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SP (11) 3686-9333 www.geofix.com.br / e-mail: geofix@geofix.com.br MG (31) 3262-0247 RJ (21) 2225-6301 Obra: Av. Zachi Narchi, 536 - SP Execução das estacas junto à fachada de vidro. Verificação da integridade do fuste das estacas - (NBR 6122 item 7.9.7.1.3) Cr ia çã o / P ro du çã o / D ia gr am aç ão - 10 /9 8 HHHHééééllll iiii cccceeee CCCCoooonnnntttt íííínnnnuuuuaaaa MMMMoooonnnniiii ttttoooorrrraaaaddddaaaa Esta é a 2ª Edição do CatálogoTécnico da GEOFIX, que substitui a 1ª, lançada há dois anos, durante o evento SEFE III - 3º Seminário de Engenharia de Fundações Especiais e Geotecnia, realizado em São Paulo nos dias 25 a 27/11/96, numa pro- moção conjunta da ABEF e ABMS (Núcleo Regional de São Paulo). Aquela época, apenas 5 empresas executavam esse tipo de estaca no Brasil. Hoje, decorridos dois anos, e tendo em vista a boa aceitação desse tipo de estaca, nosso mercado já conta com, pelo menos, 15 empresas. Neste período, vários artigos forampublicados, sobre esse tipo de estaca, ressaltando-se suas aplicações e limitações, e os ajustes e adaptações necessários aos processos executivos, inicialmente importados da experiência européia. Estas adaptações, e conse- quentemente sua influência no desempenho das estacas (integridade e capacidade de carga), tornaram-se necessárias para afastar riscos decor- rentes da importação pura e simples da tecnologia existente em outros países. Cabe lembrar que o Brasil dispõe de uma imensa extensão territorial com formação geológica diversificada e com os mais diversos tipos de solos, não só os sedimentares mas também os tropicais e, particularmente, os residuais, conforme já observava Terzaghi no opening adress do II ICSMFE (Rotterdam, 1948). Não se pode esquecer a máximade que em fundações não se pode generalizar. Cada caso é um caso, que requer um estudo próprio que considere todas suas condicionantes g e o l ó g i c o - g e o t é c n i c a s e o s demais dados disponíveis. Por exemplo: a afirmativa de que as estacas de deslocamento melhoram a capaci- dade de carga quando comparadas com as estacas escavadas só é válida para os solos granulares com compaci- dade fofa a medianamente compacta. Em solos tropicais argilosos e estrutu- rados como os nossos, esta afirmativa nem sempre é verdadeira. São notórios, entre nós, os problemas de perda de capacidade de carga de estacas de deslocamento decorrentes do fenômeno de “levantamento” nestes solos. Além deste problema, as estacas de deslocamento também podem ter reduzida sua capacidade de carga em decorrência de um outro fenômeno denominado “relaxação” (perda de carga com o tempo, como ocorreu com as estacas de desloca- mento do Viaduto João Moura, em SP, e ocorre nas fundações com esse mesmo tipo de estacas em solos expansivos como os massapês do Recôncavo Baiano e os folhelhos do Vale do Paraíba, só para citar alguns). Neste tipo de solos, não há dúvida, hoje em dia, que as estacas tipo escavadas (principalmente quando não usam água na perfuração), como ocorre com a estaca hélice contínua, têm um desempenho muito melhor do que as estacas de deslocamento pois não “rompem” a estrutura desses solos e ao não usarem água em qualquer etapa executiva evitam o problema da perda de carga provocado pela expansão de seus componentes minerológicos (montmorilonita), tirando assim, maior partido da sua capacidade de carga. Com respeito aos equipamentosque o mercado oferece para a execução