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Proteção da Infância e do Adolescente no Brasil - Tomasevicius

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ECA - Tomasevicius 
 1 
07.03 - Camila 
 
Proteção da Infância e do Adolescente no Brasil 
 
1. No mundo 
 
A primeira declaração que previu uma proteção à infância foi de 1924 – a Declaração 
de Genebra de 1924. 
A próxima foi a Declaração dos Direitos da ONU de 1948. 
O mais importante foi o diploma seguinte, a Declaração Universal dos Direitos da 
Criança e do Adolescente de 1959. 
Alguns autores entendem que a doutrina da proteção integral (do ECA, e majoritária) 
surgiu com a declaração de 1959, mas alguns entendem que surgiu antes, nos 
Congressos Panamericanos da Infância, que existiam no âmbito das Américas 
(Caracas, 1948), aí foi se solidificando nos próximos (1955 – Panamá; Argentina, 
1963). 
Convenção dos Direitos da Criança e do Adolescente de 1989. É considerada como 
um diploma que se aplica aos países que o ratificaram, enquanto a declaração é mais 
uma carta de intenções, com princípios. O art. 19 desta Convenção é o que prevê a 
proteção integral. Essa Convenção foi ratificada pelo Brasil, através do Decreto 
99710/1990. 
“Tríade da infância” – a Convenção de 1989 já prevê: 
- proteção especial, por serem pessoas em desenvolvimento; 
- lugar de desenvolvimento: família; 
- ONU se obriga a considerá-los como prioridade absoluta, tanto na formulação 
quanto na implementação de políticas públicas. 
Há vários outros documentos que tratam da proteção das crianças, mas esses são os 
mais importantes. 
 
2. No Brasil 
Nas primeiras Constituições, a proteção à infância não era mencionada. A primeira 
menção aos menores foi no Código Penal de 1830 (Código Penal do Império); em 
seguida, o Código Penal Republicano (1890). 
Então, não havia rol de direitos, proteção; tratavam sobre crimes cometidos pelos 
menores. A imputabilidade tinha a ver com a consciência, o entendimento que a 
pessoa tinha cometido o delito, então, não havia uma idade definida. 
 
O Direito da Infância é dividido em 3 grandes etapas: 
 1. Direito Penal do Menor: primeira etapa. Inaugurados os CP de 1830 e 
1890. 
* 1927: primeiro Código de Menores do Brasil: Código Mello Matos, o primeiro juiz 
da infância. Com o passar do tempos, ele reuniu as regulamentações. Introduzido pelo 
Decreto 17.943/1927. Esse Código também não trazia direitos, mais voltado à 
ECA - Tomasevicius 
 2 
repressão penal, não tinha nenhum viés do atual ECA. Esse Código foi tão usado para 
a parte Penal que na maioria dos livros sobre Infância, nem era mencionado. 
- lei 6697/69. 
 
 2. 1979: Inaugura a segunda etapa: a da situação irregular. Até então, a 
referência era sempre voltada ao CP; passou a ser aplicado também para crianças 
abandonadas, além das delinqüentes. Muitos autores falam, então, que o Código de 
menores de 79 inaugura a tríade minorista: delinqüentes, carentes e abandonados. Por 
isso, a doutrina chama de “situação irregular”. 
Era um código repressivo: o Estado era paternalista, e ia auxiliar a infância. A ideia, 
na verdade, era tirar aqueles tipos de menores da vista da sociedade. Aí também 
surgiu a FEBEM, não havia o viés de ressocialização do menor. 
Nessa época, o menor era considerado um problema da família. Na falha da família, o 
Estado intervia e internava os menores. 
Menor era sinônimo de delinqüente, conotação negativa. Por isso, hoje se utilizam 
outros termos, como “criança” e “adolescente”. 
 3. Com a CF/88, esse cenário começou a mudar, inaugurando a terceira etapa: 
a da proteção integral. 
A CF nessa parte sofreu muita pressão popular. Internacionalmente, a proteção à 
infância era bem diferente daquela dada no BR. Pressão no Congresso, para ser 
inserido na CF: arts. 227 a 229 da CF. Foi a primeira CF a tratar dos menores e da 
proteção à infância. Outras Constituições falavam en passant sobre isso, mas não 
traziam um rol de direitos. 
No art. 227, CF, além de proteger a família, proteção específica à criança e 
adolescente. Proteção maior por sua condição de pessoa em desenvolvimento. O ECA 
surgiu na mesma seara de ideias: transformar o menor em um adulto capaz. 
A Constituição Estadual também prevê a proteção nos arts. 277 e 278. O 277 é mais 
processual: processos com mesmo nível de proteção do que aqueles envolvendo 
adultos. O processo envolvendo crianças e adolescentes era inquisitivo antes, e não 
contraditório. Outro ponto era que a criança e adolescente podiam ser detidos para 
averiguações – o que diferia da prisão preventiva dos adultos. Devido a essa diferença 
que existia, há o art. 277 da Constituição Estadual. O 278 fala sobre como a criança 
será institucionalizada, a ressocialização etc. 
Na verdade, o ECA repete parte do rol dos direitos da CF – o que é por muitos autores 
criticado, por ficar repetitivo (arts. 7 a 69 do ECA – repetição do art. 5, CF). Outros 
entendem que isso foi fundamental. Muitos entendem que o ECA tem eficácia 
imediata, mas, por medo de que, se constasse só na Constituição, esse argumento 
ficasse muito forte, fez-se repetir tudo no ECA para realmente reforçar a garantia 
desses direitos. 
Se compararmos o ECA com o Código de Menores, a ideologia por trás deles é muito 
diferente. No ECA, proteção integral e melhor interesse da criança. Já no Código, já 
havia o melhor interesse, mas com outro viés: o juiz que era a pessoa que cuidava dos 
menores podia fazer o que quisesse, alegando estar agindo no melhor interesse da 
criança, o que abria espaço para arbitrariedades. 
ECA - Tomasevicius 
 3 
Enquanto o Código era repressivo, o ECA é preventivo: traz um rol de direitos, e 
medidas repressivas também, mas a maior ênfase é para a primeira parte. Outra 
diferença é que o ECA se aplica a todas as crianças, protegidas como um todo, 
enquanto o Código era só para a tríade (carentes, abandonadas, delinqüentes). 
 
