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SIMULADO 2º SEMESTRE CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS Criado por todos os alunos do Grupo 13 - CFO/PMCE (2018-2020). Org.: Aluno Raphael Rocha Fortaleza, 24 de outubro de 2019. CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 1 SUMÁRIO POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR .................................................................................................................... 2 DIREITO CIVIL .......................................................................................................................................... 10 DIREITO PENAL ....................................................................................................................................... 15 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR .................................................................................................... 23 DIREITO PROCESSUAL PENAL .................................................................................................................. 33 ESTATÍSTICA E ANÁLISE CRIMINAL .......................................................................................................... 42 MATERIAL BÉLICO DA POLÍCIA MILITAR .................................................................................................. 45 POLÍCIA COMUNITÁRIA........................................................................................................................... 49 POLICIAMENTO EM GRANDES EVENTOS ................................................................................................. 57 POLICIAMENTO EM PRAÇAS DESPORTIVAS ............................................................................................. 67 GABARITO – POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR .............................................................................................. 72 GABARITO – DIREITO CIVIL ..................................................................................................................... 75 GABARITO – DIREITO PENAL ................................................................................................................... 78 GABARITO – DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR ................................................................................ 83 GABARITO – DIREITO PROCESSUAL PENAL .............................................................................................. 88 GABARITO – ESTATÍSTICA E ANÁLISE CRIMINAL ...................................................................................... 95 GABARITO – MATERIAL BÉLICO DA POLÍCIA MILITAR .............................................................................. 96 GABARITO – POLÍCIA COMUNITÁRIA ...................................................................................................... 98 GABARITO – POLICIAMENTO EM GRANDES EVENTOS ........................................................................... 100 GABARITO – POLICIAMENTO EM PRAÇAS DESPORTIVAS ....................................................................... 102 CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 2 POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR 1. Nas forças militares estaduais, são instaurados inquérito policial militar e inquérito bombeiro militar, dependendo da Corporação em que seja instaurado para apuração do crime militar. 2. De acordo com CF/1988, no Brasil existem duas instituições de polícia judiciária: a Polícia Federal e as Polícias Civis. No art. 144 da Carta magna está prevista a competência de cada uma delas e no § 4º desse artigo excetuou-se às Policiais Civis a apuração das infrações penais militares. 3. A Polícia Judiciária Militar (PJM), como sendo uma atividade exercida pela autoridade militar, com a finalidade de apurar as infrações administrativas militares, buscando sua autoria e materialidade, para que o Ministério Público (MP) tenha subsídios para a propositura da ação penal. 4. Entre as competências da PJM previstas no Código de Processo Penal Militar (CPPM), estão: Prestar aos órgãos e juízes da JME e aos membros do MP as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos, bem como realizar as diligências que por eles lhe forem requisitadas. 5. Entre as competências da PJM previstas no Código de Processo Penal Militar (CPPM), estão: Cumprir os mandados de prisão expedidos pela JME; Representar as autoridades judiciárias militares acerca da prisão preventiva e da insanidade mental do indiciado. 6. Entre as competências da PJM previstas no Código de Processo Penal Militar (CPPM), estão: Cumprir as determinações da JME relativa aos presos sob sua guarda e responsabilidade, bem como as demais prescrições do CPPM, nesse sentido; Solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à elucidação das infrações penais que estejam a seu cargo. 7. Entre as competências da PJM previstas no Código de Processo Penal Militar (CPPM), estão: Requisitar à Polícia Civil e às repartições técnicas civis as pesquisas e exames necessários ao complemento e subsídio de IPM. 8. A autoridade judiciária militar, de ofício ou agindo mediante delegação, pode requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis, dos laboratórios oficiais e de quaisquer repartições técnicas, militares e civis, as perícias, exames que se tornem necessárias ao processo, bem como as pesquisas e exames necessários ao complemento e subsídio de IPM. 9. O CPPM, conclui-se que a Polícia Judiciária Militar, no âmbito das Unidades da Federação, e no nosso caso, no Estado do Ceará, pelos Comandantes de OM até o nível de Unidade e subunidade, isto é, do Comandante Geral até o Comandante de Batalhão e Comandante de Subunidade. 10. O Comandante Geral, Comandante Geral Adjunto, Secretário Executivo, Comandantes de Grandes Comandos (Capital, Interior Sul e Norte, Metropolitano, Policiamento Especializado e Polícia Comunitária), e de Batalhões são as autoridades militares estaduais detentoras do "Poder de Polícia Judiciária Militar", nas suas respectivas áreas de jurisdição. 11. O Poder de Polícia Judiciária Militar pode ser delegado, pela autoridade militar a qualquer Oficial da ativa ou reserva sob seu comando. Investido da autoridade decorrente dessa delegação, o Oficial Encarregado de IPM está apto a executar todos os atos inerentes ao exercício da PJM. 12. O Poder de Polícia Judiciária Militar pode ser delegado, conforme o CPPM, de modo semelhante, no caso de lavratura de "Auto de Prisão em Flagrante Militar", o Oficial-de-Dia está investido desse poder, bem como todos Oficiais em serviço. 13. As atribuições de PJM só poderão ser delegadas aos oficiais da ativa para fins especificados na portaria e por tempo limitado. CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 3 Não sendo permitindo delegação do poder de PJM aos militares da reserva. 14. A delegação sempre recairá, em se tratando de delegação especificamente para instauração de IPM, deverá aquela recair em oficial de posto superior ao do indiciado, seja este oficial da ativa ou da reserva (remunerada ou reformado). 15. A delegação sempre recairá em: Nos casos de impossibilidade de designação de oficial de posto superior ao do indiciado, poderá ser feita a de oficial do mesmo posto, desde que mais antigo; Se o indiciado é oficial da reserva ou reformado, não prevalece, para a delegação, a antiguidade de posto, porque o oficial da ativa é mais antigo que o da inatividade. 16. O Código Penal Militar (CPM) fornece, a definição de “superior”, para efeito da aplicação da lei penal militar, como sendo o militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobreoutro de igual posto ou graduação. 17. O Crime de Insubmissão é o outro crime militar que foge à regra do rito ordinário previsto no CPM, pois sua incidência nas Forças Armadas e nas instituições militares estaduais, o sujeito ativo do referido crime necessariamente é o jovem brasileiro alistável no serviço militar obrigatório, por força da lei, que deixa de se apresentar na Força Militar Federal na data aprazada para incorporação. 18. A Justiça Militar Estadual de primeira instância, é constituída pelos Conselhos de Justiça previstos no Código de Justiça Militar. A de segunda instância será um Tribunal Especial, ou o Tribunal de Justiça. 19. A deserção é um crime impropriamente militar, que só pode ter como sujeito ativo o militar da ativa e está tipificada nos artigos 187 a 194, do CPM, o qual é processado através de um rito especial. 