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Medicação Pré-Anestésica: Objetivos e Fármacos

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MEDICAÇÕES PRÉ-ANESTÉSICAS
OBJETIVO DA MPA 
A medicação pré-anestésica (MPA) é um procedimento que antecede a anestesia geral, proporcionando ao paciente uma agradável indução anestésica. Assim, minimiza os efeitos indesejáveis, como a irritabilidade, euforia, salivação, vômito, regurgitação, proporcionando sedação, analgesia, potencialização dos anestésicos gerais e condições favoráveis de trabalho, entre outros.
A MPA apresenta algumas vantagens, como: redução da dor e do desconforto: devido a alguns fármacos apresentarem efeito analgésicos, mas não promovendo uma anestesia; viabilidade de indução direta por anestésicos voláteis: onde o paciente aceita a indução pelo odor agradável, rejeitando odor acre como éter; adjuvante da anestesia local: onde o paciente não permite manipulação mesmo não sendo um procedimento doloroso; redução de risco de excitação pela anestesia barbitúrica, o que reduz o desconforto para o paciente e para o profissional; redução do ptialismo e da sialorréia: que pode aumentar consideravelmente devido alguns fármacos como o cloridrato de xilazina e cloridrato de quetamina por exemplo, além disso uma salivação excessiva poderia obstruir as vias respiratórias; redução de bloqueio vagal na indução por barbitúricos: a indução direta por barbitúricos, sendo metade da dose administrada rapidamente, libera ação simpática, que é indesejável em pacientes com distúrbios cardiocirculatórios.
O uso da MPA minimiza alguns efeitos, como, redução do metabolismo basal: alguns fármacos deprimem o sistema nervoso central sem causar transtornos ao animal; potencialização com outras drogas anestésicas: alguns fármacos podem causar sinergismo quando administrados em associações; ação termolítica: fármacos como os fenotiazínicos podem causar queda da temperatura corporal sendo aconselhados em caso de hibernação artificial.
FÁRMACOS
A MPA é classificada em fármacos anticolinérgicos, tranqüilizantes, hipnóticos e hipnoanalgésicos.
1. ANTICOLINÉRGICOS
Os agentes anticolinérgicos antagonizam os efeitos muscarínicos a nível periférico da acetilcolina. São utilizados para reduzir a salivação e a secreção bronquial, bloquear os efeitos dos impulsos do nervo vago e o efeito produzido por certas drogas que estimulam o sistema parassimpático. 
Os anticolinérgicos também são conhecidos como parassimpatolíticos, colinolíticos, atropínicos, alcalóides da beladona.
Dentre os fármacos anticolinérgicos, os mais comumente usados são a atropina e a escopolamina. Sendo, atropina mais utilizada para o uso em pequenos animais e escopolamina utiliza-se com maior frequência em animais em grandes animais
ATROPINA
A atropina é obtida a partir de uma planta Atropa belladona, sendo encontrada no comércio sob a forma de sulfato. Possui sabor amargo e pH em torno de 5,4, com tempo se ação variando de 60 a 120 minutos. A atropina pode ser injetada por via intravenosa (IV) ou intramuscular (IM), quando se requer uma ação mais rápida e de efeito fugaz, sendo requerida a via subcutânea (SC) para efeitos mais prolongados, porém, com períodos de latência de 15 min. A dose normalmente empregada é de até 0,04 mg/kg, não sendo aconselhável, no cão, exceder a dose total de 1 a 1,5 mg. 
É destruída no fígado pela ação da enzima atropina esterase, sendo uma parte excretada intacta pelo rim; reduz a secreção mucosa no trato respiratório com ação broncodilatadora; relaxa a muscultura da íris; não causa alterações significativas no SNC; aumenta o espaço morto; reduz o peristaltismo e a atividade secretora no trato gastroentérico; causa discreta taquicardia.
