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Direito Ambiental I - Prof Ana Maria Nusdeo - Resumo

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DIREITO AMBIENTAL I
Profa. Maria de Oliveira Nusdeo
Caderno de Anotações de Aula de VICTOR ARRUDA PEREIRA DE OLIVEIRA (VAPO).
Não terei tempo de fazer uma revisão do presente caderno de Direito Ambiental...
Mas espero q minhas anotações também ajudem, embora no queromeformar181 já tenham postado 
cadernos mais completos. Caso forem imprimir, lembrem de fazê-lo frente e verso, utilizar papel 
reciclável, diminuir fonte, qualidade rascunho rápido, etc, sempre visando um melhor 
aproveitamento de nossos recursos escassos, até pra traduzir na prática o que aprendemos nas aulas. 
Boa sorte a tod@s nós!
AULA 1 – sexta-feira, 2 de março de 2012
avaliações:
3,5 – P1
3,5 – P2
3,0 – Seminários (7 seminários para contar nota)
Entrar no Moodle – DEF514
3 Manuais indicados para Direito Ambiental (indicações para se aprofundar nos estudos):
– Direito do Meio Ambiente
– Direito Ambiental Brasileiro (Prof. Paulo Afonso)
– Direito Ambiental
Partiremos de uma abordagem mais geral para, posteriormente, partir para uma abordagem mais 
específica.
Material de aula: a disciplina legal está em legislação esparsa. A partir da 3a. Aula, há um material 
de aula, com as leis que serão estudadas. As melhores opções são: comprar uma legislação de 
direito ambiental (RT ou Saraiva) ou imprimir aula a aula as leis indicadas (baixar leis no note – site 
CONAMA). É útil e importante ter tais leis durante as aulas.
AULA 1
O direito ambiental, ao dar respostas para os problemas ambientais, é influenciado por dois âmbitos 
principais. Um é o âmbito econômico, procurando explicar os problemas analisados 
economicamente. Por outro lado, também se contesta um pouco essa enfase econômica, dizendo 
que é preciso haver um resgate da perspectiva ética do direito, ligada à questão ambiental.
Conteúdo da aula
A ABORDAGEM ÉTICA
A preocupação ambiental surge, num 1o. Momento, nos países desenvolvidos, que tiveram um 
primeiro contato com os problemas ambientais. Isso leva a criação de legislação ambiental interna, 
bem como a criação de foros internacionais, que irão influenciar o direito ambiental brasileiro.
Evolução das principais convenções internacionais do Direito Ambiental:
– criação de gado confinado, com superprodução, demandando muito alimento e super 
exploração de energia elétrica;
– inundação de águas para produzir energia elétrica;
– utilização extensiva de embalagens
O que é ética? É um compartilhamento de valores morais individuais, aceitos por toda a sociedade. 
É um padrão de comportamento compartilhado e aceito socialmente. A ética pressupõe que tais 
comportamentos são justificados.
Peter Singer (A ética prática): A longo prazo, as virtudes éticas louvadas e as proibições adotadas 
pelas sociedades, refletem as condições para a manutenção da sobrevivência dessas sociedades.
Há uma ligação da ética com as condições de sobrevivência.
Ex. criar bem os filhos (valor compartilhado coletivamente e considerado positivo); condenação 
ética do assassinato. São comportamentos ligados à própria preservação dos grupos sociais.
Chegamos num ponto da situação ambiental, que irá demandar uma Modificação de padrões éticos, 
voltado à própria preservação dos recursos naturais necessários à vida humana.
Padrões éticos ligados à economia capitalista:
MAX WEBER (A ética do protestantismo e o espírito do capitalismo): Weber tem a preocupação de 
estudar porque alguns países desenvolveram sistemas capitalistas e outros não. Destaca porque nos 
países protestantes, a ética social via o lucro como algo positivo, impulsionando a Evolução 
capitalista. Posteriormente, tal ética capitalista, se espalha a países de outras religiões e culturas, 
sepultando padrões éticos pré-capitalistas.
Toda a estrutura de valores que temos hoje, aceita bem as necessidades e justificações de 
comportamentos de uma economia de mercado. A lógica econômica se torna uma lógica 
privilegiada.
Análise econômica do Direito: tem a ver com a aplicação de um ferramental econômico para 
entender e explicar fenômenos jurídicos (Richard Posner – cria uma teoria para explicar que o 
direito e as normas jurídicas são criadas para conferir maior eficiência aos padrões sociais e à 
economia). As normas são criadas para gerar eficiência e devem ter como fim garantir eficiência 
econômica.
Quando se discute ética, discute-se bastante sobre a ética ser consequencialista, ou ligada a valores.
Consequencialista é algo se justifica pelo resultado (ex. São boas as normas que levam à eficiência 
econômica); ética de princípios (ex. São boas as normas que protegem o meio-ambiente e os valores 
sociais).
Utilitarismo: justificam os meios destinados a resultados que aumentam a eficiência econômica.
ÉTICA AMBIENTAL
O crescimento acelerado do capitalismo levou a uma série de problemas ambientais. Daí a 
necessidade de incorporar no padrão ético atualmente existente, uma ética ambiental.
– a ética ambiental é uma ética inter-geracional (problema da preocupação com as futuras 
gerações);
– antropocentrismo X ecocentrismo: discute-se se a busca da preservação ambiental está 
voltada somente para garantir as condições de vida dos seres humanos (antropocentrismo); 
ou existe uma necessidade de preservar a natureza por seu valor próprio, pois a natureza 
possui um valor em si (ecocentrismo). O ser humano é o grupo com o QI mais avançado, em 
relação aos demais grupos existentes na natureza. Isso nos acarreta uma responsabilidade 
perante os direitos dos animais (personalização jurídica dos animais, ainda que sejam 
considerados como incapazes) e dos ecossistemas (a construção da Usina de Belo Monte 
levou à necessidade de uma tentativa de criar posicionamentos jurídicos novos, como a 
proteção jurídica de ecossistemas). Tais discussões procuram ampliar as fronteiras jurídicas 
e filosóficas para a proteção ambiental. Dilema colocado: a ética ambiental necessária à 
preservação ambiental é conciliável à ética capitalista? Existem autores que defendem 
perspectivas distintas, mas nós focaremos mais na perspectiva de como o direito poderá dar 
sua contribuição à preservação ambiental.
ECONOMIA VERDE: Tema que será bem abordado na Conferencia Rio +20. A economia verde é 
uma tentativa de tentar incorporar a economia verde no padrão capitalista. Sua ideia é gerar renda, 
emprego e PIB, conciliando-se com o desenvolvimento sustentável. É uma tentativa de 
compatibilizar a economia capitalista e o crescimento econômico com a preservação ambiental.
Existe uma série de dilemas que o Direito tem de enfrentar, que passarão pela questão ética:
– decisões sobre autorização de atividades que trazem riscos que não são plenamente 
conhecidos (ex. Autorização de produto transgênico ou não – decisões que lidam com riscos 
que não são plenamente conhecidos);
– valorização e remuneração de conhecimentos e saberes de populações tradicionais 
(populações que vivem em certas localidades e tem certos padrões de vida em relação à 
natureza; como tais populações serão remuneradas);
– como distribuir o ônus entre os diferentes países pelas iniciativas de mitigação voltadas a 
frear as mudanças climáticas. Os países mais prejudicados atualmente são justamente os que 
não causaram os problemas ambientais, como a Ilha de Tuvalu, que corre o risco de ser 
inundada completamente a qualquer momento.
TRATAMENTO DA QUESTÃO AMBIENTAL NO CENÁRIO INTERNACIONAL
A preocupação com meio-ambiente começa em países desenvolvidos. Academicamente, há 
importantes trabalhos de grupos da Europa e dos EUA. Isso se reflete na publicação de obras, 
artigos ou livros na década de 1970, de forma bombástica. Há uma perspectiva de catástrofe, caso o 
crescimento econômico mantivesse os padrões atuais.