20. O Crime de Deserção caracteriza-se pela ausência não autorizada do serviço militar, que deve ser sem justificativa, afetando a disciplina militar que regula o dever do militar para com seu serviço. O período de afastamento injustificado do serviço deve ser igual ou superior a 08 (oito) dias. 21. Se o militar se apresentar antes do final desse tempo 08 (oito) dias, não se consuma o Crime de Deserção, constituindo o período de ausência ilegal ou período de graça, que não é suficiente para imputar responsabilidade penal, mas imputar somente responsabilidade administrativa. 22. Deserção Imprópria ou casos assimilados: ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em que deve permanecer, por mais de oito dias: Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada. Este dispositivo refere-se ao policial militar ou bombeiro militar que está desempenhando suas atividades, seja em regime de escala operacional ou administrativa, e que deixa de se apresentar para o trabalho de forma injustificada. 23. Deserção propriamente dita: o militar não se apresenta no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo de trânsito ou férias; deixa de se apresentar a autoridade competente, dentro do prazo de oito dias, contados daquele em que termina ou é cassada a licença ou agregação ou em que é declarado o estado de sítio ou de guerra; tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de oito dias. 24. Casos Assimilados (Deserção Imprópria): após um período de ausência justificada, deixa de se apresentar no lugar onde deveria ou a autoridade competente. Assim, resta claro que não há necessidade de uma escala de serviço para evidenciar a falta. 25. Deserção por Evasão ou Fuga: consegue exclusão do serviço ativo ou situação de inatividade, criando ou simulando incapacidade. O momento consumativo da deserção é aquele em que se dá a exclusão do serviço ativo ou a inatividade do militar estadual por motivo de fraude, ou seja, por ter simulado incapacidade para o serviço da sua Corporação Militar Estadual. CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 4 26. Em todos os casos de deserção Assimilados ou Imprópria, o militar estadual se sujeita à mesma penalidade da deserção propriamente dita. 27. Casos Assimilados (Deserção Imprópria): caracteriza-se pelo fato de o militar estadual deixar de apresentar-se no momento da partida do navio ou aeronave, de que é tripulante ou do deslocamento da unidade ou força em que serve. 28. Deserção Especial ou Instantânea: Pena - detenção, até três meses, se após a partida ou deslocamento se apresentar, dentro de vinte e quatro horas, à autoridade militar do lugar, ou, na falta desta, à autoridade policial, para ser comunicada a apresentação ao comando militar competente. 29. Deserção Especial ou Instantânea: Se a apresentação se der dentro de prazo superior a vinte e quatro horas e não excedente a cinco dias: Pena - detenção, de dois a oito meses; Se superior a cinco dias e não excedente a oito dias: Pena - detenção, de três meses a um ano; Se superior a oito dias: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 30. Deserção Especial ou Instantânea: a pena é aumentada de um terço, se se tratar de sargento, subtenente ou suboficial, e de metade, se oficial. 31. Nas Corporações Militares Estaduais pode-se destacar que não há possibilidade da Deserção Especial ou Instantânea, sendo exclusivo das Forças Armadas Brasileiras. 32. Casos Assimilados (Deserção Imprópria): refere-se também como conduta incidente na prática de deserção a evasão do militar estadual de escolta ou de recinto de detenção ou prisão, ou fuga em seguida à prática de crime para evitar prisão, permanecendo ausente por mais de 8 (oito) dias. 33. Na deserção, o objeto jurídico tutelado é o “serviço militar” e o “dever militar”, caracterizados pelos valores apreendidos nas Corporações Militares Estaduais e o comprometimento com a missão, sem os quais seria impossível o desempenho da atividade laborativa do militar estadual. 34. Na deserção, o sujeito ativo: é aquele que pratica o crime militar de deserção apenas o militar (federal ou estadual), por tratar-se de crime propriamente militar; Sujeito Passivo: é a instituição militar e o serviço militar. Ainda, às vezes, também outro militar. 35. A consumação do Crime de Deserção ocorre quando encerrado o prazo de graça. Decorridos os 08 (oito) dias da ausência ilegal, mesmo que apenas uma hora, um minuto ou um segundo além, estará consumado o crime. 36. O Crime de Deserção, admite-se a forma tentada por tratar- se de crime unissubsistente, isto é, é realizado em um único ato, não sendo admitido o fracionamento da conduta do agente ativo. 37. Sobre a prescrição nos crimes de deserção: como a pena cominada ao delito de deserção em geral é de até dois anos de detenção, ele prescreve em quatro anos. Contudo, como se trata de um crime com efeitos permanentes, o termo inicial para contagem do prazo prescricional começa a correr do dia em que cessar a sua permanência. 38. O CPM completa as considerações sobre a prescritibilidade do crime de deserção com a previsão do artigo 132, onde se verifica que, mesmo decorrido o prazo prescricional, somente haverá extinção da punibilidade quando o desertor atingir a idade de: Se Praça: 60 (sessenta) anos; Se Oficial: 45 (quarenta e cinco). 39. Entre as competências da PJM previstas no Código de Processo Penal Militar, estão: Apurar os crimes militares estaduais de sua Corporação, bem como os que, por lei especial, estão sujeitos à jurisdição militar e sua autoria. 40. A Instrução Provisória de Deserção (IPD) é peça fundamental no processo e, como o próprio nome já diz, tem o caráter de instrução provisória, o Termo de Deserção, como ela é mais conhecida. CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 5 41. Para a lavratura da IPD, é precedida de algumas providências, como parte de ausência, inventário, diligências, etc. A IPD serve para fornecer os elementos necessários à propositura da ação penal no juízo militar, sujeitando o desertor, desde logo, à prisão. 42. O referido termo (IPD), fornece ao MP os elementos necessários para o oferecimento da denúncia. Sua falta ou irregularidade importa em nulidade de todo o processo. 43. É necessário mandado de prisão, para prender o militar que for considerado desertor, tendo conhecimento do paradeiro do desertor, o oficial deve providencia junto a justiça militar o mandado judicial. 44. Termo de Deserção (IPD) tem caráter de instrução provisória, porque somente com a apresentação voluntária ou captura do desertor a instrução se aperfeiçoa e passa a ser definitiva, visto que o processo judicial começa a andar e o acusado pode se defender. 45. Instrução Provisória de Deserção (IPD): 72 (setenta e duas) horas depoisde iniciada a contagem, o Comandante da Subunidade ou autoridade competente encaminhará a parte de ausência ao Comandante da unidade. 46. Na Instrução Provisória de Deserção (IPD), o Comandante da Unidade, mandará inventariar o material permanente da Fazenda Pública, deixado ou extraviado pelo ausente, que será reduzido em termo assinado por 02 (duas) testemunhas. 47. Instrução Provisória de Deserção (IPD): decorrido o prazo de deserção, o Comandante da Subunidade encaminhará ao Comandante da Unidade a parte de deserção e o inventário; recebida a parte de deserção, o Comandante da Unidade determinará a lavratura do Termo de Deserção, assinado por 02 (duas) testemunhas. 48. Instrução Provisória de Deserção (IPD): não sendo necessário a publicação em boletim interno, do Termo de Deserção, que será remetido à Justiça Militar Estadual; Recebidos na Justiça Militar Estadual, o Ministério Público (MP) vinculado, terá que oferecer a denúncia no prazo de 20 (vinte) dias. 49. O inventário deve ser elaborado em 24 (vinte e quarto) horas depois de iniciada a contagem dos dias de ausência de um militar estadual, em auto específico e assinado por duas testemunhas idôneas. Devem ser tomadas medidas para o depósito do material particular do ausente e, sendo necessária, nomeação de depositário. 50. Caso o desertor seja praça especial ou sem estabilidade, deve ser agregado, se tiver estabilidade ou oficial, deve ser excluído, aguardando ser capturado ou se apresentar voluntariamente. 51. Após ser capturado, o desertor será encaminhado ao Presídio Militar, podendo, antes, ser submetido a exame de lesão corporal pela autoridade militar competente da OM que o capturou, mas se militar se apresentar espontaneamente, poderá aguarda o julgamento em liberdade. 