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Casando com o CEO - Kim L. Davis

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Sinopse
Uma garçonete que luta para cuidar de seu irmão doente recebe uma
oferta irrecusável. Se ela se casar com um CEO rico e dominador e lhe
der um herdeiro dentro de um ano, ele pagará a ela um milhão de dólares
e ajudará seu irmão a fazer a cirurgia de que precisa. Será a vida no
castelo pura tortura, ou ela poderá encontrar a felicidade? Talvez até
amor Classificação etária: 18 +
Autor original: Kim L. Davis
 
Livro sem Revisão
 
E-book Produzido por: Galatea Livros e SBD
https://t.me/GalateaLivros
https://t.me/GalateaLivros
https://t.me/GalateaLivros
Capítulo 1
Alice
Cruzei minha perna direita sobre a esquerda, olhando para o relógio
que me dizia que eu estava sentada aqui há uma hora.
Agarrando minha pasta, esperei ser chamada para ir ao escritório do
CEO para minha entrevista.
Mas quando olhei ao meu redor, vendo quase cinquenta mulheres
esperando, eu soube que demoraria muito até chegar minha vez, o que
definitivamente não ajudou a diminuir minha ansiedade.
Eu precisava terminar essa entrevista o mais rápido possível. Meu
irmão mais novo estava sozinho em casa, o que não era o ideal em sua
atual condição, e eu precisava voltar para ele.
A porta do escritório do CEO se abriu e uma mulher loira saiu de lá,
chorando muito. Seu rímel estava escorrendo em finos fios pretos,
enquanto seus olhos cinzentos estavam vermelhos e inchados.
Sem dizer uma palavra sequer, a mulher correu em direção ao único
elevador do andar e apertou o botão para chamá-lo incessantemente, até
o elevador chegar. Entrou no elevador e desapareceu quando as portas se
fecharam.
— Número vinte e sete. Senhora Hannah, o senhor Maslow irá vê-la
agora, — disse a mulher na recepção em um tom monótono.
Uma mulher de cabelos pretos e olhos verdes, que pareciam de gato,
levantou-se graciosamente enquanto alisava seu vestido rosa, já liso.
Dando um sorriso sedutor, ela confiantemente entrou pela porta do
escritório. Eu não entendia como ela não estava congelando naquele
vestido franzino.
Minha confiança vacilou pela vigésima sétima vez ao ver mais uma
mulher bonita ir para a entrevista. Embora eu não tivesse absolutamente
nenhum interesse no homem em si, estava interessada no que ele
oferecia: dinheiro.
Gideon Maslow era dono do maior império empresarial do mundo, e
era a própria definição de riqueza. Ele era praticamente parte da realeza.
Não havia nada neste mundo que o homem não pudesse comprar.
Ele era dono de cinco ilhas particulares e estava planejando comprar
uma nas Bahamas, algo que descobri depois que vi o anúncio no jornal e
fiz uma pesquisa sobre ele.
Era apenas um dia normal, em que eu estava olhando o jornal em
busca de um terceiro emprego, quando me deparei com um anúncio
incomum:
Noiva Desejada
Gideon Maslow, empresário de renome mundial, precisa de uma
noiva em potencial que possa, em menos de um ano, dar-lhe um
descendente que herdará seu império no futuro.
O senhor Maslow pagará um milhão de libras, em dinheiro, depois
que o bebê nascer e o contrato de um ano terminar.
As entrevistas para a noiva em potencial do senhor Maslow serão
realizadas entre 6 e 7 de dezembro de 2015.
Todas as interessadas deverão trazer currículos com todos os detalhes
sobre si mesmas, incluindo idade, etnia, formação, doenças genéticas, etc.
Candidatas com informações falsas serão desclassificadas.
Para maiores informações, entre em contato com a Sede da Maslow
Enterprises.
Um número de contato foi fornecido.
Ver a enorme quantia que o homem estava oferecendo foi o que me
levou até esse ponto, sentada do lado de fora de seu escritório, esperando
pela minha vez, enquanto ignorava as cãibras que sentia na minha bunda
por ficar tanto tempo sentada.
Quando vi aquela quantia, eu soube que o dinheiro seria o suficiente
para a cirurgia do meu irmão, então eu precisava fazer tudo o que
pudesse para garantir que o senhor Maslow me escolheria para ser sua
esposa.
Tudo que eu precisava fazer era dar a ele um herdeiro, e então eu
seria capaz de salvar a vida do meu irmão. Eu só queria que ele me
escolhesse.
A porta se abriu mais uma vez, e a mulher, Hannah, saiu furiosa e um
tanto pálida. Seus lábios estavam repuxados em um grunhido. Rosnando
com raiva, ela correu em direção ao elevador.
— Aquele idiota me rejeitou porque eu não sou virgem! De que
planeta ele é?!, — ela gritou, arrancando suspiros de algumas mulheres.
As portas do elevador abriram e Hannah não perdeu tempo ao entrar.
Assim que as portas se fecharam, eu suspirei de alívio, contente pelo
fato de ainda ser virgem. Comecei a mexer no colar em volta do meu
pescoço. Nico, meu irmão mais novo, me deu esse colar no meu
aniversário de dezenove anos.
Não era nada extravagante, apenas um amuleto simples de ouro rosa,
com uma corrente fina folheada a ouro, mas era muito importante para
mim. Fazia quatro anos e nunca o havia tirado: Era meu amuleto da
sorte.
— Número vinte e oito. Senhora Alice, o senhor. Maslow irá vê-la
agora, — a mulher na recepção disse com a mesma voz monótona de
antes.
Meu coração começou a bater rápido enquanto eu lentamente me
levantava, tentando o meu melhor para parecer graciosa e imitar as
outras mulheres, mas eu sabia que não estava sendo exatamente bem-
sucedida.
Apertando o cinto do casaco em volta da cintura, pressionei minha
pasta contra o peito e caminhei lentamente em direção à porta de
madeira que poderia ou não ajudar a salvar a vida do meu irmão,
sentindo meu coração martelando forte contra minha caixa torácica.
Respirando fundo, girei suavemente a maçaneta e entrei no escritório
de Gideon Maslow. O escritório era lindo, para dizer o mínimo. O
interior não era chique, mas parecia caro.
Havia dois sofás brancos grandes, sendo um na frente da enorme
janela de vidro que ia do chão ao teto, e o outro em frente ao primeiro,
separados por uma mesinha de vidro.
A minha direita havia uma mesa com materiais de escritório bem-
organizados e uma grande cadeira giratória marrom-escura atrás dela.
Contra a parede havia vários armários grandes, feitos de madeira
escura, e pela sala havia vasos de plantas posicionados estrategicamente
para complementar o visual. Sentados no sofá contra a janela de vidro,
estavam quatro homens vestidos de forma imaculada. Todos vestiam
temos caros, de grife.
O homem sentado no canto esquerdo parecia ser o mais velho, com
cabelos castanho-escuros ligeiramente grisalhos, e olhos castanhos
penetrantes. Seu rosto era implacável, com apenas algumas rugas que
denunciavam sua idade mais avançada.
Ao lado dele estava sentado um jovem que não parecia ter mais de
vinte anos. Ele era parecido com o homem à esquerda, exceto por seu
cabelo loiro encaracolado e seus olhos verdes como o mar. Seu rosto era
liso, e seu corpo esguio.
Ao lado do jovem estava sentado um homem com uns TI anos de
idade. Ele tinha uma mandíbula acentuada, cabelos castanhos e fartos, e
olhos verdes penetrantes, como o mar. Ele me parecia vagamente
familiar, porém eu não conseguia me lembrar de onde eu o conhecia.
Só de olhar para ele, senti um arrepio correr pela minha espinha. O
homem parecia fatal, pronto para atacar. Eu percebi que ele era o tipo de
homem que não hesitaria em derrubar seu oponente, não importa quem
fosse.
O próximo homem na fila parecia ter cerca de 25 anos, cabelos
castanhos cacheados e olhos castanhos suaves. Seu rosto bonito exibia
um leve sorriso, o que estranhamente me deixou mais à vontade.
Ele era um pouco corpulento, como se malhasse muito. Mas eu
realmente gostei dele. Dos quatro homens, somente o último não fez eu
me sentir como se tivesse acabado de entrar na cova dos leões.
— Sente-se, senhorita. Não temos muito tempo, — disse o homem
fatal.
Eu rapidamente me sentei no sofá oposto a eles e coloquei meus
documentos sobre a mesa de vidro, e o homem fatal imediatamente os
pegou, abrindo a pasta e rapidamente escaneando com os olhos seu
conteúdo, com o rosto inexpressivo.
— Qual o seu nome?, — o mais velho dos quatro homens perguntou.
Ele tinha uma voz profunda e falava com determinação.— Alice Gardner, senhor, — eu respondi educadamente, cravando
minhas unhas nas palmas das minhas mãos para tentar fazer meu
coração parar de bater tão rápido.
— De onde você é?, — o mesmo homem questionou.
— East End de Londres, senhor, — respondi.
— Você é pobre, — afirmou o homem fatal, com olhos verdes. Sua voz
era rica e suave, como chocolate derretido, mas ele usou um certo
veneno em seu tom.
Seus olhos pareciam severos enquanto me examinavam, fazendo eu
me sentir como um rato de laboratório sob observação.
— E-eu... — Eu estava sem palavras. Não podia negar o fato de que eu
era realmente muito pobre. Mas ouvir isso de uma maneira tão
depreciativa fez eu me sentir estúpida só por pensar em tentar ser
escolhida.
— Por que você veio aqui?, — o mais jovem dos quatro homens me
perguntou.
Minha mão voou instantaneamente para o meu colar enquanto eu
me sentia oprimida, sentada na frente daqueles homens ricos. — Preciso
do dinheiro, — respondi francamente.
— Uau, que honesta!? E nós aqui, pensando que você ia professar seu
amor eterno por meu irmão, — o homem corpulento declarou com um
sorriso divertido.
Abaixando meu olhar enquanto o constrangimento coloria minhas
bochechas, eu continuei mexendo em meu colar.
— Com todo o respeito, senhor, como posso professar meu amor por
um homem que eu nem sabia que existia até dois dias atrás? — Eu falei, e
então me reprimi silenciosamente por falar demais.
— Ai, isso deve ter doído, hein, Gideon?, — o homem corpulento
zombou, olhando para o irmão, que parecia querer me matar.
Meus olhos se arregalaram ligeiramente. Este era Gideon? O Gideon
Maslow?! Não era à toa que ele me parecia familiar. Eu tinha visto suas
fotos na internet. Ele realmente era um dos solteiros mais cobiçados de
Londres.
— Por que você quer o dinheiro?, — Gideon perguntou.
— Meu irmão mais novo tem VSD, que é um defeito do septo
ventricular. Ele tem um buraco no coração, e preciso de dinheiro para a
cirurgia, — respondi, meus dedos ainda segurando meu colar.
— Então você está disposta a se casar comigo e me dar um herdeiro
para conseguir dinheiro para a cirurgia do seu irmão mais novo, certo?,
— ele perguntou, como se confirmando o que eu acabei de dizer.
