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Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6536-3
9 7 8 8 5 3 8 7 6 5 3 6 3
Código Logístico
58924
PREVEN
ÇÃO E COM
BATE A
 SIN
ISTRO
RODRIGO A
LM
EIDA
 FREITA
S
Prevenção e combate 
a sinistro
IESDE
2019
Rodrigo Almeida Freitas
© 2019 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do detentor dos 
direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: marina_ua/Shutterstock
Rodrigo Almeida Freitas
Doutorando em Segurança aos Incêndios pela Universidade de Coimbra (UC), em 
Portugal. Possui MBA em Foundations for Public Sector pela Universidade de Haia, na Holanda, 
e especialização em: Administração Corporativa pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito 
Federal (CBMDF); Educação Continuada a Distância pela Universidade de Brasília (UnB); Projeto, 
Execução e Controle de Estruturas e Fundações pelo Instituto de Pós-Graduação e Graduação 
(IPOG); Segurança do Trabalho pela Universidade Candido Mendes (UCAM) e Incêndio 
Avançado pelo IPOG. É bacharel em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Goiás (UEG), 
em Engenharia de Incêndio pelo CBMDF e em Letras Tradução pela UnB. Também é licenciado 
em Letras Inglês pela UnB. Atualmente, é major combatente do CBMDF e chefe da Seção de 
Investigação de Incêndio. Tem experiência na área de Segurança Contra Incêndio e Pânico, 
Engenharia Civil e Gestão Pública, atuando principalmente nas seguintes áreas: comando e gestão 
de atendimentos urbanos de emergência e urgência, prevenção de incêndio, combate a incêndio, 
investigação de incêndio e explosões, análise de projetos de arquitetura e projetos de instalações de 
segurança contra incêndio, vistorias técnicas, gestão de segurança contra incêndio, gestão pública, 
licenciamento de edificações e eventos, avaliação e vistoria de imóveis e manutenção predial. 
Atua também há mais de 10 anos ministrando aulas de Segurança Contra Incêndio e Pânico e de 
Segurança do Trabalho. 
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
F938p
Freitas, Rodrigo Almeida
Prevenção e combate a sinistro / Rodrigo Almeida Freitas. - 1. ed. - Curitiba [PR] : 
IESDE, 2019.
140 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6536-3
1. Segurança do trabalho. 2. Prevenção de incêndios. I. Título.
19-59483 CDD: 363.11
CDU: 331.4
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
© 2019 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do detentor dos 
direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: marina_ua/Shutterstock
Rodrigo Almeida Freitas
Doutorando em Segurança aos Incêndios pela Universidade de Coimbra (UC), em 
Portugal. Possui MBA em Foundations for Public Sector pela Universidade de Haia, na Holanda, 
e especialização em: Administração Corporativa pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito 
Federal (CBMDF); Educação Continuada a Distância pela Universidade de Brasília (UnB); Projeto, 
Execução e Controle de Estruturas e Fundações pelo Instituto de Pós-Graduação e Graduação 
(IPOG); Segurança do Trabalho pela Universidade Candido Mendes (UCAM) e Incêndio 
Avançado pelo IPOG. É bacharel em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Goiás (UEG), 
em Engenharia de Incêndio pelo CBMDF e em Letras Tradução pela UnB. Também é licenciado 
em Letras Inglês pela UnB. Atualmente, é major combatente do CBMDF e chefe da Seção de 
Investigação de Incêndio. Tem experiência na área de Segurança Contra Incêndio e Pânico, 
Engenharia Civil e Gestão Pública, atuando principalmente nas seguintes áreas: comando e gestão 
de atendimentos urbanos de emergência e urgência, prevenção de incêndio, combate a incêndio, 
investigação de incêndio e explosões, análise de projetos de arquitetura e projetos de instalações de 
segurança contra incêndio, vistorias técnicas, gestão de segurança contra incêndio, gestão pública, 
licenciamento de edificações e eventos, avaliação e vistoria de imóveis e manutenção predial. 
Atua também há mais de 10 anos ministrando aulas de Segurança Contra Incêndio e Pânico e de 
Segurança do Trabalho. 
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
F938p
Freitas, Rodrigo Almeida
Prevenção e combate a sinistro / Rodrigo Almeida Freitas. - 1. ed. - Curitiba [PR] : 
IESDE, 2019.
140 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6536-3
1. Segurança do trabalho. 2. Prevenção de incêndios. I. Título.
19-59483 CDD: 363.11
CDU: 331.4
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Sumário
Apresentação 7
1 Incêndio e segurança contra incêndio 9
1.1 Incêndios no Brasil e no mundo 9
1.2 Gestão e análise de risco 12
1.3 Legislação e normalização 19
1.4 Documentos relativos à SCIP 23
2 Comportamento e dinâmica do fogo 29
2.1 Definições e contextualização do incêndio 29
2.2 Surgimento do fogo 31
2.3 Desenvolvimento do fogo 36
2.4 Propagação do fogo 40
2.5 Técnicas de extinção 41
2.6 Táticas de extinção 44
3 Medidas e sistemas básicos de prevenção a incêndios 49
3.1 Saídas de emergência 49
3.2 Sinalização de emergência 58
3.3 Iluminação de emergência 65
3.4 Proteção por extintores 68
4 Medidas e sistemas suplementares de prevenção a incêndios 77
4.1 Sistema de alarme manual e detecção automática 77
4.2 Sistemas de hidrantes de parede 83
4.3 Sistema de chuveiros automáticos 87
4.4 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas 89
4.5 Sistemas especiais 91
4.6 Instalações prediais de GLP 93
4.7 Instalações elétricas 94
5 Medidas e sistemas complementares de prevenção a incêndios 99
5.1 Compartimentação horizontal e vertical 99
5.2 Controle de materiais de acabamento e revestimento 102
5.3 Controle de fumaça 104
5.4 Acesso de viaturas 105
5.5 Segurança estrutural em situação de incêndio 109
5.6 Inflamáveis, explosivos e demais produtos perigosos 110
6 Preparando-se e respondendo ao sinistro de incêndio 117
6.1 Brigada Particular de Incêndio 117
6.2 Plano de Prevenção, Combate a Incêndio e Abandono (PPCIA) 123
6.3 Comportamento humano e pânico em incêndios 127
6.4 Combatendo um princípio de incêndio 128
6.5 Pós-incêndio 130
Gabarito 135
Apresentação
Por ter um caráter ameaçador e devastador, o incêndio, por vezes, é retratado como uma 
manifestação da vontade divina. Para muitos, sua representação é associada à ideia de purificação 
ou transformação. Infelizmente, até hoje, o incêndio é estudado ou abordado como algo místico, 
sendo desprezado o caráter científico de sua ocorrência e prevenção.
Um dos principais objetivos desta obra é estudar o incêndio de maneira técnica e científica, 
procurando explicar como ele ocorre, se desenvolve e, principalmente, como pode ser prevenido. 
Neste estudo também é contemplada a gestão de risco e a ocorrência de outros tipos de sinistro, 
como os incêndios decorrentes de acidentes com produtos perigosos, assim como os prejuízos e 
danos causados por esses sinistros.
Este livro inicia com a análise da gestão de Segurança Contra Incêndio e Pânico. Em 
seguida, são analisados os aspectos básicos do comportamento do fogo e a base da termodinâmica 
envolvida no fogo e no incêndio. Após compreendidas essas questões, são apontadas as medidas e 
os principais equipamentos e sistemas de Segurança Contra Incêndio e Pânico. Por fim, são dadas 
instruções de como se preparar e reagir a uma situação real de sinistro por incêndio. 
O grande desafio desse estudo é proporcionar uma mentalidade prevencionista. Afinal, 
o incêndio ocorre tanto por falhas em planejamento e na implementação de barreiras, quanto 
por falta de tratamento adequado de ameaças e vulnerabilidades. Desse modo, esta obra 
busca desmistificar a ideia de que o incêndio pode serum ato do destino ou uma fatalidade, 
consolidando a compreensão de que ele ocorre por falhas de análise de risco e por negligência. 
Consequentemente, o objetivo deste livro será alcançado uma vez que você, leitor, obtenha com 
essa leitura uma mentalidade prevencionista.
Bons estudos!
1
Incêndio e segurança contra incêndio
Neste capítulo, estudaremos casos de incêndios e o que fazer para evitá-los. O objetivo aqui 
não é estudar o fogo por si só, mas entender o que pode provocá-lo, como ele se desenvolve e o 
prejuízo que pode causar às pessoas e ao meio ambiente. Entendendo esses conceitos, podemos 
trabalhar para que tragédias não se repitam, e, assim, será possível mitigar o incêndio.
Nosso objetivo primário é introduzir a Segurança Contra Incêndio e Pânico (SCIP); nossos 
objetivos secundários são: entender o que é o sinistro de incêndio; compreender os aspectos 
envolvidos no sinistro de incêndio e conhecer a documentação envolvida na SCIP.
1.1 Incêndios no Brasil e no mundo
O primeiro grande incêndio de que temos conhecimento é o de Roma, ocorrido 
em julho de 64 d.C. O fogo do incêndio atingiu grande parte (aproximadamente 
dois terços) da cidade romana e durou cerca de seis dias. Dentre as versões da causa 
do incêndio, duas são mais conhecidas: a primeira conta que Nero tinha interesse 
na área para construir edificações e, por isso, causou o incêndio; a segunda versão 
acusa o imperador de ter incendiado Roma para se motivar durante a elaboração de um poema 
(acredita-se que ele chegou a contemplar Roma em chamas enquanto tocava lira). Perceba que 
desde essa época a responsabilidade de um incêndio já era atribuída a pessoas e grupos. Nos 
próximos capítulos, observaremos essa questão de modo mais detido.
Ao refletirmos sobre incêndios, é natural que nosso primeiro pensamento seja sobre a 
boate Kiss. Porém, inicialmente, a ênfase recairá em analisar outra tragédia, a da casa noturna 
República Cromañón.
Alberto Amato (2005) relata, em artigo do Jornal Clarín Sociedad, que o incêndio ocorreu 
no dia 30 de dezembro de 2004, no bairro Once, em Buenos Aires, e é considerado um dos piores 
incêndios da Argentina. Durante a apresentação de uma banda de rock, um dos espectadores 
acendeu um artefato de pirotecnia, o que provocou a combustão de um material de acabamento 
que era altamente inflamável, provocando o alastramento do incêndio rapidamente e produzindo 
uma fumaça tóxica. A edificação não tinha o benefício de um sistema de ventilação e exaustão de 
fumaça eficiente para mitigar a ameaça. O desastre causou 194 mortes e muitos outros ficaram 
feridos. No momento do acidente, o público estimado era de 2.811 pessoas, mas acredita-se que o 
número real foi o dobro dessa estimativa. As saídas de emergência que existiam estavam trancadas 
e eram insuficientes.
Diante disso, já podemos perceber as semelhanças dessa tragédia com aquela que acometeu 
a boate Kiss. Cabe destacar que na boate argentina já havia ocorrido dois princípios de incêndios, 
o primeiro no dia 1° de maio de 2004 e o segundo no dia 25 de dezembro de 2004, cinco dias 
antes do acidente.
mitigar: 
tornar brando, 
minimizar, 
diminuir a 
intensidade.
sinistro: 
acontecimento 
funesto, 
desastre, 
calamidade, 
evento com 
grandes danos 
e prejuízos.
Vídeo
Prevenção e combate a sinistro 10
Ainda antes de analisarmos a tragédia da boate Kiss, é interessante refletirmos sobre o 
incêndio ocorrido na boate The Station, localizada na cidade de West Warwick, no Estado de 
Rhode Island, nos Estados Unidos da América (EUA). Segundo Grosshandler et al. (2005), no 
dia 20 de fevereiro de 2003, o incêndio vitimou aproximadamente 100 pessoas e deixou mais de 
230 feridos.
Provocado pelo uso de um artefato de pirotecnia em um ambiente fechado, assim como no 
caso anterior, o incêndio teve início após a combustão da espuma acústica que revestia o local, 
causando rápido desenvolvimento do fogo e fumaça tóxica. Grosshandler et al. apresentam um 
relatório completo com informações e uma simulação do incêndio. 
Finalmente, analisaremos o acidente da Boate Kiss. Considerado o segundo pior desastre de 
incêndio no Brasil, em razão do número de óbitos, o acidente ocorreu por volta das duas horas da 
madrugada do dia 27 de janeiro de 2013. Segundo Seito et al. (2008), foram registrados 242 óbitos 
e mais de 650 feridos; é considerado um dos maiores desastres de casas noturnas do mundo.
O incêndio ocorreu durante o evento “Agromerados”, organizado por estudantes da 
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) no centro da cidade de Santa Maria, no Rio Grande 
do Sul. Durante o evento, um dos integrantes da banda que tocava no local acendeu um sinalizador 
de uso externo chamado Sputnik, liberando produtos de combustão que atingiram a espuma de 
isolamento acústico, espalhando uma fumaça espessa e tóxica por todo o local.
Destacaram-se como fatores principais, pela dimensão da tragédia, os seguintes pontos: 
a falta de preparo dos funcionários da boate em lidar com uma situação de tumulto; o público, 
que estava acima da capacidade máxima estipulada para o local; as saídas de emergência da casa 
noturna, que eram impróprias, deficientes, mal sinalizadas e mal iluminadas; e a documentação 
do local, que era irregular e insuficiente. Após analisarmos os três incêndios, é fácil perceber 
a semelhança nas causas, e a conclusão imediata é a de que acender artefatos de pirotecnia em 
ambientes fechados, com muitas pessoas, não é uma boa ideia, pois acarreta incêndios de grande 
impacto e de consequências graves para toda a população.
Como já citado anteriormente neste capítulo, ao estudarmos incêndios, a grande questão 
é tirar valiosas lições, dos “quase acidentes” aos grandes desastres, para preveni-los. No livro A 
segurança contra incêndio no Brasil (SEITO et al., 2008), o coronel da reserva do Corpo de Bombeiros 
da Polícia Militar do Estado de São Paulo (CBPMESP) aponta ensinamentos adquiridos com os 
principais incêndios ocorridos no Brasil, cujos dados podem ser vistos na Figura 1.
Incêndio e segurança contra incêndio 11
Figura 1 – Principais incêndios ocorridos no Brasil
Gran Circo Norte-Americano
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Edifício Joelma
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Edifício Wilton Paes de Almeida
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Fonte: Elaborada pelo autor com base em Seito et al., 2008.
Prevenção e combate a sinistro 12
São poucos os incêndios listados pela Figura 1. No Brasil, houve muitos outros incêndios 
e desastres, dos quais podemos tirar valiosas lições. É importante, para a próxima seção, 
refletirmos sobre as características semelhantes e padrões que essas tragédias compartilham, 
tendo em vista também os incêndios nas boates, cujas ocorrências estão relacionadas ao uso de 
artefato de pirotecnia.
1.2 Gestão e análise de risco
Conforme exposto na primeira seção, o surgimento do fogo pode ter uma 
única razão, mas o alastramento do incêndio e os prejuízos causados têm múltiplos 
causadores. Por vezes, a responsabilidade da tragédia incide em diversas pessoas.
Podemos levantar uma série de fatores em torno das tragédias de incêndios 
ocorridas no Brasil e no mundo:
• o incêndio não resulta de um único fator;
• o padrão de surgimento e desenvolvimento do incêndio, por vezes, repete-se;
• o número alto de óbitos sempre está relacionado a problemas nas saídas de emergências;
• se a prevenção é deficiente, o sinistro ocorre mais facilmente;
• treinamento e primeira resposta eficientes são fundamentais para evitar que o incidente 
se transforme em tragédia;
• o envolvimento de um profissional qualificado (engenheiro ou arquiteto especialista em 
segurança do trabalho) é fundamental para evitar um sinistro;
• instalações elétricas são causa de relevantes incêndios;
• leis e normas são a base para perícias, levantamentos de causas e apontamento de 
responsabilidades (a observância desses itens é fundamental para a prevenção de sinistros);
• a falta de fiscalização está associada aos acidentes.
Quando pensamos em incêndios, associamos, usualmente, as consequências às perdas 
financeiras. Entretanto, o prejuízo que tais tragédias podem causar não é somente financeiro, pois 
afetam também pessoas, animais e o meio ambiente. Além de ferimentos diretos, por exemplo, as 
pessoas podem ter traumas e distúrbios emocionais e psicológicos provocados pelos incidentes. Há 
impacto também com relação a processos judiciais, que podem durar décadas. Empresas que não 
tiveram respostas efetivas do Estado podem falir devido a incêndios. Corporações, ao terem seus 
funcionários remanejados ou perderem informações, têm seu know-how prejudicado e o Estado 
pode sofrer danos de todas as ordens.
Há também os prejuízos indiretos do incêndio, como na seguinte situação hipotética: uma 
indústria de fertilizantes, localizada em uma cidade de zona rural que é dependente das atividades 
dessa indústria, eventualmente sofre um sinistro de incêndio. As possíveis consequências são: 
desemprego na localidade do sinistro, aumento da criminalidade e crises sociais e políticas. 
Vídeo
know-how: 
significa 
“saber fazer”. 
É a reunião de 
conhecimentos 
adquiridos 
por pessoas e 
corporações.
Incêndio e segurança contra incêndio 13
Em relação ao meio ambiente, se o incêndio se transforma em um incêndio florestal ou há 
contaminação da vegetação ou de um rio, haverá perda de fauna e flora, inclusive em locais 
originalmente distantes do ponto do sinistro.
Os danos de um sinistro se prolongam no tempo e no espaço, atingindo outras pessoas 
além das que estavam na área e data de ocorrência do acidente. Por exemplo, o incêndio do prédio 
do INSS prejudicou o funcionamento do órgão, atrasando a execução dos serviços durante anos. 
Pessoas de outras cidades e empresas que aguardavam respostas de processos de previdência social 
foram fatalmente afetadas pelos danos do incêndio.
Todas essas consequências citadas nos parágrafos anteriores podem ser interpretadas como 
impactos do acidente. Para verificar quais são os danos e prejuízos envolvidos em determinado risco, 
pode-se desenvolver uma análise de risco, que, resumidamente, é o emprego, em um determinado 
contexto, de técnicas que estimem, identifiquem, analisem, avaliem, tratem e mitiguem riscos, 
visando segurança, higiene e conforto de diversos possíveis cenários. De Cicco e Fantazzini (apud 
ALBERTON, 1996, p. 44), ao tratarem sobre Engenharia de Segurança de Sistemas, oferecem uma 
boa definição que pode ser aplicada à Gestão de Risco:
[...] ciência que se utiliza de todos os recursos que a engenharia oferece, 
preocupando-se em detectar toda a probabilidade de incidentes críticos 
que possam inibir ou degradar um sistema de produção, com o objetivo de 
identificar esses incidentes críticos, controlar ou minimizar sua ocorrência e 
seus possíveis efeitos. 
Há diversos conceitos, teorias e abordagens para analisar e gerir risco(s). Poderíamos citar 
várias aqui, mas, inicialmente, destacamos uma teoria de abordagem mais quantitativa, descrita 
na Instrução Técnica (IT) n. 03/2011 – Terminologia de segurança contra incêndio, que define 
risco como uma medida atrelada à probabilidade e à respectiva consequência. Nessa interpretação, 
o risco deriva da frequência de uma eventual ocorrência de perigo e da quantificação do dano 
desse perigo, ou seja, do impacto ou consequência que geraria a “probabilidade de um perigo se 
materializar, causando um dano. O risco é a relação entre a probabilidade e a consequência” (SÃO 
PAULO, 2011, p. 143).
Podemos observar um exemplo prático rápido e simplificado para entendermos melhor esse 
conceito: imagine que há uma área com altos registros de ocorrências meteorológicas perigosas, 
pois sempre há registro permanente de furacões ou tempestades. Entretanto, não há uma única rota 
comercial de aviões cujo itinerário passe por essa área; logo, nesse cenário, há aproximadamente 
100% de probabilidade da materialização de um perigo (sempre há furacão ou tempestade), mas 
há 0% de chance haver um avião nessa região. Assim, podemos dizer que não há risco de acidentes 
envolvendo aeronaves, nessa área, por ocorrências meteorológicas.
Com essa abordagem, como é possível conferir na Tabela 1, podemos elaborar uma análise 
numérica de risco, analisando o grau do risco em porcentagem, por exemplo. Essa análise numérica 
é complexa e, por vezes, pode ser trabalhoso chegar em números seguros e confiáveis.
Prevenção e combate a sinistro 14
Tabela 1 – Exemplo simplificado de análise numérica para risco
Fonte: Elaborada pelo autor.
Há outra visão possível de análise de risco, com uma abordagem qualitativa, que visa a analisar 
fatos e estimativas relacionadas ao risco, mas com resultados numéricos. Uma definição existente de 
risco, com foco qualitativo e numérico, pode ser observada na apostila do aluno de Noções Básicas 
em Proteção e Defesa Civil e em Gestão de Riscos, do Departamento de Minimização de Desastres 
da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (BRASIL, 2017b). Esse documento conceitua risco 
como uma relação entre uma ameaça (evento adverso relacionado ao acidente) e uma vulnerabilidade 
de um sistema (relacionada à exposição de uma comunidade, ambiente ou cenário).
Nesse contexto, a ameaça é um acontecimento geralmente dinâmico, que, usualmente, não 
depende da instituição em que ocorre, e potencialmente danoso. Já a vulnerabilidade é a disposição 
ou receptividade (aspecto inerente e intrínseco à instituição) do sistema de sofrer danos frente a 
uma ameaça. Observemos o exemplo: emum cenário, existe a ameaça de uma encosta de morro 
que pode desmoronar; tendo em vista que não há comunidade habitada na porção inferior desse 
morro (vulnerabilidade zero), não há risco de prejuízos à vida humana. Outro exemplo de não 
existência de risco pode ser assim configurado: uma comunidade, em uma região plana, em que não 
há possibilidade de desmoronamento de encostas de morros; há uma comunidade eventualmente 
vulnerável, mas não há ameaça.
Castro (1998), na elaboração de um glossário, ilustra pontos do conceito de ameaça:
Prenúncio ou indício de um evento desastroso. Evento adverso provocador de 
desastre, quando ainda potencial. [...] Estimativa da ocorrência e magnitude 
de um evento adverso, expressa em termos de probabilidade estatística 
de concretização do evento (ou acidente) e da provável magnitude de sua 
manifestação. (CASTRO, 1998, p. 18)
O mesmo glossário apresenta alguns pontos que ajudam a entender o conceito de vulnerabilidade:
Condição intrínseca ao corpo ou sistema receptor que, em interação com a 
magnitude do evento ou acidente, caracteriza os efeitos adversos, medidos 
em termos de intensidade dos danos prováveis. [...] Relação existente entre 
a magnitude da ameaça, caso ela se concretize, e a intensidade do dano 
consequente. [...] Probabilidade de uma determinada comunidade ou área 
geográfica ser afetada por uma ameaça ou risco potencial de desastre, estabelecida a 
partir de estudos técnicos. [...] Corresponde ao nível de insegurança intrínseca de 
um cenário de desastre a um evento adverso determinado. Vulnerabilidade é o 
inverso da segurança. (CASTRO, 1998, p. 188)
Incêndio e segurança contra incêndio 15
Em síntese, podemos definir ameaça como um evento, geralmente ativo e externo, 
potencialmente prejudicial, com danos fisiológicos, materiais ou ambientais, e vulnerabilidade 
como a exposição (ou disposição), de característica interna e passiva, de o sistema sofrer danos.
Estabelecendo uma relação direta entre esses dois fatores, podemos, por exemplo, estabelecer 
a classificação de risco em três níveis:
• risco desprezível;
• risco aceitável;
• risco altíssimo.
A fim de visualizar melhor uma abordagem qualitativa, observemos o Quadro 1 a seguir.
Quadro 1 – Exemplo simplificado de análise qualitativa para risco
AMEAÇA
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VULNERABILIDADE
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RISCO
Fonte: Elaborado pelo autor.
Cumpre frisar que essas duas possibilidades de análise de risco (abordagens quantitativa e 
qualitativa) são mais favoráveis ou desfavoráveis a depender de cada caso. Isso depende dos fatores 
envolvidos e das possíveis interpretações. A teoria aqui abordada tem como objetivo dar subsídios 
para que haja um estudo de um sinistro, levantando fatores e condições do ocorrido.
Um acidente nunca ocorre por um único fator, mas pela combinação de fatores ou pela 
combinação de incidentes. Segundo o Manual do participante do curso de resposta a emergência 
com produtos perigosos (GOIÁS, 2001), incidente pode ser definido com um quase-acidente ou um 
evento não desejado cuja causa foi controlada antes de afetar um ambiente vulnerável. Já acidente 
caracteriza-se pelas perdas e danos causados efetivamente às pessoas ou ao meio ambiente. Essa 
definição de incidente será importante no decorrer desta obra, em especial para entendermos que 
incidentes podem ocorrer, mas acidentes podem ser sempre evitados, e que, se houver prejuízos, já 
temos um acidente consolidado.
A execução de uma análise de risco pode parecer uma ação complexa, mas não é. Cada 
análise de risco pode oferecer um nível de profundidade que leva a um determinado grau de 
detalhes, mas também é possível obter dados e avaliações com análises de riscos mais simples. 
Prevenção e combate a sinistro 16
Um exemplo claro de análise de risco é o ato de escolher a roupa para sair de casa. Ao sair de casa, 
uma pessoa verifica as ameaças ou probabilidades de um perigo (vento forte, frio, chuva) com a sua 
vulnerabilidade ou impacto que o perigo pode causar (roupa para uma oportunidade de trabalho, 
roupa para apresentação de um trabalho importante, roupa para um churrasco), e, assim, avalia o 
risco, tomando uma decisão. Já a análise de risco profissional realiza um exame técnico, com base 
em um método científico, com o objetivo de identificar, prevenir e minimizar os potenciais danos 
de um eventual acidente.
Reunindo as informações anteriores, cabe destacar um modelo que se aplica a quaisquer 
sinistros, mas especificamente ao incêndio. Esse modelo (REASON, 2000), intitulado modelo 
do queijo suíço, ou modelo das múltiplas causas, foi proposto pelo professor James Reason, do 
Departamento de Psicologia da Universidade de Manchester, e basicamente afirma que o acidente 
nada mais é que um evento gatilho que avança por furos alinhados de barreiras existentes de um 
sistema até encontrar a vulnerabilidade e significar perdas.
As barreiras (ou camadas de barreiras) são proteções naturais ou projetadas para evitar que 
uma ameaça avance pelo sistema. Entretanto, o modelo, exposto na Figura 2 a seguir, afirma que é 
impossível haver barreiras perfeitas, pois estas sempre terão deficiências ou furos. A segurança de 
um sistema depende de a ameaça não passar pelo alinhamento desses furos, avançando no sistema. 
Consequentemente, quanto mais apurada for a barreira, ou quanto mais barreiras houver, menos 
provável é que a ameaça avance no sistema.
Figura 2 – Modelo do queijo suíço ou modelo das múltiplas causas
Alguns furos devido 
a falhas ativas
Outros furos devido
a condições latentes
Camadas sucessivas de defesa, barreiras e salvaguardas
Perigos
Perdas
Fonte: Adaptada de Reason; Hollnagel; Paries, 2006, p. 10.
Nessa proposta, Reason vai ao encontro das ideias citadas anteriormente. O autor concebe 
que a ameaça sempre poderá existir e tem caráter externo (a ocorrência não depende do ambiente) 
e, quando ativa, progride onde houver espaço. Logo, não há como impedir, com certeza, 
a ocorrência da ameaça, portanto foca-se, para evitar o acidente, nas barreiras. Um acidente ocorre 
devido à insuficiência ou à inadequação de barreiras, os furos que o modelo do queijo suíço sugere. 
Nessa lógica, não há como um acidente ocorrer por uma única causa ou por um único evento de 
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Incêndio e segurança contra incêndio 17
possível perigo (ameaça). “Na concepção organizacional, Reason considera que o erro é muito 
mais consequência do que causa” (VILELA; IGUTI; ALMEIDA, 2004, p. 572).
James Reason ainda afirma que é impossível evitar completamente o erro humano. Sempre 
haverá o surgimento de ameaças ativas. Ele cita ainda, em uma análise para ambientes hospitalares, 
o evento adverso (falha ativa) como atos irregulares, de curta duração, cometidos por pessoas em 
contato direto com o paciente ou sistema; por exemplo, deslizes, lapsos, descuidos, equívocos, 
desvios e violações de procedimentos. A falha ativa seria a causa gatilho ou iniciador do acidente.
Os furos de barreiras são agentes patológicos ocultos, adormecidos, permanentes e 
inevitáveis, tais como legislações deficientes, procedimentos escritos inadequados, formação 
inadequada, treinamento insuficiente, decisões falíveis, estratégias equivocadas, deficiências 
no projeto ouna execução de projetos, falta de manutenção etc. Essas condições provocam 
enfraquecimento ou buracos nas defesas.
Não podemos mudar a condição humana, mas podemos mudar as condições 
sob as quais os humanos trabalham.
Usando outra analogia: falhas ativas são como mosquitos. Elas podem ser 
esmagadas uma a uma, mas continuam vindo. O melhor remédio é criar 
defesas mais efetivas e drenar pântanos onde elas se reproduzem. Os pântanos, 
nesse caso, são as condições latentes mais presentes. (REASON, 2000, p. 768, 
tradução nossa)
Nesse modelo, a atenção é voltada para a eficiência ou falha das barreiras, nunca para um 
único fator como causa do acidente. Toda a análise até aqui desenvolvida foi para motivar e justificar 
o seguinte ensinamento: o acidente nunca ocorre devido a uma única razão ou uma única causa.
Por vezes, não há como impedir o surgimento do fogo, como em um ato de vandalismo 
ou quando um fragmento de meteoro superaquecido cai em uma edificação. Porém, sempre é 
possível evitar o desenvolvimento do fogo e minimizar perdas. Com suficientes e adequadas 
barreiras, é possível impedir o avanço do evento adverso. Por exemplo, mesmo que surja fogo em 
uma edificação, sistemas preventivos eficientes podem evitar que ele se desenvolva.
Se ocorre um incêndio, a origem do fogo pode ser, por exemplo, um curto-circuito, mas as 
causas do alastramento do fogo serão sempre variadas e múltiplas. Por isso, um sinistro não pode 
ser considerado fatalidade, no sentido de ser inevitável. É comum ver em reportagens pessoas 
dizendo que o incêndio ou o acidente ocorrido foi uma fatalidade. Contudo, tal argumentação é 
falaciosa.
Cabe entendermos o conceito de duas palavras aqui focadas: fatalidade e fatal. O dicionário 
Aulete apresenta algumas definições dessas palavras:
Fatalidade: 1. Condição ou caráter do que é fatal. 2. Consequência ou influência 
inevitável do destino ou fado; FATALISMO: Atribuiu o incêndio a uma 
fatalidade. 3. Acontecimento desastroso.
Fatal: 1. Que tem como consequência a morte, que leva à [...]. 2. [...] 
3. Determinado pelo destino ou fado [...]. 4. Impossível de ser evitado; 
INEVITÁVEL [...]. 5. Funesto, desastroso, nocivo [...]. 6. Irrevogável, 
improrrogável, final (prazo fatal). 7. [...]. (DICIONÁRIO AULETE, 2019)
Prevenção e combate a sinistro 18
Conforme citado pelo dicionário, o termo fatalidade está associado a desastres e mortes. 
Destaca-se que a associação com incêndio ocorre até na definição dessa palavra, ao mesmo tempo 
em que são apresentados os conceitos de influência do destino, algo que não pode ser evitado. 
A relação entre fatalidade e incêndio está tão consolidada, de forma equivocada, que até o 
dicionário associa esses termos.
Conceituando risco, ameaça, vulnerabilidade e o modelo das múltiplas causas, de 
Reason (2000), percebemos que o acidente ocorre sempre por uma combinação de fatores. 
Esses fatores podem ser previstos e estimados por meio de uma análise de risco; além disso, há a 
possibilidade de serem evitados com uma programação de barreiras. Por exemplo, um incêndio 
que acarreta óbitos por não haver saídas de emergência adequadas não pode ser considerado 
fatalidade, pois em toda edificação devem ser previstas saídas de emergência e lotação máxima. 
Nesse caso fictício, apesar de haver previsão de saídas de emergência seguras, a medida de segurança 
foi ignorada. Se você armazenar, por exemplo, diversos sacos de arroz em uma prateleira frágil de 
plástico, você não pode alegar que não havia presumido que eventualmente a prateleira quebraria 
e que isso foi uma fatalidade; na verdade, ao ignorar a possibilidade de a prateleira quebrar, você 
assumiu um risco.
Segurança Contra Incêndio e Pânico (SCIP)
Para analisar incêndios, a fim de evitá-los, surgiu a área de conhecimento 
denominada Segurança Contra Incêndio. É uma reunião de conhecimentos que 
envolve Física, Química, Matemática, Arquitetura, Engenharia Civil e Psicologia. 
É importante reconhecer que não é necessária a presença do fogo; somente a ideia 
de estar perto desse perigo pode gerar pânico e, consequentemente, prejuízos à 
vida através de tumultos e pisoteamentos. Por essa razão, adicionou-se a palavra 
pânico, atualizando a nomenclatura para Segurança Contra Incêndio e Pânico 
(SCIP). É definida pela Instrução Técnica (IT) n. 03/2011, do Corpo de Bombeiros 
da Polícia Militar do Estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2011, p. 143) como: “o 
conjunto de ações e recursos, internos e externos à edificação e áreas de risco, que 
permitem controlar a situação de incêndio”.
Apesar de esse ser o conceito mais utilizado no Brasil, o objetivo da SCIP talvez 
reflita melhor a abrangência de seu campo de estudo: prevenir a ocorrência 
de incêndios e minimizar danos e prejuízos na eventualidade de sinistros, 
protegendo e preservando vidas, patrimônios e o meio ambiente. Esse conceito 
de prevenir e minimizar a consequência dos incêndios demonstram que a SCIP 
funciona antes e durante um incêndio, pois, por vezes, não é possível evitar a 
ocorrência do fogo.
Incêndio e segurança contra incêndio 19
Podemos observar, por fim, que o sinistro de incêndio (ou de segurança do trabalho, por 
exemplo) sempre está no domínio da instituição; mesmo que haja a argumentação de que o risco 
não era visualizado, ele estava lá, sob a tutela de uma instituição e seu preposto. Na ocasião de 
um infeliz e eventual sinistro de incêndio, não é razoável a instituição apresentar a argumentação 
de desconhecimento, sendo que cabe a ela demonstrar e comprovar quais barreiras foram 
colocadas para que o incêndio não ocorresse. Falhando em comprovar a colocação de barreiras 
adequadas e suficientes, as que por força de lei eram de colocação obrigatória, certamente haverá 
responsabilização penal e cível.
1.3 Legislação e normalização
Entendida a necessidade das barreiras para mitigar o risco de sinistro, as 
próximas questões a serem elucidadas são: quais são essas barreiras necessárias, 
onde estão previstas, quais leis as determinam e quais são os responsáveis pela 
elaboração, implantação e manutenção dessas barreiras.
Para incêndios, a gestão da SCIP prevê processos, documentos e 
procedimentos que serão estudados a partir desta seção. Inicialmente, a ideia concebida nessa 
gestão envolve os processos previstos na Figura 3. 
Figura 3 – Gestão da SCIP
SCIP
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tecnologia
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Fonte: Elaborada pelo autor.
A legislação é a referência de maior hierarquia, sendo que leis nacionais, estaduais e 
municipais determinam o processo legal e como o poder público deve funcionar para garantir 
a SCIP. A normalização volta-se para o processo técnico: são as normas, códigos e regulações 
que visam ao desempenho da Segurança Contra Incêndio. Já a certificação estabelece padrões 
mínimos de segurança e qualidade. A tecnologia, por sua vez, é o meio em que a SCIP funciona. 
Por fim, o ensino é a etapa em que todos os valores anteriores são ministrados aos diversos 
operadores da SCIP.
Vídeo
Prevenção e combate a sinistro 20
Focando no processo de legislação, preserva-se, usualmente, o caráter de que cada região 
dita as próprias normas legais de Segurança Contra Incêndio. No Brasil, não há uma lei federal que 
determine como o poder público deve garantir a SCIP. Como tentativa de uniformizar processos e 
procedimentos em todo o território nacional, em 2017 promulgou-se a Lei “Boate Kiss” (BRASIL, 
2017b), Lei n. 13.425, que estabelece diretrizes gerais sobre medidas de prevenção e combate a 
incêndio e a desastres em estabelecimentos, edificações e áreas de reunião de público.
