma de gestão da empresa, que vai além dos compromissos legais e compulsórios
relacionados à legislação trabalhista, tributária, ambiental ou social, e da postura de fazer caridade ou filantropia. Esse conceito estaria dentro de
sua estratégia de sustentabilidade de longo prazo, que permitiria obter lucros.
Além disso, a empresa deveria fornecer devido tratamento às consequências de sua atividade, destinando parte da riqueza adicional produzida ao
desenvolvimento de comunidades vinculadas, direta ou indiretamente, a seus objetivos de negócio (QUILICI, 2006). Ainda que demande recursos, a
prática da responsabilidade social corporativa não deve ser vista como um custo adicional, pois também é uma forma de obter ganhos concretos.
Embora não exista uma definição unânime aceita para o termo responsabilidade social corporativa, de acordo com o business for social
responsibility (BSR), a expressão se refere às decisões de negócios tomadas com base em valores éticos que incorporem as dimensões legais, o
respeito pelas pessoas, pelas comunidades e pelo meio ambiente.
O BSR sustenta que o conceito de empresa socialmente responsável se aplicará àquelas que atuem no ambiente de negócios, de forma que atinjam
ou excedam as expectativas éticas, leais e comerciais do ambiente social no qual estão inseridas (MACHADO FILHO, 2006).
Carroll (1979) propõe uma abordagem na qual a responsabilidade social seria subdividida em quatro dimensões. São elas:
Atenção!
Muitas vezes, confundimos responsabilidade social com ações sociais de cunho filantrópico. Isso distorce a essência do que se espera de
uma conduta socialmente responsável das empresas.

Responsabilidade econômica
Envolve as obrigações da empresa em ser produtiva e rentável. Antes de tudo, a organização é a unidade econômica
básica de nossa sociedade. Assim, a responsabilidade social da empresa é econômica por natureza.
 1 de 4 
Vejamos a pirâmide que apresenta as subdivisões da responsabilidade social:
Dimensões da responsabilidade social.
Apesar de podermos apresentar a responsabilidade em quatro subdivisões, essas dimensões revelam linhas tênues de segmentação que estão,
muitas vezes, sobrepostas (MACHADO FILHO, 2006).
 
Quando tratamos da responsabilidade social, devemos abordar a Norma ISO 26000, que determina diretrizes nessa área. Criada em 1º de novembro
de 2010, em Genebra, esta foi a primeira norma internacional de responsabilidade social organizacional.
A ISO 26000 é uma norma de diretrizes que funciona como um guia de promoção de boas práticas de gestão nas
empresas, sem o propósito de certificação. Pode ser aplicada a todos os tipos e portes de organizações (pequenas,
médias e grandes) e de todos os setores (governo, organizações não governamentais e empresas privadas).
De acordo com a Norma ISO 26000, a responsabilidade social é a responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e
atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente.Esse comportamento ético e transparente deve (BRASIL, 2020):
A ISO 26000 destaca, ainda, sete princípios da responsabilidade social empresarial (BRASIL, 2020) que correspondem a conceitos gerais que as
empresas devem levar em conta. São eles:
Contribuir para o desenvolvimento sustentável, incluindo a saúde e o bem-estar da sociedade.
Levar em consideração as expectativas das partes interessadas.
Estar em conformidade com a legislação aplicável.
Ser consistente com as normas internacionais de comportamento.
Estar integrado a toda a organização.
Ser praticado nas relações organizacionais.
Accountability 
Transparência 
A ISO 26000 também determina sete temas centrais para a responsabilidade social nas organizações, que representam aspectos práticos que as
empresas devem buscar implementar ativamente. São eles:
As organizações devem tratar de todos os temas centrais apresentados, porém não necessariamente de todas as questões a eles relacionadas.
Cada empresa deve analisar, junto com seus stakeholders, a relevância das questões e dos subtemas para sua organização e priorizar suas ações
(BRASIL, 2020).