A atropina é contra-indicada em pacientes com taquicardia, arritmias, febre e tiroxicose. 
A atropina não possui antagonista.
A atropina sistêmica deve ser usada com cautela em equinos, pois pode diminuir a motilidade intestinal e provocar cólicas em animais suscetíveis. O uso de atropina em bovinos pode resultar em inapetência e estase ruminal, que pode persistir por vários dias. Com isso, é bom evitar o uso do fármaco em equinos e bovinos.
ESCOPOLAMINA
A escopolamina pertence ao grupo alcaloide da beladona e difere da atropina por apresentar um átomo de oxigênio a mais em sua molécula. Seu tempo de ação varia de 30 a 60 minutos.
Seu pH é 5,85 e 1g se dissolve em 1,5 ml de água destilada, sendo ligeiramente solúvel em clorofórmio e insolúvel em éter.
Seu tempo de ação varia de 30 a 60 minutos. A sua dose é de 0,01 a 0,02 mg/kg pela via subcutânea. Em cães, doses baixas de escopolamina exercem ligeira ação depressora, sendo a dose recomendada a de 0,01 a 0,02 mg/kg pela via subcutânea, com período de latência de 15 min. Possui maior ação sobre as glândulas salivares, brônquicas e sudoríparas do que a atropina causando uma taquicardia mais discreta; é 10x mais potente que a atropina na diminuição do tremor postural; produz adinamia e sonolência; doses altas podem causar êmese, alucinações e ataxia.
A escopolamina possui efeito antiespasmódico (e analgésico – efeito secundário), como diminui espasmos principalmente na musculatura visceral é muito utilizada em casos de cólica. Diminui o espasmo uterino, intestinal, relaxa a musculatura uretral no paciente com cálculo.
Não é aconselhada em animais idosos.
A principal rota metabólica é a hidrólise da ligação éster. A meia-vida da fase final de eliminação (t ½ gama) é de cerca de 5 horas. A depuração total é de 1,2 L/min. Estudos clínicos com bultilbrometo de escopolamina marcado com radioisótopo mostram que após a injeção endovenosa 42 a 61% da dose radioativa é excretada na urina e 28,3 a 37% nas fezes. A porção de princípio ativo inalterado excretado na urina é de aproximadamente 50%. Os metabólitos excretados pela via renal ligam-se fracamente aos receptores muscarínicos e, por essa razão, acredita-se que não contribuem para o efeito do butilbrometo de escopolamina.
2. TRANQUILIZANTES
Aceitam-se como tranquilizantes todos os produtos que, além da tranquilização e sedação, causam acentuada depressão do SNC, agindo na substância reticular mesencefálica, inferindo, assim, sobre o ciclo de sono e vigília do paciente. Os tranquilizantes são fármacos que acalmam a agitação e a hiperatividade, sem produzirem estado de sedação. Proporcionam discreta analgesia não permitindo intervenções cruentas.
Os tranquilizantes compreendem o grupo das fenotiazinas (clorpromazina, levomepromazina e acepromazina), butirofenonas (droperidol, haloperidol, azaperone) e benzodiazepínicos (diazepan, midazolam).
Ao contrário dos fármacos sedativos, o incremento nas doses não aumenta o grau de tranquilização, apenas os efeitos adversos. Portanto, quando se deseja maior traquilização deve-se associar agentes opióides ou outros, pois apesar de não possuírem ação analgésica potencializam fármacos analgésicos.
CLORPROMAZINA
• Amplictil, Clorprazin. 
É um pó branco acinzentado, altamente solúvel em água (1g em 2,5 mL), que, quando exposto à luz, sofre alteração de cor, sem que haja, entretanto, interferência na sua atividade.
