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ATACADO E VAREJO DE PRODUTOS FINANCEIROS AULA 6 Prof. Aldenor Fernandes dos Santos 2 PRODUTOS PARA O CLIENTE DE ATACADO CONVERSA INICIAL Esta aula se destina a você, abordando questões fundamentais sobre a temática de Produtos para Clientes de Atacado, e servirá como uma bússola condutora de sua vigem pelo mundo do conhecimento. O contato com a temática servirá para que você possa acercar-se do tema como profissional afeto ao mercado financeiro. Para isso, é necessário que você esteja disposto a pensar sobre os conceitos e valores que envolvem o tema, percebendo o conteúdo como um instrumento de amparo à sua atuação profissional. Dada a dinamicidade e atualização constante do tema, esta aula foi pensada e estruturada para permitir que você se aprofunde nos estudos sobre ele, sem esgotá-lo. Você estudará um pouco sobre Técnicas de Venda de Produtos Financeiros para o Cliente de Atacado; Aplicações Financeiras, Investimentos; Mercado de Capitais e derivativos; Cash Management; Agronegócio e Negócios Internacionais, relacionando tais conteúdos com sua atuação profissional. É importante que você saiba que esta aula se constitui como um pequeno espaço de aprendizagem que precisa dialogar com outras abas de conhecimento, a fim de fortalecer o aprendizado. Cabe a você, muito além do que apenas compreender o que aqui está posto, cônscio de que é um agente proponente de uma nova percepção sobre a matéria, intensificar os esforços no sentido da construção dessa nova compreensão. E, não há forma de fazê-lo a não ser por meio da sua dedicação. Bom estudo! CONTEXTUALIZANDO Para tratar da temática Produtos para Clientes de Atacado, importa, antes de tudo, mencionar que o atacado bancário oferece produtos e serviços a clientes específicos, pessoas jurídicas ou físicas. Para que essas instituições financeiras tenham sucesso, elas precisam se aproximar dos clientes de forma a atendê-los em suas necessidades. Para que isso aconteça, os bancos necessitam de estratégias para se aproximar dos clientes e vender seus produtos e serviços. Com base nessas 3 premissas, busca-se compreender melhor o tema, notadamente conhecendo um pouco sobre Técnicas de Venda de Produtos Financeiros para o Cliente de Atacado; Aplicações Financeiras, Investimentos; Mercado de Capitais e derivativos; Cash Management; Agronegócio e Negócios Internacionais. Na perspectiva de contribuir com um contínuo e efetivo aprendizado é que esta aula tem como propósito a construção de um alicerce que proporcione a ampliação dos conteúdos e a formação de um pensamento consolidado de forma crítica, no qual você poderá adquirir novos conhecimentos relacionados aos bancos de atacado e os serviços ofertados, que venham a ser agregados em sua vida acadêmica e profissional. É isso que buscamos com essa aula. Vamos começar? TEMA 1 – TÉCNICAS DE VENDA DE PRODUTOS FINANCEIROS PARA O CLIENTE DE ATACADO Fonte: naum/Shutterstock. Dentre as estratégias mais utilizadas para um bom desempenho dos bancos no tocante às vendas, destacamos o marketing. Os bancos têm se preocupado em investir tempo, recursos financeiros, operacionais e humanos na construção de uma proposta de marketing na busca de obter maiores resultados. 4 Face às crescentes mudanças no setor, especialmente com as novas possibilidades de atendimento com base em novos canais de vendas e comunicações com os clientes, os bancos têm buscado formas de otimizar o atendimento, atualmente realizado pelas interações entre máquinas e funcionários e entre máquinas e clientes. Nesse sentido, há a necessidade de um reforço no marketing de relacionamento para que se mantenha um atendimento de qualidade. Marketing de relacionamento significa criar, manter e acentuar sólidos relacionamentos com os clientes e outros públicos. Cada vez mais, o marketing vem transferindo o foco das transações individuais para a construção de relacionamento que contém valor e redes de oferta de valor. O marketing de relacionamento está mais voltado para o longo prazo. Sua meta é oferecer valor de longo prazo aos clientes, e a medida do sucesso é dar-lhes satisfação a longo prazo. (Kotler; Armstrong, 1998, p. 397) Chegar ao cliente por vários canais de atendimento já é uma realidade no Brasil. O setor bancário é um desses setores que já consolidaram essa realidade, especialmente em função do advento dos serviços via internet, além do que realizar transações via pontos de atendimento eletrônico tem se tornado uma oportunidade para otimização do tempo. Nesse contexto, os bancos diversificam seus