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Vacinas: história, tipos e fases dos estudos clínicos


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Imunologia Aplicada À Medicina Luiza Marinho Motta Santa Rosa – 73 A (2021/1) 
 
 
Vacinas 
 
História: desenvolvida a partir das observações de 
Edward Jenner, médico inglês, em 1796. Muitas 
mortes e contaminações por varíola; mesmas 
pústulas presentes nas tetas de vaca. Mulheres que 
tinham contato direto com elas fazia com que 
desenvolvessem doença mais branda, certa 
proteção. Inoculou raspado em crianças, desafiada 
então com a doença, teve febre sem varíola efetiva. 
Manipulação do patógeno para proteção já existia 
= variolação, corte em feridas contaminadas e 
então em indivíduos saudáveis. Objetivo de expor 
a uma carga viral baixa; extremamente perigoso 
por causar infecção de alguns – debilitados. 
❖ Na China já faziam exposição do raspado 
ao sol para inativação do patógeno, nem 
sempre eficaz (tempo variável). 
 
Revolta da Vacina – 1904 
Varíola: primeira vacina no Brasil. 
Oswaldo Cruz passou temporada no Instituto 
Pasteur e explicou importância ao governo, que 
instituiu vacinação obrigatória. 
Desconhecimento popular, invasão de domicílios. 
Vacinação e erradicação da vacina. 
- Onda de fake News atual, amplo acesso acaba 
inibindo a vacinação. Contraposição com 
retorno de doenças antigas. 
- Pandemia diminuiu muito a adesão, circulação 
de outros patógenos esquecida. 
 
Princípio fundamental 
Administração do agente infeccioso ou apenas um 
componente do microrganismo, que não causa 
doença, mas deflagra resposta imune protetora 
contra a infecção. Proteção possível de 2 formas: 
❖ Infecção natural (risco até de óbito); 
❖ Vacinação (baixo risco de reações adversas). 
Esperada variação entre os indivíduos pelas 
particularidades da resposta imune, incluindo 
condições específicas (cansaço, estresse). Febre 
(produção de citocinas, IL-1, TNF) e prostração 
indicam ativação dessa resposta. 
Não são obrigatórias; sem correlação do grau de 
reação com qualidade do sistema imune! 
 
• Combate das fake news com dados, 
observação da redução do número de casos. 
Algumas doenças ainda não apresentam vacina 
efetiva, elevada mortalidade. Ex: malária (estudos 
bem desenvolvidos), esquistossomose, HIV, 
Hepatite C. 
 
 
Termo muitas vezes utilizado de forma errada, 
estratégias imunoterápicas nomeadas de vacinas. 
Deve prevenir a doença, não basta diminuir risco. 
 
Fases dos estudos clínicos 
Pesquisa básica, pré-clínica, é de extrema 
importância. Resultado bom é essencial para que 
exista pesquisa clínica, início de tudo, 
confirmações ou descartes. 
Fase I → pequenos grupos, adultos saudáveis. 
Segurança e imunogenicidade. 
Fase II → maior nº, representantes do grupo alvo 
(idosos, adolescentes, imunocomprometidos). 
Imunologia Aplicada À Medicina Luiza Marinho Motta Santa Rosa – 73 A (2021/1) 
 
Segurança, imunogenicidade, posologia, modo de 
administração (intervalo ideal). 
Fase III → grande quantidade. Eficácia e segurança 
com o mínimo de reações adversas. 
 
 
Notificação de feitos adversos e acompanhamento 
inclusive das introduzidas no mercado há anos. 
Não associadas aos sintomas leves da infecção. 
Comuns: febre, dor no corpo, hematoma (> 10%). 
Raros: reações alérgicas, como anafilaxia – 
necessário manejo ou acompanhamento clínico. 
 
Equilíbrio entre: 
Eficácia = capacidade de proteção 
Risco = probabilidade de efeitos adversos, prejuízo 
 
Estágios e justificativa para redução da adesão: 
 
Quanto maior a cobertura vacinal, maior a 
percepção dos efeitos adversos, tornam-se motivo 
de preocupação e perda da confiança na vacina. 
Retorno da doença que havia sido esquecida. 
 
Tipos de vacinas em uso 
Segundo OMS, não considerando as novas. 
 
Atenuadas: Bacterianas e virais, microrganismos 
modificados para serem atenuados e infectarem 
poucas células (não causa infecção, fácil controle). 
Boas indutoras de resposta imune humoral e 
duradoura. 
Maior preocupação é a segurança – casos RAROS 
de reativação, como poliomielite paralítica. 
Não indicada para grávidas, imunossuprimidos, 
idosos. Fator de risco. Imunidade de rebanho para 
aquelas que só existem atenuadas → casos 
específicos analisados risco-benefício (saúde boa 
em área endêmica). Importância da ampla adesão. 
Abordagens: 
• Feita pela passagem repetida em culturas 
celulares; infecção em células de macaco e 
análise das mutações, aumento ou 
diminuição da infectividade. Alguns 
tornam-se atenuados e viáveis de utilizar. 
Induzem imunogenicidade. 
• DNA recombinante com mutação ou 
deleção de genes; reconhecimento das 
regiões de virulência. Processos complexos. 
Ex: Tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba); 
BCG (tuberculose – Mycobacterium tuberculosis); 
VOP (oral poliomielite); Febre amarela; Sarampo. 
 