Apresenta pouca ação anti-histamínica e, por deprimir a formação reticular e as projeções talamocorticais difusas, reduz o metabolismo basal, previne o vômito, reduz a temperatura e o tônus vasomotor, justificando, assim, a tranquilização, a sudorese, a vasodilatação e a ataxia que produz. A vasodilatação deve-se à sua ação direta sobre os vasos periféricos, explicando a hipotensão que provoca. Por outro lado, causa discreta redução de contratilidade cardíaca, com aumento, porém, do fluxo coronário. Quanto a frequência respiratória, pulso arterial e temperatura retal, observa-se, justificada pela queda do metabolismo basal. 
A clorpromazina potencializa a ação dos miorrelaxantes do tipo despolarizante, apresentando potencialização de até 46% em administrações de doses de até 3 mg/kg no cão.
No cão, a dose recomendada é de 1 a 2 mg/kg por via intramuscular ou intravenosa lenta. Em equinos, a dose é de 0,5 a 1 mg/kg; em ruminantes, de 0,2 a 0,5 mg/kg, já que o cálculo de peso deve ser reconsiderado em razão do grande volume gastroentérico que elesapresentam.
A clorpromazina sofre o efeito de primeira passagem no trato gastrintestinal e intensa metabolização hepática, com formação de metabólitos tanto ativos quanto inativos, com reciclagem êntero-hepática. A excreção é feita através da urina e fezes, onde aparece principalmente sob a forma de metabólitos.
LEVOMEPROMAZINA
• Neozine, Nozinan, Levoprome.
É um maleato ácido, pó branco com reflexos beges, inodoro, sensível à luz, com ponto de fusão em torno de 190ºC, pouco solúvel em água e álcool etílico, cujo pH em solução a 3% é 4,3.
Este produto exerce ação adrenolítica considerável, porém parassimpatolítica (antissecretora) inferior à da clorpromazina; possui ação hipotensiva, antiespasmódica e fortemente anti-histamínica. Não reduz a secreção biliar e tem ação anestésica local (técnica de Meidinger). Apesar de apresentar ação antiemética inferior à da clorpromazina, ela controla, no cão, o vômito induzido pela apomorfina. Em cães, apresenta ação hipotérmica, mais acentuada em doses acima de 2 mg/kg, e potencializadora de até 60% quando associada ao pentobarbital sódico naqueles pré-tratados com 2 mg/kg e em 50% dos que recebem 1 mg/kg. 
Em cães, a dose é de 1 a 2 mg/kg, sendo a última dose aconselhada apenas em animais indóceis. Em equinos, a dose é de 0,5 a 1 mg/kg; em ruminantes, de 0,2 a 0,5 mg/kg.
A levomepromazina é metabolizada no fígado, excretada pela urina e pequena excreção fecal.
ACEPROMAZINA
• Acepran, Plegidl, Vetranquil.
Também conhecida como acetilpromazina, é apresentada sob a forma de maleato. 
As características farmacológicas deste produto são semelhantes às anteriormente descritas (levomepromazina); entretanto, as doses diferem, já que, no comércio, são encontradas em concentrações de 0,2% para pequenos animais e a dose é de 0,1 a 0,2 mg/kg pelas vias intravenosa, intramuscular e subcutânea. Em bovinos e equinos, a dose é de O,1 mg/kg da solução a 1 %, sendo que, em relação aos equinos, existem chances de causar paralisia peniana irreversível.
Ocasionalmente, podem ocorrer excitações após a aplicação de acepromazina, com isso, o seu efeito tranquilizante é maximizado se o cavalo for mantido quieto após a administração da droga.
Não é aconselhado em casos de disfunção hepática, pois a detoxificação do fármaco ocorre no fígado e a excreção via renal. A droga pode ser encontrada na urina equina até 96 horas depois da administração.
PROMETAZINA
• Fenergan. 
A prometazina, em anestesiologia, tem pouca função, pois sua ação farmacológica é mais anti-histamínica que tranquilizante propriamente dita.
PROPIOPROMAZINA
• Combelen, Tranvet, Tranvex.