Essa lei apresenta algumas diretrizes para que não ocorra novamente no Brasil outro incêndio 
de magnitude similar ao ocorrido naquela boate. Segundo o artigo 3°:
Art. 3º. Cabe ao Corpo de Bombeiros Militar planejar, analisar, avaliar, vistoriar, 
aprovar e fiscalizar as medidas de prevenção e combate a incêndio e a desastres 
em estabelecimentos, edificaçõese áreas de reunião de público, sem prejuízo das 
prerrogativas municipais no controle das edificações e do uso, do parcelamento 
e da ocupação do solo urbano e das atribuições dos profissionais responsáveis 
pelos respectivos projetos. (BRASIL, 2017b)
Dessa forma, no Brasil, a elaboração de normas, fiscalização e acompanhamento da SCIP 
possui uma legislação específica em cada unidade da federação. Usualmente, a regra é a mesma, 
a constituição estadual e as leis de cada Estado atribuem a elaboração de normas e respectiva 
fiscalização ao Corpo de Bombeiros Militar (CBM), que realiza também o combate a incêndios 
em lugares onde, por vezes, a prevenção não foi consolidada. A ideia é favorecer as informações 
que os próprios bombeiros levantam no atendimento às ocorrências para fortalecer e aperfeiçoar 
as normas e a fiscalização da SCIP.
Outra norma com força de lei importante é a Norma Regulamentadora (NR) 23 – Proteção 
Contra Incêndios, da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia. A NR 23 destina-se a 
regular a proteção contra incêndios na relação entre empregador e empregado. A aplicação da 
norma é obrigatória para todos os empregadores que contratam pela Consolidação das Leis do 
Trabalho – CLT.
1.1. As Normas Regulamentadoras – NR, relativas à segurança e medicina do 
trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas 
e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos 
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos 
pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. (BRASIL, 2009, p. 1)
Antigamente, a NR 23 possuía dispositivos diferentes dos previstos nas normas dos CBMs. Na 
última versão, ocorreu a consolidação das legislações estaduais como referência de implementação e 
medidas de SCIP: “23.1 Todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios, em 
conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis” (BRASIL, 2011).
A legislação no Brasil sempre foi bastante criticada, com eventual excesso de leis e normas 
que, por vezes, confundem a quem quer obedecê-las. Entretanto, o movimento gerado pela 
Lei n. 13.425/2017 e pela última versão da NR 23 se mostrou positivo, pois implementou uma lei 
nacional que expõe o regramento básico e fundamental da SCIP, indicando as responsabilidades 
do poder público e dos demais operadores envolvidos, respeitando também as regionalidades de 
cada unidade da federação brasileira.
Incêndio e segurança contra incêndio 21
O Decreto n. 21.361, de 20 de julho de 2000, aprova o Regulamento de Segurança Contra 
Incêndio e Pânico do Distrito Federal (RSIP-DF) e dá outras providências. É a principal legislação 
pertinente à Segurança Contra Incêndio dentro do Distrito Federal. Possui uma pequena revisão 
feita pelo Decreto n. 23.015, de 11 de junho de 2002.
Art. 2°– O regulamento de que trata o artigo 1º deste decreto estabelece os 
requisitos mínimos exigíveis nas edificações e no exercício das atividades 
pertinentes à matéria de que trata e fixa critérios para o estabelecimento de 
Normas Técnicas de Segurança Contra Incêndio e Pânico, no território do 
Distrito Federal, com vista à proteção das pessoas e dos bens públicos e privados.
Art. 3°– No caso em que as edificações ou atividades, pelas suas temporalidades 
ou concepções peculiares, o exigirem, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito 
Federal poderá, além dos quesitos constantes deste Regulamento, determinar 
outras medidas que, a seu critério técnico, julgar necessárias ou convenientes à 
prevenção contra incêndio e pânico.
Art. 4°– Ao Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, por intermédio 
de seu órgão próprio, compete estudar, elaborar normas técnicas, analisar, 
planejar, fiscalizar e fazer cumprir as atividades atinentes à segurança contra 
incêndio e pânico, bem como, realizar vistorias e emitir pareceres técnicos com 
possíveis consequências de penalidades por infração ao Regulamento, na forma 
da legislação específica.
Art. 5°– A execução do disposto neste decreto e regulamento é de competência do 
Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal [...]. (DISTRITO FEDERAL, 2000)
Portanto, no caso do DF, a elaboração de normas (normalização) e a respectiva fiscalização 
é do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF).
Sobre a normalização, podemos citar como exemplo, inicialmente, os Estados Unidos da 
América (EUA). Lá, o processo de normalização é feito, usualmente, com base nos códigos da 
National Fire Protection Association (NFPA). No Brasil, geralmente, a normalização é feita com 
base nas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e dos Corpos de Bombeiros 
Militares estaduais.
No site da ABNT, há uma descrição que demonstra perfeitamente as características do órgão 
de normalização de referência no Brasil.
A ABNT é responsável pela elaboração das Normas Brasileiras (ABNT NBR), 
elaboradas por seus Comitês Brasileiros (ABNT/CB), Organismos de Normalização 
Setorial (ABNT/ONS) e Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE).
Desde 1950, a ABNT atua também na avaliação da conformidade e dispõe de 
programas para certificação de produtos, sistemas e rotulagem ambiental. Esta 
atividade está fundamentada em guias e princípios técnicos internacionalmente 
aceitos e alicerçada em uma estrutura técnica e de auditores multidisciplinares, 
garantindo credibilidade, ética e reconhecimento dos serviços prestados.
Trabalhando em sintonia com governos e com a sociedade, a ABNT contribui 
para a implementação de políticas públicas, promove o desenvolvimento de 
mercados, a defesa dos consumidores e a segurança de todos os cidadãos.
A ABNT é a representante oficial no Brasil das seguintes entidades internacionais: 
ISO (International Organization for Standardization), IEC (International 
Eletrotechnical Comission); e das entidades de normalização regional COPANT 
(Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e a AMN (Associação Mercosul 
de Normalização). (ABNT, 2019b)
Prevenção e combate a sinistro 22
A ABNT desenvolve normas para garantir aos produtos, equipamentos e serviços padrões 
de qualidade, segurança, confiabilidade, intercambialidade e eficiência. A origem da atividade de 
normalização da ABNT está na resolução de problemas básicos da sociedade em geral em relação à 
produção e distribuição. O produto da ABNT é a Norma Brasileira (NBR). A maioria dos profissionais 
já trabalhou com algum documento da ABNT (ou NBR) em algum momento, seja na redação de um 
trabalho monográfico ou na construção de casas. “ABNT NBR é a sigla de Norma Brasileira aprovada 
pela ABNT, de caráter voluntário, e fundamentada no consenso da sociedade. Torna-se obrigatória 
quando essa condição é estabelecida pelo poder público” (ABNT, 2019c).
As normas NBR são, geralmente, desenvolvidas com base na voluntariedade e na 
representatividade. O texto das NBRs é desenvolvido por especialistas de vários setores – quem 
produz, quem consome e neutros (outras partes interessadas, como universidades, laboratórios, 
institutos de pesquisa e órgãos do governo). Após a apresentação de uma demanda de norma ou 
de revisão, especialistas se reúnem e elaboram o texto da norma. Esse texto segue para consulta 
pública e qualquer cidadão ou parte pode questionar e sugerir supressões, acréscimos ou quaisquer 
tipos de mudanças. Caso não haja pedidos de alteração, o texto é aprovado. Caso haja pedidos, o 
texto torna a ser debatido pelo colegiado, que segue o mesmo rito até a aprovação, conforme ilustra 
a Figura 4 a seguir. 
Figura 4 – Processo de elaboração de Normas Brasileiras
Fonte: Adaptada de ABNT, 2019a.
Via de regra, as NBRs não impõem o uso e a observância de seus dispositivos, entretanto, caso 
haja lei que assim o faça, a NBR passa a ser de cumprimento obrigatório. Além disso, em processos 
de comprovação de desempenho ou de funcionamento, os projetistas devem referenciar suas fontes 
de creditação, ou seja, documentos que atestem que atuaram de forma técnica; assim,o texto mais 
comum de creditação de um trabalho técnico é a referenciação junto aos textos das NBRs.
Destacamos um importante ponto: em geral, para prevenir um sinistro, usando documentos 
técnicos, um profissional sempre poderá encontrar respaldo nas normas da ABNT. As prescrições 
previstas nas NBRs são de grande valia para a prevenção de acidentes, em especial de incêndios. 
Incêndio e segurança contra incêndio 23
Nos próximos capítulos, realizaremos o estudo de medidas e sistemas preventivos e mitigadores de 
incêndio; a maior parte do referencial de normas será o elaborado pela ABNT.
Da mesma maneira, o CBM também elabora e revisa normas técnicas da SCIP. Usualmente, 
as normas do Corpo de Bombeiros utilizam como base as NBRs, com acréscimos de itens que 
atendam ao regionalismo da unidade da federação e com dispositivos ainda não previstos pela 
ABNT. Com base nas NBRs, engenheiros e arquitetos projetam edificações e estruturas, com 
critérios e medidas de prevenção a incêndios e outros tipos de sinistros.
Existe um motivo para haver duas fontes de referências bibliográficas na normalização da 
SCIP no Brasil (ABNT e CBMs). As normas da ABNT são importantes porque ditam uma tendência 
nacional e procuram harmonização de critérios técnicos em territórios nacionais, entretanto são 
pagas e não são disponíveis para consulta livre. As normas dos CBMs têm como importante 
contribuição feedbacks de incêndios ocorridos, além de serem gratuitas e de livre consulta nos sites 
dos CBMs, facilitando o acesso a qualquer cidadão que queira verificar prescrições normativas 
técnicas de SCIP, e respeitarem a regionalidade dos Estados.
1.4 Documentos relativos à SCIP
Conforme exposto neste capítulo, percebemos que é necessário fazer análises 
de risco para evitar sinistros e acidentes, em especial incêndios. Estimados os 
riscos de uma edificação, é função do engenheiro ou arquiteto implementar uma 
série de medidas para evitá--los ou mitigá-los. Esses profissionais se amparam, 
geralmente, nas normas da ABNT ou dos CBMs para prevenir sinistros.
Há um planejamento a ser seguido para que uma edificação seja construída e tenha sistemas 
de água, esgoto e energia. Igualmente, há para a prevenção de incêndio, sendo que os sistemas 
preventivos não são lançados na edificação sem uma técnica ou sem o devido registro. Infelizmente, 
no Brasil, ainda há muitas obras e edificações feitas sem a presença de um profissional habilitado 
que tenha projetado, de fato e formalmente, a edificação.
O projeto técnico é constituído por um conjunto de documentos, escritos e 
gráficos, com todas as medidas de proteção contra incêndios de uma edificação 
que devem ser tomadas, tanto passivas como ativas, devendo ser encaminhado 
aos órgãos competentes para uma análise e aprovação. (BRENTANO, 2010, p. 38)
É necessário que toda edificação seja sempre projetada por um arquiteto e um engenheiro. 
Mesmo pequenas modificações de layout e de mobiliário podem interferir de forma desvantajosa 
na Segurança Contra Incêndio e Pânico. Por exemplo, um simples armário pode ser deslocado para 
um espaço que obstrua um extintor, um hidrante de parede, um chuveiro automático ou uma saída 
de emergência.
A etapa inicial para que uma edificação tenha a adequada, suficiente e correta segurança 
contra incêndio e pânico é o acompanhamento feito por um profissional tecnicamente habilitado 
e registrado em conselho de classe (Crea ou CAU). Esse acompanhamento é um registro formal 
e manifestado por meio de uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), no caso do 
acompanhamento ter sido feito por um engenheiro, ou de um Registro de Responsabilidade 
feedback: reação 
a um estímulo, 
comunicação de 
retroalimentação.
Vídeo
Prevenção e combate a sinistro 24
Técnica (RRT), quando feito por um arquiteto. Toda edificação e estrutura necessita de um desses 
documentos para viabilizar a execução do projeto. Sem esses documentos, o proprietário ou 
responsável da edificação responderá administrativamente, civilmente e penalmente por qualquer 
acidente ou sinistro.
O segundo ponto fundamental é que todo dimensionamento, projeto e execução de 
sistemas de SCIP deve ser baseado em uma norma técnica, NBR ou um documento de referência. 
O projetista não pode lançar sistemas preventivos na edificação aleatoriamente, ele deve seguir 
prescrições científicas e validadas.
Após o profissional habilitado projetar a edificação e seus respectivos sistemas preventivos 
(as barreiras de Reason ilustradas na Figura 2), esses sistemas são registrados e representados 
graficamente no projeto de incêndio, que deve ser analisado e aprovado nos CBMs estaduais 
ou do Distrito Federal e, após as devidas aprovações, arquivado na prefeitura local ou em órgão 
equivalente. Por fim, após o projeto ser aprovado nos CBMs e ser executado pela empreiteira ou 
pelo engenheiro, a finalização da obra deve ser inspecionada e aprovada em vistoria realizada 
pelos CBMs.
Diante do exposto, percebemos que projetar, executar e validar sistemas preventivos não 
é um processo simples, mas, sim, científico e validado por vários profissionais e órgãos. Por essa 
razão, não é possível modificar edificações e estruturas sem o acompanhamento de um profissional 
e sem o aval dos CBMs e da prefeitura.
Modificações não autorizadas e não validadas pelo poder estatal, frequentemente 
favorecerem acidentes e sinistros. Um exemplo disso foi o desabamento do edifício Liberdade, no 
Rio de Janeiro, no qual, conforme informação da polícia, ocorreram obras sem análise técnica e 
sem autorização da prefeitura (BRASIL, 2019). É comum em centros urbanos prédios de escritórios 
serem transformados em escolas, cursos técnicos e faculdades. Entretanto, as saídas de emergência, 
por exemplo, são projetadas para atender um número de pessoas em edificações destinadas a 
receber escritórios. Quando se muda a edificação para destinação escolar, ocorre um aumento não 
previsto de público fixo na edificação, acarretando a necessidade de um novo dimensionamento e 
projeto de saídas de emergência.
Além disso, não basta projetar e instalar sistemas preventivos corretamente; eles precisam 
passar por manutenções periódicas, sejam preventivas ou reparativas, para que o sistema projetado 
continue funcionando adequadamente, antecipando e prevenindo falhas.
Por isso, é importante estarmos cientes de que qualquer modificação, alteração ou reforma 
de espaço edificado deve ser feita por profissionais habilitados, passar pelas devidas aprovações 
dos órgãos responsáveis e de que a manutenção deve ser adequada. Sem essas ações, não existirão 
as barreiras exploradas no modelo de Reason, e se houver, elas terão furos exacerbados, o que 
facilitará a passagem da ameaça ao encontro da vulnerabilidade. É relevante nunca permitir a 
execução de uma alteração em edificação sem seguir esses passos.
Todo cidadão, trabalhador ou consumidor tem direito a obter de um proprietário ou 
representante informações a respeito do profissional responsável ou sobre a aprovação do projeto 
Incêndio e segurança contra incêndio 25
de incêndio e as condições da SCIP de uma edificação ou estrutura. Caso essas informações sejam 
negadas ou tenham o acesso dificultado, o solicitante pode procurar as seguintes instâncias para 
verificar e demandar informações sobre a SCIP ou regularidade/conformidade de um local:
• Corpo de Bombeiros Militar local, demandando realização de diligência in loco ou pedido 
de informação da última vistoria.
• Prefeitura local, demandando realização de diligência in loco ou pedido de informações 
sobre Habite-se e Licença/Alvará de Funcionamento.
• Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, demandando realização de diligência 
in loco ou reporte de informação sobre segurança, higiene e saúde, com foco no trabalhador.
• Crea ou CAU, demandando realização de diligência in loco ou reporte de informação 
sobre obra irregular ou falta de profissional habilitado no acompanhamento de obra 
ou reforma.• Secretaria de Segurança Pública do Município ou do Estado, demandando realização de 
diligência in loco do CBM ou de órgão municipal.
• Câmara de Vereadores ou Legislativa do Estado, demandando ação do poder executivo 
em eventual omissão ou ação inadequada, por exemplo, obra irregular ou sem sistemas 
de SCIP.
• Tribunal de Contas (de municípios, estadual ou da União), demandando realização de 
diligência in loco ou pedido de informações sobre possível omissão de órgão ou poder 
eventualmente inerte.
• Ministério Público, demandando realização de diligência in loco ou pedido de informações 
sobre possível omissão de órgão ou poder eventualmente inerte.
Atualmente, há o serviço de Ouvidoria dos órgãos e das agências públicas, bem como de 
instituições privadas, sendo que é simples registrar pedidos de informações e denúncias por meio 
de e-mail, formulários on-line, telefone, carta ou presencialmente.
Considerações finais
Neste capítulo, conhecemos a Segurança Contra Incêndio e Pânico (SCIP), observamos um 
panorama histórico simples de incêndios ocorridos no Brasil e no mundo, exploramos aspectos 
da SCIP, pontuamos conceitos e exemplos de análises de riscos, argumentamos que o incêndio 
não é fatalidade e expusemos a base legal e técnica da SCIP e os documentos da SCIP.
Ficou claro que o foco deste capítulo, e dos próximos, não é somente estudar o fogo, o 
incêndio e preventivos fixos. Esta obra busca conscientizar que apenas a instalação de um número 
excessivo de extintores não promove a proteção de uma edificação.
Sinistros e acidentes sempre serão resultados de vários fatores, portanto é preciso 
entender que ações isoladas não são base para a prevenção de acidentes e sinistros, sendo 
necessária a aplicação de conhecimentos técnicos, background, método científico e expertise 
de pessoal capacitado e habilitado, com aval do Estado e mantendo as condições adequadas 
para perfeito funcionamento.
Prevenção e combate a sinistro 26
Enfim, ações não podem ser simplórias e descoordenadas. Não é com base em achismos 
que se faz segurança contra incêndio e pânico. Se o incêndio não pode ser considerado uma 
fatalidade, firma-se que, mesmo sendo acidental, o incêndio, na maioria dos casos, é uma tragédia 
anunciada. Além disso, a maior parte dos incêndios é precedida por incidentes. Cada incidente 
ocorrido com fogo é um aviso de que um sinistro pode se aproximar.
Neste capítulo introdutório, compreendemos os princípios e fundamentos da SCIP. No 
próximo capítulo, esta obra se dedicará à termoquímica do incêndio, ou seja, os fenômenos físicos 
e químicos responsáveis pelo fenômeno: o envolvimento, o surgimento, o desenvolvimento, a 
propagação e a extinção do fogo. Estudaremos, então, o comportamento do fogo, para, assim, 
finalmente sabermos como evitá-lo e como reagir a uma eventualidade de incêndio. 
Ampliando seus conhecimentos
• SEITO, A. I. et al. A Segurança Contra Incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Editora, 
2008. Disponível em: http://www.ccb.policiamilitar.sp.gov.br/portalcb/_publicacoes/
books/aseguranca_contra_incendio_no_brasil.pdf. Acesso em: 9 set. 2019.
Sendo uma grande contribuição para a SCIP, o livro aborda vários aspectos de fácil 
compreensão e conta com a participação de diversos especialistas. Certamente, é uma 
rica fonte de informação.
• CARVALHO, R. V. T. G. et al. Manual de Combate a Incêndio do Corpo de Bombeiros 
Militar do Distrito Federal. Brasília: CBMDF, 2009. Disponível em: https://www.cbm.
df.gov.br/2012-11-12-17-42-33/2012-11-13-16-14-57?task=document.viewdoc&id=743. 
Acesso em: 9 set. 2019.
O manual tem como tema o combate a incêndio, mas, para combatermos um inimigo, 
devemos conhecê-lo em todos os aspectos. A publicação é dividida em seis módulos, sendo 
que o quinto módulo, “Segurança Contra Incêndio”, é recomendado para aprofundamento 
do conteúdo estudado neste capítulo.
Atividades
1. A ocorrência regular de incidentes leva a acidentes. Explique, com base no modelo de 
Reason, considerando a concepção de incidente exposta neste capítulo, o conceito de ameaça 
e vulnerabilidade e como ocorre e evolui o sinistro de incêndio, do incidente ao acidente.
2. O que é o projeto de instalações de SCIP? Quem é o responsável por fazê-lo e implementá-lo?
3. Como saber se um local frequentado por você tem medidas suficientes e regulares de 
prevenção contra incêndio? Quais seriam as atitudes a serem tomadas?
Incêndio e segurança contra incêndio 27
Referências
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investimentos em segurança. Florianópolis, 1996. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – 
Programa de pós-graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina.
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2005. Disponível em: http://abcdonline.com.ar/tea/info/3100-3199/C-3136.pdf. Acesso em: 
9 set. 2019.
ABNT. Como Elaborar Normas. 2019a. Disponível em: http://www.abnt.org.br/normalizacao/elaboracao-e-
participacao/como-se-elaboram. Acesso em: 9 set. 2019.
ABNT. Conheça a ABNT. 2019b. Disponível em: http://www.abnt.org.br/abnt/conheca-a-abnt. Acesso em: 
9 set. 2019.
ABNT. Perguntas e Respostas. 2019c. Disponível em: http:// http://www.abnt.org.br/paginampe/perguntas-e-
respostas. Acesso em: 9 set. 2019.
BERTO, A. F. Gestão da segurança contra incêndio em edificações. Curso Questões atuais da segurança contra 
incêndio em edificações. São Paulo: IPT, 1998. 
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR-01: Disposições Gerais. Brasília: 
MTE, 2009.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR-23: Proteção Contra Incêndios. 
Brasília: MTE, 2011.
BRASIL. Lei n. 13.425, de 30 de março de 2017. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 
31 mar. 2017a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13425.htm. 
Acesso em: 9 set. 2019.
BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. Departamento 
de Minimização de Desastres. Módulo de formação: Noções básicas em proteção e defesa civil e em gestão 
de riscos: apostila do aluno. Brasília: Ministério da Integração Nacional, 2017b. Disponível em: https://www.
undp.org/content/dam/brazil/docs/publicacoes/paz/gestao-risco-livro-base.pdf. Acesso em: 9 set. 2019.
BRASIL, C. I. do. Desabamento de prédios no Rio completa três anos ainda com vítimas desaparecidas. 
Agência Brasil, Rio de Janeiro, 25 jan. 2015. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/
noticia/2015-01/desabamento-de-predios-no-rio-completa-tres-anos-ainda-com-vitimas. Acesso em: 9 
set. 2019.
BRENTANO, T. A proteção contra incêndios no projeto de edificações. Porto Alegre: T Edições, 2010.
CASTRO, A. L. C. de. Glossário de Defesa Civil: estudos de riscos e medicina de desastres. Ministério do 
Planejamento e Orçamento, Brasília, DF, Secretaria Especial de Políticas Regionais, Departamento de 
Defesa Civil, 1998. Disponível em: http://www.defesacivil.mg.gov.br/images/documentos/Defesa%20Civil/
manuais/GLOSSARIO-Dicionario-Defesa-Civil.pdf. Acesso em: 9 set. 2019.
SÃO PAULO. Instrução Técnica n. 03/2011: Terminologia de segurança contra incêndio. Diário Oficial do 
Estado, Poder Executivo, São Paulo, SP, 12 out. 2011. Disponível em: https://www.bombeiros.com.br/pdf/
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DICIONÁRIO AULETE. [S. l.]: Dicionário on-line Caldas Aulete, 2019. Disponível em: http://www.aulete.
com.br/fatalidade/. Acesso em: 9 set. 2019. 
Prevenção e combate a sinistro 28
DISTRITO FEDERAL. Decreto n. 21.361, de 20 de julho de 2000, alterado pelo Decreto 
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21 jul. 2007. Disponível em: http://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/38590/Decreto_21361_20_07_2000.
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GOIÁS. Secretaria de Segurança Pública. Manual do participante do curso de resposta a emergência com 
produtos perigosos. 2001. Disponível em: https://www.bombeiros.go.gov.br/wp-content/uploads/2017/02/
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2000. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1117770/. Acesso em: 9 set. 2019.
REASON, J.; HOLLNAGEL, E.; PARIES, J. Revisiting the Swiss cheese model of accidents. EUROCONTROL: 
experimental centre Journal of Clinical Engineering, Bruxelas, v. 27, 2006. Disponível em: https://www.
eurocontrol.int/eec/gallery/content/public/document/eec/report/2006/017_Swiss_Cheese_Model.pdf. 
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SEITO, A. I. et al. A Segurança Contra Incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Editora, 2008. Disponível em: 
http://www.ccb.policiamilitar.sp.gov.br/portalcb/_publicacoes/books/aseguranca_contra_incendio_no_
brasil.pdf. Acesso em: 9 set. 2019.
VILELA, R. A. G.; IGUTI, A. M.; ALMEIDA, I. M. Culpa da vítima: um modelo para perpetuar a impunidade 
nos acidentes do trabalho. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, p. 570-579, 2004. Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/csp/v20n2/26.pdf. Acesso em: 9 set. 2019.
2
Comportamento e dinâmica do fogo
No capítulo anterior, abordamos fundação, concepção, desenvolvimento, legislação e 
principais atores da Segurança Contra Incêndio e Pânico (SCIP). Agora, estudaremos o fogo, sua 
eclosão e desenvolvimento, como ele se transforma em incêndio e, por fim, técnicas para extingui-lo.
Sem ter essa base prévia, apresentar uma receita de prescrições torna-se inócuo, pois não 
adianta que o indivíduo tenha a ferramenta correta em mãos sem saber adotar o procedimento 
adequado. Apesar de o uso do extintor ser simples, a melhor forma de aproveitá-lo é entender 
como o fogo surge e como apagá-lo.
Eventualmente, é possível encontrar quem questione a necessidade e eficiência das medidas 
da SCIP, alegando que são caras e dispensáveis. Há ainda quem sugira trocar sistemas completamente 
abrangentes por dispositivos/equipamentos pontuais com a finalidade de diminuir custos. Nesse sentido, 
este capítulo visa a explicar os motivos de existência e as justificativas para cada medida de proteção 
de SCIP, bem como abordar seu uso e seus custos. Conforme veremos no decorrer desta obra, não 
cabe, por vezes, substituição ou compensação de uma medida de SCIP por outra, pois elas possuem 
direcionamentos para fases e fenômenos físico-químicos diferentes que ocorrem do fogo ao incêndio.
2.1 Definições e contextualização do incêndio
No capítulo anterior, observamos que as palavras incidente e acidente, no que 
se refere a sinistro, são termos diferentes; o incidente usualmente não envolve perdas e 
danos, enquanto o acidente é um risco materializado com prejuízos. De maneira muito 
semelhante, agora é necessário que entendamos a diferença entre fogo e incêndio.
Em inglês, a palavra fire pode significar tanto fogo como incêndio. Na língua 
portuguesa, é diferente; apesar de fogo e incêndio parecerem termos com significados equivalentes, 
não o são, principalmente quanto à Segurança Contra Incêndio. A palavra fogo é usada para se 
referir à luz e ao calor – que sensibiliza os sentidos – provenientes das chamas. Em termos técnicos, 
pode ser conceituado como a reação química exotérmica que libera luz visível, calor e produtos da 
combustão, conforme mostra a Figura 1.
Figura 1 – Fogo, com destaque para chamas.
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Prevenção e combate a sinistro 30
O fogo foi fundamental para o desenvolvimento da espécie humana e sermos capazes de 
controlá-lo se tornou uma marca da transição dos períodos da Pré-História. Todos nós usamos 
o fogo no dia a dia, ele é essencial atualmente para a sobrevivência e o conforto humano. Nesse 
contexto, podemos dizer que o fogo é útil e favorável em nossas rotinas.
O incêndio é o desenvolvimento do fogo, o fogo evoluído, só que com três características 
desfavoráveis: ocorre não intencionalmente, há falta de controle sobre ele e pode causar danos 
indesejados. A Figura 2, a seguir, pode exemplificar todas essas características.
Figura 2 – Incêndio florestal, demonstrando um fogo não desejado, incontrolado e que traz prejuízos.
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Até aqui, para contextualização de fogo e incêndio, usamos palavras com significados 
próximos, tais como queima, combustão, reação química exotérmica, entre outras. A ideia de calor 
também está diretamente associada ao fogo. E é esse “calor” um dos responsáveis por proporcionar 
o fogo, principalmente ao entrar em contato com algum combustível – mas estes não são os únicos 
componentes que, juntos, servem para acender uma chama.
Um exemplo de calor combinado com combustível que não gera fogo é o pneu de carro 
em uma situação de frenagem brusca e extrema, quando um veículo não tem freio ABS (a 
roda não gira na frenagem, ficando bloqueada). Nesse caso, o atrito gerado entre o pneu e o 
asfalto gera um calor intenso na borracha do pneu (que é combustível), mas não há eclosão 
de fogo. Assim, o pneu freado fica imobilizado e permanece na mesma posição, sendo que sua 
superfície aquecida se conserva em contato com o asfalto, não permitindo presença suficiente 
de oxigênio entre o asfalto e a borracha do pneu. Podemos perceber que houve aquecimento da 
borracha, pois há manifestação de fumaça nessas frenagens bruscas. Essa fumaça é resultado 
da decomposição térmica da borracha pela ação do fogo, ou seja, a pirólise1 da borracha. 
O calor do atrito com o asfalto quebra as moléculas, antes estáveis, da borracha sólida em gases 
1 A palavra pirólise é formada por piro e lise, que respectivamente significam fogo e separação/dissolução, ou seja, 
uma decomposição de matéria pela ação do fogo (calor). Segundo o Manual básico de combate a incêndio (CARVALHO, 
2009, p. 10), “Pirólise é a decomposição química de uma substância mediante a ação do calor”.
Comportamento e dinâmica do fogo 31
(fumaça). Não se trata apenas de mudança de estado físico (sólido para gasoso), mas também 
de composição química (formação de outras moléculas ou outros átomos) para substâncias de 
menor peso molecular. Nas seções posteriores deste capítulo, a pirólise será melhor abordada, 
mas vale dizer que os sólidos não pegam fogo, e sim os gases provenientes do sólido combustível 
que foi degradado termicamente. Segundo Drysdale (2011, p. 6, tradução nossa): “a produção de 
combustíveis gasosos (voláteis) a partir de combustíveis sólidos quase, invariavelmente, envolve 
decomposição térmica, ou pirólise2”. 
No caso citado anteriormente, por falta de oxigênio, não há surgimento de fogo, apesar de 
haver calor e material combustível. Analisaremos agora outro exemplo, usando o mesmo 
componente, o pneu, mas com surgimento do fogo. Em campeonato de arrancada ou de drifting, é 
comum haver extintores posicionados na pista, porque os pneus podem pegar fogo. Nessa situação, 
diferentemente da frenagem, há movimento e rotação do pneu, permitindo que a superfície 
aquecida da borracha – que antes estava em contato com o solo, mas não com o oxigênio do ar 
– gire e entre em contato com o ar atmosférico nas redondezas da roda. A superfície aquecida 
da borracha, igualmente à situação anterior, foi degradada, decomposta, pela ação do calor, 
liberando gases combustíveis da borracha (pirólise). Nesse caso, a borracha e os respectivos gases 
desprendidos têm contato com o oxigênio, permitindo o desenvolvimento do fogo.
Portanto, ficou claro que, para o surgimento do fogo, é necessário haver mais do que material 
combustível e calor, deve existir também a presença de oxigênio. Com base nessa observação, 
o surgimento do fogo é ilustrado pedagogicamentena ideia de um triângulo do fogo, que será 
estudado na próxima seção, juntamente com a pirólise.
Por fim, cabe esclarecer que o surgimento (ou não) do fogo, nos exemplos citados, também 
dependerá do tempo de aquecimento da borracha e outros fatores concernentes à natureza do 
material de produção do pneu. Os exemplos apresentados são ilustrativos, mas é importante 
ressaltarmos que há outros aspectos influentes que serão abordados ao longo deste capítulo.
2.2 Surgimento do fogo
Vimos na seção anterior duas situações, uma em que o pneu não pega fogo, 
devido à insuficiente disponibilização de oxigênio, e outra em que o pneu pega 
fogo, pela maior oferta de oxigênio devido ao giro do pneu. Constatamos que o 
oxigênio é um elemento fundamental para que haja surgimento do fogo, além do 
combustível e uma fonte de calor.
Reunindo esses três elementos, forma-se o triângulo do fogo, como mostra a Figura 3. 
Ela demonstra que, para o surgimento do fogo, é necessário haver: fonte de calor, combustível 
e um agente oxidante, o qual chamaremos de comburente (na maioria das vezes, é o oxigênio 
presente no ar atmosférico).
2 Do original: “The production of gaseous fuel (volatiles) from combustible solids almost invariably involves thermal 
decomposition, or pyrolysis” (DRYSDALE, 2011, p. 6). 
drifting: 
condução 
de carro que 
valoriza a 
derrapagem, 
gerando 
aquecimento 
do pneu.
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Prevenção e combate a sinistro 32
Figura 3 – Triângulo do fogo: combinação de combustível, calor e comburente.
Fonte: Adaptada de Gustavb/Wikimedia Commons.
Com base no triângulo do fogo, podemos partir para o exemplo da vela, ilustrada na 
Figura 4, a seguir. A parafina (sólida) é o combustível indireto, o calor é a chama de um fósforo 
e o comburente é o oxigênio do ar. Ao acabar a parafina, apagar a chama ou colocar um copo 
emborcado sobre a vela, retira-se um dos elementos do triângulo do fogo (combustível, calor e 
oxigênio, respectivamente). 
Figura 4 – Vela
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Para que haja fogo, precisa haver combustível, calor e comburente juntos. Nesse processo há 
um ciclo: a degradação do combustível, pela ação do calor, acarreta uma reação química exotérmica. 
Reação química exotérmica significa que a energia está sendo liberada. Além do calor inicial que 
gerou o fogo, há a energia desprendida da queima do combustível inicial; com mais queima, mais 
energia será liberada, afetando o combustível ainda preservado.
É como aproximar uma vareta de uma fogueira: o calor inicial liberado faz com que a madeira 
preservada pirolise. Com a pirólise, há liberação de gases combustíveis. Os gases combustíveis 
inflamam-se e liberam mais calor. Essas chamas pirolisam na madeira próxima que estava 
preservada e agora está sujeita ao fluxo de calor. O fogo da combustão inicial volta-se para porções 
adjacentes do combustível preservado, degradando-o, queimando mais combustível. Esse processo 
é chamado reação em cadeia. É uma mecânica que faz com que o fogo se torne autossustentável 
enquanto houver combustível para ser pirolisado.
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Comportamento e dinâmica do fogo 33
A reação em cadeia pode ser melhor ilustrada com a termoquímica, envolvendo conceitos 
de radicais livres e o de oxidação, em que alguns elementos recebem elétrons e outros cedem. Para 
nosso estudo, é importante compreender que a reação em cadeia permite que o fogo se alimente 
e se sustente devido à liberação de energia, parcialmente irradiada de volta ao combustível ainda 
preservado na combustão. Por isso, há uma evolução na ilustração do triângulo do fogo para a 
adição de um quarto componente: reação em cadeia, conforme mostra a Figura 5 a seguir.
Figura 5 – Triângulo do fogo com a ilustração da reação em cadeia
Fonte: Adaptada de Carvalho, 2009, p. 13.
A reação em cadeia não é somente um processo que permite que o fogo se mantenha, mas sim 
um elemento compositor obrigatório para o sustento do fogo. Por isso, pode-se optar por ilustrar esse 
processo com a figura do quadrado ou tetraedro do fogo, ilustrados na Figura 6 a seguir.
Figura 6 – Quadrado do fogo
Até aqui, vimos três ilustrações de como o fogo é formado. Apesar de a ilustração com a 
reação em cadeia (Figura 5) ser a mais indicada para a continuação desta obra, a padronização de 
uma única figura que explique o fogo não é tão relevante para a prevenção e o combate a incêndios. 
O mais importante é que seja compreendido o processo de surgimento do fogo e os componentes 
que o mantêm. Conforme será estudado nas técnicas de combate a incêndio, nas próximas seções, 
para extinguir o fogo, é necessário desfazer o processo do seu surgimento, ou seja, desarmar o 
triângulo/tetraedro do fogo.
É preciso compreender melhor o papel de cada elemento fundamental para que o 
fogo seja estabelecido. Vamos começar pelo comburente, que na maioria das queimas será 
o oxigênio da atmosfera terrestre. Em termos simplificados, a composição do ar pode ser 
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Prevenção e combate a sinistro 34
reduzida a 78% de gás nitrogênio, 21% de gás oxigênio e 1% de outros compostos. Ou seja, em 
ambientes abertos e com boa circulação de ar, sempre haverá disponibilidade de oxigênio para 
queimas. Em ambientes fechados, quando o gás oxigênio reduz a uma composição percentual 
(concentração) abaixo de 15%-14%, a queima não se mantém pela falta de comburente.
O comburente é fundamental na decomposição química do combustível, ocorrida na 
combustão, pois ele atua como agente oxidante. Um exemplo de oxidação é o processo de 
ferrugem, em que o ferro se oxida em contato com o oxigênio. Ambas as decomposições ocorrem 
de maneira semelhante, perdendo elétrons no processo. O oxigênio é o agente que proporciona 
essa decomposição nos dois casos, é o responsável pela decomposição térmica em uma queima.
Durante o ensino médio, nas aulas de Química, aprendemos que o agente oxidante é que 
provoca a oxidação ou que recebe elétrons. Apesar de o oxigênio ser o comburente mais comum, 
qualquer elemento que sirva como agente oxidante em uma combustão favorecerá o fogo. 