Eu balancei a cabeça, esperando que ele concordasse com o
casamento. — Sim, senhor.
— O que te faz pensar que eu me casaria com você?, — ele perguntou
arrogantemente.
— Perdão?
— Depois de passar por suas informações, não estou realmente
convencido de que quero você como minha esposa. Ambos os seus pais
morreram de doença cardíaca, e seu irmão também está sofrendo de uma
doença cardíaca, o que significa que, no futuro, há uma grande
possibilidade de você também sofrer de doença cardíaca, e eu não quero
que meu filho tenha um coração defeituoso, — afirmou.
— Não é verdade que necessariamente vou sofrer de doenças
cardíacas, — argumentei.
— Sim, você pode não sofrer com essas doenças, mas também há
outras coisas. Você é apenas graduada no ensino médio, o que significa
que você também não tem um alto nível de escolaridade.
Você trabalha em um bar pobre e em um posto de gasolina, que é um
ambiente anti-higiênico, o que significa que seu corpo está intoxicado
com todos os tipos de produtos químicos que você inalou, sem
mencionar o fato de que você vive no East End de Londres, um lugar
para os pobres, — ele rebateu, fazendo-me sentir menor a cada palavra.
— Só não fui para a faculdade porque meus pais faleceram e eu tive
que cuidar do meu irmão mais novo. Tenho que trabalhar em dois
empregos para comprar remédios para ele, e ainda preciso economizar
dinheiro para sua cirurgia.
East End de Londres é o lugar onde nasci e cresci. Não posso e não
vou me desculpar por isso, — expliquei, querendo desesperadamente
fugir.
— Diga-me, você já comeu em um restaurante caro? Você já foi a um
evento de caridade?, — ele questionou.
— Não tenho esse dinheiro, senhor, e se tivesse, a primeira coisa que
faria seria providenciar a cirurgia de que meu irmão precisa, — respondi
com firmeza.
44A cor do seu cabelo é natural?, — Gideon perguntou.
Passando a mão pelo meu cabelo loiro avermelhado e ondulado, eu
balancei a cabeça positivamente. — Sim, é natural. Minha mãe também
tinha cabelo loiro avermelhado, — eu respondi com um sorriso, vendo o
rosto angelical de minha mãe piscar diante dos meus olhos.
— Interessante, no entanto, devo dizer que não há nada sobre você,
além do fato de ser virgem, que me atrai. Nem sua genética, nem sua
situação financeira, nada. Procuro uma mulher com classe e status e,
infelizmente, você não tem essas características.
Não estou procurando um caso de uma noite. Estou procurando uma
esposa, e simplesmente não vejo uma esposa em você, — afirmou ele,
seus olhos não mostrando uma pitada de emoção.
— Eu sei como ser uma esposa, — defendi, tentando encontrar uma
maneira de convencer Gideon a se casar comigo. Eu precisava do
dinheiro para Nico.
Eu prometi a mim mesma, quando deixei meu apartamento, que faria
o que fosse necessário para convencer Gideon a se casar comigo.
— Você sabe? Se você se tomar minha esposa, eu serei sua prioridade.
Não seu irmão nem qualquer outra pessoa. Eu, você entende isso?, —
Gideon questionou.
— Sei dividir meu tempo de acordo com minhas prioridades, e estou
te dizendo que você não ficará desapontado, — declarei com firmeza.
Gideon balançou a cabeça e eu sabia que eu não o havia convencido.
Meu coração afundou. Eu precisava encontrar outra maneira de
conseguir dinheiro.
Eu não poderia deixar Nico, meu irmão mais novo, minha única
família, sofrer por muito mais tempo. Eu simplesmente teria que
encontrar um emprego com uma remuneração decente.
— Sinto muito, senhorita. Gardner. Só não acho que você é a mulher
certa para mim. No entanto, posso pagar pela cirurgia do seu irmão, —
Gideon ofereceu.
Balançando a cabeça, sorri e me levantei. — Obrigada, mas não,
obrigada. Eu prefiro merecer, trabalhar pelo dinheiro para a cirurgia do
meu irmão. Posso não ser rica, senhor. Maslow, mas também não sou um
caso de caridade.
Pegando minha pasta de sua mão, eu a apertei contra meu peito.
— Tem certeza? Isso ajudaria muito você e seu irmão, — Gideon
insistiu, mas eu não pretendia ceder.
— Posso não ter classe e status, mas tenho dignidade e respeito
próprio. Obrigada pelo seu tempo, senhor. Maslow. Eu vou embora
agora. Adeus, senhor Maslow, — eu disse.
Girando nos calcanhares e certificando-me de manter a cabeça
erguida, saí do escritório de Gideon Maslow e de sua vida.
Ao sair do prédio alto que era a Maslow Enterprises, comecei a mexer
no meu colar novamente, enquanto o peso dos meus problemas e
responsabilidades ameaçavam me derrubar.
Olhando ao redor da movimentada rua de Londres, eu tinha apenas
um pensamento girando na minha cabeça.
Como pagar pela cirurgia do Nico? O que eu vou fazer agora?
Capítulo 2
Bati na porta do meu apartamento e esperei Nico abri-la. Eu sentia a
ansiedade e o desespero consumindo minhas entranhas. O que eu vou
fazer agora? Onde eu poderia encontrar um emprego lucrativo?
Não é segredo que todas as empresas preferiam graduados
universitários, enquanto eu tinha apenas o segundo grau completo. Se ao
menos meu pai nunca tivesse ficado doente e minha mãe tivesse um
emprego bem remunerado, provavelmente hoje eu estaria trabalhando
em alguma empresa de sucesso.
Mas eu sabia que se eu começasse a me perguntar sobre todos os ‘e
se’, eu poria tudo a perder, e mesmo sem ter muito a perder, eu tinha o
suficiente.
A porta do meu apartamento se abriu. Nico estava em minha frente,
sorrindo. Seus olhos verdes, muito parecidos com os meus, brilhavam.
Seu cabelo loiro estava bagunçado. Vê-lo assim, feliz, fez meus lábios se
curvarem em um sorriso involuntário.
Mesmo meu irmão mais novo não tendo uma vida exatamente
normal, ele estava sempre feliz, era sempre otimista. Eu tentei o meu
melhor para não deixar que nada o preocupasse, mas ele ficava feliz sem
eu fazer muito.
— Ei, Nico, como você está?, — eu perguntei com um sorriso, apesar
do meu coração estardisparado por causa da ansiedade. Eu rapidamente
corri meus olhos sobre ele, certificando-me de que ele estava bem.
— Estou ótimo. E você, como você está? Conseguiu o emprego que
queria?, — ele perguntou, levantando um pouco a cabeça para me olhar
nos olhos.
Mesmo ele tendo apenas dez anos. Nico já era tão alto quanto eu. No
entanto, por causa dos meus saltos altos, eu parecia ser um pouco mais
alta.
Eu balancei minha cabeça em resposta. — Não, eles contrataram
alguém antes que eu tivesse uma chance, — menti, não querendo que ele
se preocupasse.
— Oh, bem. não tem problema. Tenho certeza de que existem
empregos melhores para você, — respondeu ele, com um sorriso.
— Sim. eu espero que sim. — Murmurei a última parte para mim
mesma, não querendo que Nico me visse chateada: temia que seu
coração não fosse capaz de lidar com o estresse e a ansiedade.
— Podemos sair hoje? Estou entediado, — Nico reclamou.
Meu coração se apertou de tristeza. Por causa do seu problema
cardíaco, tentei o meu melhor para garantir que Nico não se esforçasse:
porém cinco vezes ele sofreu um ataque do coração, e eu tive que levá-lo
às pressas para o hospital, orando a Deus para que Nico ficasse bem.
Todas as vezes os médicos me instruíram a não deixar que Nico
praticasse muita atividade física, e explicaram a importância de fazer sua
cirurgia o mais rápido possível. Se ao menos os médicos soubessem como
é difícil conseguir tanto dinheiro...
— Podemos fazer algo legal em casa. Você sabe que não pode se
esforçar, — eu disse, desejando que de alguma forma eu conseguisse o
dinheiro da cirurgia de Nico. para que finalmente ele pudesse sair e andar
por aí com crianças de sua idade, em vez de ficar preso em um
apartamento.
A culpa e o desespero apunhalaram mais uma vez meu coração
quando o sorriso no rosto de Nico sumiu. O brilho em seus olhos já havia
se apagado quando ele suspirou ruidosamente.
— Já faz três semanas que eu não saio de casa. Por favor, Alice, só uns
vinte minutos. Me leve ao parque, ou a qualquer lugar, — Nico implorou,
seus olhos suplicando para sairmos.
Suspirando em derrota, olhei meu irmão nos olhos. — Tudo bem.
vamos para a biblioteca, onde você pode ler livros, — concordei. A
biblioteca era o único lugar em que eu conseguia pensar para levar Nico,
onde ele poderia passar o tempo e se distrair sem se esforçar.
Nico sorriu, aquele sorriso inteiro que eu tanto amava. Dando socos
no ar, Nico urrou de excitação. — Isso! Vou pegar minha jaqueta, — ele
afirmou, e em seguida correu para seu quarto.
— Não corra, — eu o repreendi. Balançando a cabeça, fui para o meu
quarto pegar umas coisas e deixar minha pasta. Como eu já estava
usando meu sobretudo, só tive que tirar do anuário meu gorro de lã e
minhas.
Mesmo não sendo tarde, fiz questão de permanecer bem agasalhada.
Os invernos de Londres podem ser cruéis.
Trocando meus saltos altos por tênis confortáveis, fechei meu
armário e fiz meu caminho de volta à sala de estar, onde Nico me
aguardava em pé.
— Vamos, Alice, não queremos que a biblioteca feche, — Nico disse
apressado.
— Não vai fechar tão cedo, e onde está sua mochila?, — eu questionei.
— Na cadeira. — Peguei sua mochila preta e a coloquei no meu
ombro. Eu levava a mochila para a biblioteca para que Nico não tivesse
que carregar livros pesados.
— Vamos, — eu disse. Nico não perdeu tempo em correr para fora do
apartamento, dando ao meu coração uma sacudida repentina. — Pare de
correr!, — eu o repreendi saindo atrás dele e certificando-me de trancar a
porta do apartamento.
Fora de casa estava bastante frio, mas isso era de se esperar. Nosso
apartamento era em uma das áreas mais pobres de Londres, mas a região
ficava sempre lotada. As pessoas viviam circulando pelas ruas, correndo
pra lá e pra cá.
Era quase hora do almoço, o que explicava a multidão. Fiz questão de
segurar a mão de Nico com firmeza. para ter certeza de que ele não se
perderia.
Após cerca de vinte minutos andando entre a multidão do East End
de Londres. Nico e eu finalmente chegamos à biblioteca. Nico não
perdeu tempo, e ao entrar correu imediatamente para o corredor de
biologia, me deixando sozinha.