ECA 
Aplica-se a quem? Crianças e adolescentes. Mas quem são? Qual a idade? Houve 
muita discussão. Adotou-se o critério cronológico absoluto – o que vale tanto para o 
ECA quanto para declarações internacionais. Criança é até 18 anos. Na prática, acaba 
dando na mesma a diferença entre criança e adolescente. 
Crianças são pessoas até 11 anos incompletos, e adolescentes, de 12 a 18 anos. Da 
infância para a adolescência, é considerada a partir do primeiro momento do dia em 
que a criança completa 12 anos, já é considerada adolescente. 
Criança nascida em ano bissexto: o primeiro momento do dia 1 de março. 
O ECA lateralmente se aplica também ao nascituro, ao prever proteção à gestante, 
embora muitos autores defendam que se aplica na verdade o CC. 
O § único ao art. 2o, ECA diz que sua aplicação pode se estender até os 21 anos por 
exceção, nos termos da lei (mas não fala qual). Houve discussão – qual lei? Para 
qualquer lei, mas é no ECA que temos um exemplos sobre como se aplica a doutrina. 
Isso acontece em caso de medidas socioeducativas, aplicadas à criança e adolescente 
infratores. 
* Medidas de proteção (só para criança); de proteção e socioeducativas (criança e 
adolescente). 
No caso de aplicação de pena, o processo demora. As medidas socioeducativas não 
têm um prazo para serem cumpridas, mas o prazo máximo é de 3 anos. Por isso se 
aplica até os 21 anos, por exemplo, se o fato ocorreu antes de completar 18 anos, aí 
pode ficar em regime de proteção e medidas socioeducativas até os 21 anos. 
Também pode, em algumas situações, aplicado para adultos, por descumprimento de 
deveres contra crianças e adolescentes. 
Um ponto positivo entre diferenciar criança e adolescente é que há diferenças de 
maturação entre elas. Também com relação à adoção: menores de 12 anos, não 
depende de consentimento do menor; maiores de 12 precisam consentir. 
Outro ponto interessante é o da emancipação. Se o menor de 16 anos é emancipado, o 
ECA é aplicado a ele? Sim, o fato de se tornar maior civilmente não impede a 
aplicação do ECA. 
Essas pessoas de 18 a 21 são chamadas de “jovens adultos”. Houve a emenda 
constitucional 65/2010, que mudou o título: inseriu “do jovem” – a princípio são os de18 a 21, aos quais o ECA se aplica, mas esse ponto não é pacificado. 
Junto com o ECA, vieram vários princípios que devem ser observados na proteção: 
 - princípio da descentralização: vai tratar da divisão de políticas públicas, ou 
de atendimento entre a União, o Estado e os Municípios. 
 - princípio da universalização: por esse princípio, o ECA se aplica a todas as 
crianças e adolescentes, e não só a uma categoria, sendo aplicado amplamente. 
ECA - Tomasevicius 
 4 
 - princípio da humanização: principalmente para casos de crianças e 
adolescentes infratores. Deve-se tentar ressocializá-los. 
 - princípios da desjudicialização e da despolitização. Desjudicialização: a ideia 
é a tentativa de resolver o problema por outros meios que não o judicial. 
Despolitização: a ideia é a proteção da infância e da adolescência é uma questão 
social, e não necessariamente judicial. Não é necessário que haja um agente político 
determinado pelo Estado, para tomar conta da situação. 
 - princípio da interdisciplinaridade: é muito importante especialmente no caso 
de processos envolvendo crianças e adolescentes. O juiz precisa de subsídios de 
outras áreas para encontrar o que é melhor para a criança. 
 - princípio da participação coletiva, ou da cooperação: aqui, outra diferença: 
no Código de Menores, o problema era da família; no ECA, tripé protetivo da 
infância: as questões de infância são da alçada da família, da sociedade (lato e stricto 
sensu – a comunidade) e do Estado, todos devem contribuir. O ECA estimula a 
criação de associações. 
 - princípio da prioridade absoluta: esta prioridade tem 2 vieses: no 
atendimento das necessidades da criança e do adolescente, e na formulação de 
políticas públicas e na alocação e políticas públicas. 
 - princípio da proteção integral: crianças e adolescentes merecem proteção por 
sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, para que possam se tornar 
maiores capazes. 
 - princípio do melhor interesse da criança: é o princípio mais importante 
dentre os mencionados do ECA. Não é o mesmo que a proteção integral, que é fazer 
tudo o possível dentro do alcance para privilegiar os direitos da criança. O melhor 
interesse é um instrumento para se alcançar a proteção integral. O princípio do melhor 
interesse surgiu na Inglaterra, como proteção à crianças e aos loucos (os incapazes). 
Com o tempo, isso foi separado. Todas as declarações internacionais tratam desse 
princípio. O Decreto que ratificou a Convenção da ONU de 1989 traduz como “maior 
interesse” – discussão: maior ou melhor? Na verdade, é a mesma coisa, foi problema 
de tradução. 
Todos esses princípios existem porque, na verdade, a infância e a adolescência 
passam rápido, têm hora, é agora, não dá para esperar. E todos os direitos devem ser 
implementados pelo princípio do melhor interesse. Cuidado para não ter o viés do 
Código do menor. 
 - princípio da afetividade: hoje, muito discutido na doutrina do direito de 
família. Muitos autores entendem que está constitucionalizado (arts. 227 a 229, CF). 
Os autores dizem que ele já existia, mas só não era comentado. Exemplo: a igualdade 
entre os filhos, não se diferencia mais pela origem – o que seria o princípio da 
afetividade já sendo aplicado. Outro argumento usado para falar que já existia no 
ordenamento é o fato da adoção: adota porque gosta da pessoa, trazendo reflexos 
jurídicos. Outro viés importante é que aqueles artigos, quando falam da proteção da 
família, falam não só do casamento, mas também da união estável e família 
monoparental. Outro exemplo: art. 21 (ou 23?), ECA: a situação de pobreza não pode 
tirar a criança da família – o Estado tem que fornecer meios para que a criança 
permaneça na família. No CC, também: está positivado, por exemplo, no art. 1583 
(que trata da definição da guarda em caso de separação do casal – se a guarda 
compartilhada não for possível); art. 1584 (na falta dos pais, guarda deferida a terceira 
ECA - Tomasevicius 
 5 
pessoa – parente – aí a afetividade será importante para definir quem será o terceiro); 
art. 1511: casamento – união plena; 1596 (igualdade na filiação); art. 1593 (admite 
que é possível outras origens além da filiação civil ou consangüínea – aí se insere a 
família socioafetiva, por exemplo, no caso de famílias reconstituídas. A relação 
afetiva pode levar a consequências jurídicas. 
 
Art. 1, ECA: proteção integral. 
Art. 2: a quem se aplica o ECA. 
Art. 3: baseado no preâmbulo da Convenção Internacional dos Direitos da Criança de 
1989. Direitos fundamentais. Para proteção desses direitos, qualquer pessoa pode agir 
para sua proteção, principalmente MP (art. 127, CF). 
Art. 4: Prioridade absoluta. Trata também do princípio da cooperação. No § único, 4 
alíneas mostrando como essa prioridade pode ser alcançada. 
Art. 5: negligência, exploração... -> repetição da CF, art. 227. Não é considerada 
discriminação políticas de apoio a crianças carentes, já que é tratar de forma desigual 
uma situação desigual. 
Art. 6: é parecido ao art. 5o da LICC. Há quem acredite que é o art. mais importante. 
Com esse artigo que é dada a prioridade absoluta, e atendido o melhor interesse da 
criança. Faz com que todos os princípios do ECA sejam aplicados a qualquer situação 
do ordenamento. 
 
Há um direito diferente entre o ECA e a CF: o direito de brincar, previsto no ECA 
apenas. Na jurisprudência, em vários casos os princípios são aplicados. Por exemplo, 
transfusão de sangue para criança com pais cuja religião não admite a transfusão; 
adoção por casal homossexual. 
 
 
14.03 – Tomasevicius (pegar o começo com alguém) 
 
Art. 196 a 200, CC – estes artigos já estavam na CF. 
 
 O legislador se preocupou, na época, com a saude da criança nos seus primeiros 
momentos de vida. O primeiro aspecto é o período de gestação. É certo que, para que 
nasça com saúde, é necessário ter uma preocupação durante a gestação. 
 
O ECA procurou assegurar a realização de, ao menos, o exame pré-natal. Quando 
nasce, temos a preocupação de se fazer os exames, que hoje já são de rotina, e de 
evitar a troca de bebês (que hoje felizmente pouco acontece). 
 
É notório que, em 20 anos, se avançou muito na matéria. O poder público passou a 
dedicar sua atenção a isso também. 
 
ECA - Tomasevicius 
 6 
Cronologicamente: 
- Gestação – art. 7o do ECA. Já estava na CF. O que é interessante é a garantia de que 
a gestante seja atendida pelo mesmo médico que a acompanhou durante a gestação. 
Isso pode trazer dificuldades. A ideia do legislador foi de possibilitar uma 
aproximação entre o médico e a família. 
 - § 4o , art. 7o : referido no § 5o. Quando se fala em estado puerperal, o que se 
quis dizer? Como isso ocorre, em termos de infanticídio? a mãe pode querer não 
exatamente “matar” o filho, mas sim se “livrar” dele, se estiver nesse estado 
puerperal. “Descarte” de crianças. 
*Providências? O hospital deve ter uma equipe médica para perceber se está ou não 
nesse período. Houve uma proposta polêmica de se encaminhar esta questão: a 
possibilidade da mãe entregar a criança no hospital, sem se identificar – o que se 
chama de “parto anônimo”. Essa é a versão atual da antiga “roda da criança” (?). A 
mãe que não quer ficar na criança, e pode ser, por uma razão consciente, que não 
queira realmente ficar com a criança, vai para o hospital e faz um parto anônimo. 
Como julgar essa proposta? A criança, neste caso, seria levada à adoção. 
* Em 2008, houve projeto de lei do deputado Valverde sobre isso. Dispôs sobre o 
parto anônimo, e que o SUS deveria criar um programa específico para isso. O projeto 
teve sua tramitação, mas foi arquivado porque se entendeu que era inconstitucional, 
que violava o princípio da dignidade da pessoa humana. 
 
O que também ocorre na prática é a chamada adoção à brasileira, que é crime. Art. 
242, CP (falso registro de nascimento). O adotado costuma querer saber sua origem, o 
que pode levar a conseqüências pelo fato de se terfeito uma adoção à brasileira. 
 
Quanto aos exames, temos os arts. 9 e 10. A preocupação do legislador é a questão da 
licença paternidade. A licença maternidade é de 120 dias, remunerada – o que foi um 
avanço, para a época. Na Austrália, a licença é de 1 ano, mas sem remuneração, por 
exemplo; na China, 3 meses, sem remuneração. A sociedade brasileira de pediatria 
sempre lutou para que o período de licença maternidade fosse ampliado. Por essa 
razão, em 2008, conseguiu-se a aprovação da lei para ampliar para 6 meses para 
possibilitar o melhor desenvolvimento da criança. 
 
A licença maternidade, desde 2002, é extensível à mãe adotiva. 
 
A outra preocupação é com o aleitamento materno. Art. 9o do ECA. Em termos de 
políticas públicas, temos programas de aleitamento materno. 
 
O art. 10o, na época, foi muito importante. 
Esses artigos foram criados para resolver problemas dos anos 80. 
 
Quanto à saúde, temos: 
O SUS deve prestar o atendimento. É possível dar conta disso em todos os municípios 
brasileiros? Há muitas cidades que não têm recursos suficientes, e os tratamentos 
ECA - Tomasevicius 
 7 
podem ser muito caros. Há um conflito: por um lado se tem que garantir a saúde das 
crianças e dos adolescentes, por outro lado, deve-se proteger as finanças do 
município, e não se tem o dinheiro para isso. 
 