A disponibilidade e concentração do comburente pode intensificar ou enfraquecer a combustão, 
consequentemente aumentando ou amenizando as chamas, o calor e a produção de resíduos de 
uma queima.
Existem substâncias que também atuam como comburentes, tais como: o cloro 
(Cl2), o cloreto de sódio (NaCl), o clorito de sódio (NaClO2) e o clorato de sódio 
(NaClO3), o que exige muito cuidado em ambientes onde eles se encontram.
Também pode haver ocorrência de fogo em atmosferas com ausência de oxigênio, 
quando os combustíveis comuns são misturados com oxidantes químicos, os 
quais conseguem liberar oxigênio com facilidade, como o fertilizante nitrato 
de amônio (NH4NO3), nitrato de potássio (KNO3) e peróxido de hidrogênio 
(H2O2). (CARVALHO, 2009, p. 20)
Na seção 2.1 deste capítulo, a palavra calor foi utilizada entre aspas, pois o seu uso é comum 
para denominar a sensação de “estar quente”. Calor, na verdade, consiste em energia em trânsito, 
de uma fonte com maior grau de agitação das moléculas (maior temperatura) para um sistema com 
menor agitação das moléculas (menor temperatura). Existem diversas fontes de energia térmica: 
química, elétrica, mecânica, nuclear, e por isso há várias formas de transferência de energia, ou 
seja, diversas fontes de calor.
O triângulo do fogo pode ter um dos seus lados ilustrados com os termos calor ou energia 
e ainda com as expressões agente ígneo, aumento da temperatura, entre outras. Qualquer fonte de 
calor que faça elevar a temperatura de um combustível pode representar o elemento do triângulo 
de fogo que disponibiliza a energia inicial para a combustão. Manteremos, nesta obra, a palavra 
calor para designar um dos elementos do triângulo do fogo.
A forma mais visual do calor que gera o fogo é a chama ou as faíscas produzidas por 
um isqueiro, por exemplo.O calor é qualquer fonte que induza o aumento de temperatura do 
combustível a um determinado ponto propício para o fogo. Possíveis exemplos são a geração de 
energia mecânica (ao riscar palito de fósforo na caixa), a energia elétrica (fio que aquece devido 
a alguma irregularidade na rede elétrica), a energia solar (raios solares concentrados por meio 
de lentes ou vidros em capim seco) ou até mesmo uma reação química exotérmica não estimada 
(fertilizantes armazenados).
Comportamento e dinâmica do fogo 35
Por fim, precisamos tratar do último elemento do triângulo do fogo, o combustível. Esse é o 
campo de propagação do fogo, formado por todo material que pode, ao se decompor, gerar vapores 
combustíveis. Pode estar em qualquer um dos três estados físicos: sólido (parafina da vela), gasoso 
(gás GLP de cozinha) e líquido (gasolina). Entendendo esses elementos, podemos explorar alguns 
aspectos para que, após o surgimento, o fogo se desenvolva.
O triângulo do fogo também explica parcialmente a ocorrência de explosão. Nesse caso, 
há súbita liberação de energia, gerando um deslocamento de massas gasosas, sob alta pressão, 
acompanhadas de luz e calor. A explosão possui um potencial de danos mais abrupto que o incêndio 
devido a essa onda de choque.
No caso do vazamento de gás de cozinha, mesmo sem a 
possibilidade de haver ignição inicialmente, devido ao excesso 
de gás, a situação é extremamente perigosa. O ambiente pode 
parecer estar seguro, mas a tendência é que o gás naturalmente 
tenha sua concentração diminuída pela ventilação do ambiente. 
Aumentando a concentração do oxigênio e diminuindo a 
concentração do gás inflamável, a mistura poderá alcançar uma 
condição ideal para a ignição.
O correto é alertar as pessoas que moram ao redor do 
ambiente com o vazamento, acionar o Corpo de Bombeiros Militar 
e, se possível e seguro, viabilizar a ventilação do local. Luzes, 
interruptores e energia elétrica devem ser deixados como estão, pois 
seu acionamento (seja para desligar ou ligar) pode gerar fagulhas 
que serão a fonte de calor para a ignição.
Um exemplo dessa situação mencionada: em uma ocorrência 
de vazamento de gás, os bombeiros se depararam com o local 
fechado, estava escuro e, por isso, não encontraram com facilidade 
o quadro de distribuição de energia. A concentração da mistura 
estava em uma condição ideal de oxigênio e combustível. Enquanto 
realizavam diligências para desligar a energia do local, o termostato 
da geladeira ligou automaticamente, gerando uma fonte de calor 
suficiente para ocasionar a ignição. Houve uma explosão que não 
gerou ferimentos, pois os bombeiros estavam com equipamento de 
proteção individual (EPI).
Prevenção e combate a sinistro 36
2.3 Desenvolvimento do fogo
Ao aproximar uma chama de isqueiro a um pedaço fino e seco de madeira, 
não há combustão imediata. A princípio, há a produção de fumaça e marcas escuras 
onde a chama toca. Portanto, podemos concluir que a madeira em estado sólido 
não pega fogo. Tal situação pode ser explicada com base em dois conceitos: pirólise 
e temperatura de ignição do material combustível.
A pirólise é a decomposição térmica do combustível por ação do calor. Sólidos usualmente 
não entram em combustão, mas sim gases provenientes da sua pirólise. Voltando ao exemplo 
do pneu, o que queima são os vapores aquecidos, desprendidos da borracha do pneu. No caso 
dos líquidos, ocorre o mesmo, o que queima são os gases combustíveis, e não a matéria em seu 
estado líquido, pois ela passa por vaporização. Já os gases, por exemplo o gás natural, estão no 
estado fixo ideal para a queima.
A maior parte dos combustíveis sólidos passa para o estado gasoso antes de 
alcançar a ignição, mediante a liberação dos gases pela pirólise. Exemplos 
de exceção dessa regra são: o enxofre, os metais alcalinos – potássio, cálcio 
– a cânfora e a naftalina, que queimam diretamente em sua forma sólida. 
(CARVALHO, 2009, p. 21)
A Figura 7 (A), a seguir, demonstra o processo de queima de sólidos, passando pela pirólise. 
Já a (B), na sequência, traz o processo de queima dos líquidos, passando por vaporização.
Figura 7 – Processo de queima de combustível sólido e líquido 
 
(A) Mecanismo de ignição do combustível sólido
(B) Mecanismo de ignição do combustível líquido
Fonte: Adaptada de Seito et al., 2008, p. 37.
Retornando ao exemplo do pedaço fino e seco de madeira, quando se aproxima do fogo, 
a matéria não entra em combustão imediatamente, mas libera fumaça, são os gases provenientes 
da pirólise da madeira. Com o aumento da temperatura da matéria e dos gases desprendidos, 
permanecendo a chama próxima da madeira, há a ocorrência de fogo, devido às condições ideais.
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Figura 8 – Combustão da vela 
Observando a Figura 8, podemos perceber que o que está queimando não é a 
parafina sólida da vela, mas os gases combustíveis desprendidos após pirólise 
da parafina.
Ao analisarmos o pedaço de madeira que se aproxima da chama, podemos identificar quatro 
estágios que ilustram como ocorre o fogo:
1. A madeira, ao ter a chama aproximada, tem a própria temperatura elevada pela ação do 
calor, sendo decomposta termicamente, e começa a emitir vapores, mas não há fogo ou 
chamas. Essa é a caracterização da pirólise.
2. Permanecendo com a chama próxima, a madeira e os gases desprendidos aquecem-se 
a tal ponto que o calor é suficiente para que os vapores desprendidos se inflamem. Há 
fogo e chamas, mas, ao retirar/afastar a chama do isqueiro, o fogo não permanece. Nesse 
caso, a energia fornecida foi suficiente para o surgimento do fogo, mas não para sustentá-
-lo. Quando falamos aqui de energia fornecida, significa que o calor recebido (chama 
do isqueiro) elevou a temperatura da madeira a ponto de emitir vapores suficientes para 
iniciar uma combustão, mas não para mantê-la. Esta é a caracterização do ponto de 
fulgor, temperatura de inflamação ou flashpoint: menor temperatura na qual uma mistura 
de ar e vapores combustíveis entra em ignição, mas, por não haver vapores combustíveis 
emanados suficientes, não se mantém.
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É muito importante frisar que cada material apresentará um flashpoint específico. 
Por exemplo, a cetona apresenta um flashpoint médio de -14 ºC (DRYSDALE, 
2011), mas em temperatura ambiente, cerca de 25 ºC, já há vapores combustíveis 
sendo liberados e disponíveis para uma eventual queima. O n-dodecano3 
apresenta um flashpoint de 72 ºC (DRYSDALE, 2011) e, diferentemente da 
cetona, em uma temperatura ambiente não emite vapores combustíveis.
3. Ao retornar o contato de uma chama de isqueiro ao mesmo pedaço de madeira, gases 
combustíveis voltam a se desprender da madeira. Permanecendo a chama em contato, 
aumenta-se a temperatura em um patamar que favorece a ignição, e, ao retirar a chama do 
isqueiro, o fogo permanece. Esta é a caracterização do ponto de ignição, temperatura de 
ignição ou firepoint: menor temperatura na qual uma mistura de ar e vapores combustíveis 
entra em ignição e, por possuir vapores combustíveis emanados suficientes, mantém uma 
combustão autossustentável.
4. Por último, em situações mais extraordinárias, em que eventualmente ocorra um contato 
brusco de um material sólido com uma fonte de calor vigorosa, pode ocorrer a inflamação 
instantânea do material combustível, sem a presença de uma chama, faísca ou fagulha, 
simplesmente pelas altas temperaturas. Esta é a caracterização da autoignição, temperatura 
de autoignição ou autoinflamação: menor temperatura na qual uma mistura de ar e vapores 
combustíveis entra em ignição sem a presença de uma fonte externa de calor.
Os estágios expostos afirmam a importância do calor na composição do triângulo do fogo, 
pois demonstram que o fogo está relacionado com a temperatura induzida no material combustível. 
Além disso, percebemos como a reação em cadeia é determinante paraa permanência do fogo, pois 
uma das coisas que diferencia o ponto de fulgor e o ponto de ignição é exatamente a ideia da reação 
em cadeia. Esta é a questão que todo churrasqueiro tem que vencer ao acender uma churrasqueira: 
fazer com que o carvão alcance uma temperatura em que a queima seja autossustentável.
Há de se pontuar que a relação entre o combustível e o comburente também determina o 
fogo, pois, em misturas com concentração de gás oxigênio abaixo de 15%, a combustão não ocorre, 
por insuficiência de comburente. Se o combustível também for insuficiente, não há queima, assim 
como se for excessivo.
Exemplo disso é o carburador de veículos antigos, peça responsável por dosar corretamente a 
mistura de ar e combustível para alimentação do motor do automóvel (a injeção eletrônica substituiu 
essa peça). O objetivo, em um motor de combustão, é chegar à proporção ideal da mistura de ar 
e combustível para ter o melhor e mais eficiente funcionamento do veículo. Carburador afogado 
era como chamavam as situações em que o combustível excedia a quantidade necessária; quando 
isso acontecia, procurava-se desafogar o carburador de tal forma que a proporção do combustível 
3 Hidrocarboneto que, ao ter seus vapores aquecidos, pode formar com o ar uma mistura explosiva. Pode compor 
combustíveis como querosene, óleo diesel e outros.
Comportamento e dinâmica do fogo 39
diminuísse na mistura até chegar a um ponto em que ocorresse a alimentação do motor na condição 
(proporção combustível e ar) adequada.
O carburador pedia uma proporção ideal, um limite mínimo e um limite máximo de 
combustível para alimentar o motor adequadamente. No caso do carro, o objetivo é que a mistura 
de ar e combustível fique no intervalo desses limites (fogo útil), mas, para a SCIP, a meta é que fique 
sempre abaixo.
Esses limites são chamados de limite inferior de inflamabilidade/explosividade (LII ou LIE) 
e limite superior de inflamabilidade/explosividade (LSI ou LSE), sendo, respectivamente, a menor e a 
maior proporção em que ocorre uma mistura de ar e vapores combustíveis que possibilita uma ignição.
Como pudemos perceber, não é a simples aproximação de uma chama com o material que 
o fará entrar em combustão. Além da existência dos elementos do triângulo do fogo, é necessário 
que estes estejam em uma condição ideal para que o fogo ocorra: a fonte de calor e a mistura 
de comburente e vapores combustíveis (LII/LIE e LSI/LSE) precisam estar em determinada 
adequação. A Tabela 1, a seguir, demonstra alguns LII/LIEs e LSI/LSEs, expressos em % de 
volume, de algumas substâncias.
Tabela 1 – Mistura explosiva de alguns gases 
Fonte: Seito et al., 2008, p. 38.
Prevenção e combate a sinistro 40
A teoria apresentada tem como objetivo compreender de maneira simplificada o surgimento 
e desenvolvimento do fogo, pois assim é possível encontrar meios e estratégias de prevenir a 
ocorrência e o desenvolvimento dele. Vimos como surge o fogo e, conforme a teoria de Reason, 
Hollnagel e Paries (2006), apresentada no capítulo anterior, por vezes ele se origina em um ambiente 
vulnerável e transforma-se em incêndio. Na próxima seção, estudaremos como o fogo progride 
para uma situação de incêndio, perdendo seu controle e sua utilidade, provocando danos.
2.4 Propagação do fogo
Vimos que calor é energia em movimento. Quando aproximamos a chama 
do isqueiro a um pavio de vela, na verdade ocorre uma transferência da energia do 
isqueiro para a parafina localizada na camada superior da vela. Durante o ensino 
médio, estudamos em Física e Química que a energia térmica pode ser transferida 
de três diferentes formas: condução, convecção e irradiação. Essas também são as 
três formas de transferência de calor, as quais favorecem novas eclosões de fogo e o desenvolvimento 
deste para um incêndio pleno.
A condução é o processo de transferência de calor associado aos materiais sólidos, pois o calor 
é transferido de corpo a corpo por meio de contato direto, de molécula a molécula, de interações 
envolvendo elétrons livres. A energia movimenta-se na direção que o contato com as moléculas 
permite, da região de maior temperatura para a de menor. É o processo visto na alça metálica de uma 
panela, por exemplo, que aquece por sua base estar no fogo, ou das paredes de um tanque metálico, 
que precisam ser resfriadas para evitar a ignição ou reignição de um líquido inflamável.
A convecção é o processo associado a fluidos e gases aquecidos que se movimentam de uma 
região mais aquecida para uma menos aquecida, conforme mostra a Figura 9. A energia térmica 
movimenta-se usualmente das porções inferiores para as superiores, pela diferença de densidade. 
É o caso da fumaça quente que sobe. Nos momentos iniciais do incêndio, a convecção é a forma de 
transferência de calor mais relevante, fazendo com que os gases quentes se desloquem da base do 
fogo para as porções da camada superior do ambiente. Por esse motivo, ao fugir de um incêndio 
em ambiente fechado, deve-se rastejar, pois os gases aquecidos que queimam e a fumaça quente e 
tóxica acumulam-se na região mais alta do ambiente, próximo ao teto.
Figura 9 – Convecção da fumaça
Fonte: Adaptada de Carvalho, 2009, p. 77.
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A irradiação é o processo de transferência de calor que não depende das moléculas (condução) 
nem de um fluido ou gás (convecção), pois ocorre por meio de ondas eletromagnéticas. A radiação 
irradia energia térmica para todas as direções. É o caso da energia solar que é transmitida via 
vácuo, por meio de ondas eletromagnéticas, no espaço sideral. Em um incêndio desenvolvido, a 
radiação é o processo mais relevante de transferência de energia térmica.
Em um incêndio, o calor será irradiado em todas as direções. O material que 
estiver em seu caminho irá absorver o calor fornecido pelas ondas e terá sua 
temperatura elevada, o que poderá causar a pirólise, ou, até mesmo, fazer com 
que atinja seu ponto de ignição. (CARVALHO, 2009, p. 84)
O processo de propagação do fogo nada mais é que o próprio processo de transferência de 
calor, no sentido da matéria de maior energia (mais quente) para a de menor energia (menos quente). 
Então, na ocorrência de fogo eventual, busca-se evitar o fluxo de calor livre, não permitindo, 
assim, que o fogo se propague. Uma das táticas de prevenção e mitigação dos incêndios é impedir 
as três formas de transmissão de calor: pela condução, convecção e irradiação.
Em outros capítulos desta obra, estudaremos melhor como os processos de transmissão do 
calor podem ser dificultados para evitar a propagação de incêndios.
2.5 Técnicas de extinção
Esta obra não possui como objetivo primário a formação de pessoas aptas 
a combater incêndios de maneira profissional, como os bombeiros. A intenção é 
disponibilizar uma fonte de consulta bibliográfica para demandas específicas de 
rotinas de prevenção e formar uma mentalidade prevencionista, capaz de agir 
de acordo com as ações básicas da SCIP. Portanto, uma das etapas deste estudo é 
apresentar as formas de extinção do fogo e a mitigação de incêndios.
Vamos especificar quatro técnicas de extinção de fogo, pensando nos elementos citados na 
seção anterior. A ideia é que, para extinguir, é necessário desmontar o triângulo do fogo, retirando 
um dos seus componentes.
Começando pelo comburente, podemos emborcar um copo por cima de uma vela, 
eliminando, após alguns instantes, a chama. O que ocorre, nesse caso, é que o oxigênio dentro 
do copo foi sendo consumido até esgotar-se, e sem comburente não há fogo. A primeira técnica, 
portanto, consiste em abafar o fogo. Ou seja, é diminuir ou isolar a oferta de comburente na reação 
química do que causa e mantém o fogo até um ponto que não seja mais viável a combustão. Essa é a 
técnica usada tanto ao cobrir com um pano uma superfície em chamas (Figura 10 A) como ao usar 
uma camada de espuma para cobrir um tanque de líquido inflamável em chamas (Figura 10 B).
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Figura 10 – Técnicas de isolamento de comburente
(A) Abafamento com uso de pano
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(B) Uso de espuma contra incêndio
A segunda técnica considera que não é simples modificar a natureza do combustível durante 
a queima, portanto uma forma de evitar ou extinguir o fogo é impedi-lo de se espalhar. Desse modo, 
a retirada do material combustível, quando ainda intacto, possibilita o confinamento e a mobilização 
do fogo existente, resultando na falta de campo de propagação. É um método, por vezes, simples de 
ser executado. Por exemplo: imagine uma cortina em chamas. Em vez de adotar ações direcionadas 
para apagar o fogo na cortina, pode-se retirar os móveis, as cadeiras, o sofá e qualquer outro material 
capaz de servir como combustível e que esteja perto da origem das chamas. O fogo consumirá a 
cortina atingida até não ter mais campo de propagação e se apagará ao não encontrar outros materiais 
combustíveis próximos.
Um exemplo de como essa técnica é usada é a prevenção de incêndios florestais por 
uso de aceiros. Aceiro é a execução de um desmate usado para evitar que o fogo se propague 
pela vegetação em um possível incidente. Em outras palavras, a falta de cobertura vegetal, que 
serve como combustível, faz com que o fogo tenha limites. Outra maneira de usar essa mesma 
técnica para combater incêndios florestais é pela realização de queimas controladas da faixa de 
cobertura vegetal, conforme mostra a Figura 11 a seguir. Assim, ao queimar o material combustível 
(a vegetação), o fogo fica com o campo de propagação limitado.
Figura 11 – Eliminação de uma faixa de cobertura vegetal combustível para impedir campo de propagação
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A terceira técnica de extinção do fogo é a retirada do calor ou resfriamento. A água faz esse 
papel ao roubar o calor do fogo, o que ocasiona a diminuição da temperatura e, consequentemente, 
a eliminação de um dos lados do triângulo do fogo: o calor. A água é um agente extintor universal 
dos bombeiros, pode ser usada em diversos tipos de incêndios, inclusive nos florestais, como mostra 
a Figura 12. Apesar de a água ser o agente extintor mais fácil e eventualmente mais disponível em 
um incêndio, qualquer elemento que diminui o grau de agitação das moléculas (temperatura) na 
combustão contribuirá para a extinção do fogo.
Figura 12 – Uso da água em incêndios florestais para resfriamento e consequente extinção do fogo
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Finalmente, cessar a reação em cadeia, ou até evitá-la, é a quarta técnica de extinção de fogo 
que estudaremos. Conforme visto anteriormente, a combustão torna-se autossustentável quando 
as reações internas liberam energia sem a necessidade de uma fonte externa. A quebra da reação 
em cadeia, conforme o Manual de combate a incêndio (CARVALHO, 2009, p. 92), visa a introduzir 
“substâncias inibidoras da capacidade reativa do comburente com o combustível, impedindo a 
formação de novos íons (radicais livres produzidos pela combustão)”.
Nessa técnica, é característico o acréscimo de um aditivo que impeça a decomposição térmica 
do material combustível, ou a oxidação do combustível. Gases limpos, como o halon ou pó para 
extinção de incêndio, são exemplos de elementos que promovem a quebra da reação em cadeia.
Essas são as quatro técnicas básicas para extinguir um incêndio. Logicamente, há campos 
mais vastos para serem estudados na dinâmica do fogo que não são abordados nesta obra. O foco 
aqui é, de maneira resumida e simplificada, entender o suficiente sobre incêndio e o funcionamento 
de medidas da SCIP.
Compreendendo como surge o fogo, é possível entender como extingui-lo, desmontando o 
triângulo do fogo com a retirada de um dos elementos formadores. Pela teoria, a completa retirada 
de um desses elementos é suficiente para extinguir o fogo, mas, se possível, a supressão de dois 
ou de todos eles fará com que a mitigação do fogo seja mais rápida e eficaz.
Prevenção e combate a sinistro 44
2.6 Táticas de extinção
Falaremos agora sobre táticas e estratégias de extinção de incêndios, tendo 
como fundamentação as seguintes concepções: as formas de transferência de 
calor, as fases e os produtos do incêndio – cada medida de SCIP a ser abordada no 
terceiro capítulo desta obra será idealizada com base em estratégias desenvolvidas 
na dinâmica do fogo.
A partir do momento em que o fogo, inicialmente restrito a um foco, passa a não ter controle 
e se desenvolver, ele deixa de ser um princípio de incêndio e evolui para um incêndio consolidado. 
Fazendo um alinhamento entre duas variáveis envolvidas no incêndio (temperatura e tempo), 
podemos representar graficamente o comportamento do incêndio de modo a facilitar a concepção 
de medidas de SCIP, conforme ilustra a Figura 13 a seguir.
Figura 13 – Definições das fases do incêndio
Fonte: Adaptada de Seito et al., 2008, p. 146.
Caso o incêndio não sofra nenhuma interferência ou ação de combate, é possível descrever 
seu crescimento de acordo com as quatro fases:
1. Ignição, ocorrência do fogo: é o princípio do incêndio, o incidente que ocasiona o 
fogo. Há oxigênio plenamente disponível e liberação incipiente de vapores de materiais 
combustíveis em um foco restrito, por isso, nos instantes iniciais, não há registros de altas 
temperaturas.
2. Crescimento: pela convecção, o calor desloca-se para camadas superiores, com 
manifestação de chamas e fumaça. Devido à presença do teto e das paredes, a fumaça 
e o calor inundam o ambiente. O calor liberado faz a degradação (pirólise) do material 
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combustível adjacente ao foco inicial, gerando gases voláteis combustíveis, que alimentam 
a queima, elevando a temperatura. Com o desenvolvimento do fogo, registram-se altas 
temperaturas (acima de 800 ºC) por todo o ambiente. Ao fim dessa fase, ocorre o flashover: 
a ignição de todos os materiais combustíveis existentes (autoignição), generalizando o 
incêndio por todo o ambiente.
3. Incêndio desenvolvido: ocorre a queima pela oferta de oxigênio. O ambiente está tomado 
por fumaça, chamas e altas temperaturas. Calor intenso e fumaça tóxica eliminam 
qualquer possibilidade de vida. Os danos são totais.
4. Decaimento: fase de diminuição da temperatura, por limitação de material combustível. 
Ocorrência de queima em forma de brasas e, posteriormente, cinzas em abundância.
A representação anterior se destina ao estudo do incêndio em ambientes, também chamado 
incêndio estrutural. Como podemos perceber, devido à limitação e compartimentação do ambiente 
(com o teto e as paredes), o incêndio apresenta quatro fases características, sendo que podemos 
fazer estimativas e percepções de cada uma, conforme demonstra a Figura 14 a seguir.
Figura 14 – Fases do incêndio e percepções
Fonte: Adaptada de Seito et al., 2008, p. 146.
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Essas representações são importantes para a aplicação de medidas da SCIP. Por exemplo, em 
uma situação mais desenvolvida do incêndio (3° estágio), quando as temperaturas são maiores do 
que 500 °C, não há como se aproximar do incêndio com extintores – e, mesmo que fosse possível, 
o uso de extintores não seria suficiente.
Finalmente, na consideração de estratégias e táticas para a extinção do incêndio, é importante 
considerar, além da elevação da temperatura, os produtos resultantes da combustão. São eles:
• Vapores diversos: sendo uma consequência da pirólise, vapores combustíveis são liberados 
na combustão e podem ser tóxicos ou sufocantes. Quando não, ainda são um risco, pois 
estão em alta temperatura. O vapor da água, por exemplo, estará acima de 100 °C.
• Gases diversos, especialmente o monóxido de carbono (altamente tóxico, inodoro, incolor 
e insípido) e o dióxido de carbono(sufocante).
• Fumaça: há uma sigla para representar as ameaças da fumaça: QOMIT, que significa 
quente (altas temperaturas), opaca (afeta a visibilidade das pessoas), móvel (como fluido 
quente, desloca-se, podendo propagar o incêndio), inflamável (pelo fato de conter vapores 
combustíveis da pirólise e produtos de queima incompleta) e tóxica.
• Fuligem e cinzas: danificam aparelhos eletrônicos, móveis e acabamento do local sinistrado.
A concepção de medidas e sistemas da SCIP considerará as ameaças e oportunidades de cada 
fase e produtos do incêndio. Por exemplo, por ser a fumaça um produto característico do incêndio, 
é oportuno instalar detectores em ambientes nos quais há maior possibilidade de ocorrência. Isso 
possibilita, no momento inicial, ativar o alarme e evacuar as pessoas presentes no ambiente antes 
de ele ser tomado por extensa fumaça e generalização (flashover – fase plenamente desenvolvida) 
do incêndio.
Considerações finais
Com base na leitura atenta deste capítulo, é possível perceber que a grande estratégia da 
prevenção e mitigação do incêndio é não deixar que o fogo ocorra, impedir que o triângulo do fogo 
seja montado; mesmo que haja uma fonte de calor, ela deve estar afastada de combustíveis. Caso o 
fogo ocorra, a estratégia passa a ser evitar que ele se transforme em um incêndio.
Nos próximos capítulos, esta obra apresentará conteúdo menos denso e mais prescrições 
técnicas a serem seguidas para instalações e manutenções de sistemas preventivos. Mas é importante 
lembrar: tais medidas somente devem ser previstas, instaladas e manutenidas com base em um 
projeto de incêndio aprovado e validado pelo Corpo de Bombeiros Militar, além de ser preciso 
haver um acompanhamento profissional de um engenheiro registrado no Crea local.
Comportamento e dinâmica do fogo 47
Ampliando seus conhecimentos
• CARVALHO, R. V. T. G. et al. Manual de Combate a Incêndio do Corpo de Bombeiros 
Militar do Distrito Federal. Brasília: CBMDF, 2009. Disponível em: https://www.cbm.
df.gov.br/2012-11-12-17-42-33/2012-11-13-16-14-57?task=document.viewdoc&id=743. 
Acesso em: 9 set. 2019
Conforme recomendado também no capítulo anterior desta obra, indicamos a leitura 
desse manual, em especial do módulo 1: “Comportamento do Fogo”, em que há uma 
descrição completa sobre o comportamento e a dinâmica do fogo, explicando de modo 
eficiente e bem ilustrado os processos termodinâmicos envolvidos no incêndio.
• TURNS, S. R. Introdução à combustão: conceitos e aplicações. 2. ed. AMGH Editora, 2013.
O livro apresenta um estudo detalhado sobre a dinâmica do fogo e traz algumas outras 
temáticas não expostas neste capítulo. Demanda revisão de conhecimentos básicos em 
física e química e há uma versão em inglês e uma em português. Essa obra é para aqueles 
que buscam maiores detalhes no assunto.
Atividades
1. Cite um exemplo de prevenção da ocorrência do fogo, com base no triângulo do fogo.
2. Imagine que ocorreu um vazamento de gás em uma cozinha e o ambiente foi completamente 
inundado pelo gás por estar com janelas fechadas. Há risco de ocorrer incêndio ou explosão?
3. Seria adequado substituir um sistema de detecção de incêndio instalando apenas mais extintores?
Referências
CARVALHO, R. V. T. G. et al. Manual de Combate a Incêndio do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito 
Federal. Brasília: CBMDF, 2009. Disponível em: https://www.cbm.df.gov.br/2012-11-12-17-42-33/2012-11-
13-16-14-57?task=document.viewdoc&id=743. Acesso em: 9 set. 2019.
DRYSDALE, D. An introduction to fire dynamics. 3. ed. John Wiley & Sons, 2011.
REASON, J.; HOLLNAGEL, E.; PARIES, J. Revisiting the swiss cheese model of accidents. EUROCONTROL: 
experimental centre Journal of Clinical Engineering, Bruxelas, v. 27, 2006. Disponível em: https://www.
eurocontrol.int/eec/gallery/content/public/document/eec/report/2006/017_Swiss_Cheese_Model.pdf. 
Acesso em: 30 ago. 2019.
SEITO, A. I. et al. A segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Editora, 2008. Disponível em: 
http://www.ccb.policiamilitar.sp.gov.br/portalcb/_publicacoes/books/aseguranca_contra_incendio_no_
brasil.pdf. Acesso em: 26 ago. 2019.
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Medidas e sistemas básicos de prevenção a incêndios
Nos capítulos anteriores, estudamos os aspectos envolvidos na Segurança Contra Incêndio 
e Pânico (SCIP) e o comportamento do fogo. Neste capítulo, abordaremos como proteger uma 
edificação contra a ocorrência de incêndios. Nosso objetivo é conhecer os equipamentos e sistemas 
básicos de SCIP: saídas de emergência, sinalização de emergência, iluminação de emergência e 
proteção por extintores, assim como tomar ciência das prescrições básicas de cada um.
3.1 Saídas de emergência
A recomendação do uso de saídas de emergência em estabelecimentos, no 
Brasil, começou logo após o trágico incêndio do edifício Joelma, no ano de 1974.
Figura 1 – Exemplo de saídas de emergência bem sinalizadas
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Não há, ainda, uma legislação nacional referente às saídas de emergência. Cada unidade da 
federação, por meio da prefeitura, código de obras e normas do CBM local, possui um conjunto 
de prescrições que são exigidas para a implantação e manutenção de saídas de emergências 
seguras e eficientes.
Nosso objetivo, nesta obra, não é saber projetar e construir saídas de emergências, 
mas conhecer algumas prescrições que devem ser observadas. Há conceitos particulares, 
critérios específicos e cálculos acurados para o dimensionamento das saídas de emergência. Na 
inconformidade ou conflito, entre o previsto nas normas e o que existe, ações devem ser tomadas 
imediatamente, desde a comunicação ao setor responsável até denúncias aos órgãos competentes, 
conforme visto no final do primeiro capítulo.
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Prevenção e combate a sinistro 50
A NBR 9.0771 apresenta, no escopo da norma, que as saídas de emergência são dimensionadas:
a. a fim de que sua população possa abandoná-las, em caso de incêndio, 
completamente protegida em sua integridade física;
b. para permitir o fácil acesso de auxílio externo (bombeiros) para o combate 
ao fogo e a retirada da população. (ABNT, 2001, p. 2)
As saídas de emergência possibilitam que a população saia do prédio e os bombeiros iniciem 
o socorro. De acordo com as fases do incêndio, apresentadas no capítulo anterior, as saídas de 
emergência são destinadas, especialmente, para o uso da população na fase inicial do incêndio e 
para os bombeiros, durante as demais fases do incêndio. As saídas devem, portanto, resistir aos 
efeitos adversos do fogo e fumaça, para proteção da população, da edificação e dos bombeiros.
Por isso, é muito importante que as saídas de emergência sejam dimensionadas por um 
responsável técnico e representadas graficamente em uma planta. É necessário também que 
o projeto seja aprovado na prefeitura e no CBM local e que toda obra executada seja aprovada 
em vistoria pelo Corpo de Bombeiros. Além disso, é essencial que haja sempre um profissional 
habilitado acompanhando a edificação, inclusive na manutenção predial.
Em todos os capítulos frisaremos que modificações, reformas e revisões 
sempre devem ser executadas por um profissional habilitado, documentando 
a responsabilidade técnica. Apesar de expormos, nesta obra, prescrições, é 
importante que síndicos e responsáveis por edificações não modifiquem – de 
qualquer forma – características das saídas de emergência à revelia do projeto 
da edificação e do Corpo de Bombeiros Militar local.
Quando falamos de saídas de emergência é comum pensarmos em escadas. É importante observar 
que a rota de fuga compreende o caminho de qualquer ponto dentro da edificação até um lugar seguro 
do logradouro público (rua). Saídas de emergência são configuradas pelos seguintes elementos: acessos, 
portas, escadas, rampas, guarda-corpos, corrimãos, descarga, elevadores (de emergência), entre outros. 
Apresentaremos, adiante, prescrições de cada componente exemplificado.
Dimensionar saídas de emergência não é uma tarefa simples.Quanto maior o risco, altura 
e área construída de uma edificação, mais atenção é exigida para garantir a fuga da população e a 
segurança das operações dos bombeiros. Por isso, as normas usualmente classificam as edificações 
de acordo com sua destinação, altura vertical de fuga, dimensões do pavimento de maior área, 
características construtivas e sistemas de SCIP existentes.
O público de um estádio e a população de um posto de saúde, por exemplo, não podem contar 
com a mesma disponibilização de saídas de emergência. As prescrições para acessos dassaídas de 
1 É importante saber as fontes que favoreceram a elaboração desse material. Caso demandem-se curiosidades, detalhes 
e maiores informações, consulte as seguintes obras: NBR 9077 – Saídas de emergência em edifícios (ABNT, 2001); Norma 
Técnica n. 010/2015 CBMDF: Saídas de Emergência (CBMDF, 2015); Instrução Técnica n. 11/2019: Saídas de emergência 
(CBPMESP, 2019a).
escopo: 
objetivo que 
se é esperado, 
finalidade ou 
intento de 
determinado 
processo ou 
documento.
guarda-corpos: 
barreira de 
proteção 
vertical, 
instalada 
em escadas, 
rampas e 
desníveis 
para prevenir 
quedas.
Medidas e sistemas básicos de prevenção a incêndios 51
emergência, como regra geral, indicam que a largura das rotas de fuga deve ser calculada com base 
no pavimento de maior população.
Figura 2 – Mecânica de evacuação. Populações de cada pavimento descem gradualmente, alcançando o 
piso de descarga.
Fonte: Elaborada pelo autor.
Inicialmente, é possível considerar que as saídas de emergência são calculadas para 
a população integral de uma edificação abandonar o recinto em chamas, todos juntos, 
simultaneamente. Porém, isso pode acarretar a situação (extraordinária e irregular) de um bloqueio 
na descarga, o que pode gerar tumulto, e isso é o que nunca pode ocorrer.
Conforme regramento da NBR 9.077 (ABNT, 2001), a largura mínima para qualquer rota de 
fuga é 1,10 m para as ocupações em geral e 2,20 m para locais em que se transite macas. Qualquer 
parte da rota de fuga deve possuir a altura mínima de 2,50 m. Toda porta da rota de fuga deve 
possuir no mínimo 80 cm de vão, esta medida sempre será lida na parte mais estreita. A rota de 
fuga não deve ter nenhum obstáculo ou restrição.
Figura 3 – Largura mínima de rota de fuga: o espaço entre a folha da porta e a parede oposta deve ser de 
no mínimo 1,10 m.
Fonte: Adaptada de CBMDF, 2015, p. 40.
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Prevenção e combate a sinistro 52
Por haver a previsão de fogo e fumaça em um incêndio, um ocupante deve ficar o mais 
protegido possível durante a evacuação. Edificações muito altas ou com muitos pavimentos tendem 
a expor mais os ocupantes ao incêndio. Por isso, há um parâmetro de distância máxima a ser 
percorrida para alcançar um local seguro. A NBR 9.077 (ABNT, 2001) prevê que essa distância seja 
de 10 a 65 m, exigidos de acordo com as características de cada edificação. Caso a distância prevista 
seja vencida, é necessário implementar mais saídas. Por exemplo, a Figura 4, a seguir, ilustra um 
pavimento em que a distância máxima para ser percorrida é de, no máximo, 30 m. Por ser um 
pavimento muito maior, houve a necessidade de mais de uma escada de emergência.
Figura 4 – Exemplo de distância máxima
Fonte: Adaptada de APSEI, 2019.