serviços, e para manter um atendimento de qualidade, tendo em vista a perda das relações interpessoais, desenvolvem estratégias de marketing que possam atrair os clientes. Residem aquelas que dizem respeito a vantagens e atendimento diferenciado para clientes considerados especiais. Evidentemente que, para um melhor atendimento e como forma de estreitar e solidificar relações, os bancos segmentem sua clientela, dando atenção especial a cada cliente, considerando seu potencial econômico- financeiro. Com isso as instituições financeiras criam estratégias para fidelização de clientes fortalecendo o relacionamento, evitando evasão e gerando crescimento e lucro. E, segundo Garcia (1998), relacionamentos a longo prazo são fundamentais, pois podem se tornar parcerias com ótimos resultados, incidindo diretamente no processo de vendas, deixando o cliente satisfeito e, sobretudo, atendendo suas necessidades. Ao tratar do marketing no setor bancário como alavanca das vendas, Simionato e Servidoni (2008) pontuam que as instituições financeiras cada vez mais oferecem produtos e serviços semelhantes em qualidade e preço. Assim, com vista a um melhor atendimento, tratando cada um de “maneira diferente 5 esse meio acabou criando o seu próprio marketing, o qual conhecemos hoje como ‘marketing bancário’” (Simionato; Servidoni, 2008, s/p). Para melhor atender aos clientes, a empresa bancária precisa conhecer um pouco sobre ele, seu potencial financeiro e suas especificidades; por exemplo, se ele é um potencial investidor, quais são suas necessidades ao buscar os serviços bancários, e, saber como o banco pode atendê-lo dentro dos serviços disponíveis. Neste sentido, os bancos observam o conceito de “gerenciamento do relacionamento com o cliente”, chamado de Customer Relationship Management – CRM. O CRM, bem como a internet, transformou a maneira como as empresas usam, vendem e se relacionam com os clientes, tendo um impacto profundo no marketing tradicional. É uma tecnologia que permite capturar os dados do cliente e de todos os seus contatos e transações, por meio da informatização integrada dos diversos pontos de contrato com os clientes, consolidá-los em um banco de dados central, analisar e promover o uso inteligente da informação a cada contato. (Dias, 2003, p. 404) Com base nesse conhecimento as instituições financeiras passam a trabalhar técnicas para melhor atender a seus clientes. Trata-se de uma orientação ao gerente, que por meio desse saber de mercado e das especificidades do cliente, constrói ações para satisfazê-lo, realizando os seus objetivos, os quais são fundamentados no próprio mercado. 6 TEMA 2 – APLICAÇÕES FINANCEIRAS, INVESTIMENTOS Fonte: NicoElNino/Shutterstock. Aplicação financeira pode ser compreendida como o processo no qual se empresta dinheiro a uma instituição financeira. É o ato de se aportar dinheiro numa instituição financeira; banco ou corretora, mediante compensação financeira. Do mesmo modo, a compra de um ativo (ação ou título, por exemplo) para obtenção de um rendimento por determinado período. As aplicações financeiras podem ser em investimentos de renda fixa ou variável. Conforme aponta Assaf Neto e Lima (2010), aplicaçãoem renda fixa é aquela em que se conhece os rendimentos de forma antecipada, quando se vai realizar a aplicação. Os rendimentos próprios de renda fixa também podem ser prefixados ou pós-fixados. As cadernetas de poupança, letras de câmbio, certificados de depósitos bancários – CDB, além dos fundos de investimentos em renda fixa, das letras hipotecárias e das debêntures, são, no Brasil, os principais ativos de renda fixa. Tais investimentos devem devolver ao cedente o valor aplicado, com juros do tempo em que o dinheiro ficou guardado, ou seja, o investidor recebe de volta o valor investido adicionado dos juros, como recompensa pelo dinheiro emprestado. A caderneta de poupança “é considerada a modalidade de aplicação financeira mais popular e antiga do mercado. Indicada para o pequeno investidor, a poupança rende TR + 6% ao ano (0,5% ao mês)” (Brasil, 2015). 