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Trabalho de História 2 Trimestre 2022 PDF (5)

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TRABALHO DE HISTÓRIA – 2° Trimestre/2022 
Prof. Dr. Rodrigo Francisco Dias Nível de Ensino: Médio Integrado ao Técnico (1° Ano) 
 
Instruções para a realização do trabalho: 
• Este trabalho deve ser feito em grupos de três a seis pessoas. Em nenhuma hipótese serão aceitos grupos com 
menos de três membros ou com mais de seis membros; 
• O trabalho é composto por 20 questões objetivas, sendo que cada uma delas possui quatro alternativas. Para 
cada pergunta, há mais de uma resposta que está correta, porém, cabe aos membros do grupo escolher qual 
alternativa é a mais adequada e marcá-la no GABARITO DO TRABALHO (disponível na próxima página); 
• O formato das questões deste trabalho foi inspirado no formato das questões objetivas da Olimpíada Nacional 
em História do Brasil (ONHB), ou seja, em cada questão há mais de uma alternativa correta, mas as alternativas 
possuem “valores” diferentes, de modo que umas “valem mais” e outras “valem menos”. O desafio é tentar 
descobrir qual é a alternativa que “vale mais” em cada questão e marcá-la; 
• O trabalho deverá ser entregue na data estipulada pelo professor. Em nenhuma hipótese o professor receberá 
trabalhos após a data definida para a entrega; 
• Os alunos deverão entregar ao professor apenas a folha do GABARITO DO TRABALHO, devidamente 
preenchida à caneta; 
• Em caso de alguma dúvida quanto à realização do trabalho, os alunos deverão entrar em contato com o 
professor; 
• Este trabalho envolve PESQUISA e DEBATE entre os membros do grupo sobre cada uma das questões 
apresentadas. Recomenda-se que os alunos façam o trabalho aos poucos e não deixem para a última hora, pois 
este trabalho deve ser feito com bastante calma e atenção! 
 
Bom trabalho a todos! 
 
Atenciosamente, 
Prof. Dr. Rodrigo Francisco Dias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO DO TRABALHO DE HISTÓRIA 
 
2° Trimestre/2022 
Professor: Rodrigo Francisco Dias Valor do Trabalho: 10,0 pts. Nota: 
INTEGRANTES DO GRUPO 
Turma: ____________ 
Nome: ______________________________________________________________________ 
Nome: ______________________________________________________________________ 
Nome: ______________________________________________________________________ 
Nome: ______________________________________________________________________ 
Nome: ______________________________________________________________________ 
Nome: ______________________________________________________________________ 
INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO DO GABARITO: 
- O grupo deverá marcar apenas uma alternativa em cada pergunta. O grupo que marcar mais 
de uma alternativa em uma única questão receberá nota zero em tal questão; 
- Os alunos deverão deixar em branco os campos destinados à “Correção”, às “Somas” e à 
“Nota”, pois estes campos são para uso exclusivo do professor; 
- As respostas devem ser marcadas no gabarito à caneta (tinta preta ou azul). Respostas a lápis 
não serão consideradas. Rasuras não serão aceitas; 
- O professor apenas receberá as respostas do trabalho por meio DESTE GABARITO; 
- O grupo deverá entregar ao professor apenas UM ÚNICO GABARITO DEVIDAMENTE 
PREENCHIDO (com os nomes de todos os membros do grupo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOMA FINAL (SOMA 1 + SOMA 2): ______________ 
 
 
 
Q
u
es
tõ
es
 
ALTERNATIVAS 
C
o
rr
e
çã
o
 
A) B) C) D) 
01 
02 
03 
04 
05 
06 
07 
08 
09 
10 
SOMA 1 
Q
u
es
tõ
es
 
ALTERNATIVAS 
C
o
rr
e
çã
o
 
A) B) C) D) 
11 
12 
13 
14 
15 
16 
17 
18 
19 
20 
SOMA 2 
OBSERVAÇÃO: 
 
A nota obtida pelo grupo 
no trabalho será calculada 
por meio da seguinte 
fórmula: 
 
𝐍𝐨𝐭𝐚 = 
𝑺𝑭 𝒙 𝟏𝟎
𝟏𝟎𝟎
 
 
Onde “SF” é o valor da 
Soma Final obtida pelo 
grupo durante a 
realização do trabalho. 
QUESTÃO 01 
 
Com base no texto abaixo e em outros conhecimentos, escolha uma alternativa. 
 
“Em Creta, os primeiros testemunhos de atos com intenção religiosa foram descobertos justamente nas cavernas. Isto 
suscita uma série de questionamentos sobre o significado religioso dessas cavernas no contexto das civilizações da 
Idade do Bronze, no mar Egeu (civilizações Minoana e Micênica) e também sobre as prováveis repercussões disso para 
a história subseqüente da religiosidade do mundo grego clássico. As cavernas em geral, desde a mais remota pré-
história, teriam servido para habitação do homem, posteriormente tornaram-se local de inumação e, finalmente, 
passaram a ser consideradas domicílios dos deuses. Francis Vian aceita este esquema para a ilha de Creta, sem afirmar 
que tenham sido palco de cerimônias religiosas: “as cavernas, depois de haver servido de moradas, se converteram em 
sepulcros” desde o Minóico Antigo. Mas nas inúmeras cavernas de Creta, a seqüência habitação-túmulo-santuário não 
foi comprovada. Rutkowski chama a atenção para o fato de que a umidade e o frio tornam a maioria delas inadequadas 
para a morada dos homens e, além disso, encontram-se muito afastadas das povoações antigas para servirem de locais 
de inumação. Para Campbell, as grutas profundas e labirínticas, especialmente as do período Paleolítico, jamais 
poderiam ter sido lugares de moradia, mas desde o princípio teriam sido santuários. As moradas das pessoas eram ou 
em cavernas rasas e sob a saliência dos rochedos, ou nas planícies abertas, em vários tipos de abrigos. Quinze cavernas 
cretenses foram confirmadas, pelos arqueólogos, como lugares sagrados, com algum tipo de culto, e muitas outras têm 
probabilidade de entrar na lista. As cavernas cretenses parece que foram dedicadas aos deuses e continuaram assim por 
toda a antiguidade. Para Mircea Eliade, as cavernas foram consagradas a divindades autóctones e, mais tarde, certos 
ritos, mitos e lendas, associados a tais locais, foram integrados às tradições religiosas dos gregos. O simbolismo 
religioso da caverna/gruta, conforme aparece nas mais diversas mitologias, assume associações diferentes. Como seria 
de se esperar, as interpretações sobre os significados mítico-religiosos das cavernas cretenses podem ser enquadradas 
nas interpretações mais gerais do papel das cavernas, nas mais diferentes tradições religiosas. Mas existem 
particularidades para o caso de Creta. Encontramos as cavernas cretenses associadas com: 1) a escuridão sagrada, 2) 
lugar de divindades infernais ou dos mortos, 3) lugar de iniciações, 4) deuses das cavernas, 5) rituais de agricultura, 6) 
sacrifícios de animais, 7) o poder das monarquias sagradas, 8) confrarias de metalúrgicos míticos, 9) proteção das 
parturientes, 10) Zeus cretense, 11) labirintos, 12) Terra-Mãe e 13) Xamanismo. É interessante notar que estas 
interpretações não são mutuamente excludentes e que, pelo contrário, encontram-se entrelaçadas e remetem-se umas 
às outras quando as analisamos dentro de seu contexto mítico-ritual do mediterrâneo em geral, e das civilizações da 
Idade do Bronze, no mar Egeu, em particular.” 
 
(VERLINDO, Jorge. As Cavernas Sagradas de Creta: suas relações com a Grande Deusa Mãe e com aspectos 
xamânicos da religiosidade minoica. MÉTIS: história & cultura, v. 2, n. 2, p. 238-239, jul./dez. 2002. Disponível em: 
<http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/metis/article/view/1113/759>. Acesso em: 03 jul. 2022.) 
 
Alternativas: 
 
A) Ao longo da História da humanidade, os homens usaram as cavernas para diversas finalidades, tendo elas servido, 
por exemplo, como locais de habitação, sepultamento ou como santuários. 
 