Obras marcantes:
1968: Matemático Hardin publicaum artigo curto, denominado The tragedy of commons. A tragédia 
dos locais comuns. A análise que Hardin faz dos commons influencia até hoje os trabalhos 
acadêmicos. Influenciou os debates ambientais, pois já trouxe a perspectiva de uma situação de 
insustentabilidade.
Rachel Carson: escreveu o livro Primavera silenciosa.
1972: O Clube de Roma, preocupado com as questões ambientais, contratou especialistas para 
discutir a temática ambiental. Os autores publicaram o livro The limits to growth (Meadows).
Os países desenvolvidos passaram a preocupar-se muito com o crescimento de super populações, 
havendo a preocupação de convocar conferencias internacionais.
1972: Conferencia de Estocolmo: é a primeira a abordar a temática ambiental de forma global. 
Ocorreu um grande desentendimento entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento, com 
um grande protagonismo brasileiro, capitaneado pelo Ministro Delfim Neto. Os países em 
desenvolvimento viram tal atitude dos países desenvolvidos, como uma tentativa de frear o 
desenvolvimento do 3o. Mundo. Infelizmente, o tema ambiental foi visto com esse foco, de frear o 
desenvolvimento do 3o. Mundo e, portanto, fica difícil equacionar a questão ambiental em torno de 
todos esses problemas relativos ao desenvolvimento e o direito dos países em desenvolvimento se 
desenvolverem.
Justamente por isso, a Conferencia de Estocolmo termina com uma declaração soft-law, que tenta, 
ao menos num nível de discurso, reconhecendo a soberania dos países em desenvolvimento e 
preocupando-se com o próprio desenvolvimento como forma de preservar o meio-ambiente.
Isso porque existem problemas ambientais decorrentes da riqueza (produção industrial) e problemas 
ambientais da pobreza (ligados a falta de saneamento básico; falta de tratamento de esgotos; 
depredação de áreas verdes e mananciais para fins de moradia, etc.). Assim, a Declaração de 
Estocolmo irá destacar, no princípio 8, a indispensabilidade do desenvolvimento econômico e 
social, que assegure ao homem um padrão de vida saudável, criando condições de vida sustentável 
na Terra.
Princípio 11
As políticas ambientais de todos os Estados deveriam estar encaminhadas para aumentar o potencial de 
crescimento atual ou futuro dos países em desenvolvimento e não deveriam restringir esse potencial nem 
colocar obstáculos à conquista de melhores condições de vida para todos. Os Estados e as organizações 
internacionais deveriam tomar disposições pertinentes, com vistas a chegar a um acordo, para se poder 
enfrentar as consequências econômicas que poderiam resultar da aplicação de medidas ambientais, nos 
planos nacional e internacional.
Questão da transversalidade: o tema ambiental deve entrar no planejamento de todos os ministérios 
governamentais, mesmo no Ministério de Minas e Energia e não apenas ser trabalhado pelo 
Ministério do Meio Ambiente.
1987: é editado o famoso relatório Brundtland. É um relatório enorme, abordando diversos temas, 
identificando os problemas ambientais nas maiores atividades econômicas. Mas fica célebre por 
trazer a noção de desenvolvimento sustável. O desenvolvimento sustentável é definido como 
“aquele que atende as necessidades das gerações presentes, sem afetar a capacidade das gerações 
futuras de atenderem as suas.” Há a ideia de conciliar as atividades econômicas e o crescimento 
econômico às questões ambientais.
1992: realizada a Conferencia Rio-92 (ECO-92): Entre 1972 e 1992, a questão avançou bastante e 
havia uma grande perspectiva de serem assinados vários acordos internacionais relativos à proteção 
do meio-ambiente. PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e presença de 
Maurice Strong – queria a aprovação de um fundo, uma porcentagem sobre o PIB dos países 
desenvolvidos, para financiar o desenvolvimento sustentável nos países mais pobres).
Declaração do Rio: aprofunda temas do Direito Ambiental, como os do poluidor pagador, o da 
precaução, princípio da informação. 
Princípio da Responsabilidade Comum, porém Diferenciada: é um princípio segundo o qual, 
aqueles países que contribuíram mais para um problema ambiental, devem contribuir mais para a 
solução dos problemas existentes. Mas apesar de ser comum, essa responsabilidade é diferenciada e 
recai de forma mais significativa sobre os países desenvolvidos.
Agenda 21: seria a preparação do mundo para a chegada do século XXI e estabelece projetos, 
programas e políticas ambientais, sociais e econômicas. Tratam de temas como consumo 
sustentável; obrigação de reciclagem em alguns setores; questões ligadas a saneamento; questões 
sociais ligadas a educação, saúde, etc. Contudo, depende de vontade e de financiamento para serem 
realizados.
Contudo, além desses documentos de soft law, foram assinados 2 mecanismos de hard law:
– Convenção sobre mudanças climáticas do Rio de Janeiro de 1992: já havia consenso sobre a 
existência das mudanças climáticas, embora não houvesse consenso sobre as soluções para frear tais 
mudanças. É uma Convenção-Quadro. O Protocolo de Quioto é um Protocolo adicional a 
convenção sobre mudanças climáticas. Contudo, há países (como os EUA), que assinaram a 
Convenção sobre mudanças climáticas, mas não assinaram o Protocolo de Quioto.
– Convenção da Biodiversidade: está ligada a valorização do patrimônio genético dos países e 
da proteção das espécies animais e vegetais, sobretudo dos países mais pobres. Há uma discussão 
grande sobre os países onde a biodiversidade se encontra e os países que exploram tal 
biodiversidade, às vezes utilizando-se da própria biopirataria. Os EUA também não são signatários 
da Convenção da Biodiversidade.
Na Rio +20, que será realizada em Junho de 2012 no Rio de Janeiro, está em pauta a tentativa de 
criação de uma organização internacional do meio-ambiente, que uniformize as várias convenções 
ambientais que hodiernamente existem.
AULA 2 – sexta-feira, 9 de março de 2012
Abordagem econômica da questão ambiental
Autores Pigou e Coase
Políticas Ambientais
I – de comando e controle
II – econômicos
Tal abordagem é a do paradigma dominante; é o da economia neoclássica. Economia neoclássica 
que estuda o comportamento dos agentes econômicos nos mercados, sob uma perspectiva 
individualista. O mainstream, o paradigma dominante, irá se referir também à questão ambiental.
Os neoclássicos chegam a conclusão de que os problemas ambientais decorrem de falhas de 
mercado. Como falhas de mercado, os problemas ambientais constituem em dois tipos de falhas:
1º externalidades: são os efeitos secundários de uma atividade econômica; numa atividade 
econômica existem custos do ciclo produtivo. São custos externos ao preço (exemplo: poluição). 
São definidas como custos ou benefícios que se transferem entre determinadas unidades do sistema 
econômico ou para a comunidade como um todo, fora do mercado (fora do sistema de preços). 
Também são custos que não são arcados pela entidade econômica nos quais foram gerados.
Exemplo clássico: fábrica vizinha de uma lavanderia; a fábrica emite fuligem, poluição atmosférica, 
que suja as roupas da lavanderia que estão na vizinhança. Para a lavanderia, isso representa um 
custo, pois terá de relavar as roupas ou passá-las a lavar a seco; terá um custo perceptível em sua 
produção, decorrente da poluição.
O problema mais grave ocorre quando estes problemas atingem grupos ainda maiores e mais 
amplos, possuindo verdadeiros aspectos globais (como a mudança climática).
Contudo, também existem externalidades positivas. Ocorre quanto a um benefício que é gerado por 
uma unidade produtiva, mas que não é recuperado pelo preço.
Ex: proprietário de uma fazenda que decide criar uma reserva florestal em suas terras, ao passo queos vizinhos são beneficiados por uma maior polinização de suas terras, melhor qualidade do ar, etc.
Em muitos casos, o problema ambiental irá representar uma outra falha de mercado, que é a dos 
bens públicos ou coletivos. 
2. Bens Públicos ou coletivos → são marcados pela não – exclusividade e pela não – 
rivalidade.
