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DESNUTRIÇÃO E OBESIDADE Deficiência, excesso ou desequilíbrio na ingestão de energia e/ou nutrientes por um indivíduo Subnutrição: incluindo aqui, além da desnutrição energético-proteica, a deficiência de micronutrientes Excesso de peso (sobrepeso e obesidade) Desnutrição energético – proteíca (DEP) Desequilíbrio entre o suprimento de energia e de nutrientes e a demanda do organismo para garantir sua manutenção, crescimento e funções metabólicas · Primária: Não há outra doença associada (insegurança alimentar) · Secundária: Doença relacionada Baixa ou inadequada ingestão alimentar Alteração na absorção Necessidades nutricionais aumentadas e/ou Perdas aumentadas de nutrientes Failure to thrive (FTT): Crescimento inadequado ou incapacidade de manter o crescimento normal, geralmente no início da infância Fatores familiares podem contribuir para inadequada ingesta calórica: · Doença psiquiátrica do cuidador · Distúrbio cognitivo do cuidador · Dificuldades financeiras da família · Negligência · Abuso Aguda (< 3 meses): Emagrecimento (wasting) Crônica (> 3 meses): Parada de Crescimento (stunting) Fisiopatologia A criança com DEP vive um delicado equilíbrio homeostático, limítrofe ao colapso endócrino-metabólico Mudanças intensas em múltiplos sistemas orgânicos: · Endócrino · Imune · Nervoso central · Gastrointestinal · Cardiovascular · Renal A escassez de nutrientes, na DEP moderada e grave, favorece hipoglicemia, lipólise, glicólise, glicogenólise e neoglicogênese · Alterações nos eixos da insulina, com diminuição da produção e aumento da resistência periférica pela ação dos hormônios contrarreguladores (hormônio de crescimento, epinefrina e corticosteroides) · Redução no metabolismo, com alterações na via tireoidiana de aproveitamento de iodo e conversão hormonal, a fim de reduzir o gasto de O2 e conservar energia Redução na oferta de fosfatos energéticos: Alterações nas bombas iônicas de membrana celular, cursando com sódio corporal elevado e hiponatremia, hipopotassemia, hipercalcemia e maior tendência a edema intracelular · Dependendo da época de aparecimento e do grau da DEP, alterações morfofuncionais do sistema nervoso central (SNC) são esperadas, com mudanças no processo de mielinização do SNC, nas atividades mitóticas dendríticas, produção de neurotransmissores e no amadurecimento da retina · Alterações gastrointestinais: Insuficiência pancreática, crescimento bacteriano, atrofia das vilosidades intestinais, com redução da capacidade absortiva do organismo, e comprometimento na produção das dissacaridases, com ênfase na lactase · A disbiose observada em crianças com DEP pode ser uma das responsáveis pelo achado de elevadas concentrações de citocinas pró-inflamatórias, tais como o fator de necrose tumoral e as interleucinas 1, 6 e 12, o que compromete ainda mais o balanço nutritivo-energético · A fisiopatologia do edema do desnutrido é multifatorial Falência da bomba de sódio e potássio que determina edema celular Aumento da permeabilidade vascular pela hipoalbuminemia secundária à menor síntese Aumento de citocinas pró-inflamatórias e do estresse oxidativo Associa-se a uma dieta com qualidade nutricional pobre (incluindo deficiência de zinco, fósforo e magnésio), com consequente perda do apetite, comprometimento do crescimento e resposta desfavorável a infecções, modificando a resposta da criança diante do estresse ambiental Diagnóstico · Anamnese · Exame físico: Formas clínicas graves (Marasmo e Kwashiorkor); Medidas antropométricas · Exames laboratoriais Anamnese · Antecedentes neonatais Prematuridade, crescimento intrauterino restrito · Antecedentes nutricionais Aleitamento materno, tempo de aleitamento materno exclusivo e total; motivo para o não aleitamento ou desmame precoce Na história alimentar, identificar se há deficiência na quantidade e/ou qualidade dos nutrientes · Aspectos psicossociais · Condições de saneamento e moradia · Presença ou não de doenças associadas Avaliação antropométrica · Escores z de peso para idade, estatura para idade e índice de massa corporal (IMC) para a idade abaixo de -2 são indicativos de comprometimento nutricional · Queda nos escores z de peso para idade e de IMC para idade indica comprometimento agudo, recente, e consumo das reservas corporais · Quando a estatura está comprometida, pode-se supor que o processo de subnutrição seja prolongado, a ponto de comprometer o crescimento físico · Quando todos estão baixos, considera-se a existência de agravo nutricional crônico e em evolução · Crianças de 6 meses a 5 anos de idade - Escores z entre -2 e -3 do índice peso/estatura (comprimento): DEP moderada - Crianças com escores z < -3: DEP grave · Uma outra forma de abordar o estado nutricional de crianças entre 1 e 5 anos é a medida da circunferência braquial - Valores < 115 mm indicariam risco elevado da presença de DEP grave Com base na antropometria, a OMS define DEP grave · Circunferência braquial (CB) < 11,5 cm · Escore Z de peso para estatura (ZPE) abaixo de -3 OU · Presença de edema nos pés bilateralmente em crianças com Kwashiorkor Quando os recursos estão disponíveis, é preferível avaliar tanto CB quanto ZPE; Na ausência de recursos, a aferição da CB é simples e confiável para o diagnóstico de desnutrição grave Tratamento Na DEP grave, avalia-se a presença de complicações clínicas e metabólicas que justifiquem a internação hospitalar · 1° fase: Estabilização · 2° fase: Reabilitação · 3° fase: Acompanhamento
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