Vencidas algumas prescrições para acessos e corredores, há uma observação para todo 
ambiente que tenha capacidade de público de mais de cinquenta pessoas: as portas de rota de fuga 
devem abrir no sentido do trânsito de saída (e não para dentro), sem bloquear ou atrapalhar o 
fluxo. Ambientes com capacidade de público maior que duzentas pessoas devem possuir portas 
com barra ou dispositivo antipânico, como demonstra a Figura 5 a seguir.
Figura 5 – Barra antipânico
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Medidas e sistemas básicos de prevenção a incêndios 53
As escadas de emergência devem ser planejadas conforme as características de cada 
edificação, levando em consideração especialmente a ocupação, área do maior pavimento e altura. 
As escadas de emergência oferecem diferentes tipos de proteção, em particular contra calor e 
fumaça. A ideia essencial é que edificações de maior altura e de maior área construída exigem que 
o ocupante permaneça mais tempo no ambiente da escada durante uma evacuação.
Escadas de emergência de edifícios altos e com amplas áreas devem oferecer mais proteção 
a sua população. Pensando nisso, três tipos diferentes de escada foram concebidos na NBR 9.077 
(ABNT, 2001):
1. Escada não enclausurada (NE): escada ordinária da edificação, usualmente aberta, não 
oferece proteção contra calor, fogo e fumaça.
2. Escada enclausurada protegida (EP): escada protegida em uma “caixa” resistente ao 
fogo, que proteja os ocupantes do calor.
3. Escada à prova de fumaça (PF): escada, protegida em uma “caixa” resistente ao fogo, que, 
além de proteger os ocupantes do calor, impede a entrada de fumaça.
Sem exaurirmos todas os aspectos de cada tipo de escada, partiremos para as peculiaridades 
delas. A escada não enclausurada, vide Figura 6, é uma escada aberta ou com ampla comunicação 
entre as unidades de uma edificação. O calor e fumaça provenientes de um eventual incêndio não 
encontram obstáculos para entrar e permanecer na escada. As prescrições gerais para esse tipo de 
escada são: possuir piso antiderrapante, corrimão, guarda-corpo, largura mínima de 1,10 metro, 
degraus balanceados e resistência ao fogo de, no mínimo, duas horas.
Figura 6 – Escada não enclausurada (NE): por ser aberta, a fumaça e o fogo não têm barreiras para entrar 
na escada.
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A escada enclausurada protegida é uma escada projetada especialmente para a situação de 
incêndio. Inicialmente deve possuir as mesmas prescrições básicas existentes na escada NE. Por ser 
isolada por paredes resistentes ao fogo e possuir portas corta-fogo em seu acesso, vide Figura 7, ela 
oferece mais proteção contra o calor proveniente de um eventual incêndio. Para favorecer a exaustão 
de fumaça, em cada pavimento, deve haver janelas que permitam a ventilação natural, além de possuir 
uma janela ou alçapão de alívio de fumaça no teto do último pavimento superior.
Prevenção e combate a sinistro 54
Figura 7 – Escada enclausurada protegida
Esquadria fixa tipo veneziana 
junto ao teto (alívio de fumaça). 
Ventilação permanente de 1.00 m².
Esquadria fixa tipo veneziana junto 
ao teto. Ventilação permanente de 
0.80 m².
Esquadria fixa tipo veneziana junto 
ao piso. Ventilação permanente de 
1.2 m² (entrada de ar puro).
Fonte: Adaptada de CBMDF, 2009, p. 46.
Aumentando o risco e a altura da edificação, torna-se necessário proteger mais eficientemente 
a população em fuga, por meio de uma escada à prova de fumaça (PF), também especialmente 
designada para ser usada na situação extraordinária de um incêndio. Além das mesmas prescrições 
básicas existentes na escada NE (largura de 1,10 m, piso antiderrapante, guarda-corpo e degraus 
balanceados), conforme prescrições da NBR 9.077 (ABNT, 2001), a escada PF deve possuir 
resistência ao fogo de, no mínimo quatro horas e um balcão externo, ou antecâmara interna 
ventilada, para impedir a entrada de fumaça na caixa de escada, conforme a Figura 8 a seguir.
Figura 8 – Escada à prova de fumaça
Fonte: Adaptada de CBMDF, 2009, p. 53.
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Medidas e sistemas básicos de prevenção a incêndios 55
A antecâmara, que é uma passagem anterior à caixa de escada, possui duas aberturas. A primeira 
superior, que serve para viabilizar a exaustão da fumaça de incêndio, e a outra inferior, usada para 
promover a entrada de ar limpo, como demonstra a Figura 9. É importante observar que a antecâmara 
não é um ambiente livre de fumaça, pois é ali que ocorre a extração dela.
Figura 9 – Planta baixa e corte de uma escada PF
GRELHA ENTRADA DE AR
ANTECÂMARA 
P-60 
TRRF 4h 
CORRIMÃO 
CONTÍNUO 
h = 0.92 m1.20 
1.
20
 
P-
60
 
DE DS
GRELHA SAÍDA DE AR 
PLATIBANDA 
DUTO 
SAÍDA 
DE AR 
ANTECÂMARA 
ANTECÂMARA 
DESCARGA
Fonte: Adaptada de CBMDF, 2009, p. 51-53.
Retomando conceitos abordados durante o Capítulo 2, a fumaça é quente, por isso, a 
antecâmara possui porta corta-fogo na entrada e na saída. O local seguro ao calor e fumaça para 
a população da edificação, nesse caso, é a caixa de escada. A mesma ideia pode funcionar se a 
antecâmara foi substituída por um balcão externo, conforme a Figura 10. Podemos observar que em 
ambos os casos a ventilação e processo de extração da fumaça é natural, sem uso de equipamentos.
Figura 10 – Escada PF com uso de balcão externo
Fonte: Adaptada de CBMDF, 2009, p. 57.
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Prevenção e combate a sinistro 56
Abordadas as três possíveis configurações de escadas contra incêndios, apresentaremos uma 
quarta possibilidade. Podemos observar que a escada PF ocupa um espaço considerável dentro 
da edificação, por possuir uma antecâmara e dois dutos para o funcionamento do mecanismo de 
proteção contra fumaça. Considerada como uma evolução da escada PF, a escada à prova de fumaça 
pressurizada (PFP) elimina a necessidade de um dos dutos e da antecâmara, pela pressurização 
intermediada por ventiladores.
O ar limpo exterior é canalizado à sala de pressurização por um duto de captação, direcionado 
pelos ventiladores ao duto de insuflação que está conectado à caixa de escada (Figura 11). Ao abrir 
a porta da caixa de escada em um eventual incêndio, a pressão positiva gerada pelo grupo de 
ventiladores empurra e afasta a fumaça existente nas áreas comuns da edificação, não permitindo 
que entre na caixa de escada.
Figura 11 – Escada PFP, com destaque para a captação de ar limpo, sala de pressurização e duto de 
insuflação.
AR LIMPO
Fonte: Adaptada de CBMDF, 2009, p. 59.
Em alguns casos, escadas emergenciais não são suficientes para evacuar a população de uma 
edificação, como hospitais e outras ocupações que contem com a presença constante de pessoas em 
cadeira de rodas, por exemplo. Em locais com rampas (Figura 12), são necessários guarda-corpos 
e corrimãos instalados, para evitar quedas e tornar uma fuga menos desconfortável e mais segura. 
Logicamente, há critérios, como os previstos na Figura 13, para a implantação de guarda-corpos e 
corrimãos seguros e eficientes. A NBR 9.077 (ABNT, 2001) e outras normas/instruções técnicas dos 
CBMs preveem os seguintes critérios para guarda-corpos de escadas, rampas e desníveis em saídas 
de emergência: ser de vidro de segurança (laminado ou aramado), em gradil ou tela, alvenaria 
(tijolo) ou com balaústre verticais (espaçados entre si na distância máxima de 11 cm para não 
permitir a passagem de crianças). Balaústres horizontais são proibidos porque podem ser usados 
como escada para subida de crianças.
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balaústre: 
elemento de 
vedação, em 
formato de 
barra, que pode 
compor um 
guarda-corpo.
Medidas e sistemas básicos de prevenção a incêndios 57
Figura 12 – Rampa em conformidade com a NBR 9.077
Fonte: Adaptada de CBMDF, 2009, p. 62.
Figura 13 – Tipos de guarda-corpo e corrimãos em conformidade
730 N/m APLICADOS AO CORRIMÃO – 
(LONGARINA SUPERIOR)
MÁX. 
0.11 m 
1.
05
 m
 MÁX. 
0.11 m 
12
00
 P
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MÁX. 
0.11 m 
VIDRO DE 
SEGURANÇA – 
(ARAMADO OU 
LAMINADO) 
GRADE 
ORNAMENTAL
OU TELA 
ALVENARIA 
BALAÚSTRES 
ESPAÇADOS NO 
MÁXIMO 0.11 m
GUARDACORPO
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05
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0.
92
 m
0.
70
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Fonte: Adaptada de CBMDF, 2009, p. 68-70.
Elevadores comuns não podem ser usados como meio de escape seguro em um incêndio. 
Para edificações residenciais altas (acima de 45 m de altura) ou ocupações hospitalares (com mais 
de 12 m de altura), são exigidos elevadores de emergência, como adverte, por exemplo, a Norma 
Técnica n. 10/2015 (CBMDF, 2015). Diferentes dos elevadores tradicionais, os emergenciais 
contam com alimentação de energia elétrica independente da alimentação ordinária da edificação. 
Para acessá-los, usa-se a antecâmara e as portas corta-fogo.
Há muitas outras prescrições para estabelecer saídas de emergência seguras e efetivas. Alguns 
exemplos de medidas de prescrição são: nunca acondicionar móveis e materiais na escada; não permitir 
a instalação de tubulações ou de equipamentos (nem mesmo extintor) na caixa de escada; nunca 
permitir comunicação direta entre a escada dos pavimentos superiores com a escada proveniente do 
subsolo (prevenindo a fuga para um local diferente da descarga da edificação); nunca trancar portas 
de saídas de emergência; e não permitir que portas corta-fogo permaneçam abertas.
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Prevenção e combate a sinistro 58
Apesar de haver tantas prescrições, a implantação de saídas de emergência de forma isolada 
não garante a evacuação segura e eficiente de uma população de uma edificação. É necessário que 
as saídas de emergência estejam corretamente sinalizadas e iluminadas, conforme veremos nas 
seções seguintes.
3.2 Sinalização de emergência
Incêndios, ameaças de bomba e outras situações que acarretam a evacuação 
de uma edificação geram insegurança e pânico aos ocupantes. Por vezes, mesmo 
sem estar em uma situação de risco, pode ser confuso encontrar caminhos em 
edificações em que não temos o hábito de frequentar. Em uma emergência, a 
desorientação potencializa-se, tornando a evacuação um processo que demanda 
suporte da própria edificação para orientar a saída e fuga dos ocupantes.
Não há, assim como na seção anterior, uma legislação nacional consolidada para a instalação 
e manutenção da sinalização de emergência. É necessário contratar um profissional habilitado para 
realizar o serviço de acordo com as prescrições existentes em normas e instruções técnicas do CBM 
local. Nosso estudo visa a orientar e ilustrar as principais prescrições de sinalização para que seja 
favorecido o abandono seguro da edificação.
A NBR 13.434/1 (ABNT, 2004a)2 especifica que a sinalização de emergência possui os 
seguintes objetivos:
reduzir o risco de ocorrência de incêndio, alertando para os riscos existentes, e 
garantir que sejam adotadas ações adequadas à situação de risco, que orientem as 
ações de combate e facilitem a localização dos equipamentos e das rotas de saída 
para abandono seguro da edificação em caso de incêndio. (ABNT, 2004a, p. 2)
Conforme abordado na seção anterior, não é eficiente instalar saídas de emergência sem 
a devida sinalização e iluminação. As saídas de emergência, apesar de serem consideradas um 
sistema de SCIP, são efetivas somente quando estão em harmonia e perfeita integração com outros 
sistemas de SCIP. Podemos citar o desastre da boate Kiss como um exemplo de sinalização de 
emergência inadequada, conforme relatório elaborado pelo CREA-RS.
A sinalização de emergência não era adequada para permitir uma saída 
organizada com rapidez e segurança por ocasião de um incêndio.
Como a boate não era constituída de um salão único deveria haver sinalização 
abundante para organizar o fluxo das pessoas para a saída de emergência que 
era somente frontal. Esta sinalização pode ser fixada no teto, paredes e piso. [...]
(CREA-RS, 2013, p. 24)
2 Para mais detalhes, além das informações aqui contidas, consulte as seguintes fontes:
ABNT NBR 13.434/1: Sinalização de segurança contra incêndio e pânico. Parte 1: Princípios de projeto (ABNT, 2004a);
ABNT NBR 13.434/2: Sinalização de segurança contra incêndio e pânico. Parte 2: Símbolos e suas formas, dimensões e 
cores (ABNT, 2004b);
ABNT. NBR 13.434/3: Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 3 (ABNT, 2015);
Instrução Técnica n. 20/2018: Sinalização de emergência (CBPMESP, 2018a).
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Medidas e sistemas básicos de prevenção a incêndios 59
A norma da ABNT, referente à sinalização de emergência, é organizada em três partes, 
igualmente relevantes. A parte 1 descreve princípios de projeto e classifica as sinalizações de 
emergência em básica e complementar.A básica possui quatro categorias: proibição; alerta; 
orientação e salvamento; e equipamentos de combate a alarme. A sinalização complementar é 
usada por meio de mensagens escritas, para indicação continuada de rotas de fuga, obstáculos e 
condições de uso de portas corta-fogo.
As sinalizações de proibição são aplicadas a fim de coibir ações que possam colaborar com 
o princípio ou agravamento de incêndio. Instaladas a uma altura de 1,80 m, devem estar sempre 
próximas ao ambiente que representa o risco. Alguns exemplos presentes na NBR 13.434/2 (ABNT 
2004b) são ilustrados no Quadro 1, a seguir. 
Quadro 1 – Exemplo de sinalizações de proibição
CÓDIGO SÍMBOLO SIGNIFICADO FORMA E COR APLICAÇÃO
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Fonte: Adaptado de ABNT, 2004b, p. 7.
A sinalização de alerta tem a finalidade de advertir sobre áreas ou objetos que possam 
gerar acidentes. Assim como as sinalizações anteriores, são instaladas a 1,80 m do chão e 
próximas ao risco em questão. Alguns exemplos existentes na NBR 13.434/2 (ABNT, 2004b) 
estão ilustrados no Quadro 2.
Prevenção e combate a sinistro 60
Quadro 2 – Exemplo de sinalizações de alerta
CÓDIGO SÍMBOLO SIGNIFICADO FORMA E COR APLICAÇÃO
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Fonte: Adaptado de ABNT, 2004b, p. 8.
As sinalizações de orientação e salvamento indicam as rotas de saída e como acessá-las. 
São instaladas a uma altura mínima de 1,80 m. Essa sinalização deve ser obrigatoriamente 
fotoluminescente3 e posicionada de modo que possibilite a visualização dela, por qualquer 
indivíduo à distância máxima de 7,5 m, e da orientação seguinte. A sinalização de orientação e 
salvamento possui critérios de tamanho e formatos que não podem ser diferentes do especificado na 
NBR 13.434/2 (ABNT, 2004b), como os que constam no Quadro 3.
3 Efeito que permite que o pictograma (figura inserida na sinalização) apresente luminância.
Medidas e sistemas básicos de prevenção a incêndios 61
Quadro 3 – Exemplo de sinalizações de orientação e salvamento
CÓDIGO SÍMBOLO SIGNIFICADO FORMA E COR APLICAÇÃO
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Fonte: Adaptado de ABNT, 2004b, p. 9.
As sinalizações de equipamentos de combate e alarme indicam quais e onde encontrar os 
equipamentos disponíveis. São instaladas a uma altura mínima de 1,80 m. Essa sinalização deve ser 
obrigatoriamente fotoluminescente. Observe os exemplos ilustrados no Quadro 4.
Prevenção e combate a sinistro 62
Quadro 4 – Exemplo de sinalizações de equipamento
CÓDIGO SÍMBOLO SIGNIFICADO FORMA E COR APLICAÇÃO
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Fonte: ABNT, 2004b, p. 12.
A sinalização complementar de mensagens escritas é usada onde se fizer necessário 
melhorar a informação dada por símbolos da sinalização básica, como demonstram as sinalizações 
do Quadro 5 a seguir. 
Quadro 5 – Exemplo de sinalizações complementares escritas
CÓDIGO SÍMBOLO SIGNIFICADO FORMA E COR APLICAÇÃO
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Fonte: Adaptado de ABNT, 2004b, p. 14.
Medidas e sistemas básicos de prevenção a incêndios 63
A sinalização complementar de indicação continuada de rotas de fuga tem função de 
orientar a fuga em caso de acúmulo de fumaça nas porções superiores das rotas de fuga. Por 
isso são instaladas, conforme prescrições da NBR 13.434/2 (ABNT, 2004a), a uma altura entre 
25 cm e 50 cm do piso, indicando o sentido do fluxo de saída, e espaçadas de 3 em 3 m. O 
Quadro 6, a seguir, traz um exemplo. 
Quadro 6 – Exemplo de sinalizações complementares de rotas de fuga
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Fonte: Adaptado de ABNT, 2004b, p. 13.
A sinalização básica complementar de indicação de obstáculos destaca pilares, vigas, desnível 
de piso, rebaixo de teto e qualquer outra saliência na rota de fuga, conforme a Figura 14.
Figura 14 – Exemplo de sinalizações complementares de indicação de obstáculos
Fonte: Adaptada de ABNT, 2004b, p. 16.
Exige-se também que portas, paredes ou fechamentos translúcidos (como vidros) possuam 
tarja horizontal em cor contrastante com o ambiente em toda sua extensão (faixa antitrombada), 
como na Figura 15.
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Prevenção e combate a sinistro 64
Figura 15 – Exemplo de sinalizações complementares de fechamentos em elementos translúcidos (vidro)
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A Figura 16, a seguir, ilustra exemplos de instalação de placas de orientação e salvamento, de 
uma placa de proibição (elevador) e placas de sinalização complementar de rotas de fuga.
Figura 16 – Exemplo de sinalizações complementar de rotas de fuga
Fonte: Adaptada de ABNT, 2004b, p. 18.
A sinalização de emergência deve estar integralmente prevista no projetode instalações 
de SCIP (projeto de incêndio). Além disso, toda sinalização deve passar por verificação, 
no mínimo, semestral. O material deve possuir certificação e a aquisição deve ser feita em 
estabelecimento comercial credenciado no CBM local, pois muitas sinalizações existentes no 
mercado não atendem aos requisitos de fotoluminescência previstos pela norma. É importante 
reiterar que quaisquer modificações e reformas de ambientes exigem revisão do projeto e uma 
nova aprovação no CBM local.
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Medidas e sistemas básicos de prevenção a incêndios 65
3.3 Iluminação de emergência
Uma das consequências imediatas de um incêndio é a diminuição da 
visibilidade do ambiente sinistrado. Seja pela ação da fumaça, seja pelo desligamento 
da energia elétrica, tanto por ação deliberada dos bombeiros quanto por curto-
circuito. Por isso, uma das medidas de SCIP é a iluminação de emergência, ilustrada 
em funcionamento na Figura 17. 
Figura 17 – Exemplo de iluminação de emergência em funcionamento (segunda figura)
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Assim como nas seções anteriores, não há uma legislação nacional consolidada4, ou 
seja, deve-se contratar profissional habilitado para instalação e manutenção de iluminação de 
emergência, que deve atentar-se às prescrições existentes em normas e instruções técnicas do CBM 
local. Nosso estudo visa a orientar e ilustrar as principais prescrições de iluminação para que seja 
favorecido o abandono seguro da edificação.
A NBR 10.898 (ABNT, 2013a) especifica que a iluminação de emergência possui 
funcionalidade na falta da iluminação natural ou na falha da iluminação instalada. Os objetivos da 
iluminação de emergência são:
a) permitir o controle visual das áreas abandonadas para que seja possível 
localizar pessoas impedidas de locomoverem-se;
b) proteger a segurança patrimonial e facilitar a localização de pessoas 
indesejadas pelo pessoal da intervenção;
c) sinalizar, de forma inequívoca, as rotas de fuga utilizáveis, no momento do 
abandono de cada local;
d) sinalizar o topo do prédio para a aviação civil e militar. (ABNT, 2013a, p. 1)
4 Para mais detalhes, sugerem-se as seguintes fontes de consulta:
ABNT NBR 10.898: Sistema de iluminação de emergência (ABNT, 2013a);
Instrução Técnica n. 18/2019: iluminação de emergência (CBPMESP, 2019b).
Vídeo
Prevenção e combate a sinistro 66
É função primordial da iluminação de emergência auxiliar na evacuação de pessoas e 
favorecer as ações dos bombeiros. Ela pode garantir o funcionamento de outros serviços, desde 
que não haja prejuízo das funções citadas e não apresente riscos para o combate a incêndios e 
resgate, especialmente em relação a choques elétricos. A norma prevê, basicamente, quatro tipos 
de iluminação de emergência: por blocos autônomos, por sistema centralizado de baterias, por 
sistema centralizado de gerador e por equipamentos portáteis.
A edificação pode contar com a instalação de blocos autônomos, como o ilustrado na Figura 
18. Cada bloco deve possuir determinado desempenho lumínico, bateria interna recarregável, 
sensor ativador e se manter permanentemente ligado a uma fonte de energia elétrica (para que a 
bateria esteja sempre carregada). 
Figura 18 – Exemplo de bloco autônomo de iluminação de emergência
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As prescrições da NBR 10.898 (ABNT, 2013a), comum a todos os elementos e sistemas 
de iluminação de emergência, podem ser resumidas em: acionamento automático (para blocos 
autônomos) e no máximo 2 (dois) segundos (para sistema de bateria), autonomia mínima de 
iluminação de uma hora, os materiais das luminárias não podem propagar chamas, nível mínimo 
de iluminamento no piso de 5 lux em locais com desníveis (escadas e rampas) e 3 lux para locais 
planos (corredores). 
Quanto à instalação das luminárias de emergência, o parâmetro de referência será a altura 
de instalação da luminária. O projetista, de acordo com a potência luminosa da luminária, poderá 
escolher a que altura a luminária será instalada. A NBR 10.898 (ABNT, 2013a) especifica que 
distância máxima entre dois pontos de instalação de iluminação de emergência é equivalente 
a quatro vezes a altura de instalação em relação ao piso, conforme a Figura 19. Ou seja, caso a 
luminária (exemplo: um bloco autônomo de iluminação de emergência) seja instalada na altura de 
2,5 m do piso (distância vertical), outra luminária de emergência deve ser instalada nesta rota de 
fuga no máximo a 10 m (distância horizontal) da instalação da primeira luminária. É como se cada 
luminária, neste exemplo citado, protegesse um “espaço quadrado de 5 m de raio”.
Medidas e sistemas básicos de prevenção a incêndios 67
Figura 19 – Dimensionamento dos pontos de instalação de iluminação de emergência (em planta baixa)
Fonte: Adaptada de ABNT, 2017.
O segundo tipo de iluminação de emergência é considerado um sistema, por possuir 
baterias centrais que alimentam, na falta de energia, os pontos de iluminação. Nesse caso, utiliza-se 
um sistema centralizado com baterias de acumuladores elétricos que são as fontes de energia das 
luminárias que compõem o sistema de iluminação de emergência.
O terceiro sistema é muito semelhante à ideia da alimentação por baterias, mas com utilização 
de um gerador de energia central como fonte de alimentação emergencial, como ilustra a Figura 20. 
Figura 20 – Exemplo de gerador de energia
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O uso do gerador acarreta mais alguns cuidados, como tensão de alimentação das luminárias 
menores que 30 v para evitar choques elétricos; botão de arranque manual; ventilação em seu local 
de instalação; base de apoio contra vibrações; bacia de contenção do combustível para reservatórios 
com volume superior a duzentos litros, entre outros.
Conciliando as medidas de SCIP, pode-se fazer iluminação e sinalização em uma única peça. 
Nesse caso, teremos uma sinalização iluminada que ajuda no balizamento da rota de fuga. Isto é, 
uma placa de orientação com iluminação própria, conforme ilustrado na Figura 21, pode ser usada 
também para iluminar as rotas de fuga.
Prevenção e combate a sinistro 68
Figura 21 – Iluminação por sinalização
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A iluminação de emergência deve ser testada mensalmente para verificação do 
funcionamento. É importante alertar, mais uma vez, que modificações, reformas e revisões nunca 
devem ser executadas à revelia do projeto da edificação e do Corpo de Bombeiros Militar local.
3.4 Proteção por extintores
A preocupação básica inicial em um sinistro é garantir 
a segurança dos ocupantes da edificação. A evacuação é 
provida por meio de saídas de emergência efetivas, sinalizadas 
e iluminadas. Continuando a estudar ações de resposta à fase 
inicial do incêndio, conforme o gráfico das fases do incêndio 
no primeiro capítulo, passa-se a discorrer sobre a proteção por extintores. 
Sendo possível e seguro esboçar alguma reação a um princípio de incêndio, 
pode-se tentar um primeiro combate com o uso de extintores.
Assim como nas seções anteriores, não há uma legislação nacional consolidada de proteção 
por extintores5. Dessa forma, faz-se necessário contratar um profissional habilitado para instalação 
e manutenção de extintores, que deve atentar-se para as prescrições existentes em normas e 
instruções técnicas do CBM local. Nosso estudo visa a orientar e ilustrar as principais prescrições 
abrangendo extintores para que seja favorecido o combate inicial a um eventual princípio de 
incêndio em uma edificação.
A NBR 12.693 (ABNT, 2013b) fixa, conforme exposto no escopo da norma, “os requisitos 
exigíveis para projeto, seleção e instalação de extintores de incêndio portáteis e sobre rodas, em 
edificações e áreas de risco, para combate a princípio de incêndios” (ABNT, 2013b, p. 1).
Seguindo a ideia de reagir à evolução do incêndio e focando no gráfico das fases do incêndio, 
ilustrado no Capítulo 1, é crucial destacar que extintoresdevem ser usados nos princípios de 
5 Para mais detalhes sobre extintores, além das informações aqui contidas, sugerem-se as seguintes fontes de 
consulta:
ABNT NBR 12.693: Sistemas de proteção por extintores de incêndio (ABNT, 2013b);
ABNT NBR 15.808: Extintores de incêndio portáteis. (ABNT, 2017);
ABNT NBR 15.809: Extintores de incêndio sobre rodas. (ABNT, 2010);
Instrução Técnica n. 21/2018: Sistema de proteção por extintores de incêndio (CBPMESP, 2018b).
Vídeo A primeira 
reação após um 
alerta de incêndio é 
procurar as saídas de 
emergência. Caso você 
seja o primeiro a notar 
o incêndio, contate o 
corpo de bombeiros 
local no número 193.
Medidas e sistemas básicos de prevenção a incêndios 69
incêndio e não após o alastramento do fogo. A própria norma especifica e reforça essa ideia por 
duas vezes no escopo. Além disso, conforme já explicado nas seções anteriores, cada sistema tem 
uma funcionalidade e não pode ser substituído por outras medidas de SCIP.
Extintores de incêndio são utilizados como primeira linha de ataque contra 
incêndios de tamanho limitado. Eles são necessários mesmo que o local esteja 
equipado com chuveiros automáticos, hidrantes, mangueiras ou outro sistema 
fixo de proteção. (ABNT, 2013b, p. 1)
Há diversos tipos de extintores. A seleção de extintores leva em consideração a característica e o 
tamanho do fogo previsto, além do tipo de construção e ocupação do ambiente em que estará instalado. 
A atenção inicial recai sobre a substância utilizada para a extinção do fogo ou agente extintor.
Para tornar mais eficiente o combate a princípios de incêndio com uso de agentes 
extintores, classificamos os combustíveis em quatros classes. Cada classe apresenta uma 
peculiaridade de queima e de combate. Essa divisão em classes oportuniza um estudo 
melhor sobre a queima dos combustíveis. Assim, podemos levantar oportunidades, técnicas e 
estratégias para o combate a incêndio, em especial com o uso de extintores. Várias informações 
podem ser atribuídas a cada classe de material combustível, conforme dados ilustrados no 
Quadro 7. Após entendermos essas classes, estudaremos os agentes extintores.
Quadro 7 – Classes de material combustível
1 – Sólidos
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2 – Líquidos e gases 
inflamáveis
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3 – Equipamentos
elétricos energizados
4 – Metais combustíveis
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E MADEIRAS 
LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS EQUIPAMENTOS
ELÉTRICOS METAIS COMBUSTÍVEIS
B C D
Fonte: Elaborado pelo autor.
Prevenção e combate a sinistro 70
Conforme o Quadro 7, podemos atrelar um agente extintor a cada classe de incêndio, para 
tornar o combate mais eficiente. O primeiro agente, conhecido como extintor universal, é a água. A 
água possui boa capacidade de absorção de calor. Absorvendo o calor de um material, ela o resfria 
e, em temperaturas maiores que 100° C, evapora. Além disso, a água possui baixa viscosidade, o 
que torna possível que ela tenha a propriedade de penetração em materiais sólidos. Assim, a água 
é um eficiente agente extintor para sólidos em combustão, conforme ilustrado na primeira coluna 
do Quadro 1.
Outro agente extintor comumente usado é o pó para extinção de incêndio, denominado 
pó químico seco (PQS), ilustrado na Figura 22. Os mais recorrentes no combate ao fogo são o 
bicarbonato de sódio ou potássio, direcionados para as classes B e C, e o fosfato monoamônico, 
mais abrangente pois é direcionado às classes A, B e C, conforme visto nas três colunas do Quadro 
1. Esses pós atuam, quimicamente, promovendo a quebra da reação em cadeia do triângulo do 
fogo e mitigando o incêndio. Não são tóxicos nem apresentam perigos, mas podem danificar 
objetos eletrônicos. 
Figura 22 – Extintor de pó. O espaço livre contém um gás inerte pressurizado para expulsar o conteúdo 
após acionamento.
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O terceiro agente extintor é o monóxido de carbono ou CO2. Esse extintor atua por 
abafamento retirando ou diluindo o oxigênio; também atua por resfriamento. Tem como limitação 
não penetrar no material combustível, como a água, por isso é recomendado para líquidos 
inflamáveis, que queimam apenas em superfície, e não é recomendado para sólidos combustíveis, 
pois queimam em profundidade também. Por não conduzir facilmente eletricidade e não deixar 
resíduos, é usado para o combate a incêndio em equipamentos energizados, conforme visto na 
terceira coluna do Quadro 7.
Medidas e sistemas básicos de prevenção a incêndios 71
Figura 23 – Extintor sobre rodas
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A seleção do extintor envolve diversos aspectos, dentre eles a classe dos materiais combustíveis 
e o agente extintor adequado para cada classe, já abordados anteriormente. O próximo fator a ser 
considerado é a dimensão do fogo a ser combatido, o que influencia no tamanho do extintor, que 
pode ser classificado entre portátil ou carreta. Os portáteis são todos os com menos de 25 kg; os 
mais pesados devem ser instalados sobre rodas, por isso são denominados carretas (conforme a 
Figura 23). É mais recorrente a instalação de extintores portáteis.
Extintores sobre rodas são instalados em lugares que demandam alta vazão, maior tempo 
de descarga, maior alcance do jato e maior quantidade do agente extintor. São exemplos de 
ambientes que necessitam desse modelo de extintor: postos de abastecimento, heliportos, 
subestação elétrica e outros ambientes de manipulação ou armazenamento de explosivos 
inflamáveis ou combustíveis.
Até aqui, estudamos sobre os extintores de água, de pó (BC e ABC) e de CO2 (dióxido de 
carbono). Há outros tipos de extintores, mas limitaremos o espectro do nosso estudo nesses três. Há 
outras classificações e aspectos que também podem influenciar na escolha do extintor. Entretanto, 
é relevante discorrer sobre as principais prescrições de instalação de aparelhos extintores:
• Devem estar em total condição de operação.
• Devem estar completamente carregados (caso tenham sido usados, mesmo que pouco, 
devem ir para manutenção).
• Devem ser instalados nos locais designados pelo projeto.
• Devem ser facilmente acessíveis e prontamente disponíveis.
• Não podem ser obstruídos (seja por mercadorias, mesas, cadeiras, armários, veículos, 
entre outros).
Prevenção e combate a sinistro 72
• Em áreas de estacionamento, garagens e áreas de depósito, a instalação do extintor deve 
possuir sinalização de piso, conforme ilustra a Figura 24 a seguir.
Figura 24 – Exemplo de instalação de extintor em garagens
• Devem estar instalados em local que haja a menor possibilidade possível de ter o acesso 
bloqueado pelo fogo.
• Deve haver uma proteção adicional onde houver risco especial além do extintor.
• Não devem ser instalados em escadas (pois bloqueia a fuga, reduzindo o vão de passagem).
• Devem, caso estejam fixados na parede,estar entre 10 cm do piso (medido do fundo do 
aparelho) a 1,60 m do piso (medido da alça de transporte), conforme ilustrado na Figura 24.
• Devem possuir lacre (1), anel de identificação da manutenção (2), etiqueta de garantia 
(3), selo do INMETRO (4) e quadro de instruções (5), como demonstra a Figura 25. 
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Medidas e sistemas básicos de prevenção a incêndios 73
Figura 25 – Identificações obrigatórias do extintor
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• Devem possuir sinalização de equipamento.
• Devem estar em abrigos, quando externos, para proteção contra sol e intempéries.
• Não devem ser instalados no chão.
• Devem estar instalados de acordo com os possíveis combustíveis do local. Por exemplo, 
em escritórios que têm materiais classe A e C, deve ser instalado um extintor classe A e 
outro classe BC, ou um classe ABC.
• Devem ser, obrigatoriamente, verificados anualmente.
Reitera-se, mais uma vez, que modificações, reformas e revisões nunca devem ser executadas 
à revelia do projeto da edificação e do Corpo de Bombeiros Militar local. Seguindo as prescrições 
citadas, oportuniza-se um combate rápido, fácil e eficiente a qualquer princípio de incêndio.
Considerações finais
Neste capítulo, observamos as ações que devem ser tomadas no início do alerta de incêndio: 
evacuar os ocupantes e tentar, se possível, combater o princípio de incêndio com extintores. Por 
isso, saídas de emergência, sinalização de emergência, iluminação de emergência e proteção por 
extintores foram abordados. Por serem ações primárias, esses quatros sistemas são básicos e devem 
existir obrigatoriamente em toda e qualquer edificação e estrutura (túneis, pontes, portos).
Falhando em extinguir o princípio de incêndio, ocorre o desenvolvimento do fogo e, por 
conseguinte, um incêndio desenvolvido. O próximo capítulo visa a apresentar sistemas e medidas 
de SCIP pensadas para combater incêndios desenvolvidos.
Prevenção e combate a sinistro 74
Ampliando seus conhecimentos
• ABNT. ABNT NBR 9.077: Saídas de emergência em edifícios. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
• ABNT. ABNT NBR 10.898: Sistema de iluminação de emergência. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
• ABNT. ABNT NBR 13.434/3: Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 3: 
Requisitos e método de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
• ABNT. ABNT NBR 12.693: Sistemas de proteção por extintores de incêndio. Rio de 
Janeiro: ABNT, 2013. 
Essas quatro normas, que são a base das legislações técnicas das Unidades da Federação 
do Brasil, reúnem os principais conceitos, explicações, prescrições técnicas e exemplos de 
dimensionamento e instalação. São elaboradas por diversos profissionais e especialistas. 
Antes da consulta a alguma norma especifica, é importante sempre verificar no catálogo 
da ABNT qual é a versão mais atualizada.
• INSTRUÇÕES Técnicas (ITs) do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de 
São Paulo. Disponíveis em: http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/. Acesso em: 20 set. 
2019.
O Estado de São Paulo atualmente é o CBM com acervo mais completo de 
normalizações de SCIP. Além disso, as ITs citam em seus textos diversas relevantes 
referências, inclusive as fontes de códigos internacionais, especialmente quando não 
há referência nacional. Outra grande vantagem das ITs é que o acesso ao seu conteúdo 
é gratuito, diferentemente das NBRs da ABNT. Apesar de haver diferenças entre os 
diversos Estados, usualmente as ITs de São Paulo apresentam referências que podem 
ser usadas como parâmetro em todo o Brasil. 
Atividades
1. Imagine que João das Neves trabalha como administrador de um determinado prédio. Um 
antigo arquivo que funcionava no térreo será transformado em restaurante, para conforto 
dos trabalhadores. O espaço será completamente alterado, incluído o layout e paredes do 
térreo. Quais cuidados João deve ter?
2. João das Neves, após a finalização da reforma, procurou placas de sinalização e emergência 
para comprar. Em uma loja especializada cada placa custava o triplo das placas que estavam 
sendo vendidas em uma papelaria do shopping. Qual material João deve comprar e como ele 
pode saber qual é o mais adequado?