Querendo ter certeza de que ele estava bem, o segui até a seção de
biologia e o encontrei em um canto, sentado em um dos muitos pufes,
lendo um livro grande e grosso, enquanto vários outros livros
repousavam ao seu lado, em uma pequena mesa.
— Parece que você tem uma obsessão por biologia, — eu comentei, ao
observar Nico lendo sobre o coração.
Querendo ter certeza de que ele estava bem, o segui até a seção de
biologia e o encontrei em um canto, sentado em um dos muitos pufes,
lendo um livro grande e grosso, enquanto vários outros livros
repousavam ao seu lado, em uma pequena mesa.
— Parece que você tem uma obsessão por biologia, — eu comentei, ao
observar Nico lendo sobre o coração.
Sempre que nós dois íamos à biblioteca. Nico optava por ler livros de
ciências, especialmente biologia, o que eu achava estranho e
impressionante, já que um garoto da idade dele geralmente preferiria ler
sobre super-heróis e outras coisas menos técnicas.
Sempre que nós dois íamos à biblioteca. Nico optava por ler livros de
ciências, especialmente biologia, o que eu achava estranho e
impressionante, já que um garoto da idade dele geralmente preferiria ler
sobre super-heróis e outras coisas menos técnicas.
— Eu quero ser médico, Alice. E por isso preciso estudar muito, para
poder ajudar pessoas com doenças cardíacas. Então ninguém terá que
ficar em casa por causa de um coração ruim, — ele respondeu, com um
olhar determinado em seus olhos.
Lágrimas indesejadas queimaram meus olhos ao ouvir a resposta do
meu irmão. Sua condição cardíaca o afetava muito, tanto fisicamente
quanto emocionalmente, e eu não podia fazer nada a respeito.
Piscando meus olhos rapidamente para impedir que as lágrimas
caíssem, levei minha mão ao meu colar e comecei a mexer nele. — Você
fica aqui e lê. Eu vou fazer uma pesquisa, ok?
— Ok. mas por favor, podemos ficar aqui por algumas horas? Eu
quero ler um pouco aqui. — Nico pediu.
Eu balancei a cabeça com um sorriso. — Vamos embora quando você
quiser, — respondi, depois me virei e fui até o caixa.
— Olá, algum dos computadores está disponível? — Perguntei a bela
mulher de cabelos escuros sentada atrás da mesa, que digitava no
teclado.
— Claro, existem alguns computadores que são gratuitos. Você pode
ir lá ver, — ela respondeu educadamente.
— Obrigada. — Eu me virei e caminhei até a área onde ficavam os
computadores. Lá havia muitos aparelhos, dispostos cinco em cada mesa,
e cada computador com seu próprio mini cubículo.
O que era ótimo, já que eu teria total privacidade.
Quando encontrei um cubículo vazio, sentei-me na cadeira giratória
e liguei o computador. Assim que abri a guia da Internet, procurei
apressadamente por empregos lucrativos online.
Eu preferiria conseguir um emprego online, para poder trabalhar de
casa. Dessa forma, eu não teria que deixar Nico sozinho e poderia cuidar
dele.
Quando liguei o computador eu estava cheia de esperança, mas
depois de pesquisar quase cinquenta links, comecei a perdê-la. Nenhum
trabalho online estava pagando mais do que eu já ganhava trabalhando
no bar e no posto de gasolina.
Mesmo que eu conseguisse optar por um emprego online, percebi
que não conseguiria trabalhar direito devido aos meus horários
estranhos nos outros dois empregos. No entanto, continuei pesquisando
link após link, orando a Deus para que eu encontrasse um bom emprego.
— Ei, Alice? — A voz de Nico me assustou. Olhei para a minha direita
e vi Nico parado com os braços cruzados sobre o peito.
— Sim, o que é? Você está bem?, — eu perguntei, preocupada.
— Sim. eu só queria dizer que acho que é hora de ir. Seu turno vai
começar logo, — ele me disse.
Olhando para o meu relógio de pulso, xinguei baixinho. Fazia cinco
horas desde que Nico e eu havíamos chegado na biblioteca, e ele estava
certo: meu turno no posto de gasolina estava prestes a começar.
Desliguei o computador apressadamente, me levanteie peguei a
mochila. — Você pegou algum livro emprestado?, — eu perguntei ao
Nico.
Ele assentiu. — Sim. eles estão no caixa, — disse.
Peguei sua mão e fomos até o caixa, onde a mulher estava verificando
o último livro, para então colocá-lo sobre a pilha já grande de livros. Sem
dizer nada, abri o zíper da mochila e coloquei os oito livros gordos dentro
dela.
Uma vez que todos os livros estavam guardados, fechei o zíper da
mochila e coloquei-a nas costas, certificando-me de não deixar ninguém
perceber o quão desconfortável eu estava com aquela bolsa pesada. Nos
despedindo da bibliotecária, Nico e eu saímos da biblioteca.
A multidão havia diminuído consideravelmente durante essas cinco
horas. Poucas pessoas eram vistas vagando pelas, mas o que tomou
desnecessário segurar a mão de Nico.
Apesar disso, fiz questão de fazer Nico andar o mais perto possível de
mim. Eu não podia arriscar que ele andasse muito longe: sua doença
cardíaca havia me transformado em uma bagunça, sempre ansiosa e
preocupada.
Chegamos ao nosso apartamento em menos de vinte minutos.
Destrancando a porta da frente, corri para dentro e coloquei a mochila
no quarto de Nico. Eu não queria que ele carregasse nem um pouco
daquele peso.
Se eu colocasse a mochila em seu quarto, Nico poderia simplesmente
abrir seu zíper e ler o livro que quisesse. Se algum dia eu ficasse rica,
compraria uma estante para o Nico, onde ele poderia colocar seus livros e
outras bugigangas que quisesse.
Movendo meus ombros para aliviar a dor. sai do quarto de Nico e fui
até a cozinha preparar seu jantar. Eu ainda tinha uma hora antes de meu
turno realmente começar, o que era o suficiente para fazer uma sopa
italiana de vegetais.
Minha vontade era fazer para Nico algo como um hambúrguer
grelhado, o que seria mais fácil e rápido, mas não seria bom para o seu
coração, e eu nunca colocaria a saúde do Nico em risco somente para
tomar minha vida mais fácil.
A campainha tocou enquanto eu cortava os legumes. Eu fiz uma
careta, sentindo curiosidade florescer dentro de mim. Quem nos visitaria
a esta hora? Não era hora do leiteiro ou do proprietário chegarem, então
quem poderia estar na porta?
Eu abaixei a faca e estava prestes a ir ver quem era. mas Nico chegou
antes de mim.
— Nico. quem é... — Minhas palavras morreram na minha garganta
quando eu vi os homens parados na soleira do meu apartamento.
Gideon Maslow - junto de seu irmão e do homem mais velho, que
presumi ser seu pai - estava parado na porta do meu apartamento,
parecendo tão fatal quanto antes, com seus olhos indecifráveis.
— Uau. você é ainda mais baixa do que eu pensava, — comentou o
irmão de Gideon.
Ignorando seu comentário, voltei minha atenção para Gideon. — E-
está tudo bem?
— Você não vai nos convidar para entrar, mocinha?, — o pai de
Gideon perguntou.
Minhas bochechas esquentaram de vergonha. — Claro, minhas
desculpas. Por favor, entrem, — eu disse educadamente.
Todos os três homens entraram no apartamento e Nico fechou a
porta. — Alice, você conhece essas pessoas?, — Nico perguntou.
— Sim, eu conheço. Nico. Por que você não vai para o seu quarto
enquanto eu converso com eles?, — eu disse.
— Você está em perigo?, — ele perguntou ansiosamente.
— Não, não, de jeito nenhum. Eu só preciso falar com eles sobre algo
importante, só isso. Vou te chamar assim que eles forem embora, —
respondi.
— Tudo bem. mas você me chame se estiver em perigo, — afirmou.
Eu vou, — respondi.
— Promessa?, — ele ergueu o dedo mindinho.
Ligando meu dedo mindinho com o dele, sorri. — Promessa.
Satisfeito, Nico entrou em seu quarto, fechando a porta suavemente
atrás de si. enquanto eu fui para a sala onde Gideon estava sentado com
os outros dois homens.
— Então, docinho, qual sua altura? Um e quarenta e cinco, um e
meio?, — o irmão de Gideon perguntou.
— Tenho um metro e meio, — afirmei. — Vocês gostariam de algo
para beber?, — eu perguntei, não esquecendo meus modos.
— Não. vá fazer as malas, — ordenou Gideon. fixando seus olhos
verde-mar nos meus. Meu coração deu um salto quando Gideon me
encarou, seus olhos querendo que eu me submetesse.
— Por quê? — Eu questionei, sentindo o medo percorrer minha
espinha. Se ele pensava em me separar do meu irmão, então ele que
pensasse de novo.
— Porque eu mandei. — Gideon declarou de forma direta.
Eu balancei minha cabeça. — Sinto muito, senhor Maslow, mas não
farei nada do que você me disser caso eu não receba uma resposta
adequada e razoável, — declarei.
Os olhos de Gideon endureceram, parecendo pedras verdes. — Faça o
que eu digo, — ele ordenou.
— Primeiro me dê uma razão válida, — eu exigi.
— Uau. como você é obstinado, — interrompeu o irmão de Gideon.
— Cale a boca, Kieran, — Gideon estourou. Oh. então esse era o seu
nome. Eu gostava do Kieran. Ele não era tão intimidante quanto Gideon.
Eu me perguntei onde estava o outro irmão, mais jovem.
Levantando-se, Gideon caminhou até ficar a apenas alguns
centímetros de distância mim. Eu levantei minha cabeça para olhar em
seu rosto. Eu não estava usando salto alto, e Gideon se ergueu sobre
mim, fazendo eu me sentir vulnerável.
— Vá e faça suas malas, bonitinha. Não vou te dizer de novo, — ele
declarou em um tom sombrio, ameaçador.
— Por quê? — Eu questionei, não me deixando intimidar. Eu não era
sua escrava. Ele precisava me dar um motivo antes que eu fizesse
qualquer coisa que ele pedisse.
Então, suas próximas palavras fizeram meus olhos se arregalarem em
choque:
— Estamos nos casando.
Capítulo 3
— Estou te dizendo, senhor Maslow, que não vou me casar com você
caso você apenas queira se casar comigo por pena. Eu já disse que não
sou um caso de caridade, então, por favor, não perca seu tempo comigo.
Tenho certeza de que você tem outras garotas para entrevistar, —
falei, querendo que os três milionários sentados no meu sofá fossem
embora.
Sua presença autoritária e imponente na minha sala de estar fez com
que eu me sentisse um pouco claustrofóbica.
Homens com a presença de Gideon Maslow pareciam deslocados no
meu apartamento. Homens como Gideon pertenciam a grandes
mansões, não a apartamentos minúsculos e apertados.
— Estou dizendo que quero me casar com você, e não é por pena, —
afirmou ele, olhando para mim.