Significa que um bem, ao ser não-exclusivo, sua fruição não pode ser negada, mesmo por aqueles 
que não pagaram pelo bem;
Já a não-rivalidade, significa que não há competição no consumo; ou seja, sua utilização não reduz 
o montante disponível aos demais.
A proteção ambiental de modo geral tem essas característica, pois é caracterizada pela não-
rivalidade.
Exemplo clássico de bem público ou coletivo: é o da defesa nacional; a defesa nacional tem 
característica de bem público; isso porque nenhum cidadão é impedido de gozar da existência da 
defesa nacional; 
Sequestro de carbono: podem ser vistos como um bem público ou coletivo; atingem grupos muito 
grandes ou dispersos.
Como existem falhas de mercado, passa-se a discutir sua resolução, via parâmetros administrativos 
ou legislativos. Quando se começou a discutir as falhas de mercado, o trabalho de dois autores se 
destacou entre os demais: Pigou e Coase.
Arthur Pigou (faleceu em 1959): escreveu um livro importante na década de 1930, The economics 
of Welfare (anos 1930). Fala das correções das externalidades, por meio de algo como uma taxa ou 
um preço. Exemplo: taxa sobre a poluição. 
Isso poderia ter um comportamento indutivo, voltada a não-poluição.
Contudo, quando Pigou escreveu, o tema da poluição ainda não era tao grave. Logo, o importante é 
corrigir essa falha, embutindo a externalidade no preço. Da mesma forma, caso a externalidade for 
positiva, podemos pensar em subsídios, a fim de remunerar aquele que gerou uma externalidade 
positiva.
Ronald Coase (1960): The problem of social cost (1960). Escreverá um trabalho no qual questionará 
a enfase que os economistas tem dado à questão das externalidades. Diz que tal pensamento de 
externalidades leva a um problema de eficiência. Propõe que quando houver uma externalidade, os 
agentes econômicos devem barganhar entre si, sem a interferência do Estado; é uma solução que 
volta ao mercado, deixando os agentes, por meio do mercado, a tentativa de resolução de seus 
problemas. Muitas situações serão resolvidas por barganhas e negociações.
Coase colocará que, para que tais barganhas e negociações funcionem, deverá haver uma ausência 
dos custos de transação.
Custo de transação são os custos envolvidos numa transação; são os custos de obter informação, 
deslocamento, tempo perdido.
Contudo, as propostas de Coase são inviáveis em esferas mais amplas.
Políticas Ambientais que podem ser escolhidas para tratar dos diferentes problemas:
1. instrumentos de comando e controle : basicamente existem duas estratégias para 
discipliná-los. Consistem na Imposição de comportamentos obrigatórios, cujo descumprimento 
implica numa sanção. São comportamentos obrigatórios, suportados pela aplicação de sanções A 
maior parte das estruturas que estudaremos em direito ambiental, decorrem desse fator.
 - licenciamento (exigência da realização de estudos de impacto ambiental)
- padrões: correspondem a limites máximos de poluentes tolerados; a legislação trata do tema 
trazendo limites máximos por poluentes.
 - exigência de manter áreas de preservação permanente nas margens de curso d´água.
Vantagens dos instrumentos de comando e controle:
- utilização da força coercitiva do direito para solucionar os problemas ambientais; por meio das 
normas jurídicas é viável criar normas de comportamento e sancionar caso estas não sejam 
cumpridas.
- além disso, descrevem claramente o que pode e o que não pode, trazendo segurança jurídica para 
os que são sujeitos a tais controles.
Anos 70 – EUA: começam a ser criticadas as estruturas de padrões Aparece o tema da necessidade 
intensa de fiscalização. Industrias mais antigas geralmente são mais poluentes. Essa 
heterogeneidade entre empresas, acarreta uma diferença muito grande de preço entre elas para 
proteger as estruturas ambientais. Para definir os níveis nos quais os padrões serão fixados, o órgão 
regulador fica muito dependente das informações passadas pela industria ou do setor regulado (o 
problema aqui consiste na possibilidade de ocorrência do fenômeno da captura). Também acomoda 
as empresas mais produtivas e modernas.
Ideia de que os agentes poderiam transacionar entre si: transações de direito de emissão de 
poluentes. As empresas que não alcançariam cumprir os padrões, poderiam comprar a eficiência dos 
que conseguem cumprir a legislação.
Instrumentos econômicos:
Serão de dois tipos: 
1. instrumentos de criação de mercado (linha de Coase)
Os padrões de mercado alocam cotas ou direitos de emissão e permitem a transação dessas cotas de 
emissão; são cotas relativas ao “direito de poluir”, ou seja, a empresa menos eficiente, poderia 
comprar cotas da empresa mais eficiente e menos poluente.
2. Instrumentos precificados (vão mais na linha do Pigou): ideia de se criar taxa sobre a 
poluição ou mesmo a noção da taxa do lixo, que já existiu em São Paulo. A ideia é de corrigir a 
externalidade do comportamento do cidadão, induzindo a uma mudança de conduta.
Tema importante: Justiça Ambiental
Gradativamente, a cada 3 anos, o número de emissões deveriam cair, ou seja, atrelar um parâmetro 
de emissões que gradativamente fosse diminuindo.
Seminário 1 – tema: construção da Usina de Belo Monte
problema da produção de alumínio no Pará e geração de poluição causada pela alumina (substrato 
da produção de alumínio).
Arrighi – conflitos centro-periferia.
AULA 3 – sexta-feira, 16 de março de 2012
Evolução da Política Ambiental Brasileira – Fases
– Lei 6938/81
– Definições
– Objetivos e Princípios
– Instrumentos
– SISNAMA
A ideia é criar uma abordagem que entenda o meio-ambiente como algo integrado, que tem impacto 
na vida das pessoas. A política ambiental vem para articular toda a atuação no âmbito da proteção 
ambiental.
LEI – define objetivos e princípios, estabelecerá instrumentos (licenciamento ambiental, criação de 
espaços protegidos; 
Responsabilidade Civil por danos ao meio-ambiente: base legal → lei 6938/81 (responsabilidade 
objetiva; independente de culpa).
Legitimidade para propor ações ambientais:
– Ministério Público
– SISNAMA – sistema de órgãos competentes para a proteção do meio-ambiente.
Políticas públicas precisam ser estruturadas: objetivos e instrumentos e meios. Também criam uma 
estrutura de órgãos (SISNAMA), voltados a implementar a política ambiental.
DEFINIÇÕES TRAZIDAS PELA LEI 6938/81:
meio-ambiente (art. 3º, inciso I da lei): meio-ambiente aparece como um conjunto de condições, 
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as 
formas.
Há uma enfase na ideia de equilíbrio; em elementos do meio-ambiente natural e a ideia de abrigar a 
vida em todas as suas formas.
Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
 I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química 
e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
Definição de poluição:
O conceito de poluição aparece no art. 3, inc.III
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou 
indiretamente:
 a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
 b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
 c) afetem desfavoravelmente a biota;
 d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
 e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; 
(presunção)
Nas primeirasquatro alíneas, há a definição pelo efeito; enquanto na quinta alínea, há a definição 
por presunção.
POLUIDOR:
Pessoa física ou jurídica, responsável direta ou indiretamente, por atividade causadora de poluição 
ambiental.
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou 
indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;
Nos últimos anos, tem havido uma grande expansão nas atividades por dano ambiental, dos 
possíveis poluidores indiretos.
Tem surgido o conceito da solidariedade de poluidores indiretos, por via das cadeias produtivas.
Objetivos (art. 4º): conciliar a preservação ambiental com o desenvolvimento.
DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
 Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
 I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
 II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao
equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios;
 III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas
relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;
 IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o
uso racional de recursos ambientais;
PRINCÍPIOS (art. 2 – foram muito melhor elaborados posteriormente, a partir da Rio 92):
Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no
País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança
nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
 I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio
ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido,
tendo em vista o uso coletivo;
 II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
 III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
 IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
 V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
 VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional
e a proteção dos recursos ambientais;
 VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
 VIII - recuperação de áreas degradadas; (Regulamento)
 IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
INSTRUMENTOS (art. 9º)
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
 Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
 I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
 II - o zoneamento ambiental; (Regulamento)
 III - a avaliação de impactos ambientais;
 IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
 V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção
de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; VI - a criação de reservas e 
estações ecológicas, áreas de proteção ambiental e as
de relevante interesse ecológico, pelo Poder Público Federal, Esta
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público
federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante
interesse ecológico e reservas extrativistas; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
 VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
 VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
 VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;
 IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das
medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;
(Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
 XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder 
Público a produzi-las, quando inexistentes; (Incluído pela Lei nº 7.804, de
1989)
 XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou
utilizadoras dos recursos ambientais. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
 XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental,
seguro ambiental e outros. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
I – padrões
II – zoneamento
III – Impacto ambiental
IV – licenciamento
VI – criação de espaços
XIII – instrumentos econômicos, como instrumentos da política ambiental.
AULA 4 – sexta-feira, 23 de março de 2012
MEIO-AMBIENTE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Existe um direito fundamental do meio-ambiente (art. 225 da CF)
DO MEIO AMBIENTE
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do 
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever 
de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das 
espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as 
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem 
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, 
vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua 
proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de 
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará 
publicidade; (o estudo de impacto ambiental era uma das figuras mais avançadas na ideia da 
avaliação de impactos ambientais antes da realização de uma obra)
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que 
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (amplia a possibilidade de 
Estados e municípios criarem leis em matéria ambiental).
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para 
a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua 
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.(consiste 
em manifestação com outras espécies em si)
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente 
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, 
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação 
de reparar os danos causados. (sistema da tríplice responsabilidade → administrativa; penal; civil). 
Ao mesmo tempo, com base em um determinado caso, um funcionário do Estado pode estipular 
uma multa administrativa; pode haver responsabilidade civil pelos danos causados e, ainda, ação 
criminal voltada a condenar os infratores penalmente. Decorre desse parágrafo a responsabilização 
penal da pessoa jurídica. A lei irá disciplinar essa possibilidade da criminalização da pessoa jurídica 
que tenha cometido crimes ambientais. Embora o parágrafo não faça referencia à responsabilidade 
objetiva, isso foi recepcionado, sendo esse o entendimento praticamenteunanime da jurisprudência.
§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, 
dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos 
recursos naturais. (trata dos biomas brasileiros; foram escolhidos 5 biomas considerados como 
patrimônio nacional; a expressão patrimônio nacional não estabelece o total domínio público sobre 
os biomas; o sentido estabelecido é o de que existe um interesse público e de que sua utilização far-
se-a na forma da lei disciplinando especificamente o uso do solo; atividades proibidas ou permitidas 
no âmbito desses biomas. Contudo, apenas o bioma da mata atlântica está regulado, preservando os 
7% que restaram).
§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações 
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. (poderia ensejar uma discussão 
sobre as terras devolutas em áreas essenciais à preservação do meio-ambiente).
§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, 
sem o que não poderão ser instaladas.
MEIO-AMBIENTE COMO DIREITO FUNDAMENTAL
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do 
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever 
de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
Barroso → domínio público teria 2 aspectos:
1) regime de propriedade pública;
2) poderes de soberania sobre coisas de interesse público. São bens que, ainda que privados, há 
um interesse público em preservá-lo.
Se quer dizer que o direito ao meio-ambiente equilibrado constitui um bem de interesse público.
Tratamento de Recursos Naturais Específicos: águas e recursos minerais são propriedades do 
Estado.
Parque Nacional → consiste em uma área de domínio público, também no sentido de propriedade.
Meio ambiente equilibrado: noção de equilíbrio de todas as interações ambientais.
Recursos naturais individualmente considerados: águas e florestas específicas; a floresta dentro de 
uma reserva legal, localizada no interior de uma propriedade privada.
Distinção entre MACRO-BEM X MICRO-BENS.
MACRO-BEM → ente abstrato, como o direito ao meio-ambiente equilibrado;
MICRO-BENS → são bens específicos, como áreas florestais demarcadas; não são intocáveis, 
embora devam ser, sempre que possível, preservados, para se manter o equilíbrio do macro-bem.
Deveres de preservação:
 → Poder Público
 → Sociedade
O Direito a um meio-ambiente equilibrado é marcado pela sua inter-geracionalidade; além disso, 
possui instrumentos de garantia de efetividade:
Incumbe ao Poder Público:
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das 
espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as 
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem 
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, 
vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua 
proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de 
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará 
publicidade; (o estudo de impacto ambiental era uma das figuras mais avançadas na ideia da 
avaliação de impactos ambientais antes da realização de uma obra)
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que 
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (amplia a possibilidade de 
Estados e municípios criarem leis em matéria ambiental).
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para 
a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua 
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.(consiste 
em manifestação com outras espécies em si)
MEIO-AMBIENTE NOS PRINCÍPIOS DO DIREITO ECONÔMICO
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, 
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados 
os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto 
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e 
que tenham sua sede e administração no País.
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, 
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
Os direitos da livre-iniciativa deverão ser exercidos nos limites estabelecidos pela legislação 
ambiental, com base no disposto do inc. VI do art. 170 da CF88.
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto 
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
Como está havendo uma proteção interpretativa do meio-ambiente com base na legislação 
protetora, os ruralistas tem se movimentado no legislativo, para tentar alterar a legislação vigente, 
trazendo direitos aos destruidores do meio-ambiente.
Proibição de Retrocesso da legislação ambiental:
A CF88 obriga o poder público à proteção ambiental; traz uma dupla-face do princípio da 
proporcionalidade:
→ O poder público não pode restringir ao máximo no âmbito dos direitos da livre-iniciativa;
→ O poder público não pode abrir mão dos direitos fundamentais de preservação do meio-
ambiente.
Pacto Internacional de Direitos econômicos, sociais e culturais (de 1966). Estabelece a cláusula da 
progressiva proteção desses direitos. Se reconheceu que, dadas as disparidades entre países 
desenvolvidos e em desenvolvimento, cada país deverá implementar direitos ambientais 
progressivamente, mas não podendo retroceder com relação aos direitos ambientais já 
salvaguardados.
A presença da defesa do meio-ambiente permitirá se pensar num planejamento econômico que leve 
em conta a criação de instrumentos econômicos e tributários voltados à preservação do meio-
ambiente.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, 
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
A função social da propriedade somente será cumprida se houver uma utilização adequada dos 
recursos naturais disponíveis e preservação do meio-ambiente.
A propriedade deverá possuir uma destinação adequada, produtiva. Porém, diante de uma 
conscientização ambiental, implicatambém no uso adequado dos recursos naturais, com a 
preservação do meio-ambiente.
AULA 5 – sexta-feira, 30 de março de 2012
Princípios do Direito Ambiental
Ideia de princípios que pairam acima do ordenamento e que pairam de maneira teleológica, 
orientando todo o ordenamento jurídico.
Celso Antônio Bandeira de Mello → violar um princípio é algo muito mais grave do que violar uma 
norma.
Teoria de Alexy e Dworkin → princípios começam a ser entendidos como mandamentos de 
otimização que, diferentemente das regras, devem ser aplicados na maior medida possível.
Princípios são mandamentos de otimização.
A enfase é dada na atuação do Judiciário. Quando dois princípios colidem, é necessário haver um 
sopesamento de princípios.
Contudo, são mandamentos de otimização também para o Poder Legislativo. Isso é importante para 
o direito ambiental, para vedar retrocessos no âmbito legislativo, em relação as conquistas da CF88.
Princípios → sentido de orientação lógica da análise do ordenamento de modo geral. Ex → 
princípio da supremacia do interesse público. (características heurístico-descritivas).
Existe uma tendencia a proliferação dos princípios do direito ambiental. Existe até um certo abuso 
na criação de princípios no campo do direito ambiental. Tudo vai virando princípio.
Em algumas situações, dá para entender que os princípios cumprem tal função de mandamentos de 
otimização. Já em outros momentos, cumprem apenas o papel de ser uma orientação lógica.
