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16° TÍTULO: QUALIDADE DE VIDA EM CUIDADORES DE CRIANÇAS E JOVENS COM AUTISMOTÍTULO: CATEGORIA: EM ANDAMENTOCATEGORIA: ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAISÁREA: SUBÁREA: PSICOLOGIASUBÁREA: INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEUINSTITUIÇÃO: AUTOR(ES): LARISSA DE FATIMA BARONI, GEISE DA SILVA CAVALCANTE, TAMIRES OLIVEIRA FERNANDES GOMES AUTOR(ES): ORIENTADOR(ES): CLAUDIA BORIM DA SILVAORIENTADOR(ES): 1.Resumo O autismo é definido como um transtorno do desenvolvimento que se caracteriza por comprometimento em três áreas da interação social que são: comunicação, comportamento restrito e padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados. Desta forma, é relevante considerar que as características do comportamento de um autista, podem constituir fatores estressores em potencial para os familiares, interferindo direta ou indiretamente na qualidade de vida dos cuidadores responsáveis. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a percepção da qualidade de vida de cuidadores de crianças e jovens com diagnóstico de TEA - Transtorno do Espectro Autista. A amostra foi composta por 28 cuidadores que responderam ao World Health Organization Quality Life-bref (WHOQOL-bref) e uma entrevista. Ainda preliminarmente, foi verificado que a qualidade de vida dos cuidadores desta amostra, de modo geral, tende para boa, uma vez que todas as médias ficaram acima do ponto médio da escala. Palavras Chave: autismo, qualidade de vida, cuidadores. 2.Introdução Mello (2007) define autismo como um distúrbio do desenvolvimento que se caracteriza por alterações presentes desde idade muito precoce, tipicamente antes dos três anos de idade, com impacto múltiplo e variável em áreas nobres do desenvolvimento humano como as áreas de comunicação, interação social, aprendizado e capacidade de adaptação. A incidência é quatro vezes mais frequente no sexo masculino, explica o autor. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-V (APA, 2013), situa que pessoas com TEA têm déficits de comunicação, como responder de forma inapropriada em uma conversa, não corresponder a interações não verbais e dificuldade em construir amizades adequadas à sua idade. Adicionalmente, são dependentes de rotina, sendo altamente sensíveis a mudanças em seu ambiente e tendem a ter a atenção voltada à detalhes inapropriados. Segeren e Françozo (2014) explicam que a descoberta de uma deficiência como o autismo, traz repercussões na vida dos pais e, frequentemente mudanças significativas na vida das mães, que de modo geral são as figuras que assumem a responsabilidade de cuidar da criança. Devido ao nível de envolvimento dos cuidados com o paciente, o cuidador é levado a não prestar atenção nas suas necessidades pessoais, assim, os problemas de natureza emocional e física podem ocorrer manifestando sintomas como tensão, constrangimento, fadiga, estresse, depressão e alteração da autoestima (Trigueiro, Lucena, Aragão e Lemos, 2011) e consequentemente afetando sua qualidade de vida. Segundo a OMS, qualidade de vida é definida como "a percepção do indivíduo acerca de sua posição na vida, de acordo com o seu contexto cultural e sistema de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações" (The WHOQOL Group, 1994, p.28). 3. Objetivo Geral O objetivo dessa pesquisa foi avaliar a percepção de qualidade de vida de cuidadores de crianças e jovens com diagnóstico de TEA. 4. Metodologia Essa pesquisa caracteriza-se por uma pesquisa de levantamento, que segundo Gil (2002), envolve interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer, onde as características de interesse de uma população são levantadas (observadas ou medidas). 5. Desenvolvimento A amostra foi composta por cuidadores de crianças ou jovens com autismo que frequentam a Associação Amigo do Autista. Após a obtenção da autorização do responsável pela instituição e a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética da universidade, foi agendada entrevista com os participantes. Eles assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e responderam ao WHOQOL-bref e as perguntas da entrevista, que foi feita individualmente nas dependências da Associação. 6. Resultados Preliminares Na tabela 1 verifica- se que a maior pontuação de qualidade de vida está no domínio de relações sociais, que investiga aspectos pessoais, sociais e sexuais. O domínio que obteve menor pontuação, foi o meio ambiente, retratado por aspectos estruturais da vida, como condições de moradia, acesso aos serviços de saúde, transporte e lazer. Diferentemente da hipótese inicial, a qualidade de vida dos cuidadores desta amostra, de modo geral, tende para boa, uma vez que todas as médias classificam- se acima de 50 (ponto médio da escala). Resultados diferentes foram encontrados por Barbosa e Fernandes (2009) pois a pontuação em todos os domínios foi menor que 50, que sugere uma qualidade de vida tendendo à ruim, sendo que o domínio Físico obteve a menor pontuação e o domínio com maior pontuação foi o do Meio Ambiente. Tabela 1. Descrição da pontuação da percepção da qualidade de vida nos seis domínios do Whoqol-Bref. (n = 28) Domínios de Qualidade de Vida Mínimo Máximo Média Desvio Padrão Dom. 1 - Físico 25 78,6 57,1 13,1 Dom. 2 - Psicológico 25 91,7 57,4 17,1 Dom. 3 - Relações Sociais 8,3 100,0 60,4 19,3 Dom. 4 - Meio Ambiente 21,9 87,5 50,2 16,2 7. Fontes Consultadas American Psychiatric Association – APA – (2013). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais – DSM-V. Recuperado em 13 de março de 2016. Disponível em https://www.psychiatry.org/ Barbosa, M. R. P. & Fernandes, F.D.M. (2010). Suporte social e qualidade de vida em famílias de crianças do espectro autistico. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo. Gil, A. C. (2002). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas. Mello, A. M. S. R. (2007) Autismo: guia prático (7 ed). São Paulo: AMA; Brasília: Corde. Segeren, L. & Françozo, M.F.C. (2014). As vivências de mães de jovens autistas. Psicologia em Estudo, 19(1), 39-46. Trigueiro, L.C.L., Lucena, N.M.G., Aragão, P.O.R. & Lemos, M.T.M. (2011). Perfil sociodemográfico e índice de qualidade de vida de cuidadores de pessoas com deficiência física. Fisioterapia e Pesquisa, 18(3), 223-227. WHOQOL Group (1994). Development of the WHOQOL; Rationale and current status. International Journal of Mental Health,23(3),24-56.
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