52. Após ser capturado ou ter se apresentado espontaneamente, a autoridade militar competente deverá: Remeter à Justiça Militar Estadual o Termo de Captura ou de Apresentação Espontânea do desertor, com a data e o lugar onde o mesmo se apresentou ou foi capturado, além de quaisquer outras circunstâncias concernentes ao fato e o lugar onde se encontra recolhido; Comunicar ao comandante do desertor a captura ou a apresentação espontânea e suas circunstancias. 53. Após ciência da captura ou apresentação espontânea do desertor, deve ser providenciada a publicação imediata do Termo de Apresentação ou Captura do desertor em boletim interno, bem como, o encaminhamento do desertor para a inspeção de saúde, se praça especial ou sem estabilidade, do qual o resultado também deve ser publicado e transcrito nos assentamentos do desertor. 54. Caso resulte da inspeção de saúde incapacidade definitiva do desertor com 15 CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 6 anos de instituição com estabilidade, ele deverá ser isento da reinclusão e do processo judicial, com o arquivamento dos autos, sendo a ata da inspeção remetida com urgência para a Justiça Militar Estadual. 55. Sendo o desertor a praça com apenas dois anos de serviço na instituição (sem estabilidade), considerada incapaz na inspeção de saúde, deve o Coordenador de Gestão de Pessoas ser comunicado imediatamente para providenciar o ato de reversão e reinclusão nas fileiras da Corporação e na folha de pagamento, mandando publicar no Diário Oficial do Estado e no Boletim do Comando Geral, remetendo em seguida o processo com urgência à Justiça Militar. 56. O desertor, se oficial, deve ser mantido na condição de reformado até o trânsito em julgado da decisão da Justiça Militar Estadual. 57. Recebidos na Justiça Militar Estadual o termo de deserção e demais peças, o Juiz mandará autuá-los e em seguida remeterá ao Ministério Público (MP) para vistas. Após receber os autos o MP poderá requerer o arquivamento, ou o que for de direito, ou oferecer denúncia, desde que esteja em ordem ou cumpridas as diligências requeridas. 58. Recebida a denúncia, o Juiz de Direito da Justiça Militar Estadual determinará que o processo seja suspenso até a captura ou apresentação espontânea do desertor. 59. O prazo para o julgamento do processo de deserção é de 60 (sessenta) dias. Caso o desertor não seja julgado no referido prazo, será prorrogado o prazo por 60 dias, independentemente quem de quem tenha dado causa ao retardamento do processo. Nesse prazo o desertor pode solicitar liberdade provisória. 60. São exemplos de Peças da Instrução provisória de Deserção (IPD): Autuação e Capa; Parte de Ausência; Despacho do Comandante da Unidade ao Oficial Encarregado das diligências; Inventário; Certidão de Cumprimento do Despacho; Parte de Deserção; Termo de Deserção; Ofício de Remessa da IPD à JME. 61. São exemplos de Peças da Instrução provisória de Deserção (IPD): Despacho Administrativo; Auto de Apresentação Espontânea; Termo de Captura por Crime de Deserção; Recibo do Auto de Apresentação Espontânea/Termo de Captura; Despacho do Responsável pelo Auto de Apresentação Espontânea/Termo de Captura. 62. Faltar o 1º dia (expediente ou serviço) enseja em transgressão disciplinar. A partir da data de ausência, conta-se 08 (oito) dias e caso o militar não se apresentar até às 00:00h do oitavo dia, ele estará cometendo o crime de deserção. Esse período de 08 (oito) dias de ausência é chamado de Período de Graça. 63. O IPM trata-se de um procedimento administrativo que visa a apuração de transgressão disciplinar militar. 64. De caráter exclusivamente inquisitório, o IPM objetiva a constatação de autoria e materialidade das infrações penais militar. 65. Em razão do viés procedimental do IPM, são assegurados ao acusado os princípios do contraditório e da ampla defesa. 66. A lei processual penal comum pode ser utilizada em qualquer caso na condução do IPM. 67. Devido o IPM ser sigiloso, os advogados e defensores precisam de procuração para examinar autos de prisão em flagrante e inquéritos, peças e tomar apontamentos. 68. Aos defensores é permitido o acesso aos elementos de prova já documentados e aos em andamento. 69. Após a instauração do IPM, este não pode ser arquivado pela autoridade militar estadual. 70. Ao indiciado em IPM é assegurado o contraditório. 71. O IPM pode ser dispensado caso o MP disponha de elementos suficientes para a propositura da ação penal. CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 7 72. O oficial deve tomar ou determinar que sejam tomadas as providencias cabíveis após a instauração do IPM. 73. O IPM somente se iniciará por meio de portaria. 74. Não é atribuição de juiz auditor requisitar a instauração de IPM. 75. Caso no curso do IPM a autoridade delegada verifique a existência de indícios contra oficial de posto superior ao seu ou mais antigo, deve providenciar que as suas funções sejam delegadas a outro oficial em condições de compatibilidade. 76. O escrivão desempenha um papel de auxílio à autoridade militar, sendo responsável pela reunião e ordenamento das peças do IPM. 77. Apesar de prestar o compromisso legal de manter sigilo do inquérito, ao escrivão é permitido depor, mediante intimação, sobre os fatos de que venha a ter conhecimento durante o inquérito. 78. Ao final do IPM a autoridade encarregada deve encaminhar a autoridade delegante para que esta envie diretamente para a Justiça Militar Estadual. 79. Despacho é um ato procedimental no qual consta ordens para integral cumprimento e relacionadas com a apuração do ilícito penal militar. 80. A Conclusão é o ato no qual consta o cumprimento das ordens emanadas do encarregado do IPM. 81. O reconhecimento feito de forma direta sobre a pessoa do acusado é irregularidade ensejadora de nulidade. 82. Se o indiciado estiver preso, o inquéritodeve terminar no prazo de 20 (vinte) dias contados a partir da data de instauração do mesmo. 83. Se o indiciado estiver solto, o inquérito deve terminar no prazo de 40 (quarenta) dias contados a partir da data de instauração do mesmo, podendo ser prorrogado por mais 20 (vinte) dias pela autoridade militar delegante. 84. Os laudos ou exames não concluídos e os documentos colhidos depois da prorrogação não poderão ser remetidos ao juízo militar estadual. 85. A prisão preventiva é espécie de prisão cautelar, podendo ser decretada de ofício pelo juiz auditor ou Conselho de Justiça, mediante requerimento do Ministério Público Militar e mediante representação da autoridade militar encarregada do IPM. 86. A prisão em flagrante delito é de natureza exclusivamente provisória. Sendo as demais prisões de natureza cautelar e processual, haja vista que a prisão em flagrante é a única que se verifica no calor dos fatos. 87. A prisão em flagrante delito independe de ordem judicial escrita, se resumindo em um dever legal da autoridade militar que se depara com determinado crime militar em execução. 88. A CF/1988 previu em seu art. 5º, LXI, que: ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo apenas nos casos de crime propriamente militar. 89. Flagrante delito impróprio ocorre quando o agente é encontrado imediatamente após o cometimento do crime militar, com instrumentos, objetos, material ou papéis que façam presumir a sua participação no crime militar. 90. Segundo a doutrina, flagrante delito próprio ocorre quando, alguém está cometendo o crime militar ou acaba de cometê-lo. 91. Considera-se em flagrante delito o cometimento das infrações permanentes, enquanto não cessar a sua permanência. A insubmissão e a deserção são exemplos de crimes permanentes, previstos no CPM. 92. A lavratura do auto de prisão em flagrante delito pela autoridade militar estadual consiste CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 8 em, apresentar o preso ao comandante ou ao oficial de serviço, e logo após por qualquer deles ouvir condutor, testemunhas, inquirição do indiciado sobre a imputação que lhe é feita, lavrando-se de todo auto, que será por todos assinados. 93. A relação de ordem: condutor, testemunha, indiciado, não necessita ser obedecida pela autoridade militar que presidir o auto de prisão em flagrante delito, pois o CPPM não prevê uma ordem para tal procedimento. 94. A prisão em flagrante, deverá ser assinada por duas pessoas, pelo menos, que hajam testemunhado a apresentação de preso, sendo a falta de testemunhas motivo para impedir o auto de prisão. 95. Quanto à designação de Escrivão, a autoridade militar estadual que presidir o auto, designará para exercer as funções de Escrivão, um capitão, primeiro ou segundo-tenente, se o indiciado for oficial. 