— Por quê? Há poucas horas você me disse que eu não tinha classe ou
status. insultando não apenas minha situação financeira, mas também
meus genes, e agora você me diz que quer se casar comigo?
Você está ciente de como isso soa ridículo?, — eu bufei, franzindo a
testa para o rico gigante parado na minha frente... um gigante lindo.
— Naquele momento eu achei que você não fosse o tipo de mulher
para casar, mas agora eu acho. Então vá e faça suas malas. Vamos nos
casar em três dias, — declarou Gideon suavemente, como se eu
concordasse com sua constante mudança de decisões.
— Não, eu me recuso a me casar com você, — afirmei, cruzando os
braços sobre o peito.
— Como assim? — Gideon pareceu surpreso. — Você não pode se
recusar a se casar comigo. Você veio até mim. me pedindo em casamento,
— ele disse, fechando a cara.
— Naquele momento eu queria me casar com você por causa do
dinheiro para a cirurgia do meu irmão, mas agora não quero me casar
com você, — respondi friamente.
Kieran riu atrás de Gideon. — Caramba, você é tão pequenininha,
mas tem um ego enorme, — Kieran falou.
— Eu não tenho um ego enorme. Eu só tenho um tipo, e seu irmão
não faz o meu, — respondi.
— Então você queria se casar com meu irmão somente pelo dinheiro?,
— Kieran questionou, sorrindo entretido.
— Sim. eu já disse isso, — respondi.
— Então e agora, como você vai conseguir o dinheiro?, — ele
perguntou.
— Eu não vejo como isso é da sua conta, — eu devolvi, irritada. A
verdade é que eu não tinha ideia de onde conseguiria o dinheiro para a
cirurgia do meu irmão, mas também não me casaria com alguém que
pensava que eu era um caso de caridade.
E não acreditei em Gideon quando ele disse que mudou de ideia,
porque homens como Gideon não mudavam de ideia por mero capricho.
Devia haver uma razão sólida por trás disso.— Então, em outras palavras, o que você está dizendo é que você não
tem dinheiro para a cirurgia de seu irmão, e que você se recusa a se casar
com Gideon. alguém que pode facilmente te fornecer suporte financeiro,
— disse Kieran.
— Uau, não só você é baixinha e egocêntrica, mas você também é
egoísta e burra. Gideon. você ainda tem certeza que quer se casar com
ela?, — Kieran perguntou a Gideon. que estava parado na minha frente
com seus olhos colados no meu rosto.
Kieran estava começando a me irritar, e eu estava a ponto de gritar
com ele e mandá-lo embora do meu apartamento, mas meus malditos
modos me impediram.
— Eu não sou egoísta, — eu concluí olhando para Kieran, que estava
sentado no sofá com um sorriso malicioso em seu rosto.
— Pelo contrário, cogumelinho, você é. Você é tão egoísta que está
rejeitando uma proposta perfeitamente boa só porque você não sabe
lidar com a rejeição, em vez de pensar em seu irmão, que pode ter uma
vida melhor se você simplesmente engolir seu orgulho e se casar com
Gideon.
Você nos disse que mudou de ideia. Se isso não é egoísmo,
cogumelinho, então me diga o que é.
— Em primeiro lugar, nunca mais me chame de cogumelinho, e em
segundo lugar, cale a boca. Você não me conhece, e não tem o direito de
me julgar pelas minhas decisões.
A cirurgia de Nico é problema meu. e onde eu vou conseguir o
dinheiro também é. então fique fora disso, — eu sibilei. meus olhos se
estreitando em Kieran. que não pareceu se abalar.
— Algumas pessoas são tão burras, né.
Gideon?, — Kieran riu. recebendo outro olhar furioso meu.
— A solução para os seus problemas está bem na frente delas,
literalmente batendo na porta, e tudo com o que essas pessoas se
importam é seu orgulho. Espero que saibam que o orgulho precede a
queda.
Sem pensar, avancei na direção de Kieran. com a real intenção de
estrangular aquele babaca julgador, mas um braço forte em volta da
minha cintura me impediu.
— Me solta. Eu vou matá-lo!, — eu gritei, lutando contra o braço que
me segurava.
— Pare com isso, — Gideon ordenou, e então me voltou ao meu lugar
de origem e se pôs na frente de Kieran. protegendo-o.
Respirei fundo e me recompus, porém não tirei os olhos de Kieran. —
Agora, o que ele disse é verdade. Por que você não pode simplesmente
aceitar e fazer suas malas, como uma boa menina?, — Gideon perguntou.
— Porque eu não consigo entender como, de todo o Reino Unido,
você quer se casar comigo. Sendo que você pode ter a garota que quiser.
Sendo que há centenas de garotas tendo cãibras na bunda por ficarem
sentadas na sua sala de espera, esperando sua entrevista. Por que diabos
você quer se casar comigo?, — eu falei de prontidão.
— Você quer uma resposta para tudo?, — Gideon perguntou.
— Sim, — eu disse.
— Bem, você não vai ter uma. Agora vá e faça as malas. Este
apartamento está me deixando claustrofóbico. — Gideon desabotoou a
camisa.
— Nesse caso, eu não vou fazer minhas malas, — eu disse.
A porta do quarto de Nico se abriu e Nico saiu de lá. Depois que ele
olhou para os três homens, seu olhar pousou em mim. — Alice, está tudo
bem?
— Sim. Nico, está tudo perfeitamente bem, — eu respondi de
imediato, caminhando até ele.
— Eu ouvi você gritando. Você está bem? Eles machucaram você?, —
Nico perguntou, olhando para os homens.
— Não se preocupe, estou perfeitamente bem. Só me surpreendi com
algo que Gideon disse, e acabei gritando, — eu o tranquilizei, me
encolhendo com a mentira medonha.
— O que ele disse que te surpreendeu tanto?. — Nico perguntou.
Eu balancei minha cabeça mentalmente. Nico fazia muitas perguntas.
E às vezes essas perguntas me incomodavam, tipo agora.
— Nós dissemos à sua irmã que você vai poder fazer a cirurgia para
consertar seu coração, — respondeu Gideon.
Suas palavras me fizeram fechar os olhos. O cara não tinha ideia de
quando manter a boca fechada. Ele estava dando falsas esperanças ao
Nico, o que apenas me traria mais problemas.
Com olhos esperançosos, Nico olhou para mim. e a culpa apunhalou
meu coração quando percebi que teria que anunciar serem falsas as
afirmações de Gideon. o que quebraria seu já frágil coração.
— É verdade, Alice? Ele disse que pode consertar meu coração?, —
Nico perguntou, cheio de esperança.
Eu estava prestes a dizer que não, quando
Kieran falou. — Sim. é verdade, mas sua irmã não concorda..
Xingando baixinho, virei minha cabeça para encarar Kieran. A
ousadia desses homens! Usando meu irmão contra mim! Eu percebi o
que eles estavam fazendo.
Ao falar para o Nico que ele poderia fazer a cirurgia. eles estavam
usando meu irmão para me forçar a concordar com o casamento com
Gideon. A esperança nos olhos de Nico se despedaçou conforme uma
carranca marcou sua testa. Meu coração se partiu ao ver a expressão em
seu rosto. — Por que, Alice? Você não quer que eu melhore?, — Nico
questionou.
— Não, não, isso não é verdade..., — minha voz desapareceu, sem
palavras. Não havia desculpa que eu pudesse dar ao Nico que explicasse a
razão de eu não concordar com isso tudo. Malditos babacas arrogantes.
— Então você concorda em fazer minha cirurgia, certo?, — Nico
perguntou com um sorrisinho, a esperança de volta em seus olhos.
— Aham, sim. claro que sim, — eu disse hesitante. — Por que você
não vai para o seu quarto enquanto eu resolvo isso com os homens, hein?
— Eu realmente queria que Nico fosse embora para que eu pudesse falar
a Gideon o que eu pensava dele.
— OK. — Nico deu um beijo na minha bochecha e correu de volta
para seu quarto, fechando a porta.
Eu me virei, lançando aos três homens o olhar mais peçonhento que
consegui, sentindo a irá crescer em meu coração. Esses desgraçados
manipuladores haviam passado do limite! Agora eu não seria mais a
garota legal.
— O que houve, fadinha? Tudo bem?, — Gideon perguntou com um
sorriso vitorioso.
— Você vai pagar por isso, — eu sibilei, minhas unhas cravadas em
minhas palmas.
— Claro que vou, afinal eu vou te fornecer suporte financeiro,
bonitinha. Não se preocupe, — respondeu ele.
— Vou acabar com a sua vida, — ameacei.
— Ah, pombinha, que tal ser uma boa menina e ir fazer suas malas?,
— Gideon disse, claramente nada perturbado pelas minhas ameaças.
Suas palavras acenderam um fusível dentro de mim. A raiva fervente
atingiu seu pico e começou a fluir como lava derretida, aquecendo meu
interior.
— Seu filho da..., — eu gritei, mas fui interrompida por uma voz
estrondosa.
— Silêncio!
O pai de Gideon. que estava em silêncio desde o momento em que
eles entraram, levantou-se do sofá e caminhou até o lado de Gideon.
De repente, percebi exatamente o quão pequena eu realmente era. E
eu tinha dois homens fortes parados na minha frente, me encarando.
— Você está se esquecendo qual o seu lugar. Você está
descaradamente desobedecendo meu filho, e não vou tolerar isso. Faça o
que ele diz e vá fazer suas malas, porque, acredite em mim, se você me
deixar com raiva, saiba que vou esmagá-la, — o senhor Maslow ameaçou.
— Pai, você não precisa ameaçá-la. Ela vai fazer as malas. Não a
assuste, — alegou Gideon ao pai.
— Se ela vai ser sua esposa, ela precisa saber o que é esperado dela, e
essa demonstração ruidosa de desrespeito vai custar caro para ela no
futuro, — disse Maslow.
Nesse momento eu já tinha lágrimas em meus olhos. Minha coragem
e minha força me abandonaram quando os três homens me
encurralaram. Enquanto dois deles me encaravam, o outro estava apenas
sentado, parecendo relaxado.
Não havia saída. Eles colocaram meu próprio irmão contra mim.
usando suas esperanças e desejos contra mim. Eu estava arrependida de
ter ido para a entrevista. Eu não sabia que acabaria sendo coagida ao
casamento.
— Gideon, você pode encontrar outras mulheres, mulheres melhores.
Não perca seu tempo comigo, — eu disse, tentando ao máximo
convencer Gideon a mudar de ideia. Era irônico como, há algumas horas,
era eu quem estava pronta para convencer Gideon a se casar comigo.
— Eu não quero encontrar nenhuma outra mulher. Já me decidi. Você
vai ser minha esposa, pequenina, — ele respondeu suavemente,
aproximando-seaté ficar a poucos centímetros de mim.
— Eu não serei uma boa esposa para você. Você nunca vai ser feliz
comigo, — eu disse desesperadamente, agarrando-me a qualquer
possibilidade.