Este produto tranquilizante ainda não é comercializado em nosso meio, apesar de ser eficiente.
PROMAZINA
• Promazionon, Sparine, Lirano/, WY- 7 094.
Este produto não é mais comercializado em nosso meio.
TRIFLUPROMAZINA
• Vetame. 
É uma fenotiazina não encontrada no nosso comércio, mas que conta com ação antiemética 10 vezes superior à da clorpromazina.
DROPERIDOL
• Orido/, Droleptan, lnapsine. 
Também conhecido como di-hidrobenzoperidol ou R-4749, é um produto de ação neuroléptica butirofenônica.
Farmacologicamente, sua ação se manifesta em 3 min, quando aplicada por via intravenosa, com efeito máximo aos 20 a 30 min, com duração de até 3 horas.
Este fármaco age seletivamente sobre a formação reticular mesencefálica, de modo semelhante à ação das fenotiazinas, e apresenta as seguintes características: causa boa sedação e tranquilização semelhante à provocada pelas fenotiazinas, sem, porém, reação bifásica; redução da atividade motora; ampla margem de segurança; presença de tremores (às vezes, com reação espástica); em doses maiores (acima de 10 mg/kg), provoca hiperirritabilidade; inibe efeitos estimulantes do SNC causados pela anfetamina; antagoniza os efeitos eméticos da apomorfina; apresenta efeitos bloqueadores adrenérgicos, prevenindo arritmias causadas pela epinefrina; por via intravenosa, causa queda da pressão arterial e do volume sistólico; potencializa os barbitúricos; empregado em neuroleptoanalgesia (NLA) associado à fentanila.
A dose é de 1 a 2 mg/kg em pequenos animais, nos quais é mais comumente usada.
Sofrem metabolização de primeira passagem, apresentam significativa ligação proteica plasmática. A metabolização é hepática e a eliminação é urinária.
AZAPERONA
• Azaperone, Suicalm, R-1929 Stressnil. 
É um neuroléptico butirofenônico. A azaperona age na substância reticular mesencefálica, reduzindo reações a estímulos externos, tais como estímulos táteis, odores, ruídos e estímulos luminosos. A alteração paramétrica fisiológica não é digna de nota e a margem de segurança é boa; apresenta ação adrenolítica 20 vezes inferior à da propionilpromazina e é 60 vezes mais potente na prevenção do choque. 
Seu emprego eletivo está voltado para a tranquilização de suínos, em doses que variam de 1 a 4 mg/kg IM profunda, dependendo dos medicamentos que forem empregados em seguida (2 a 3 mg/kg) ou se tratar-se de tranquilização para transporte (1 mg/kg).
Além da espécie suína, a azaperona tem sido empregada no cão, sem muito sucesso, em equinos, alcançando melhores resultados, na dose de 0,8 mg/kg. Convém lembrar que a ação depressora no equino não é tão marcante como nos suínos, pois qualquer estímulo tátil ou sonoro faz com que o animal se locomova.
A absorção do azaperone no local de aplicação é feita rapidamente após sua injeção, sendo metabolizado e aproximadamente 69% da dose administrada é excretada na urina e nas fezes, em forma de três metabólitos: azaperol, 5-hidroxi azaperone e 5-hidroxi azaperol sendo, sendo 56% pelos rins e 13% pelas fezes.
3. ANSIOLITICOS
De maneira geral, entende-se por fármacos ansiolíticos todo aquele capaz de causar ação ansiolítica, anticonvulsivante, miorrelaxante, hipnótica e amnésica, sem acentuada depressão do SNC. Dentro de sua classificação farmacológica, existem a hidroxizina, o meprobamato e as benzodiazepinas, de uso eletivo em associações com tranquilizantes.
BENZODIAZEPÍNICOS
É um fármaco miorrelaxante de ação central para auxílio de redução da ansiedade e agressividade, com ação anticonvulsivante. 