Outro problema é: se a criança não tiver um advogado, pode o MP advogar pelo 
interesse de apenas uma criança? É entendimento consolidado de que é possível que o 
MP atue na defesa de apenas uma única criança. Resp 871215/2006. 
 
Seria possível pagar/custear uma cirurgia plástica/estética para uma criança? A 
jurisprudência ainda está discutindo isso. 
 
Seria possível exigir que o município custeasse tratamento fonoaudiológico? Há 
discussão. 
 
Art. 11, ECA. 
 
Art. 13, ECA. Aqui, muitos problemas. Os hospitais têm que lidar com essa situação, 
já que vivemos em uma sociedade violenta. Tem que comunicar, notificar. No caso de 
pedofilia também, tem que notificar, 50% das crianças que sofreram abuso correm 
risco de morte. A denúncia deve ser feita ao Conselho Tutelar, mas nada impede que 
se denuncie ao MP. 
 
Vacinação: art. 14, § único. Neste ponto, se avançou muito, muitas doenças foram 
erradicadas com a vacinação obrigatória. 
 
Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade. Esse capítulo é mais complicado no 
ECA. Houve uma interpretação exacerbada e equivocada do ECA: a ideia de que a 
criança e o adolescente só tem direitos. Pelo jeito que se veicula, a criança só tem 
direitos, é criada com essa ideia, aí quando faz 18 anos, passa a ter muitos deveres. 
Deveria também ter alguns deveres: pelo menos, o dever de respeitar os pais, e os 
professores – o que já seria um grande avanço. 
 
Arts. 15, 16 (direito à liberdade) e 17, ECA. Para que a criança não sofra maus-tratos. 
Não pode haver imposição de ensino religioso. Aqui também este artigo se refere à 
foto das crianças e dos adolescentes. 
 
Art. 18. 
 
Problemas que já apareceram: 
- Liberdade: se quer garantir o desenvolvimento pleno por meio do exercício plenos 
dos direitos da personalidade. Por exemplo, uma adolescente atriz de 15 anos, pode 
participar de uma peça, ou de uma novela? Sim, porque a representação artística é 
ECA - Tomasevicius 
 8 
uma manifestação de sua personalidade. Caso de uma peça no RJ, em que tinha que 
fazer uma cena picante – dilema: arte, ou a imagem e dignidade da criança? 
- Respeito à criança, não expô-la à violência: e os videogames? Caso real, do Mato 
Grosso, que chegou ao STJ. Programa “cidade oliva”: levavam as crianças ao quartel 
por um dia. O MPF entrou contra esse programa, pelo fato de que isso violava o ECA, 
expondo a criança à violência (aos veículos, tanques de guerra). A decisão foi de que 
isso foi atentatório ao ECA, por ser um estímulo à violência. 
 
04.03 
 
Prevenção primária: garantir os direitos fundamentais. 
Prevenção secundária: programas de apoio e de auxílio, e orientação às crianças e aos 
jovens. 
Prevenção terciária: medidas socioeducativas. 
 
* Essas normas existem porque essas pessoas estão em fase de desenvolvimento. 
Cuidado ao lidar com essas pessoas, nessa fase. 
É um dever de não deixar ocorrer, de prevenir. 
 
Art. 4o , ECA: fala sobre a prioridade absoluta que as crianças e os adolescentes têm. 
Têm prioridade para formulação de políticas públicas, para atendimento no serviço 
público. 
Art. 227, CF também fala sobre essa prioridade absoluta. 
 
Art. 71: a criança e o adolescente têm direito a ... -> tem que ser observada a condição 
peculiar de pessoa em desenvolvimento. Não têm acesso a qualquer produto ou 
serviço, só àqueles... 
Não exclui outras normas que também asseguram essa prevenção. 
 
 
Art. 72: há outras normas em outros diplomas legais que também fazem parte dessa 
prevenção. Observar todo o OJ, tudo tem conexão. Por exemplo, art. 37, §2o do CDC. 
 * Art. 37, CDC: publicidade abusiva às crianças. Estas ainda não conseguem 
julgar o que assistem, por isso a publicidade a elas deve ser feita com muito cuidado, 
para que não sejam influenciadas de maneira negativa. 
 
Art. 73: pode gerar infrações administrativas. Responsabilidade da PF ou PJ que 
descumprir normas de prevenção. 
 
Há 3 áreas básicas de prevenção especial: 
- informação, esporte, lazer: art. 74 a 80. 
ECA - Tomasevicius 
 9 
- área de consumo; 
- área de deslocamentos pessoais, ou viagens. 
 
Diversões e espetáculos públicos: art. 220, § 3o, I, CF. Compete à lei federal 
regulamentar isso. A lei vai dispor sobre a natureza desses espetáculos, a faixa etário, 
locais e horários de sua apresentação. 
O legislador faz essa legislação mediante decretos, portarias, atendendo-se o direito à 
informação. 
Há ainda o art. 21, XVI, CF, que diz que à União compete essa fiscalização e 
regulamentação, e é o Ministério da Justiça o encarregado de editar as portarias. Por 
exemplo, portaria 1.100, do MJ, e a 1.220 (obras audiovisuais). 
 
Além dessa competência do poder executivo da União, também o poder judiciário tem 
essa incumbência de fiscalizar o cumprimento dessas normas de prevenção, e o acesso 
das crianças e dos adolescentes aos espetáculos. Art. 149, ECA fala que o juiz poderá 
regulamentar através de portaria, ou autorizar por alvará, o acesso a determinados 
locais das crianças e dos adolescentes. 
O poder judiciário não legisla, não pode gerar uma regra como se legislador fosse. 
Caso do toque de recolher para crianças, determinado por alguns juízes. A princípio, 
não pode, porque contraria a liberdade de ir e vir das crianças e adolescentes, e quem 
tem que cuidar e fiscalizar elas são os pais, a priori; o poder público teria papel 
secundário apenas. 
 
Art. 74, caput e § único. Essa regulamentação diz respeito ao aviso sobre o 
espetáculo, que deve conter: natureza do espetáculo, ... 
* mas isso configuraria censura? Não, pois essas normas visam à preservar o 
desenvolvimento das crianças e dos adolescentes, que não tem ainda capacidade de 
receber e de processar adequadamente as informações que recebem. Por isso que 
esses avisos são tão importantes. Isso vale para os lugares públicos; quando não o for, 
cabe aos pais regular e fiscalizar isso. 
§ único: dever aos responsáveis do estabelecimento. Lugar visível e de fácil acesso. 
Relação com o Direito do Consumidor. 
 
Art. 75, caput e § único. As crianças e adolescentes têm acesso aos espetáculos e 
ambientes públicos, mas há uma limitação absoluta no § único: os menores de 10 
anos, de maneira alguma, podem ingressar sem os pais ou responsáveis. Por que isso? 
Porque uma criança de menos de 10 anos não têm como reagir em determinadas 
situações, para o legislador; por exemplo, em caso de incêndio, ou pelo fato de haver 
pessoas de várias faixas de idade. Enfim, não têm capacidade de enfrentar uma 
situação de risco. 
Art. 258: multa ou fechamento provisório do local, independente de qualquer dano, 
emcaso de descumprimento do art. 75. 
 
Emissoras de rádio e televisão 
ECA - Tomasevicius 
 10 
Muito importantes na formação da criança e do adolescente. Deve haver uma 
regulamentação séria para isso. 
Qual o horário livre? Entre 6 e 20 horas. Nesse horário, a programação deve ter 
finalidade recreativa, educativa, visando ao aperfeiçoamento e à cultura das pessoas. 
Além disso, antes da apresentação desses programas, deve ser avisada a classificação 
indicativa. 
 
Art. 76, caput e § único. É o Ministério da Justiça que regulamenta isso, através de 
portarias. Natureza considerando as cenas do programa deve ser verificada para 
classificação. A autoridade judiciária também pode regulamentar a participação da 
criança e do adolescente. Na televisão, o aviso deve ser antes e durante a transmissão, 
exceto os programas transmitidos em horário livre; aí, cabe ao apresentador e à equipe 
informar isso. É possível ingressar com demanda para tentar inibir a transmissão, ou 
para reparar danos já causados. 
 
Outra situação que pode ocorrer é o comércio de fitas de vídeo, e produtos nesse 
sentido. Arts. 77, 78 e 79 dispõem sobre isso. 
Art. 77. Os próprios diretores e gerentes devem ter cuidado para observar a 
classificação do produto, e não vender para pessoas em desacordo com a faixa etária 
prevista. As fitas devem na embalagem prever a faixa etária. 
Art. 78. Revistas e publicações. Nesse caso, se o material for impróprio ou 
inadequado, terá que ser comercializado em embalagem lacrada. Se tiver conteúdo 
pornográfico, a embalagem deverá ser opaca. 
Art. 79. Proibição de veicular bebidas alcoolicas, armas etc. 
** alvo: diretores e gerentes de estabelecimentos que vendem os produtos. Art. 257 
do ECA é a regra geral. 
 
* Qual a classificação? 
- menores de 10 anos 
- entre 10 e 12 
- 12 a 14 
- 14 a 16 
- 16 a 18 
- menores de 18. 
 