C) O texto mostra como a arqueologia pode contribuir para a realização de descobertas acerca da vida e da religião dos 
primeiros habitantes da ilha de Creta, situada no Mar Egeu, entre os Oceanos Índico e Pacífico. 
 
B) Segundo o autor do texto, embora não haja uma comprovação definitiva de que as cavernas cretenses tenham servido 
como locais de moradia,há indícios de que elas eram consideradas locais sagrados na Antiguidade. 
 
D) A “Terra-Mãe” à qual os cretenses associavam as cavernas na Antiguidade era uma divindade feminina de grande 
importância dentro da religião praticada pelos habitantes da ilha de Creta. 
 
 
http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/metis/article/view/1113/759
QUESTÃO 02 
 
Observe a imagem abaixo e, em seguida, escolha uma alternativa. 
 
 
(Fotografia mostrando a entrada do “Tesouro de Atreu” [também conhecido como “Tumba de Atreu”]. Imagem 
disponível em: <https://aminoapps.com/c/godofwar/page/blog/tesouro-de-
atreu/J88j_NdGHduw4o8Rz0ed5V2g0BM77Wwjbrd>. Acesso em: 03 jul. 2022.) 
 
Alternativas: 
 
A) A tumba cuja entrada aparece na foto é atribuída a Atreu, um personagem que, na mitologia grega, foi rei de Micenas 
e às vezes é citado como pai de Agamemnon e Menelau. 
 
B) No século XIX, o arqueólogo Heinrich Schliemann analisou o “Tesouro de Atreu” e comparou o formato da câmara 
interior da tumba ao formato de uma colmeia. 
 
C) A fotografia mostra uma tumba pertencente à arte creto-micênica da Antiguidade e que, por causa do seu mau estado 
de conservação, está desde a década de 1950 fechada para turistas. 
 
D) Uma análise dos vestígios arqueológicos encontrados no local fotografado permite a obtenção de algumas 
informações sobre o passado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://aminoapps.com/c/godofwar/page/blog/tesouro-de-atreu/J88j_NdGHduw4o8Rz0ed5V2g0BM77Wwjbrd
https://aminoapps.com/c/godofwar/page/blog/tesouro-de-atreu/J88j_NdGHduw4o8Rz0ed5V2g0BM77Wwjbrd
QUESTÃO 03 
 
Por meio do link abaixo, assista a uma cena do filme Tróia (2004, direção de Wolfgang Petersen). Em seguida, escolha 
uma alternativa. 
 
LINK PARA ASSISTIR AO VÍDEO: <https://www.youtube.com/watch?v=7UTb7VKTCcw>. 
 
Alternativas: 
 
A) O filme Tróia, lançado em 2004, conta a história da Guerra de Tróia e foi o último filme dirigido pelo cineasta 
Wolfgang Petersen, que se aposentou em 2005. 
 
B) No filme Tróia, o personagem Aquiles decide enfrentar Heitor após o príncipe troiano ter assassinado Pátroclo, 
primo do famoso guerreiro grego. 
 
C) Ao contrário do que acontece no poema homérico Ilíada, no qual parte de seu roteiro foi inspirada, no filme Tróia 
(2004) os deuses não interferem na guerra entre gregos e troianos. 
 
D) Trata-se de uma cena marcada por grande tensão, na qual ocorre a feroz luta entre os personagens Aquiles e Heitor. 
Ao final do embate entre os dois, Aquiles mata Heitor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=7UTb7VKTCcw
QUESTÃO 04 
 
Ouça a canção Estampas Eucalol, escrita por Hélio Contreiras e interpretada por Xangai (voz) e Geraldo Azevedo 
(violão). Em seguida, escolha uma alternativa. 
 
LINK PARA OUVIR A CANÇÃO: <https://www.youtube.com/watch?v=rvJT1UgHlS4>. 
 
Alternativas: 
 
A) A canção faz alusão a diversos personagens conhecidos na cultura ocidental, indo de referências que vão das 
mitologias grega e romana ao catolicismo e à dramaturgia de William Shakespeare. 
 
B) O “eu lírico” da letra da canção parece ser o de uma criança que usa a imaginação para inventar histórias de aventuras 
das quais ela é a protagonista. 
 
C) Os versos que dizem “Mergulhava até Netuno / No oceano abissal” remetem ao deus romano do mar que era 
equivalente ao deus grego Poseidon. 
 
D) A letra da canção foi escrita pelo gaúcho Hélio Contreiras que, além de compositor, também foi jornalista, escritor 
e poeta, tendo publicado o livro Conto Um Conto e Aumento Um Ponto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=rvJT1UgHlS4
QUESTÃO 05 
 
A partir da análise da imagem e da leitura do texto abaixo, escolha uma alternativa. 
 
 
 
Imagem: 
 
(Fotografia do fragmento de um relevo funerário de calcário encontrado em uma província perto de Roma chamada 
Castrum Nooum, atual Santa Marinella. O relevo funerário data do século I d.C. Imagem extraída de: REGINA, A. 
(Org). Sangue e Arena. Roma: Electa, 2001, p. 356.) 
 
 
 
 Texto: 
“Todo o aparato formado pelos dispositivos administrativos que os romanos detinham para organizar os espetáculos, 
tais como o trabalho dos responsáveis pela roupagem e cenografia dos munera, a construção de anfiteatros, isto é, 
estruturas que focam os olhares em direção ao centro das arenas e o controle que o Imperador ou cidadãos de posses 
exerciam sobre os combates, fez com que muitos estudiosos ressaltassem os aspectos políticos e enfatizassem a 
imposição de uma vontade romana sobre os povos conquistados. Esta postura interpretativa, embora atraente, acaba 
por homogeneizar as relações que as pessoas estabeleciam com os acontecimentos das arenas e desconsidera suas 
experiências de vida. Diante desta situação, uma questão tornou-se fundamental: como ressaltar as diferentes 
percepções dos combates de gladiadores que ocorriam nas arenas romanas? Acreditamos que um caminho profícuo 
para pensarmos esta questão é a análise de duas categorias documentais distintas: os relevos funerários dos túmulos de 
ricos cidadãos que organizaram combates e os grafites parietais. A escolha destas fontes não é aleatória, mas consciente, 
pois elas expressam visões de membros da elite romana e das camadas populares sobre os eventos das arenas. [...] 
Concebidos para constituírem parte do túmulo de ricos cidadãos que proporcionaram combates, os relevos funerários 
eram cuidadosamente elaborados, com os corpos dos combatentes e seus adornos esculpidos nos mais íntimos detalhes. 
[...] No relevo funerário de calcário encontrado em uma província perto de Roma chamada Castrum Nooum, atual Santa 
Marinella, e datado do início do século I d.C., vemos dois gladiadores em combate, o da esquerda em posição de ataque 
e o da direita se defendendo. Suas armas de proteção e ataque são esculpidas com detalhes, assim como a musculatura 
de seus corpos, indicando o sentido da luta. Aos pés do gladiador da direita encontram-se duas pernas de um terceiro 
homem caído. A cena, embora esteja cortada, nos fornece indícios para percebermos uma outra característica comum 
destes relevos que contém o munus: a diversidade de personagens em combate e as diferentes posições de seus corpos.” 
 
(GARRAFFONI, Renata Senna. Técnica e destreza nas arenas romanas: Uma leitura da gladiatura no apogeu do 
Império. 2004. 232 f. Tese (Doutorado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade 
Estadual de Campinas, Campinas, 2004, p. 186-188. Com adaptações.) 
 
Alternativas: 
 
A) No texto, a pesquisadora descreve em detalhes um relevo funerário que retrata uma cena de combate entre 
gladiadores no antigo Império Romano. 
 
B) Os combates de gladiadores eram realizados muitas vezes por razões religiosas, pois se acreditava que esses 
espetáculos proviam sorte e garantiam paz no cotidiano e com os deuses. 
 
C) No Império Romano, a palavra “munera”, citada pela autora do texto, era usada para se referir exclusivamente aos 
combates de gladiadores organizados por pessoas das elites romanas. 
 
D) Os relevos funerários da época do Império Romano, tal como o da imagem, enfatizavam a grandiosidade das lutas 
de gladiadores, eventos que eram vistos como espetáculos dignos de serem lembrados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 06 
 
Leia o texto abaixo e, em seguida, assinale uma alternativa. 
 