de estacas hélice contínua, é bom frisar que os mesmos são de manipulação relativamente simples criando-se a falsa impressão que é fácil executar esse tipo de estaca. Nesta hipótese simplista, pode ocorrer que os profissionais envolvidos na sua execução e controle nem sempre se apercebam de todas as relações que ocorrem entre a proporção do corte do trado, a quantidade de solo por ele transportado e as pressões mínimas necessárias na sua interface, para garantir a integridade do fuste, quando da etapa da concretagem. Esta é certamente uma das fases que requer atenção especial, pois ainda não existem no mercado (nacional e fora do Brasil) equipamentos satisfatórios, para medir, com precisão, o fluxo de concreto, pois o mesmo não é injetado de forma contínua (as bombas de injeção trabalham com dois pistões, de tal sorte que o concreto não é injetado de forma contínua, ou seja quando um pistão está injetando concreto o outro está se movendo no sentido contrário). O controle do volume injetado, por este procedimento, é feito em função dos picos de pressão de cada pistão e do intervalo de tempo entre cada injeção. Este procedimento de medida tem, pelo menos entre nós, como grande desvantagem a variedade de bombas de injeção disponíveis no mer- cado, que muitas vezes são antigas ou mal cuidadas (e na grande maioria totalmente reformadas), o que exige dos executores de estacas hélice contínua, uma permanente aferição e ajuste, durante a concretagem, para garantir que o volume por elas injetado esteja em consonância com o registrado pelo sistema de monitoração. Vale ressaltar que apesar de todasas etapas do processo executivo deste tipo de estaca serem controladas por monitoração, fator importante para que a equipe possa tomar decisões rápidas durante a execução, não se pode esquecer, que como qualquer outro tipo de fundação, a experiência e o conhecimento da equipe envolvida no processo é de fundamental importância. INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO FIGURA 8 - DIMENSIONAMENTO À FLEXÃO COMPOSTA FIGURA 9 - RESULTADO DE PROVA DE CARGA HORIZONTAL FIGURA 10 - BLOCOS PADRÃO Nd = ϒf N Md = ϒf M fcd = 0,85 fck/ϒc fyd = fyk/ϒs As = ρ . Ac . fcd fyd η = Nd D 2 x fcd µ = Md D 3 x fcd Ac = π . D 2 4 Estaca hélice contínua fck = 20 MPa ϒf = 1,4 ϒs = 1,15 ϒc = 1,8 Sondagem SP - 30 (Solotécnica - Rel SP 8198) FIGURA 7 - EXEMPLO DE CARGA ADMISSÍVEL INFERIOR AO INDICADO NA TABELA 2 FOTO 3 - MONTAGEM DE PROVA DE CARGA HORIZONTAL CUJO RESULTADO É NOTADO NA FIGURA 9. A estaca hélice contínua (continu- ous flight auger - CFA) é uma estaca de concreto moldada “in loco”, executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de um trado helicoidal circundante a uma haste tubular (Fig. 1a) e injeção de concreto, pela própria haste, simultaneamente com sua retirada, sem rotação (Fig.1b). Para evitar que durante a intro- dução do trado haja entrada de solo ou água na haste tubular, existe, em sua face inferior, uma tampa metálica provisória, que é expulsa ao início da fase de concretagem. As operações de introdução do trado e concretagem ocorrem de maneira contínua e ininterrupta de tal sorte que as paredes onde se formará a estaca estão sempre suportadas; acima da ponta do trado, pelo solo que se encontra entre as pás da hélice e abaixo desta cota, pelo concreto que está sendo bombeado,sempre com pressão positiva, para evitar descontinuidade do fuste. A medida que o trado vai sendo retirado, um limpador mecânico