Possuem ação facilitadora específica na neurotransmissão de sinapses GABA-érgicas (30 a 40% SNC) causando uma ação depressora um pouco mais leve do que os tranquilizantes, portanto, não possuem efeito tranquilizante, então, caso deseje um estado depressor agressivo do SNC, realizar a associação com tranquilizantes levando a um bloqueio dopaminérgico e auxilio gabaérgico, fazendo com que o paciente fique extremamente deprimido. 
Os benzodiazepínicos mais utilizados são: Diazepam e Midazolam, que diferem apenas em propriedades farmacocinéticas, como o período de latência, a duração e a intensidade de efeito.
O diazepam tem por características gerais um efeito calmante nos animais reduzindo medo e ansiedade, como não deprime muito quase que não altera os parâmetros fisiológicos (pouca alteração de PA, DC, FC, FR e VC) e ação potencializadora em até 50%. Se for administrada por via intravenosa, aplicar lentamente, pois há riscos de causar trombos, hipotensão, depressão respiratória e arritmias; a administração por intramuscular não é indicada, por ter uma absorção irregular e causar dor ao animal. 
O midazolam possui efeitos muito parecidos com o diazepam, mas é uma molécula melhorada no ponto de vista farmacológico. É uma substância hidrossolúvel, que tem uma absorção intramuscular mais regular e na via intravenosa não vai causar os mesmos efeitos colaterais, pois não possui o propilenoglicol em sua formulação.
No cão a dose é de 0,2 a 0,5 mg/kg; em equinos 0,2 mg/kg; em bovinos e pequenos ruminantes 0,1 mg/kg e suínos 0,2mg/kg.
O antagonista dos benzodiazepínicos é o flumazenil, que é capaz que rever todos os seus efeitos, possuindo uma alta afinidade com qualquer receptor benzodiazepínico. ua atividade se dá entre 2 a 4 minutos e tem a duração de um período hábil de 60 minutos.
4. HIPNOANALGÉSICOS
Os analgésicos, isoladamente, causam discreta depressão sobre o SNC, elevando o limiar da dor e aliviando,assim, o desconforto causado por ela. Entretanto, no conceito de MPA, o que se quer obter, além da ação analgésica, é a ação hipnótica, satisfazendo a definição clássica da MPA, qual seja a de preparar o paciente para o sono, suprimindo-lhe a dor e a irritabilidade.
OPIÁCEOS
Alcaloides naturais representados pela morfina e pela apomorfina. 
Morfina
É o mais importante derivado alcaloide do ópio. Considerando as excitações que causa, especialmente em felinos, acrescidas das depressões respiratórias estimulação de vômito, náuseas, defecação e salivação, seu uso foi sendo abandonado frente aos seus derivados sintéticos, muito mais potentes, eficientes e seguros. Salienta-se, ainda, que, por serem fármacos entorpecentes, seu controle é rigoroso, tornando-se um tanto difícil sua requisição.
Não deve ser administrada por via intravenosa, pois libera histamina. Em alguns casos, é feita doses muito baixas em infusão contínua, bem diluída, mas em casos de dor grave não se pode fazer um bolus. Causa náusea, vômito, depressão respiratória e como efeitos esperados têm a defecação e retenção urinária.
No cão a dose é de 0,3 a 1 mg/kg; em equinos 0,5 a 0,1 mg/kg; em bovinos e pequenos ruminantes 0,05 a 0,1 mg/kg. Porém, em ruminantes gera uma analgesia pobre. 
Possui extensa metabolização pela mucosa intestinal e por via hepática e excreção renal, assim, um paciente que apresenta insuficiência renal pode ter acumulo da droga, consequentemente, uma maior sensibilidade ao fármaco. 
OPIÓIDES
São representados pelos fármacos morfinomiméticos ou derivados sintéticos da morfina (meperidina, metadona, fentanila, pentazocina e etorfina).