Inativadas: desenvolve memória contra as 
proteínas, preparação para contato. Patógeno 
inteiro modificado – radiação, pH, congelamento, 
desidratação, agitação, etc. 
Proteção não é imediata, tempo necessário para 
desenvolvimento das células de memória. Possível 
infecção com cepas distintas, apenas principais são 
selecionadas → identificação anual para gripe. 
Imunologia Aplicada À Medicina Luiza Marinho Motta Santa Rosa – 73 A (2021/1) 
 
• SUS – trivalente (2 cepas A e uma B); 
• Particular – tetravalente (2 A e 2 B). 
Resposta mais fraca em comparação à atenuada, 
podendo necessitar de doses de repetição. Mais 
estáveis e com menos riscos. 
Ex: Raiva, Influenza, VIP (poliomielite). 
 
Subunidades: antígenos purificados a partir de 
microrganismo, geralmente administradas com 
adjuvantes = estimulam a resposta imune de forma 
geral (Ex: hidróxido de alumínio), Ag – específica. 
Vacinas conjugadas → problema ao utilizar 
polissacarídeo é que só induzem resposta timo-
independente (não induz plasmócito de vida longa, 
sem ativação LT CD4). Timo-dependente 
associada a uma proteína. 
Polissacarídeo chamado de Hapteno, induzir 
reposta imune contra ele. Proteínas = carreador. 
Ex: Hib (polissacarídeo da cápsula bacteriana de 
Haemophilus influenzae tipo b conjugado); 
Meningocócica C e ACWY (polissacarídeo da 
cápsula de Neisseria meningitis conjugado); 
Hepatite B (ag. proteico da superfície do vírus – 
HbsAg – tecnologia DNA recombinante). 
 
Toxina inativada: toxinas inativadas são adsorvidas 
em alumínio ou sais de cálcio (adjuvantes). 
Podem ser necessárias várias doses, não é 
altamente imunogênica – associação com 
adjuvantes. Extremamente segura e estável. 
Ex: DTP / DTPa (tétano e difteria). 
 
Vacina combinada 
Mesma preparação para dois ou mais antígenos, 
simplificando a administração e protegendo contra 
várias doenças. Reduz custo e visitas à UBS, 
facilita logística e adição de novas vacinas ao PNI. 
Não aumenta risco de reações adversas; só podem 
ser combinadas se cuidadosamente testadas – 
interferência de adjuvantes diferentes, alteração de 
efetividade não pode se alterar de forma alguma. 
Ex: Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). 
Vacinas mono e polivalentes 
Proteção a um único sorotipo ou a vários sorotipos 
do mesmo patógeno, cepas distintas. 
Ex: VOP (pólio 1,2 e 3 – 2 já foi até retirada, 3 
erradicada); ACWY. 
 
Outros tipos de vacinas 
Vacinas de DNA – muitos testes, ainda não 
utilizada. Inoculação direta do DNA do patógeno. 
Não apresenta resposta muito eficaz em ensaios. 
cDNA – codificando Ag proteico, resposta C e H. 
Vacina de vírus vivos envolvendo vírus 
recombinantes – introduzir genes que codificam 
antígenos microbianos em um vírus não citopático, 
funciona como uma fonte de Ag. Uso limitado, 
aplicada na COVID-19. 
AstraZeneca: adenovírus modificado atua como 
vetor viral. Gene que codifica proteína S (liga a o 
receptor da célula e permite infecção) colocado no 
adenovírusque passa a expressá-la. Ainda não se 
sabe quanto tempo a proteção permanecerá. 
Não são todos que produzem resposta imune, 
anticorpos, mesmo que ocorre para toda vacina. 
Mínimo 70% vacinado para imunidade de rebanho. 
Qualquer patógeno pode ser inativado, mas nem 
todos irão induz resposta imune adequada. 
 
 
 
 
Imunologia Aplicada À Medicina Luiza Marinho Motta Santa Rosa – 73 A (2021/1) 
 
RNA – viral é modificado. Instável, facilmente 
degradado; dificuldade era resposta imune contra 
ele, impossibilitando codificação da proteína e 
resposta contra ela. Ex: Moderna e Pfizer 
(armazenamento especial). 
2005: publicação mostrando pequena modificação 
na estrutura do RNA (sequência mantida) para 
suprimir o reconhecimento por receptores tipo Toll 
(inatos) responsáveis por resposta imune contra ele. 
Envolvimento em nanopartículas lipídicas, fusão 
com membrana celular e introdução do RNA. Não 
altera DNA! Super protegido dentro do núcleo. 
 
 
 
Sputnik recusada, tipo vetor viral não replicante, 
utiliza adenovírus diferente, contudo, estava 
replicando. 
 
❖ Componentes de uma vacina: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contraindicações e precauções: reação alérgica a 
algum componente da vacina, como alergia a ovo, 
utilizado para produção - aplicação supervisionada. 
Adiamento: doença febril (evitar desnaturação 
proteica e não confundir febre prévia com reação). 
Não aplicar duas atenuadas no mesmo dia – 
aguardar 30 dias (combinadas contam como única). 
 
❖ Calendário vacinal sempre atualizado, 
adição ou retirada de doses. Reforço BCG 
de acordo com a cicatriz retirado em 2019, 
febre amarela aos 4 anos retirada em 2017 
e retomada em 2020, etc.