remove o solo con- finado entre as pás da hélice, e uma pá carregadeira remove esse solo para fora da área do estaqueamento. Todas as fases de execução da estaca são monitoradas por instrumento eletrônico, instalado na cabine e à frente do operador, que se encontra acoplado a sensores estrategicamente dispostos conforme se mostra na Figura 2. Mesa rotativa Mangote de alta pressão flexível Figura 1a - Introdução da hélice Figura 1b - Concretagem Figura 1c - Instalação da armadura FIGURA 1 -FASES DA EXECUÇÃO DA ESTACA HÉLICE CONTÍNUA. CONCRETO abatimento 20 a 24 cm cimento ≥ 400 kg/m3 fck = 20 MPa agregados: areia e pedrisco Haste tubular (Ø int = 4 ou 5”) Tampa metálica provisória Centralizador FIGURA 2 - LOCALIZAÇÃO DOS SENSORES NA PERFURATRIZ. 1 - Profundidade 2 - Inclinação X:Y 3 - Velocidade de rotação 4 - Torque 5 - Pressão do concreto 6 - Fluxo de concreto 7 - Caixa de conexão DEFINIÇÃO E EXECUÇÃO DEFINIÇÃO E EXECUÇÃO 18 O concreto utilizado é do tipo bombeável com resistência caracterís- tica fck = 20 MPa, consumo mínimo de cimento (de preferência de alto forno face à seu maior tempo de pega) de 400 kg por m3 de concreto (para garantir o bombeamento sem uso de plastificantes), abatimento de (22 ± 2) cm e tendo por agregados areia e pedrisco. Além disso, por ser a concretagem feita sob pressão, e tendo o concreto abatimento alto, não se pode executar uma estaca próxima a outra recentemente concluída pois pode haver ruptura do solo entre as mesmas. Como regra geral orientativa, recomenda-se que só se execute uma estaca quando todas, num raio mínimo de 5 diâmetros, já tenham sido concre- tadas há pelo menos 1 dia. O processo executivo acima descrito, impõe que a armadura seja instalada após a concretagem da estaca (Fig.1c) e, portanto com as dificul- dades inerentes a esse processo de instalação, principalmente quando a cota de arrasamento é profunda e abaixo do nível da água. Neste caso a boa técnica ( quando não se dispõe de revestimento neste trecho) impõe que a concretagem seja levada até próximo do nível do terreno, para evitar que caia terra dentro da cava antes da introdução da armadura. Este excesso de concreto deverá ser cortado quando do preparo da cabeça da estaca. Por esta razão, é sempre preferível que o terreno seja escavado próximo à cota de arrasamento, antes da execução do estaqueamento, para melhorar as condições de execução e a qualidade da estaca. A prática de não armar a cabeça da estaca, conforme permite a NBR 6122, quando só existem forças de compressão que aplicam à mesma uma tensão inferior a 5 MPa, não é recomendada. Deve-se sempre armar a cabeça da estaca para garantir sua integridade estrutural, na fase de escavação para a execução dos blo- cos que, geralmente, é feita com auxílio de escavadeiras mecânicas que “batem” nas estacas durante sua operação, por mais cuidadoso que seja o operador (Foto 1). Se a cota de arrasamento é profunda e não se dis- põe de revestimento nesse trecho, essa armadura deve-se constituir de barras isoladas que serão cravadas uma a uma, para evitar os riscos inerentes à introdução de armadura com estribos que pode carregar, junto consigo, uma “bucha”de solo, criando um vazio no corpo da estaca. Atendidos estes ítens, e reduzindo-se o tempo entre o final da concretagem e o início da instalação da armadura a cerca de 5 min. é possível instalar “manual- mente”, ou seja, utilizando-se o peso da própria gaiola, armaduras com até 12 m de comprimento. FIGURA 3 - INTRODUÇÃO DA ARMADURA COM PILÃO Pilão cilíndrico P ≥ 1000kg Corte A a) - esquema b) - vista de armadura sendo instalada Armadura devidamente enrijecida Perfil H metálico solidário ao pilão A≈150 cm A “DISCO METÁLICO” para empurrar a armadura FOTO 1 - NECESSIDADE DE ARMAR AS ESTACAS PARA GARANTIA DE INTEGRIDADE DURANTE A ESCAVAÇÃO. ÀS CARGAS TRANSVERSAISÀS CARGAS TRANSVERSAIS O dimensionamento de estacas hélice contínua sujeitas a esforços transversais e imersas em solos com coeficiente de reação horizontal (ηh) crescendo de forma aproximadamente linear com a profundidade, pode ser feito utilizando-se o método de Matlock e Reese, quando a estaca é do tipo longa, ou o denominado “método russo”, quando a estaca é curta. Por ser um tema que foge aos objetivos deste catálogo técnico, que procura dar os conceitos básicos de dimensionamento sem entrar profun- damente nas considerações teóricas, sugere-se aos interessados no assunto recorrer, por exemplo ao Capítulo 4 do livro “Dimensionamento de Fundações Profundas” de autoria de Alonso, U.R., editado pela Editora Edgard Blücher - pp.66-104). Conhecidos os esforços transversais atuantes na estaca, o dimensionamen- to estrutural pode ser feito com base no gráfico da Figura 8. A Foto 3 mostra a montagem de uma prova de carga horizontal em estaca hélice contínua com 50 cm de diâmetro e 12 m de comprimento, armada, nos 10 primeiros metros, com 8 Ø 22mm e estribos Ø 8,0 mm cada 20cm, cujo resultado é apresentado na Figura 9. GEOMETRIA DOS BLOCOS PGEOMETRIA DOS BLOCOS PADRÃOADRÃO Os blocos padrão mais comumente usados estão apresentados na Figura 10. As dimensões a, b, c, e d indicadas nessa Figura encontra-se na Tabela 4 e a área, em planta, desses blocos encontra-se na Tabela 5. 25 30 35 40 50 60 70 80 90 100 aa 45 50 55 60 70 80 90 100 110 120 bb 110 125 145 160 200 230 265 300 335 370 cc 65 75 90 100 130 150 175 200 225 250 dd 57 65 78 87 113 130 152 173 195 217 Dimensões (cm)Dimensões (cm)DiâmetrDiâmetroo (cm)(cm) 25 30 35 40 50 60 70 80 90 100 11 0,20 0,25 0,30 0,36 0,49 0,64 0,81 1,00 1,21 1,44 22 0,50 0,63 0,80 0,96 1,40 1,84 2,39 3,00 3,69 4,44 33 0,90 1,09 1,38 1,68 2,58 3,40 4,49 5,71 7,10 8,65 44 1,21 1,56 2,10 2,56 4,00 5,29 7,02 9,00 11,22 13,69 5a5a 1,49 1,92 2,58 3,15 4,95 6,55 8,72 11,17 13,97 17,07 5b5b 1,77 2,28 3,06 3,74 5,92 7,82 10,44 13,38 16,75 20,50 66 1,93 2,50 3,41 4,16 6,60 8,74 11,66 15,00 18,76 22,94 77 2,25 2,91 4,01 4,91 7,84 10,37 13,89 17,84 22,38 27,42 88 2,78 3,60 4,96 6,08 9,77 12,92 17,34 22,30 28,00 34,35 Bloco TBloco Tipo nºipo nºDiâmetrDiâmetroo (cm)(cm) TABELA 4 - DIMENSÕES BÁSICAS DOS BLOCOS PADRÃO TABELA 5 - ÁREA EM PLANTA DOS BLOCOS PADRÃO (M2) 2 7 A Foto 2 mostra um desses casos onde se instalou armadura com 8 Ø de 20 mm e 11,70 m de comprimento. Neste caso, para reduzir o prazo entre o término da concretagem e a instalação da armadura, utilizou-se um guindaste auxiliar que já pocisionava a mesma enquanto se concretava a estaca. Para comprimentos maiores, o processo de introdução “manual” não é mais eficiente. Neste caso deve-se recorrer ao uso de um pilão prolongado por um perfil metálico H (Figura 3), que tem-se mostrado mais eficiente do que os vibradores, apesar destes serem recomendados pela literatura internacional. Para a eficência da instalação da armadura, a mesma deve ser, conve- nientemente enrijecida, e dotada de bitolas e recobrimento mínimos conforme indicado na Tabela 1 e na Figura 4a. Além disso, normalmente, não se