7 Também sobre o tema, Fortuna (2008) pontua que caderneta de poupança é a aplicação mais simples e tradicional, constituindo-se como uma das poucas aplicações com possibilidade de aplicação de pequenas somas e ter liquidez, mesmo com a perda de rentabilidade quando se retira valores fora da data de aniversário da aplicação. De acordo com Lima, Galardi e Neubauer (2006), fundos de investimentos é uma modalidade de investimentos em conjunto, na qual vários investidores depositam seus recursos a fim de obter retorno financeiro, sendo feito em forma de condomínio. Tais fundos são regidos pela Instrução da Comissão de Valores Imobiliários, CVM 555, sendo os principais: Fundos de Investimento Imobiliário – FII, Fundos de Investimento em Direitos Creditórios – FIDC e FIDC-NP, Fundos de Investimento em Participações – FIP e os Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional – FUNCINE. Em se tratando do mercado de renda variável, observam-se as operações em que não se tem definidos os valores a serem recebidos; operações realizadas em bolsa de valores, ou mesmo fora desta, com a interveniência de instituições financeiras tais como bancos, corretoras e distribuidoras, que integram o Sistema Financeiro Nacional, regidas pela Instrução Normativa RFB n. 1.0022/2010. São exemplos de aplicações em renda variável: ações; Fundos de Renda Variável; Commoditties (ouro, moeda e outros) e, dentre outros, os Derivativos (contratos negociados na Bolsa de Valores, de mercados, de futuros e assemelhadas). Tais aplicações são compostas, sobretudo, por aplicações em ações e títulos com taxa de retorno variável, a partir dos quais o investidor tem lucros ou não, em função do desempenho das ações (Fortuna, 2010). 8 TEMA 3 – MERCADO DE CAPITAIS E DERIVATIVOS Fonte: bluebay/Shutterstock. Para tratar deste tema importa, inicialmente, apresentar um pouco sobre a estrutura do Sistema Financeiro Nacional – SNF. Assim, e rapidamente, vamos estudar um pouco sobre o assunto. Dentro desse contexto não poderíamos deixar de mencionar o Conselho Monetário Nacional – CMN, instituído pela Lei n. 4.595 de 31 de dezembro de 1964, um órgão deliberativo máximo do SFN, responsável por expedir as diretrizes gerais para o seu funcionamento. Em sua composição, temos: o Ministro da Fazenda (presidente), o Ministro do Planejamento e o Presidente do BACEN. Ainda nesse âmbito se insere a Comissão de Valores Imobiliários - Lei n. 6.385/76, ampliada pelas Leis n. 10.303/01 e 10.411/02. O Mercado de Capitais tem sua Base Regulamentar constituída em várias legislações. Em 1965, a Lei n. 4.728 disciplina o mercado de capitais e estabelece medidas para o seu desenvolvimento. Contudo, já em 1964, com a Lei n. 4.595, se pensava aspectos relacionados ao mercado de capitais com a Reforma Bancária, inclusive com a criação do CMN. Em 1976 duas outras leis foram importantes para esse contexto, a Lei n. 6.385/76, que cria a Comissão de Valores Mobiliários, e a Lei da CVM, Lei n, 6.404/76, que dispõe sobre as Sociedades por Ações. A Comissão de Valores Imobiliários – CVM trouxe importantes diretrizes sobre a matéria com: a Instrução CVM 480/09, que dispõe sobre o registro de 9 emissores de valores mobiliários admitidos à negociação em mercados regulamentados de valores mobiliários; a Inst. CVM 461/07, que disciplina os mercados regulamentados de valores mobiliários e dá diretrizes sobre as Bolsas; a Lei n. 10.303/01, a nova Lei das Sociedades por Ações, e a Inst. CVM 555/14, que disciplina os fundos de investimentos. Feitas essas considerações iniciais, torna-se fundamental mencionar que “o mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários, que tem o propósito de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização” (Brasil, 2010, p. 7). Trata- se de um sistema arquitetado para contribuir com a capitalização das empresas, auxiliando na geração de riqueza à sociedade. É formado pelas bolsas de valores, instituições financeiras autorizadas e pelas sociedades corretoras e outras. As negociações no mercado de capitais são responsáveis pela circulação de capital para custear o desenvolvimento econômico. A partir disso, tem-se a capitalização das empresas, impulsionando atividade econômica e a geração de empregos. Ao absorver os recursos, as empresas realizam investimentos, o que aciona o mercado de produção. “o mercado financeiro é aquele que permite e viabiliza a transferência de recursos financeiros entre os agentes econômicos poupadores, que dispõem de recursos, e aqueles que deles necessitam, os tomadores de recursos” (Brasil, s/d, p. 2). O mercado de derivativos, por sua vez, se trata de valores mobiliários cujos valores e características de negociação estão diretamente ligados a outros ativos que lhes são referência. Um derivativo é um ativo ou instrumento financeiro, cujo preço deriva de um ativo ou instrumento financeiro de referência ou subjacente, e que justifica a sua existência, seja com a finalidade de obtenção de um ganho especulativo específico em si próprio, ou, e principalmente como proteção – hedge – contra eventuais perdas no ativo ou instrumento