3. Por fim, João das Neves foi comprar os extintores para o restaurante. No restaurante havia 
mesas, cadeiras, armários, computador, linhas de serviço (ligadas à eletricidade para aquecer 
a comida), estoque de óleo, um botijão de gás e um gerador de energia externo. Qual seria o 
extintor mais adequado?
Medidas e sistemas básicos de prevenção a incêndios 75
Referências
ABNT. ABNT NBR 9.077: Saídas de emergência em edifícios. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
ABNT. ABNT NBR 13.434/2001: Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 1: Princípios de 
projeto. Rio de Janeiro: ABNT, 2004a.
ABNT. ABNT NBR 13.434/2002: Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 2: Símbolos e 
suas formas, dimensões e cores. Rio de Janeiro: ABNT, 2004b.
ABNT. ABNT NBR 15.809: Extintores de incêndio sobre rodas. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
ABNT. ABNT NBR 10.898: Sistema de iluminação de emergência. Rio de Janeiro: ABNT, 2013a.
ABNT. ABNT NBR 12.693: Sistemas de proteção por extintores de incêndio. Rio de Janeiro: ABNT, 2013b.
ABNT. ABNT NBR 13.434/2003: Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 3: Requisitos e 
método de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
ABNT. ABNT NBR 15.808: Extintores de incêndio portáteis. Rio de Janeiro: ABNT, 2017.
ABNT. ABNT NBR 11.742: Porta corta-fogo para saídas de emergência. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.
APSEI. PORTAL SEGURANÇA on-line. Decreto-Lei n. 220/2008. Disponível em: http://www.segurancaonline.
com/legislacao/?doc=1&tit=487&n_tit=760&cap=529&n_cap=626&n1=591&n_n1=599#. Acesso em: 11 
2019.
CBMDF. Manual básico de combate a incêndio. 2. ed. Brasília: CBMDF, 2009.
CBMDF. Departamento de Segurança Contra Incêndio. Norma Técnica n. 010/2015: Saídas de Emergência. 
Brasília: DESEG, 2015.
CBPMESP. Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública. Instrução Técnica n. 20/2018: sinalização 
de emergência. São Paulo: SSP, 2018a.
CBPMESP. Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública. Instrução Técnica n. 21/2018: Sistema 
de proteção por extintores de incêndio. São Paulo: SSP, 2018b.
CBPMESP. Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública. Instrução Técnica n. 11/2019: Saídas de 
Emergência. São Paulo: SSP, 2019a.
CBPMESP. Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública. Instrução Técnica n. 18/2019: Iluminação 
de emergência. São Paulo: SSP, 2019b.
CREA-RS. Relatório técnico. Porto Alegre: CREA-RS, 2013.
4
Medidas e sistemas suplementares de prevenção a incêndios
No capítulo anterior, analisamos os sistemas básicos de prevenção a incêndios, os métodos 
de evacuação de edifício e um modo inicial de combate a incêndio, os extintores. Essas medidas são 
obrigatórias e devem estar presentes em todas as edificações, independentemente do tamanho e da 
destinação. Por isso, foram denominadas como básicas, pois têm o objetivo de promover refúgio 
aos ocupantes, mas não representam uma resposta direta ao fogo. Neste capítulo, abordaremos 
medidas pensadas para serem suplementares, as quais são instaladas de acordo com a área e 
altura da edificação. Não são sempre obrigatórias, entretanto tampouco são menos importantes e 
relevantes. 
Nosso objetivo primário, neste capítulo, é conhecer os equipamentos e sistemas 
suplementares de SCIP: alarme manual, detecção, hidrantes de parede, mangotinhos, central de 
gás, sistema de proteção a descargas atmosféricas (SPDA), sistemas especiais e instalações elétricas. 
O objetivo secundário é informar sobre prescrições de instalação, projeção e manutenção das 
medidas e sistemas suplementares de SCIP.
4.1 Sistema de alarme manual e detecção automática
Como foi explicado nos capítulos anteriores, não há uma legislação nacional 
consolidada sobre esses equipamentos1, sendo necessária a contratação de um 
profissional habilitado para instalação e manutenção dosistema de detecção e de 
alarme, que deve atentar-se para as prescrições existentes em normas e instruções 
técnicas do CBM local. Nosso estudo visa a orientar e ilustrar as principais 
prescrições de detecção e alarme de incêndio, para que seja favorecido um abandono seguro da 
edificação. 
É comum, em filmes, cenas em que um personagem aciona o alarme de incêndio, pelo 
dispositivo ilustrado na Figura 1, com o objetivo de causar desordem. Nessas cenas, quando o 
alarme é acionado, luzes e sirenes invadem a edificação e as pessoas saem em busca de rotas de 
fuga para deixar o recinto. A função do sistema de detecção de incêndio é exatamente essa: alertar 
e movimentar as pessoas, o mais rápido possível, após a detecção de algum risco.
1 Para mais detalhes, além das informações aqui contidas, consulte as seguintes fontes:
ABNT. NBR 17.240: Sistemas de detecção e alarme de incêndio – Projeto, instalação, comissionamento e manutenção 
de sistemas de detecção e alarme de incêndio – Requisitos (ABNT, 2010);
Instrução Técnica n.19/2018: Sistema de detecção e alarme de incêndio (CBPMESP, 2018).
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Prevenção e combate a sinistro 78
Figura 1 – Alarme (visual e sonoro) de incêndio
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A NBR 17.240 especifica, conforme escopo da norma, os requisitos: “para projeto, instalação, 
comissionamento e manutenção de sistemas manuais e automáticos de detecção e alarme de 
incêndio em e ao redor de edificações” (ABNT, 2010). Logo no início, a norma também reforça a 
necessidade de um estudo abrangente e técnico da edificação na qual será instalado o sistema de 
detecção, registrando, em especial, as responsabilidades das pessoas envolvidas, como engenheiros, 
arquitetos, proprietários, gestores ou administradores do espaço. A norma também traz uma lista 
de prescrições direcionadas ao projeto do sistema de detecção e alarme.
O sistema de detecção e alarme é constituído de diversos dispositivos e equipamentos 
interligados. Resumidamente, há um elemento que é facilmente sensibilizado em caso de incêndio 
e alerta a rede, que comunica essa sensibilização para uma central, a qual analisa os dados de 
sensibilização e, por fim, autoriza que a rede leve a mensagem de alarme aos dispositivos que emitem 
luz e sons. A função básica é detectar riscos, alertar os ocupantes do edifício, comunicar a situação à 
brigada de incêndio e ativar sistemas de SCIP para conter o sinistro, conforme ilustrado na Figura 2.
Figura 2 – Possibilidade de alertas e relacionamentos do sistema de detecção a alarme de incêndio
Fonte: Elaborada pelo autor.
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Para a proteção de uma edificação, o engenheiro responsável deve fazer uma seleção dos 
detectores de incêndio para o projeto de SCIP. Para isso, ele deve considerar as características dos 
materiais presentes no ambiente que podem servir como combustível e como esse combustível 
reage à combustão. Por exemplo, quão rápido é o aumento de temperatura, se a produção de 
fumaça e de chama acontece ou não, como é a ventilação do ambiente, a possibilidade e o impacto 
de alarmes falsos, a forma e a altura do teto. Para entendermos como cada aspecto influencia na 
escolha, precisamos conhecer cada um dos possíveis dispositivos.
• Acionador manual: esse não é um dispositivo automático, pois depende de uma operação 
manual para sua sensibilização. Por isso, deve ser instalado em local de fácil acesso e 
constante trânsito de pessoas. A prescrição de instalação, segundo a ABNT (2010), é a de 
que seja fixado na parede a uma altura entre 90 cm a 1,35 m do piso, sinalizado de acordo 
com a NBR 13.434 (ABNT, 2004) e não seja preciso percorrer mais que 30 m para alcançar 
um acionador manual.
Figura 3 – Acionador manual
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• Detector de fumaça: dispositivo automático sensibilizado por partículas e resíduos 
de combustão suspensos na atmosfera do ambiente. Destinado a locais com materiais 
combustíveis que tenham a fumaça como característica no início da combustão. A prescrição 
de instalação, prevista na NBR 17.240 (ABNT, 2010), é a de que não esteja a mais de 8 m do 
piso, sendo que cada detector deve proteger uma área máxima de 81m quadrados ou ter raio 
de alcance de 6,3 m.
Figura 4 – Detector de fumaça
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• Detector de temperatura: dispositivo sensibilizado pela elevação anormal da 
temperatura ambiente. Destinado a espaços com materiais combustíveis em que a 
geração de calor, em detrimento da fumaça, é a característica inicial da combustão. 
Também é o detector indicado para locais com presença de vapor, gases ou muitas 
partículas em suspensão. A prescrição geral de instalação, prevista na NBR 17.240 
(ABNT, 2010), resumidamente, é a de que não esteja a mais de 5 m do piso, sendo que 
cada detector deve proteger uma área quadrada máxima de 36 m quadrados ou ter um 
raio de alcance de 4,2 m.
• Detector de fumaça por amostragem do ar: dispositivo constituído por uma rede de tubos 
que analisam o ar do ambiente para identificar produtos de combustão, especialmente os 
incipientes, incluído gases aquecidos invisíveis a olho nu. A NBR 17.240 (ABNT, 2010) 
não especifica prescrições de instalação. O projetista deve dimensionar a instalação do 
sistema com base nas informações do manual técnico do fabricante. É um detector de 
alta sensibilidade, indicado para ambientes em que seja necessário um aviso de incêndio 
precoce.
• Detector de chama: esse dispositivo é sensibilizado pela radiação provinda das 
chamas. Segundo a NBR 17.240 (ABNT, 2010), é destinado a ambientes com materiais 
combustíveis que possibilitam ocorrência rápida de chamas. É indicado para hangares, 
áreas de produção petroquímica e áreas de armazenagem e transferência de materiais 
inflamáveis. As prescrições de instalação são regidas pelas especificações dos fabricantes.
Figura 5 – Detector de chamas
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• Detector linear: conjunto de dois dispositivos, um emissor e outro receptor, que formam 
uma linha contínua de monitoramento, paralela ao teto. A instalação deve respeitar as 
especificações do fabricante. A NBR 17.240 (ABNT, 2010) o indica para ambientes em 
que a altura da cobertura da edificação prejudique a sensibilidade ou desempenho dos 
detectores ordinários de fumaça ou de temperatura, por exemplo, grandes e altos saguões 
de aeroportos.
Há diversos meios de detectar um incêndio. A sensibilização de um dispositivo é transmitida via 
rede de fios acomodados em tubos (eletrodutos). Os tubos da rede de detecção devem ser identificados 
por anéis na cor vermelha a cada 3 m, até a central de alarme. A central, ilustrada na Figura 6, é o 
Medidas e sistemas suplementares de prevenção a incêndios 81
cérebro do sistema de detecção e alarme. Ela é a responsável por receber a mensagem de sensibilização 
do detector, comunicando o incidente para o setor responsável pela segurança, como brigadistas 
particulares do local, equipe de vigilância patrimonial ou até um agente de portaria (em caso de 
edificações residenciais). Além de informar sobre o ocorrido, fornece a localização do detector 
sensibilizado. A central ainda tem a função de supervisionar o correto funcionamento global do 
sistema de detecção de incêndio, alertando sobre qualquer tipo de falha no sistema, por exemplo, 
um detector quebrado.
Figura 6 – Central de alarme
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Por ser um dos elementos mais importantes do sistema de detecção de incêndio, a central 
de alarme deve ser constantemente monitorada, local ou remotamente, 24 horas por dia, por 
operadores treinados. Na ocorrência de incêndio e evacuação, a central (até determinada 
circunstância) deve permanecer sendo operada, por isso deve estar localizada em área de fácil acesso, 
ventilada, protegida contra o calor proveniente do incêndio e de fácil fuga. Preferencialmente,deve ficar perto da entrada ou da portaria principal dos edifícios, em salas de segurança ou de 
brigadistas. Também não pode estar instalada próxima a áreas de risco, com materiais inflamáveis 
ou tóxicos.
Na NBR 17.240 (ABNT, 2010) e demais normas ou instruções técnicas dos CBMs, há outras 
prescrições, além das citadas, para a instalação e o funcionamento da central de alarme. Em 
edificações de grandes áreas ou muito altas, para monitorar e visualizar sinais de falhas e alarmes, é 
necessário instalar um painel repetidor, que é um equipamento destinado a repetir, em outro local, 
os eventos sinalizados pela central de alarme, incluindo alarme de incêndio e ocorrência de falha 
em algum dispositivo.
Uma situação de falha é quando algo ocasiona o mal funcionamento de um dispositivo 
de detecção. Por exemplo, em uma mudança, ocorre a colisão de uma peça de mobiliário com 
um detector de fumaça, ocasionando a desconexão com a rede do sistema. A central de alarme 
deve poder indicar, visualmente e individualmente, se há um princípio de incêndio ou uma 
falha. Usualmente, as cores vermelha, amarela e verde indicam, respectivamente, incêndio, falha 
e correto funcionamento. Ao avistar a cor vermelha ou amarela na central, o operador deve optar 
por silenciá-la até que haja mais informações ou a efetiva verificação no local da sensibilização. 
Prevenção e combate a sinistro 82
Em caso de ocorrer, simultaneamente, alarme de falha e de incêndio, a indicação de alarme de 
incêndio sempre deve ter prioridade sobre as demais indicações.
Não necessariamente a central de alarme alertará os ocupantes da edificação. Cabe ao 
operador da central analisar os detectores sensibilizados e verificar a procedência de cada caso, 
realizando ou requerendo da brigada de incêndio uma diligência. Somente após analisar a gravidade 
da situação, o responsável deverá decidir silenciar e resetar o alarme ou alertar a população para, se 
necessário, iniciar a evacuação do edifício, conforme ilustra a Figura 7 a seguir. 
Figura 7 – Fluxograma de funcionamento e comandos da central de alarme
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Fonte: Elaborada pelo autor.
Caso, devido à evolução do incêndio, seja necessária a evacuação do ambiente, a central de 
alarme ativa os avisadores audiovisuais, que alertam as pessoas de dentro da edificação com sinais, 
simultaneamente, sonoros e visuais, como demonstra a Figura 8. 
Figura 8 – Avisador audiovisual de alarme de incêndio
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A prescrição prevista na NBR 17.240 (ABNT, 2010) para a instalação dos avisadores é a de 
que sejam colocados onde há trânsito constante de pessoas, especialmente em corredores, em uma 
altura de 2,20 m a 3,50 m, sinalizados de acordo com a NBR 13.434 (ABNT 2004). Esses sinais, 
conforme prescrição da NBR 17.240 (ABNT, 2010), devem ser altos o suficiente para alertar todos 
que estão dentro da edificação, mas não ao ponto de impedir a comunicação verbal.
Para edificações com mais de 12 m de altura e 5.000 m² de área construída, é obrigatória 
a instalação de sistemas de detecção e alarme de incêndio. Só a instalação não é o suficiente, é 
necessário que haja também inspeções mensais para garantir que não há nenhuma falha. Uma única 
inadequação no sistema pode ocasionar danos fatais em uma situação de incêndio, impedindo que 
as pessoas possam fugir a tempo. Seguindo o gráfico de definição das fases do incêndio (presente na 
seção 2.6 do Capítulo 2 deste livro), é necessário que o projeto de SCIP garanta, além da evacuação, 
meios de combate à fase do incêndio desenvolvido, conforme observaremos nas próximas seções.
4.2 Sistemas de hidrantes de parede
Durante a fase do incêndio já desenvolvido, um dos sistemas mais usados 
para combate é o hidrante de parede ou mangotinho. O funcionamento é simples: 
uma fonte de água é ligada a um sistema de pressurização, que está conectado a um 
sistema de comando que direciona a água em vazão e pressão suficientes, por meio 
de mangueiras e esguichos, para combater o fogo, como se pode notar na Figura 9. 
Por ser composto de diversos equipamentos interligados, forma um sistema, e a falha de uma parte 
pode gerar a ineficácia do todo.
Figura 9 – Funcionamento do sistema de proteção por hidrante de parede
Fonte: Adaptada de Gonçalves, 1993 apud Seito, 2008, p. 236.
Também não há uma legislação nacional consolidada com prescrições sobre hidrantes de parede2. 
Cada unidade da Federação, por meio das normas do CBM local, possui um conjunto de prescrições que 
são exigidas para a implantação e manutenção de proteção por hidrantes de parede ou mangotinhos.
2 Para mais detalhes e informações acerca das prescrições, sugere-se a leitura das seguintes normas:
ABNT. NBR 13.714: Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio (ABNT, 2000);
Norma Técnica n. 004/2000-CBMDF: Sistema de Proteção por hidrante de parede (CBMDF, 2000a);
Instrução Técnica n. 22/2019: Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio (CBPMESP, 2019a).
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Nosso objetivo não é ensinar a projetar e instalar hidrantes de parede (HP), mas ilustrar 
algumas prescrições que devem ser observadas. Há conceitos particulares, critérios específicos e 
cálculos acurados para dimensionamento de HP. Na inconformidade ou conflito entre o previsto 
nas normas e o que existe, ações devem ser tomadas imediatamente, desde a comunicação ao setor 
responsável até denúncias aos órgãos competentes, conforme visto no Capítulo 1.
A NBR 13.714 (ABNT, 2000), no escopo da norma, visa a fixar:
condições mínimas exigíveis para dimensionamento, instalação, manutenção, 
aceitação e manuseio, bem como as características dos componentes de sistemas 
de hidrantes e de mangotinhos para uso exclusivo de combate a incêndio. 
(ABNT, 2000)
Nem toda edificação tem como obrigatoriedade a instalação de hidrantes de parede. 
Usualmente, isso é exigido de estruturas com área construída com mais de 750 ou 1.200 m², 
dependendo da ocupação, e com mais de 10 m de altura.
É importante frisar que hidrantes de parede (HP) e hidrantes urbanos são diferentes. 
Enquanto o HP é um preventivo fixo ligado a um abastecimento privado da edificação, os hidrantes 
urbanos são usados para abastecimento das viaturas de socorro do Corpo de Bombeiros Militar e 
ligados à rede pública de água, conforme ilustra a Figura 10 A e B. A NBR 13.714 (ABNT, 2000) fixa 
que os hidrantes de parede devem ser de uso exclusivo para combate a incêndio.
Figura 10 – Hidrante de parede x urbano
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B – Hidrante urbano ou de colunaA – Hidrante de parede
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O hidrante de parede tem como componente principal um reservatório de água seguro e 
efetivo. Essa fonte de água é denominada reserva técnica de incêndio (RTI) e deve ser de uso único 
e exclusivo para o combate a incêndios. A RTI deve ter seu volume mínimo sempre garantido, 
conforme prescrições previstas nas normas ou instruções técnicas dos CBMs locais. A RTI pode ser 
providenciada por um reservatório exclusivo ou estar no mesmo reservatório da água de consumo, 
sendo que, nesse caso, deve haver um cano (tomada) para a água destinada para combate a incêndios 
(RTI) e outro cano (tomada) para a água de consumo ordinário. É possível observar na Figura 11 que 
Medidas e sistemas suplementares de prevenção a incêndios 85
tais canos devem estar posicionados em alturas diferentes para que seja sempre garantido o volume 
de água da RTI.
Figura 11 – RTI e reserva de água de consumo
Fonte: Adaptada de CBMDF, 2000a.
Além disso, é necessário, também, que a água tenha vazão e pressão hidráulica adequada. 
Para isso, um sistema de pressurização de água é instalado, formado por bombas hidráulicas3. As 
bombas providenciam a vazão e pressão adequadas para que o combate seja efetivo. Em algumas 
situações com um reservatórioelevado (em altura), é possível haver pressão, pela ação da gravidade, 
suficiente para que não seja necessária a instalação de bombas hidráulicas.
Depois de passar pela pressurização, a água segue por uma tubulação, geralmente de ferro, 
até a conexão, que será acoplada na extremidade de uma mangueira. Essa tubulação deve estar 
pintada em toda sua extensão pela cor vermelha e deve ser resistente à pressão da água pressurizada 
pelas bombas. Há várias outras prescrições para a tubulação, como o diâmetro e os componentes 
mínimos que garantam a passagem de água de maneira adequada para o sistema, mesmo em uma 
eventual situação de defeito das bombas.
Após percorrer o trajeto na tubulação, a água chega em um registro. Esse registro localiza-se 
em um abrigo de mangueiras, que deve conter no mínimo duas mangueiras de 15 m e um esguicho, 
conforme a Figura 10 (A). Os abrigos não devem se distanciar mais do que 30 m um do outro e devem 
ser posicionados de modo que duas linhas de mangueira alcancem qualquer ponto da edificação. 
Além disso, precisam ser vermelhos, de material incombustível e ventilados. Também devem 
possuir sinalização de acordo com a NBR 13.434 (ABNT, 2004).
Por fim, o último elemento essencial do sistema de hidrantes é uma conexão, para uso das 
viaturas do CBM, em uma das fachadas do prédio, junto ao piso. Chama-se hidrante de recalque ou 
registro de passeio. É usualmente representado por uma tampa de bueiro vermelha com a inscrição 
incêndio. Esse tipo de hidrante serve para que, caso acabe a água da edificação ou as bombas de 
pressurização não funcionem, as equipes de socorro do CBM possam usar a água da própria viatura 
3 Dispositivo que potencializa o movimento da água dentro de uma tubulação, aumentando a vazão, a pressão ou 
ambos. Faz com que a água atinja determinado local da tubulação em uma condição de uso adequada.
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Prevenção e combate a sinistro 86
para realizar o combate ao incêndio por meio dos hidrantes de parede da edificação. Um sistema de 
hidrante de parede completo está exemplificado na Figura 12.
Figura 12 – Exemplo de sistema de hidrante de parede
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Consumo
Reserva de
incêndio
Reservatório
inferior
Bomba
de
incêndio
Tanque de
pressão
Hidrante de parede
Hidrante de recalque ou
registro de passeio
Tubulação de incêndio
Tubulação de água de consumo
Fonte: Adaptada de Gonçalves, 1993 apud Seito, 2008, p. 235.
No exemplo ilustrado, há três edificações, sendo que cada edificação possui uma rede de 
tubulações de água para consumo (torneiras, chuveiros, pias, vasos sanitários etc), representada na 
cor azul, e uma rede de tubulações para hidrante de parede, representada na cor vermelha. Cada 
abrigo de mangueiras do sistema de hidrante de parede é representado pelo retângulo preto e cinza 
( ). Os três edifícios possuem um único reservatório, com água suficiente para abastecer todas 
as demandas (água de consumo e água para o sistema de incêndio).
O reservatório possui um cano (o qual sai pelo fundo) que alimenta a rede de incêndio e um 
cano (o qual sai pela lateral à meia altura do reservatório) que alimenta a rede de água de consumo. 
Com essa diferença de altura entre os canos, garante-se que a água de combate a incêndio nunca 
seja usada para outros fins. A rede de água de consumo (azul) vai para a caixa de água superior de 
cada edifício. A rede de incêndio (vermelha) alimenta diretamente os hidrantes de parede.
A bomba de incêndio ( ) tem a função de pressurizar a água da rede de incêndio para todos 
os hidrantes de parede a uma determinada vazão e pressão. Caso a bomba de incêndio falhe, é 
possível injetar água na rede de incêndio com uma viatura dos CBMs, por meio do hidrante de 
recalque ou registro de passeio ( ). O registro de passeio representa uma entrada de água no 
sistema e fica na calçada, do lado de fora da edificação. No caso ilustrado, cada edificação possui 
seu registro de passeio, interligado com a rede de incêndio.
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4.3 Sistema de chuveiros automáticos
O próximo meio de combate a incêndio que abordaremos é o sistema de 
chuveiros automáticos, ou sprinklers. A finalidade do chuveiro automático é, após 
detectar uma alteração anormal de temperatura, descarregar água sobre o foco de 
incêndio, extinguindo-o ou, ao menos, não permitindo sua propagação. Assim, 
o chuveiro automático protege determinada área e favorece o confinamento do 
incêndio. À medida que a temperatura e liberação de chamas aumentam, o combate pelos bombeiros 
fica prejudicado. Por ser automático e não demandar acionamento manual, os sprinklers são a 
forma de combate mais adequada para um incêndio já desenvolvido, especialmente em edificações 
mais altas ou de grande área.
O sistema aparenta ter a mesma função do hidrante de parede, que é a de jogar água em um 
foco de incêndio. Entretanto, essa é uma ideia errônea. Conforme dito nas seções anteriores, cada 
sistema possui uma funcionalidade e está designado para mitigar o incêndio em uma das suas fases 
de desenvolvimento.
Também não há para o sistema de chuveiros automáticos uma legislação nacional 
consolidada4; deve-se contratar um profissional habilitado para instalação e manutenção, o qual 
deve se atentar para as prescrições existentes em normas e instruções técnicas do CBM local e da 
ABNT. Nosso estudo visa a orientar e ilustrar as principais prescrições de chuveiros automáticos.
A NBR 10.897 (ABNT, 2014), conforme escopo da norma, estabelece 
os requisitos mínimos para o projeto e a instalação de sistemas de proteção contra 
incêndio por chuveiros automáticos, incluindo as características de suprimento 
de água, seleção de chuveiros automáticos, conexões, tubos, válvulas e todos os 
materiais e acessórios envolvidos em instalações prediais. (ABNT, 2014)
É importante lembrar que o sistema de chuveiros automáticos, assim como os demais sistemas 
de prevenção e combate a incêndio, não pode ser substituído por qualquer outra medida, pois cada 
providência possui uma funcionalidade e uma aplicabilidade pensada para cada fase de incêndio. O 
chuveiro automático é uma das últimas opções para mitigação do incêndio, de acordo com o gráfico 
das fases do incêndio visto no Capítulo 1. Mesmo que se tenha o triplo da quantidade de extintores 
exigido em norma, por exemplo, isso não será efetivo no combate a um incêndio já desenvolvido, 
porque os extintores dependem de um operador e não possuem funcionamento automático.
O sistema de chuveiros automáticos segue a mesma configuração do sistema de hidrantes de 
parede: uma ligação entre uma fonte de água, uma maneira de pressurização, uma rede de tubos 
para conduzir a água, pontos de descargas de água para mitigação de focos de incêndio e uma 
conexão (hidrante de recalque) para que viaturas de socorro dos CBMs possam pressurizar água 
caso acabe a do reservatório da edificação. A Figura 13 ilustra um exemplo de como são alinhados 
os elementos essenciais do sistema de chuveiros automáticos. 
4 Para mais detalhes, consulte as seguintes fontes:
ABNT. NBR 10.897: Sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos — Requisitos (ABNT, 2014);
Instrução Técnica n. 23/2019: Sistemas de chuveiros automáticos (CBPMESP, 2019b).
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Prevenção e combate a sinistro 88
Figura 13 – Exemplo de sistema de chuveiros automáticos
Fonte: Adaptada de Seito, 2008, p. 243.
Outra cena comum em filmes é o acionamento do sistema de chuveiros com uma fonte de 
calor, como um isqueiro, e a liberação de água de todos os pontos do sistema simultaneamente; 
nesse caso, os chuveiros, ao invés de serem automáticos, são abertos, pois permitem a passagem 
direta de água. Essa situação não é comum no Brasil, e na maioria dos locais do mundo, pois essa 
instalação, em que todos os chuveiros funcionam de uma só vez, denominada como tipo dilúvio, 
não é comumente instalada. O sistema usado no Brasil é o dechuveiro automático, sistema em que 
o chuveiro libera um fluxo de água automaticamente com a aproximação de uma fonte de calor 
forte o suficiente para romper o elemento termossensível instalado no bico dos sprinklers. Isto é, 
nesse sistema, a liberação de água se dá somente no ponto em que houve a detecção do calor, e não 
em todos os bicos de chuveiros, como no tipo dilúvio.
O funcionamento do chuveiro automático é baseado na ação do calor. Há nele um elemento 
termossensível que, ao perceber o aumento de temperatura, rompe e libera a passagem de água. O 
chuveiro automático, conforme ilustra a Figura 14 B, também possui um defletor que proporciona 
a proteção de água como um guarda-chuva ao redor da área a ser protegida pelo bico de chuveiro 
automático (Figura 14 A).
Figura 14 – Chuveiro automático
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A – Exemplo de bico de chuveiro automático B – Operação do chuveiro automático 
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Medidas e sistemas suplementares de prevenção a incêndios 89
A cor presente no elemento termossensível representa a temperatura máxima para gerar 
o rompimento da peça. Isso dependerá da ocupação e do nível de proteção programado para o 
ambiente. A Figura 15 exemplifica as diferentes temperaturas designadas para cada cor. A cor mais 
comumente usada é a vermelha.
Figura 15 – Temperaturas de rompimento e respectivas cores
Laranja
57 ºC
Azul
141 ºC
Lilás
182 ºC
Preto
204 ºC
Vermelho
68 ºC
Amarelo
79 ºC
Verde
93 ºC
Fonte: Adaptada de CBMDF, 2009, p. 124.
O responsável pela edificação tem a obrigação de, ao menos mensalmente, inspecionar e 
testar a rede e o sistema de pressurização. Além disso, é imprescindível que a edificação disponha 
de chuveiros automáticos reservas, em caso de danos ou de ruptura. As válvulas não devem ser 
fechadas em situação alguma, pois isso geraria o comprometimento de todo o sistema.
Como os demais sistemas, o de chuveiros automáticos também tem diversas prescrições 
normativas, porém elas não serão expostas aqui, pois requerem conhecimento de 
dimensionamento hidráulico para efetiva compreensão, o que não faz parte do nosso objetivo. 
O importante é saber que, como já foi abordado nas seções anteriores, o sistema de chuveiros 
automáticos pode ser projetado, executado e manutenido somente por um engenheiro. Mudanças 
de layout e reforma de espaço podem ter impacto direto no sistema, impedindo seu funcionamento 
e permitindo o drástico desenvolvimento pleno de um eventual incêndio.
4.4 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas
Apesar de não ser uma ação que combate incêndio, a instalação de um sistema 
de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA), popularmente chamado de 
para-raios, além de proteger a rede elétrica de uma edificação, permite a prevenção 
de incêndios. Nosso estudo fará um apontamento resumido de informações do 
SPDA5. 
5 Para mais detalhes sobre esse sistema, além das informações aqui contidas, consulte as seguintes fontes:
Todos os volumes da ABNT. NBR 5.419: Proteção contra descargas atmosféricas (ABNT, 2015a).
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Prevenção e combate a sinistro 90
O termo para-raios, por mais usado que seja, não é exatamente adequado, pois o método não 
bloqueia ou impede a ocorrência de raios. Na verdade, o sistema tem a função de captar e conduzir 
descargas atmosféricas até o solo, dissipando-as na superfície da terra para que os danos sejam 
mitigados. Na Figura 16, por exemplo, podemos visualizar claramente a captação (haste) e uma 
cordoalha de descida do SPDA. O aterramento do SPDA é sempre fundamental, pois sem ele o 
sistema não funciona. Como ele fica embaixo do solo, nem sempre é possível visualizar elementos 
de aterramento.
Figura 16 – Exemplo simplificado de SPDA 
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O SPDA é constituído de três subsistemas: o de captação, o de descida e o de aterramento. Por 
ser um sistema, é necessário que todas as partes que o compõem estejam em perfeito estado. Uma 
única falha pode comprometer todo o funcionamento do sistema. Se o subsistema de descida, por 
exemplo, for interrompido, não há como a descarga descer da captação para o aterramento. Se, na 
Figura 16, a cordoalha estivesse interrompida, haveria um elemento de captação, mas a estrutura não 
estaria protegida. A preocupação, portanto, não é somente em fazer a captação, mas, também, com o 
modo como as descargas são levadas ao solo; devem ocorrer sempre da maneira mais segura possível. 
Por isso, a preservação e manutenção de todo o sistema é fundamental. Por exemplo, algumas 
edificações ainda possuem captores antigos com elementos radioativos, situação desatualizada 
e em desconformidade com a norma. Atualmente, todos os captores radiativos devem ser 
substituídos.
A norma de SPDA é uma das mais extensas e que possui mais prescrições técnicas, mas não nos 
aprofundaremos nela, pois não é nosso objetivo. Entretanto, uma das preocupações mais apropriadas 
que a norma evidencia é o acompanhamento periódico do SPDA por uma empresa especializada ou por 
um engenheiro eletricista. São necessárias inspeções periódicas para verificar a adequação das medidas. 
Além disso, laudos de conformidade do sistema devem ser realizados, no mínimo, anualmente.
Medidas e sistemas suplementares de prevenção a incêndios 91
4.5 Sistemas especiais
Em algumas situações, especialmente se o material combustível reagir ou for 
danificado pelo contato com água, o sistema de chuveiros automáticos, por usar 
água como agente extintor, não é o mais recomendado, apropriado ou efetivo para 
o combate a incêndios. Por exemplo, imagine uma sala de processamento de dados 
com diversos servidores, na qual há um princípio de incêndio em uma das unidades. 
Nesse caso, o combate feito por água pode danificar equipamentos próximos, fazendo com que o 
prejuízo do combate seja maior do que o causado pelo fogo. Da mesma maneira, ambientes com 
objetos de alto valor, sala-cofre, bibliotecas, museus, salas com equipamentos eletroeletrônicos 
e locais de armazenamento de líquidos inflamáveis (como centros distribuidores de gasolina) 
acabam, por vezes, optando por um sistema diferente para combate do incêndio já desenvolvido. 
Nesta seção, observaremos três desses sistemas alternativos6:
• sistemas fixos de proteção contra incêndio com gás carbônico (CO2);
• sistemas fixos de proteção contra incêndio por gases especiais;
• sistemas fixos de proteção contra incêndio com espuma.
Dentre esses três, talvez o mais comum seja o sistema de proteção por gás carbônico. A NBR 
10.897 (ABNT, 2014) – de chuveiros automáticos – prevê que, caso seja obrigatória a instalação 
de chuveiros automáticos, todos os ambientes devem ser protegidos. Entretanto, como explicado 
anteriormente, a água, por vezes, possui ação mais danosa que o próprio fogo para alguns materiais. 
Dessa forma, pode-se optar por instalar um sistema fixo de gás carbônico, substituindo os sprinklers.
O gás carbônico é um gás inodoro, inerte, incolor, mais pesado que o ar e atua, conforme 
visto no Capítulo 3, por abafamento e, secundariamente, por resfriamento. Esse gás não deixa 
resíduos, o que torna seu uso bastante favorável para combate a incêndio em equipamentos 
eletroeletrônicos. Imagine um sistema de chuveiros automáticos em que, em vez de sair água, há 
bicos que liberam gás carbônico. Essa é a forma de funcionamento do sistema.
Diferentemente dos sprinklers, o sistema fixo de gás carbônico não possui um elemento 
termossensível para ativá-lo, por isso deve estar conectado a um sistema de detecção. Verificada a 
necessidade de combate, o sistema inunda o ambiente com gás carbônico, extinguindo o fogo por 
abafamento. Apesar de não ser venenoso, o gás carbônico é sufocante, por isso sua aplicação deve 
ser ponderada em locais em que há pessoas presentes. Uma maneira de prevenir o sufocamento de 
pessoas, pela ação do gás carbônico, é a instalação de um temporizador noambiente. Esse dispositivo 
permite, ao ser acionado, um retardo para possibilitar o abandono seguro dos ocupantes.
Um segundo exemplo de sistema fixo, para substituir os sprinklers, é a utilização de agentes 
limpos, que não conduzem eletricidade, são altamente eficientes no combate a incêndio e não 
prejudicam equipamentos eletroeletrônicos, pois não deixam resíduos. Os agentes limpos, usualmente, 
6 As normas de referência são:
ABNT. NBR 12.232: Execução de sistemas fixos automáticos de proteção contra incêndio com gás carbônico (CO2) em 
transformadores e reatores de potência contendo óleo isolante (ABNT, 2015b);
ABNT. NBR 12.615: Sistema de combate a incêndio por espuma – Procedimento (ABNT, 1992).
Vídeo
Prevenção e combate a sinistro 92
diferem do dióxido de carbono na técnica de extinção do fogo, sendo que o primeiro atua por quebra 
da reação em cadeia e o segundo, por abafamento e resfriamento. Um dos agentes limpos mais 
utilizados nesse sistema, atualmente, é o FM-200. O funcionamento desse método é semelhante à 
configuração do sistema fixo de CO2; o que muda é o agente extintor. A Figura 17 traz um exemplo 
de ambiente protegido por sistema fixo de agente limpo e os componentes da configuração. 
Figura 17 – Exemplo de ambiente protegido por sistema fixo de agente limpo
Detector de chamas
Cabeça do 
Chuveiro 
Alto-falante 
Base do 
detector 
Obs.: originalmente, o agente limpo é 
inodoro, portanto é possível adicionar 
uma substância odorante para que o 
gás extintor seja notado em caso de 
ativação, resíduos ou vazamento.