usam espaçadores. Entretanto, se houver necessidade de se garantir o recobri- mento dessa armadura, devem-se utilizar espaçadores fixos conforme se mostra nas Figuras 4 os quais podem ser confeccionados com chapas ou com barras de ferro. A utilização de roletes, analogamente ao que se usa na armadura das estacas escavadas, não apresenta bons resultados, nas estacas hélice contínua, pois os mesmos não giram quando da introdução da armadura no concreto, criando pontos de reação. Para estacas trabalhando apenas à tração é preferível, do ponto de vista executivo, armá-las com uma ou mais barras longitudinais (normalmente utilizadas em tirantes de barra), emendadas por luvas (rosqueadas, TABELA 1 - BITOLAS MÍNIMAS PARA ARMADURAS COM MAIS DE 6M 7 cm em toda a extensão e 15 cm no pé(Para D=30 e 35 cm adotar 10 cm no pé) Espaçador (ver detalhes nas fotos) Anéis internos (gabarito) 10 0 cm 15 cm (b) espaçador tipo “bico de sapato” (c) espaçador tipo “ski” FIGURA 4 - DETALHES DA ARMADURA (d) espaçador tipo “balão” para barra isolada FOTO 2 - INSTALAÇÃO “MANUAL” DE ARMADURA DE 11,70M Enrijecedores Inicialmente, verifica-se qual o comprimento máximo que o equipa- mento poderá executar a estaca num determinado tipo de solo. Esse com- primento depende não só do tipo de solo e de sua resistência à penetração (medida pelo ensaio SPT ou, mais ade- quadamente pelo ensaio SPTT) como também das características do equipa- mento (comprimento máximo do trado, momento torsor máximo, diâmetro da estaca e força de arrancamento). A seguir, verifica-se, para esse comprimento pré-fixado, os valores de PL e PR obtidos pela expressão (2) e adota-se para a carga admissível P o valor que atenda simultaneamente às duas condições abaixo: Se a carga P, que atende simul- taneamente às expressões (3) e (4), for menor que a indicada na Tabela 2, esse deverá ser o valor a adotar para a carga admissível. Caso contrário, ou seja se P for maior ou igual à indicada na Tabela 2, usa-se o valor dessa Tabela como carga admissível. Fica claro, portanto, que a carga admissível, para um determinado tipo de estaca, não depende apenas do diâmetro da mesma e do tipo de solo onde será instalada, mas também, do equipamento empregado na sua execução. Por esta razão a carga admissível das estacas é variável, tendo como limite superior o obtido pela expresão (1). O exemplo a seguir (Figura 7) elucida a questão. Trata-se do caso em que o equipamento selecionado para executar uma estaca hélice contínua com 80 cm de diâmetro só tinha condiçoes de executar a estaca com 12 m de comprimento. O cálculo da capacidade de carga, obtido pelo método Alonso, para essa profundidade, prevê PL = 1.269 kN e PR = PL+PP = 2.749 kN. Como se pode observar a condicionante para a fixação da carga admissível é obtida pela expressão (4) que fornece P = 1.375 kN, valor inferior aos obtidos pela expressão (3) e pela Tabela 2. À TRAÇÃOÀ TRAÇÃO As estacas somente poderão resistir a esforços de tração se forem conve- nientemente armadas, uma vez que a resistência à tração do concreto é desprezada. Para o dimensionamento estrutural da armadura As necessária para resistir ao esforço T, utiliza-se a expressão (5) onde se adotou um fator de redução 0,95 na tensão característica ƒyk do aço para garantir que durante a realização de uma prova de carga não ocorra ruptura estrutural. A NBR 6122 dispensa a verifi- cação da fissuração se o solo não apresentar agentes agressivos ao aço e desde que se reduza 2 