Os princípios do Direito Ambiental foram elaborados, em grande parte, em declarações 
internacionais.
Exemplo → alguns parágrafos da Declaração de Estocolmo. Porém muitos dos chamados 
princípios, são na verdade objetivos.
Princípios do Direito Internacional do Meio ambiente:
– principio 21 da Declaração de Estocolmo: os Estados tem o direito soberano de explorar os 
próprios recursos. Se reconhece a soberania e legitimidade de exploração dos recursos 
naturais, desde que não acarrete danos a outros Estados. Sera a fundamentação da 
responsabilidade do Estado perante outros Estados por danos ambientais (ex: caso papeleiras 
– Uruguai X Argentina). Foi elaborado inicialmente em uma decisão arbitral, em um caso 
entre Canadá e EUA, no chamado caso Smelter Trail (1948).
Princípio da Responsabilidade Comum, porém diferenciada: todos os países tem uma 
responsabilidade comum, mas é diferenciada de acordo com a responsabilidade comum que os 
países deram para a poluição ambiental.
Lei 6938/81 → Lei da Política Nacional do Meio-Ambiente: esses princípios não são princípios, são 
objetivos e diretrizes.
Essa imprecisão dificultará a própria identificação sobre quais são os princípios de direito 
ambiental.
Alguns princípios são inclusive aplicáveis em outros ramos do direito. Exemplo → princípio da 
participação; é encontrado em outros setores da legislação, com a ideia de participação popular. No 
campo do Direito Ambiental tem um conteúdo mais amplo.
Alguns autores falam do princípio da cooperação entre o poder público e a sociedade e entre todas 
as esferas da administração numa federação.
Núcleo Duro dos Princípios Ambientais:
1) Poluidor Pagador: possui um tratamento no princípio 16 da Declaração do Rio de Janeiro 
→ As autoridades nacionais devem procurar promover a internalização ambiental dos custos 
econômicos, tendo em vista a abordagem, segundo a qual, o poluidor deve, em princípio, 
arcar com os custos da poluição promovida.
A ideia é de imputar responsabilidade pela reparação dos danos, daquele que o causou. Caso 
contrário, tais danos recairiam sobre a sociedade.
Existe uma impressão de que se aplica a posteriori, após o dano ter sido causado. Mas esta é apenas 
a órbita da reparação.
Há uma outra órbita, que é a orbita da mitigação → medidas mitigadoras. 
É um princípio implementado por normas constitucionais ou infraconstitucionais
Dentro dessa tendencia de proliferação de princípios, existe uma discussão sobre o princípio da 
reparação integral.
Princípio da reparação integral: dispõe que o dano ambiental deve ser reparado em sua totalidade. 
Contudo, isso é muito difícil no mundo dos fatos. Porém, o que se propõe é que não sejam tolerados 
tetos de indenizações que não correspondam ao teto do dano causado. Isso violaria a ideia da 
reparação integral. É subsumido, do art. 225, parágrafo 3º. Reparar os danos causados é reparar 
integralmente os danos causados.
2) Princípio do Usuário Pagador 
Aquele que faz um uso dos recursos naturais, deve pagar uma contribuição, uma contra-partida 
financeira pelo uso do recurso natural. Ex: uso privativo de bem público.
Com maior frequência, há a cobrança por uso privativo de bem público. Exemplo → cobrança pelo 
uso da água em atividades que demandam uma utilização maior da água.
Se aplica a retirada do recurso natural de seu meio.
3) Princípio da Prevenção :
Consiste em impedir a superveniência de danos ao meio ambiente, por meio de medidas 
apropriadas, isto é, preventivas, antes da elaboração de um plano ou exercício de uma atividade. 
Está presente em toda a lógica e estrutura da proteção ambiental. Surgem instrumentos do Direito 
Ambiental voltados a implementar essa ideia de prevenção. Ex: → licenciamento ambiental; estudo 
de impacto ambiental (EIA). São instrumentos bastante ligados a análise de uma obra antes de seu 
início ou instalação.
Adotar medidas para evitar e prevenir danos futuros por meio de medidas apropriadas.
No passado, havia muita confusão entre o princípio da prevenção e o princípio da Precaução. Na 
âmbito do princípio da prevenção, dá para quantificar quais serão os impactos ambientais de uma 
obra em concreto. Já no princípio da Precaução, está se falando de atividades ou técnicas sobre as 
quais não se conhece os efeitos. Exemplos → uso de celulares; estações de transmissão de energia; 
utilização de alimentos transgênicos; amianto.
4) Princípio da Precaução 
→ principio 15 da Declaração do Rio. Tem como conteúdo o seguinte: com o fim de 
proteger o meio ambiente, o principio da Precaução deve ser observado por todos os 
Estados, em caso de ausência de certeza cientifica absoluta.
O cerne é a ausência de certeza científica. 
Exemplos → uso de celulares; estações de transmissão de energia; utilização de alimentos 
transgênicos; amianto.
O amianto foi utilizado extensamente, mas depois descobriu-se que funcionários que trabalharam 
com amianto ficaram com um tipo específico de câncer de pulmão. A ideia do principio da 
Precaução é evitar que tais problemas surjam. Esse equilíbrio entre permitir novas tecnologias e 
evitar os riscos, é um equilíbrio tênue. Em países mais desenvolvidos existem exigências mais 
claras quanto a essa questão.
Muitas vezes a legislação lida criando reservas para evitar danos maiores.
O princípio está sempre ligado às expressões: riscos não conhecidos; ausência de certeza 
científica. 
A primeira referencia estaria contida na declaração do Rio, em seu art. 15. A doutrina irá se esforçar 
em dizer que sim; será adotado não apenas pela Declaração do Rio, mas também em evitar técnicas 
que trarão problemas futuros.
O Princípio está presente em nossa declaração, embora a Declaração do Rio seja considerada como 
soft law.
É defendida a inversão do ônus da prova e, incumbe aos que utilizam a nova tecnologia, fazer uma 
prova de que a atividade não traz tantos danos assim.
5) Princípio do Desenvolvimento Sustentável
Também possui um grau de generalidade muito grande, pois um debate muito querido no campo do 
direito ambiental é sobre o que é o desenvolvimento sustentável.
Foi definido num relatório de uma Comissão da ONU como o desenvolvimento que permite o 
desenvolvimento das gerações presentes, sem comprometer o desenvolvimentodas gerações 
futuras.
Quando a CF88 fala da importância de preservar o meio-ambiente para as futuras gerações, 
entende-se que tal principio do desenvolvimento sustentável foi contemplado.
Tal princípio está ligado a questão da conciliação entre a economia e a preservação ambiental.
Inclui um tripé:
– aspectos econômicos
– aspectos sociais
– aspectos ambientais
Está ligado a essas 3 frentes do Direito Ambiental. Se entende que tal princípio decorre do caput do 
art. 225 e também do 170, VI, que é o que estabelece a defesa ambiental como um dos princípios 
da ordem econômica.
Celso de Mello → princípio do desenvolvimento sustentável ADI – MC 3540/DF, publicada em 
03/02/2006.
Princípio da equidade intergeracional → muito próximo do princípio do desenvolvimento 
sustentável, em decorrência da enfase nas futuras gerações.
6) Princípio do Meio Ambiente como Direito Humano
Poderia ser deduzido no 1º parágrafo da Declaração de Estocolmo: o homem tem direito ao desfrute 
em um meio ambiente de qualidade, que lhe permita viver uma vida digna.
Art. 225 da CF → inscreve o direito ao meio ambiente dentro dos direitos fundamentais.
7) Princípio da Informação 
Presente na Declaração do Rio, princípio 10. Cada individuo deve ter acesso adequado relativo a 
qualidade do meio ambiente, além de possibilidade de participação em tomadas de decisões. Trata, 
na verdade, de 2 princípios: informação e participação.
Quanto mais informação, maior a efetividade do presente princípio. Está ligado a ideia de noção dos 
riscos ambientais correntes.