Canalização para exaustão do gás para área segura 
Sensores de carga 
para monitoramento 
do vazamento de 
gás dos cilindros de 
armazenamento 
Válvula de 
segurança 
Válvula de 
descarga 
Unidade 
de adição 
de odor 
Painel de 
segurança para 
mensuração e 
controle do gás 
Painel de aviso 
de liberação 
do gás
Caixa de operação para 
checagem da segurança 
durante a inspeção
Displays luminosos para 
o aviso de descarga e de 
concentração perigosa 
do gás na sala
Pistão de liberação 
Válvula de bloqueio 
de canalização para 
combinação de gases
Válvula de bloqueio 
de canalização para 
acionamento da operação
Alavanca para 
pressurização
Liberador 
Elétrico
Unidade de acionamento
Fonte: Adaptada de CBMDF, 2009, p. 132.
Por fim, temos o uso do sistema fixo de espuma. Combater fogo, que tem como combustível 
líquidos inflamáveis, com água não é recomendado. A água, se for pressurizada (como em um 
extintor de água) ou sofrer rápida vaporização (ao entrar em contato com as altas temperaturas 
de um incêndio), pode projetar o líquido combustível em chamas. Assim, é comum que locais que 
armazenam líquidos inflamáveis optem por essa medida de proteção. A espuma, no combate a 
incêndios, forma uma camada densa que adere à superfície do ambiente, prejudicando a oferta de 
oxigênio na zona de reação do incêndio, conforme demonstra a Figura 18.
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A
Medidas e sistemas suplementares de prevenção a incêndios 93
Figura 18 – Camada de espuma aderida a um casco de trem-tanque
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G
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to
ck
Ainda há mais agentes que podem ser utilizados em sistemas fixos. É relevante entender 
que nem sempre o uso de água é efetivo ou seguro nas operações de combate a incêndio. Por isso, 
há outras opções disponíveis para evitar danos eventualmente causados pela água. Portanto, em 
hipótese alguma um ambiente deve desproteger áreas e ignorar as medidas de SCIP em edificações 
sob a alegação de que a água é prejudicial para equipamento ou material existente.
4.6 Instalações prediais de GLP
Apesar de não ser um método de extinção de incêndio, instalações prediais 
de gás são fundamentais para o controle do material combustível dentro de 
uma edificação. Por isso, abordaremos, mesmo que de maneira resumida, essas 
instalações, que são consideradas nas medidas de SCIP. Logicamente, conforme 
o que foi abordado nas seções anteriores, é fundamental seguir as normas e 
prescrições do CBM local7, além de projetar, executar e manutenir as instalações de gás sob a 
responsabilidade de um engenheiro. 
Gases derivados do refinamento do petróleo são fonte universal de fogo para cocção. São 
usados em edificações tanto residenciais quanto comerciais, especialmente em restaurantes. O gás 
para cocção mais comum usado no Brasil é o gás liquefeito de petróleo (GLP). Formado por uma 
mistura de propano e butano, o GLP, na atmosfera, encontra-se em estado gasoso, mas, para seu 
armazenamento em botijões, é pressurizado, permanecendo em estado líquido enquanto envasilhado.
O GLP não é corrosivo, poluente ou considerado tóxico, mas em grandes quantidades produz 
efeito anestésico em seres humanos. O maior risco que representa aos seres humanos, e a estruturas, 
7 As normas de referência são:
ABNT. NBR 13.523: Central de gás liquefeito de petróleo – GLP (ABNT, 2019);
ABNT. NBR 15.358: Rede de distribuição interna para gás combustível em instalações de uso não residencial de até 400 
kPa – Projeto e execução (ABNT, 2017);
ABNT. NBR 15.526: Redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações residenciais – Projeto e 
execução (ABNT, 2012).
Vídeo
Prevenção e combate a sinistro 94
é o de incêndio ou explosão. Originalmente, o GLP é inodoro, mas para que seu vazamento seja 
identificado, adiciona-se a substância mercaptano, que produz o odor característico.
O GLP é usado como fonte de cocção porque sua queima libera grande quantidade de 
calor. Isso traz, ao mesmo tempo, benefício e ameaça. Além disso, o GLP é mais denso que o ar, 
portanto, em eventuais vazamentos, acumula-se próximo ao solo do ambiente, o que representa a 
grande ameaça do GLP, pois, ao se acumular em ralos, encanamentos e bueiros, torna-se difícil a 
percepção de seu vazamento.
Para garantir a segurança no uso e armazenamento do GLP, estabeleceram-se diversas 
prescrições técnicas. Algumas prescrições da Norma Técnica n. 5 do CBMDF (CBMDF, 2000b) 
estão aqui resumidas:
• O GLP deve ser armazenado em recipientes transportáveis ou em tanques (usualmente 
enterrados).
• É possível utilizar não mais que três unidades, por edificação comercial, do botijão 
doméstico de gás, denominado P13 (por possuir o peso de 13 quilos), para atender copas.
• É fundamental que os botijões P13 estejam localizados em ambientes com boa ventilação 
e não sejam conectados entre si. A mangueira deve estar sempre dentro da validade e o 
revestimento deve ser em aço.
• Caso seja necessária uma quantidade de gás maior que a existente em três P13, deve-se 
instalar uma rede completa de GLP, incluindo uma central que alojará os recipientes.
• A central de gás deve ser ventilada. Se houver abrigo, este deve ser de material 
incombustível e ter ventilação inferior, para que, no caso de um eventual vazamento, o 
gás não se acumule.
• Toda a central de gás deve ser isolada e sinalizada, além de possuir extintor classe B.
• A central de gás deve obedecer a separações específicas, por exemplo, deve estar afastada 
de ralos e fontes de calor.
• A rede de distribuição deve ser identificada na cor amarela.
• Deve haver corte da alimentação e distribuição do GLP em diversos pontos da rede – por 
exemplo, na própria central, nas canalizações de alimentação/subida e nos pavimentos – 
para cada unidade consumidora (apartamento ou estabelecimento comercial) e para cada 
ponto de consumo (conexão com fogão ou forno) dentro de cada unidade.
Há diversas outras prescrições, mas uma das mais importantes é a manutenção. A rede 
de GLP deve passar periodicamente por inspeções para identificar eventuais vazamentos. Essa 
inspeção gera um documento chamado teste de estanqueidade, no qual é verificado se a rede está 
estanque e sem vazamentos. Qualquer escapamento de GLP é uma ameaça, pois há a possibilidade 
de uma fonte de calor provocar explosão e incêndio.
4.7 Instalações elétricas
Uma das causas mais comuns de incêndios é a inadequação de instalações elétricas. 
Improvisações,emendas más executadas, uso de fios inapropriados, adaptadores de tomadas, 
Medidas e sistemas suplementares de prevenção a incêndios 95
fiação exposta, entre outros, contribuem para o surgimento de incêndios. Por vezes, medidas 
simples de serem executadas são capazes de prevenir essa ameaça; quando não, são necessárias 
grandes adequações para eliminar as ameaças elétricas.
Não há como explicitar todas as prescrições da NBR 5.410 (ABNT, 2004), mas a seguir se 
encontram algumas recomendações práticas para redes elétricas:
• A rede deve possuir projeto de instalação elétrica e aterramento.
• É obrigatória a instalação do dispositivo diferencial residual (DR), que possui a função de 
desenergizar a rede elétrica sempre que houver escape de corrente, isto é, esse dispositivo 
previne choques elétricos.
• Igualmente obrigatória é a instalação do dispositivo de proteção contra surtos (DPS), que, 
na ocorrência de surtos elétricos (causados por descargas atmosféricas, por exemplo), 
escoa a corrente elétrica danosa ao aterramento, protegendo equipamentos elétricos.
• A rede deve possuir circuitos separados adequadamente (por exemplo, circuito de 
tomadas independente de circuitos de iluminação).
• A identificação desses circuitos elétricos deve ser feita adequadamente.
• Fiação de instalações elétricas não pode estar exposta.
• Circuitos e diâmetros de fiação devem seguir o projeto existente de instalações elétricas.
• Toda e qualquer anomalia na rede deve ser verificada, estudada e ajustada por um 
profissional capacitado.
É necessário que instalações elétricas passem por inspeções e manutenções periódicas. Por 
vezes, manutenções simples, como aperto de parafusos do quadro de distribuição, são medidas 
preventivas eficientes. O responsável pela edificação deve sempre possuir documentos atualizados 
referentes às verificações das instalações elétricas, principalmente relatórios de vistorias e Anotação 
de Responsabilidade Técnica (ART) do engenheiro.
Considerações finais
Neste capítulo, abordamos medidas e sistemas direcionados para fases mais desenvolvidas 
de um incêndio, como hidrantes de parede, chuveiros automáticos e sistemas especiais. Além disso, 
também estudamos os sistemas de detecção e de alarme, que contribuem com equipamentos que 
podem ser sensibilizados logo no início da combustão, como o detector de fumaça. Analisamos 
demais sistemas com a finalidade de evitar fontes de calor (por exemplo, instalações elétricas 
inadequadas) ou de controlar o material combustível na edificação (rede de GLP). No próximo 
capítulo, estudaremos medidas complementares para evitar a ocorrência de sinistros.
Ampliando seus conhecimentos
• BRENTANO, T. Instalações hidráulicas de combate a incêndios nas edificações. 3. ed. Porto 
Alegre: EDIPUCRS, 2004.
Prevenção e combate a sinistro 96
Esse livro trata especificamente de instalações hidráulicas de hidrantes de parede e chuveiros 
automáticos. Há uma atenção especial ao dimensionamento do sistema integral e à seleção das 
bombas hidráulicas. Exemplos de dimensionamento, seleção e instalação de equipamentos 
são os pontos destacáveis do livro. Apesar de ser um conhecimento voltado para engenheiros 
de instalações, é possível compreender melhor as prescrições de instalação dos sistemas 
hidráulicos de combate a incêndio.
• BRENTANO, T. A proteção contra incêndios no projeto de edificações. 2. ed. Porto Alegre, 2010.
Esse livro compõe um compêndio quase completo sobre instalações e medidas da SCIP. 
Além das prescrições técnicas, o livro discorre sobre conceitos, ideias e concepções 
envolvidas na teoria da SCIP. Diversas ilustrações exemplificam a instalação de 
alguns equipamentos. Por fim, há um apêndice com diversos anexos que auxiliam o 
dimensionamento das principais medidas e sistemas da SCIP.
Atividades
1. Imagine a seguinte situação: você visualizou um princípio de incêndio em uma impressora 
da sua estação de trabalho e, imediatamente, acionou o alarme manual da edificação. 
Entretanto, nenhum sistema de combate foi ativado, tampouco o alarme foi tocado. Por quê?
2. Após acionar o alarme manual, tendo em vista que nada ocorreu, você vê um abrigo de 
mangueiras de hidrantes de parede. Você acredita que ele poderia ser usado para iniciar 
um combate? Essa ação seria apropriada? Investir um pouco de tempo no deslocamento 
até encontrar um extintor de incêndio seria viável ou a estratégia de uso imediato das 
mangueiras seria a melhor opção?
3. O princípio de incêndio acabou não evoluindo e se autoextinguiu, pois não havia mais 
materiais combustíveis próximos. Tendo em vista que o surgimento do incêndio teve origem 
elétrica, qual ação seria recomendada para evitar uma nova ocorrência semelhante?
Referências
ABNT. ABNT NBR 12.615: sistema de combate a incêndio por espuma: procedimento. Rio de Janeiro: 
ABNT, 1992.
ABNT. ABNT NBR 13.714: sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2000.
ABNT. ABNT NBR 5.410: instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
ABNT. ABNT NBR 17.240: sistemas de detecção e alarme de incêndio – Projeto, instalação, comissionamento 
e manutenção de sistemas de detecção e alarme de incêndio: requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
ABNT. ABNT NBR 15.526: redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações residenciais: 
projeto e execução. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.
Medidas e sistemas suplementares de prevenção a incêndios 97
ABNT. ABNT NBR 12.693: sistemas de proteção por extintores de incêndio. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
ABNT. ABNT NBR 10.897: sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2014.
ABNT. ABNT NBR 5.419: proteção contra descargas atmosféricas. Rio de Janeiro: ABNT, 2015a.
ABNT. ABNT NBR 12.232: execução de sistemas fixos automáticos de proteção contra incêndio com 
gás carbônico (CO2) em transformadores e reatores de potência contendo óleo isolante. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2015b.
ABNT. ABNT NBR 15.358: rede de distribuição interna para gás combustível em instalações de uso não 
residencial de até 400 kPa: projeto e execução. Rio de Janeiro: ABNT, 2017.
ABNT. ABNT NBR 13.523: central de gás liquefeito de petróleo GLP. Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
BERTO, A. F. Gestão da segurança contra incêndio em edificações. Curso Questões atuais da segurança contra 
incêndio em edificações. São Paulo: IPT, 1998.
BRENTANO, T. Instalações hidráulicas de combate a incêndios nas edificações. 3. ed. Porto Alegre: 
EDIPUCRS, 2004.
BRENTANO, T. A proteção contra incêndios no projeto de edificações. 2. ed. Porto Alegre, 2010.
CBMDF. Norma Técnica n. 004/2000: sistema de Proteção por Hidrantes. Brasília: CBMDF, 2000a.
CBMDF. Norma Técnica n. 005/2000: Central Predial de Gás Liquefeito de Petróleo do Distrito Federal. 
Brasília: CBMDF, 2000b.
CBMDF. Manual básico de combate a incêndio. 2. ed. Brasília: CBMDF, 2009.
CBPMESP. Instrução Técnica n. 019/2018: detecção e alarme de Incêndio. São Paulo: CBPMESP, 2018.
CBPMESP. Instrução Técnica n. 022/2019: sistemas de hidrante e mangotinhos de combate a incêndio. São 
Paulo: CBPMESP, 2019a.
CBPMESP. Instrução Técnica n. 023/2019: sistema de chuveiros automáticos. São Paulo: CBPMESP, 2019b.
CBPMESP. Instrução Técnica n. 026/2019: sistema fixo de gases para combate a incêndio. São Paulo: 
CBPMESP, 2019c.
CBPMESP. Instrução Técnica n. 028/2019: manipulação, armazenamento, comercialização e utilização de gás 
liquefeito de petróleo (GLP). São Paulo: CBPMESP, 2019d.
SEITO, A. I. et al. A Segurança Contra Incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Editora, 2008. Disponível em: 
http://www.ccb.policiamilitar.sp.gov.br/portalcb/_publicacoes/books/aseguranca_contra_incendio_no_
brasil.pdf. Acesso em: 3 out. 2019.
http://www.ccb.policiamilitar.sp.gov.br/portalcb/_publicacoes/books/aseguranca_contra_incendio_no_brasil.pdf
http://www.ccb.policiamilitar.sp.gov.br/portalcb/_publicacoes/books/aseguranca_contra_incendio_no_brasil.pdf
5
Medidase sistemas complementares de prevenção a 
incêndios
Nos últimos quatro capítulos, estudamos diversas medidas e sistemas de Segurança Contra 
Incêndio e Pânico, além das fases do incêndio e métodos de mitigação. No Capítulo 3, abordamos 
as medidas básicas de combate e no Capítulo 4, as avançadas. Continuando na mesma temática, 
nosso objetivo, neste capítulo, é conhecer os equipamentos e sistemas complementares de SCIP, 
como, compartimentação horizontal e vertical; controle de materiais de acabamento e revestimento; 
controle de fumaça; acesso de viaturas; segurança estrutural em situação de incêndio; segurança em 
canteiros de obras e medidas de segurança para armazenamento e uso de inflamáveis; explosivos e 
demais produtos perigosos.
5.1 Compartimentação horizontal e vertical
As estratégias para evitar a propagação de um incêndio são desenvolvidas 
com base nos processos de transmissão do calor, em especial por convecção e 
radiação, além da condução. Estudando os três modos de propagação do calor, é 
possível projetar medidas para prevenir o alastramento do fogo. Uma das maneiras 
de prevenir o desenvolvimento do incêndio é isolando os ambientes, para que o calor 
de um compartimento seja reduzido ou impedido de chegar a outro. Esse método é denominado 
compartimentação.
Assim como nos capítulos anteriores, não há uma legislação nacional consolidada sobre a 
instalação de compartimentação1. Porém, como já observamos anteriormente, um profissional 
habilitado deve sempre ser contratado para projetar e manutenir os meios de compartimentação 
de ambientes, e esse profissional precisará conhecer e aplicar as prescrições existentes em 
normas e instruções técnicas do CBM local. Nosso estudo visa a orientar, e ilustrar, as principais 
prescrições de compartimentação para que a propagação do incêndio seja prevenida. A Instrução 
Técnica n. 09 especifica, no escopo da norma, os parâmetros de “emprego e dimensionamento da 
compartimentação horizontal e da compartimentação vertical nas edificações e áreas de risco, de 
modo a impedir a propagação do incêndio para outros ambientes situados no mesmo pavimento 
ou entre pavimentos” (CBMESP, 2019b, p. 2).
A compartimentação visa a conter a propagação do fogo, separando o foco inicial do 
incêndio do restante da área construída. Isso oportuniza saídas de emergência seguras, limita 
o número de pessoas sujeitas ao fogo e à fumaça, estabelece áreas que possam ser usadas como 
1 Para mais detalhes, além das informações aqui contidas, consulte as seguintes fontes:
ABNT. NBR 14.432 – Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações (ABNT, 2001).
Instrução Técnica n. 09/2019 – Compartimentação horizontal e compartimentação vertical do Corpo de Bombeiros da 
Polícia Militar do Estado de São Paulo (CBPMESP, 2019a).
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Prevenção e combate a sinistro 100
refúgio temporário dentro da edificação (para pessoas que precisam de apoio na evacuação, por 
exemplo), minimiza danos e prejuízos do incêndio e facilita operações de socorro e resgates do 
CBMs. A concepção da compartimentação envolve as seguintes etapas:
• Projetar a edificação de modo que o arranjo e elementos construtivos existentes evitem, 
ou minimizem, a propagação de um eventual incêndio.
• Instalação de elementos corta-fogo que mantenham, durante determinado tempo, as 
propriedades de resistência mecânica (a impactos), estanqueidade (não permitir passagem 
de chamas e da fumaça) e isolamento térmico (não permitir passagem de calor).
O objetivo da compartimentação é isolar ambientes com materiais ou elementos que 
impeçam ou dificultem a transferência do calor do incêndio. A Instrução Técnica n. 09 cita alguns 
materiais e elementos, que podem ser usados para prover compartimentação. Um erro comum, 
por exemplo, é substituir paredes ou fachadas de tijolo por vidros. Acontece que, em uma situação 
de incêndio, o vidro não impede adequadamente o fluxo de calor, permitindo que os espaços, que 
deviam estar compartimentados, formem um único ambiente conectado, sem compartimentação. 
A compartimentação pode ser feita em horizontal ou vertical. A horizontal tem como objetivo 
impedir a passagem do fogo nesse sentido, ou seja, entre ambientes de um mesmo pavimento. Ela 
é provida de:
• Paredes corta-fogo, conforme ilustrado na Figura 1.
• Portas corta-fogo, conforme ilustrado na Figura 1.
• Vedadores corta-fogo.
• Registro corta-fogo (dampers).
• Cortina corta-fogo.
• Distâncias mínimas entre aberturas de compartimentos.
• Firestops (selagem de qualquer ligação horizontal entre compartimentos).
Figura 1 – Exemplo de compartimentação horizontal
Afastamento horizontal entre 
aberturas <2,00 m
SETOR 
COMPARTIMENTADO
SETOR 
COMPARTIMENTADO SETOR 
COMPARTIMENTADO
Saída de emergência Saída de emergência
Saída de emergência
Parede corta-fogo de 
compartimentação
2,00
0,90
2,00
Afastamento horizontal entre 
aberturas >2,00 m
PCF 
P90 
PCF 
P90 
Porta corta-fogo de 
correr NBR-11711
Janela 
Fonte: Adaptada de CBMESP, 2019b, p. 12.
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Medidas e sistemas complementares de prevenção a incêndios 101
Já a compartimentação vertical visa a impedir a passagem do fogo entre pavimentos elevados 
consecutivos (diferentes níveis verticais). Ela é provida de:
• Lajes com espessura mínima para isolamento e estanqueidade.
• Enclausuramento de escada.
• Parapeitos ou marquise de fachadas que impedem a aproximação das chamas e calor com 
as aberturas (janelas) do pavimento imediatamente superior ao pavimento do incêndio, 
dificultando a propagação vertical do incêndio, ilustrados na Figura 2.
• Portas corta-fogo.
• Vedadores corta-fogo.
• Cortinas corta-fogo.
• Firestops. 
Figura 2 – Exemplo de compartimentação vertical, por peitoril ou por marquise de aba.
PEITORIL 
PEITORIL 
ENTREPISO 
ENTREPISO 
ENTREPISO 
VERGA 
VERGA 
VERGA 
H≥ 1,2 m 
H≥ 1,2 m 
H≥ 1,2 m 
ENTREPISO 
ENTREPISO 
0,90 m
0,90 m
Aba 
Fonte: Adaptada de CBMESP, 2019b, p. 13.
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Prevenção e combate a sinistro 102
Caso a medida de parapeito ou marquise de fachada não seja respeitada, o fogo pode, 
facilmente, se propagar para o pavimento superior, conforme demonstra a Figura 3 abaixo. 
Figura 3 –Exemplo de vulnerabilidade em compartimentação vertical, sem proteção adequada de um 
parapeito ou marquise.
ENTREPISO 
ENTREPISO 
Fonte: Adaptada de CBMESP, 2019b, p. 13
É importante conhecermos tais medidas protetivas e estarmos cientes que devem ser 
manutenidas. Em reformas, por vezes, chega-se ao entendimento de que determinada estrutura não 
tem nenhuma função e pode ser suprimida, como a selagem de um shaft2. Caso essa estrutura seja 
retirada, a edificação torna-se vulnerável à propagação de incêndio. Outro exemplo é o aumento 
de ambientes e espaços irregularmente – popularmente chamado de “puxadinhos”. Tal ação pode, 
além de prejudicar as saídas de emergência, acarretar eliminação do afastamento mínimo entre 
edificações. Isso torna a edificação vulnerável ao incêndio e facilita a propagação do fogo. Vale 
ressaltar que toda reforma ou obra deve ser executada com o acompanhamento de um engenheiro 
e arquiteto, além de ser autorizada pelo CBM local.
5.2 Controle de materiais de acabamento e revestimento
Uma das técnicas para extinguir o fogo é a retirada do material combustível, 
conforme visto nos capítulos iniciais. Há uma estratégia semelhante para evitar a 
propagação do incêndio, o controle de material combustível dentro de um ambiente. 
Esse método está atualmente em voga devido ao incêndio da Boate Kiss, em que a 
fumaça tóxica foi a principal responsável pelas mortes. Como sabemos, o incêndio 
não ocorre por um único fator e, nesse caso, a fumaça tóxica era proveniente de uma espuma 
acústica e demais materiais de revestimento da boate. Isto é, se a edificação tivesse maior controle 
2 Duto vertical, destinado à passagem de diversos dutos de instalações prediais (energia, rede lógica etc).
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Medidas e sistemas complementares de prevenção a incêndios 103
dos materiais utilizados, considerando uma situação de incêndio, não teria ocorrido tamanha 
potencialização de perdas e prejuízos.
Não há uma legislação nacional mandatória de controle de materiais de revestimento e 
acabamento3. Cada unidade da federação, por meio da prefeitura, código de obras e normas do 
CBM local, possui um conjunto de prescrições que deverão ser exigidas para controle de materiais 
de revestimento e acabamento.
A Instrução Técnica n. 10, no escopo da norma, visa a estabelecer “as condições a serem 
atendidas pelos materiais de acabamento e de revestimento empregados nas edificações, para que, na 
ocorrência de incêndio, restrinjam a propagação de fogo e o desenvolvimento de fumaça” (CBPMESP, 
2019b, p. 2).
A Instrução Técnica n. 10 também traz a seguinte classificação sobre os materiais objeto 
da norma:
• Materiais de revestimento: todo material ou conjunto de materiais 
empregados nas superfícies dos elementos construtivos das edificações, 
tanto nos ambientes internos como nos externos, com finalidades de atribuir 
características estéticas, de conforto, de durabilidade etc. Incluem-se como 
material de revestimento, os pisos, forros e as proteções térmicas dos 
elementos estruturais.
• Materiais de acabamento: todo material ou conjunto de materiais utilizados 
como arremates entre elementos construtivos (rodapés, mata-juntas, golas etc.).
• Materiais termo acústicos: todo material ou conjunto de materiais utilizados 
para isolação térmica e/ou acústica. (CBPMESP, 2019b, p. 2)
As prescrições da norma visam a que, de acordo com a ocupação e demais características 
da edificação, os materiais de acabamento e revestimento devem oferecer determinada resistência 
à propagação do fogo. Eles são escolhidos e limitados em relação aos seguintes parâmetros: 
propagação superficial de chama (menor ou maior velocidade de queima, como piso de cerâmica 
ou piso de carpete, respectivamente, por exemplo), liberação total de calor (material que, ao 
queimar, libera menor ou maior quantidade de energia, como cerâmica e madeira), produção total 
de fumaça (material que, em combustão, libera menor ou maior quantidade de fumaça, como 
forro de gesso e forro de madeira), entre outros. Essa análise é usada, principalmente, para pisos, 
paredes, divisórias, teto e coberturas.
É importante lembrar, novamente, que ao modificar ou atualizar uma edificação, é sempre 
necessário ter um profissional de engenharia ou arquitetura como responsável. A alteração do 
material de revestimento de um teto de salão de festa, por exemplo, de uma cobertura metálica 
por uma cobertura vegetal, oferece grande vulnerabilidade. Não é que o telhado não possa ser 
modificado. Mas é imprescindível que essa modificação seja estudada e preparada para que não 
seja vulnerável às fontes de calor e ofereça, minimamente, proteção ao fogo.
3 Para mais detalhes, além das informações aqui contidas, consulte as seguintes fontes: 
ABNT. NBR 9.442 – Materiais de construção – Determinação do índice de propagação superficial de chama pelo método 
do painel radiante. (ABNT, 2019).
Instrução Técnica n. 10/2019: Controle de materiais de acabamento e de revestimento (CBPMESP, 2019b).
Prevenção e combate a sinistro 104
5.3 Controle de fumaça
Um dos produtos mais comuns do incêndio é a fumaça. A sigla QOMIT (quente, 
opaca, móvel, inflamável e tóxica) é utilizada para representar os perigos desse produto. 
É possível que a fumaça queime, mesmo não tendo chamas, pois pode registrar altas 
temperaturas. Por ser opaca, ela pode impedir a visibilidade, dificultando que as 
pessoas alcancem as saídas de emergência. Naturalmente, a fumaça se desloca para 
cima e ocupa as porções superiores dos ambientes, podendo movimentar-se por diversos pavimentos 
sem que seja percebida. Por conter produtos em suspensão, provenientes de queima incompleta, que 
ainda podem formar uma mistura combustível, pode entrar, novamente, em combustão. E, por conter 
dióxido de carbono, que é sufocante, e monóxido de carbono, que é tóxico, representa um risco à vida.
Apesar de haver legislações antigas que versem sobre o assunto, infelizmente poucas 
unidades da federação do Brasil possuem legislação técnica compulsória para o controle de 
fumaça4. A Instrução Técnica n. 15, conforme o escopo da norma, estabelece “parâmetros técnicos 
para implementação de sistema de controle de fumaça” (CBMESP, 2019c, p. 2). Em termos gerais, 
as medidas visam a manter um ambiente seguro de fumaça, prevenindo o acúmulo durante o 
tempo necessário para a saída dos ocupantes e auxílio às operações de busca e resgate.
É exigido o controle de fumaça nas edificações que, conforme Instrução Técnica n. 15 
(CBPMESP, 2019c), são arquiteturas com configuração que facilita o acúmulo de fumaça (como 
por exemplo átrios), sem aberturas para o exterior (sem janelas, como os subsolos) ou de grande 
altura vertical (maiores que 90 m). As prescrições para esses tipos de estruturas são providências 
que previnam meios de extração de fumaça e introdução de ar limpo. Ambos são importantes, 
pois um não funcionará sem a conformidade do outro. Tanto a extração de fumaça como a 
introdução de ar limpo podem ser providenciados de modo natural ou artificial.
Os dispositivos envolvidos no controle de fumaça mais comuns são:
• Aberturas nas fachadas, como janelas e venezianas.
• Aberturas nos telhados e cobertura, como claraboias ou alçapões, conforme exemplo da 
Figura 4.
• Chaminés.
• Dutos de tiragem de fumaça, como canais em que a fumaça possa ser direcionada à 
atmosfera.
• Portas de ambientes.
• Vãos ao ar livre, como balcões, varandas ou espaços abertos.
• Escadas pressurizadas, como visto no Capítulo 3.
• Exaustores de fumaça, como motores que sugam e direcionam a fumaça para a atmosfera.
• Barreiras físicas ou painéis de fumaça na cobertura para acantonar a fumaça, conforme 
exemplo da Figura 4.
4 Para mais detalhes, além das informações aqui contidas, sugere-se a seguinte fonte de consulta:
Instrução Técnica n. 15/2019: Controle de fumaça Parte 1 – Regras gerais (CBPMESP, 2019c).
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Medidas e sistemas complementares de prevenção a incêndios 105
• Cortinas corta-fumaça, para dificultar o deslocamento da fumaça pelo teto e prover 
compartimentação de ambientes.
• Demais aberturas que podem ser aproveitadas para prover ar limpo ou extrair fumaça.
Figura 4 – Exemplo de saída natural de fumaça, painéis de fumaça e áreas de acantonamento.
Saídas para
Extração de fumaça
Painel 
de fumaça
Detector
Sistema de
detecção
Áreas de
acantonamento
Fonte: Adaptada de CBMESP, 2019b, p. 2.
As opções aqui citadas visam a promover a SCIP com medidas que possam estar 
harmonizadas em soluções naturais da arquitetura da edificação, isto é, aproveitando estruturas 
construtivas existentes da edificação, como portas e janelas. Mudanças feitas sem estudo 
favorecem ameaças e proporcionam maior vulnerabilidade aos ocupantes. O fechamento de uma 
janela pode prejudicar a entrada de ar limpo, prevista para o funcionamento de um sistema de 
controle de fumaça, por exemplo.
5.4 Acesso de viaturas
Apesar de não ser uma ação de combate ou prevenção a incêndio, o provimento 
de vias de acesso para as viaturas de socorro é fundamental para o sucesso das ações do 
Corpo de Bombeiros. Apesar de estarem ali sem ninguém as perceber, medidas foram 
projetadas e executadas para que as vias públicas recebam e suportem as viaturas de 
socorro, que, por vezes, possuem demandas diferentes de veículos ordinários. Nosso 
estudo fará um apontamento resumido de informações sobre o acesso de viaturas5.
5 Para mais detalhes sobre essa medida, além das informações aqui contidas, consulte a seguinte fonte: 
Norma Técnica n. 011/2017 – CBMDF – Acesso de Viatura do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF, 2017).
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Prevenção e combate a sinistro 106
A Norma Técnica n. 11 estabelece“requisitos necessários ao acesso, manobra e estabelecimento 
de viaturas de socorro do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) junto a 
edificações, áreas rurais, eventos e outros locais que assim o exijam” (CBMDF, 2017, p. 1). Caso 
pontes, estradas e entradas residenciais ou comerciais não sejam adequadas ao acesso de viaturas, o 
socorro pode não chegar onde é necessário. Por isso, há normas específicas para que seja garantido 
o trânsito dos veículos de emergência.
As principais exigências, citadas na Norma Técnica n. 11 (CBMDF, 2017, p. 3), para as vias 
de acesso para viaturas de socorro, são:
4.2.1 As edificações devem possuir vias de acesso de forma a possibilitar o 
estacionamento para viaturas de socorro do CBMDF a no mínimo uma distância 
não superior a 20 m da fachada de acesso operacional da edificação.
4.2.2 As vias de acesso devem ter largura desobstruída mínima de 6 m em toda 
sua extensão.
4.2.3 As vias de acesso devem ter altura livre mínima de 4,5 m em toda sua 
extensão.
4.2.4 Os acessos de viatura de socorro devem estar livres de elementos de 
paisagismo, árvores, canteiros, arbustos, muros, marquises, lajes, bancos, 
outdoors, placas, painéis, bicicletários, rede elétrica, postes, luminárias, espelhos 
d’água, tubulações ou quaisquer outros elementos que possam dificultar e/ou 
obstruir as manobras/operações das viaturas de socorro do CBMDF, bem como 
reduzir as dimensões das vias.
4.2.5 As vias de acesso devem possuir inclinação máxima (ângulo de ataque e 
saída) [...];
4.2.6 Quando o acesso for provido de portão, pórtico ou cancela, este deve 
atender a largura mínima de 4 m e altura mínima de 4,5 m [...]
4.2.6.1 Na falta de energia, os portões automáticos devem contar com sistema 
de abertura manual, de modo a não retardar o acesso do socorro do CBMDF.
4.2.7 As superfícies das vias de acesso devem:
a) Ser pavimentadas;
b) Garantir o escoamento de água de forma a não permitir acúmulo de água;
c) Ser projetadas para não se desgastarem e/ou deteriorarem-se quando no 
recebimento de carga;
d) Permitir as manobras e operações das viaturas de socorro do CBMDF em 
qualquer tipo de condição, observando a durabilidade do material de cobertura 
da pavimentação;
e) Ter capacidade de carga mínima de 25 tf para atender as viaturas de socorro 
do CBMDF.
[...]
4.2.9 As vias de acesso que excedam 40 m de comprimento, e que não possuam 
saídas, devem ser projetadas de forma que possibilitem a manobra de viaturas 
de socorro com retorno ou de outros tipos de acesso com retorno que garantam 
a entrada, retorno e saída de viaturas. (CBMDF, 2017, p. 3)
Medidas e sistemas complementares de prevenção a incêndios 107
A Figura 5, por exemplo, ilustra a inclinação máxima lateral e longitudinal que deve possuir 
a via de acesso. Valores maiores que 5% podem dificultar o uso da água, engenhos mecânicos ou 
facilitar o tombamento da viatura.
Figura 5 – Inclinação máxima (longitudinal e lateral) da via de acesso e da faixa de estacionamento
Inclinação máxima 5% Inclinação máxima 5% 
Fonte: Adaptada de CBMDF, 2017, p. 07
Caso a pista seja muito longa, é necessário prover uma forma de retorno, para evitar que a 
viatura fique obstruída ou tenha que deslocar grandes distâncias em marcha ré. A Figura 6 ilustra 
um tipo possível de projeto de retorno, usualmente já utilizado em vias de acesso para, por exemplo, 
ser possível o caminhão de lixo fazer retornos.
Figura 6 – Um dos possíveis exemplos de retorno: em “T”.
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Fonte: Adaptada de CBMDF, 2017, p. 07
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Prevenção e combate a sinistro 108
Seguindo a leitura da norma, a exigência 4.3.1 esclarece a necessidade de “existir pelo 
menos uma faixa de estacionamento de viaturas de socorro paralela a uma das fachadas de acesso 
operacional da edificação [...]” (CBMDF, 2017, p. 3), como demonstra a Figura 7.
Figura 7 – Faixa de estacionamento
Edificação 
15 m
8
m
6
m
De 3 a 15 m
RE
SE
RV
AD
O
 C
O
RP
O
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E 
BO
M
BE
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O
S
Fonte: Adaptada de CBMDF, 2017, p. 9. 
A execução de vias de acesso irregulares pode resultar no atraso ou impedimento completo 
da aproximação de viaturas de socorro dos CBMs. Um exemplo disso é a execução de vias internas 
de condomínios com rampas e inclinações tão íngremes que a viatura não consegue subir ou descer, 
pois o para-choque impede o progresso, conforme demonstra a Figura 8.
Figura 8 – Via com inclinação de desconformidade, não permitindo acesso da viatura.
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Fonte: Adaptada de CBMDF apud CRUZ, 2011, p. 52.
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Medidas e sistemas complementares de prevenção a incêndios 109
Assim, é possível observar que, para garantir o acesso ao socorro, é preciso haver prescrições 
de segurança nas vias de acesso, sejam elas públicas ou privadas. Novamente, é importante frisar 
que modificações não previstas, feitas à revelia do Estado ou sem a presença de um profissional 
habilitado, podem gerar prejuízos e danos, especialmente em caso de incêndios, em que o tempo 
de resposta deve ser o mais rápido possível para salvaguardar vidas e bens.
5.5 Segurança estrutural em situação de incêndio
Uma das principais preocupações ao construir é impedir que a edificação 
desmorone abruptamente. A estrutura de uma edificação pode ser composta de 
fundações, pilares, vigas, lajes e é projetada para resistir a esforços e, na eventualidade 
de alguma anomalia, dar sinais de patologia. O incêndio é uma das ações excepcionais 
que gera danos à estrutura, levando-a, por vezes, ao indesejado colapso.
A segurança estrutural, em situação de incêndio, nada mais é do que recomendações, 
prescrições e cuidados que devem ser projetados, executados e manutenidos para que o sistema 
estrutural de uma edificação não fique tão vulnerável a uma situação de incêndio. Por ser um 
assunto técnico, que demanda conhecimentos de engenharia civil, não será abordado com muita 
profundidade em nosso estudo6.