“Aproximarmo-nos de uma sociedade diversa da nossa, especialmente se estiver ela cronologicamente distante de nós, 
é tarefa que exige extrema cautela. Entrar em um novo mundo, de valores e costumes próprios, onde os homens 
encontram-se organizados socialmente de modo diferente daquele no qual estamos inseridos, impõe que nos 
distanciemos de nós mesmos, que nos esvaziemos de nossos próprios ideais,valores, hábitos, conceitos e pré-idéias, 
enfim, impõem que deixemos de lado a nossa própria maneira de conceber, apreender e compreender o mundo, os 
homens, a vida em sociedade e a história. Sem essa tentativa de nos distanciarmos de nós mesmos, que nunca poderá 
ser completa, não conseguiremos compreender minimamente o outro, o alheio, ainda que este mesmo alheio, de alguma 
maneira, seja responsável em alguma medida pelo que nos tornamos hoje. [...] Assim, se de um lado, sabidamente, 
devemos aos romanos alguns dos valores e práticas que nos dias de hoje ainda cultivamos, de outra sorte aproximarmo-
nos de qual tenha sido seu modo de vida é o mesmo que nos aproximarmos da organização social de um povo que nos 
é totalmente estranho, totalmente alheio. Mesmo as semelhanças, por vezes, são apenas aparências, capazes de 
ocultarem diferenças significativas, cuja percepção pode ser determinante para a adequada compreensão do povo 
romano. [...] embora os valores cultivados pela sociedade romana tenham sofrido transformações durante sua longa 
existência - ou porque certos valores e ideais de comportamento perderam o significado original e ganharam novos 
conteúdos orientados por mudanças políticas e sociais, ou porque determinados valores e práticas apenas caíram em 
desuso, em favor ou não de novas práticas e valores, também face às modificações políticas e sociais -, historiadores e 
latinistas concordam com a idéia de que haveria valores que permaneceram presentes num certo ideal de homem 
romano. [...] Os mitos e exempla [histórias exemplares] referentes aos grandes feitos de cidadãos romanos, registrados 
por historiadores, estadistas, filósofos e poetas romanos e contados, geração após geração, durante todo o período de 
existência de Roma, de sua fundação a sua decadência, ora com maior, ora com menor influência sobre os homens, 
possuíam uma função didática, justamente a de transmitir aos cidadãos romanos os valores pelos quais eles deveriam 
pautar suas ações para com a família, os deuses e, sobretudo, para com o Estado, gravar em seus corações a imagem, 
as representações de comportamentos e valores que se queria ver repetidos, imitados e emulados. [...] Para tentar 
apreender as características de qual tenha sido o ideal romano a ser seguido, vejamos o exemplo de um conhecido e 
difundido mito romano: trata-se do exemplo de excelência de Régulo, na versão apresentada por Cícero, na obra Dos 
Deveres. Régulo, segundo nos conta Cícero, foi um cônsul romano, que feito prisioneiro na África, em batalha com 
Xantipo da Lacedemônia - que lutava ao lado dos cartagineses durante a Primeira Guerra Púnica -, foi mandado ao 
Senado romano para negociar a sua libertação em troca da liberdade de alguns nobres líderes cartagineses, cativos de 
Roma. Sob juramento de que voltaria para o cativeiro caso a troca não fosse aceita pelo Senado romano, Régulo dirigiu-
se a Roma. No entanto, diante do Senado sugeriu que a permuta não fosse feita, alegando que não haveria vantagem 
alguma para Roma na troca de um dos seus líderes já velho e debilitado, por vários habilidosos e jovens líderes do 
inimigo. Aceita a sua argumentação pelo Senado romano, Régulo deixou sua liberdade e família e voltou ao cativeiro, 
entregando-se ao inimigo por conta da manutenção do seu juramento e, sobretudo, por devoção à pátria, para ela 
reservando o mais adequado, ainda que em detrimento de si mesmo. [...] Régulo foi então exemplo daquele que expressa 
corretamente seu amor à pátria, exemplo de ideal de cidadão romano. [...] Do ideal de cidadão romano esperava-se 
então uma absoluta devoção à pátria, se necessário, em detrimento dos interesses imediatos do indivíduo, no entanto, 
podemos nos perguntar o que se esperava da mulher romana. Ainda que legítimo em si mesmo questionar-se pelos 
valores que envolviam a formação da mulher romana, o interesse pela questão ganha maior intensidade ao sabermos 
que, entre os romanos, a responsabilidade pela formação da criança, nos primeiros anos de vida, era não de um escravo, 
mas sim da mãe. Mesmo após a helenização de Roma e as modificações na educação decorrentes deste fenômeno, 
muitas vezes afastando a mãe romana dos primeiros cuidados com seus filhos, sua figura e presença continuaram 
significativas e de grande influência na formação dos pequenos romanos. Em conseqüência, a mulher romana, que é 
também portadora da cidadania romana, ainda que em um status jurídico inferior ao dos homens, é formadora de 
cidadãos romanos. Logo, embora as funções militares e políticas não fossem reservadas às mulheres romanas, elas 
acabaram por desempenhar um relevante papel na sociedade romana, porque eram elas as responsáveis pela 
administração das tarefas domésticas da casa e pelos primeiros cuidados reservados às crianças. Assim, para ilustrar o 
ideal de mulher romana, analisaremos um dos mitos romanos fundadores, qual seja, o mito de Lucrécia, cuja versão 
utilizada será a que encontramos em Tito Lívio, no final do Livro I, da sua História de Roma. Tito Lívio contou-nos as 
travessuras de jovens príncipes e de alguns líderes militares, ainda na época em que Roma era governada por reis 
etruscos, que presos em um acampamento de guerra, esperando a oportunidade da batalha, dedicavam-se ao ócio e ao 
vinho. Certa noite, então já embriagados e após uma conversa onde cada um enalteceu as qualidades de suas respectivas 
esposas, os jovens guerreiros, movidos pelo vinho, resolveram visitar as esposas em questão, para que pessoalmente 
pudessem constatar as virtudes das companheiras. Em Roma, as esposas dos príncipes foram encontradas em banquetes 
repletos de bebida, comida e falatórios com outras companheiras. Entretanto, na Colácia, a esposa de Tarquínio 
Colatino - um dos líderes militares – foi surpreendida, não em longos banquetes, porém sim junto às criadas, 
trabalhando lãs, ganhando assim a competição como a mais virtuosa das esposas. Encantado com a beleza e castidade 
da esposa de Colatino, Lucrécia, um dos jovens príncipes, Sexto Tarquínio, retornara dias depois a Colácia com apenas 
um companheiro, os quais lá foram bem recebidos por Lucrécia, que lhes ofereceu uma ceia e acomodações para 
hóspedes. Contudo, quando todos dormiam, Sexto Tarquínio, armado de sua espada, dirigiu-se ao quarto de Lucrécia, 
surpreendendo-a, confessando seu desejo e implorando seus favores. Acompanhemos as palavras de Tito Lívio: 
‘Ardente de paixão, assim que lhe pareceu que tudo estava seguro em volta e que todos se encontravam a dormir, de 
espada desembainhada, foi ter com Lucrécia adormecida, carrega-lhe no peito com a mão esquerda e diz: ‘Silêncio, 
Lucrécia! Sou Sexto Tarquínio. Tenho a arma na mão. Se disseres uma palavra, morrerás!’. A mulher desperta do sono 
apavorada, e vê que não tem quem lhe acuda, e que a morte está iminente. Então Sexto Tarquínio confessa-lhe o seu 
amor, implora, mistura preces com ameaças, ataca esse coração feminil de todos os lados’. Sexto Tarquínio, todavia, 
não foi ao encontro de qualquer mulher romana. Tito Lívio também nos apresentou sua heroína e já nos indicara antes 
as suas qualidades. Lucrécia era uma mulher bela, porém, muito mais, era ela também casta, fiel ao marido, sabedora 
de seus deveres para com o lar. A propósito, foram justamente estas as qualidades que despertaram a paixão por 
Lucrécia em Sexto Tarquínio [...] Em sendo assim, nossa heroína se recusou a se entregar a Sexto Tarquínio, contudo 
estando ele dominado pelas paixões e diante da rejeição de Lucrécia, que não cedeu aos seus desígnios, nem mesmo 
diante da ameaça de morte, Sexto Tarquínio resolverá por ameaçá-la com um mal maior: com a desonra. Vejamos: 
‘Como via que ela mantinha a sua recusa e nem ao medo da morte se dobrava, ao temor acrescentou a desonra, dizendo 
que colocaria ao lado do seu cadáver um escravo nu estrangulado, para que se dissesse que morrera em sórdido 
adultério’. Somente diante da possível desonraLucrécia sucumbe aos desejos de Sexto Tarquínio. Ou seja, também das 
mulheres era exigido honra, honor. [...] Ainda que Lucrécia tenha resistido ao agressor e somente tenha se entregado a 
ele para preservar sua honor, ou, ainda que não fosse ela uma transgressora, seu consentimento, mesmo que justificável, 
precisava ser punido. O dilema de Lucrécia era semelhante ao de Régulo, enquanto este teve de escolher entre a vida 
no perjúrio e a morte na gloria, Lucrécia foi obrigada a escolher entre a vida fora da castidade e a morte na honra. Após 
perder o pudor com a violação de Sexto Tarquínio, apenas um caminho poderia restituir a honestidade e a castidade 
perdidas a Lucrécia, a saber, um castigo equivalente às virtudes perdidas: a morte. Lucrécia então desferirá um golpe 
suicida, enterrando um cutelo em seu próprio coração, mas não sem antes de se afirmar claramente como exemplo de 
castidade e honor. Portanto, Lucrécia não apenas cumpriu o seu papel de esposa devotada ao lar e ao marido, mas 
cumpriu também o seu papel de mãe, seu papel de formadora de cidadãos e cidadãs romanos, ensinando com o seu 
exemplo às meninas e jovens romanas como deverá se conduzir uma mulher romana. [...] Homens de glória e mulheres 
de honra ou, homens de feitos grandiosos e mulheres castas e honestas ou, homens devotados à pátria e mulheres 
devotadas às virtudes, estes eram os modelos que os romanos queriam ver seguidos. Régulo e Lucrécia expressam, 
portanto, o essencial do romano ideal. Régulo porque alcança a glória ao morrer pela pátria, Lucrécia porque preserva 
sua própria honra com o suicídio.” 
 