Instrumento na Lei da Política Nacional do Meio Ambiente → quanto maior as informações, melhor 
condições tem a sociedade de pensar em projetos e cobrar da classe política a adoção de tais 
projetos.
Convenção de Aarhus sobre o Direito de Informação do ano de 1998 → no Brasil, Paulo Afonso 
Leme Machado, tem um livro específico somente sobre o princípio da informação no Direito 
Ambiental.
8) Princípio da Participação 
Consiste na participação efetiva da sociedade na proteção ambiental. Ex. Comitês de Bacia 
Hidrográfica; CONAMA, conselhos consultivos com participação da população residente, além da 
figura das audiências públicas, em processos de licenciamento.
O problema consiste na qualidade da participação: quem consegue participar? Tais problemas 
decorrem até de outros problemas sociais mais graves, como a ausência de uma educação formal de 
qualidade, voltada a maioria da população.
9) Princípio da Função Social da Propriedade: 
Alguns autores falam da função socioambiental da propriedade. Isso porque um dos requisitos para 
que a sociedade cumpra sua função social, consiste no respeito ao meio ambiente.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, 
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
Composição positiva → recuperar algumas áreas degradadas.
Está ligado ao poder-dever de agir, vinculado a uma finalidade específica. A ideia de função se opõe 
a autonomia da vontade. Decorre do poder-dever de dar uma finalidade adequada a propriedade.
AULA 6 – sexta-feira, 13 de abril de 2012
Tema: Competência em matéria ambiental
1. competência legislativa (concorrente)
2. competência executiva (comum)
Competência Legislativa → competência para legislar por parte dos poderes legislativos da união, 
dos estados e municípios.
Competência Executiva → ligadas à aplicação da lei. Ou seja, fiscalizar e impor penalidades. 
Exercer atividades relacionadas ao poder de polícia de modo geral. As atividades do poder de 
polícia consistem tanto na fiscalização e Imposição de penalidades, mas inclui também aquilo que 
se chama de manifestações em casos concretos. Exemplo → solicitação de licença ambiental; 
licenciamento e autorizações para supressão de vegetação.
Competência Legislativa → tratamento contemplado no art. 24 da CF88.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II - orçamento;
III - juntas comerciais;
IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, 
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, 
estético, histórico, turístico e paisagístico;
Toda a matéria ambiental está contemplada no art. 24. Estão contemplados apenas união, estados e 
territórios. 
Relação entre as leis federais e estaduais. A união precisa criar normas gerais, cabendo aos Estados 
suplementar tal legislação caso haja norma federal sobre o tema. Como muitas vezes a união legisla 
amplamente, sobram poucas matérias para os Estados legislarem.
Norma geral → não precisa ser uma norma sem detalhes. Pode ser uma matéria que simplesmente 
exija tratamento uniforme.
Código Florestal → estabelece padrões (inclusive metragens) de áreas que devem ser protegidas. 
O Estado, ao suplementar a legislação ambiental federal, somente podem ser mais protetivos ao 
meio-ambiente em relação a legislação federal. Não pode ser menos protetiva.
Lei Estadual proíbe uma prática permitida por lei federal → caso famoso do tratamento do amianto 
(substancia mineral que possui fibras nocivas à saúde pulmonar dos trabalhadores que manuseiam o 
amianto).
Existe uma lei federal (9055/95) → proíbe o uso de amianto de quase todos os tipos no território 
nacional, com exceção do amianto crisotila. O amianto crisotila não é proibido, pois possuem minas 
de crisotila no Estado de Goiás.
Algumas leis estaduais foram além, proibindo inclusive o amianto crisotila, permitida pela 
legislação federal. O Estado de Mato Grosso do Sul proibiu tal material no Estado, ensejando a 
proposição de uma ADIN. Relatora Ministra Elen Grace → entenderam que não obstante a boa-
vontade do Estado de MS, a Lei Estadual não poderia contrariar a federal, mesmo sendo mais 
protetiva.
Estado de SP → ADIN 3937. Tem como relator o Min. Gilmar Mendes. Linha de argumentação 
diferente, levando em conta a convenção 162 da OIT, que determina a erradicação do amianto ou 
outras substancias que gerem riscos ao trabalhador. Logo, a Lei de SP continua vigente, embora 
ainda sem resolução de mérito. Min. Eros Grau → A lei federal não poderia contrariar a estadual, 
mas o que fazer quando a lei federal é inconstitucional?
ADPF → entenderam que a arguição deveria ser precedente para permitir somente o transporte do 
amianto de Goiás por São Paulo, mas não quando tivesse como destino final o próprio Estado de SP.
Municípios paulistas passaram a legislar contra a prática da queima de cana-de-açúcar → não 
poderiam ser mais protetivos do que o Estado de SP, nem mesmo legislar sobre a matéria por falta 
de competência.
Em matéria concorrente, quando não houver legislação federal, o Estado tem competência plena, até 
que surja a lei federal, quando a Estadual ficará suspensa naquilo que não se compatibilizar com a 
federal.
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
2. competência executiva (comuns)
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar opatrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de 
deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os 
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de 
valor histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do 
bem-estar em âmbito nacional.
Sempre se entendeu que para fiscalizar, os 3 entes eram competentes. Aquele ente que 1º chegar, era 
considerado como competente. Mas a LC 140/2011, trouxe mudanças, pois trata da cooperação 
entre os entes da federação, não deixando com que tal cooperação abra margens para insegurança 
jurídica.
Cada ente, união, estados e municípios podem controlar e fiscalizar atividades e empreendimentos 
para os quais tenha atribuição para licenciar ou autorizar.
A regra geral do licenciamento é a atribuição para o Estado; os municípios podem licenciar projetos 
que tragam impacto local e por fim, a união, faz alguns grandes licenciamentos ambientais que 
impactam mais de um Estado.
Problema da Lei → enfraqueceu o IBAMA, que deixou de poder atuar no combate ao 
desmatamento, que passou a ser função precípua dos Estados. Contudo, o IBAMA não se deu por 
achado na questão, e aproveitou o art. 17, parágrafo 3º da LC 140/11:
§ 3o O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos da 
atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades 
efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a 
legislação ambiental em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por 
órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput. 
Este parágrafo deixou uma porta aberta para que o IBAMA continue fiscalizando, autuando os 
desmatadores.
Competência do Licenciamento na LC 140/2011: o tema de quem licencia o que, foi disciplinado 
por uma resolução do CONAMA.
Lei 6938/81 → quando o Estado não pudesse licenciar, o IBAMA poderia fazer o licenciamento, 
como atividade supletiva, pois muitas vezes os Estados não estavam aparelhados para tanto.
IBAMA → competente para licenciar áreas de fronteiras e projetos cujo impacto ultrapasse o 
território de um único Estado.
A união licencia empreendimentos localizados ou envolvidos no Brasil e países limítrofes, mar 
territorial, plataforma continental, zona econômica exclusiva, terras indígenas e unidades de 
preservação instituídas pela união; empreendimentos localizados em 2 ou mais estados; de caráter 
militar; que lidem com material radioativo ou utilizem material nuclear.
Licenciamento de competência do município: aqueles que apenas tragam impacto ambiental local.
AULA 7 – 20 de abril de 2012
Tema: Licenciamento ambiental
– Noções: 
Os limites do licenciamento ambiental muitas vezes esbarram na própria pressão da sociedade por 
realizações de grandes obras, que é acompanhado pelo pensamento governamental. O habitual é que 
o licenciamento permita a análise do projeto, apontando soluções, alternativas e medidas de 
mitigação dos danos, para que a licença seja concedida, reduzindo os impactos ambientais.
O licenciamento é um instrumento essencialmente preventivo, i. e., realizado antes de uma obra ou 
atividade.
Juridicamente o licenciamento é um procedimento administrativo. Segue um rito. 
– Procedimento
Juridicamente o licenciamento é um procedimento administrativo. Segue um rito. Sua base legal 
está determinada pela Lei 6803/80. Porém, na Lei 6938/81 surgirá a determinação legal de que 
todos os empreendimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais efetivos ou efetivamente 
poluidores, devem ser licenciados. (art. 10). Qualquer instalação ou atividade, mesmo que não 
inseridas em zona industrial. Também a ampliação e funcionamento desses estabelecimentos precisa 
ser licenciada. Uma expansão será objeto de licenciamento ambiental.