A Instrução Técnica n. 11 (CBPMESP, 2019d, p. 3), conforme escopo da norma, estabelece
as condições a serem atendidas pelos elementos estruturais e de 
compartimentação que integram as edificações, quanto aos Tempos Requeridos 
de Resistência ao Fogo (TRRF), para que, em situação de incêndio, seja evitado 
o colapso estrutural por tempo suficiente para possibilitar a saída segura das 
pessoas e o acesso para as operações do Corpo de Bombeiros Militar.
O TRRF é o parâmetro principal requerido para a segurança estrutural da edificação em 
eventual situação de incêndio. A primeira impressão é que o TRRF, por ter a palavra tempo 
e por ser medido em minutos, é uma medida real do tempo que as estruturas devem resistir 
até chegar a um colapso, mas não é bem assim. O TRRF é um parâmetro de segurança que 
não é comparável aos minutos de relógio, pois a elaboração do TRRF refere-se ao tempo 
de ensaio usualmente medido em laboratórios, com a referência ao calor (crescimento de 
temperaturas) gerado em um forno laboratorial, que não segue o crescimento de temperaturas 
de um incêndio real. O TRRF é uma medida de segurança a ser usada no dimensionamento 
de sistemas estruturais, para que a probabilidade de colapso seja desprezível. O objetivo não é 
que a edificação aguente o incêndio por um tempo para que ocupantes fujam e os bombeiros 
atuem, mas que nunca haja, de fato, o colapso da edificação.
6 Para mais detalhes sobre essa medida, além das informações aqui contidas, consulte as seguintes fontes:
Instrução Técnica n. 08/2019: Segurança estrutural contra incêndio (CBPMESP, 2019d);
ABNT. NBR 14.323: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios em situação de 
incêndio (ABNT, 2013a);
ABNT. NBR 14.432: Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações – Procedimento (ABNT, 
2001);
ABNT. NBR 14.925: Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio – Procedimento (ABNT, 2012).
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Prevenção e combate a sinistro 110As prescrições normativas, como a Instrução Técnica n. 11 (CBPMESP, 2019d), exigem, 
conforme ocupação e altura, um TRRF dos elementos estruturais e de compartimentação de 
edificações. Tal medida pode ser alcançada por diversas estratégias e materiais de proteção 
térmica, à escolha do engenheiro ou arquiteto projetista. Dentre elas:
• Maiores cobrimentos (camada de concreto) sobre as armaduras de concreto armado.
• Proteção por alvenarias, pinturas intumescentes, argamassa refratária em estruturas de 
aço, placas e mantas incombustíveis.
• Tratamento de resistência ao fogo para madeiras estruturais.
Devido à complexidade do assunto, eventualmente há a necessidade de contratar engenheiros 
e arquitetos especialistas em dimensionar e executar estruturas resistentes à situação de incêndio. 
Por isso é fundamental que, ao construir, reformar e, especialmente, mudar a ocupação de 
uma edificação, todas as etapas da obra sejam acompanhadas por um engenheiro ou arquiteto, 
mantendo-se sempre a Anotação ou Registro de Responsabilidade Técnica (ART ou RRT).
5.6 Inflamáveis, explosivos e demais produtos perigosos
Por fim, chegamos à última seção sobre sistemas e medidas preventivas, 
produtos perigosos. Esses produtos apresentam diversos riscos à vida e ao meio 
ambiente, como contaminação, envenenamento, queimaduras, intoxicação, 
doenças permanentes, mas um dos impactos mais recorrentes é o incêndio7.
A Resolução n. 420 (BRASIL, 2004), conforme respectivo escopo, tem como 
objetivos “aprovar as anexas Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre 
de Produtos Perigosos (BRASIL, 2004, p. 2)” e “complementar a Regulamentação do Transporte 
Terrestre de Produtos Perigosos” (BRASIL, 2004, p. 3).
Inicialmente, cabe destacar que todo produto perigoso, seja na produção, armazenamento, 
utilização de tanques e recipientes ou manuseio, deve possuir a Ficha de Informações de Segurança 
de Produto Químico (FISPQ). A FISPQ fornece informações básicas, objetivas e obrigatórias do 
produto em questão, discorrendo sobre:
• Identificação do produto.
• Identificação de perigos.
• Composição e informações sobre ingredientes.
• Medidas de primeiros socorros.
• Medidas de combate a incêndio.
• Medidas de controle para derramamento ou vazamento.
7 Para mais detalhes, além das informações aqui contidas, consulte as seguintes fontes:
Resolução n. 420, de 12 de fevereiro de 2004, que aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte 
Terrestre de Produtos Perigosos (BRASIL, 2004);
Instrução Técnica n. 25/2019: Líquidos combustíveis e inflamáveis (CBPMESP, 2019e);
Instrução Técnica n. 32/2019: Produtos perigosos em edificações e áreas de risco (CBPMESP, 2019f);
ABNT. NBR 17.505 – Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis. Parte 1: Disposições gerais (ABNT, 2013b).
intumescente: 
tinta que 
proporciona 
proteção contra 
calor e fogo a 
determinado 
elemento, por 
ela revestido. 
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Medidas e sistemas complementares de prevenção a incêndios 111
• Modo de manuseio e armazenamento.
• Controle de exposição e proteção individual.
• Propriedades físicas e químicas.
• Estabilidade e reatividade.
• Informações toxicológicas.
• Informações ecológicas.
• Considerações sobre destinação final.
• Informações sobre o transporte.
• Informações sobre regulamentações.
Além disso, para locais de armazenamento é necessário haver um Plano de emergência, 
sendo obrigatória a permanência de uma cópia deste em local de fácil acesso, como guarita de 
entrada ou central de monitoramento.
Tendo em vista os diversos riscos que produtos perigosos podem provocar, a primeira 
atitude envolvendo qualquer incidente ou acidente deve ser a segurança inicial, reconhecimento 
da cena, identificação do produto e acionamento do socorro especializado. Por isso, nosso estudo 
foca mais nas reações do que no dimensionamento da proteção e medidas preventivas (que são 
mais complexas e executadas por engenheiros especializados).
O rótulo de risco é uma sinalização que indica a classe e/ou a subclasse de risco de cada 
produto perigoso. Sua fixação é obrigatória para identificação do elemento químico e o verso 
de sua face não pode ser usado para indicar o número de outro produto. As placas devem ser 
resistentes a intempéries como sol ou chuva e não podem ter a visualização obstruída por 
outro material. A Figura 9 apresenta os principais rótulos de risco existentes, em que se pode 
observar o principal risco de cada produto perigoso dentro de cada classe.
Figura 9 – Exemplos de rótulo de risco
Classe 1 – Substâncias ou artigos explosivos
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GÁS NÃO 
INFLAMÁVEL
NÃO TÓXICO
GÁS TÓXICOGÁS 
INFLAMÁVEL
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Classe 2 – Gases
(Continua)
Prevenção e combate a sinistro 112
3
LÍQUIDO
INFLAMÁVEL
3
Classe 3 – Líquidos Inflamáveis
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Classe 4
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Classe 5
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Classe 6
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Classe 7 – Materiais radioativos
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Classe 8 – Substâncias corrosivas
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Classe 9 – Substâncias e artigos perigosos diversos
Fonte: BRASIL, 2004, p. 567-569. 
Medidas e sistemas complementares de prevenção a incêndios 113
O Painel de Segurança informa o número de risco e o número da ONU. O número de risco 
pode ser formado por até três algarismos e indica a natureza e intensidade dos riscos. O número da 
ONU é o número de identificação do produto perigoso, composto de quatro algarismos, conforme 
demonstra a Figura 10.
Figura 10 – Painel de Segurança
* * *
* * * *
* * * Número de risco
* * * * Número da ONU
Fonte: BRASIL, 2004, p. 567-569.
Qualquer pessoa que visualize um acidente com produtos perigosos pode agir de forma 
adequada, sob um risco aceitável ou controlado. Para orientar os profissionais que fazem uso desse 
tipo de material, são recomendados dois aplicativos, ambos utilizam a simbologia prevista na 
Resolução n. 420 (BRASIL, 2004).
• Pró-Química On-line (BORLENGHI, 2018): disponibiliza informações do Manual de 
Emergências do Pró-Química da ABIQUIM – Associação Brasileira da Industria Química, 
com identificação dos principais produtos e um guia das primeiras ações em acidentes.
• Primeiro no Local (BORLENGHI, 2019): lista ações iniciais de prevenção e de resposta, 
com o objetivo de minimizar ou mitigar o desenvolvimento de um acidente envolvendo 
produtos perigosos.
No aplicativo Primeiro no local, podemos consultar as ações primárias e básicas para executar 
a abordagem inicial em um incidente com produto perigoso. O aplicativo possui uma sequência 
lógica de recomendações.
1. constatar os fatos;
2. identificar o(s) produto(s) envolvido(s);
3. identificar a contaminação efetiva ou potencial do meio ambiente local;
4. identificar a exposição efetiva e potencial de pessoas;
5. sinalizar e isolar o local;
6. identificar e afastar possíveis fontes de ignição;
7. afastar curiosos;
8. acionar as equipes de intervenção e de apoio emergencial;
9. contribuir no sentido de facilitar o acesso das equipes de intervenção e apoio 
ao local de ocorrência. (BORLENGHI, 2019, s.p)
Uma das principais ações é identificar o painel de segurança. Com o número da ONU 
contido no painel é possível levantar detalhes do produto no próprio aplicativo, como a descrição 
do risco e ações de mitigação. Além disso, os aplicativos também orientam as ações primordiais 
para tentar manter a segurança e controle da cena do acidente, pois são conhecimentos que não 
devem ser decorados, mas sim consultados. Uma das principais tarefas é acionar o serviço de 
emergência para atender ocorrências com produtos perigosos. É importante ressaltar sempre que 
ações somente devem ser tomadas com treinamento suficiente e com segurança; afastar-se do local 
do acidente com produtos perigosos(acionando socorro especializado o quanto antes) sempre será 
uma medida eficiente e adequada.
https://play.google.com/store/apps/developer?id=Giuliano+Borlenghi
https://play.google.com/store/apps/developer?id=Giuliano+Borlenghi
Prevenção e combate a sinistro 114
Considerações finais
Neste capítulo, observamos medidas e sistemas complementares de SCIP. Também 
analisamos modos de mitigar riscos em incidentes e acidentes com produtos perigosos. Ao finalizar 
esta leitura, esperamos que você seja capaz de conhecer as prescrições básicas dos equipamentos e 
medidas complementares de SCIP.
Até aqui, estudamos, principalmente, como evitar incêndios. No próximo capítulo, falaremos 
sobre como reagir a esse tipo de ocorrência e também sobre as principais ações da brigada particular 
de incêndio, seja antes ou durante um eventual incêndio.
Ampliando seus conhecimentos
• CREA-RS. Relatório técnico. Porto Alegre: CREA-RS, 2013.
Elaborado por uma comissão especial do CREA-RS, esse documento traz uma análise do 
trágico incêndio da Boate Kiss, fazendo alguns apontamentos e críticas abrangentes ao 
sistema gaúcho de SCIP. Como toda leitura, é importante ler com ponderamento, pois, o 
documento, apesar de ser bastante válido e relevante, foi elaborado unilateralmente por 
representantes de um grupo específico de operadores de SCIP, sendo que críticas de outros 
grupos podem, por vezes, ter outros enfoques, igualmente relevantes. Nesse documento, 
é possível analisar um histórico dos documentos de SCIP registrados na tramitação no 
Crea e no Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul.
• INSTITUTO de pesquisas tecnológicas. Projeto Brasil sem Chamas. Disponível em: 
http://www.ipt.br/centros_tecnologicos/CETAC/projetos/9-projeto_brasil_sem_chamas.
htm. Acesso em: 30 set. 2019
Esse site traz informações sobre o projeto que visa a mapear a SCIP, bem como, dá a 
oportunidade de “baixar” e ler diversos materiais e relatórios sobre incêndios e operadores 
de SCIP. Por fim, há um link que direciona para a página eletrônica do Laboratório de 
Segurança ao Fogo e a Explosões (LSFEx), na qual é possível obter informações sobre 
ensaios e testes de materiais com reação e resistência ao fogo, entre outros tópicos.
Atividades
1. Imagine a seguinte situação: uma mudança de chefia, em determinado ambiente de trabalho, 
acarretou a decisão de mudar o espaço interno do pavimento que se localizava no sétimo 
andar. Fizeram uma reforma quebrando todas as paredes internas, que eram de tijolo 
cerâmico, e transformaram todo o andar em um grande espaço único de trabalho, alegando 
que, assim, haveria maior integração entre as equipes de trabalho. Anos mais tarde, a chefia 
mudou novamente e a decisão do novo gestor foi separar o ambiente, fazendo várias divisões 
com paredes em PVC. Após refletir sobre a situação, indique se, eventualmente, houve 
prejuízos para a SCIP na reforma realizada.
Medidas e sistemas complementares de prevenção a incêndios 115
2. Seguindo a hipótese anterior, a nova chefia decidiu mudar, também, o piso existente no 
pavimento, retirando a cerâmica existente e substituindo-a por um piso de carpete, além de 
adicionar um forro com acabamento em madeira. Reflita sobre e indique se a reforma traria 
prejuízos para a SCIP.
3. Na mesma situação anterior, a chefia aproveitou a reforma e, após um incidente em que 
um grampeador caiu pela janela, quase atingindo um outro funcionário no térreo, solicitou 
também o fechamento das janelas, pois o pavimento já contava com um sistema de ar 
condicionado. Analise essa decisão e discorra sobre os possíveis prejuízos à SCIP.
Referências
ABNT. ABNT NBR 14.432: exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações: 
procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
ABNT. ABNT NBR 7.501: transporte terrestre de produtos perigosos: terminologia. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2011.
ABNT. ABNT NBR 14.925: projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio: procedimento. Rio de 
Janeiro: ABNT, 2012.
ABNT. ABNT NBR 14.323: projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios 
em situação de incêndio. Rio de Janeiro: ABNT, 2013a.
ABNT. ABNT NBR 17.505: armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis. Parte 1: disposições 
gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2013b.
ABNT. ABNT NBR 7.500: identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento 
de produtos. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.
ABNT. ABNT NBR 7.503: transporte terrestre de produtos perigosos: ficha de emergência e envelope para o 
transporte: características, dimensões e preenchimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.
ABNT. ABNT NBR 9.442: materiais de construção: determinação do índice de propagação superficial de 
chama pelo método do painel radiante. Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
ABNT. ABNT NBR 15.200: elementos construtivos envidraçados resistentes ao fogo para compartimentação. 
Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
BORLENGHI, G. Pró-Química On-line. Versão 4.0, São Paulo. 2018. Aplicativo. Disponível em: https://play.
google.com/store/apps/details?id=com.suatrans.primeironolocal. Acesso em: 17 set. 2019.
BORLENGHI, G. Primeiro no Local. Versão 1.0, São Paulo. 2019. Disponível em: https://play.google.com/
store/apps/details?id=com.suatrans.primeironolocal. Acesso em: 17 set. 2019.
BRASIL. Ministério dos Transportes. Agência Nacional de Transportes Terrestres. Resolução n. 420: aprova 
as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. Brasília: 
Ministério dos Transportes, 2004.
CBMDF. Departamento de Segurança Contra Incêndio do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. 
Norma Técnica n. 011/2017: acesso de viatura. Brasília: Departamento de Segurança Contra Incêndio do 
Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, 2017.
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.suatrans.primeironolocal
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.suatrans.primeironolocal
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.suatrans.primeironolocal
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.suatrans.primeironolocal
Prevenção e combate a sinistro 116
CBPMESP. Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública. Instrução Técnica n. 09/2019: 
compartimentação horizontal e compartimentação vertical. São Paulo: Secretaria de Estado dos Negócios 
da Segurança Pública, 2019a.
CBPMESP. Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública. Instrução Técnica n. 10/2019: controle 
de materiais de acabamento e de revestimento São Paulo: Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança 
Pública, 2019b.
CBPMESP. Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública. Instrução Técnica n. 15/2019: 
controle de fumaça. Parte 1: regras gerais. São Paulo: Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança 
Pública, 2019c.
CBPMESP. Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública. Instrução Técnica n. 08/2019: segurança 
estrutural contra incêndio. São Paulo: Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública, 2019d.
CBPMESP. Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública. Instrução Técnica n. 25/2019: líquidos 
combustíveis e inflamáveis. São Paulo: Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública, 2019e.
CBPMESP. Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública. Instrução Técnica n. 32/2019: produtos 
perigosos em edificações e áreas de risco no manuseio de produtos perigosos. São Paulo: Secretaria de Estado 
dos Negócios da Segurança Pública, 2019f.
CRUZ, P. de S. Acesso de viaturas operacionais do CBMDF em edificações e áreas de risco: estudo de 
parâmetros técnicos para dimensionamento de projetos. Brasília, 2011. Trabalho de Conclusão de Curso 
(Especialização em Administração Corporativa) – Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
6
Preparando-se e respondendo ao sinistro de incêndio
Estudamos, até aqui, diversos sistemas e medidas de SCIP, todos voltados para evitar ou 
mitigar o desenvolvimento de incêndios. Obviamente, é possível que essas medidasapresentem 
falhas, permitindo, assim, que princípios de incêndio se propaguem, tornando necessária a 
evacuação da edificação. Este último capítulo visa a apresentar como agir e orientar os ocupantes 
dos locais nesses casos. Por fim, será apresentado o sistema de brigada particular de incêndio.
6.1 Brigada Particular de Incêndio
Um dos sistemas fundamentais para prevenção e mitigação de incêndio é a 
brigada particular. Esta obra visa a orientar e ilustrar as principais prescrições desse 
sistema para que a propagação do fogo seja prevenida.
Nem todas as edificações e eventos precisam da contratação de uma equipe de 
brigada particular de incêndio, pois esse sistema é exigido somente em edificações 
que apresentam determinado risco. A brigada particular de incêndio é uma equipe formada por 
pessoas capacitadas e treinadas para prevenir e reagir a incêndios antes da chegada dos bombeiros 
militares, e, às vezes, é também chamada de programa de brigada de incêndio. O programa 
tem brigadistas contratados exclusivamente para atuarem no programa de brigada particular e 
profissionais de outros setores ordinários, de uma empresa ou corporação, para atuarem como 
auxiliares (voluntários). O Quadro 1 demonstra as diferentes funções dos brigadistas militares, 
voluntários e particulares.
Quadro 1 – Diferenciação entre brigadistas e bombeiros militares
Brigadista ou bombeiro 
profissional civil
Profissional contratado, seja por uma instituição particular ou pública, para prestação 
de serviços de prevenção e primeira resposta ao incêndio.
Brigadista ou 
bombeiro voluntário
Profissional pertencente a uma organização não governamental (ONG) ou um 
colaborador de uma corporação (como professor), edificação (como agente de 
portaria) ou área ambiental. Presta ações de primeira resposta e atendimento 
a emergências em determinadas edificações, ambientes profissionais ou áreas 
ambientais.
Bombeiro público militar
Profissional pertencente a uma corporação militar de atendimento a emergências 
públicas, com atuação em qualquer local, edificação ou instalação e em qualquer 
situação, em diversos níveis de complexidade. Contratado pelo Estado para a 
prestação de serviços previsto na Constituição Federal em todo o território das 
Unidades da Federação.
Fonte: Elaborado pelo autor.
O sistema de brigada particular de incêndio é composto por pessoas treinadas, capacitadas 
e, por vezes, voluntárias, e tem o objetivo atuar na prevenção, abandono e combate de incêndios, 
proteger a vida e o patrimônio, além de mitigar as consequências sociais e os danos ao meio 
ambiente provindos de sinistros.
Vídeo
Prevenção e combate a sinistro 118
É relevante entender em quais configurações é exigida a instituição de um programa de 
brigada. Não há uma legislação nacional estabelecendo os critérios de dimensionamento, e cada 
Unidade da Federação (UF) tem suas normas e recomendações1. Neste capítulo, observaremos as 
prescrições de dimensionamento previstas para o Distrito Federal, por meio na Norma Técnica n. 
07/2011 do CBMDF (2011), conforme expõe a Tabela 1.
Tabela 1 – Dimensionamento de Brigada Particular de Incêndio
*Risco 
de 
incêndio
Composição 
da Brigada de 
Incêndio
População Fixa
Até 
10
11 
a 
50
51 
a 
100
101 
a 
250
251 
a 
500
501 
a 
1.000
1.001 
a 
2.000
2.001 
a 
3.500
3.501 
a 
5.000
Acima 
de 5.000 
para 
cada 
grupo de 
4.000 ou 
fração 
acima de 
2.000
A
Supervisor - - - - - - - - **1 1
Chefe - - - - - - **1 1 1 1
Brigadista Particular - - - - 2 4 4 4 6 2
Brigadista Voluntário - - - 10% 10% 10% 10% 10% 10% 10%
B1
Supervisor - - - - - - - **1 1 1
Chefe - - - - - **1 1 1 1 1
Brigadista Particular - - - 2 4 4 4 4 6 2
Brigadista Voluntário - - 10% 10% 10% 10% 10% 10% 10% 10%
B2
Supervisor - - - - - - **1 1 1 1
Chefe - - - - **1 1 1 1 1 2
Brigadista Particular - - 2 4 4 4 4 4 6 4
Brigadista Voluntário - 20% 20% 20% 15% 10% 10% 10% 10% 10%
C1
Supervisor - - - - - - **1 **1 1 1
Chefe - - - - - **1 1 1 2 2
Brigadista Particular - - - 2 4 4 4 6 8 4
Brigadista Voluntário 30% 30% 30% 20% 15% 15% 15% 15% 15% 15%
C2
Supervisor - - - - - **1 **1 1 2 1 
Chefe - - - - **1 1 1 2 4 2
Brigadista Particular - - 2 4 4 4 6 8 10 4
Brigadista Voluntário 50% 50% 30% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20%
*Risco da edificação definido pela Norma Técnica n. 02/2009 – CBMDF. 
**Período de 6 horas.
Fonte: Adaptada de CBMDF, 2011, p. 13.
Por exemplo, com base nesses dados, em uma edificação localizada no Distrito Federal, 
com população fixa de 100 pessoas, na qual o risco de incêndio é classificado como B1, 
conforme Norma Técnica n. 02/2016 (CBMDF, 2016), não é necessário um programa de 
1 Para mais detalhes, além das informações aqui contidas, consulte as seguintes fontes: Lei n. 11.901, de 12 de janeiro 
de 2009, que dispõe sobre a profissão de Bombeiro Civil e dá outras providências (BRASIL, 2009); ABNT. NBR 14.276 – 
Brigada de incêndio: requisitos (ABNT, 2000); Norma Técnica n. 07, de 2011, do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito 
Federal (CBMDF, 2011).
Preparando-se e respondendo ao sinistro de incêndio 119
brigada. Entretanto, se a mesma edificação tiver uma população fixa de 300 ocupantes, será 
exigido o programa de brigada com, no mínimo, 2 brigadistas e 10% da população fixa atuando 
como brigadistas voluntários.
População fixa, conforme definição do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal 
(CBMDF, 2011, p. 6), é “aquela que permanece regularmente na edificação, considerando-se o turno 
de trabalho e a natureza da ocupação, bem como os terceiros nestas condições”. Na demais Unidades 
da Federação, o dimensionamento dos componentes da brigada particular se dá por meio de tabelas 
em normas técnicas dos CBMs – basta uma simples consulta para executar o dimensionamento.
Um programa de brigada envolve a participação de profissionais com diferentes atuações 
e níveis de coordenação e execução de atividades. A Lei n. 11.901, de 12 de janeiro de 2009 
(BRASIL, 2009), a Norma Técnica n. 07 de 2011 (CBMDF, 2011) e a NBR 14.276 (ABNT, 2006) 
podem ser citadas como normalizações básicas de funções dentro do programa de brigada, 
conforme mostra o Quadro 2 a seguir.
Quadro 2 – Funções dos componentes do programa de brigada
ABNT LEI n.11.901 NT n. 07/2011
BÁ
SI
CO
Br
ig
ad
is
ta
Desempenha funções 
básicas, como prestar 
primeiros socorros e verificar 
instalações de SCIP na 
brigada de incêndio. B
om
be
iro
 C
iv
il
Atua executando 
funções básicas 
dentro do programa de 
brigada.
Br
ig
ad
is
ta
 p
ar
tic
ul
ar
Atua executando ações 
preventivas e de emergência no 
ambiente em que a brigada de 
incêndio é localizada.
M
ÉD
IO
Ch
ef
e
Responsável pela 
coordenação e execução das 
ações de uma determinada 
área ou edificação. Bo
m
be
iro
 C
iv
il 
Lí
de
r
Atua como técnico em 
prevenção e combate 
a incêndio, em nível de 
ensino médio, líder de 
pessoas em seu horário 
de trabalho. C
he
fe
 d
e 
Br
ig
ad
a Coordena e orienta nas ações de 
emergência, além de atuar junto à 
brigada no combate a incêndio.
Também auxilia o supervisor nas 
ações de prevenção.
SU
PE
RI
O
R
Co
or
de
na
do
r g
er
al
Responsável pela 
coordenação e execução 
das ações de emergência 
de todas as edificações 
que compõem uma planta, 
função de maior hierarquia 
dentro da brigada, dotado de 
capacidade de liderança.
Bo
m
be
iro
 C
iv
il 
M
es
tre
Atua como profissional 
de engenharia com 
especialização em 
prevenção e combate a 
incêndio.
Su
pe
rv
is
or
 d
e 
Br
ig
ad
a
Organiza, estrutura e coordena 
as medidas e sistemas de SCIP. 
Responsável também pela 
elaboração de relatórios, PPCIA 
e supervisão das atividades da 
brigada de incêndio.
DI
VE
RS
O
S
- -
Lí
de
r d
e 
se
to
r 
(o
pc
io
na
l
Coordena e executa 
ações de determinado 
setor.
Br
ig
ad
is
ta
 V
ol
un
tá
rio
Colaborador da empresa que 
é treinado para responder em 
casos de emergência dentro da 
organização.
Fonte: Elaborado pelo autor com base emCBMDF, 2011; Brasil, 2009; ABNT, 2006.
As demais legislações buscam atingir objetivos semelhantes na definição de funções dentro 
do programa de brigada: uma função de projeto, coordenação e avaliação das atividades (de nível 
Prevenção e combate a sinistro 120
superior); uma função técnica de coordenação setorial (de nível médio); uma função de execução 
de atividades básicas de prevenção, combate a princípios de incêndios e evacuação.
Nesse aspecto de atribuição de funções, a Norma Técnica n. 07/2011 (CBMDF, 2011) traz 
uma relevante inovação com a figura do brigadista voluntário, que não é contratado ou remunerado 
para essa função e pode ser encarregado tanto de estar na frente ou no fim das filas de evacuação 
como na contagem e conferência de pessoas. A formação do brigadista voluntário compreende os 
aspectos contidos no Quadro 3, a seguir, e pode ser ministrado pelo próprio brigadista particular 
do programa de brigada.
Quadro 3 – Currículo para formação de brigadista voluntário
A – Parte teórica
Módulo Assunto Objetivos
01 Classes de incêndio Classificação e características Conhecer as classes de incêndio
02 Agentes extintores
Água (jato/neblina), PQS, CO2, 
espumas e outros
Conhecer os agentes, suas características e 
aplicações
B – Parte prática
01 Prática Combate a incêndios
Em local adequado, praticar as técnicas de 
combate a incêndio
02 Abandono de área Procedimentos
Conhecer as técnicas de abandono de área, saída 
organizada, pontos de encontro, chamada e 
controle de pânico
Fonte: Adaptado de CBMDF, 2011, p. 16.
Para os demais componentes do programa de brigada, exige-se a comprovação de formação 
técnica ou superior, por meio da apresentação de certificados, e ser formado por uma escola 
credenciada no CBM local. Eventualmente, também é exigida a certificação de capacitação 
continuada, que deve ser realizada a cada dois anos.
O programa de brigada desenvolve atividades voltadas para a prevenção do incêndio, 
monitoramento das condições de SCIP do local, ações de emergência e de evacuação. A Figura 1 
traz alguns exemplos de ações previstas na Norma Técnica n. 07/2011 (CBMDF, 2011).
Preparando-se e respondendo ao sinistro de incêndio 121
Figura 1 – Atividades do programa de brigada
Ações de prevenção
Prevenir ameaças de um incêndio.
Minimizar vulnerabilidades do local de atuação 
do programa de brigada.
Realizar treinamentos e exercícios de evacuação 
da população do local.
Prestar primeiros socorros dentro de sua área 
de atuação.
Verificar, por meio de rondas e inspeções, o 
estado geral das instalações e medidas de SCIP 
da sua área de atuação.
Identificar riscos de incêndio e mitigá-los. 
Não sendo possível, reportá-los à chefia imediata.
Treinar a população da edificação quanto às 
ações de resposta a sinistros.
Inspecionar e testar sistemas e equipamentos 
de SCIP.
Elaborar e encaminhar relatório de atividades 
para os responsáveis pela edificação, bem 
como preencher o livro de ocorrências quando 
necessário.
(Continua)
Ações de prevenção
Prevenção e combate a sinistro 122
Identificar situações de emergência.
Acionar imediatamente o CBM local 
em caso de fogo, vazamento de gás ou 
explosão, independentemente de julgar ser 
necessário ou não.
Atuar no controle do pânico.
Auxiliar no abandono e evacuação da 
edificação.
Interromper o fornecimento de energia 
elétrica e de GLP em caso de sinistro.
Combater princípios de incêndios.
Prestar primeiros socorros a feridos de 
eventuais sinistros.
Realizar retirada de material se possível 
e sob orientação das equipes de resposta 
do CBM local.
Auxiliar as equipes de resposta do CBM 
local conforme demandando.
Atuar conforme o plano (PPCIA) previsto 
para o programa de brigada particular de 
incêndio.
Ações de emergência
Fonte: Elaborada pelo autor com base em CBMDF, 2011.
Um programa de brigada não pode atuar sem um padrão ou referências estabelecidas, 
tampouco trabalhar por ações próprias, mas somente após análises e estudos de risco realizados 
pelo supervisor da brigada. As atividades precisam ser estabelecidas em normas e em um plano, 
denominado Plano de Prevenção, Combate a Incêndio e Abandono (PPCIA), que delimita e prescreve 
as ações da brigada e deve ser conhecido por todos os envolvidos no programa de brigada, bem 
como estar facilmente disponível aos ocupantes da edificação.
Preparando-se e respondendo ao sinistro de incêndio 123
6.2 Plano de Prevenção, Combate a Incêndio e Abandono (PPCIA)
O Plano de Prevenção, Combate a Incêndio e Abandono (PPCIA) pode ter 
diferentes nomenclaturas. As variações giram em torno de Plano de Emergência, 
Plano de Emergência Contra Incêndios, Plano de Combate e Abandono, Plano de 
Prevenção e Combate a Incêndio, Plano de Prevenção contra Incêndio e Pânico, 
entre outros. Todos remetem ao mesmo objetivo: discriminar ações de prevenção, 
combate a incêndio e evacuação que o programa de brigada deve implementar. O plano pode ser 
considerado uma medida de SCIP, especialmente porque não deixa de ser um estudo técnico das 
condições de SCIP da edificação, estrutura ou evento. Usualmente, onde se tem brigada particular 
de incêndio, é exigido o PPCIA.
O PPCIA deve ser desenvolvido por um profissional de nível superior – normalmente 
engenheiro ou arquiteto – com especialização em Segurança Contra Incêndios e Pânico ou 
Segurança do Trabalho. A Norma Técnica n. 11/2011 (CBMDF, 2011) descreve que o plano detalha 
as ações e os recursos, tanto internos como externos, na edificação, permitindo o controle em 
situações emergenciais. Quando um engenheiro projeta um sistema de chuveiros automáticos, 
o histórico de considerações, estudos e dimensionamentos executados são registrados em um 
documento chamado memorial de cálculo. O PPCIA é o instrumento de registro da análise de 
risco considerada para dimensionamento dos componentes da brigada, da forma como ela atua e 
da maneira de evacuação dos ocupantes, tudo elaborado com base em estudos. Ele garante que as 
ações da brigada são resultados de conhecimento técnico e científico, especialmente em prescrições 
consolidadas de normas.
É comum que o PPCIA, depois de elaborado, seja obrigatoriamente apresentado e aprovado 
pelo CBM local. Assim, em uma emergência, as ações de atendimento e socorro prestadas pelo 
CBM são aplicadas com base nas informações no plano. Geralmente, após a aprovação, o PPCIA 
é encaminhado para a unidade de bombeiro mais próxima. Na edificação do plano, o documento 
deve estar sempre disponível para consulta de todos, seja para uso no caso de uma emergência, seja 
para consulta ordinária não emergencial. Uma estratégia comum é a sua disponibilização no site 
da corporação ou da organização.
Após aprovação, o PPCIA deve ser apresentado para a população da edificação, para que 
todos tenham conhecimento das ações ali previstas. Todos os ocupantes da edificação devem 
passar por um exercício de evacuação, para treinamento e avaliação global do PPCIA – atividade 
denominada exercício simulado total. A Norma Técnica n. 07/2011 (CBMDF, 20011) prevê que 
essa simulação seja feita anualmente e acompanhada de relatório formal; sugere-se, ainda, a 
comunicação ao CBM durante todos os testes. Os resultados do simulado devem ser usados para 
atualização e revisão do PPCIA, cujo fluxograma de elaboração e revisão está ilustrado na Figura 2.
Vídeo
Prevenção e combate a sinistro 124
Figura 2 – Fluxograma da implantação PPCIA.
Passo 1
Estudo e análise de
risco com redação
do PPCIA
Passo 2
Aprovação
interna e externa
Passo 3
Divulgação
interna
Passo 4
Simulado
parcial
Passo 5
Simulado
total
Passo 6
Aperfeiçoamento
e revisão da
redação do PPCIA
Fonte: Elaborada pelo autor.
O supervisor da brigada estuda a edificação, as áreas
de proteção e os respectivos riscos, analisa os
sistemas preventivos de SCIP, elabora ações e
descreve o modo de atuação da brigada. Por fim, 
registra todas as informações em um documento.
O documento é direcionado para conhecimentoe aprovação da diretoria da empresa ou do
proprietário da edificação. Em seguida, é
encaminhado para análise e aprovação do
CBM local.
Após verificada a conformidade e obtidas as
aprovações, a brigada promove palestras e
treinamentos locais com o objetivo de divulgar
o PPCIA a empregadores, funcionários e
ocupantes do prédio.
Após a divulgação e os treinamentos teóricos,
adota-se uma amostra (setor ou pavimento) para
simular um princípio de incêndio com evacuação,
de maneira a fazer um exercício simulado com
a população da edificação.
Após a realização dos simulados parciais
necessários, começa o exercício simulado total,
com o treinamento de evacuação de todos os
ocupantes de todas as áreas da edificação.
Após registros, dados e informações do
simulados realizados, são estudados os pontos
fracos, os pontos fortes, as ameaças e as
oportunidades do PPCIA elaborado. O supervisor
atualiza o estudo e a análise de risco para revisão e
aperfeiçoamento do PPCIA. O PPCIA passa
novamente pelo processo completo quantas vezes
for necessário, sendo obrigatória a revisão periódica.
Preparando-se e respondendo ao sinistro de incêndio 125
Mesmo não sendo correto, é comum que muitas organizações e corporações realizem apenas 
um ciclo do PPCIA. Muitos elaboram e aprovam o PPCIA, mas nunca o revisam ou preveem 
aperfeiçoamento, e isso se configura como uma inconformidade e situação de risco, pois a edificação 
pode sofrer alguma mudança (alteração de layout, por exemplo) que influenciará diretamente a 
evacuação de um setor. Por isso, conforme já citado nos capítulos anteriores, é necessário que 
reformas sejam feitas por profissionais habilitados, permitindo, assim, que os efeitos decorrentes 
dessas alterações sejam corretamente dimensionados e solucionados.
A Norma Técnica n. 07/2011 apresenta algumas prescrições que o PPCIA deve conter:
4.8.6.1 Dados da edificação (endereço, destinação, área total construída, altura, 
população fixa e flutuante e quartel de bombeiros mais próximo);
4.8.6.2 Dados da prestadora do serviço de Brigada de Incêndio, se for o caso 
(razão social, nome fantasia, CNPJ, endereço, telefone, n° CRD);
4.8.6.3 Composição da Brigada de Incêndio (nome e CPF do supervisor e do 
chefe da brigada, quantidade total e por turno de brigadistas particulares e 
voluntários, turnos de serviço);
4.8.6.4 Recursos disponíveis (sistemas de proteção contra incêndio e pânico 
da edificação, meios de comunicação, equipamentos de proteção e outros 
materiais).