financeiro de referência. (Fortuna, 2010, p. 779) Com base em Spinola, e numa concepção mais simplificada, como assim coloca o autor, derivativos “são negócios derivados de outros negócios” (Spinola, 1998, p. 42). Ou seja, trata-se de um instrumento financeiro que não apresenta valor por si só. Na atual conjuntura financeira, os derivativos são essenciais como instrumentos de proteção a riscos (hedge) a investimentos no mercado de capitais. Nessa mesma linha de raciocínio, Assaf Neto e Saunders expõem que “[...] derivativos são instrumentos financeiros que se originam 10 (dependem) do valor de outro ativo, tido como ativo de referência. Um contrato derivativo não apresenta valor próprio, derivando-se do valor de um bem básico” (Assaf Neto; Saunders, 2002, p. 331). O mercado de derivativos é inovador, avançando na velocidade da tecnologia e junto às necessidades financeiras. Por essa razão, as empresas estão tendo sucesso com o uso desses instrumentos, necessariamente construindo uma análise e gestão de riscos. Assim, “[...] o principal objetivo dos derivativos é que agentes econômicos possam proteger-se contra riscos de oscilações de preços, taxas de juros, variações cambiais [...]” (Lopes; Galdi; Lima, 2011, p. 41). TEMA 4 – CASH MANAGEMENT Créditos: Rei Imagine/Shutterstock. Ao pensar sobre Cash Management verifica-se a importância de discutir sobre planejamento financeiro. Planejar é essencial para o sucesso de uma organização financeira. O gestor que não planeja suas ações corre o risco de ser surpreendido por imprevistos e colocar a empresa em dificuldades. Para Ross et al., as mudanças numa empresa são definidas pelo planejamento financeiro. Essa organização é necessária em função do estabelecimentode metas da empresa, bem como para a tomada de decisões concernentes ao investimento e financiamento. Além disso, é importante que a empresa se organize, para que as mudanças de condições não as pegue de surpresa (Ross et al., 1995, p. 522). 11 Os planos financeiros e orçamentos fornecem roteiros para atingir os objetivos da empresa (Gitman, 1987, p. 250). Logo, é imprescindível que a empresa se organize para que tenha o controle sobre suas finanças, os ganhos e as saídas. Não se pode pautar o sucesso e a solvência de uma empresa apenas em projetos rentáveis e pelo aumento das vendas. "A crise de liquidez, isto é, a falta de caixa para pagar as obrigações financeiras sempre põe em perigo uma companhia" (Gropelli; Nikbakht, 1998, p. 365). Neste contexto, impossível não referenciar o fluxo de caixa, uma ferramenta que tem sido essencial na gestão financeira das empresas. "O fluxo de caixa é o instrumento que permite ao administrador financeiro planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa para um determinado período" (Zdanowicz, 1998, p. 19). Nas concepções de Assaf Neto e Silva, fluxo de caixa “é um processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados pelas várias atividades” (Assaf Neto; Silva, 1997 p. 38). A partir do fluxo de caixa o gestor consegue programar e acompanhar as entradas e as saídas de recursos financeiros, de forma que a empresa possa acompanhar as operações financeiras, operando sempre conforme os objetivos e as metas traçados, a curto e a longo prazos, inclusive facilitando a análise e a tomada de decisão no sentido de comprometer os recursos financeiros. “É importante ressaltar que o caixa é o centro dos resultados, para tomada de decisões financeiras, e representa a ‘disponibilidade imediata’, ou seja, é diferente do ‘resultado econômico contábil’” (Silva, 2005, p. 11). É de extrema relevância que a empresa tenha uma boa organização de seu fluxo de caixa, pois a má gestão desse instrumento tem sido responsável por fracassos em empresas, inclusive podendo levá-las ao fracasso. 12 TEMA 5 – AGRONEGÓCIO E NEGÓCIOS INTERNACIONAIS Fonte: Allexxandar/Shutterstock. Para tratar do tema Agronegócio e negócios internacionais importa, antes de mais nada, compreender o processo de internacionalização, um processo no qual as empresas conseguem manter os empreendimentos em momentos de instabilidade econômica. A internacionalização permite às empresas integrarem-se com territórios de outra nação, o que permite ganhos em outros mercados. Evidentemente que a industrialização crescente a partir da segunda metade do século promoveu abertura às grandes empresas brasileiras. No período entre 1990 e 2000 presenciamos um crescimento das empresas brasileiras que puderam expandir seu negócio, adaptando-se ao novo cenário de abertura e estabilidade da economia, ao mesmo tempo em que conseguem