Desse modo, a ISO 26000 é um instrumento importante para promover a RSE em empresas de todos os portes e segmentos. A fim de gerar
incentivos à responsabilidade social empresarial, a norma trata de diversos temas fundamentais para a gestão ética e transparente.
Reputação corporativa e futuro das organizações
Ao longo deste estudo, tratamos muito da importância da responsabilidade social. Em um cenário de crescente preocupação com o
desenvolvimento sustentável, a reputação corporativa ganha destaque.
Em síntese, a reputação é o produto de um processo competitivo, no qual a empresa sinaliza suas características distintas para o público (interno e
externo), o que resulta em seu status moral e socioeconômico.
Com a forte concorrência, em muitas situações, o fator determinante para a sobrevivência das empresas pode depender do desenvolvimento e da
sustentação de uma reputação favorável.
Comportamento ético 
Respeito pelos interesses dos stakeholders 
Respeito pelo Estado de Direito 
Respeito pelas normas internacionais de comportamento 
Direitos Humanos 
Governança organizacional 
Direitos Humanos 
Práticas trabalhistas 
Meio ambiente 
Práticas leais de operação 
Direitos dos consumidores 
Envolvimento e desenvolvimento da comunidade 
Atualmente, diante da maior facilidade tecnológica e mercadológica de replicação de práticas e condutas, o fator de diferenciação para obtenção de
vantagens competitivas passa a ser, em grande medida, a percepção do público sobre a reputação da empresa.
A preocupação dos empresários decorre da crescente exposição das empresas à opinião pública, pela mídia em geral e pelos veículos de
comunicação, que transmitem informações aos locais mais remotos em tempo real, ajudando tanto a disseminar uma boa reputação quanto a
destruí-la em um curto período.
O empresário que desconsiderar o papel da reputação em um mercado exigente poderá cometer erros irreparáveis com consequências graves para
sua empresa (MACHADO FILHO, 2006).
Diversos autores têm sugerido que o capital social reputacional da firma pode ter efeito nas vendas, revelando a premissa de que este capital afeta
seu valor de mercado em razão da publicidade. Os consumidores, funcionários e fornecedores tendem a punir firmas que adotam práticas
socialmente irresponsáveis.
Em contrapartida, os investidores são mais propensos a confiar seus recursos em empresas que desfrutem de boa reputação, em função dos
menores riscos percebidos e das maiores oportunidades potenciais de negócios.
O efeito positivo da boa reputação social também pode ser obtido por meio da confiança dos investidores de que consumidores preferirão comprar
bens e serviços de bons empregadores, refletindo a estimativa do efeito que a reputação da empresa no mercado de trabalho é capaz de ter nas
vendas. Em outras palavras, é possível que as ações que aprimorem a imagem pública de uma corporação tragam mudanças positivas e aumentem
a demanda por produtos dessa corporação.
Tais ações sociais então inseridas na visão teórica dos stakeholders de que as empresas têm responsabilidades sociais com um amplo conjunto de
agentes, que podem se beneficiar de ações sociais promovidas por organizações (MACHADO FILHO, 2006).
A tabela a seguir mostra um resumo de algumas oportunidades de ganhos e minimização de riscos de acordo com o stakeholder envolvido, a partir
de ações de Responsabilidade Social, veja:
Stakeholder envolvido Oportunidades
Minimização de 
riscos
Comunidade Criação de legitimidade Má aceitação e conflitos
Mídia Cobertura favorável Cobertura desfavorável
Ativistas Colaboração/imagem favorável Boicote
Investidores Geração de valor Fuga de investidores
Funcionários Aumento do comprometimento Má conduta
Consumidores Fidelização Má aceitação e boicotes
Agentes reguladores Ação legal favorável Ação legal desfavorável
Parceiros comerciais Colaboração Defecção
Efeitos de ações de Responsabilidade Social na reputação da empresa
Adaptado de: MACHADO FILHO, 2006.
Assim, observamos que a construção de uma reputação, a partir de uma conduta socialmente responsável, tem efeitos positivos com diferentes
stakeholders, trazendo benefícios às empresas que adotam esse comportamento.