96. No caso do indiciado ser praça, a autoridade militar estadual poderá designar um subtenente ou sargento para ser Escrivão do IPM. 97. Nos casos da prisão em flagrante por crime militar ser efetuada em lugar não sujeito a administração militar, o auto não poderá em hipótese alguma ser lavrado por autoridade civil. 98. Qualquer ocorrência verificada deverá ser registrada, para remessa à autoridade judiciária competente, a fim de que esta confirme ou não os atos praticados. 99. O auto de prisão em flagrante deve ser remetido imediatamente ao juiz competente, se não tiver sido lavrado por autoridade judiciária; e, no máximo, dentro em cinco dias, se depender da realização de diligências previstas no art. 246, do mesmo diploma processual. 100. Lavrado o auto de flagrante delito, o preso passará determinado tempo ainda à disposição da autoridade de polícia judiciária militar, após esse período determinado o preso será encaminhado à disposição da autoridade judiciária competente para processar e julgar os fatos apresentados. 101. É previsto em uma das etapas do auto de prisão em flagrante delito, que se o interrogado for menor de 21 anos, deverá ser nomeado curador especial, sob pena de relaxamento da prisão. 102. O auto é lavrado pelo Escrivão e, encerrado e assinado pela autoridade militar competente. 103. No prazo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, deverá ser expedida e fornecida ao preso Nota de Culpa assinada pela autoridade militar, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas, bem como, a ciência dos seus direitos constitucionais, o qual o preso passará recibo, ou se não souber, não puder ou não quiser assinar, será assinado por 02 (duas) duas testemunhas. 104. O Encarregado do IPM poderá representar pela prisão temporária ou mesmo pelas quebras dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do indiciado, pois o CPPM traz normas processuais expressas que permitam tais representações, não sendo necessário a integração do Direito com outra lei. 105. É correto afirmar que o Encarregado do IPM poderá representar pela prisão temporária do indiciado quando o mesmo não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade. 106. Quando Houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado no crime contra o sistema financeiro, caberá ao encarregado do IPM representar pela prisão temporária do indiciado. 107. A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da única e exclusivamente representação da autoridade militar estadual, e terá o prazo de 10 (dez) dias prorrogáveis por mais 5 (cinco) dias, em caso de extrema e CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 9 comprovada necessidade. 108. Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em 02 (duas) vias, uma das quais será entregue ao indiciado, porém não servirá como nota de culpa, sendo necessário também sua emissão e a prisão poderá ser executada depois de decretado o mandado judicial. 109. A troca de informações entre instituições financeiras, para fins cadastrais, inclusive por intermédio de centrais de risco, observadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil, não constitui violação do dever de sigilo, conforme Lei Complementar nº 105, de 10/01/01, que dispõe sobre o sigilo das operações de instituições financeiras. 110. A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária para apuração de ocorrência de qualquer ilícito, em qualquer fase do inquérito ou do processo judicial. 111. O Encarregado do IPM deverá obrigatoriamente representar pela quebra do sigilo bancário do indiciado, em qualquer fase do inquérito ou do processo judicial. 112. Será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. 113. Em se tratando de interceptação das comunicações telefônicas é correto afirmar que em toda e qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, não cabendo exceção a essa regra. 114. Interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento, da autoridade policial, na investigação criminal ou do representante do MP, na investigação criminal e na instrução processual penal. 115. O pedido de interceptação de comunicação telefônica deverá conter a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados. 116. O juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentesos pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. 117. O juiz no prazo de 5 (cinco) dias, decidirá sobre o pedido da interceptação de comunicação telefônica. A decisão será fundamentada, sem possibilidade de nulidade, caso não ocorra fundamentação. Na decisão deverá conter a indicação também da forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. 118. A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando- se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas. CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 10 DIREITO CIVIL 1. A capacidade civil começa com o nascimento com vida e termina com a morte. 2. A morte pode ser presumida, independente de declaração de ausência, na hipótese de extrema probabilidade de morte de pessoa que se encontre em perigo de vida e de desaparecidos em campanha de guerra ou prisioneiros caso não sejam encontrados até dois anos após o fim do conflito. 3. Capacidade civil é a aptidão da pessoa para exercer direitos e assumir obrigações. 4. A incapacidade civil advém sempre da Lei em sentido amplo. 5. O Código Civil, em seu art. 3º, considera absolutamente incapazes tão somente os menores de dezesseis anos. 6. A incapacidade será absoluta quando houver proibição total do exercício do direito pelo incapaz, acarretando, em caso de violação, a nulidade do ato. 7. Uma vez violada a incapacidade relativa e praticado o ato sem a devida assistência, este será nulo, dependendo da iniciativa do lesado, haja vista que, em certas hipóteses, o ato poderá ser confirmado ou ratificado. 8. Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos, existe a possibilidade de antecipação da aquisição da capacidade civil por meio da emancipação, a qual pode ocorrer, de forma voluntária, judicial e legal. 9. Os Territórios não são considerados pessoas jurídicas de direito público interno. 10. São pessoas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. 11. São consideradas como pessoas jurídicas de direito privado, as associações, sociedades, sociedades de economia mista, empresas públicas, fundações, organizações religiosas, partidos políticos e as empresas individuais de responsabilidade limitada. 12. As pessoas jurídicas de direito público interno serão responsabilizadas por atos de seus representantes apenas se o postulante demonstrar a culpa da pessoa jurídica. 13. Os bens são as coisas materiais ou imateriais que tem valor econômico e que podem servir de objeto a uma relação jurídica 14. Os bens acessórios podem ser naturais, industriais e civis. 15. Praças, ruas e rios são exemplos de bens públicos dominicais. 16. Atos jurídicos são todos os eventos, provindos da atividade humana ou decorrentes de fatos naturais, capazes de ter influência na órbita do Direito, por criarem, transferirem, conservarem, modificarem ou extinguirem relações jurídicas. Quando decorre da ação humana, denominam-se fatos jurídicos. 17. Os negócios jurídicos são atos de autonomia privada, com os quais o particular regula por si só os interesses. 18. A validade do negócio jurídico requer: agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não defesa em lei. 19. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito ou causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, não comete ato ilícito. 20. A nulidade absoluta é a que se caracteriza pela ausência de algum elemento substancial do negócio jurídico, quais sejam: livre manifestação de vontade, agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei. CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 11 21. A nulidade relativa (ou anulabilidade) dos negócios jurídicos decorre de vício menos grave, quais sejam: da incapacidade relativa do agente ou resultante dos chamados vícios de consentimento: erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 22. Em regra, os prazos prescricionais podem ser impedidos, suspensos ou interrompidos, o que não acontece nos casos de decadência, salvo expressa previsão legal. 23. O impedimento da prescrição é o fato que impede o fluxo normal do prazo, inutilizando o já decorrido. 24. Obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica sempre positiva. 25. As obrigações naturais podem ser reclamadas em juízo, já que são lícitas. 26. A obrigação de dar coisa incerta consiste na relação obrigacional em que o objeto, indicado de forma genérica no início da relação, vem a ser determinado mediante um ato de escolha, por ocasião do seu adimplemento. 