mm do diâmetro das barras, num processo análogo ao cálculo das estacas metálicas. Com base nessa consideração, elaborou-se a Tabela 3, que apresenta a armadura necessária para algumas cargas admissíveis máximas estruturais à tração. Cabe lembrar que, em linhas gerais, vale para a fixação da carga admissível à tração das estacas aquilo que se expôs para a carga admissível à compressão. Para calcular o comprimento necessário para a estaca resistir ao esforço T, deve-se adotar a expressão (2) impondo-se PP = 0 e um fator de segurança mínimo de 2, ou seja: TABELA 3 - NÚMERO DE BARRAS MÍNIMO PARA AS CARGAS DE TRAÇAO T. CarCargaga T (kN)T (kN) 5050 100100 150150 200200 250250 300300 350350 400400 600600 700700 10001000 Ø = 16mm Ø = 20mm Ø = 22mm Ø = 25mm GEWI ST 85/105 2 1 3 2 1 3 2 6 3 2 1 4 6 4 3 1 8 6 2 8 6 3 8 2 3 DYWIDAGDYWIDAGAço CA 50AAço CA 50A Notas:Notas: 1) Para estacas solicitadas à tração (sem esforço hori- zontal) dispensam-se os estri- bos, podendo a armadura ser constituída apenas de barras isoladas. Por esta razão adotou-se como diâmetro mínimo 16 mm, para permitir a instalação “manual”. 2) A armadura indicada nesta Tabela é apenas uma sugestão e decorre do cálculo aproximado permitido pela NBR 6122 em meios não agressivos ao aço. Em meios agressivos, onde seja neces- sário limitar a abertura das fissuras, o cálculo da arma- dura deverá ser feito conforme ítem específico da NBR 6118. 3) Como a carga de tração na estaca varia desde o valor máximo T (na cota de arrasamento) até zero (na cota da ponta), a seção de aço também poderá variar, diminuindo com a profundi- dade, em função da trans- ferência de carga para o solo. PL = ≥ 0,8 P 3 PR = ≥ 2. P 4 2.T AS = 0,95.ƒyk 5 PL T ≤ 2 6 36 prensadas ou soldadas). Como neste tipo de armadura não existem estri- bos, que são os elementos que dificul- tam a sua instalação “manual” no con- creto, pode-se armar a estaca em todo comprimento sem maiores dificul- dades. Uma atividade também impor- tante para o bom desempenho da estaca corresponde ao corte e preparo da cabeça da mesma. Embora este serviço não faça parte da execução da estaca e seja realizado, na grande maioria dos casos, quando a equipe de estaqueamento já não mais se encontra na obra, cabe lem- brar ao responsável por este serviço que um preparo adequado é de fun- damental importância para o bom desempenho da estaca. Neste preparo, deve-se remover o excesso de concreto acima da cota de arrasamento utilizando-se um pon- teiro, trabalhando com pequena incli- nação para cima, conforme se mostra na Figura 5. Também se permite o uso de martelete leve (geralmente elétrico), tomando-se os mesmos cuidados quanto à inclinação. Se, ao se atingir a cota de arrasa- mento o concreto não apresentar qualidade satisfatória, o corte deve ser continuado até se encontrar concreto de boa qualidade, sendo a seguir, emendada a estaca. Se o trecho de estaca a emendar é superior ao diâmetro da estaca, pode-se adotar o detalhe da Figura 6. Finalmente, cabe lembrar que uma das exigências da NBR 6122 para as estacas moldadas “in loco” refere-se ao exame de fuste. Esta ação, de baixo custo traz benefícios consideráveis para o controle da qualidade das estacas. Má posição Boa posição Posição preferível FIGURA 6 - DETALHE DE EMENDA DE ESTACAS COMPRIMIDAS FIGURA 5 - CORTE E PREPARO DA CABEÇA DA ESTACA Após a execução do estaqueamento, o preparo e o aparelhamento da cabeça das estacas, deverá ser feito conforme a ilustração acima, ressaltando