Como já mencionamos, de acordo com o Relatório Brundtland (1987), o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades da
sociedade no presente sem comprometer a habilidade das gerações futuras em atender às suas próprias necessidades.
No módulo anterior, apresentamos três componentes fundamentais para o desenvolvimento sustentável:
Comentário
Uma reputação favorável pode revelar, aos consumidores, a qualidade dos produtos e serviços da empresa, permitindo que tenham preços
diferenciados. Além disso, a boa reputação eleva a autoestima dos funcionários da empresa, o que se pode traduzir em maior
produtividade.

Proteção ambiental Equidade social Crescimento econômico
Aqui, também dividiremos a conduta socialmente responsável das empresas em três faces, de acordo com os três componentes do
desenvolvimento sustentável. Essas faces trazem diferentes benefícios para a empresa, como veremos a seguir.
A primeira face da conduta socialmente responsável trata da gestão corporativa preocupada com o meio ambiente, na qual é realizado um esforço
pelas empresas para reduzir seus impactos ambientais. Esta preocupação deve estar inserida no cotidiano da empresa, seja ao evitar desperdícios,
economizar energia e recursos naturais, ou preocupar-se com a poluição gerada.
Do ponto de vista ambiental, legal e até ético, a empresa deve ter consciência e reduzir sua pegada ecológica no planeta.
Contudo, devemos atentar, também, aos benefícios que a integridade ambiental da empresa pode gerar para além da melhoria de sua reputação.
Por meio da avaliação contínua de sua conduta diária, a empresa consegue identificar ineficiências e melhorar seus processos. Com uma empresa
mais eficiente, pode-se gerar economias, seja gastando menos matéria-prima na produção, seja gerando menos lixo e desperdício.
Logo, uma melhor gestão corporativa do meio ambiente permite que a organização reduza seus custos, de processos, produtos ou custos fixos
organizacionais, que, no final, representam um aumento na margem de lucro e na performance organizacional, garantindo melhor desenvolvimento
sustentável corporativo (ZUQUETTO, 2019).
A segunda face da conduta socialmente responsável trata da igualdade social por meio da responsabilidade social corporativa, que leva em
consideração todas as partes interessadas (stakeholders) nas atividades da organização.
Mas o que se entende como “partes interessadas”?
As partes interessadas são representadas por:
Acionistas
Que ganham com o crescimento da empresa.
 1 de 7 
A responsabilidade social corporativa demanda que a empresa abrace a expectativa das partes interessadasnos níveis econômico, legal, ético e
discricionário, apresentados por Carroll (1979), e envolve três processos segundo Zuquetto (2019):
A terceira face da conduta socialmente responsável trata da prosperidade econômica por meio da criação de valor. Empresas criam valor com base
nos bens e serviços que produzem. Uma organização pode aumentar seu valor por meio de melhorias de eficiência e de qualidade de seus bens e
serviços, impactando sua imagem com seus clientes e ampliando seus lucros.
Avaliação do ambiente 
Gestão das partes interessadas 
Gestão das questões sociais 

 
Já na face da equidade social, uma empresa que se preocupa com as demais partes envolvidas age com ética e compromete as partes
interessadas, sejam clientes, fornecedores, sejam governo, sociedade e funcionários. Além disso, pode promover a melhoria de seus processos,
produtos e serviços, bem como beneficiar sua imagem com clientes e com a comunidade na qual está inserida.
Por fim, quanto à prosperidade econômica que envolve a criação de valor, uma empresa deve criar valor para ela e para os outros. Aquela que busca
apenas criar valor para si mesma, e não melhorar, não inovar, não criar valor para o cliente, corre o risco de se tornar irrelevante no mercado. A
empresa deve buscar um equilíbrio e criar valor para todas as partes interessadas que podem impactar em suas operações atuais e futuras
(ZUQUETTO, 2019)
Exemplo de empresa ética em relação à sustentabilidade social
Veja um exemplo de empresa ética em relação à sustentabilidade social.