Meperidina
Em nosso meio, a meperidina é pouco usada, uma vez que apresenta alguns efeitos colaterais (causa mais excitação do que sedação) e por ser um fármaco cuja requisição requer mais cuidados, já que se trata de entorpecente.
Fentanila 
Hipnoanalgésico opioide, m-agonista, aproximadamente 75 a 125 vezes mais potente do que a morfina, e de curta duração (30 a 60 min). Possui uso clínico como indutor de MPA na anestesiologia. 
As características da fentalina são: ter unidade 100 vezes mais potente que a da morfina e 500 vezes mais potente que a da meperidina; exercer rápida ação por via intramuscular; apresentar potente ação analgésica e hipnótica; causar discreta depressão respiratória; apresentar tempo efetivo de 30 min; provocar queda da atividade motora; ocasionar queda do volume corrente e da frequência; respiratória em animais pré-tratados com barbitúrico; causar estímulo vagal, quando aplicado por via intravenosa, o que é facilmente evitado pela aplicação de 0,04 mg/kg de atropina por via subcutânea; não causar vômitos; causar relaxamento dos esfíncteres, podendo ocorrer eliminação de fezes; em associação ao droperidol, estabelecer uma boa neuroleptoanalgesia e ter como antídoto a nalorfina, na dose de 0,5 mg/kg.
A dose normalmente empregada em pequenos animais é de 0,04 mg/kg. Não é usado em grandes animais.
É rapidamente metabolizado, principalmente no fígado pelo CYP3A4. O principal metabólito é a norfentanila. Aproximadamente 75% da dose administrada é excretada na urina em 24 horas e apenas 10% da dose eliminada na urina está presente como fármaco inalterado.
Sufentanila 
• Fastfen, Sufenta. 
É um opioide sintético encontrado no comércio sob forma de citrato. 
Possui propriedades farmacológicas de ação analgésica; período de latência de 5 a 1 O min; atinge concentração plasmática máxima em 10 min; período hábil de 4 a 6 h; 92,5% dela liga-se à proteína plasmática; 1,08 a 2,78 f/kg é o volume de distribuição.
Tem biotransformação no fígado e parcialmente no intestino delgado e tem meia-vida trifásica: distribuição 1,4 min; redistribuição 18 min; eliminação 2,7 h; depuração 917 mf/min; 84% eliminada pela urina em 24 h e 2% eliminada sem sofrer alteração. 
Doses: Cão -0,5a1 µg/kg (manutenção 1 µg/kg/h em infusão lenta). Não é usado em grandes animais.
Alfentanila 
• Alfenta, Rapifen.
É um opioide sintético, sob forma de citrato 50 a 100 vezes mais potente que a morfina; em doses baixas ou moderadas, produz analgesia e, em doses altas, causa perda da consciência.
As suas propriedades farmacológicas são: período hábil analgésico é de metade a um terço da morfina, durando 30 a 60 min; é 50 a 100 vezes mais potente que a morfina; período de latência de 1 a 2 min; atinge seu efeito máximo em 3 a 5 min; meia-vida trifásica: distribuição 1,7 min; redistribuição 15 min; eliminação 3,6 h com aumento em paciente geriátrico; volume de distribuição 4 L/kg; volume de depuração 0,96 L/min; 81 % liga-se à proteína plasmática; sofre desalquilação hepática; 80% eliminada pela urina em metabólitos urinários; 10 a 25% é excretada sem alteração.
Doses: devem ser individualizadas, 30 a 60 min antes da intervenção 0,05 a 0,01 mg/kg IM; em pacientes idosos, deve-se reduzir a dose.