4.8.6.5 Sistemas contra incêndio e pânico, descrevendo o sistema, instalações, 
operação, quantidade de equipamentos, manutenção em cada pavimento [...];
4.8.6.6 Procedimentos em situação de emergência para cada situação de risco 
identificada, conforme destinação da edificação, definindo claramente os 
procedimentos e as responsabilidades de cada membro da Brigada de Incêndio 
sobre as ações de emergência a serem adotadas em cada caso, bem como as 
técnicas de abandono de área utilizadas em caso de abandono da edificação;
4.8.6.7 Ações de prevenção (rotinas de trabalho, atribuições dos membros da 
brigada, itens a serem inspecionados nos sistemas de proteção contra incêndio 
e pânico, palestras, cursos e programas de treinamento da população e dos 
membros da brigada e execução de exercícios simulados);
4.8.6.8 Plantas e croquis indicando as fontes de risco com círculos vermelhos 
e as rotas de fuga com setas verdes em cada pavimento, localizar a sala da 
brigada, os pontos de formação e os principais sistemas de proteção (extintores, 
hidrantes, registro de recalque, RTI, central de alarme, acionadores manuais, 
VGA dos chuveiros automáticos, Central de GLP etc.), apresentando planta de 
situação contendo a edificação, o quartel de Corpo de Bombeiros mais próximo 
e indicando as vias de acesso e os hidrantes urbanos mais próximos.
4.8.6.9 Proposta de fluxograma dos procedimentos de emergência da Brigada 
de Incêndio […]. (CBMDF, 2011, p. 08)
A NBR 15.219 (ABNT, 2005a) descreve um exemplo de fluxograma que pode servir de 
grande valia para a orientação na elaboração de um PPCIA, ilustrado na Figura 3.
Prevenção e combate a sinistro 126
Figura 3 – Fluxograma da elaboração do PPCIA
Alerta
Análise da situação 
Procedimentos 
Há 
emergência? 
Há 
vítimas? 
Há 
incêndio?
Há 
necessidade de 
socorro?
Há 
necessidade de 
apoio externo? 
Abandono da área
Eliminar riscos
Apoio externo
Há 
necessidade 
de eliminar os 
riscos?
Primeiros socorros 
Não
Sim
Não
Não
Sim
Sim
NãoSim
Sim Sim
Não
Não
Há 
necessidade de 
confinamento da 
área?
Não
Elaboração do relatório
Investigação
Não
Sim
Cópia para os setores responsáveis e arquivo
Isolamento da área
Fim
Início
Não
O sinistro foi 
controlado?
Não
Sim
Confinamento 
da áreaSim
Há 
necessidade 
de combate ao 
incêndio?
Sim
Não
Combate ao 
incêndio
Há 
necessidade de 
isolamento da 
área?
Sim
Abandono da área
Eliminar riscos
Apoio externo
Há 
necessidade de 
apoio externo? 
Apoio externo
Há 
necessidade de 
abandono da 
área?
Sim
Sim
Não
Fonte: Adaptada de ABNT, 2005a, p. 8.
Preparando-se e respondendo ao sinistro de incêndio 127
6.3 Comportamento humano e pânico em incêndios
Um dos incêndios mais marcantes do Brasil, o do edifício Andraus, ocorreu em 
um prédio elevado. Durante o incêndio, algumas pessoas fugiram para a cobertura 
da edificação e foram resgatadas por helicópteros que apoiavam as ações do socorro. 
Após quase dois anos, outro desastre marcante ocorreu na cidade de São Paulo, o 
incêndio do edifício Joelma, que contabilizou mais de 150 óbitos. Os ocupantes, 
talvez influenciados pelo incêndio no Andraus, fugiram subindo escadas. Infelizmente, devido às 
condições arquitetônicas, não foi possível resgatá-los com helicópteros, o que passou a favorecer 
feridos e fatalidades. O histórico desses incêndios foi citado durante o Capítulo 1 desta obra. 
Embora tenha acontecido um esforço por parte das autoridades para tentar avisar aos 
ocupantes que não se jogassem, houve registros de pessoas pulando das janelas na tragédia do 
edifício Joelma. Infelizmente, a mesma situação ocorreu no atentado do World Trade Center 
(WTC), pois as saídas estavam bloqueadas não somente pelo fogo, mas também pela destruição 
causada pelo impacto do avião.
Este capítulo visa a desfazer alguns paradigmas. É equivocada a ideia de utilizar as saídas de 
emergência para subir em vez de ir em direção ao logradouro público, visto que elas são projetadas 
para resistir estruturalmente de duas horas a quatro horas de fogo. Em edificações elevadas, a 
escada geralmente é planejada para ser estanque e resistente ao fogo, ao calor e à fumaça. Por isso, 
o modo mais seguro de fugir de um incêndio são as saídas de emergência.
Utilizar as saídas de emergência com propósito diferente daquele para o qual foram 
designadas e, especialmente, não fazer uso delas são outras ações que precisam ser desencorajadas. 
Os bombeiros podem resgatar pessoas por meio de helicópteros, cordas (rapel), escadas mecânicas 
ou viaturas com cesto; entretanto, aguardar socorro por esses meios não é o procedimento mais 
seguro e adequado. A maneira mais objetiva e eficiente de evacuação, no caso dos edifícios, é 
descer as escadas de emergência.
Eventualmente, caso alguém seja impedido de evacuar a edificação por alguma limitação de 
mobilidade, por exemplo, o ideal é procurar uma área de refúgio dentro do prédio para aguardar o 
resgate das equipes de socorro. Somente no caso de essas duas situações serem impossíveis a pessoa 
deve procurar um local em que as equipes de socorro possam vê-la, mas esse último caso é uma 
exceção. Por isso, reforça-se a recomendação de buscar saídas de emergência ordinárias, sempre 
no sentido da rua.
Outro mito que precisa ser invalidado é o de pular do prédio em chamas, e esse demanda 
maior atenção para ser abordado, pois, na verdade, envolve o pânico. Toda pessoa pode entrar 
em estado de pânico, e isso depende do nível de estresse, desconforto, insegurançae da ameaça 
à qual ela está submetida. A experiência e o treinamento individual favorecem a prevenção ao 
pânico pessoal. Portanto, uma das maneiras de evitar o pânico em incêndios é preparar-se para 
essa situação. É importante que as pessoas conheçam a rota de fuga, entendam as ações ordenadas 
pela brigada e, ao sair do edifício, saibam procurar um responsável pelo controle da evacuação 
para que sua saída seja registrada. Esses conhecimentos podem ser internalizados por meio de 
Vídeo
Prevenção e combate a sinistro 128
simulados. Em alguns países, especialmente nos EUA, é comum ver crianças treinando evacuação 
nas escolas. Esse é o melhor comportamento para evitar o pânico.
Por fim, não basta somente a prevenção ao pânico. Comportamentos naturais, muitas vezes 
instintivos, mas prejudiciais em uma situação de incêndio, devem ser desaprendidos por meio de 
simulações – voltar a um ambiente de incêndio para buscar objetos pessoais de valor, retornar para 
auxiliar pessoas ainda confinadas ou tentar tirar o carro da garagem, por exemplo. Todos esses 
comportamentos, mesmo que naturais ao ser humano, não podem ser tolerados em uma situação 
real de incêndio.
Na seção seguinte, há diversas prescrições relevantes de como agir em uma situação de 
incêndio. Após algum tempo, porém, tais precauções tendem a cair no esquecimento. Por isso, 
exercícios frequentes de simulados são fundamentais para a prevenção do pânico e para massificar 
o comportamento humano correto e desejado em situações de incêndio.
6.4 Combatendo um princípio de incêndio
Mesmo com todas as medidas e sistemas para prevenção de incêndios, ainda 
é possível que eles ocorram. Dessa forma, torna-se necessário discorrer sobre o que 
fazer nesses casos. Como reagir? Como fugir do incêndio? Deve-se tentar apagar 
o fogo ou simplesmente fugir? Deve-se ajudar outras pessoas ou essa missão é 
exclusivamente do pessoal treinado? São diversas as questões que envolvem essas 
situações e que precisam ser respondidas.
As ações aqui descritas são práticas consolidadas em treinamentos de bombeiros e que 
devem ser executadas pelos ocupantes de uma edificação. Não há como fixar regras rígidas, que 
servirão para todos os casos, mas certamente essas condutas funcionarão como um parâmetro de 
segurança para a população em geral.
• Inicialmente, os ocupantes da edificação devem ter à disposição, seja em meio impresso 
ou eletrônico, o PPCIA aprovado.
• A existência do PPCIA deve ser pública, ou seja, de conhecimento de todos os ocupantes, 
especialmente por meio de comunicados, avisos e palestras.
• Alguns ocupantes da edificação podem ser treinados como brigadistas voluntários. 
Eles podem facilitar o reconhecimento de situações de risco, ter entendimento sobre o 
triângulo do fogo, ser treinados a operar extintores, orientar a evacuação encabeçando 
filas ou fazendo a conferência de pessoal.
• Ao visualizar um princípio de incêndio, a primeira atitude deve ser acionar o corpo de 
bombeiros militar pelo número 193. A equipe de brigada, caso exista e haja um meio de 
contato em caso de emergência, deve ser acionada também.
• Desde que a pessoa sinta-se segura ou esteja treinada, até a chegada das equipes de socorro, 
é possível tentar apagar o fogo com o uso de extintores do local. Não sendo possível, o 
local deve ser abandonado imediatamente.
Vídeo
Preparando-se e respondendo ao sinistro de incêndio 129
• Durante o abandono do local, se for viável e seguro, é recomendado fechar janelas, portas, 
desligar ar condicionado e demais aparelhos elétricos (computadores, impressoras, 
ventiladores etc.). Esses são procedimentos usados para minimizar o crescimento do 
incêndio.
• Se estiver em uma cozinha profissional, o fechamento do registro de gás também é 
recomendado, se for possível e não houver riscos.
• Em um ambiente já tomado pela fumaça, o uso de roupas ou lenços molhados para cobrir 
o rosto ou nariz pode diminuir a sensação de desconforto para respirar. Nesse caso, a fuga 
do ambiente deve ser efetuada engatinhando ou rastejando, considerando-se a altura do 
teto de fumaça.
• O uso de elevadores não é permitido, pois são localizados em grandes dutos, pelos 
quais o fogo e a fumaça sobem por convecção. Além disso, devido a curtos-circuitos 
ou desligamento deliberado da energia pelas equipes de socorro, os elevadores poderão 
ficar parados entre pavimentos. Em hospitais e edificações muito altas, é possível que 
haja elevadores de emergência, que devem ser usados prioritariamente por pessoas com 
limitação de locomoção.
• Ao sair dos ambientes, deve-se sempre buscar as escadas. Nos pavimentos acima do térreo, 
a rota de fuga será descendo as escadas; nos pavimentos de subsolo, o sentido de fuga 
sempre será ascendente. É importante observar que a tentativa de fuga para a cobertura 
pode ser fatal, pois o fogo e a fumaça seguem o sentido ascendente de deslocamento.
• As orientações das equipes de socorro devem ser rigorosamente obedecidas, pois elas têm 
treinamento e experiência em emergências.
• A evacuação deve ser realizada da maneira mais rápida, porém nunca correndo. Dessa 
forma, evitam-se acidentes, queda ou pânico.
• Gritaria não ajuda na evacuação, apenas favorece o pânico. Por mais que seja difícil, não 
se deve gritar durante o procedimento (a menos que sejam pedidos de socorro).
• É terminantemente proibido o retorno para buscar pertences pessoais, animais ou 
pessoas. Se pessoas e animais estiverem em situação de risco, suas localizações devem 
ser informadas para as equipes de socorro, que são devidamente treinadas para o resgate.
• Se for possível, molhar as roupas pode ajudar na evacuação. Manter-se vestido é 
fundamental para a proteção do corpo.
• Se vir uma pessoa com as roupas em chamas, dificilmente ela estará apta a ser ajudada 
com orientações verbais. Por isso, force-a a deitar no chão. Envolva-a com um tecido que 
possa lhe cobrir o corpo e faça com que ela role no chão até o fogo ser extinto.
• Em hipótese alguma salte do prédio ou oriente pessoas presas pelo incêndio a fazê-lo. O 
socorro chegará. Oriente as pessoas para que se posicionem em um local em que possam 
ser vistas.
• Caso haja um grupo em pânico e você não seja capaz de ajudar a controlá-lo, afaste-se 
dele e procure a saída mais próxima.
Prevenção e combate a sinistro 130
• Saídas de emergência devem ser usadas conforme orientação e sinalização. Utilize a 
iluminação de emergência para encontrar o sentido de fuga.
• Chegando ao pavimento de descarga, veja se há alguém responsável pela conferência dos 
ocupantes. Procure sempre se afastar o máximo possível da edificação ou da estrutura 
incendiada, pois pedaços da construção e materiais, especialmente vidros, podem ser 
projetados.
• É importante, durante o cotidiano, conhecer a localização dos extintores e alarmes 
manuais mais próximos ao seu posto de trabalho, assim como as saídas de emergência 
mais próximas. Experimente, fora das situações de emergência, as rotas de fuga destinadas 
ao seu setor e pavimento.
• Se verificar uma inconformidade com os equipamentos e sistemas de SCIP, especialmente 
quanto a saídas de emergências obstruídas ou trancadas, faça uma notificação ao 
administrador da edificação ou uma denúncia aos órgãos citados no Capítulo 1.
• Sempre facilite a passagem de viaturas de socorro dos Corpos de Bombeiros Militares.
• Nunca estacione perto de hidrantes urbanos ou em vagas destinadas a viaturas de socorro.
Essas são algumas recomendações de procedimentos e ações em caso de incêndio. De 
modo geral, a regra é fugir procurando as saídas de emergência, seguindo o sentido de fuga. 
Tentar combater um fogo em crescimento ou auxiliar pessoas que não conseguem fugir sozinhas 
é favorável, mas nem sempre viável. As escadas protegidas (EP) ou à prova de fumaça (PF) podem 
ser usadas como uma área de refúgio até a chegada das equipes de socorro. Em um incêndio, 
as temperaturas podem chegar a mais de 500º C, tornando a vida insustentável. Por isso,deixe 
as ações de socorro e combate ao incêndio desenvolvido para as equipes de socorro, que são 
treinadas para essas situações e possuem equipamentos profissionais.
6.5 Pós-incêndio
Frequentemente, as altas temperaturas do incêndio, além de danificarem os 
materiais do ambiente, também podem trazer prejuízos ao sistema estrutural da 
edificação. Nesses casos, a Defesa Civil local ou o próprio Corpo de Bombeiros pode 
fazer uma avaliação inicial e solicitar que um engenheiro avalie e ateste a segurança 
estrutural do local avariado. Por isso, o ambiente ou a edificação sinistrada não 
pode ser acessado ou utilizado até que sua segurança seja atestada pelas equipes de socorro ou por 
um engenheiro.
Mesmo após a constatação de que o local do incêndio está seguro, não será possível iniciar 
as ações de reparo, pois será necessário fazer a perícia ou a investigação de incêndio. Se houver 
indícios de crime, o local torna-se objeto de investigação criminal e necessita de uma análise 
realizada por peritos criminais da polícia científica, pela polícia técnica ou por instituto de 
criminalística das polícias civis. Não havendo vestígios de crime, o próprio CBM local pode 
realizar uma investigação de incêndio.
Vídeo
Preparando-se e respondendo ao sinistro de incêndio 131
Apesar de serem diligências aparentemente semelhantes, a perícia e investigação 
de incêndio se diferem. Resumidamente, a perícia tem como objetivo elucidar o crime, 
apontando, se possível, os responsáveis. A investigação de incêndio, por sua vez, visa a estudar 
o cenário pós-incêndio, sinalizando como surgiu e se desenvolveu o incêndio. Por meio de 
uma análise das falhas observadas, almeja-se levantar informações e desenvolver estudos para 
o aperfeiçoamento das normas de SCIP, da fiscalização, dos próprios combates realizados pelas 
equipes de socorros e para a produção de conhecimento que pode fomentar políticas públicas 
de excelência voltadas ao conforto e à segurança da sociedade.
Muitos poderiam se perguntar o porquê de se realizar a investigação de um 
incêndio. A principal razão é descobrir a razão de sua causa e, então, promover 
ações, informações, recomendações e até mesmo mudanças na legislação de 
proteção contra incêndio e pânico, para evitar que outras situações similares 
aconteçam. (SEITO, 2008, p. 333)
Para que tanto a perícia quanto a investigação de incêndio sejam favorecidas, são necessários 
alguns cuidados por parte do responsável pela edificação danificada. Inicialmente, caso existam 
indícios sugerindo que a ocorrência do fogo foi deliberadamente produzida, deve-se realizar um 
registro do ocorrido na delegacia de polícia mais próxima imediatamente. A ocorrência de incêndio 
após brigas, a existência de recipientes ou cheiro de líquidos inflamáveis e ameaças de outrem, por 
exemplo, são situações normalmente relacionadas a incêndios criminosos.
De qualquer forma, logo após a liberação do local sinistrado pelo CBM local ou pela Defesa 
Civil, é necessário que se preservem as coisas no estado em que se encontram. Qualquer trânsito 
de pessoas dentro do lugar em que ocorreu o incêndio deve ser proibido; de maneira alguma 
materiais ou objetos podem ser retirados ou acrescentados ao ambiente do sinistro. Sempre que 
possível, deve-se manter uma pessoa responsável pelo local até que as diligências da perícia ou da 
investigação de incêndio se iniciem.
É fundamental o repasse de informações para a equipe responsável pelas averiguações.
Filmagens, fotos e pessoas que testemunharam o início do incêndio podem auxiliar as equipes nas 
diligências a serem realizadas, assim como documentos e registros sobre o local também são valiosas 
fontes de informações. Assim, o responsável pelo local sinistrado pode passar cópias de resultados 
de vistoria, licença de funcionamento, carta de habite-se, cópia do PPCIA, registros e contato do 
engenheiro responsável pela edificação, notas fiscais de manutenções e aquisições de equipamentos 
de SCIP (como por exemplo extintores), entre outros documentos. Qualquer informação que 
ajude a elucidar os fatores envolvidos no incêndio contribuirá para os procedimentos de perícia e 
investigação do incêndio.
Evidentemente, o resultado da perícia e investigação do incêndio muito contribuirá para 
a promoção e aperfeiçoamento da SCIP no local. Além disso, a própria administração do prédio 
poderá realizar um estudo interno dos aspectos relacionados ao incêndio para que o evento 
danoso não ocorra novamente. Conforme estudado no Capítulo 1, o levantamento das ameaças, 
vulnerabilidades e barreiras que estiverem envolvidas no incêndio, quando realizado como uma 
espécie de autocrítica, pode contribuir para o conforto e para a segurança geral da edificação, 
promovendo em todos os envolvidos uma mentalidade prevencionista eficiente e efetiva.
Prevenção e combate a sinistro 132
Considerações finais
Após passar pelo conhecimento básico da dinâmica do fogo, todos os principais sistemas, 
medidas e equipamentos de SCIP foram apontados neste estudo. Este capítulo finaliza o 
conhecimento básico que qualquer pessoa capaz na sociedade pode ter sobre Segurança Contra 
Incêndio e Pânico. O material aqui desenvolvido tem como objetivo desenvolver uma mentalidade 
prevencionista no leitor, fazendo com que ele se importe com o conforto e a segurança pessoal e 
coletiva no que diz respeito à prevenção e reação ao sinistro de incêndio. Espera-se que você seja, a 
partir de agora, mais um a juntar força e proteger nossa sociedade de desastres de incêndios.
Ampliando seus conhecimentos
• CRIMES no Brasil: a tragédia do Edifício Joelma, 2019. 1 vídeo (22 min.). Publicado pelo 
canal Sem Registro. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=u0962HXPOzY. 
Acesso em: 3 out. 2019. 
Esse documentário, exibido originalmente na Globo News, descreve e apresenta fatos 
sobre o edifício Joelma. O conteúdo tem uma abordagem de reportagem e, por isso, 
sempre cabem ponderações de cunho técnico sobre os depoimentos apresentados. É 
possível visualizar diversas fotos e filmagens do dia do incêndio, incluindo a tentativa de 
evacuação, ações de combate e – infelizmente – óbitos. Além disso, há demonstrações com 
testes de resistência de materiais de construção em combustão e depoimentos de alguns 
sobreviventes. Outros episódios de incêndio também são citados no documentário. É 
um conteúdo que favorece a mentalidade prevencionista por expor os danos e prejuízos 
decorrentes de um incêndio.
Atividades
1. Em determinado prédio, no qual funcionam serviços públicos da prefeitura, foi realizada 
uma licitação com o objetivo de contratar uma empresa para prestar serviços e fornecer 
pessoal treinado à brigada particular de incêndio. Entretanto, a descrição do contrato previa 
apenas a contratação de pessoal para executar as atividades de brigada. Quais seriam as 
possíveis dificuldades para garantir a conformidade?
2. Em determinada escola, executou-se uma simulação parcial apenas com os alunos do 3º 
ano do ensino fundamental. Nesse simulado, muitos alunos acabaram ficando em sala de 
aula por não entenderem que estavam em uma situação de emergência, alguns professores 
– que eram responsáveis por conduzir a evacuação de seus alunos – demoraram mais de 25 
minutos para chegar ao ponto de encontro e, por fim, o portão principal da escola estava 
fechado durante parte do teste. O que se deve fazer nesse caso?
Preparando-se e respondendo ao sinistro de incêndio 133
3. Em determinado setor do prédio ocupado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, 
previu-se, no PPCIA, que certos servidores deveriam sair com notebooks que guardam 
informações estratégicas para o combate à criminalidade no Estado, além de dados 
confidenciais, de caráter reservado, dos quais não há cópia de segurança. Tal procedimento 
está em conformidade com a SCIP?
Referências
ABNT. ABNT NBR 15.219: Plano de emergência contra incêndio: requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2005a.
ABNT. ABNT NBR 14.277: Instalações e equipamentospara treinamento de combate a incêndio: requisitos. 
Rio de Janeiro: ABNT, 2005b.
ABNT. ABNT NBR 14.276: Brigada de incêndio: requisitos. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2006. 
BRASIL. Lei n. 11.901, de 12 de janeiro de 2009. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 
13 jan. 2009. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11901.htm. 
Acesso em: 3 out. 2019.
BRASIL. Lei n. 13.425, de 30 de março de 2017. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 
31 mar. 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13425.htm. 
Disponível em: 3 out. 2019.
CBMDF. Departamento de Segurança Contra Incêndio. Norma Técnica n. 07/2011: Brigada de Incêndio. 
Brasília, DF: DESEG, 2011.
CBMDF. Manual básico de combate a incêndio. 2. ed. Brasília: CBMDF, 2013.
CBMDF. Departamento de Segurança Contra Incêndio. Norma Técnica n.02/2016: Risco de incêndio e carga 
de incêndio. Brasília: DESEG, 2016.
CBMDF. Manual de Perícia em Incêndios e Explosões. Brasília: CBMDF, 2018.
CBPMESP. Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública. Instrução Técnica n. 08/2019: segurança 
estrutural contra incêndio. São Paulo: SSP, 2019.
SEITO, A. I. et al. A segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Editora, 2008. Disponível em: 
http://www.ccb.policiamilitar.sp.gov.br/portalcb/_publicacoes/books/aseguranca_contra_incendio_no_
brasil.pdf. Acesso em: 3 out. 2019.
Gabarito
1 Incêndio e segurança contra incêndio 
1. Um incidente é um quase-acidente ou um acidente que não registrou perdas ou prejuízos. O 
incidente também pode representar a ocorrência, surgimento e manifestação de uma ameaça 
(uma instalação elétrica que gera um ponto de aquecimento com liberação de fumaça e faísca, 
por exemplo). A ocorrência de um incidente demonstra que há uma ameaça e serve para ajudar 
a identificar perigos e criar proteções. Quando ameaças estão disponíveis e sem barreiras, há 
ocorrências de incidentes, a demonstrar que as ameaças são latentes. Um acidente, na maioria 
das vezes, é precedido por um incidente. Reason (2000) reforça esse raciocínio ao afirmar que 
um acidente é fruto de um evento gatilho que passa por barreiras insuficientes ou inadequadas. 
O sinistro de incêndio é perfeitamente moldado nesse conceito: uma ameaça (um ponto de 
calor na instalação elétrica), por falta de barreiras (instalação ou manutenção adequados da 
instalação elétrica), ou por furo de barreiras (sistema de detecção existente, mas inoperante), 
encontra uma vulnerabilidade (cortina próxima da instalação elétrica). O fogo surge, então, e, 
por não encontrar barreira que impeça seu crescimento, evolui para um incêndio, tornando-se 
um sinistro de incêndio. 
2. Incialmente, é importante destacar que projeto de incêndio é um nome, usualmente utilizado, 
mas errado, que não corresponde ao objetivo real do projeto, pois aqui não se deseja projetar 
um incêndio, mas sim a proteção contra incêndio. O termo correto é projeto de instalações de 
SCIP. O projeto é um documento, em que a edificação, ou estrutura, é graficamente represen-
tada juntamente com equipamentos, medidas e sistemas de SCIP. Esse projeto deve ser desen-
volvido por um profissional habilitado e registrado no CREA ou no CAU. Por fim, ele somente 
pode ser executado após aprovação do CBM local. Toda modificação na edificação ou estrutura 
deve ser prevista no projeto, sendo necessário, por vezes, sua revisão e nova aprovação. Esse 
projeto deve estar sempre disponível na edificação para consulta dos representantes da edifica-
ção e do poder público.
3. Inicialmente, vale a pena procurar o próprio estabelecimento para sanar a dúvida. Por lei, 
a Licença de Funcionamento e autorizações devem estar expostas na entrada da edificação 
para livre consulta de qualquer cidadão ou fiscalização. Para se ter indicação ou certeza de 
que uma prescrição técnica de SCIP está sendo ignorada ou mal executada/instalada, pode-se 
consultar normas da ABNT ou instruções técnicas dos CBMs. Caso essa informação não esteja 
disponível e acessível para o cidadão, pode-se solicitar documentos como Habite-se, Licença de 
Funcionamento e até mesmo o projeto de incêndio aprovado. Na eventual negativa ou omissão de 
informações, pode-se fazer um pedido formal para órgãos de fiscalização, em especial ouvidorias, 
como o Corpo de Bombeiros Militar regional, Prefeitura, Secretaria Estadual ou Municipal de 
Segurança Pública, Ministério Público, entre outros. O pedido de informações ou reporte de 
informações não gera prejuízos ao solicitante.
136 Prevenção e combate a sinistro 
2 Comportamento e dinâmica do fogo
1. Para que o fogo seja gerado, são necessários os três elementos do triângulo do fogo: combustível, calor 
e oxigênio. A reação em cadeia é o elemento que sustenta o fogo. Em uma edificação com ocupação 
de escritórios, por exemplo, uma forma de evitar o surgimento do fogo é evitar o contato de calor e 
combustíveis. Manter distância entre cortinas e instalações elétricas, por exemplo, é uma maneira de 
evitar que o triângulo de fogo se forme. Salas de depósitos de papeis devem ter o mínimo possível de 
pontos que geram calor.
2. Um vazamento de gás inflamável, detectado tardiamente, pode gerar uma concentração excessiva de 
combustível, o que não permite o surgimento do fogo, mesmo com presença de uma fonte de calor. 
Isso ocorre porque é necessária uma faixa de concentração ideal de oxigênio e combustível para que 
ocorra a queima. Se a concentração de oxigênio estiver abaixo de 15/14% no ambiente, dificilmente 
ocorrerá a queima.
Ainda assim, essa situação representa um grande risco. Embora não haja queima imediata, o natural 
é que a concentração de gás diminua naturalmente e o equilíbrio entre combustível e comburente seja 
estabelecido. O que resulta em uma condição propícia para a ignição do fogo.
3. Considerando as fases do incêndio, pode-se traçar uma curva com as variáveis tempo e 
temperatura. Assim, há um aumento da temperatura no decorrer do tempo. Basicamente, 
o extintor é usado nas fases iniciais de um incêndio, especialmente para os focos que são 
visualizáveis por ocupantes da edificação.
O sistema de detecção e alarme de incêndio serve tanto para focos que são visualizáveis por 
ocupantes, como para aqueles em locais isolados, em que não há possibilidade de vigilância. 
Além disso, no decorrer de um incêndio desenvolvido, não é mais possível usar extintores, pelo 
aumento excessivo da temperatura e pelo tamanho do fogo.
A função do extintor é combater princípios de incêndio por meios de pessoas. A central de alarme 
não combate incêndio, mas detecta e alerta a sua ocorrência. Essas duas medidas de SCIP possuem 
finalidades distintas e momentos de aplicação, nas fases do incêndio, distintos, pois o sistema de 
detecção continua atuando em um incêndio, até sua danificação pelo calor, identificando o sentido 
de propagação do incêndio, sendo útil para ações dos bombeiros.
Toda medida de SCIP funciona para uma finalidade e para uma fase do incêndio. Por isso, medidas 
e sistemas não são intercambiáveis entre si. Não há como deixar de instalar um sistema de detecção 
e alarme, alegando que – por exemplo – será instalado o dobro de extintores no local. Isso é um 
pensamento, que apesar de comum, é muito errado e extremamente perigoso.
3 Medidas e sistemas básicos de prevenção a incêndios
1. João, como responsável pela edificação, deve estar atento a qualquer reforma ou alteração na edificação, 
em especial as que mudem o layout dos ambientes. Toda alteração de paredes tem impacto direto nas 
saídas de emergências, demandando também revisão da iluminação e sinalização de emergência. 
Extintores devem ser reposicionados. Tais alterações não podem ser feitas por qualquer pessoa e sem 
conformidade com as normas de SCIP. Por isso, um profissional de engenharia ou arquitetura deve 
Gabarito 137
revisar e aprovar uma alteração de projeto no CBM local. Além disso, ele deve manterum registro da 
responsabilidade técnica do engenheiro ou arquiteto. 
2. Placas de sinalização devem obedecer às prescrições da NBR 13.434, em especial quanto a 
desempenho. As placas não podem propagar chamas e devem possuir efeito fotoluminescente 
(sinalização de equipamento, orientação e salvamento). Algumas gráficas e papelarias vendem placas 
em inconformidade com a norma. Somente estabelecimentos credenciados no CBM local e placas 
com certificação podem ser instaladas.
3. João precisa entender as classes de combustíveis – classe A (mesa, armários, cadeiras), classe B 
(óleos e gás de cozinha) e classe C (computador, linhas de serviço e gerador de energia) para 
escolher adequadamente o agente de extinção. O extintor do tipo “pó ABC” seria apropriado para 
o restaurante. Tendo em vista a existência do gerador de energia, torna-se necessário instalar um 
extintor especificado para esse risco especial, chamado de extintor de monóxido de carbono (CO) ou 
um de pó BC.
4 Medidas e sistemas suplementares de prevenção a incêndios
1. Diferentemente do que acontece nos filmes, alarmes de incêndio não são ativados imediatamente. É 
necessário que a equipe responsável pela segurança avalie a complexidade do que está ocorrendo, para 
verificar se é um alarme real ou não. Ainda que seja um alarme real, por vezes, é possível combater 
o incêndio com uso de extintores ou mitigá-lo o suficiente para que não seja necessário alarmar a 
edificação. Após a avaliação de risco da equipe de segurança ou da brigada particular de incêndio, se 
não for possível debelar o foco adequadamente, a central de alarme será acionada para alertar, com 
avisos sonoros e visuais, a edificação e indicar a necessidade de evacuação dos ocupantes. 
2. A medida indicada para princípios de incêndios é o uso de extintores. Além de haver a possibilidade 
da seleção de um agente extintor mais adequado, a operação de extintores é mais simples e rápida. 
O uso de mangueiras de incêndio demanda conhecimento e treinamento, além de ser indicado para 
incêndios mais desenvolvidos. Por fim, o uso de mangueiras poderá gerar danos em equipamentos 
pela ação da água. Além disso, é recomendado que o uso de mangueiras seja feito, sempre que possível, 
por pessoas treinadas ou pelas equipes de socorro. Mesmo que seja investido algum tempo, o uso de 
extintores deve ser prioridade, em detrimento do uso de mangueiras de hidrante de parede.
3. Todo incidente pode ser transformado em um acidente. Toda ameaça, associada a uma 
vulnerabilidade, é um risco. Logo, esse episódio representa um incidente e uma ameaça que 
devem ser analisados e estudados. A primeira ação básica é reportar o ocorrido para a equipe de 
manutenção predial ou responsável do prédio. Além disso, deve-se verificar a conformidade das 
instalações elétricas do setor, assim como o funcionamento adequado dos disjuntores (DR e DPS), 
para prevenir qualquer manifestação negativa da rede elétrica. Multiplicadores, como benjamins 
e “T”s, devem ser proibidos. Caso não haja providências efetivas dos gestores da edificação para 
evitar um reincidente, é possível, e recomentado, registrar uma denúncia no CBM local e na própria 
ouvidoria da empresa ou corporação.
138 Prevenção e combate a sinistro 
5 Medidas e sistemas complementares de prevenção a incêndios
1. Nessas reformas a compartimentação foi prejudicada duas vezes, incialmente por ser retirada to-
talmente a vedação que havia no ambiente, transformando em um vão único, com todo o espaço 
vulnerável ao calor e à fumaça de um incêndio. A parede de tijolo cerâmico oferece uma determinada 
resistência ao fogo e, de forma semelhante, sendo as portas de madeira, haverá um tempo (de resis-
tência da parede e da porta) para que o incêndio se propague para os demais pavimentos do ambiente. 
Ao colocar divisórias de PVC, é possível que o problema seja maior ainda, tendo em vista que esse 
tipo de material apresenta baixíssima resistência ao calor à alta propagação de chamas, dando uma 
falsa sensação de segurança e de compartimentação.
2. Precisamos pensar aqui sobre o controle de material de acabamento e revestimento, que podem ser 
combustíveis em um eventual incêndio. Tanto o novo piso, como o novo forro aumentam a quan-
tidade de material combustível existente no ambiente, favorecendo o surgimento e propagação de 
fogo. Por isso, tais mudanças devem ser feitas de acordo com uma norma de controle de materiais e 
revestimentos, sendo necessário, por vezes, um tratamento antichamas. Somente um estudo apurado 
pode indicar quais são as medidas e tratamentos adequados para o caso.
3. O fechamento de janelas, em fachadas, prejudica diretamente o controle de fumaça. Isso ocorre por-
que a fumaça de um incêndio deve ter sua exaustão favorecida por aberturas superiores nos sistemas 
de dutos. Entretanto, a saída da fumaça somente será proporcionada se houver abertura para a en-
trada de ar limpo, pois para a fumaça sair, é necessário que o ar limpo entre. Nesse exemplo, caso um 
arquiteto ou engenheiro (durante a construção da edificação) tenha projetado as aberturas de facha-
das para favorecer a entrada de ar limpo para o sistema de controle de fumaça e, após alguns anos, as 
janelas forem fechadas, sem um estudo adequado, haverá grandes prejuízos para o funcionamento do 
sistema de exaustão de fumaça.
6 Preparando-se e respondendo ao sinistro de incêndio
1. O programa de brigada prevê não somente pessoal especializado, mas também uniformes, equipa-
mentos e, especialmente, a elaboração, a execução e a revisão do PPCIA. Infelizmente, é muito comum 
haver contratações públicas prevendo apenas o pessoal e os equipamentos da brigada. Entretanto, a 
brigada não pode atuar sem a existência de um plano que oriente suas ações, bem como as rotinas de 
prevenção e mitigação do incêndio no local das atividades da contratante. Editais de licitação para 
contratação de um serviço de brigada devem ser elaborados de acordo com a legislação do CBM local, 
incluindo, por vezes, a necessidade de credenciamento no CBM.
2. Tendo em vista que não foram obtidos resultados satisfatórios na realização de um simulado parcial, 
não se deve passar para a execução de um simulado total até que pontos vitais da evacuação sejam 
sanados. Além disso, deve-se, durante reunião, discutir as dificuldades encontradas na simulação. 
Gabarito 139
Por exemplo, o portão principal estar fechado é algo que deve ser considerado, pois faz parte da 
rotina ordinária da escola fora dos horários de chegada e saída dos alunos. Para solucionar tal de-
manda, pode-se estabelecer uma rota de fuga em que pudesse haver barras antipânico. Além disso, a 
saída ordinária não necessariamente deve ser a saída de emergência. Não há uma regra consolidada 
para o tempo de evacuação, mas isso pode ser definido consultando o CBM local. Por fim, a escola 
pode estabelecer uma sirene ou outro método que caracterize uma emergência e comande a evacua-
ção. Após obter resultados considerados satisfatórios, deve-se realizar um exercício simulado total, 
preferencialmente com participação e avaliação do CBM local.
3. Sim, esse exemplo é real. Nesse caso, além de haver previsão no PPCIA, foram executados simulados 
parciais e totais para que funcionários de plantão, ao evacuarem determinada edificação, levassem 
consigo servidores portáteis e alguns notebooks. Havendo previsão no PPCIA, sendo alocadas pes-
soas específicas e capacitadas, ocorrendo simulações, havendo resultados favoráveis nessas simula-
ções e mantendo treinamentos constantes, pode-se adequadamente atender às prescrições e normas 
de SCIP e, ao mesmo tempo, às demandas administrativas locais.
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6536-3
9 7 8 8 5 3 8 7 6 5 3 6 3
Código Logístico
58924
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