expandir suas atividades, construindo uma oportunidade no cenário internacional (Costa; Souza-Santos, 2010, p. 169). O processo de internacionalização é uma estratégia empresarial e diz respeito ao direcionamento de procedimentos, ferramentas e tecnologias de uma empresa com vistas à comercialização ou investimentos através das fronteiras entre países, onde estas “organizam, abastecem, fabricam, comercializam e conduzem atividades de valor agregado em escala internacional”. (Cavusgil; Knight; Riesenberger, 2010, p. 3) Essa realidade é buscada pelas empresas por várias razões, dentre as quais, a oportunidade de expansão e inserção internacional. Aliado a isso, tem- 13 se a obtenção de lucros, crescimento e diversificação de mercado, serviços e formas de negociações e melhor atendimento ao cliente (Cavusgil; Knight; Riesenberger, 2010). Dentro dessa perspectiva de internacionalização se insere o agronegócio brasileiro. “Na esteira da expansão do comércio internacional, o agronegócio brasileiro elevou consideravelmente o grau de abertura do setor entre 1996 e 2014, passando de 14,3% a 22,6% - tendo atingido seu pico em 2004, com 25,9%” (FGV, 2015, p. 9). Em grande medida, as definições de agronegócio perpassam um conjunto de medidas incentivadas por governos e instituições privadas que contribuem para a industrialização e a padronização da agricultura em âmbito internacional. Dentro desse contexto, os bancos se inserem, especialmente no quando a Associação Brasileira de Agronegócio – ABAG reúne as instituições que “direta ou indiretamente encontram-se envolvidas com a atividade agrícola e agroindustrial” (Bruno, 1997, p. 36). Importante mencionar a participação de instituições como Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional - USAID e Banco Mundial, que, a partir das demandas de agricultores de diversos países, compreenderam a necessidade da abertura de crédito com linhas especiais de financiamento para aquisição de sementes, fertilizantes, insumos químicos e pesticidas, que passaram a ser importados, assim sendo, essas agências passam a promover políticas de liberalização comercial (Shiva, 1991, p. 30). Nesse sentido, observa-se a importante participação dos bancos, os quais conseguem promover a logística financeira necessária ao processo de constituição e infraestrutura do agronegócio. Um exemplo disso são os bancos cooperativos, que recebem autorização para manejar os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT, ou mesmo com créditos internacionais, como o Crédit Agricole, o Desjardin e DG Bank. TROCANDO IDEIAS • Diante do aprendizado até aqui, como você, vê o nosso sistema financeiro? • Como o mercado de capitais pode contribuir para o sucesso de uma empresa? 14 NA PRÁTICA Para compreender como funciona a gestão operacional de uma empresa, ela precisa ter bem definido seus objetivos, os quais são executados a partir da tomada de decisões. Após traçados os objetivos e definidas as metas é necessário construir um fluxo, para garantir que os objetivos delineados sejam efetivamente alcançados. Nesse sentido, imagine-se numa situação em que se termina o período proposto pelas metas, simule um Fluxo de Caixa, mostrando seus resultados. Após a construção do fluxo de caixa, e olhando para sua gestão financeira, como está sua empresa? FINALIZANDO Nesta aula discutimos um pouco sobre Técnicas de Venda de Produtos Financeiros para o Cliente de Atacado; Aplicações Financeiras, Investimentos; Mercado de Capitais e derivativos; Cash Management; Agronegócio e Negócios Internacionais. Buscamos traçar uma linha de raciocínio para que você tenha condições de construir um pensamento consolidado de forma crítica, no qual você poderá adquirir novos conhecimentos relacionados aos bancos de atacado e os serviços ofertados, relacionando todos os conceitos com o Sistema Financeiro Nacional e tudo o que ele envolve. Esperamos que esse conteúdo agregue em seus conhecimentos de modo a contribuir, de forma substancial, para seu aprendizado, e aplicação na prática na vida profissional, razão pela qual acreditamos na importância de temas como esse. Bons estudos!!! Mantenham-se firmes. REFERÊNCIAS ASSAF NETO, A.; SAUNDERS, A. Administração de instituições financeiras. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração de capital de giro. São Paulo: Atlas, 2010. 15 ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Fundamentos de administração financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997. BRASIL. Comissão de Valores Mobiliários. 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