Conteúdo impróprio ou inadequado: tanto o texto quanto as imagens veiculadas. 
 
Jogos e diversões. Jogos de sinuca, lanhouse etc. O ECA veta que as crianças e 
adolescentes tenham acesso a esses locais desacompanhadas. “Congêneres” abrange 
tudo. Esses locais são frequentados por pessoas mais velhas, e horários não habituais; 
há bebidas alcoolicas, cigarro, enfim, não é um ambiente adequado para menores de 
ECA - Tomasevicius 
 11 
18. Além disso, seria o horário para outras atividades adequadas ao seu 
desenvolvimento. 
Os responsáveis por fiscalizar isso são os proprietários do estabelecimento. Os pais 
podem levar os filhos, mas cabe bom senso. A infração gera a responsabilização pelo 
art. 258. Aviso na porta proibindo a entrada de menores de 18 anos 
desacompanhados. Casa lotérica também não pode. Infelizmente, falta fiscalização e 
efetividade em muitas das normas do ECA. 
 
Consumo 
Art. 81 e 82, ECA. Não terão acesso a determinados produtos de consumo, como 
armas, bebidas alcoólicas, fogos de artifício, bilhetes lotéricos e equivalentes, revistas 
previstas no art. 78. No caso de consumo de drogas, o ECA é aplicado 
subsidiariamente. Art. 81, III: substância que não é droga, mas causa dependência. 
Proibida hospedagem em hotel e congêneres, salvo se autorizado por pai ou 
responsável. Isso visa a evitar que essas crianças tenham o amadurecimento sexual 
prejudicado. Responsabilidade pelo art. 250 do ECA. 
* Apelação 13.411, Câmara especial do TJ: o fato de faltarem 7 dias para completar 
18 anos ainda não autorizava que o menor se hospedasse em hotel sozinho, que o 
estabelecimento deveria ter proibido a entrada do menor. 
 
Deslocamentos pessoais e viagens 
Arts. 83 a 85, ECA. Autorização dos pais ou responsáveis. Há exceções. O artigo só 
se refere às crianças, e não aos adolescentes, porque o legislador entende que há um 
risco inerente no caso de ser criança. 
Exceções: comarca contigua, mesma unidade, acompanhado de pais ou parentes até 3o 
grau. 
§ 2o: autorização genérica. Criança faz tratamento em comarca diferente. Aí os pais 
podem entrar com medida judicial para conseguir a autorização por 2 anos. Para 
solicitar esse tipo de autorização, poder-se-ia pedir um alvará. 
Infração a essa regra: art. 251, ECA. 
Viagem ao exterior: a norma abrange a criança e o adolescente. A autorização é 
dispensada se acompanhada dos 2 pais, ou, se só de um, com autorização expressa do 
outro. Precisa da firma reconhecida, ou de autorização judicial. 
Por exemplo: se os pais forem separados ou divorciados, e a guarda foi concedida a 
um deles, a criança não poderia viajar sem a autorização dos dois, mesmo se 
divorciados (mas isso é discutível, é uma dúvida, a análise seria casuística). Precisa da 
autorização do outro, com firma reconhecida, ou pede-se judicialmente. Se um dos 
pais for estrangeiro, mesmo assim não pode viajar ao exterior sem autorização do 
outro. No caso de desrespeito, aplica-se o art. 251 do ECA. 
 
Casos práticos 
Caso da novela Laços de Família. Globo perdeu em todas as instâncias, e teve que 
mudar. 
Caso da MTV. Vinhetas com mensagens subliminares. 
ECA - Tomasevicius 
 12 
Caso do quadro do João Kléber. 
 
11.04 
 
A despeito da previsão, ainda falta muito para a efetivação dos direitos previstos no 
ECA. 
 
Livro 2 
Art. 86 e seguintes. 
 
Diretrizes para implantação dos direitos: 
- municipalização dos direitos: precisa haver maior possibilidade para assegurar sua 
proteção. Sobretudo na década de 90, tentativa de se estabelecer um sistema. 
Dificuldade da articulação entre eles; na ânsia de se querer fazer algo muito 
organizado, não se consegue garantir o básico. Não significa que é uma exclusividade, 
mas já tende a facilitar a resolução dos problemas. O mesmo vale para a educação: 
assegura-se maior proximidade entre o responsável e o destinatário desse serviço 
público. 
 
- previsão de Conselhos de direitos da criança e do adolescente: Existem tanto na 
esfera federal, estadual e municipal. 
* Não confundir com o Conselho Tutelar. 
Concorrem para a formação das políticas públicas em matéria de direito da criança e 
do adolescente. 
Como se explica a previsão desses conselhos? Uma das maneiras pelas quais se 
permite a participação da sociedade na formulação de políticas públicas é por meio 
desses conselhos. Lei 8242 criou o CONANDA, ligado à Secretaria dos Direitos 
Humanos da República. 
Por exemplo, o art. 2o – da competência do conselho. 
Mas o Estado também tem que fazer suas próprias políticas públicas. 
Para executar tudo isso, é necessários ter dinheiro. Previsão da criação de fundos: há 
fundo dos direitos da criança e do adolescente. A finalidade dele é financiar a 
execução dessas políticas. 
Tendo em vista a dificuldade de articulação entre os diferentes órgãos, o que o ECA 
faz é a integração operacional em diversos órgãos, que devem procurar atuar de forma 
ordenada. Com esse valor, se procura fomentar a articulação do trabalho conjunto 
entre esses órgãos, para ter maior eficiência. 
 
- Um desses valores passa pela mobilização da opinião pública (art. 88, VII). Neste 
ponto, não há mobilização, a sociedade lamentavelmente não se preocupa com isso. 
 
ECA - Tomasevicius 
 13 
Quanto aos órgãos que vão implementar essas políticas, o ECA trata de modo 
minucioso sobre as entidades de atendimento. Abrange uma série de entidades, não se 
limita apenas ao que vemos. 
Como devem trabalhar? devem fazer o acolhimento institucional, gerenciar a 
internação e a liberdade assistida etc. 
O ECA traz uma série de exigências, que devem ser registradas no Conselho 
municipal dos direitos da criança e dos adolescente. 
Como devem atuar? Devem procurar preservar a relação familiar, a integração na 
família substituta, o atendimento personalizado em pequenos grupos etc. Construção 
para se diminuir o tamanho dessas entidades, para possibilitar um atendimento 
personalizado etc. 
* caso em que se levou a criança ou adolescente para outra cidade gerou polêmica – o 
que estimulou a descentralização dessas entidades. 
§ 1o: uma criança que está no abrigo, quem é seu responsável? O Estado é que tem a 
guarda? Não, é o dirigente da entidade (art. 92, § 1o ). O Estado em si não tem a 
guarda, quem a terá é uma pessoa, que tem o dever de zelar por aquele que está na 
entidade que ele gerencia. 
Art. 92, § 2o : Obrigação de se fazer um relatório individual, para acompanhar como a 
criança está se desenvolvendo e reagindo – o que foi uma mudança recente positiva. 
 
* Uma criança que esteja abandonada pode ser recolhida compulsoriamente? 
No caso, a despeito de estar em situação de risco, deve se assegurar a liberdade dela. 
A sua manutenção deve passar pelo controle do Judiciário. É possível que se faça o 
acolhimento em situação de emergência, mas isso deve ser informado à autoridade. 
 
* E uma criança que não queira ser compelida a isso? Há essa possibilidade de 
ela não querer ficar no abrigo? 
Sim, tanto que cabe habeas corpus que for mantido compulsoriamente num abrigo, 
senão estaria sendo privado de sua liberdade sem nada ter feito (o que não é o caso do 
menor infrator). Não se trata de uma internação, mas sim de um acolhimento. Os 
programas voltados a crianças mais eficientes fazem com que a criança na rua procure 
espontaneamente o abrigo, em vez de forçá-la a ir. Aí sim, o programa funciona. 
Quando há pressão para a procura, o resultado não tem a mesma eficácia. Problema 
semelhante é o que ocorre na Cracolândia, questão que envolve a saúde pública. 
 
Conselho Tutelar 
Está no título V (arts. 131 a 140). 
Qual a finalidade? A família, a sociedade e o estado tem deveres de proteção à criança 
e aos adolescentes. A sociedade participa pelos Conselhos, que formulam políticas e 
fiscalizam; mas deve haver um órgão que execute - e esse órgão é o conselho tutelar, 
é ele quem vai zelar pelo cumprimento. 
É órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade, de 
zelar pelo cumprimento... 
ECA - Tomasevicius 
 14 
Ou seja, é órgão da sociedade, não é do Estado. É ele que vai executar, em nome da 
sociedade, a implantação dos direitos da criança e do adolescente. 
Cada município deve ter um conselho tutelar. 
Ano passado, houve mudança no ECA para aprimorar a composição do conselho. Em 
cidades pequenas, eleição para conselho tutelar é como eleição para vereador, porque 
o mandato do conselheiro é de 4 anos, e é atividade remunerada. Para institucionalizar 
mais isso, houve modificação no ECA (art. 134: “cobertura... licença maternidade, 
gratificação natalina”). Por isso que nos municípios pequenos as pessoas se 
interessam bastante por esse cargo. Agora, o conselheiro tem a proteção (direitos 
trabalhistas) equivalente ao de uma pessoa normal, por isso, deve ser mais cobrado 
por isso. 
* Há várias conselhos em que a atividade não é remunerada. 
Atribuições do conselheiro? Art. __. 
Recentemente, houve unificação da data das eleições. Eleição unificada para o Brasil 
inteiro. Agora, a eleição será em 04/10/15. Se houver mandatos que expirem antes 
dessa data, são automaticamente prorrogados para que nesta data o Brasil inteiro faça 
uma eleição. 
 