o posicionamento correto do ponteiro e admitindo a utilização de um martelo pneumático leve em estacas com diâmetros superiores a 40 cm. Estribos cada 20 cm D + 30 cm 4 N 1 A A CA Estribos cada 20 cm 4 N 2 4 N 1 Corte - A 4 N 2 30 cm D 10 cm À COMPRESSÃOÀ COMPRESSÃO A carga estrutural admissível à compressão das estacas hélice con- tínua não armadas (exceto na cabeça, pelas razões já citadas) é obtida analogamente à carga de um pilar com seção nula de aço, ou seja: Como ƒck = 20 MPa, γf = 1,4 e γc = 1,8, a expressão (1) permite elaborar a Tabela 2 que fornece as cargas máxi- mas à compressão das estacas hélice contínua não armadas, lembrando-se que essas cargas são as máximas que as estacas poderão resistir, visto que correspondem à resistência estrutural do concreto das mesmas. Entretanto, há necessidade de dotar a estaca de um comprimento tal que essa carga possa ser atingida sob o ponto de vista do contato estaca-solo . Esse procedimento constitui o que se denomina “previsão da capacidade de carga à compressão”. A GEOFIX utiliza, nessa análise, o método semi- empírico proposto por Alonso em 1996 (SEFE III, vol 2, pp. 141-151), resumido a seguir: A carga de ruptura PR do solo que dá suporte a uma estaca é obtida pela expressão: em que: PL = ∑U.∆l.rl = parcela de carga resis- tida por atrito lateral ao longo do fuste; PP = Ac.rp = parcela de carga resistida pelo solo sob a ponta da estaca; U =π.D = perímetro da seção transversal da estaca; Ac = seção transversal da estaca; ∆l = trecho de solo onde se admite rl constante; rl = 0,65.ƒs ≤ 200 kPa sendo Tmáx o torque máximo (em kgf.m) obtido no ensaio SPTT para uma penetração h do amostrador padrão (em cm) e Tmín o torque mínimo no mesmo ensaio e com as mesmas unidades. Quando não se dispõe de ensaio SPTT, podem-se utilizar as cor- relações Tmáx = 1,2.N e Tmín = N, (sendo N o índice de resistência à penetração do tradicional ensaio SPT), não se adotando para Tmín valores superiores a 40 kf.m; T (1)min = média aritmética dos valores de Tmín no trecho 8D acima da ponta da estaca; T (2)min = ídem, para o trecho 3D abaixo da ponta da estaca; ß = 200 (kPa/kgf.m) para as areias, 150 para os siltes e 100 para as argilas. A carga admissível P ≤ Pk, que poderá ser aplicada a estaca deve ser escolhida adotando-se o procedimento a seguir: CARGA ESTRUTURAL ADMISSÍVEL E PREVISÃO DA CAPACIDADE DE CARGA CARGA ESTRUTURAL ADMISSÍVEL E PREVISÃO DA CAPACIDADE DE CARGA 0,85 . A c . ƒ ck Pk = γγ ƒ . γγ c 1 T (1) + T (2) rp = ß. 2 min min 100.T ƒs = 0,42.h - 0,032 máx PR = PL + PP 2 Diâmetro (D) Carga admissível estrutural (Pk) Dist. mín entre eixos (c) Distância eixo-divisa (e) Área da seção transv. (Ac) Perímetro (U) Momento de inércia (I) Momento resistente (W) Raio de giração (i) DescriçãoDescrição VValoraloresesunun 25 300 30 65 120 491 79 19.175 1.534 6,2 30 450 45 75 120 707 94 39.760 2.650 7,5 35 600 60 90 120 962 110 73.662 4.209 8,8 40 800 80 100 120 1257 126 125.664 6.283 10,0 50 1300 130 130 120 1964 157 306.796 12.272 12,5 60 1800 180 150 120 2827 188 636.173 21.206 15,0 70 2400 240 175 120 3848 220 1.178.558 33.674 17,5 80 3200 320 200 120 5027 251 2.010.619 50.265 20,0 90 4000 400 225 120 6362 283 3.220.623 71.569 22,5 100 5000 500 250 120 7854 314 4.908.739 98.175 25,0 cm kN tf cm cm cm2 cm cm4 cm3 cm TABELA 2 - CARACTERÍSTICAS NOMINAIS À COMPRESSÃO DAS ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA 4 5
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