(LIMA, Alessandra Carbonero. Exempla Romanos: Homens de Gloria e Mulheres de Honor. Notandum, São Paulo, 
2005. Disponível em: <http://www.hottopos.com/notand12/ale.htm>. Com adaptações. Acesso em: 03 jul. 2022.) 
 
Alternativas: 
 
A) A história de Lucrécia serviu de inspiração para pelo menos uma pintura do artista Ticiano Vecellio e para um 
poema do dramaturgo William Shakespeare. 
 
http://www.hottopos.com/notand12/ale.htm
B) O machismo é algo que já ficou completamente no passado, pois hoje a nossa sociedade não exige mais que as 
mulheres sejam belas, honradas, fiéis, boas mães e comprometidas com as tarefas domésticas. 
 
C) Com base na leitura de textos de Cícero e Tito Lívio, dois autores que viveram na Antiguidade, a pesquisadora 
apresenta uma reflexão sobre os papéis atribuídos a homens e mulheres na sociedade romana. 
 
D) Apesar do caráter patriarcal da sociedade romana na Antiguidade, as mulheres romanas desempenhavam um 
importante papel social, sobretudo porque elas participavam ativamente da educação dos cidadãos romanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 07 
 
Observe a imagem abaixo e, em seguida, escolha uma alternativa. 
 
 
(Foto do Panteão de Roma, localizado na capital da Itália. Imagem disponível em: 
<https://www.vivadecora.com.br/pro/panteao-roma/>. Acesso em: 03 jul. 2022.) 
 
Alternativas: 
 
A) Nos anos 1990, o Panteão de Roma que aparece na foto passou por uma reforma durante a qual o piso original de 
mármore do interior do edifício foi substituído por um piso de porcelanato. 
 
B) A foto mostra um edifício antigo que permanece bem preservado e se destaca na paisagem de Roma por sua 
grandiosidade e pelas particularidades de sua arquitetura. 
 
C) O Panteão de Roma que aparece na foto, também conhecido como Panteão de Agripa, foi construído no século II 
d.C. e, no início do século VII d.C., foi transformado em uma igreja pelo Papa Bonifácio IV. 
 
D) O ângulo da foto dá destaque à fachada do edifício que é sustentada por colunas de granito e apresenta uma inscrição 
em latim que diz “Construída por Marco Agripa, filho de Lúcio, quando cônsul pela terceira vez”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.vivadecora.com.br/pro/panteao-roma/
QUESTÃO 08 
 
O mapa abaixo foi extraído do site <http://orbis.stanford.edu>, que é parte do projeto “ORBIS: The Stanford Geospatial 
Network Model of the Roman World”. Observe-o com atenção e, em seguida, escolha uma alternativa. 
 
 
(Mapa mostrando as rotas marítimas e terrestres que interligavam diferentes regiões do Império Romano. Disponível 
em: <https://orbis.stanford.edu/>. Acesso em: 03 jul. 2022.) 
 
Alternativas: 
 
A) No auge do Império Romano, uma viagem entre Alexandria e Roma no mês de abril podia durar cerca de duas 
semanas e o custo do transporte de 1 kg de trigo ficava em torno de dois denários 
 
B) Com o passar do tempo, muitas das antigas estradas romanas deixaram de existir porque, como elas não possuíam 
um sistema de drenagem da água das chuvas, a sua preservação tornou-se impossível. 
 
C) As estradas romanas eram construídas pelos soldados do exército romano e eram feitas a partir de diferentes 
materiais como areia, rochas, cascalho, entre outros. 
 
D) No mapa, além de Roma, é possível ver a localização de diversas cidades de grande importância na Antiguidade, 
tais como Alexandria, Jerusalém, Antioquia, Constantinopla, Corinto e Cartago. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://orbis.stanford.edu/
https://orbis.stanford.edu/
QUESTÃO 09 
 
Leia o texto abaixo e, em seguida, escolha uma alternativa. 
 
“Arqueólogos localizaram uma estátua com cerca de 2,6 mil anos de idade que representa o rei Aspelta, líder da 
civilização africana de Cuxe [ou Kush]. Vizinho dos antigos egípcios, o reino disputava a hegemonia cultural do norte 
africano com a sociedade liderada pelos faraós. Os pesquisadores encontraram a estátua em um antigo templo dedicado 
ao deus Ámon, que também era cultuado pelos egípcios. O sítio arqueológico está localizado em uma região conhecida 
anteriormente como Núbia, situada às margens do Rio Nilo e que compreende atualmente parte do Sudão. Ao 
analisarem os vestígios arqueológicos, os cientistas encontraram hieróglifos junto da estátua. A inscrição descreve 
Aspelta como “Rei do Alto e Baixo Egito, amado por Re'-Harakhty [divindade semelhante a Rá, deus egípcio do 
Sol]”. Os hieróglifos também dizem [que] desejam ao monarca “toda a vida, estabilidade e domínios para sempre”. De 
acordo com os pesquisadores, a estátua de Aspelta foi esculpida enquanto o monarca ainda estava vivo, e exibida ao 
povo logo após sua morte. Como apenas parte do objeto foi resgatado, os arqueólogos pretendem fazer um trabalho de 
reconstrução da estátua. Além da representação artística do rei, os arqueólogos encontraram no Templo de Ámon 
estátuas de outros líderes do Reino de Cuxe: Taharqa e Senkahamanisken, que lideraram a civilização em épocas 
próximas de Aspelta. Situado ao sul da civilização egípcia, o Reino de Cuxe mantinha tradições culturais similares aos 
seus vizinhos, como o culto a diferentes deuses e a construção de pirâmides. O declínio do Reino Egípcio também 
coincidiu com a derrocada de Cuxe: ao longo do século 4, tropas lideradas pelo reino etíope de Axum dominaram seus 
territórios.” 
 
(ARQUEÓLOGOS descobrem estátua de rei africano que viveu há 2,6 mil anos. Galileu, 20 fev. 2018. Disponível em: 
<https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Arqueologia/noticia/2018/02/arqueologos-descobrem-estatua-de-rei-
africano-que-viveu-ha-26-mil-anos.html>. Com adaptações. Acesso em: 03 jul. 2022.) 
 