PROVA SEMANA QUE VEM 
2 notícias de jornal para reflexão crítica, com base no que estudamos, nos artigos 
indicados e bibliografia. Nada de memorizar o artigo. Trazer uma reflexão pessoal. 
Professor poderá ser criterioso na correção. Sem consulta à legislação. 
 
18.04 
 
PROVA. 
 
 
25.04 – Shecaira 
 
- Criminalidade juvenil; 
- O que é adolescer? 
- História do sistema: princípios constitucionais; 
- Medidas socioeducativas. 
 
Existe uma criminalidade exclusivamente juvenil? 
 
Há 2 grandes grupos de autores: 
 
1. SIM. 
 
2. NÃO: de um lado, aquilo que seriam os vetores ensejadores dos crimes praticados 
pelos adultos, e, de outro, vetor das transgressões sociais típicas dos jovens infratores. 
Numa sociedade de modernidade líquida, houve uma espécie de liquefação, de mescla 
que nos impede de examinar o que realmente somos. Por isso, Z. Balman discorre 
sobre essa perda da identidade. Esta atinge o indivíduo, porque perdemos a referência. 
ECA - Tomasevicius 
 15 
Por exemplo, onde existia muita imigração, havia determinados “clubes” (por 
exemplo, dos italianos, dos japoneses etc.), ou seja, uma identidade – o que se perde 
em uma modernidade líquida. Passo a ser o que quero ser, e não aquilo que quero ser 
dentro do meu entorno social – que é o que me permitia estar no seu __. 
 
* teoria do Labeling approach: não existe um ato humano isolado, o ato é o meu ato, 
e aquilo que espero do meu ato. A referência social é fundante. 
Com o pensamento individualista exacerbado, perco referências. Por exemplo, caso 
do índice de desemprego maior entre jovens na Europa. 
 
Problema da desigualdade social, que atinge marcadamente a juventude. 
 
Paralelamente à particularidade esta categoria, há questões sociais atinentes a toda a 
sociedade. Por exemplo, crescimento da criminalidade no Brasil. 
 
As matrizes da criminalidade como um todo atingem todos os seres humanos, mas em 
particular aos jovens, dado a formação que damos a eles, sentimento de ganância. 
Problema no Brasil: uma estrutura social que não possibilita aos jovens terem algo 
que é inerente ao capitalismo; conflito entre a vontade de ter bens, e a possibilidade 
de adquiri-los por falta de capacidade financeira para tal. Será que o jovem consegue 
tranqüilizar-se com isso? Prolongamento da juventude. Volta-se a uma condição em 
que estão biologicamente amadurecidos, mas não sociologicamente. 
 
“Adolescer” não se realize plenamente, mas parcialmente; adolescer é entrar no passo 
da sociedade, é ser reconhecido pela sociedade. 
 
O que temos hoje é um sistema de absoluta insegurança: desemprego endêmico. O 
não-acesso ao mercado de trabalho gera insegurança. Essa sensação de dificuldade se 
dá pela perda de um Estado de Bem-Estar Social. Hoje, a modernidade líquida 
substitui este Estado. 
 
* o Brasil é o país que tem maior crescimento de encarcerados. 
 
Um dos fatores que contribuíram com a diminuição da criminalidade na cidade de São 
Paulo foi o envelhecimento da cidade, ou seja, menos jovens. 
 
Alguns dos fatores microsociológicos: 
 
- fatores genéticos: ebulição da crise puberal, isto é, do adolescente. Busca incessante 
por coisas novas. 
* Há ainda a teoria do “supermacho” (XYY), homem com identidade masculina mais 
proeminente, de agressividade maior. Agressividade é inerente ao ser humano. 
Quando esta não é bem trabalhada, e pautada em um corte social não bem resolvido, 
violência inerente. 
É natural que a América Latina tenha criminalidade maior que os EUA. 
 
* relação entre a inteligência e a criminalidade: o “burro” é mais criminoso? Não, é 
menos que o inteligente. 
 
ECA - Tomasevicius 
 16 
- baixo rendimento do estudante: não conseguir acompanhar a turma, repetir de ano 
aumenta a criminalidade. Atinge-se a auto-estima, sentimento de fracasso, tentativa de 
mostrar que não é fracassado, e, para isso, tenta chamar a atenção dos outros. Por 
exemplo, por meio de um grande ato, como um ato de criminalidade. 
* O governo do Estado de SP adotou a progressão continuada das escolas públicas, o 
que faz sentido. O problema é que isso demanda um acompanhamento permanente – 
o que não existe. Por conseqüência, hoje temos muitos analfabetos funcionais. 
 
- personalidade: vem sempre associada a uma condição pessoal. A agressividade da 
pessoa pode ser questão pessoal, mas a violência não é. 
 
O jovem tem que verificar o seu status a partir de uma auto-estima, e, a partir daí, 
verificar e demonstrar sua virilidade. E por que é necessário ao jovem ousar? Para 
chamar a atenção da família e da sociedade. Deve-se permitir ao filho ter este teste de 
virilidade, cotejado a um controle social. Se o pai não coíbe o patrão o coibirá. 
 
- meio de comunicação de massas: influenciam muito os jovens (e não só eles). 
 
Adolescer é entrar na juventude. Adolescente deixou de ser criança, mas não é ainda 
adulto. Elese vê excedido pelo corpo, cresce no corpo primeiro, mas depois na 
cabeça. Passagem por determinados ritos da sociedade: por exemplo, no caso da 
menina, a festa de debutante, aniversário de 15 anos, é mostrada para a sociedade. Já 
no caso dos meninos, Merton fala que ele tem que inovar, e uma forma de fazer isso é 
cometer um crime, uma transgressão. 
 
A pessoa se vê “chacoalhada” para entrar na vida adulta. Este é o momento em que 
existe a transposição metafórica a que o prof. se referiu (perdi a metáfora... :( ). 
 
A adolescência é algo pós-revolução industrial, porque antes os filhos eram colocados 
na lida desde logo, não existia um espaço para adolescer, para crescer. As crianças 
antes eram retratadas como adultos em miniatura, assim como os adolescentes, 
sempre retratados com roupas de adultos. 
 
Há 100 anos, não havia uma identidade de “adolescente”. É um momento um pouco 
esquizofrênico para os jovens: a precisa se impor na sociedade, e aí há uma crise. Até 
o início do século passado, não tínhamos “adolescentes”. 
 
Há uma situação dramática, porque a criminalidade perpassa uma situação social. Mas 
será que não podemos traçar um panorama para o futuro diferente? 
 
Em 1962, na cidade de Ypisilanti, na Alemanha, resolveram fazer um projeto: 
escolheram uma favela, criaram um programa – o chamado “Perry”. Neste programa, 
pegaram 123 crianças afro-descendentes, consideradas de risco à época: 
problemáticas no entorno social, mas que não tinham cometido nenhum ato anti-
social. Dividiram em 2 grupos: um de controle, e outro do grupo Perry. As crianças 
que tiveram um problema eram atentamente observadas e cuidadas (por exemplo, se a 
criança estava com problema de vista, davam óculos). Os vetores sociais externos 
continuavam a existir: viviam em uma sociedade economicamente depreciada, uma 
sociedade ainda “WASP” (branca, cristã). Começaram a acompanhar as crianças, 
dando tudo para o grupo Perry, e nada para as demais. O acompanhamento foi por 
ECA - Tomasevicius 
 17 
volta de 20 anos. Todos dos 2 grupos praticaram crimes, mas até completarem a 
maioridade, 31% das pessoas do grupo Perry teve envolvimento com a Justiça, 
enquanto que mais de 50% do grupo de controle foi submetido à Justiça. 
 
Ou seja, se identificou a redução à metade da criminalidade do grupo submetido ao 
grupo Perry. 
 
Em SP, Alckmin se elegeu depois do Covas, reeleito, depois Serra assumiu mas saiu. 
Alckmin depois voltou. No Brasil, é inconstitucional reduzir a maioridade penal, 
senão se retiraria do adolescente o direito de ser adolescente. Alckmin sugeriu, então, 
endurecer as penas. Mas a solução não seria essa: seria atuar antes, na formação do 
adolescente. 
 
Na Europa, por exemplo, há uma projeção aos “jovens adultos”, para reduzir as penas 
para pessoas até um pouco mais velhas. 
 