Resumindo
Na gestão corporativa preocupada com o meio ambiente, a empresa está preocupada com sua pegada ambiental e, com isso, melhora sua
eficiência, obtendo como resultado menores custos, menos gasto e desperdício, e, consequentemente, maior margem de lucro.



Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
Qual é a finalidade da Norma ISO 26000 para a responsabilidade social nas organizações?
A Gerar diretrizes sobre o comportamento social das empresas.
B Obrigar empresas a seguirem suas diretrizes, de modo a garantir a responsabilidade social empresarial.
C
Gerar incentivos e diretrizes à responsabilidade social empresarial, tratando de diversos temas fundamentais para a gestão
ética e transparente.
D Gerar incentivos à responsabilidade social empresarial, tratando apenas de temas ambientais.
E Estabelecer regras e diretrizes ambientais que devem ser seguidas por todas as empresas.
Responder
Questão 2
A conduta socialmente responsável é dividida em três faces que estão relacionadas aos componentes fundamentais do desenvolvimento
sustentável. São elas:
Considerações �nais
No primeiro módulo, apresentamos a evolução da responsabilidade social nas organizações, assim como as diferentes visões que contribuíram
para formá-lo. Também estabelecemos a estreita relação entre a responsabilidade social empresarial e a busca pelo desenvolvimento sustentável.
No segundo módulo, observamos o papel da responsabilidade social corporativa e como a adoção desta conduta pode beneficiar as próprias
empresas. A postura exercida pelas organizações hoje afetará diretamente seu futuro, uma vez que terá impactos em seu funcionamento, seus
produtos, seus funcionários e sua imagem com clientes, fornecedores e a comunidade na qual estão inseridas, além de outros stakeholders que
possam ser impactados por elas.
Assim, empresas que exercem a responsabilidade social corporativa estão contribuindo para a sociedade como um todo, mas também estão
trazendo benefícios para elas mesmas. Dessa maneira, agindo junto aos governos e à sociedade civil, as empresas podem trazer resultados
concretos na busca pelo desenvolvimento sustentável.
I. Gestão corporativa preocupada com o meio ambiente;
II. Equidade social;
III. Prosperidade econômica por meio da criação de valor.
Com quais aspectos desses componentes estão associadas à primeira, à segunda e à terceira faces, respectivamente?
A I - Redução da poluição, II - Respeito, III - Criação de valor para a empresa.
B I - Reflorestamento, II - Ética, III - Criação de valor para todas as partes.
C I - Pegada ambiental, II - Ética, III - Criação de valor para os outros.
D I - Pegada ambiental, II - Ética, III - Criação de valor para todas as partes.
E I - Reflorestamento, II - Criação de valor para os outros, III - Respeito.
Responder
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Podcast
Para encerrar, ouça um resumo sobre os principais tópicos abordados.
00:00 11:30
1x

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Referências
BANCO MUNDIAL. Public sector roles in strengthening Corporate Social Responsibility: a baseline study. Washington, 2002.
BOWEN, H. Social Responsibilities of the businessman. Nova Iorque: Harper, 1953.
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Nações Unidas para o Brasil. ONU no Brasil, 2015.
BRUNDTLAND, G. H. Our Common Future. United Nations, 1987.
CARMO, L. Evolução da Responsabilidade Social Empresarial e a introdução ao caso brasileiro. Revista de Administração Geral, v. 1, n. 2, p. 118-137,
2015.
CARROLL, A. B. A three-dimensional conceptual model of corporate social performance. Academy of Management Review, v. 4, p. 497-505, 1979.
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FRIEDMAN, M. The Social Responsibility of business is to increase its profits. New York Times Magazine, 1970.
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ZUQUETTO, R. Desenvolvimento sustentável corporativo e o futuro das organizações. Ambra Education, 2019.
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Sugerimos que você acesse o site do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social: uma Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público, cuja missão é “mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/00300/index.html
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na construção de uma sociedade justa e sustentável”.
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