Alternativas: 
 
A) Segundo alguns estudiosos, o rei Aspelta citado no texto foi o rei responsável por transferir a capital do antigo reino 
de Kush para a cidade de Méroe. 
 
B) Os kushitas governaram o Egito entre os séculos VIII e VII a.C., formando a chamada “25ª Dinastia do Egito”. 
 
C) O fato de os kushitas terem construído pirâmides na Antiguidade deve ser visto como uma mera coincidência, pois 
não há comprovação de que a cultura de Kush tenha sido influenciada pela cultura egípcia. 
 
D) O texto da matéria comenta a descoberta de alguns vestígios arqueológicos a partir dos quaisé possível conhecer 
parte da história de um antigo reino africano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Arqueologia/noticia/2018/02/arqueologos-descobrem-estatua-de-rei-africano-que-viveu-ha-26-mil-anos.html
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Arqueologia/noticia/2018/02/arqueologos-descobrem-estatua-de-rei-africano-que-viveu-ha-26-mil-anos.html
QUESTÃO 10 
 
Observe a imagem abaixo e assinale uma alternativa. 
 
 
(Fotografia da “Cabeça de Bronze de Ifé”. Imagem retirada da internet. Disponível em: 
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabe%C3%A7a_de_bronze_de_If%C3%A9#/media/Ficheiro:Arte_yoruba,_nigeria,_t
esta_da_ife,_12-15mo_secolo.JPG>. Acesso em: 03 jul. 2022.) 
 
Alternativas: 
 
A) Embora tenha encontrado uma obra de arte semelhante à da foto na África, o arqueólogo alemão Leo Frobenius não 
acreditou que esculturas desse tipo pudessem ter sido feitas por africanos. 
 
B) A escultura feita em bronze tem o formato de uma cabeça humana e chama a atenção por sua enorme riqueza de 
detalhes. 
 
C) A escultura retratada na foto, feita com alto grau de realismo e refinamento, é um exemplo do tipo de arte produzida 
pelos iorubás graças ao desenvolvimento da metalurgia no continente africano. 
 
D) A “Cabeça de Bronze de Ifé” é uma obra de arte que foi feita por um artista desconhecido do antigo Império africano 
de Axum. 
 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabe%C3%A7a_de_bronze_de_If%C3%A9#/media/Ficheiro:Arte_yoruba,_nigeria,_testa_da_ife,_12-15mo_secolo.JPG
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabe%C3%A7a_de_bronze_de_If%C3%A9#/media/Ficheiro:Arte_yoruba,_nigeria,_testa_da_ife,_12-15mo_secolo.JPG
QUESTÃO 11 
 
Observe o mapa abaixo e, em seguida, escolha uma das alternativas. 
 
 
(Mapa mostrando as principais rotas transaarianas de comércio. Disponível em: 
<https://www.fafich.ufmg.br/luarnaut/mp_Comercio%20transsaariano.gif>. Acesso em: 03 jul. 2022.) 
 
Alternativas: 
 
A) Por ser considerada uma atividade difícil e perigosa, o comércio dava pouco prestígio social a quem o praticava nas 
antigas sociedades africanas. 
 
B) O mapa mostra as principais rotas de comércio que cruzavam o Deserto do Saara, destacando alguns dos produtos 
comercializados na Antiguidade, tais como escravos, marfim, cobre, ouro, natrão, sal, entre outros. 
 
C) O mapa mostra que, apesar de ser um obstáculo natural, o Deserto do Saara não impedia a realização de trocas 
comerciais entre diferentes regiões do continente africano. 
 
D) Entre as cidades que aparecem no mapa, está Tombuctu, localizada em uma região pertencente ao antigo Reino do 
Mali e considerada um importante centro de estudos islâmicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.fafich.ufmg.br/luarnaut/mp_Comercio%20transsaariano.gif
QUESTÃO 12 
 
Leia o texto abaixo e escolha uma alternativa. 
 
“Qual a importância das mulheres na História Africana? Você provavelmente já ouviu falar de rainhas africanas. 
Cleópatra, Rainha de Sabá, Njinga Mbandi são alguns exemplos de mulheres poderosas que foram registradas na 
história universal. Apesar da escrita oficial da História Africana pouco evidenciar o protagonismo feminino, foram 
muitas rainhas que exerceram poder político nas sociedades africanas. Para além das mulheres que governaram, 
tornando-se referência mundial de poder feminino, buscamos neste texto refletir sobre o matriarcado na África, 
entendido como regime caracterizado pela “colaboração e o desenvolvimento pleno e harmonioso entre os dois sexos, 
apresentando uma certa preponderância da mulher na sociedade, devida às condições econômicas de origem, que de 
todas as maneiras, é aceitada e inclusive defendida pelos homens”. [...] Para o intelectual senegalês Cheick Anta Diop, 
o matriarcado toma forma enquanto uma configuração social caracterizada pela divisão de poderes entre os sexos, uma 
assembleia de homens e outra de mulheres, havendo uma preponderância de mando de mulheres, por seu papel dentro 
da economia, argumento que é trabalhado a partir do elemento da agricultura, portanto, há uma divisão de poderes entre 
os sexos, o poder político partilhado entre homens e mulheres, de acordo com suas competências dentro da sociedade. 
A maior proeminência das mulheres no “regime de matriarcado” é relacionada com alguns fatores: um deles é a 
transmissão da herança e o segundo é o papel na economia, sobretudo pela importância fundamental na agricultura. O 
matriarcado não seria uma imposição das mulheres sobre os homens, e sim um “harmonioso dualismo” aceito pelos 
homens como “o melhor caminho para a construção de uma sociedade sedentária em que cada um e todos os membros 
podem se desenvolver plenamente através de atividades que os conectam com sua natureza psicológica”. Dessa forma, 
o conceito de matriarcado defendido por Diop traz um deslocamento da definição utilizada por autores colonialistas, 
que enxergavam o matriarcado como um sistema primitivo em que as mulheres dominariam a sociedade como um todo. 
[...] O sistema matriarcal de diversas sociedades africanas foi marcado pela sacralidade da mãe e sua autoridade 
ilimitada. Há muitas artes que evocam o poder da mãe, ritualizam o matricentrismo: mãe e filho, ‘o vínculo de amor 
mais próximo’. Este é o espírito da maternidade comumente simbolizada nas religiões africanas. De forma geral, como 
conceito nas religiões africanas, a mãe é que dá a seus filhos, e à sociedade como um todo, o “pote da prosperidade”. 
A mãe também dá o pote de segredos, mistérios, magias, conhecimento sagrado e poder espiritual. [...] Diop lembra 
que houve várias rainhas guerreiras africanas que participavam ativamente das questões públicas e políticas, em 
oposição às mulheres indo-europeias, subjugadas pelo poder masculino. Na Etiópia, a rainha de Sabá expressa o poder 
feminino desde os tempos primordiais. A rainha Amanirenas, que lutou contra o exército invasor de Augustus César. 
No Egito, a rainha Hatshepsout, descrita como “a primeira rainha na história da humanidade”. Cleópatra, chamada 
“Rainha dos Reis”. Até mesmo no enorme e poderoso império de Gana, no século III, os valores matriarcais eram a 
norma. Isso vale para o poderoso Império do Mali, que se apoiava nas instituições matrilineares. Para Diop, a mudança 
do matriarcado para o patriarcado na África se deve primariamente a fatores externos. A patrilinearidade na África está 
associada à chegada do Islã no século X. O Islã, o Cristianismo e a presença dos europeus na África, simbolizada pela 
legislação colonial, direito sobre as terras, nomeação segundo a família do pai, monogamia e a educação ocidental das 
elites são fatores externos que levaram ao patriarcado. [...] As mulheres sempre moveram as sociedades africanas. [...] 
Os Bijagós, na atual Guiné-Bissau, são exemplo de matriarcado que perdurou até o século XX, em que as mulheres 
teriam controle sobre a unidade doméstica e o trabalho, proporcionando a subsistência das aldeias. A Rainha Pampa de 
Orango Grande assumiu o poder no final do século XIX e ficou conhecida por sua longeva chefatura, pela resistência 
armada às investidas portuguesas e pela manutenção de uma “paz” dentro de sua sociedade. O fotógrafo austríaco 
Bernatzik definiu o matriarcado entre os bijagós pela descrição das “liberdades das mulheres” nas relações conjugais – 
a escolha do marido, a possibilidade do divórcio e as relações poliândricas – e pela centralização da economia sob 
poder das mulheres.” 
 