Na Antiguidade, as punições começaram a existir para tenra idade. A puberdade 
variou, mas estaria em 14 anos para meninos, e 12 anos para meninas. O garoto, 
embora impúbere, era reconhecido como infante até os 10 anos; de 10 a 14, impúbere; 
a partir de 14, a punição existia. Quem herdou esse sistema do direito romano foi o 
Common Law. A idade de imputabilidade na maior parte dos países é de 18 anos; o 
que existe é uma idade de responsabilidade juvenil, em que passa a ser punido pelos 
atos que pratica. Neste ponto, o Brasil é um dos países mais rigorosos, começa aos 12; 
na Inglaterra, 14 anos. Na Alemanha, até 14 anos não pune; de 14 a 18, pune, mas 
submetido à perícia para ver se tinha maturidade social, biológica e __, e a punição 
depende disso e dos resultados da perícia. De 14 a 18, a responsabilidade pode se 
aproximar à responsabilidade do adulto, à luz do ECA. 
 
* O ECA é um sistema mais garantista. 
 
No Brasil, 3 momentos: 
 
- etapa penal indiferenciada, que nasce com o Código Penal dos Menores. Os menores 
eram tratados com a mesma pena, e colocados no mesmo cárcere. Código de 1830: de 
14 a 18 – punição atenuada; a partir de 18, punição plena. Misturava-se nas cadeias 
(masmorras) jovens de 14 anos, e pessoas mais velhas, reincidentes. 
 
* 1880: menos de 9: sem punição; de 9 a 14: recolhimento disciplinar, mas acabavam 
na cadeia, junto com pessoas mais velhas. 
 
* 1923: código Mello Matos: etapa tutelar. Grande avanço, porque olhava para o 
jovem como pessoa que precisava de atendimento particular. Surge nos EUA uma 
corte juvenil em Chicago, o que foi adotado em muitos países da Europa. O Brasil foi 
copiar um sistema de tutela, de proteção, mas que era muito criticado, porque olhava 
o menor como infrator, pervertido. Ou seja, base para a teoria da situação irregular: se 
cometeu o delito, tem que ter reformatório; se não cometeu delito, mas anda em más 
companhias, já pode haver intervenção; mas se não houvesse nenhum ato delituoso e 
nem más companhias, ainda podia haver intervenção. 
 
* Código de Menores. 
ECA - Tomasevicius 
 18 
 
Até 1990, legislação tutelar que autorizava intervenção do Estado, porque não era 
bandido ainda, mas o será um dia. 
 
09.05 – Caderno da Ju 
 
gfcmonaco@usp.br 
Direito Internacional dos DH para crianças e adolescentes 
Desenvolvimento do DIN dos DH vocacionado para as crianças e adolescentes 
Convenção da Criança: Criança até 18 anos 
Exceto se o Estado lhe atribui plena capacidade antes dessa idade 
Ele deixa de ter um tratamento mais específico e preferencial (deixa de gozar do 
princípio do melhor interesse da criança). 
O primeiro aspecto que se desenvolve nesse tema diz respeito ao fato de que até 
pouco tempo atrás o tratamento era eminentemente familiar. O pai poderia dispor da 
liberdade e da vida dessa criança. 
Século XIX não havia nenhuma norma protetiva para a criança. 
Criança passa de uma despreocupação absoluta, para um conhecimento como objeto 
para, por fim, passar a ter um reconhecimento como sujeito. 
Primeiro reconhecimento: OIT (reconhecimento de idade mínima para a idade 
laborativa) 
Declaração de Genebra: 5 normas que consideram a criança como objeto. 
Estabelecem-se direitos reflexos a partir das obrigações daqueles que tem 
responsabilidade sobre essas crianças. 
A preocupação em 1924 era uma preocupação que decorria muito da 1ª GM que 
atingiu crianças em um número muito superior a outras guerras anteriores. 
A criança já aparecia nos costumes do direito de guerra e direito na guerra, mas 
sempre nessa condição de integrante da população civil. 
No entanto, os próprios eventos políticos do pós-1ª GM levaram uma absoluta 
incapacidade da Sociedade das Nações de cuidar daquilo que lhe era afeito. 
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão: Ser humano detém direitos 
fundamentais. Outorgou-se ao estado a responsabilidade pelo seu cidadão, do seu 
nacional. 
Estado nazista conseguiu construiu arcabouço jurídico para retirar a nacionalidade 
alemã dos judeus, permitindo ao estado alemão de se eximir da responsabilidade de 
garantir os direitos fundamentais a essas pessoas. 
Este cenário é comunicado à comunidade internacional após o término da guerra e ela 
diz que não dá mais para deixar essa questão ao arbítrio do Estado. 
Declaração de Direitos que toma a forma de uma Assembleia Geral da ONU deixando 
de ser a vontade individual, passando a ser a vontade do grupo. 
Essa construção se teoricamente era muito bonita e adequada, no ponto de vista 
pragmático não o foi, pois a comunidade internacional veio a criar tratado 
internacional que deveria ser ratificado pelos Estados em face dos outros integrantes 
da ONU. Por razões políticas esses pactos foram cindidos: ICCPR e ICESCR. 
O mesmo ocorreu no âmbito dos direitos da criança. 
1959: direitos garantidos em 1948 de forma geral são especificados em relação às 
crianças em nova declaração que tem 10 princípios (declarando algo que já existia) 
que vão ser especificados depois em uma Convenção. 
ECA - Tomasevicius 
 19 
1979: ONU dedicou ao Ano Internacional da Criança. UNICEF e UNESCO 
(organizações que têm trabalho mais voltado à infância) jáeram uma realidade. 
Delegação da Polônia: sugere que comissão de Direito Internacional passe a construir 
uma Convenção sobre o Direito das Crianças. 
Estudo que durou 10 anos e foi acompanhado muito de perto pelo Brasil. Em 
novembro de 1989 a Assembleia Geral da ONU aprova o texto dessa Convenção. 
Duas partes: Direitos específicos da criança (paralelismo grande com os direitos do 
ECA) e mecanismo de acompanhamento da aplicabilidade da Convenção nos Estados 
Partes (é a que teve maior número de ratificações) 
Há dois países que não são partes na Convenção: Somália à problemas internos 
políticos e EUA à porque a convenção é peremptória ao proibir pena de morte para 
menores de 18 anos e alguns estados dos EUA permitem. 
Brasil aprovou o ECA em junho de 1990, menos de um ano depois da criação da 
Convenção e no fim do ano ratificou a Convenção. 
Obrigação de depor aos maiores de 12 anos e proibir menores de 12 (ECA): 
relativização pela convenção: Criança será ouvida em juízo quando demonstrar 
possuir maturidade para tanto. 
Um dos aspectos que o ECA e a Convenção divergem. 
Outra obrigação dos estados ratificantes: apresentação de relatórios periódicos. 
Sistemas regionais são jurisdicionais e não tem nada a ver com o sistema global 
(onusiano) que é administrativo, de acompanhamento da implementação dos tratados 
de DH. 
Há comitê que analisam esses relatórios que são compostos por 15 membros eleitos a 
título individual. Essas pessoas se reúnem de tempos em tempos e analisam esses 
relatórios. Relatório inicial: apresentado pelo Estado 2 anos após a ratificação ou 
adesão. Ele é bastante mais detalhado do que os relatórios subsequentes que são os 
relatórios sequenciais (apresentados a cada 5 anos). 
Esse relatório é encaminhado ao comitê e ele abre vistas e encaminha a OIs que 
tenham alguma relação com o tema (por exemplo, OIT, UNICEF, OMS etc). Também 
mandam cópias para ONGs de relevância. Todas essas instituições podem contrariar 
essas alegações. Se houver contrariedade, o comitê abre vista ao governo brasileiro e 
marca uma audiência pública (Genebra). Essa sabatina permite defesa ou 
reconhecimento de culpa. Terminada a análise do relatório, o comitê faz uma 
manifestação sobre a condição da infância e da juventude no Estado no período x. 
Esse relatório é encaminhado ao Estado e ao Secretário Geral da ONU e este tem a 
obrigação de copiar esse relatório e enviar aos demais Estados-parte. A intenção dessa 
medida é de que as sugestões que o comitê faz sejam também adotadas já por outros 
estados que estejam passando por situação semelhante, mas só terão relatório 
analisado no futuro. Uma determinada política pública tomada por um Estado x passa 
a ser de conhecimento de todos os Estados-parte e permite a implantação em seu 
território (com ou sem adaptações). 
Brasil apresentou seu relatório inicial com 14 anos de atraso e o primeiro relatório 
sequencial está atrasado. 
O sistema é pensado para socializar informações. 
O TPI era uma organização que muitos acreditavam e ele dá um salto no sistema 
global, porque passa a ter uma coercibilidade quanto aos Estados-parte. Na 
composição deve haver pelo menos um especialista em direitos da criança e um 
especialista em direitos da mulher, pois são esses os mais vulneráveis em situações de 
guerra. 
ECA - Tomasevicius 
 20 
Adoção Internacional 
Problema relativamente grande no Brasil. 
Duas correntes: 1- aqueles que idolatram essa adoção internacional em relação ao 
desenvolvimento da criança; e 2- aqueles que enxergam no estrangeiro que buscam a 
adoção um altruísta. 
O estrangeiro normalmente se apresenta disponível para adotar crianças mais velhas, 
crianças com deficiência física e mental e com etnias diferentes. 
O professor acha que não é verdade que a adoção internacional é melhor, o problema 
é que ela é subsidiária, pois o estrangeiro sabe que só conseguirá adotar a criança não 
desejada pela família brasileira. Nesse cenário o estrangeiro sabe que só consegue a 
criança se flexibilizar os seus desejos. De outro lado, vivemos no Brasil um período 
muito crítico em relação à adoção internacional. Havia muitas crianças adotadas no 
cartório, pois o fenômeno de adoção por via judicial é muito recente. Há muito relatos 
de crianças que foram colocadas como empregadas domésticas no exterior, além de 
caso de pedofilia, tráfico de órgãos, prostituição. 
Tudo isso fez com que a deputada Rita “x” durante a assembleia constituinte 
defendesse a inserção de artigo sobre adoção internacional na CF. 
O endurecimento do processo de adoção internacional evitava a perda de controle 
com a saída dessa criança para outro país, mas a regra era ruim, pois utilizava o 
elemento de conexão nacionalidade. Era preciso criar uma forma de interpretação 
adequada dessa norma. A adoção por pessoa residente habitualmente no exterior deve 
obedecer as regras do ECA. 
Esse sistema criado pelo ECA prevê procedimento de adoção que do ponto de vista da 
família estrangeira é muito complexo. Como começa um procedimento de adoção 
internacional? Começaram a surgir ONGs que interditavam processos de adoção 
internacional e uma batelada de organização picareta. O sistema continuou um 
sistema doente e era preciso criar um mecanismo de cura: mecanismos de cooperação 
judiciária internacional. 
1993: assinatura de Convenção sobre Cooperação Judiciária e Proteção da Criança em 
matéria de Adoção. Convenção de Haia. 
Processo de habilitação deixa de ser feito no Brasil e é realizado no local da 
residência habitual com perícia e relatório. Autoridade Central encaminha relatório 
para os outros estados contratantes. O pedido chega na nossa Autoridade Central 
(Secretaria Nacional de DH que tem status de Ministério) e são cruzados com os 
dados da criança. 
A Convenção e o ECA exige tanto quanto possível deve-se manter os irmãos 
biológicos juntos. 
A família vem passar um tempo para um estágio de convivência que é de 30 dias no 
máximo. Cabe ao psicólogo e assistente social acompanhar esse estágio e lavrar um 
relatório. O casal volta para o país. A criança fica, o juiz sentencia, havendo reexame 
necessário do Tribunal. Transitado em julgado a criança pode ir, sob custódia da 
companhia aérea ou os pais vem buscar. 
Desembarcou já é filho e a criança chega no estado de acolhida parte na Convenção e 
este obrigatoriamente lhe outorga a nacionalidade daquele país, mantendo-se a dupla 
nacionalidade até os 18 anos. Se o país não aceita a binacionalidade, ele terá que optar 
quando alcançar a maioridade. 
Antes de 1999 o Brasil ainda não tinha internalizado a Convenção. 
De 1999 a 2009: dúplice (Convenção para os Estados-parte e o ECA para países não 
parte) 
ECA - Tomasevicius 
 21 
Juízes de SP começaram movimento jurisprudencial para negar provimento quando a 
família era domiciliada em estado não parte, porque não havia reconhecimento da 
decisão e da nacionalidade. 
Isso levou a uma pressão na Europa que foi preciso que uma recomendação da UE 
fosse expedida para ratificação da Convenção. Quando da aprovação do CC/2002 
havia o artigo 1629 que remetia a adoção por estrangeiro à lei especial que foi objeto 
de uma tentativa de alteração, mas o projeto não foi aprovado. 
Quando foram aprovar a nova lei de adoção que revogou os artigos do CC quanto à 
adoção mudaram as regras procedimentais da adoção internacional. Na medida em 
que exigimos a cooperação judiciária internacional e a habilitação no exterior, um 
casal americano não consegue adotar criança brasileira, porque não há procedimento. 
Hoje nosso modelo é exclusivamente da convenção. Isso não é ruim, pois dá mais 
garantia, mas do ponto de vista técnico é “colocar os carros na frente dos bois”. 
 