O procedimento está descrito na Resolução CONAMA 237/97. Lei 6938 existe um rol de 
competências para o CONAMA. Disciplina a competência do licenciamento, o que se dava pela 
ausência de lei complementar mencionada pelo art. 23 da CF88.
Aplicação subsidiária da lei de procedimento administrativo.
O licenciamento é um encadeamento de atos do empreendedor e da administração (art. 10 da 
resolução CONAMA.).
1ª etapa → definição pelo órgão ambiental dos Estudos, projetos e documentos necessários para o 
licenciamento. A autoridade licenciadora irá definir quais serão necessários no âmbito desse 
licenciamento.
Estudos ambientais → avaliação de impacto ambiental, que inclui a figura do estudo de impacto 
ambiental. 
Avaliação de Impacto Ambiental → categoria mais ampla.
Estudo de Impacto Ambiental → apenas ocorre para as obras cujo impacto ambiental será maior. 
O Estudo de Impacto Ambiental pode ser o EIA / RIMA ou então um RAP – Relatória Ambiental 
Pre-eliminar, utilizado pelo Estado de SP e que consiste num estudo um pouco mais simplificado.
Etapa importante: definição ou não de realização de audiência pública. Empreendimentos que 
tenham impactos ambientais muito significativos, o órgão ambiental pode exigir a realização de 
uma audiência pública. Se o órgão ambiental não realizar a licença, há uma resolução do CONAMA 
(resolução 9/87 – audiência pode ser solicitada pelo MP, entidade civil ou por um mínimo de 50 
assinaturas.
O licenciamento culmina com o deferimento ou indeferimento da licença ambiental.
Apresentação de alguns documentos no âmbito do processo de licenciamento:
– Certidão da prefeitura de que o empreendimento está de acordo com a utilização do solo;
– possibilidade de fornecimento de água e recursos hídricos;
– autorização para supressão de vegetação.
Pode solicitar ainda mais documentos e esclarecimentos. Isso e também o atraso no fornecimento de 
tais documentos pelo empreendedor, a licença ambiental acaba demorando para ser obtida.
A licença é um ato administrativo. Irá resultar de suas características uma grande discussão sobre 
sua natureza jurídica. É um tema bastante debatido, as vezes sendo objeto de cobrança em 
concursos públicos. Deve haver um controle judicial da matéria ambiental e das licenças já 
expedidas.
Não há recurso no caso de indeferimento do licenciamento, mas o projeto pode ser refeito para que 
haja uma reanálise
– Tipos de licença ou etapas:
1) Licença Prévia: é conferida ainda na fase de projeto; ocorre na fase preliminar de 
planejamento da atividade e contempla requisitos básicos como a localização. Discute-se se 
a localização do empreendimento é a mais adequada; se está de acordo com a utilização 
racional do solo, etc. Tudo isso ainda é feito no âmbito do projeto, inclusive incluída nessa 
etapa a possibilidade de realização de audiências públicas. A resolução 237 tem um prazo 
máximo de 5 anos, mas pode ser prorrogada (no âmbito da legislação federal, resolução 
237).
2) Licença de instalação: o empreendedor obtém uma licença de instalação (LI). É a licença 
que permite o início das obras e da construção. Há um prazo máximo de 6 anos para a 
resolução 237.
3) Licença de operação: para que o empreendimento comece a funcionar, é necessária a licença 
de operação. A licença de operação também tem um prazo mínimo de 4 anos e máximo de 
10 anos.A licença de operação não é definitiva com prazo indeterminado. Quando o prazo 
está para vencer, o empreendedor tem já de protocolar um pedido de licença para obter a 
renovação da licença de operação (LO).
Mudança das condicionantes da licença ambiental → em SP, existe um padrão para algumas 
industrias poluidoras, que sempre que precisam renovar as respectivas licenças, precisam 
demonstrar diminuição de emissão de poluentes atmosféricos.
– Natureza jurídica da licença: quais são as características da licença administrativa. A 
primeira característica da licença administrativa é o fato de ser um ato vinculado, ou seja, 
não há discricionariedade.
Autorização: ato discricionário por parte da administração. É precária, pois é 
discricionária, podendo ser revogada a qualquer momento.
Licença é ato vinculado e que só é concedida quando o solicitante atendeu todos os 
requisitos legais. Além disso, em definitiva dentro de seu prazo (muitas vezes precisa de 
renovação). Não existe um direito subjetivo à licença. O cumprimento das exigências legais 
será analisado pela administração.
– Natureza Jurídica: a licença ambiental pende mais para uma autorização, havendo uma 
discricionariedade técnica, pautada em motivação, com a indicação dos pressupostos fáticos 
e de direitos. Esse estudo de conveniência e oportunidade não pode se sobrepor ao direito 
fundamental do meio-ambiente. Tal direito fundamental não pode ceder ao interesse do 
empreendedor. Porém, uma vez concedida a licença, qualquer cancelamento se dá apenas 
com motivação.
Art. 19 da resolução 237. O órgão ambiental pode alterar as condicionantes da licença, 
durante sua vigência. Também pode suspender ou até cancelar a licença ambiental, mas 
apenas diante de 3 situações concretas:
– ação desconforme do empreendedor: omissão ou falsa descrição dos fatos e elementos. Ex 
→ omite-se do projeto dados que demonstrem que a atividade realizada é altamente 
poluente.
Violação dos condicionantes;
Superveniência de graves riscos à saúde ou ao meio-ambiente: há maior discricionariedade 
por parte da administração. Exemplo → enchente que ameaça transbordar barragens de 
rejeitos que uma industria produziu. Porém, caberá um juízo quanto a motivação dessa 
maior discricionariedade.
Publicidade do EIA / RIMA → art. 225, pár. 1º, inc. IV – o Poder Público deve exigir o Estudo de 
Impacto Ambiental, ao qual dará publicidade. Deve ficar disponibilizado na sede do órgão 
ambiental concessor da licença. Também existem outros momentos para essa publicidade ser 
realizada (exemplo → audiência pública).
Art. 225, pár. 1º, IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente 
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se 
dará publicidade;
Empreendimentos residenciais de maior porte hodiernamente estão sendo licenciados, havendo a 
emissão da LI (licença de instalação) junto com a LO (licença de operação).
A escolha do profissional que realizará o EIA / RIMA é realizado geralmente por empresas de 
engenharia ambiental, que são contratadas particularmente pelo empresário. Tais profissionais 
respondem sob as penas da lei, mas não são como peritos nomeados pelo juiz. Geralmente tais 
estudos quase sempre são positivos, pois contratados por particulares. Portanto é importante que o 
órgão ambiental avaliador tenha peritos capacitados para verificar se esse estudo de impacto 
ambiental realmente é verdadeiro.
AULA – 11 de maio de 2012
Espaços Territoriais Protegidos: são porções do territórios destacados mediante leis ou decretos pelo 
Poder Público para a finalidade de proteção.
Função: biodiversidade e outras funções ecológicas: conservação do solo, regulação do clima, 
controle de pragas e doenças.
Espaços Territoriais especialmente protegidos:
5 categorias:
– áreas de interesse especial
– área de preservação permanente. APP´s. São previstas pelo Código Florestal, que estabelece 
2 tipos de áreas de preservação: APP´s (Áreas de Preservação Permanente) e as reservas 
legais. 
– reserva legal
– unidades de conservação (9985/2000)
– leis de proteção a um bioma específico (lei da Mata Atlântica – 11.428/06, regula a CF art. 
225, pár. 4º).
Alguns dos biomas brasileiros são constitucionalmente declarados como patrimônio nacional. 
Contudo, por enquanto, apenas existe lei específica para o bioma da Mata Atlântica.
Áreas de proteção especial (denominação de José Afonso da Silva):
– são reguladas pela lei de parcelamento do solo urbano, no contexto de parcelamento e 
desmembramento.