— Isso ainda está a ser confirmado. Por hora, vá fazer as malas. —
Meu Deus, ele não se cansa de ficar repetindo a mesma coisa?
Percebendo que não havia mais nada que eu pudesse fazer para
convencê-lo, só consegui pensar em uma coisa.
— Eu vou me casar com você, mas com uma condição, — eu disse.
— E qual é essa condição, fadinha? — Gideon perguntou, com um
sorrisinho formando-se em seus lábios.
— Você afirmou no anúncio que pagará um milhão de libras no final
do ano, quando o contrato terminar, certo?
Ele assentiu.
— Bem, eu quero o dinheiro agora. Só então vou me casar com você,
— afirmei.
— Desculpe, pombinha, mas não posso fazer isso, — respondeu
Gideon, balançando a cabeça.
— Por que não?
— Como eu saberia que você não vai fugir com o dinheiro?
— Eu não vou. Você pode confiar em mim, — eu disse.
— Não. Desculpe, pequenina, mas você vai ter que esperar um ano
pelo dinheiro, — disse Gideon.
— Cinquenta por cento, — negociei.
— O quê?, — Gideon perguntou.
— Me dê metade do valor agora e metade quando o contrato
terminar, — falei.
Gideon deu um suspiro ruidoso. — Tudo bem, vou pagar a você
metade do valor quando nos casarmos e metade quando o contrato
terminar, — respondeu ele.
— Combinado.
Senti como se um enorme fardo tivesse sido tirado de meus ombros.
Agora eu teria dinheiro para a cirurgia de Nico, o que significava que eu
não precisaria mais trabalhar duro para comprar remédios para o meu
irmão.
Agora ele faria sua cirurgia e seria capaz de viver a vida normal de
uma criança de dez anos.
— Vá conversar sobre isso com seu irmão enquanto preparamos o
contrato para você assinar, — sugeriu o senhor Maslow.
Assentindo discretamente, corri para o quarto de Nico. Encontrando
a porta destrancada, eu rapidamente entrei e fechei a porta atrás de mim.
Nico estava deitado em sua cama, lendo um livro.
Quando ele me viu, fechou o livro e o colocou na mesa de cabeceira.
— Nico, você sabe quando os homens na sala disseram que iriam nos
ajudar a fazer sua cirurgia?, — eu comecei. Nico assentiu com a cabeça,
dando-me sua atenção completa.
— Bem. eu preciso casar com um deles para que isso aconteça, — eu
disse. Eu não tinha certeza se Nico entenderia, afinal ele era apenas uma
criança.
— Se você não se casar com ele, eu não vou poder fazer minha
cirurgia?, — a tristeza no tom de sua voz solidificou minha decisão.
Agora, independente do que acontecesse, eu me casaria com Gideon e
conseguiria o dinheiro para a cirurgia de Nico. Não suportava mais vê-lo
triste.
— Sim. — No entanto, eu precisava dizer a ele a verdade.
— Você o ama? — Nico perguntou.
— Se você não se casar com ele, eu não vou poder fazer minha
cirurgia?, — a tristeza no tom de sua voz solidificou minha decisão.
Agora, independente do que acontecesse, eu me casaria com Gideon e
conseguiria o dinheiro para a cirurgia de Nico. Não suportava mais vê-lo
triste.
— Sim. — No entanto, eu precisava dizer a ele a verdade.
— Você o ama? — Nico perguntou.
— Sim. amo — eu menti, sorrindo para ele. Se meu irmão descobrisse
que esse casamento era arranjado, ele me diria para eu não me casar com
Gideon e teria seus sonhos destruídos.
— Então case com ele. — Nico disse com um sorriso. Esse sorriso era
a razão de eu ainda estar lutando contra o mundo. E esse sorriso era a
razão de eu aceitar me casar com Gideon.
— Ok, obrigada, — eu disse.
Bagunçando seu cabelo, saí do quarto de Nico e voltei para a sala de
estar, onde o senhor Maslow, Gideon e Kieran estavam sentados no sofá,
com uma maleta preta aberta, que continha vários tipos de papéis.
Gideon tinha um documento em suas mãos.
— Este é o contrato. Assine-o e nos casaremos em três dias. — Gideon
me disse quando me sentei ao seu lado. Ele me entregou o documento,
permitindo que eu examinasse seu conteúdo.
Sem pressa, analisei cuidadosamente o contrato. Afirmava que eu
deveria dar a Gideon um herdeiro dentro de um ano: caso contrário eu
não receberia a quantia prometida.
Fora isso, eu precisaria comparecer a todos os eventos para os quais
Gideon fosse convidado, e teria que dar o meu melhor para ser a esposa
perfeita.
Quando o contrato acabasse, eu ficaria livre para namorar outros
homens, mas antes disso precisaria ser fiel a Gideon.
Além disso, depois que o bebê nascesse e o contrato terminasse, a
escolha de fazer parte da vida do bebê ou não. seria minha: caso eu
decidisse participar de sua vida, eu teria que ir ao tribunal e entrar com
uma ação de guarda conjunta.
Se eu não fizesse isso, o bebê seria de Gideon.
— Você não falou que metade da quantia seria paga agora, — eu disse
a Gideon.
— Sim, porque você acabou de me dar essa condição. Você receberá
um contrato revisado amanhã, mas por enquanto assine aqui, —
respondeu Gideon. apontando para uma linha pontilhada.
— Como posso ter certeza que você não está mentindo? — Eu
questionei.
— Porque eu nunca quebro minha palavra. Além disso. Kieran ficará
com você esta noite, até que o novo contrato seja feito, para então você
assiná-lo. Mas por enquanto assine este, pois quero a garantia de que
você não vai desistir, — respondeu Gideon.
Suspirando profundamente, estendi minha mão. — Me dê uma
caneta.
Gideon imediatamente me entregou uma caneta-tinteiro cara, de
prata e com algum tipo de assinatura na tampa. Sem pensar duas vezes,
tirei sua tampa e assinei meu nome. Eu assinei dando minha vida aos
outros. Eu assinei me dando aos outros.
Capítulo 4
— Tem certeza de que está bem aqui?, — perguntei a Kieran
enquanto ele examinava meu quarto.
— Sim. cogumelinho, está perfeito. — Ele abriu as mãos, gesticulando
para o meu quarto.
— Desculpe, não está de acordo com seus padrões, — eu me
desculpei, brincando com meu colar.
— Você está zoando, né?. — Kieran me olhou incrédulo. — Está
ótimo. Eu gostei mesmo do quarto, — ele me disse.
— Tá bom então. Você deveria dormir um pouco, — eu disse
suavemente para Kieran.
— E você, onde vai dormir?, — Kieran me perguntou assim que me
virei para sair do quarto.
— Vou dormir no sofá... na sala, — respondi, esperando para ver se ele
me faria mais perguntas.
— Certo, boa noite, — disse Kieran, dispensando-me.
Tomando isso como minha deixa para ir embora, saí do meu quarto,
que seria ocupado por Kieran durante a noite.
Gideon e seu pai foram embora logo depois que eu assinei o contrato
e Gideon falou que Kieran ficaria em meu apartamento até a manhã
seguinte, quando o novo contrato chegaria.
Já que meu apartamento tinha apenas dois quartos, sendo um do meu
irmão e outro meu. eu precisei deixar Kieran dormir no meu quarto esta
noite.
E ele era. apesar de tudo, um convidado, eu não o faria dormir no
sofá. Minha mãe me educou bem.
Correndo até o quarto de Nico. entrei e fui direto para seu armário.
Ouvindo o som de água correndo, eu soube que Nico estava no banheiro,
provavelmente escovando os dentes.
Voltando à tarefa em questão, abri as portas duplas do armário e
peguei uma cadeirinha, que Nico usava para vários fins, e usei-a para
chegar mais alto.
Assim que minha mão alcançou o topo do armário, tirei alguns
cobertores de lã e fechei suas portas.
— O que você está procurando?, — Nico me perguntou, saindo de
pijamas do banheiro.
— Eu só vim aqui para pegar os cobertores. Além disso, é hora do seu
remédio. Olha, eu te trouxe um copo de leite. — Fiz um gesto para o
copo de leite na mesa de cabeceira de Nico.
Sem dizer nenhuma palavra, Nico arrastou-se até sua cama e
rapidamente se enfiou sob as cobertas. Eu me sentei na beira de sua
cama, e entreguei a ele o copo de leite e os comprimidos.
Nico pegou os comprimidos, os colocou na boca e os engoliu com
leite.
Embora eu sentisse orgulho do fato de meu irmão de dez anos
conseguir engolir comprimidos sem vomitar, ficava triste pelo fato de ele
ter precisado aprender a arte de tomar comprimidos tão jovem.
Lembro-me de como foi difícil, noinício, quando o médico receitou a
Nico comprimidos. Eu tinha que agir como o Ben10 para convencer Nico
a tomar os comprimidos.
— Eu não gosto dessas pílulas, — Nico murmurou depois de terminar
o copo de leite e entregá-lo para mim.
Meu coração se partiu em solidariedade ao meu irmão. Eu não
gostava de dar os comprimidos a ele mais do que ele gostava de tomá-los.
Mas isso tinha que ser feito. Pela sua saúde.
— Eu sei. mas logo você não precisará mais tomar os comprimidos, —
eu garanti a ele. com um sorrisinho.
— Eu queria que você se casasse logo para eu não precisar mais tomar
essas pílulas, — Nico disse, cobrindo minha mão com a sua. enquanto eu
segurava seus cobertores de lã.
— Não se preocupe. Vou me casar em três dias, e então você fará sua
cirurgia, — eu respondi, querendo acalmar as preocupações de meu
irmão.
— Aí eu não vou mais ter que tomar esses comprimidos, né?, — Nico
perguntou, esperançoso.
— Isso mesmo. — Eu balancei minha cabeça. — Agora vá dormir. Está
ficando tarde.
Com um sorriso, Nico deitou-se e eu puxei o cobertor grosso até seu
queixo. Beijando sua testa, me levantei e acendi a luz noturna.
Com um sorriso rápido na direção de Nico. que já estava quase
dormindo, saí de seu quarto, certificando-me de deixar a porta
entreaberta.
Colocando os cobertores no sofá, amimei as almofadas no braço do
sofá e deitei nele. Me cobrindo rapidamente com meus cobertores de lã.
fechei meus olhos e me preparei para dormir.
No entanto, o frio intenso da noite me impediu de cair no sono.
Em vez disso, me fez bater os dentes e me deu arrepios de trincar os
ossos, fazendo-me desejar o conforto e o calor do meu cobertor, sob o
qual Kieran estava dormindo.
Depois de algumas horas ouvindo meus dentes batendo, saí de baixo
dos cobertores e me levantei. Esfregando os olhos com as costas das
mãos, segurei um bocejo. Levantando, fiz meu caminho até o quarto de
Nico para pegar um par de meias e luvas de lã.
Se eu não colocasse mais um par de meias e um par de luvas, tinha
certeza de que não dormiria esta noite.