 
16.05 – pegar final da aula com alguém – Prof. Costa Machado 
 
Processo Civil dentro do ECA 
 
Direitos fundamentais 
 
Estado de direito: constitucional, legalidade, separação de direitos. Tudo criado para 
limitar o poder do rei; a separação de poderes é o único meio de se fazer isso. Tudoisso existe para garantir os direitos fundamentais das pessoas. A limitação dos poderes 
está na separação de poderes. O processo permeia todos esses poderes, está em todos 
os lugares. 
 
Primeira etapa do Estado de Direito corresponde ao Estado liberal. Seguiu-se a ele o 
Estado Social, e, em seguida, o Estado de Direito Social e Democrático; neste 
contexto, surgiram os direitos fundamentais. 
 
Direitos individuais, coletivos ou difusos. O ECA evidencia a proteção de direitos 
metaindividuais. O CDC veio para positivar esses direitos. Não basta reconhecer esses 
direitos, devem ter densidade jurídica; tal densidade veio por meio do ECA. Essa 
densificação depende desses estatutos. Precisamos de uma regulamentação, que está 
no CDC, na LACP etc. 
 
Rol dos direitos fundamentais explicitamente reconhecidos no ECA 
 
Diferença entre a realidade normativa e a fática das crianças e dos adolescentes no 
Brasil. Nossa legislação é muito protetiva e detalhista; a contradição que existe no 
Brasil é brutal entre a previsão de proteção, e o que temos de efetiva proteção da 
criança e do adolescente. 
 
Nenhuma lei brasileira regula explicitamente tantos direitos fundamentais quanto o 
ECA. 
 
Arts. 3o , 4o (este já tem uma dimensão mais coletiva), 5o (viés puramente individual, 
assim como o CDC), 7o (dimensão coletiva transidividual). 
 
ECA - Tomasevicius 
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* direitos difusos – um modo diferente de se olhar essa matéria é reconhecer que o 
direito à declaração de inconstitucionalidade/constitucionalidade de uma lei é direito 
difuso. Aí vamos ao encontro às chamadas “garantias institucionais”, que é objeto de 
direito difuso, portanto, tutelável jurisdicionalmente. 
Políticas públicas estão diretamente relacionados com interesses difusos. Mas se a lei 
traz densidade jurídica para as políticas públicas, elas ganham efetividade. 
 
Arts. 8o (proteção), 9o , 10o , 11, 12, 13 (direito individual), 14 (interesse difuso), 15 
(aqui, a terminologia não foi boa: direitos civis são os de 1a geração; individuais são 
de 2a; já direitos humanos, já segue outro critério, remete-se a algo que nasceu no pós-
guerra, no contexto internacional), 16, 17, 18. 
 
[saí mais cedo] 
 
 
06.06 – Costa Machado 
 
Procedimentos civis previstos no ECA 
 
Há vários procedimentos: por exemplo, apuração de ato infracional. Há também 
alguns procedimentos estritamente administrativos, disciplinados pelo ECA – que não 
estudaremos aqui. Mas existem alguns procedimentos civis, disciplinados pelo ECA. 
 
O CPC se aplica subsidiariamente também aos procedimentos civis disciplinados pelo 
ECA. 
 
Família substitutiva 
 
Os 3 primeiros procedimentos que vamos estudar aqui existem para permitir a 
realização da inserção da criança e do adolescente em família substituta. Arts. 28 a 
32: família substituta. 
 
Os 3 principais procedimentos civis são: 
 
a) Art. 33 a 35: procedimento da guarda. A guarda é o primeiro meio pelo qual se 
realiza a inserção da criança e adolescente. em família substituta. 
 
b) Arts. 36 a 38: tutela. 
 
c) Adoção. 
 
Lá para frente, encontraremos a disciplina de mais um procedimento, que se aproxima 
aos outros 3: o procedimento da perda e suspensão do poder familiar (arts. 155 a 
163). Este procedimento se vincula diretamente àqueles 3 primeiros: pode acontecer 
junto deles, antes deles, ou não acontecer. 
 
Em seguida, há referência à destituição da tutela (art. 164). 
 
ECA - Tomasevicius 
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Finalmente, os arts. 165 a 170 recebem a rubrica “da colocação em família 
substituta”. Aqui, encontramos uma disciplina processual geral, aplicável à guarda, à 
tutela e à adoção. 
 
Art. 165 – requisitos. É regra processual. 
 
A partir do art. 28, “da família substituta”, fala-se de direito material. O art. 28 
menciona a guarda, a tutela e a adoção. O § 1o fala que, sempre que possível, a 
criança/adolescente deverá ser previamente ouvida – o que é, na verdade, garantia 
processual; isso é a mais pura e avançada noção de contraditório, o direito de ter suas 
opiniões consideradas. O § 2o fala sobre grau de parentesco e relação de afinidade e 
de afetividade. 
 
Art. 29 – não se deferirá a qualquer pessoa que não ofereça ambiente favorável, não 
será a escolhida, mesmo que tiver relação de parentesco. 
 