– Áreas de interesse especial, tais como as de proteção aos mananciais ou ao patrimônio 
histórico, paisagístico e arqueológicos definidas por legislação estadual ou municipal (art. 
13, I da lei 6766/79). Estado deve disciplinar a aprovação municipal de tais leis que 
estabelecem áreas de proteção especial.
– Exemplos em São Paulo: lei de proteção à represa Guarapiranga.
Áreas de Preservação Permanente (APPs)
– estabelecidas pelo Código Florestal (lei 4771/65)
– área coberta ou não por vegetação nativa, com função ambiental de preservar os recursos 
hídricos, paisagem, a estabilidade geológica, biodiversidade, etc.
Art. 2° Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de 
vegetação natural situadas: 
a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura 
mínima será: (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)
 1 - de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura; (Redação 
dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)
 2 - de 50 (cinquenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de 
largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)
 3 - de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros 
de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)
 4 - de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) 
metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)
 5 - de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) 
metros; (Incluído pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)
 b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais;
 c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua 
situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 
7.803 de 18.7.1989)
 d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;
 e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de 
maior declive;
 f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
 g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca 
inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)
 h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação.
São consideradas APPs áreas em função de sua localização. (art. 2º do Código Florestal).
APPs, em primeiro lugar, as matas ciliares. Ou seja, a vegetação que se situa às margens dos cursos 
d´água. Se o rio é mais estreito, a APP é menor; se o rio é mais largo, a área de APP é maior.
Em tese, deveríamos ter uma mata ciliar a cada lado de cada curso d´água, mesmo riachos.
APPs ope legge (pelo só efeito da lei). São criadas por lei. Tanto sobre o patrimônio público quanto 
sobre o patrimônio privado. Além disso, tanto no âmbito urbano,como rural.
APPs do art. 3º – após quando assim declaradas pelo poder público para finalidades de atenuar 
erosão de terras, fixar dunas, formar faixas de proteção ao longo de rodovia, proteger sítios de 
excepcional beleza. São criadas por ato específico que determinará seu regime jurídico.
 Art. 3º Consideram-se, ainda, de preservação permanentes, quando assim declaradas por ato do Poder 
Público, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas:
 a) a atenuar a erosão das terras;
 b) a fixar as dunas;
 c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
 d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério das autoridades militares;
 e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico;
 f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção;
 g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas;
 h) a assegurar condições de bem-estar público.
 § 1° A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só será admitida com prévia 
autorização do Poder Executivo Federal, quando for necessária à execução de obras, planos, atividades ou 
projetos de utilidade pública ou interesse social.
 § 2º As florestas que integram o Patrimônio Indígena ficam sujeitas ao regime de preservação 
permanente (letra g) pelo só efeito desta Lei.
 Art. 3o-A. A exploração dos recursos florestais em terras indígenas somente poderá ser realizada pelas comunidades indígenas em regime de 
manejo florestal sustentável, para atender a sua subsistência, respeitados os arts. 2o e 3o deste Código. (Incluído pela Medida 
Provisória nº 2.166-67, de 2001)
Exploração de APPs: não é permitida exploração, salvo em reservas indígenas (manejo sustentável).
Não se entendeu desapropriação indireta: reflexo da função social. A jurisprudência entendeu de que 
não há de se considerar que a APP é uma desapropriação indireta, pois a função social da 
propriedade implica em preservar os recursos naturais.
Art. 4o A supressão de vegetação em área de preservação permanente somente poderá 
ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse social, devidamente 
caracterizados e motivados em procedimento administrativo próprio, quando inexistir 
alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto. (Redação dada pela Medida 
Provisória nº 2.166-67, de 2001)
 § 1o A supressão de que trata o caput deste artigo dependerá de autorização do 
órgão ambiental estadual competente, com anuência prévia, quando couber, do órgão 
federal ou municipal de meio ambiente, ressalvado o disposto no § 2o deste 
artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)
 § 2o A supressão de vegetação em área de preservação permanente situada em 
área urbana, dependerá de autorização do órgão ambiental competente, desde que o 
município possua conselho de meio ambiente com caráter deliberativo e plano diretor, 
mediante anuência prévia do órgão ambiental estadual competente fundamentada em 
parecer técnico. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)
 § 3o O órgão ambiental competente poderá autorizar a supressão eventual e de 
baixo impacto ambiental, assim definido em regulamento, da vegetação em área de 
preservação permanente. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)
 § 4o O órgão ambiental competente indicará, previamente à emissão da autorização 
para a supressão de vegetação em área de preservação permanente, as medidas 
mitigadoras e compensatórias que deverão ser adotadas pelo empreendedor. (Incluído 
pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)
 § 5o A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, ou de dunas e 
mangues, de que tratam, respectivamente, as alíneas "c" e "f" do art. 2o deste Código, 
somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública. (Incluído pela Medida 
Provisória nº 2.166-67, de 2001)
 § 6o Na implantação de reservatório artificial é obrigatória a desapropriação ou 
aquisição, pelo empreendedor, das áreas de preservação permanente criadas no seu 
entorno, cujos parâmetros e regime de uso serão definidos por resolução do 
CONAMA. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)
 § 7o É permitido o acesso de pessoas e animais às áreas de preservação 
permanente, para obtenção de água, desde que não exija a supressão e não comprometa 
a regeneração e a manutenção a longo prazo da vegetação nativa. (Incluído pela Medida 
Provisória nº 2.166-67, de 2001)
Supressão de vegetação pode ser autorizada em caso de utilidade pública e interesse social, 
caracterizados em procedimento administrativo próprio, se inexistir alternativa locacional 
(MP2166/2000) – art. 4º
Órgão ambiental competente.
Exemplo → pequeno porto para transporte hidroviário. Essa pequena infraestrutura estará dentro de 
área de APP, na margem do rio.
Exceção que permite a possibilidade de manejo: manejo sustentável na pequena propriedade ou 
posse familiar rural.
Resolução 369/2006 → relativa a ocupação irregular em áreas de preservação permanente. Existem 
programas de regularização fundiária em tais áreas. Há uma previsão da possibilidade de fazer tal 
regularização fundiária.
Previsão do pedido de supressão: é realizada pelo órgão estadual competente ou órgão municipal se 
houver conselho do Meio Ambiente em área urbana.
Supressão de baixo impacto: é a supressão de menor intensidade: exemplo → abertura de pequenas 
e estreitas trilhas para se chegar a margem do rio. Ou acesso de animais para a água de rios; trilhas 
ecológicas.
RESERVA LEGAL: é uma categoria de espaço protegido, mas que se aplica tao somente às áreas 
rurais. São consideradas propriedades ou posses rurais, excetuada de preservação permanente, 
necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos 
ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção da fauna e flora nativas.
– 80% em áreas de floresta na Amazônia Legal;
– 35% em área de cerrado na Amazônia Legal (20% na própria propriedade e 15% de 
compensação em outra área na microbacia);
– 20% nas demais áreas do país.
 
 III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, 
excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos 
naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da 
biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas; (Incluído pela Medida 
Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
Definição da Amazônia Legal:
 VI - Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e 
Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13 o S, dos Estados de Tocantins 
e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44 o W, do Estado do Maranhão. (Incluído pela Medida 
Provisória nº 2.166-67, de 2001) 
Reserva Legal → localização aprovada pelo órgão estadual competente e averbação no cartório de 
registro de imóveis.
Possibilidade de exploração mediante plano de manejo aprovado pelo órgão ambiental.
Proptem rem → obrigação transfere-se com a coisa, independentemente do responsável.
MP começou a ingressar com muitas ações civis públicas contra proprietários que não mantinham 
suas respectivas reservas legais. Inclusive formou jurisprudência relativa a novos proprietários, que 
mesmo não tendo desmatado tais áreas, que já adquiriram desmatadas, tem a obrigação de recuperá-
las (obrigação propter rem → ligada a propriedade adquirida).
Reserva Legal (quais são as alternativas para quem não tem reserva legal?)
– recomposição

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