Indo em silêncio em direção ao armário que continha as roupas de
Nico, eu abri lentamente sua porta e procurei um par de luvas e de meias,
que encontrei rapidamente.
Então, fechando o armário, saí do quarto de Nico.
Vestindo apressadamente as meias e as luvas nos pés e nas mãos,
voltei para a cama e mais uma vez para tentar dormir.
Desta vez. porém, consegui ir às terras dos sonhos e pesadelos, apesar
do esforço. Mesmo assim, eu estava agradecida.
***
— Bom dia, cogumelinho, — Kieran cumprimentou, bocejando de
boca aberta e fazendo-me fechar a cara.
— Dá pra parar de me chamar assim?, — murmurei, colocando os
pratos no balcão da cozinha para Nico e Kieran.
— Não dá. porque eu gosto de te chamar de cogumelinho, e quando
eu gosto de algo, não deixo de gostar, — respondeu ele. sentando-se em
uma das cadeiras.
— Certo, mas isso me irrita, — reclamei, voltando a bater os ovos.
— Você vai se acostumar com isso. Todo mundo se acostuma, — ele
respondeu, apoiando os braços cruzados sobre o balcão.
— Eu duvido, — eu murmurei baixinho enquanto colocava os ovos
batidos na frigideira.
— O que tem para o café da manhã?, — Kieran perguntou enquanto
enviava uma mensagem de texto em seu telefone.
Ovos mexidos, pão e bacon, tudo bem? Posso fazer outra coisa, se
quiser.
Apesar das circunstâncias malucas em que Kieran estava hospedado
em casa, eu não queria servir a ele algo que ele não gostasse. Afinal, ele
era um convidado.
— Sim. ótimo. Onde está o seu irmão?, — Kieran perguntou,
procurando por Nico.
— Está no banheiro. Eu já o acordei, então ele estará aqui em alguns
minutos — eu respondi, completamente focada em minha tarefa.
— Hm. como você dormiu? — ele perguntou.
Franzindo a testa, olhei para Kieran com olhos curiosos. — Kahn...
Bem. dormi bem, — respondi, embora não fosse exatamente a verdade.
— Você se mexeu muito. Eu acho que você dormiu só depois das 2 da
manhã, na noite passada, — ele afirmou, fazendo eu me perguntar como
ele poderia saber disso. Será que eu não tinha ficado tão quieta quanto
pensei?
— Eu não sabia que você tinha audição canina. Que horas você
dormiu?, — eu perguntei sorrindo para ele.
— Eu dormi cedo, mas acordei com o som de você se mexendo.
Tenho o sono leve e também uma audição muito boa, — respondeu ele.
— Bem, sinto muito por ter te incomodado ontem à noite, — eu
disse, me sentindo um pouco culpada por ter atrapalhado o sono do meu
convidado.
— Não sinta. Aliás, por que você estava andando pelo apartamento
tão tarde da noite?, — Kieran perguntou com um sorriso agradável.
Peguei o prato que estava na frente de Kieran para servi-lo, e em
seguida o devolvi com bacon, ovos e pão. — Eu precisava checar se Nico
estava bem.
Eu o checo duas ou três vezes todas as noites, então... — eu disse,
voltando minha atenção ao café da manhã de Nico.
— Você cuida muito bem de Nico, muito bem mesmo, — ele afirmou,
me arrancando um sorriso triste.
— Eu amo cuidar do meu irmão. Ele é minha única família, —
expliquei.
— E de você, quem cuida?, — Kieran perguntou.
Balançando minha cabeça, eu sorri. — Eu não preciso que ninguém
cuide de mim. Me cuido muito bem sozinha, inclusive faço isso há anos,
— respondi.
— Bom dia, Alice, — Nico me cumprimentou com um sorriso,
sentando-se em uma das cadeiras restantes.
— Bom dia, como você está? — Eu sorri para Nico. colocando seu
prato de café da manhã na sua frente.
— Bem, — Nico respondeu. — Tudo bem com o senhor? — ele
perguntou a Kieran.
— Estou bem. jovem. — Kieran respondeu com um sorriso.
Assim que me virei para preparar meu próprio café da manhã. a
campainha tocou. Me perguntando quem poderia estar me visitando tão
cedo pela manhã. saí da cozinha e fui abrir a porta.
— Bom dia. Alice. — A voz profunda e macia de Gideon fez com que
meus joelhos vacilassem. Piscando meus cílios, forcei os dentes para
impedir que meu queixo caísse.
Gideon estava lindo no seu terno de três peças, com seu cabelo bem
penteado e seus sapatos perfeitamente lustrosos. Ele segurava uma pasta
azul nas mãos, que presumi ser o novo contrato.
— Bom dia, por favor, entre. — Afastei-me para que Gideon pudesse
entrar, enquanto mandava meu coração desacelerar.
Assim que ele entrou, fechei a porta e voltei à cozinha para continuar
o café da manhã.
— Você está servido? — Perguntei educadamente a Gideon.
— Sim, — ele respondeu.
Acenando com a cabeça, eu rapidamente preparei ovos, bacon e pão
para Gideon. Assim que coloquei o prato de comida na frente de Gideon.
percebi que tinha acabado o bacon e os ovos.
— Este é o novo contrato. Assine. — Gideon ordenou, empurrando o
arquivo para mim.
— Eu vou assinar. Coma seu café da manhã, — eu respondi.
Abrindo a pasta, examinei rapidamente o conteúdo revisado do
contrato, e estendi a mão pedindo uma caneta, que Gideon
imediatamente me entregou.
Dando a Nico um olhar disfarçado, rabisquei apressadamente minha
assinatura sobre as linhas pontilhadas e, fechando o arquivo, entreguei-o
a Gideon, que o pegou em silêncio e começou a comer.
Pegando duas fatias de pão, espalhei geleia de manga nelas, as juntei e
dei uma mordida. Eu já tinha engolido metade do meu sanduíche
quando a voz de Gideon trovejou pelo meu apartamento, me fazendo
derrubar o sanduíche.
— O que você está fazendo?, — ele perguntou, irritação desfigurando
seu rosto.
— Kahn... Tomando café da manhã?, — falei como uma pergunta,
embora eu estivesse afirmando.
— Isso é tudo que você vai comer? — Gideon questionou horrorizado,
fazendo-me imaginar o que havia de errado em comer pão com geleia.
— Sim? — Outra pergunta. Caramba, eu precisava parar de fazer isso.
Gideon levantou-se e caminhou até
mim. Segurando meu braço. Gideon me conduziu até sua cadeira e
me forçou a sentar. Dando-me a faca e o garfo, ele ordenou: — Coma
isso. Não é à toa que você é tão pequena e magra.
— Não, esse prato eu fiz para você. Posso fazer outra coisa para mim,
— disse a Gideon. que parecia se edificar sobre mim.
— Não, coma isso. Você precisade nutrição. Você é muito fraca,
afirmou.
— Mas e você, o que vai comer? — Eu não deixaria que ele fosse
embora sem comer.
— Isso não é da sua conta. Apenas faça o que eu digo e coma logo, —
ordenou Gideon.
— Tá bom. — Peguei uma garfada de ovos e levei à boca... — E eu não
sou desnutrida nem fraca, — eu disse.
— Sim. você é, — Kieran entrou na conversa. Claro que ele nunca
ficaria do meu lado.
Gideon não tirou os olhos de mim enquanto eu comia, tomando o
café da manhã muito estranho e constrangedor.
Normalmente meu momento de comer era um momento relaxado,
mas não está manhã. Esta manhã eu estava super, ciente de tudo o que
fazia, atenta a todos meus movimentos.
Só quando eu já havia comido metade da comida. Gideon pegou o
prato de mim. Olhando para ele de meu poleiro, estreitei meus olhos
quando ouvi Gideon rir.
— Não coma tudo. Deixe um pouco para mim. fadinha, — ele disse
com um sorriso divertido.
Devorando o resto da contida. Gideon colocou o prato na pia e foi
conversar com Nico. que havia terminado rapidamente o café da manhã
e agora estava assistindo à TV.
Lavei a louça e levei ao Nico seus remédios. Depois que ele engoliu os
comprimidos. Gideon me disse que queria conversar em particular.
Lançando um olhar peculiar, guiei Gideon até o meu quarto e fechei a
porta.
— O que houve? Está tudo bem? — Eu perguntei ansiosamente.
— Sim. eu só queria saber, já que vamos nos casar em menos de três
dias, se você gostaria que eu te acompanhasse quando for comprar seu
vestido?, — Gideon perguntou.
Eu não estava entendendo nada. — Que vestido?, — eu perguntei.
— Seu vestido de noiva. — Ah, então era disso que ele estava falando.
— Eu não preciso de um vestido. Já tenho um vestido branco, e não
posso exatamente comprar um vestido novo agora, — disse a Gideon.
— Você vai se casar comigo, o que significa que não é mais pobre. Em
segundo lugar, você vai ter um vestido novo, então quando gostaria de ir
comprá-lo?
Uau. a ideia de comprar um vestido de noiva nunca havia me
ocorrido. Caramba, a ideia de me casar de verdade nunca havia me
ocorrido.
— Certo... vamos amanhã, — eu disse.
— Ótimo. Então até amanhã, pombinha. — Beijando-me suavemente
na bochecha.
Gideon se virou e saiu do quarto.
***
Meus três dias de solteira voaram com alguns passeios de compras,
que consistiam em meu vestido, acessórios e terno e sapatos para Nico.
Gideon me disse que o casamento seria pequeno e privado, apenas
com o pai e irmãos de Gideon. e meu irmão.
No entanto, ele também disse que se eu quisesse um casamento
luxuoso, tudo o que eu precisava fazer era pedir, mas eu não queria um
casamento grandioso.
O casamento era arranjado, e eu só queria o milhão de libras que
Gideon me prometeu, nada mais e nada menos.
As roupas para o casamento eram as únicas coisas que eu aceitaria de
Gideon: eu não deixaria que ele gastasse mais nem um centavo comigo.
Nem me preocupei em perguntar a Gideon onde seria o casamento,
porque, francamente, eu não me importava. Eu só precisava me casar
com Gideon, fosse no tribunal ou na igreja. Tudo que eu precisava era
cumprir minha parte do contrato Então o dia chegou. O dia em que eu
me casaria com Gideon. O dia que eu mudaria minha vida e a vida de
meu irmão. O dia que seria o início de um futuro feliz ou de um futuro
desesperador. Eu ainda não sabia qual seria.
Ainda assim, quando a campainha tocou sinalizando a chegada da
pessoa que me levaria ao meu futuro marido, eu estava pronta.
Eu estava pronta para me casar.
Capítulo 5
O motorista estacionou o carro do lado de fora de uma pequena
igreja. Eu queria abrir a porta sozinha, mas o motorista foi mais rápido.
Eu estava prestes a sair do carro quando uma mão masculina
apareceu na minha frente. Quando olhei para cima, meus olhos se
encontraram com os de Brenton. o irmão mais novo de Gideon. que
estava inclinado para baixo, com a mão estendida.