(FONSECA, Mariana Bracks. Poder feminino e matriarcado na África Pré-colonial. África e Africanidades, ano XII, 
n. 32, nov. 2019. Disponível em: <http://africaeafricanidades.com.br/documentos/0530112019.pdf>. Com adaptações. 
Acesso em: 03 jul. 2022.) 
 
 
http://africaeafricanidades.com.br/documentos/0530112019.pdf
Alternativas: 
 
A) Em diversas comunidades adeptas de religiões de matriz africana no Brasil, ainda se percebe um forte protagonismo 
feminino, oque remete ao importante papel atribuído às mulheres nas antigas sociedades africanas. 
 
B) Segundo o intelectual Cheick Anta Diop, ao contrário do que acontece no “patriarcado”, no “matriarcado” são as 
mulheres que dominam a sociedade como um todo e subjugam os homens. 
 
C) A rainha Amanirenas citada pela autora foi uma “candace” de Kush, antigo reino africano que tinha uma forte 
tradição matrilinear em que as mulheres podiam ocupar importantes cargos religiosos e políticos. 
 
D) No texto, a autora faz uma reflexão sobre o papel das mulheres nas sociedades africanas, citando exemplos de 
algumas rainhas africanas e utilizando o conceito de “matriarcado”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 13 
 
Leia a notícia abaixo e, em seguida, escolha uma alternativa. 
 
“O diretor de cinema Moustapha Akkad morreu de complicações causadas pelos ferimentos que sofreu esta semana 
após os ataques a hotéis na Jordânia, informaram nesta sexta-feira (11/11/2005) emissoras de televisão árabes. Um dos 
poucos diretores árabes conhecidos no Ocidente, Akkad, nascido na Síria, estava hospedado em um dos três hotéis 
atingidos por militantes suicidas, em Amã, na quarta-feira, afirmaram a Al Jazeera e a Al Arabiya. As explosões 
mataram ao menos 56 pessoas. Sua filha morreu imediatamente após uma das explosões. Akkad foi produtor-executivo 
da série de filmes de terror “Halloween” e dirigiu, em 1976, um filme em inglês sobre o profeta Maomé, estrelando 
Anthony Quinn, chamado “Maomé – O Mensageiro de Alah” [cujo título original é “A Mensagem”]. Nascido em 
Aleppo em 1935, Akkad também dirigiu “O Leão do Deserto”, em 1981.” 
 
(CINEASTA morre por causa dos ataques na Jordânia. NE10, 11 nov. 2005. Disponível em: 
<https://ne10.uol.com.br/canal/entretenimento//noticia/2005/11/11/cineasta-morre-por-causa-dos-ataques-na-
jordania-93262.php>. Com adaptações. Acesso em: 03 jul. 2022.) 
 
Alternativas: 
 
A) A matéria registra os impactos provocados por atentados terroristas ocorridos na Jordânia em 2005, quando houve 
a morte de dezenas de pessoas, incluindo um famoso cineasta e sua filha. 
 
B) Indivíduos muçulmanos extremistas interpretam ao seu próprio modo os ensinamentos de Maomé, de modo que 
suas ações radicais e violentas não são compatíveis com o comportamento da maioria dos muçulmanos. 
 
C) Os ataques terroristas mencionados na matéria foram orquestrados pelo líder radical Abu Musab Zarqawi como uma 
forma de protesto contra a política anti-EUA adotada por Abdullah II, rei da Jordânia 
 
D) No filme “Maomé – O Mensageiro de Alah”, em respeito às tradições islâmicas relativas à representação do 
“profeta”, optou-se por não se mostrar diretamente a figura de Maomé em nenhum momento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://ne10.uol.com.br/canal/entretenimento/noticia/2005/11/11/cineasta-morre-por-causa-dos-ataques-na-jordania-93262.php
https://ne10.uol.com.br/canal/entretenimento/noticia/2005/11/11/cineasta-morre-por-causa-dos-ataques-na-jordania-93262.php
QUESTÃO 14 
 
Observe a imagem abaixo e escolha uma alternativa. 
 
 
(Muçulmanos reunidos ao redor da Caaba, em Meca, na Arábia Saudita. Imagem disponível em: 
<https://oglobo.globo.com/mundo/arabia-saudita-autoriza-que-um-milhao-peregrinos-vacinados-visitem-meca-neste-
ano-25469455>. Acesso em: 03 jul. 2022.) 
 
 Alternativas: 
 
A) A foto mostra dezenas de muçulmanos, em sua maioria vestidos de branco, ao redor da Caaba, templo considerado 
sagrado para o islamismo. 
 
B) Durante a pandemia de Covid-19, o governo da Arábia Saudita proibiu os peregrinos muçulmanos de beijar ou tocar 
a Pedra Negra, uma rocha que fica na Caaba. 
 
C) A tradição islâmica recomenda que os muçulmanos peregrinem até Meca pelo menos uma vez na vida. Durante essa 
peregrinação, os muçulmanos costumam dar sete voltas ao redor da Caaba. 
 
D) Todos os anos, muçulmanos viajam até a cidade de Meca para visitar a Caaba, santuário situado no exato local em 
que, de acordo com as tradições islâmicas, o profeta Maomé teria nascido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://oglobo.globo.com/mundo/arabia-saudita-autoriza-que-um-milhao-peregrinos-vacinados-visitem-meca-neste-ano-25469455
https://oglobo.globo.com/mundo/arabia-saudita-autoriza-que-um-milhao-peregrinos-vacinados-visitem-meca-neste-ano-25469455
QUESTÃO 15 
 
Leia o texto abaixo e assinale uma alternativa. 
 
“PARIS - O Conselho de Estado da França, principal tribunal administrativo do país, proibiu nesta terça-feira, 21, o 
uso das roupas de banho conhecidas como “burkini” – uma espécie de maiô que possui uma burca e cobre o corpo 
inteiro, exceto o rosto – nas piscinas públicas da cidade de Grenoble. A corte alegou razões religiosas, argumentando 
que a vestimenta viola o princípio da neutralidade do governo em relação à religião. Embora usado por apenas um 
pequeno número de pessoas na França, o burkini atrai intenso debate político no país. A vestimenta é frequentemente 
utilizada por mulheres muçulmanas que desejam preservar a modéstia de acordo com as suas crenças. A discussão em 
torno do seu uso reacendeu em Grenoble no dia 16 de maio, quando a câmara da cidade votou por relaxar as normas 
sobre as vestimentas permitidas em piscinas públicas. Conservadores e membros da extrema direita protestaram e 
afirmaram que a decisão enfraqueceria o princípio francês de secularismo na vida pública. Algumas mulheres 
consideraram a decisão desta terça-feira um ataque a fé muçulmana e aos seus corpos e afirmaram que ela foi baseada 
em ideias ultrapassadas sobre o islamismo. O Ministério do Interior iniciou uma ação judicial contra a Câmara de 
Grenoble por considerar que a medida atentou contra os princípios do Estado laico. O tribunal administrativo de 
Grenoble deu razão ao Ministério; a Câmara apelou à corte maior, mas a decisão desta confirmou o que o tribunal local 
determinou. Em um comunicado após a decisão, o Conselho de Estado critica o relaxamento das regras promovido pela 
cidade de Grenoble. “As novas regras de procedimento das piscinas municipais de Grenoble afetam o bom 
funcionamento do serviço público e põe em causa a igualdade de tratamento dos usuários”, declara. A Câmara de 
Grenoble respondeu o comunicado do Conselho e disse que o tribunal “atribuiu intenções” à decisão de relaxar as 
normas de vestimentas que “não existem”. Segundo a Câmara, o principal objetivo foi garantir a igualdade de 
tratamento para todos os usuários e usuárias das piscinas públicas. O argumento do órgão é que as mulheres deveriam 
ter o direito de vestir o que quiserem e expressar a convicção religiosa tanto em piscinas quanto nas ruas. Os defensores 
do burkini argumentam que, sem a vestimenta, algumas mulheres escolheriam, ou seriam pressionadas por familiares, 
a ficar longe de piscinas públicas. Já os opositores – que incluem autoridades locais da extrema direita, mas também 
da esquerda – argumentaram que a roupa de banho representa a opressão das mulheres e uma porta potencial para o 
radicalismo islâmico. O ministro do Interior da França, Gerald Darmanin, saudou a decisão desta terça-feira como uma 
“vitória do secularismo”. Ela é a primeira decisão sob uma lei controversa, defendida pelo presidente Emmanuel 
Macron, que visa proteger “valores republicanos” da “ameaça do extremismo religioso”. O debate sobre os burkinis 
está acalorado na França desde 2016, quando uma cidade do sul tentou bani-los das praias públicas. Na ocasião, o 
Conselho do Estado revogou a proibição, dizendo que ela infringia as liberdades fundamentais. Não há proibição 
nacional em vigor, mas a vestimenta é proibida em muitas piscinas públicas em todo o país. Na avaliação de Fatima 
Bent, do grupo feminista muçulmano Lallab, a decisão desta terça-feira é “um claro retrocesso” que irá isolar ainda 
mais as mulheres que cobrem suas cabeças e corpos empúblico. “As mulheres muçulmanas não são homogêneas. (As 
autoridades francesas) olham para as mulheres muçulmanas através de um único prisma”, disse à Associated Press. 
Bent citou como exemplo o fato de algumas mulheres muçulmanas serem forçadas por homens a se cobrirem - e que 
agora podem ficar afastadas de praias públicas por conta da decisão. Segundo a ativista, a decisão desta terça-feira 
reflete uma “fixação com o corpo de mulheres muçulmanas por parte de políticos que querem controlá-las”. A França, 
que tem a maior minoria muçulmana da Europa, estimada em 5 milhões, introduziu a proibição de véus de niqab e 
burca em público em 2010.” 
 