Embora apresente lipossolubilidade muito mais baixa do que o fentanila, mais alfentanila está presente sob a forma não-ionizada no plasma comparada com o fentanila (89% versus 9%). Consequentemente, seu início e ação é mais rápido. Da mesma forma, por causa de sua baixa lipossolubilidade, menos alfentanila se distribui para músculo e gordura. Assim, seu volume de distribuição é relativamente pequeno e maior proporção de uma dose administrada permanece no compartimento intravascular de onde pode ser eliminada através de metabolismo hepático. Assim, embora o alfentanila apresente menor taxa de depuração hepática, por possuir baixo volume de distribuição, sua vida-média de eliminação é relativamente curta.
Remifentanil 
O remifentanil é uma fenilpiperidina sintética derivada do fentanil, com potência similar, porém duração ultracurta.
Disponível como pó branco cristalino, em frascos contendo 1,2 a 5 mg de hidrocloreto de remifentanil. A taxa de infusão utilizada para manutenção da analgesia em pacientes sob ventilação mecânica pode variar de 0,05 a 2 mcg/kg/min.
Determinadas propriedades, como a curta latência e tempo de ação, a metabolização plasmática e tecidual e a ausência de acúmulo sistêmico da droga, fazem do remifentanil uma droga com ampla aplicabilidade em anestesiologia. Infusões em altas doses exigem maior cautela pela possibilidade de efeitos colaterais, como bradicardia, hipotensão, apnéia e rigidez muscular. Como não há efeito analgésico residual, o planejamento da analgesia pós-operatória deve ser idealizado e iniciado antes do fim da infusão de remifentanil.
O remifentanil é rapidamente degradado por esterases plasmáticas e teciduais, o que determina uma curta meia vida de eliminação (3-10 minutos). Diferente dos demais opióides, o remifentanil não apresenta alterações farmacocinéticas relacionadas à meia vida contexto sensitiva. A meia vida, o clearence e a distribuição do remifentanil não dependem da duração e doses de infusão.
Tramadol 
• Dorless, Sensitram, Sylador, Tramal.
É um hipnoanalgésico sob forma de cloridrato, derivado do metoxifenilcicloexanol, analgésico agonista tipo opioide de ação central.
Possui propriedades farmacológicas como: causa alterações cardiovasculares, necessitando de controle contínuo da pressão arterial; atua nos receptores µ, K e ô, especialmente no tálamo, hipotálamo e sistema límbico; rapidamente absorvido por via oral; biodisponibilidade de 68%; período de latência de 20 a 30 min; período hábil analgésico de 3 a 7 horas.
Biotransformação hepática gerando o O-desmetiltramadol, metabólito ativo com maior atividade e seletividade que o fármaco-mãe; meia-vida de 35 min; meia-vida de eliminação de 5 h; eliminado pelo leite.
O seu antagonista é a naloxona.
Doses: cães e gatos, 1 a 2 mg/kg IM. Equinos 2 a 5 mg/kg por via oral. 
Butorfanol 
• Stadol, Torbutrol, Torbugesic. 
O butorfanol é um fármaco opioide sintético sob forma de tartarato, agonista antagonista com potente ação antitussígena.
Possui propriedades farmacológicas de analgésico potente, 5-7 vezes mais potente que a morfina, 20 vezes mais potente que a pentazocina, ação antitussígena 30 vezes mais potente que ada pentazocina, não libera histamina, não aumenta o peristaltismo, produz analgesia de 3 a 5 h, pode ser associado a outros fármacos anestésicos, causa sinergismo ao ser administrado com outros fármacos anestésicos, extremamente eficiente em dores abdominais em equinos (cólica).
Após ser extensivamente metabolizada pela hidroxilação, dealquilação e conjugação no fígado, menos de 5% da dose é excretada na forma inalterada. Essa excreção ocorre primariamente pela filtração glomerular (70%), sendo 50% nas primeiras 24 horas. De 10 a 14 % da dose é excretada nas fezes, resultado da eliminação biliar.