27. Obrigação alternativa é a que contém duas ou mais prestações com objetos distintos, e da qual o devedor se libera com o cumprimento de uma só delas, mediante escolha do credor. 28. A obrigação cuja prestação é suscetível de cumprimento parcial, sem prejuízo de sua substância e de seu valor, denomina-se “Obrigação Divisível”. 29. Na obrigação indivisível, havendo pluralidade de devedores, cada um será obrigado pela dívida toda. 30. A cessão de crédito é um negócio unilateral, gratuito, pelo qual o credor de uma obrigação (cedente) transfere, no todo ou em parte, a terceiro (cessionário), independentemente do consentimento do devedor (cedido), sua posição na relação obrigacional, com todos os acessórios e garantias, salvo disposição em contrário, sem que se opere a extinção do vínculo obrigacional. 31. O negócio jurídico bilateral, pelo qual o devedor, com a anuência expressa ou tácita do credor, transfere a um terceiro os encargos obrigacionais, de modo que este assume a sua posição na relação obrigacional, denomina-se “assunção de dívida”. 32. Constitui-se “pagamento” a execução voluntária e exata, por parte do devedor, da prestação devida ao credor, no tempo, forma e lugar previstos no título constitutivo. 33. O pagamento é feito na forma estipulada, podendo o credor ser obrigado a receber parcialmente o débito, salvo em casos especiais previstos pela lei. 34. Sobre o local do pagamento da obrigação, se caso tiver lugar alternativo, ou melhor, designação de dois ou mais locais de pagamento, caberá ao devedor eleger o que lhe for mais conveniente para pagar o débito. 35. Havendo omissão no vencimento, o credor poderá exigir o pagamento do débito imediatamente, e, se tratando de obrigação condicional, no dia do implemento da condição. 36. A substituição, nos direitos creditórios, daquele que solveu a obrigação alheia ou emprestou a quantia necessária para o pagamento que satisfez o credor, define-se como pagamento com sub-rogação. 37. A dação em pagamento consiste em um acordo liberatório, feito entre credor e devedor, em que o credor consente na entrega de uma coisa diversa da avençada. 38. Novação: é um meio especial de extinção das obrigações, até onde se equivalerem, entre as pessoas que são, ao mesmo tempo, devedores e credoras uma da outra. É um pagamento indireto por exigir que os credores sejam, concomitantemente, devedores um do outro. CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 12 39. A aglutinação, em uma única pessoa e relativamente à mesma relação jurídica,das qualidades de credor e devedor, por ato inter vivos ou causa mortis, operando a extinção do crédito, constitui a compensação. 40. A mora é a inexecução culposa da obrigação, como também, a injusta recusa de recebê-la no tempo, no lugar e no modo devidos. 41. Purgação é um pacto acessório, pelo qual as próprias partes contratantes estipulam, de antemão, pena pecuniária ou não, contra a parte infringente da obrigação, como consequência de sua inexecução culposa ou de seu retardamento. 42. “Arras” consistem na indenização pelo retardamento no pagamento, e podendo ser convencionais ou legais. 43. Não obstante as arras dadas, não poderão as partes estipular o direito de arrependimento, sendo que, em tal caso, se o arrependido for quem as deu, perdê-las-á em favor de quem as recebeu, mas se for este, restitui-las-á em dobro. 44. Com relação aos contratos, a forma dos contratos é, em regra, livre, havendo forma específica ou especial apenas quando a lei assim o exigir. 45. São objetivos do contrato: licitude do objeto; possibilidade física e/ou jurídica do objeto; e, objeto certo e determinado, ou ao menos determinável, que possua algum valor patrimonial. 46. São princípios fundamentais dos contratos: a) princípio da autonomia da vontade; b) princípio da supremacia da ordem pública; c) princípio da improbidade e da boa-fé; d) princípio da cobrança legal. 47. O princípio da autonomia da vontade se revela de três formas: liberdade de contratar ou não sob pena de vício de consentimento; liberdade de escolher o outro contratante; e liberdade para fixar o conteúdo e abrangência do contrato. 48. O Direito de retenção consiste num direito negativo do credor em sustar a entrega da coisa alheia que já detém legitimamente, até que a parte devedora lhe pague o que é devido. 49. Tratando-se de vícios redibitórios, se o alienante conhecia o vício, ou o defeito, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se não o conhecia restituirá o valor recebido mais despesas com o contrato. 50. Evicção: perda da coisa, por força de decisão judicial, fundada em motivo jurídico anterior, que a confere a outrem, seu verdadeiro dono, e o reconhecimento em juízo da existência de ônus sobre a mesma coisa, não denunciado oportunamente no contrato. 51. Caso ocorra evento extraordinário e imprevisível, que dificulte extremamente o adimplemento do contrato por uma das partes, ter-se-á a resolução contratual, de modo que o lesado não poderá desligar-se da obrigação. 52. O direito real se refere apenas a coisa própria. 53. O direito de propriedade sempre será limitado. 54. A posse é considerada a exteriorização do domínio, ou seja, é o “animus dominis”. 55. A posse é perdida quando o possuidor é violentamente repelido do poder sobre o bem. 56. As posses diretas e indiretas não podem existir simultaneamente. 57. A presunção de propriedade é o efeito mais importante da posse. 58. São consideradas ações possessórias atípicas a ação de manutenção de posse, a reintegração de posse e o interdito proibitório. CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 13 59. O possuidor de má-fé não possui direito a indenização por nenhuma benfeitoria realizada. 60. A aquisição da posse pode se dar pelo modo originário ou derivado, ocorrendo este último por meio da tradição; constituto possessório; ou acessão. 61. Considera-se o prazo de 10 anos para a perda da posse pelo desuso. 62. A propriedade é plena quando reúne os seguintes elementos: direito de uso; de gozo; de dispor e de reaver a coisa. 63. A tradição faz parte das modalidades de aquisição da propriedade imóvel. 64. O usucapião é modalidade de perda da propriedade. 65. A enfiteuse está proibida pelo novo código civil, no entanto as relações já estabelecidas permanecem vigentes sendo regulada pelo código anterior. 66. O condomínio pode ser pro diviso, quando cada condômino possui parte certa e determinada do bem; ou pro indiviso, quando os condôminos não têm especificação da coisa. 67. A posse não amparada por justo título possui defeito que pode originar nulidade absoluta ou relativa. 68. A posse nova é instaurada com mais de ano e dia. 69. A pessoa jurídica possui os mesmos direitos da pessoa física em relação a propriedade do bem, seja ele corpóreo ou incorpóreo. 70. O casamento é um contrato, vinculado a normas de ordem pública, que tem por fim criar a família, promover a união do homem e da mulher, de conformidade com a lei. 71. Dos impedimentos ao casamento, podem casar o adotado com o filho do adotante. 72. O casamento de estrangeiros pode celebrar- se perante as autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes, no próprio consulado ou fora dele. 73. O Código Civil permite que, se um dos nubentes não possa comparecer no ato nupcial, se celebre o matrimônio por procuração. 74. Casamento putativo é o casamento nulo ou anulável que tenha sido contraído de má-fé por pelo menos por um dos cônjuges. 75. A união estável, como entidade familiar protegida pela Constituição Federal, reconhece vários direitos aos companheiros, porém, não reconhece o uso do nome (art. 57 da Lei n.º 6015/73). 76. Ao contrário dos pedidos de anulação ou nulidade, a ação de separação judicial é personalíssima, ou seja, só pode ser proposta pelos próprios cônjuges. 77. O divórcio pode ser formalizado pela via judicial, a pedido de apenas um dos cônjuges. 78. Desde que válido, o vínculo conjugal somente termina por meio do divórcio. 79. Alimentos provisórios são os reclamados pela mulher ao propor, ou antes de propor, a ação de separação judicial ou de nulidade de casamento. 80. O direito aos alimentos é irrenunciável e personalíssimo, mas obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor. 81. Parentes em linha reta são pessoas que não descendem umas das outras, mas possuem um tronco ancestral comum. Exemplo: irmãos, tios, sobrinhos, primos, etc. 82. A tutela é imposta por lei aos menores de 18 anos, quando falecem seus pais, ou são declarados ausentes, ou ainda, quando decaírem do poder familiar. CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 14 83. Tutela legítima é a nomeação de tutor por ato decorrente de declaração de última vontade, pelo pai ou pela mãe, desde que exerçam à época da elaboração do testamento o poder familiar. 