(TRIBUNAL proíbe burkini na França e debate sobre uso da vestimenta é reaceso no país. Estadão, 22 jun. 2022. 
Disponível em: <https://www.estadao.com.br/internacional/franca-reacende-debate-sobre-uso-de-burkini-apos-
tribunal-proibir-vestimenta-em-piscinas-publicas/>. Acesso em: 03 jul. 2022.) 
 
Alternativas: 
 
A) A burca, tradicional vestimenta usada por mulheres muçulmanas, foi inventada pelo profeta Maomé, que desejava 
“proteger” os corpos femininos dos olhares masculinos. 
 
https://www.estadao.com.br/internacional/franca-reacende-debate-sobre-uso-de-burkini-apos-tribunal-proibir-vestimenta-em-piscinas-publicas/
https://www.estadao.com.br/internacional/franca-reacende-debate-sobre-uso-de-burkini-apos-tribunal-proibir-vestimenta-em-piscinas-publicas/
B) O burkini, os véus de niqab e a burca não devem ser vistos apenas como formas de controle sobre os corpos das 
mulheres muçulmanas, mas também como símbolos da própria identidade cultural e religiosa dos muçulmanos. 
 
C) O texto da matéria aborda como as autoridades francesas têm tentado controlar a vestimenta usada por mulheres 
muçulmanas que vivem no país. 
 
D) As tentativas de se controlar o que as mulheres podem ou não vestir em público não são uma exclusividade da 
cultura islâmica, mas também podem ser vistas no interior das próprias sociedades “ocidentais”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 16 
 
Observe a imagem abaixo e, em seguida, escolha uma opção. 
 
 
(Foto mostrando o Taj Mahal, na Índia. Imagem disponível em: <https://www.culturagenial.com/taj-mahal/>. 
Acesso em: 03 jul. 2022.) 
 
Alternativas: 
 
A) O Taj Mahal tem características que são marcantes dentro da arquitetura islâmica, tais como a cúpula em forma de 
cebola – chamada de “amrud” – e a presença de minaretes, que também são comuns em mesquitas. 
 
B) A construção do Taj Mahal se deu graças ao envolvimento de milhares de artesãos e trabalhadores vindos de diversas 
partes do mundo islâmico, como dos territórios que ficam nas atuais Turquia e Síria. 
 
C) A foto mostra o Taj Mahal, monumento que se destaca na paisagem por sua grandiosidade e que está dentro de um 
complexo arquitetônico que conta com vastos jardins e espelhos d’água. 
 
D) Originalmente, o monumento da foto foi construído para ser a sede do governo de Shah Jahan, imperador do Império 
Gupta que dominou o território indiano no século XVII. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.culturagenial.com/taj-mahal/
QUESTÃO 17 
 
Leia o texto abaixo e, em seguida, escolha uma alternativa. 
 
“Tire os dragões e os zumbis da adaptação televisiva dos romances épicos de George R. R. Martin, “As Crônicas de 
Gelo e Fogo”, e você terá o retrato aparentemente autêntico de um mundo pseudo-medieval. De fato, Martin foi 
inspirado por eventos históricos como a Guerra das Rosas, as Cruzadas e a Guerra dos Cem Anos. Não é surpresa que 
Game of Thrones [GoT] esteja sendo usado para estimular o interesse pelos estudos da Idade Média. Westeros está 
repleta de artigos medievais, como cavaleiros, rainhas, espadas e castelo, além de personagens medievais reconhecíveis, 
incluindo planejadores maquiavélicos, guerreiros brutais, heróis nobres, senhores paternalistas e aristocratas sedentos 
de poder. Claro que GoT é fundamentalmente anti-histórico, inspirando-se em mitos populares sobre muitos períodos 
e lugares diferentes. Mas enquanto ilumina pouco sobre o passado, revela muito sobre como o imaginamos. 
 
O grotesco 
 
O estudioso medieval David Matthews sugere que as visões modernas da Idade Média podem ser categorizadas como 
românticas ou grotescas — Game of Thrones apresenta os dois elementos em espadas. Personagens como o cruel e 
mimado rei Joffrey Baratheon, sua intrigante mãe Cersei Lannister e o psicopata senhor da guerra Ramsey Bolton 
representam o grotesco, a ideia da Idade Média como uma era violenta e sem lei. Essa noção foi criada pelos literatos 
da Itália renascentista, na tentativa de redescobrir o aprendizado e a cultura da Grécia e Roma antigas. Tais visões 
foram reforçadas pela Reforma, que equiparava o catolicismo à loucura medieval. Tais atitudes foram fortalecidas 
durante o Iluminismo do século 18. A “luz” da razão moderna e da objetividade foi contrastada com as “trevas” 
supersticiosas que supostamente caracterizaram o período medieval. Deste modo, a Idade Média tornou-se uma barreira 
contra a qual medir as conquistas da modernidade. Se a Idade Média se tornou uma abreviação para a brutalidade, eles 
também podem destacar as supostas inadequações das sociedades não-ocidentais. Desde os ataques terroristas de 11 de 
setembro, tornou-se rotina entre os funcionários e jornalistas ocidentais classificar os extremistas islâmicos como 
“medievais”. Em 2015, a candidata presidencial republicana dos Estados Unidos, Carly Fiorina, chegou a afirmar que 
sua graduação na história medieval a ajudaria a combater o Estado Islâmico. Tais atitudes podem ser identificadas em 
Game of Thrones: os Dothraki de pele marrom são retratados como uma horda mongol, cuja principal característica é 
a selvageria primitiva. Daenerys Targaryen, uma pretendente ao trono de Westeros que liberta milhares da servidão no 
continente vizinho de Essos, é retratada como uma salvadora branca que traz liberdade aos escravos orientais. Enquanto 
isso, em Westeros, onde a história central se desenrola, a escravidão foi proibida séculos antes. A suposição subjacente 
aqui é que as sociedades progridem em direção à civilização ao longo do tempo. A terra imaginária de Westeros pega 
muito emprestado de um período anterior no desenvolvimento ocidental. Mas o continente oriental de Essos abriga 
sociedades com marcas culturais alinhando-as ao Oriente Médio e ao Extremo Oriente. Alguns deles são apresentados 
como mais refinados do que seus equivalentes ocidentais, mas também mais amorais, ecoando, assim, as visões 
ocidentais do leste que têm sido poderosas em nosso próprio mundo desde as Cruzadas. 
 