Segurando precariamente sua mão. sai do carro. Assim que fiquei
firme, tirei minha mão da de Brenton.
— Obrigada, — eu disse suavemente.
Brenton acenou com a cabeça, e em seguida virou-se para a entrada
da igreja. — Venha, meu irmão está te esperando, — falou.
— Espere, onde está o meu irmão?, — eu perguntei preocupada. Nico
havia sido levado em outro carro. Brenton havia me dito que meu irmão
precisaria chegar à igreja antes de mim. sabe-se lá por qual motivo.
— Ele já está lá dentro. Vamos, não queremos nos atrasar. — Brenton
me disse.
Levantando a saia do meu vestido de noiva, para não tropeçar e cair,
comecei a caminhar em passos lentos em direção a porta da igreja,
pronta para me casar, com Brenton caminhando lentamente ao meu
lado.
Brenton era o irmão mais novo de Gideon e Kieran. Ele que foi me
buscar... Durante o percurso. Brenton quase não falou comigo.
Além de responder minhas perguntas com uma ou duas palavras,
Brenton havia ficado quieto - uma característica, eu acreditava, que não
combinava com ele.
Quando Cheguei à entrada da igreja. Nico veio me receber saltitante.
feliz, fofo e lindo em seu terno.
Correndo meus olhos sobre ele. orei a Deus para que eu pudesse ver
meu irmão crescer e ficar bonito em um smoking, em seu casamento
com a mulher dos seus sonhos.
Sem dizer nada, Nico me ofereceu seu braço. Sorrindo para ele
enquanto evitava que as lágrimas escapassem dos meus olhos, eu
gentilmente segurei seu braço.
Brenton deu um aperto no ombro de Nico antes de se pôr a caminhar
na nossa frente, em direção a Gideon, Kieran e o senhor Maslow, que
estavam ao lado do padre.
— Vamos, Alice, eu vou te entregar, — Nico me disse, sorrindo. Tive a
sensação de que não eram muitas as crianças de dez anos que podiam
dizer isso às irmãs mais velhas.
Eu dei a ele um aceno rápido, e Nico e eu lentamente começamos a
caminhar em direção a Gideon. que estava muito sexy naquele terno,
com Kieran e Brenton parados ao seu lado, enquanto o senhor Maslow
estava do outro lado do meu prestes a ser marido.
Eu não tinha um buquê de flores, nem damas de honra para andar à
minha frente, nem porta-alianças ou florista. Só eu e meu irmão.
Em pouco tempo estava perante Gideon. que estendeu a mão para
que eu a segurasse. Fechando os olhos, peguei a sua mão e me coloquei
na sua frente, enquanto o padre ficou entre todos nós.
— Podemos começar?, — o padre perguntou a Gideon. que assentiu.
Fechei os olhos quando o padre de manto branco dizia as palavras de
sempre. Falando sobre o amor e o casamento serem sagrados e tudo
mais.
Duas vezes minha consciência me incomodou e tive vontade de fugir
e não me casar com um completo estranho, mas sentir a presença do
meu irmão ao meu lado foi o bastante para me segurar.
O padre perguntou se tínhamos os nossos próprios votos ou se
usaríamos os votos padrão. Gideon optou pelos votos padrão. Homem
inteligente.
Logo chegou a hora de eu dizer — sim. — Teria sido mais fácil se eu
estivesse dizendo isso ao amor da minha vida em vez de a um milionário
qualquer.
No entanto, eu assinei um contrato, e pode parecer loucura, mas
acreditei ter me casado com Gideon assim que assinei meu nome
naquele pedaço de papel. Esse casamento na frente do padre era apenas
uma formalidade. Gideon e eu já tínhamos assinado um acordo.
Depois de um suave — sim — de nós dois, e depois da troca de
alianças, o padre deu permissão a Gideon para me beijar. Gideon abaixou
a cabeça e me beijou levemente.
Seu beijo me deu um frio na barriga, mas essa sensação passou no
momento em que seus lábios deixaram os meus, poucos segundos
depois.
O beijo de Gideon não continha nenhuma emoção, mas
surpreendentemente, despertou uma sensação que eu nem sabia que
existia.
A única pessoa que gritou foi Kieran: os outros apenas nos
parabenizaram.
Depois que a parte dos parabéns acabou. Gideon me guiou para fora
da igreja - o que foi um pouco difícil para mim. pois meu vestido cheio
estava se tomando um pé no saco.
O cara nem mesmo se ofereceu para ajudar a carregar aquela saia
enorme. Belo cavalheiro!
Lá fora havia um Aston Martin, prateado e lustroso, que vi assim que
saímos da igreja.A porta dianteira se abriu e um motorista uniformizado
saiu do carro. Virando seu quepe de motorista na direção de Gideon, o
motorista abriu a porta traseira.
— Depois de você, — Gideon me disse.
Assentindo, eu deslizei para dentro do elegante carro, seguida por
Gideon logo atrás de mim. Assim que a porta se fechou com um baque
suave, quase inaudível, meu coração afundou.
— Onde está Nico?
— Você sabe que somos casados, certo?, — Gideon perguntou. Sabia
que era uma pergunta retórica, mas não sabia onde ele queria chegar.
— O quê?, — perguntei estupidamente...
— Agora somos casados, o que significa que sou sua primeira
prioridade, não seu irmão ou qualquer outra pessoa. Eu. Coloque isso na
sua cabeça.
fadinha, — Gideon replicou sem rodeios.
— Sim..., Mas... Meu irmão... — Eu realmente precisava saber onde ele
estava. Se Gideon me dissesse, eu relaxaria. Eu sabia que éramos casados,
mas simplesmente não conseguia parar de me preocupar com meu
irmão, que me conhecia há muito mais tempo do que Gideon.
Gideon suspirou irritado. — Ele está no outro carro com meu pai e
meus irmãos, — ele respondeu apressadamente.
— Obrigada, — eu murmurei suavemente.
— Você precisa definir bem suas prioridades, Alice. Espero que
entenda o que estou falando, — Gideon me disse.
Acenando com a cabeça, me afastei de Gideon para olhar pela janela,
observando enquanto as árvores e edifícios se borravam à medida que
avançávamos.
Eu entendia perfeitamente o que Gideon estava falando. Ele queria
que eu fizesse dele minha primeira prioridade, algo que era mais fácil de
se dizer do que de se fazer.
Talvez, com o tempo. Gideon se tornasse minha primeira prioridade,
mas eu duvidava, já que ficaríamos casados por apenas um ano. Então
seguiríamos nossos caminhos separados.
Talvez eu consiga fazer de Gideon minha maior prioridade depois da
cirurgia de Nico. Mas eu não diria isso a ele, claro. Eu tinha que fazer o
possível para que Gideon achasse que ele era minha maior prioridade.
O casamento pode até ser falso ou arranjado, mas eu prometi, diante
de Deus, amar e cuidar de Gideon. e ficar com ele nos bons e nos maus
momentos.
E talvez eu não seja capaz de amá-lo, mas ainda assim eu cuidaria dele
e o estimaria, e ficaria ao seu lado nos bons e maus momentos.
Antes do esperado, o carro parou. Pisquei meus olhos para voltar à
realidade. Virando minha cabeça para olhar para a frente, meus olhos se
arregalaram quando vi um castelo de pedra. Era gigantesco, e construído
de forma semelhante aos castelos medievais.
— Você vive aqui?, — perguntei a Gideon, horrorizada com a
gigantesca construção.
— Nós moramos aqui, — ele respondeu, saindo do carro.
Viver aqui?! Neste castelo enorme?! Ele estava falando sério?! Ele vai
me fazer viver aqui como uma princesa?! Uau, é quase a história da
Cinderela virando realidade!
Ainda olhando para o castelo imponente, sai do carro. Assim que
meus pés estavam firmemente plantados no chão, juntei o tecido macio
do meu vestido e comecei a caminhar com Gideon em direção ao castelo
que seria meu novo lar - por um ano.
— Nico vai morar com a gente, certo?, — eu não pude deixar de
continuar.
— Sim. mas ele virá para cá depois de duas semanas, — respondeu
Gideon. fazendo-me parar imediatamente.
— O quê? Por quê? — Eu perguntei, quase gritando e acelerando o
passo para alcançá-lo.
— Porque vamos nos conhecer durante essas duas semanas. Além
disso, preciso ter certeza de que você fica quieta durante o sexo. Não
quero traumatizar a criança, — murmurou Gideon.
— O que você quer dizer? As paredes não são grossas o bastante?, —
eu perguntei.
— Eles são. mas as meninas simplesmente não conseguem se
controlar quando eu faço sexo com elas. É como se alguém inserisse um
alto-falante ou uma buzina no lugar das cordas vocais. Os gritos são tão
intensos que sacodem as paredes, — respondeu ele.
— Uau, rico e presunçoso. Uma combinação terrível, — eu disse.
— Estou apenas expondo os fatos. — Gideon continuou caminhando.
O castelo ficava bem longe de onde o carro havia parado. Só percebi isso
quando tive que andar todo o caminho até ele.
— Então você não gosta de mulheres que gritam?, — eu questionei,
surpresa com a conversa ridícula que estávamos tendo.
— Não tenho nenhum problema com mulheres que gritam, mas
prefiro as que gemem e as que respiram de forma erótica, — ele
respondeu, como se proclamar suas preferências sexuais fosse uma
conversa cotidiana.
— Posso te fazer uma pergunta?, — eu indaguei.
— Depois de pedir tantas, agora você está pedindo permissão? — O
cara tinha uma habilidade incrível de mudar rapidamente de um cara
legal para um completo babaca.
— Por que você queria uma esposa virgem?, — eu perguntei.
— Porque uma virgem tem mais chance de engravidar do que uma
mulher que não é virgem, — respondeu ele.
— Isso não é verdade, — afirmei.
— Talvez não, mas acredito que seja, — afirmou.
— Uma mulher que não é virgem tem chances iguais de engravidar.
— Eu não ia deixar isso passar.
— Eu não concordo com você. Sim. uma mulher que não é virgem
tem chance de engravidar, mas uma virgem tem uma chance maior, —
respondeu ele.
— Não, — eu rebati.
— Que tal concordarmos em discordar? — Gideon parou em frente a
uma enorme porta de madeira que tinha uma aldrava de metal em forma
de leão.
Segurando a argola da aldrava, Gideon bateu contra a porta algumas
vezes. Antes que eu pudesse virar minha cabeça para apreciar a beleza ao
meu redor, a porta se abriu.
Gideon entrou, deixando-me plantada na porta, boquiaberta como
uma idiota.
Percebendo que eu não o havia acompanhado, Gideon se virou, e
olhou para mim com olhos questionadores. — Você não vem. — — Você
não vai me carregar para dentro?, — eu perguntei. O cara ficou falando
sobre eu fazer dele minha prioridade e nem mesmo se lembrou de me
carregar porta adentro depois de casarmos. Inacreditável!
— Você tem razão, — disse Gideon. vindo em minha direção e me
pegando facilmente em seus braços. — Quanto mais cedo eu te levar
para o nosso quarto, mais cedo poderemos consumar nosso casamento.