84. A curatela é o encargo público, cometido, por lei, a alguém, para reger e defender a pessoa e administrar os bens de maiores, que, por si sós, não estão em condições de fazê-lo, em razão de enfermidade ou deficiência mental. 85. Curatela do ausente: decorre de sentença judicial declaratória que necessita ser registrada no cartório do último domicílio do ausente. 86. Na sucessão a título singular o beneficiário não representa o morto, pois não responde pelas dívidas da herança, só a parte que lhe coube (sub-rogação concreta). 87. Transmite-se a herança aos herdeiros após três dias da morte do de cujus, daí a importância da exata fixação do dia e da hora do óbito. 88. O herdeiro pode abrir mão do seu direito de receber a herança que lhe é transmitida por meio da renúncia tácita ou presumida. 89. Os herdeiros legítimos concorrem à herança na seguinte ordem: I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens; ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge sobrevivente; IV - aos colaterais. 90. O Testamento Público é aqueleescrito por oficial público, em seu livro de notas com o ditado ou as declarações do testador, dispensada a presença de testemunhas. 91. Após a morte do testador, será o testamento publicado em juízo, com a citação dos herdeiros, devendo ser ouvidas pelo menos três testemunhas, se as outras duas faltarem, por morte ou ausência. O disposto trata-se do “Testamento particular ou holográfico”. 92. Legado é a disposição testamentária a título singular, pela qual o testador deixa a pessoa estranha ou não à sucessão legítima um ou mais objetos individualizados ou uma certa quantia em dinheiro. CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 15 DIREITO PENAL 1. De acordo com a Classificação das Infrações Penais, no Brasil dividem-se em três espécies, quais sejam: Crime, Delito e Contravenções. 2. Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente. 3. Alguns princípios do Direito Penal estão previstos expressamente, a exemplo do princípio da insignificância, enquanto que outros estão previstos de forma implícita, a exemplo dos princípios da individualização da pena e o princípio da reserva legal. 4. De acordo com o Princípio da Reserva Legal, não há crime sem lei anterior que o defina. 5. As normas penais incriminadoras somente poderão ser instituídas mediante Lei em sentido estrito. 6. A Lei só pode retroagir para beneficiar o Réu. 7. O Princípio da Intervenção Mínima se divide em dois subprincípios, quais sejam: Fragmentariedade e Subsidiariedade. 8. O Princípio da Insignificância funciona como uma cláusula supralegal de exclusão da tipicidade. 9. Haverá crime ainda que a conduta prejudique somente a quem o praticou. 10. A Fonte Formal é o meio através do qual, o direito penal é exteriorizado no ordenamento jurídico. São classificadas em imediatas e mediatas. 11. Como fontes formais imediatas podemos considerar a Constituição Federal, os costumes, os princípios gerais do direito, dentre outros. 12. Para o tempo do crime o Direito Penal Brasileiro adotou a TEORIA DA UBIQUIDADE, enquanto que, para o lugar do crime, foi adotado a TEORIA DA ATIVIDADE. 13. A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 14. A contagem do prazo no Direito Penal, inclui-se o primeiro dia e considera-se o último. 15. De acordo com a corrente finalista, majoritária no Brasil, são elementos constitutivos do crime: Fato Típico, Antijurídico e Culpável. 16. O “inter criminis” é delimitado pelas seguintes fases: Cogitação, Preparação, Execução, Consumação e Exaurimento. 17. São elementos do Fato Típico: Conduta, Resultado, Relação de Causalidade e Tipicidade. 18. A conduta pode ser comissiva ou omissiva. 19. É chamado de crime comissivo quando o tipo penal descreve uma conduta negativa, uma inação, um não fazer. 20. A Omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. 21. A Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais, também conhecida como Teoria da “conditio sine qua non” é considerada causa toda circunstância ou fato anterior, sem o qual o resultado não teria ocorrido. 22. O resultado de que depende a existência do crime, só é imputável a quem lhe deu causa, considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 23. A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 16 si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. 24. A Tipicidade penal é a soma da tipicidade formal mais a tipicidade material. 25. Tipicidade Formal é a lesão ou perigo de lesão perigo de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma. Não basta a conduta se encaixar no modelo legal de crime, mas sim se é capaz de causar uma lesão ou um perigo de lesão ao bem jurídico. 26. Diz-se o crime consumado, quando nele se reúne todos os elementos de sua definição legal. 27. Diz-se o crime tentado quando o agente iniciado a execução desiste nele prosseguir. 28. Arrependimento Eficaz ocorre quando o agente desiste voluntariamente de prosseguir na execução, enquanto que a Desistência Voluntária ocorre quando, após esgotados todos os meios, ele arrepende-se e evita que o resultado se produza, só respondendo pelos atos já praticados. 29. O Arrependimento posterior dar-se-á anteriormente à execução do crime, quando reparado o dano ou restituída a coisa até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente. 30. Diz-se crime preterdoloso quando a conduta inicial é dolosa, mas sobreveio um resultado mais grave de natureza culposa. 31. Exclui a ilicitude quando o agente age em: Estado de Necessidade, Legítima Defesa, em Estrito Cumprimento do Dever Legal ou no Exercício Regular de Direito. 32. São elementos da culpabilidade: a Imputabilidade, a Potencial Consciência da Ilicitude e a Exigibilidade de Conduta diversa. 33. A culpabilidade é do fato, já o fato típico e a ilicitude são do agente 34. A culpabilidade é composta pelos elementos imputabilidade, potencial consciência da ilicitude exigibilidade de conduta diversa. 35. Aquele que for fisicamente coagido, de forma irresistível, a praticar uma infração penal cometerá fato típico e ilícito, porém não culpável. 36. É isento de pena o agente que, por embriaguez voluntária completa, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato. 37. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, é punível o autor da coação ou da ordem tendo o autor do fato a pena diminuída de um a dois terços. 38. A imputabilidade penal é excluída pela doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, que torna o autor, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Certo. 39. Se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, a pena pode ser reduzida de um a dois terços. 40. A inexigibilidade de conduta diversa importa em exclusão do crime. 41. São causas de inimputabilidade previstas no Código Penal, além de doença mental e desenvolvimento mental incompleto ou retardado a idade inferior a 18 anos e a embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força maior. 42. Na coação moral irresistível, há exclusão da antijuridicidade. CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 17 43. O juízo da culpabilidade presta-se para avaliar a contrariedade da conduta ao direito. 44. A imputabilidade penal é um dos elementos que constituem a culpabilidade e não integra a tipicidade. 45. A imputabilidade penal é irrelevante para a aplicação da pena, pois não impede a condenação do criminoso. 46. A imputabilidade penal é a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 47. A imputabilidade penal equivale à potencial consciência da ilicitude. 48. Aimputabilidade penal equivale à exigibilidade de conduta diversa. 49. O agente que, por desenvolvimento mental retardado, for, ao tempo da ação delituosa, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato terá sua pena reduzida. 50. O agente que possuía perturbação de saúde mental à época da ação delituosa, não sendo, por tal fato, inteiramente capaz de determinar-se de acordo com o entendimento do caráter ilícito do fato, será isento de pena. 51. A embriaguez, pelo álcool ou substância de efeitos análogos, não exclui a imputabilidade penal, salvo quando culposa. 52. A embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, poderá gerar a redução da pena do agente, presentes os requisitos legais. 