Doses: • cão, 0,05 a O, 1 mg/kg IV 
 • gato, 0,1a0,4 mg/kg IM 
 • equino, 0,02 a 0,1 mg/kg IV ou IM
Metadona
• Butalgin, Algidon, Diaminon, AN 148.
Apesar de apresentar o dobro da potência da morfina, tem menor ação sedativa, pode causar fenômenos excitatórios traduzidos por náuseas, vômitos, ptialismo e defecações. Por conta disso, essa droga não é encontrada em nosso meio.
Etorfina 
Solúvel em água, álcool, éter, clorofórmio e tetracloreto de carbono, bem como em soluções alcalinas de pH acima de 10. É mil vezes mais potente do que a morfina, sendo de grande aplicação na captura de animais silvestres. A solução aquosa de etorfina é estável por vários meses em pH 3 a 4,5 e estocada em geladeira a 4ºC, pois, acima de pH 5, a base tende a precipitar.
Em equinos, ocorre taquicardia causada pela excitação, cuja duração é de aproximadamente 30 min. Geralmente, a etorfina vem associada aos fenotiazínicos da seguinte maneira: para pequenos animais, etorfina (0,07 mg/mL) e levomepromazina (18 mg/mL); para grandes animais, etorfina (2,45 mg/ mL ) e acepromazina (10 mg/mL; Imobilon).
O seu antagonista é o diprenorfina (Revivon).
A etorfina não é encontrada no nosso comércio, apesar da sua grande utilidade em captura de animais e na prática diária de zoológicos.
5. HIPNÓTICOS
São produtos que promovem ou induzem sono, providos de ação analgésica insignificante. Nesta classificação citam-se: Etomidato e Hidrato de clora. 
ETOMIDATO
• Hypnomidate,Amidate.
Potencializa as fenotiazinas e benzodiazepinas, é um fármaco de ação curta, tendo como aproveitamento, além da sua ação fortemente hipnótica, uma ação indutora para anestesia volátil. 
Esta afirmação liga-se ao fato de que o etomidato é um fármaco que causa pouca alteração em nível cardiorrespiratório e hemogasométrico. No nível de pressão intracraniana (PIC), ocorre uma discreta redução. Mioclonias podem ser observadas por estímulos somáticos, mas não por acústicos ou ópticos, o que é um forte indício de desacoplamento entre estruturas cerebrais e medulares. 
O etomidato é rapidamente metabolizado no fígado. Após 24 horas, 75% da dose administrada de etomidato é eliminada na urina como metabólitos. Somente 2% do etomidato é excretado pela urina sem modificação. A meia-vida terminal do etomidato é de 3 a 5 horas e reflete sua lenta distribuição a partir do compartimento periférico profundo.
Sempre após a MPA em pequenos animais, o etomidato pode ser empregado na dose de 0,5 a 1 mg/kg IV, enquanto, em grandes animais, na dose de 0,2 a 0,5 mg/kg IV.
HIDRATO DE CLORAL
O hidrato de cloral é um fármaco hipnótico, de fraca ação analgésica, que caiu em desuso com o advento dos barbitúricos. Sua permanência ainda no arsenal anestesiológico se deve às associações que dele se fazem com os barbitúricos e sulfato de magnésio, o que torna, talvez, um pouco mais prática a anestesia, em especial para os equinos. Sua margem de segurança é pequena; desse modo, sua aplicação deve ser evitada em pacientes de alto risco. O hidrato de cloral oferece boa narcose, embora seja insuficiente como anestésico, sugerindo-se o seu emprego associado a outros fármacos anestésicos.
O emprego do hidrato de cloral, na dose de 7,5 g, associado a 6 g de sulfato de magnésio em 100 ml de solução fisiológica a 5%, aplicando-se 50 mL/min, até atingir o plano anestésico desejado. Nessa modalidade anestésica, em animais cujo peso varie de 300 a 480 kg, o volume empregado é de 300 a 700 mL e o período anestésico varia de 25 a 80 min, com casos de excitação.

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