Como é que é?!
***
Antes, meu coração bateu forte quando Brenton foi me buscar para
me levar ao meu casamento, mas agora meu coração batia forte por um
motivo, totalmente diferente.
Eu ia fazer sexo com Gideon.
Gideon me carregou rapidamente escada acima para o nosso quarto,
sem parar para me deixar admirar minha nova casa. Ele gentilmente me
colocou no chão, me dizendo para tirar minhas roupas e ficar confortável
na cama.
Tipo, como assim?
O homem esqueceu que eu era virgem? Como eu poderia ficar
confortável na cama? Como eu poderia estar completamente OK com o
fato de que faria sexo pela primeira vez?
Comecei a achar que Gideon não batia bem da cabeça.
— Você ainda está vestida, — afirmou Gideon. saindo do banheiro
apenas com sua boxer.
Um rubor coloriu minhas bochechas enquanto eu olhava para meu
marido. O cara era digno de babar, com braços volumosos e peitoral
definido.
Não é de se admirar que a mulherada gritasse tanto durante o sexo
com ele. Tive a impressão de que ele pode ter esmagado aquelas pobres
mulheres sob seu corpo, fazendo-as gritar como almas penadas.
Eu finalmente consegui falar. — Ah... sim...
Balançando a cabeça com um sorrisinho, Gideon caminhou até mim
e rapidamente desabotoou meu vestido.
Depois que todos os botões estavam abertos, Gideon me despiu de
meu vestido de noiva, deixando-me somente de calcinha e sutiã,
enquanto eu me sentia paralisada.
Gideon me virou e segurou meus ombros e gentilmente, me guiando
para a cama. Empurrando-me sobre ela. Gideon me posicionou de forma
que minha cabeça ficasse no travesseiro, meu corpo sob o dele.
— Você está com medo, — afirmou ele. acariciando minhas
bochechas.
Eu estava com medo demais para responder, sentia como se as
palavras tivessem se alojado na minha garganta. Nunca, em um milhão
de anos, imaginei esse momento: eu. casada, fazendo sexo pela primeira
vez com meu marido.
Tudo isso fez eu me sentir como se estivesse em uma realidade
paralela.
— Não se preocupe,apenas feche os olhos. Eu não vou te machucar.
— E ele fez de novo, deixando de ser um babaca e voltando a ser um cara
legal.
Nervosa demais para discutir, fiz o que ele disse. Fechei os olhos
tentando encontrar conforto na escuridão, mas não consegui. O cheiro
de Gideon invadiu minhas narinas, me fazendo perceber o quão perto de
mim ele estava sentindo o calor de seu corpo me tomando.
Gideon capturou meus lábios em um beijo lento e sensual. Correndo
a mão pela minha pele despida, ele rapidamente tirou meu sutiã e minha
calcinha, me deixando completamente nua.
Meu corpo começou a esquentar conforme o beijo se tomava mais
profundo, e Gideon penetrava meus lábios com sua língua, invadindo
minha boca. Senti algo úmido entre minhas pernas.
Ele continuou passando as mãos na minha pele nua. deixando um
rastro de fogo elétrico onde seus dedos passavam. Eu pensei que ele fosse
parar de me tocar depois de me despir, mas suas mãos não pararam.
Eles continuaram sua jornada, sempre descendo, até chegarem ao
meu sexo, que pingava calor líquido.
Estremeci quando Gideon deslizou um dedo dentro de mim. mas seu
peso me manteve no parada. Deixando meus lábios e beijando meu
pescoço, Gideon lentamente bombeou seu dedo para dentro e para fora
de mim. fazendo-me sentir um prazer como nunca havia sentido.
Tirando o dedo de dentro de mim, Gideon posicionou seu corpo
sobre o meu. Minha mente estava confusa com o que estava
acontecendo, meus olhos pesados. Eu me senti bêbada de luxúria.
Sem uma palavra. Gideon deslizou para dentro de mim. me fazendo
arquear as costas com o volume inesperado, meu interior se adaptando
para acomodar seu tamanho e largura.
— Aah, pare, tire, — eu choraminguei. Ele já havia rompido o meu
hímen? Eu mão sabia, mas sabia que doía.
— Shh, fadinha, relaxe, apenas relaxe, — Gideon murmurou,
passando os dedos pelo meu cabelo, me acalmando.
Respirando fundo, fiz o possível para relaxar, confiando em que
Gideon não me machucaria. Fechando meus olhos, fiz o meu melhor
para relaxar meus músculos.
— Boa menina, agora isso vai doer.
Espere, tem mais?
Com um impulso rápido, Gideon empurrou para dentro de mim.
fazendo-me arquear as costas mais uma vez, por causa da dor dilacerante
que me fez gritar.
— Filho da puta! — A dor era horrível, queimava por dentro.
Amaldiçoei todos os romances que li que faziam a primeira vez parecer
agradável.
— Shh, relaxe, a dor irá embora em pouco tempo. Apenas relaxe,
pombinha, — Gideon murmurou baixinho. me beijando, me segurando
perto dele.
Exatamente como ele disse, a dor diminuiu depois de um tempo. Dei
um suspiro de alívio. Percebendo isso. Gideon começou a se mover,
lentamente bombeando para dentro e para fora de mim de forma
rítmica.
Agora, meu corpo estava entorpecido com uma sensação estranha.
Tudo começou como um calor intenso na boca do meu estômago, um
calor que continuou crescendo e crescendo, até que eu quis me banhar
nesse calor.
Essa bola de calor continuou crescendo e crescendo até explodir... Eu
arqueei minhas costas quando o prazer me rasgou, banhando-me com
um calor dourado enquanto meu corpo tremia.
Era isso que as mulheres nos romances queriam dizer sobre o sexo ser
prazeroso? Era isso um orgasmo?
Seria este o nirvana que as mulheres diziam alcançar quando
beijavam apaixonadamente a quem amavam? Era esta a razão pela qual as
mulheres eram viciadas em sexo?
O som de um grunhido me trouxe de volta à realidade. Pisquei os
olhos e vi Gideon diminuindo o ritmo enquanto ejaculava dentro de
mim. Depois de um minuto. Gideon soltou um suspiro pesado e se virou
na cama.
— Agora durma um pouco. Você deve estar exausta, — disse Gideon.
deitando-se ao meu lado. Puxando-me para perto. Gideon me envolveu
com seu forte braço, prendendo-me junto dele.
Eu estava muito perdida no sentimento de felicidade pós-sexo para
discutir com Gideon. Então fechei os olhos com um sorrisinho no rosto,
rapidamente caindo nas profundezas do sono, sentindo-me satisfeita.
Depois de tomar um banho rápido e colocar um vestido, saí do meu
quarto para procurar Gideon. Eu precisava do número de Kieran para
checar como o Nico estava.
Gideon não estava na cama quando acordei após meu cochilo.
Estranhamente, senti meu coração afundar um pouco quando acordei e
me vi sozinha no quarto.
Capítulo 6
Eu sabia que era burrice da minha parte esperar que ele fosse legal e
amoroso comigo quando ele tinha se casado apenas para ganhar bebê,
mas eu simplesmente não conseguia controlar o que sentia.
Eu era muito trouxa.
Procurando na sala de estar e na biblioteca, franzi a testa quando não
vi Gideon em lugar nenhum. Onde será que ele estava? Será que foi
trabalhar — ?
Depois de procurá-lo em mais alguns quartos, fiquei sem fôlego. O
castelo era enorme, e havia uma distância considerável entre um cômodo
e o outro, o que me deixou sem fôlego depois de entrar em seis cômodos.
Eu me perguntei quantos quartos este castelo gigantesco tinha. E
também quanto tempo eu levaria para explorar tudo isso. Um ano?
Talvez mais? Se demorasse mais de um ano, lembrei que então eu não
seria capaz de ver tudo.
Depois de entrar no sexto quarto vazio, desisti e resolvi voltar para
meu quarto, quando percebi que eu estava perdida e não sabia o
caminho.
Virei a cabeça para a esquerda e para a direita para ver se conseguia
lembrar a direção do meu quarto, mas parecia que minha memória de
curto prazo havia pifado, pois eu não sabia nem mesmo de que direção
eu tinha vindo. Em poucas horas eu já havia me perdido.
Era nessas horas que eu desejava ter sido abençoado com alguma
inteligência espacial, mas não. Deus escolheu me abençoar com um
defeito após o outro.
Confiando em meus instintos, que não eram exatamente confiáveis,
escolhi virar à direita, rezando para que eu voltasse a um local familiar.
No entanto, meus instintos mais uma vez se provaram totalmente
inúteis, porque, enquanto eu continuava avançando, me encontrei em
uma sala grande e desconhecida.
Era uma sala circular, com piso de mármore, grandes janelas, cortinas
de veludo macio e tapeçarias nas paredes, que davam ao quarto uma
aparência real.
Um enorme lustre de cristal pendurado no centro, com os cristais em
forma de gota cintilando à luz do sol que entrava pelas janelas. Na
parede, havia um quadro de uma mulher pendurado.
Seria a mãe de Gideon? Avó? Bisavó? Quem quer que fosse, ela só
aumentava a beleza da sala, que já era tirar o fôlego, que provavelmente
estava fora dos limites também.
Sentindo meu coração afundar por estar em mais uma sala
desconhecida, sai correndo da sala circular e me vi de volta no longo
corredor. O pânico começou a tomar conta quando me vi perdida neste
enorme e peculiar labirinto.
Eu sabia que não seria fácil ficar com Gideon. mas mesmo encontrá-
lo estava se provando ser mais difícil do que eu poderia imaginar, sem
mencionar que ainda precisava ligar para Kieran e perguntar sobre Nico.
Meu Deus, era meu primeiro dia de casamento e eu já estava
xingando! Estou vendo o — viver como uma princesa.
— Milady? Você está bem?, — uma voz suave e feminina perguntou.
Virei meu pescoço tão rápido para olhar na direção da voz. que foi
incrível ele não ter quebrado.
Parada a poucos metros de mim estava uma mulher que parecia ter
vinte e poucos anos, usando um uniforme assinado de empregada.
Seu cabelo loiro estava preso em um coque justo no topo de sua
cabeça, e sua pele pálida era pintada por sardas. Ela tinha olhos azuis
escuros e lábios finos.
— Ah sim, você sabe onde Gideon está?, — eu perguntei à mulher,
não querendo que ela soubesse que eu estava perdida.
— O senhor Maslow está em seu escritório, — respondeu a
empregada.
— Eu gostaria de vê-lo. — Não ia pedir a esta empregada que me
levasse a Gideon. Ele era meu marido e eu tinha todo o direito de vê-lo.
— Quando o senhor Maslow está em seu escritório, ele dá instruções
estritas para não deixar ninguém perturbá-lo, — ela respondeu.
— Bem, eu sou a esposa dele e quero que você me leve ao seu
escritório, — afirmei. Eu precisava ver Gideon, e nada

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