Art. 30. 
 
Art. 31 – colocação em família substituta estrangeira – só por meio de adoção. 
 
Art. 32 – o responsável prestará compromisso. 
 
Essa é a disciplina material da inserção em família substituta. 
 
O primeiro dos procedimentos é o da guarda. 
 
Guarda 
 
Art. 33. O § 1o é que diz do escopo jurídico deste instituto, na perspectiva estrita do 
ECA. Talvez, o § 1o é que deveria ser o caput. 
 
“A guarda destina-se a regularizar posse de fato, podendo-se ser deferida liminar ou 
incidentalmente nos procedimentos de tutela ou adoção, ...” 
 
A guarda não exige requisitos intensos e importantes para sua concessão. Podem ser 
muitas as situações que justificam a concessão da guarda a alguém. 
 
Tudo isso, essa falta de requisitos e de limitações é um poder enorme atribuído ao 
juiz. 
 
Processo: art. 165 e seguintes. Quando o dispositivo diz “podendo-se ser deferida 
liminar ou incidentalmente nos procedimentos de tutela ou adoção”, parece que a 
guarda é medida liminar embutida no procedimento de tutela ou de adoção. É isso? É 
o que está escrito. Alguém entra com pedido de tutela, e requer liminarmente a 
concessão da guarda. Mas é mais do que isso. 
 
Fala-se “liminar ou incidentalmente”. É uma procedimento que se concede ao curso 
do processo, a qualquer instante. 
 
ECA - Tomasevicius 
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O § 2o vai falar de algo completamente diferente disso: “excepcionalmente, deferir-
se-á a guarda fora dos casos de tutela ou adoção, para ...”. Esse dispositivo está 
criando um procedimento autônomo de guarda. O procedimento de guarda é um fim 
em si mesmo, é um procedimento autônomo. O juiz pode conceder a tutela 
liminarmente, ou incidentalmente, nesse processo autônomo. Aqui, não é cautelar, é 
um procedimento sumário (sob a ótica procedimental), em que o juiz concede a 
medida também sob uma cognição sumária, ágil. 
 
O importante é perceber que esse procedimento é medida liminar na tutela e adoção, e 
além de liminar, pode ser incidental, e ainda pode corresponder a um procedimento 
autônomo. 
 
* Liminar é no começo do procedimento; a medida incidental não é liminar, pode se 
dar no meio do processo. 
 
O § 3o fala de alguns efeitos materiais da guarda para terceiro. A guarda confere a 
condição de dependente, para todos os fins de direito, inclusive previdenciário. 
 
Art. 34. Perspectiva de política pública de guarda – o professor não ideia de como isso 
está se realizando na prática. 
 
Art. 35: a guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, ouvido o MP. 
 
Link com o procedimento da colocação em família substituta. Art. 165 fala dos 
requisitos para pedido em colocação em família substituta. I) Se quem está 
requerendo a guarda é alguém casado, a qualificação do cônjuge precisa constar, e há 
necessidade de anuência expressa do cônjuge ou companheiro – ou na própria petição 
inicial, ou em documento separado. II) Não precisa haver parentesco. IV) mas pode 
não ter cópia, nem nada; V) declaração de bens. 
 
§ único – requisitos específicos, quando se fala de adoção. Há uma disciplina enorme 
sobre isso no ECA. 
 
Art. 166: se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos do poder familiar, ou 
houverem aderido expressamente ao pedido de colocação em família substituta, em 
cartório ... dispensada a atuação de advogado. Então, os requerentes da medida se 
ampliam, são os próprios pais que aderiram. Aí, não precisa de advogado. A razão 
fundamental é que, de alguma maneira, virou procedimento de jurisdição voluntária. 
É uma forma de oficializar a guarda de fato, com a presença dos pais. 
 
§ 1o: na hipótese de concordância dos pais, esses serão ouvidos, tomando-se por termo 
as declarações. 
 
§ 2o: consentimento dos titulares... 
 
§ 3o: o consentimentoserá colhido em audiência, ... 
 
§ 4o: o consentimento prestado por escrito deverá ser ratificado em audiência. 
 
ECA - Tomasevicius 
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Art. 167: a autoridade judiciária determinará realização de estudo profissional, ou, se 
possível, perícia, decidindo sobre a concessão de guarda provisória. 
 
Guarda provisória é a liminar de concessão de tutela dentro do próprio procedimento 
autônomo de guarda. 
 
Art. 168: vista ao MP, 5 dias, decidindo a autoridade judiciária. 
 
Art. 169: nas hipóteses em que a destituição da tutela, perda ou suspensão do poder 
familiar, constituir pressuposto lógico da medida principal da colocação em família 
substituta, ... arts. 165 a 174. Tenho que destituir os pais do poder familiar para que se 
possa deixá-la com tutor, por exemplo, então esse procedimento deve ser instaurado 
antes. 
 
* Mas a criança vai ficar desprotegida nesse ínterim? Não. Requeiro uma liminar de 
suspensão provisária do poder familiar, mais a concessão de guarda ao requerente. 
Então, não posso pedir a guarda, a tutela, a adoção direto, preciso destituir os pais 
antes do poder familiar. 
 
Aí surge de novo a questão da cautelar. Aqui é cautelar ou não? Para Costa Machado, 
para ser cautelar, deve haver periculum in mora. O professor acha que vale a pena 
fazer referência ao periculum in mora de qualquer forma, aí é o juiz que decide. 
 
Da tutela 
 
Arts. 36 a 38. 
 
Art. 36: a tutela será deferida à pessoa até 18 anos incompletos. 
 
§ único: pressupõe a prévia decretação da perda do poder familiar, e implica 
necessariamente a perda do poder familiar. 
 
Art. 37: o tutor nomeado por testamente ou qualquer documento autêntico deverá 
ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato. É o pedido de tutela, para 
o controle judicial do ato. Observa-se o procedimento do 165 e seguintes. 
 
§ único: requisitos. Dispositivos alterados em 2009. 
 
Voltando ao art. 36. Arts. 1728 a 1766, CC. O que nos interessa aqui são os casos em 
que cabe o pedido de tutela. O 1728 CC fala dos seguintes casos: 
- falecimento dos pais; 
- declaração de ausência; 
- decaírem do poder familiar. 
 
§ único do art. 36: o deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda do 
poder familiar, e implica necessariamente a perda do poder familiar. Mas não é 
verdade que o deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação de perda do poder 
familiar – não necessariamente, basta pensar no caso de falecimento dos pais, ou de 
declaração de ausência. No caso de falecimento, entra já com pedido de tutela. E se o 
ECA - Tomasevicius 
 26 
caso não é de falecimento, ou de declaração de tutela, entrar com ação de suspensão 
do poder familiar, cumulado com pedido de guarda. 
 
Voltando ao art. 165: requisitos. “Eventual parentesco” – então pode não ter 
parentesco. 
 
Art. 155 a 163. 
 
Art. 166. Se os pais tiverem aderido expressamente ... -> virou jurisdição voluntária. 
 
Art. 169: ação de suspensão ou de destituição do poder familiar. 
 
Voltando ao art. 155: o procedimento para perda ou suspensão do poder familiar terá 
início por provocação do MP, ou de quem tenha legítimo interesse. 
 
Art. 156: é algo gravíssimo, destituir o poder familiar. As razões para isso tudo 
acontecer são muito comuns. 
 
Art. 157: havendo um pedido grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o MP, 
decretar a suspensão do poder familiar, liminar ou incidentalmente, ficando a criança 
ou adolescente confiada a pessoa idônea, ... -> isso é a liminar de guarda. Essa 
providência pode ser tomada a qualquer momento. 
 
E quais são os casos? 
 
* Perda do poder familiar – art. 1635, CC: 
- morte; 
- emancipação; 
- maioridade; 
- adoção; 
- decisão judicial, prevista no art. 1638. 
 
Art. 1638, CC: 
- castigos imoderados; 
- abandono; 
- atos atentatórios à moral e aos bons costumes (isso pode ser muitas coisas); 
- faltas reiteradas aos deveres. 
* esses são os casos de perda do poder familiar. 
 
E quais os casos de suspensão? 
 
* Suspensão – art. 1637, CC: 
- abuso de autoridade; 
- falta aos deveres; -> aqui, não se fala em “falta reiterada” 
- ruína do patrimônio do filho. 
 
Cabe liminar de suspensão. 
 
Art. 158: citação, para apresentar resposta. 
 
ECA - Tomasevicius 
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§ único: deverão ser esgotados todos os meios para citação pessoa. 
 
Art. 159: se o requerido não tiver possibilidade de arcar com advogado – pode pedir 
defensor dativo no cartório. 
 
Art. 160. 
 
Art. 161, caput e §§. V. art. 24, 22 [é essa parte final que é diferente]. 
 
Art. 162: apresentada a resposta, vista ao MP. A requerimento, estudo social. 
 
Tudo o que tem de diferente no microssistema do ECA em recursos está nos arts. 198 
e seguintes. 
 
Adoção 
 
Art. 175 e seguintes. Houve uma série de mudanças, é tanta coisa que o professor nem 
vai tratar disso.

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