O romântico 
 
Há também muito a admirar nos protagonistas que defendemos. Daenerys, o heróico Jon Snow e o honroso e condenado 
Ned Stark são exemplos da Idade Média “romântica”. Eles são corajosos, honrados, nobres e justos, sentados dentro 
de uma visão do passado medieval informada por ideias sobre cavalheirismo e moralidade. Tais figuras remetem a 
antigas visões da Idade Média como uma era heróica em que os indivíduos poderiam fazer suas próprias escolhas 
morais. Pense no Arthur de TH White, Ivanhoe de Walter Scott e nas numerosas releituras da lenda de Robin Hood. 
Olhando para trás, vemos esses mesmos tropos nos romances arturianos de Thomas Mallory, compostos no fim da era 
medieval. Em todos os casos, os personagens principais defendem os oprimidos e desafiam as autoridades estabelecidas 
que não têm legitimidade moral, assim como nossos heróis em GoT. Mas o status aristocrático dos Starks e Targaryens 
também representa ordem social e coesão. Essas famílias rivais não procuram derrubar a hierarquia existente em 
Westeros, mas remodelá-la em linhas mais justas e benevolentes. Isso coincide com uma imagem da Idade Média como 
uma era de ouro da estabilidade, quando todos conheciam seu papel e tinhamresponsabilidades claramente definidas 
em relação ao outro. Para os pensadores do século 19, incluindo John Ruskin e William Morris, o período medieval era 
um modelo através do qual a humanidade poderia escapar das cruéis vicissitudes do capitalismo industrial. No entanto, 
as mulheres poderosas em Game of Thrones são indiscutivelmente modernas. Daenerys, Cersei Lannister e Arya Stark 
são símbolos do fortalecimento feminista, assumindo papéis tradicionalmente reservados aos homens. Curiosamente, 
o único personagem que realmente adere aos ideais cavalheirescos é Brienne of Tarth, que se veste e se comporta como 
um cavaleiro, mas não pode realmente ser um, por causa de seu gênero. Dito isto, a degradação e o abuso que muitas 
personagens femininas suportam — que provocaram acusações de misoginia — são naturalmente grotescas e não 
românticas. 
 
Alcançando o equilíbrio 
 
O que a série faz tão bem é equilibrar esses elementos: muita violência e muitos fãs se desligariam em desgosto. Muita 
mente moralista e o seriado pareceria desinfetado e sem um senso genuíno de perigo. Talvez seja por isso que as 
aventuras de personagens como Arya, o irmão de Cersei, Jaime Lannister, seu executor Sandor Clegane e, acima de 
tudo, o encantador e maquiavélico Tyrion Lannister contribuem para uma visão tão atraente. Eles operam nas fronteiras 
entre o “grotesco” e o “romântico”, tornando-os admiráveis e repugnantes em igual medida. Mais amplamente, a série 
nos diz algo sobre como seu público pode se sentir sobre a sociedade hoje. A maioria de nós está feliz por ter avançado 
além da barbárie que associamos à Idade Média. Mas muitos também sentem que os valores do dever e da 
responsabilidade social foram perdidos ao longo do caminho. Como conceitualizamos o presente é inevitavelmente 
influenciado pela forma como imaginamos o passado. Em termos de vender uma história, portanto, a precisão ou não 
da visão medieval apresentada por Game of Thrones é irrelevante.” 
 
(MARSDEN, Richard. Game of Thrones traz elementos romantizados e grotescos da Idade Média. Revista Galileu, 
09 abr. 2019. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Game-of-Thrones/noticia/2019/04/game-thrones-traz-
elementos-romantizados-e-grotescos-da-idade-media.html>. Com adaptações. Acesso em: 03 jul. 2022.) 
 
Alternativas: 
 
A) Embora séries e filmes ficcionais nem sempre abordem o passado com “precisão histórica”, a análise de tais obras 
mostra como elementos do passado são imaginados a partir de questões e temas do próprio tempo presente. 
 
B) A falta de inovações nos campos da arte, da ciência e da filosofia durante o período medieval contribuiu para que a 
Idade Média ficasse conhecida como a “Idade das Trevas”. 
 
C) Segundo o autor do texto, a série televisiva Game of Thrones foi inspirada em uma série de estereótipos em relação 
à Idade Média, tal como a noção de que aquele período teria sido uma época violenta e sem lei. 
 
D) A imagem da Idade Média como a “Idade das Trevas” foi elaborada e reelaborada ao longo do tempo, especialmente 
durante o Renascimento, a Reforma Protestante e o Iluminismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://revistagalileu.globo.com/Game-of-Thrones/noticia/2019/04/game-thrones-traz-elementos-romantizados-e-grotescos-da-idade-media.html
https://revistagalileu.globo.com/Game-of-Thrones/noticia/2019/04/game-thrones-traz-elementos-romantizados-e-grotescos-da-idade-media.html
QUESTÃO 18 
 
O vídeo abaixo aborda o caso da epidemia de dança que ocorreu em Estrasburgo, em 1518. Assista-o com atenção e, 
seguida, assinale uma alternativa. 
 
LINK PARA ASSISTIR AO VÍDEO: <https://www.youtube.com/watch?v=n6ekTrpbz_M>. 
 
Alternativas: 
 
A) O episódio narrado no vídeo é um dos mais famosos casos de histeria coletiva que já ocorreram no continente 
europeu, e chama a atenção pelos mistérios que o cercam. 
 
B) No período medieval, episódios como o que é descrito no vídeo eram interpretados como punição divina ou como 
possessão demoníaca, o que mostra a força do pensamento religioso naquela época. 
 
C) Graças à vasta documentação disponível sobre o tema, hoje os historiadores conhecem com plena exatidão todos os 
detalhes do episódio narrado no vídeo. 
 
D) O fenômeno por trás do episódio narrado no vídeo se chama “coreomania”, e já foi tema de um conto escrito por 
Hans Christian Andersen e de uma música da banda britânica Florence + the Machine. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=n6ekTrpbz_M
QUESTÃO 19 
 
O vídeo abaixo é o trailer do filme O Último Duelo (2021, direção de Ridley Scott). Assista-o com atenção e, em 
seguida, escolha uma alternativa. 
 
LINK PARA ASSISTIR AO VÍDEO: <https://www.youtube.com/watch?v=sm7vofMwXwg>. 
 
Alternativas: 
 
A) Eric Jager, autor do livro que inspirou o filme O Último Duelo, afirmou ao jornal LA Times que 75% das 
informações contidas no roteiro do filme dirigido por Ridley Scott não correspondiam à verdade dos fatos. 
 
B) O filme narra a história real de um julgamento por combate realizado na França no final do século XIV, quando a 
esposa de um cavaleiro acusou um homem de ter cometido violência sexual contra ela. 
 
C) O filme apresenta três diferentes versões da história, mas a versão considerada verdadeira pelo roteiro do filme é a 
versão contada pela mulher que foi vítima de violência sexual. 
 
D) Assim como mostrado no filme, muitas mulheres vítimas de estupro evitavam denunciar os seus agressores na 
França medieval, pois elas podiam ser condenadas à morte caso fossem consideradas mentirosas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=sm7vofMwXwg
QUESTÃO 20 
 
Ouça a canção Dance of Death, gravada pela banda inglesa de heavy metal Iron Maiden. Em seguida, escolha uma 
alternativa. 
 
LINK PARA OUVIR A CANÇÃO: <https://www.youtube.com/watch?v=3659fTXvFts>. 
 
Alternativas: 
 
A) Após uma introdução sutil, em que se destacam os delicados sons emitidos por instrumentos de corda, a música 
adquire aos poucos um tom mais pesado e típico do gênero musical conhecido como heavy metal. 
 
B) A canção fez parte do álbum Dance of Death, lançado pela banda Iron Maiden em 2003, e foi a única música 
daquele disco que tratou de temas relacionados à Idade Média. 
 
C) Ao longo da Idade Média, a morte – que é o tema da canção – foi interpretada de diferentes formas, ora como algo 
“natural” ora como algo misterioso e sobre o qual havia inúmeras incertezas. 
 
D) O título da canção remete a uma cena do filme O Sétimo Selo (1957, direção de Ingmar Bergman), em que alguns 
personagens literalmente dançam com a morte. 
https://www.youtube.com/watch?v=3659fTXvFts

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