53. A pena pode ser reduzida de um a dois terços se o agente, por embriaguez proveniente de caso fortuito, não possuía, ao tempo da ação ou omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de comportar-se de acordo com esse entendimento. 54. A embriaguez completa e culposa, provocada por álcool ou substância de efeitos análogos, exclui a imputabilidade penal. 55. O Código Penal adotou o critério biológico para aferição da imputabilidade do agente. 56. A embriaguez involuntária incompleta do agente não é causa de exclusão da culpabilidade nem de redução de pena. 57. A emoção e a paixão não são causas excludentes da imputabilidade penal. 58. São causas de exclusão da imputabilidade: doença mental, desenvolvimento mental incompleto, desenvolvimento mental retardado e embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior. 59. Um médico praticou aborto de gravidez decorrente de estupro, sem autorização judicial, mas com consentimento da gestante. Nessa situação, o médico deverá responder por crime, já que provocar aborto sem autorização judicial é sempre punível, segundo o CPB. 60. Acerca do homicídio privilegiado, a violenta emoção, para ensejar o privilégio, deve ser dominante da conduta do agente e ocorrer logo após injusta provocação da vítima. 61. Não constituem injúria ou difamação punível a ofensa não excessiva praticada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu advogado e a opinião da crítica literária sem intenção de injuriar ou difamar. 62. Os crimes de calúnia, difamação e injúria ofendem a honra objetiva e o patrimônio da vítima. 63. O Código Penal brasileiro permite três formas de abortamento legal: o denominado aborto terapêutico, empregado para salvar a vida da gestante; o aborto eugênico, permitido para impedir a continuação da gravidez de fetos ou embriões com graves anomalias; e o aborto humanitário, empregado no caso de estupro. CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 18 64. Não se pune o aborto praticado por médico, se a gravidez resulta de estupro e o aborto precedido de consentimento da gestante. 65. Os crimes de calúnia e difamação ofendem a honra objetiva da vítima. 66. Não é punido o médico que pratica aborto, mesmo sem o consentimento da gestante, quando a gravidez é resultado de crime de estupro. 67. Fernando, sem olhar para trás, deu marcha a ré em seu carro, na garagem de sua casa, e atropelou culposamente seu filho, o qual, em consequência, veio a óbito. Nessa situação, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se verificar que as consequências da infração atingiram Fernando de forma tão grave que a sanção penal se torna desnecessária. 68. A mulher que mata o filho logo após o parto, por estar sob influência do estado puerperal, não comete crime. 69. A pessoa que imputa a alguém fato definido como crime, tendo ciência de que é falso, comete o crime de difamação. 70. Para a caracterização do crime de calúnia, é imprescindível a imputação falsa de fato determinado e definido na lei como crime ou contravenção penal. 71. Admite-se a exceção da verdade em todas as modalidades do crime de difamação. 72. No crime de rixa, a coautoria é obrigatória, pois a norma incriminadora reclama como condição obrigatória do tipo a existência de pelo menos três autores, sendo irrelevante que um deles seja inimputável. 73. Distingue-se a calúnia da difamação porque nesta, apesar de se atribuir qualidade negativa à vítima, não se imputa um fato concreto definido como crime. 74. O crime de calúnia admite a exceção da verdade, em regra. Todavia não caberá a exceção da verdade se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não tiver sido condenado por sentença irrecorrível. 75. Não se pune o aborto se a gravidez resulta de estupro, sobretudo se é precedido de consentimento da gestante. 76. O querelado que, antes da sentença, retrata- se cabalmente da calúnia ou da difamação, deve ter sua pena diminuída de um a dois terços. 77. Para a caracterização do delito de difamação, é indiferente que a imputação seja falsa ou verdadeira. 78. A participação maior ou menor do agente no crime não influencia na pena. 79. As circunstâncias e as condições de caráter pessoal não se comunicam, mesmo quando elementares do crime. 80. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, são puníveis, mesmo se o crime não chegar a ser tentado. 81. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, independentemente de sua culpabilidade. 82. Segundo a teoria monista, adotada como regra pelo Código Penal brasileiro, todos os coautores e partícipes devem responder por um crime único. 83. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime, incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída. 84. O ajuste, a determinação, a instigação ou o auxílio são sempre puníveis sob a forma de participação, mesmo que o delito não chegue à fase de execução. 85. O CPB no seu art. 146: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 19 depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda”, está se referindo ao crime de constrangimento ilegal. 86. Referente ao crime de constrangimento ilegal, se compreendem na disposição deste artigo: I - A intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; II - A coação exercida para impedir suicídio. 87. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena, reclusão de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. 88. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - Detenção, de um a três meses, ou multa, configura o crime de violação de domicílio tipificado no art. 150 do CPB. 89. Também é tipificado como violação de domicílio a entrada ou a permanência em casa alheia ou em suas dependências: I - Durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência; II - A qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. 90. A expressão “casa” compreende: I - Qualquer compartimento habitado; II – Aposento ocupado de habitação coletiva; III - Compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. 91. Não se compreendem na expressão "casa": I - Hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do parágrafo 2º do artigo anterior;II - Taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. 92. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa configura crime de violação de dispositivo informático. 93. No crime de violação de dispositivo informático não é aumentada a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico. 94. Não é punível a subtração de coisa comum fungível que o valor não excede a quota a que tem direito o agente. 95. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. Pena - Reclusão, de um a quatro anos, e multa, refere-se ao crime de roubo previsto no art. 157 do CPB. 96. Furto noturno: a pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. 97. § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa - Furto privilegiado. 98. Não se equipara à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. 99. São formas de qualificadora no crime de furto se o crime é cometido: I - Com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - Com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - Com emprego de chave falsa; IV - Mediante concurso de duas ou mais pessoas. 100. Roubo consiste em subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 20 havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - Reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. 101. Roubo seguido de morte ou latrocínio é crime contra a vida qualificado pela morte. 102. Extorsão é constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa. Pena - Reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 103. Extorsão mediante sequestro trata do sequestro de pessoa com o fito de obtenção de vantagem econômica. 104. Na tipificação de extorsão mediante sequestro, segundo o CPB, se o sequestro dura mais de 12 (doze) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha, a pena é reclusão, de doze a vinte anos. 105. Se do fato da extorsão mediante sequestro resulta lesão corporal de natureza grave a pena é reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. Se resulta a morte, a pena é a mesma. 106. Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. 107. Art. 163 – Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - Detenção, de um a seis meses, ou multa, tipificado com crime de dano. 108. No CPB não tem a modalidade dano qualificado. 109. São formas de dano qualificado se o crime é cometido: I - Com violência à pessoa ou grave ameaça; II - Com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave; III - Contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; IV - Por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima. Pena - Detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 110. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - Reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis traduz em crime de furto qualificado. 111. O crime de receptação é adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa- fé, a adquira, receba ou oculte: Pena - Reclusão, de um a quatro anos, e multa. 112. Receptação culposa é adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir- se obtida por meio criminoso. 113. O CPB não fala na modalidade receptação qualificada. 114. Violação de direito autoral ocorre quando não há violação ao direito do autor proteger a sua obra intelectual. 115. O crime de estupro consiste em constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - Reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 116. Violação sexual mediante fraude ocorre quando a vítima é violada na sua liberdade sexual mediante ato fraudulento praticado por terceiro. CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 21 117. Importunação sexual (art. 215-A) foi introduzida ao ordenamento jurídico brasileiro pela Lei 13.715/2013. 118. Assédio sexual é constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. Pena - Detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. 119. Estupro de vulnerável é ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 15 anos. 120. Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput do art. 217-A (com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência). 121. Se da conduta do art. 217-A resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - Reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. Se da conduta resulta morte: Pena - Reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. 122. Bigamia não é um crime contra a família. 123. Bigamia consiste em contrair alguém, sendo casado, novo casamento. 124. Segundo o crime de bigamia será anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime. 125. Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: Pena – Detenção de três a seis anos, e multa. § 1º - As penas aumentam-se de um terço: I - So crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio; II - Se o incêndio é: a) Em casa habitada ou destinada a habitação; b) Em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura; c) Em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo; d) Em estação ferroviária ou aeródromo; e) Em estaleiro, fábrica ou oficina; f) Em depósito de explosivo, combustível ou inflamável; g) Em poço petrolífero ou galeria de mineração; h) Em lavoura, pastagem, mata ou floresta. 126. No crime de incêndio não se admite a modalidade culposa. 127. Apologia de crime ou criminoso consiste em fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime. Pena - Detenção, de três a seis meses, ou multa. 128. Associação criminosa, consiste em: “Associarem-se 2 ou mais pessoas,para o fim específico de cometer crimes”. 129. Na associação criminosa, a pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. 130. Constituição de milícia privada é: “Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos no CPB”. 131. Se culposo o incêndio, é pena de reclusão. 132. Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a consumo, tornando-o nociva à saúde ou aumentando-lhe o valor nutritivo. 133. Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais. Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20(vinte) anos, e multa. 134. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes. Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. Parágrafo único. A pena aumenta-se em dobro se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 22 135. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código. Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. 136. Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro. Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa. Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa e exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa. 137. Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com reclusão. 138. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro. Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de 1/3 até metade. 139. Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público os livros mercantis e o testamento. 140. Inserir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. 141. No crime de falsificação, se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de 1/3 até metade. 142. Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento. Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a pena é aumentada de dois terços. 143. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 23 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR 1. O atual Código de Processo Penal Militar (CPPM) é o Decreto-lei nº 1.002/69, datado de 21/10/1969, entrou em vigor em 01/01/1970, foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988 com o status de lei complementar. 2. Processo penal militar inicia-se com o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público, efetiva-se com a citação do acusado e extingue-se no momento em que a sentença definitiva se torna irrecorrível, quer resolva o mérito quer não. 3. A Justiça Militar no Brasil foi criada por ato do Príncipe Regente D. João VI, por meio de alvará em 01/04/1808, com a criação do Conselho Supremo Militar e de Justiça, na cidade do Rio de Janeiro. 4. A primeira Constituição Brasileira e Imperial de 1824, outorgada pelo Imperador D. Pedro I, trouxe em seu bojo a organização do Poder Judiciário e inseriu o Conselho Supremo Militar e de Justiça na sua composição. 5. A Constituição Brasileira de 1891, primeira Constituição Republicana e promulgada do Brasil, embora não tenha inserido a Justiça Militar no âmbito do Poder Judiciário, estabeleceu o foro especial aos militares, no seu artigo 77, parágrafo primeiro. 6. Em 1893, o Conselho Supremo Militar e de Justiça foi extinto pelo Decreto-Lei nº 149, transformando-se no Supremo Tribunal Militar, que era um órgão administrativo com funções jurisdicionais. 7. Em 1946, o Supremo Tribunal Militar teve alterado o nome para Superior Tribunal Militar, nomenclatura até hoje utilizada. 8. O Superior Tribunal Militar tem sede em Brasília e possui quinze Ministros vitalícios (dez militares e cinco civis), nomeados pelo Senado Federal. 9. Na composição do STM, os cinco Ministros civis serão escolhidos dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, e dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público Militar. 10. O Conselho de Justiça do Ceará está representado na 10ª Auditoria Militar. 11. O Conselho Especial de Justiça (CEJ), competente para processar e julgar as praças das Forças Armadas (soldado, cabo, sargento, subtenente ou suboficial – Aeronáutica) e a praça especial (aspirante-a-oficial, cadete e guarda-marinha). 12. Conselho Permanente de Justiça (CPJ), constituído trimestralmente, competente para processar e julgar o oficial das Forças Armadas até o posto de Coronel, atua até o final da ação penal militar. 13. Os Conselhos de Justiça são compostos pelo juiz auditor (juiz togado) e mais quatro oficiais titulares e um suplente (juízes militares), os juízes militares pertencem a mesma Força Armada do réu militar, acusado formalmente na ação penal militar. 14. Os oficiais generais do Exército, Marinha de Guerra e Aeronáutica têm foro privilegiado, cabendo ao Superior Tribunal Militar processá- los e julgá-los, quando acusados por crime militar. 15. Quando a praça, a praça especial e o civil são réus da ação penal militar que tramita na Justiça Militar da União, ou ao menos dois deles acusados de coautoria em crime militar, o Conselho Especial de Justiça é o competente para processá-los e julgá-los, também em razão da competência atrativa do foro mais especial. 16. Se o réu da ação penal militar na Justiça Militar da União for civil, o Conselho Permanente de Justiça é o competente para processar e julgar. CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ – CFO/PMCE GRUPO 13 - TEMPLÁRIOS 24 17. A Constituição Federal de 1946 posicionou a justiça militar estadual como órgão do Poder Judiciário dos estados federados e do Distrito Federal, orientação essa que foi seguida pelas Constituições posteriores, e previu a criação de órgãos de segunda instância, ou seja, os Tribunais de Justiças Militares. 18. Sempre que a vítima do crime militar for um civil, cabe ao juiz de direito
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