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Infecção Relacionada á Assistência à Saúde e Segurança do Paciente Higienização das Mãos Precauções Padrão e Adicionais NCIH/HRT- 2017 O que é “Infecção Hospitalar”? - Infecção Hospitalar (IH), atualmente chamada de Infecção Relacionada a Assistência à Saúde (IRAS), é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. - Quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da internação, convenciona-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 horas após a admissão - Infecções em recém-nascidos, exceto as transmitidas por via transplacentária e aquelas associadas a bolsa rota superior a 24 horas. Conceitos Básicos As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a assistência á saúde A pele das mãos abriga microbiota da flora residente (baixa virulência, difícil remoção e camadas profundas) e transitória (camada superficial, fácil remoção, é representada pelas bactérias gram-negativas, vírus e fungos) Conceitos Básicos O termo lavagem das mãos foi substituído por higienização das mãos, devido a maior abrangência do termo - fricção asséptica, higienização simples, higienização asséptica e antissepsia cirúrgica. Ponto de Assistência – é o local onde estão presentes os 03 elementos (paciente, profissional e assistência) OS 5 MOMENTOS PARA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS Sax H et al. ‘My five moments for hand hygiene’:a user-centred design approach to understand, train, monitor and report hand hygiene. Journal of Hospital Infection (2007) 67, 9-21 5 Fricção Antisséptica das Mãos É usada quando as mãos não estiverem visivelmente sujas, sendo utilizado preparações alcóolicas sob a forma de gel, liquido ou espuma e não necessita de enxague ou secagem com papel toalha. Na forma liquida a concentração entre 60 a 80% e na forma de espuma ou gel a concentração mínima de 70%. Fricção Antisséptica das Mãos Duração de 20 a 30 segundos Em neonatologia higienizar as mãos e antebraços ate a altura dos cotovelos. Higienização Simples das Mãos É a lavagem básica com água e sabonete e deve ser usada quando: As mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue ou outros fluidos corpóreos. Após várias aplicações consecutivas de preparações alcoólicas. Antes e após o uso do banheiro. Higienização Simples das Mãos Antes e após as refeições Previamente ao preparo dos alimentos. Duração de 40 a 60 segundos Em neonatologia higienizar as mãos e antebraços ate a altura dos cotovelos. Antissepsia Cirúrgica das Mãos É a higienização usando água e antisséptico degermante, PVPI 10% ou clorexidina 2 ou 4%, com o auxilio de escova. Elimina a microbiota transitória da pele e reduz a microbiota residente além de proporcionar efeito residual do antisséptico na pele. Indicações: - Antes de procedimentos cirúrgicos (inclusive passagem de CVC) Antissepsia Cirúrgica das Mãos Antes de procedimentos invasivos (AVC, drenagem de cavidades, pequenas suturas, instalação de dialise, etc) Duração de 03 a 05 minutos para a primeira cirurgia e 02 a 03 minutos para as cirurgias subsequentes. Por que as Pessoas não Higienizam as Mãos? Alguns motivos apresentados para não higienizarem as mãos na frequência desejada: Muito ocupados As mãos se ressecam As mãos não parecem sujas As pias não estão próximas Falta papel-toalha A prioridade é cuidar do paciente Perda de tempo (PITTET, 2000) NÃO Profissionais Muito Ocupados Têm Pouco Tempo Para Lavar as Mãos Quanto mais ocupado é o profissional, menos ele higienizará suas mãos quando necessário. Pittet D et al. Ann Intern Med 1999;130:126 Pias Mal Localizadas Desencorajam a Higienização Freqüente das Mãos Pias utilizadas para lavagem das mãos quase sempre estão instaladas em locais de difícil acesso. As pias mal localizadas dificultam a higienização de mãos dos profissionais por serem de difícil acesso. Onde Está a Pia? Qual a Bactéria de Maior Transmissão Pelas Mãos ? e Você sabia que: O S. aureus pode permanecer por três horas nas mãos do profissional de saúde, sendo eliminado com a higienização adequada. (ANVISA – IRAS) Todo o ambiente pode facilitar a transmissão superfícies contaminadas aumentam a transmissão cruzada Abstract: The Risk of Hand and Glove Contamination after Contact with a VRE (+) Patient Environment. Hayden M, ICAAC, 2001, Chicago, IL. X locais com cultura positiva para VRE 17 In one study, hands of 131 healthcare workers (HCWs) were cultured before, and hands and gloves after, routine care. A mean of 56% of body sites and 17% of environmental sites were VRE positive. After touching the patient and environment, 75% of ungloved HCWs hands and 9% of gloved HCWs hands were contaminated with VRE. After touching only the environment, 21% of ungloved and 0 gloved HCWs hands were contaminated. The inanimate environment plays a role in facilitating transmission of organisms. Amostra de Germes da Mão de profissional de saúde Placa de cultura mostrando o crescimento de germes 24hs após o profissional ter tocado a placa Vantagens da Higienização das Mãos com o Álcool-gel Quando comparado à higienização com água e sabão o álcool-gel tem as seguintes vantagens: Gasta menos tempo Pode ser mais acessível do que as pias Causa menos irritação e ressecamento da pele É mais efetivo em reduzir o número de bactérias nas mãos Tornar o álcool-gel prontamente disponível às pessoas levou à melhora das práticas de higiene das mãos O Uso Freqüente do Álcool-gel não Irá Ressecar Minha Pele? Estudos provaram que enfermeiras que higienizavam as mãos com álcool-gel rotineiramente após contato com pacientes tiveram menos irritação cutânea do que aquelas que utilizaram água e sabão Álcool-gel contém hidratantes que ajudam a prevenir o ressecamento da pele pelo álcool Boyce JM et al. Infect Control Hosp Epidemiol 2000;21:442 Winnefeld M et al. Br J Dermatol 2000;143:546 Precauções Padrão e Adicionais Precauções Padrão Destinam-se a interromper as vias de transmissão dos microrganismos. Devem ser observados por todos profissionais envolvidos no atendimento de qualquer usuário do serviço de saúde independentemente do diagnostico ou suspeita de infecção. Sempre que houver risco de exposição a sangue, fluidos corpóreos, secreções ou excreções, pele não integra ou mucosas, Figura 1. Precaução padrão. Fonte: Cartaz de Precauções. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2007. Precauções Padrão Luvas: Não estéreis - para procedimentos não invasivos. Estéreis - para procedimentos invasivos. Borracha ou material resistente a perfuração – em processamentos de artigos ou superfícies que ofereçam risco de perfuração das luvas, Precauções Padrão Avental Quando houver risco de respingo/contaminação. Em caso de risco de contaminação em grande volumes usar avental impermeável. Para retirá-lo , desamarre os cadarços, deslize o avental do pescoço e ombros, vire a parte interna sobre a externa, dobre-o e despreze em recipiente infectante. Precauções Padrão Mascara cirúrgica e óculos Quando houver risco de respingo de material biológico sobre as mucosas dos olhos, nariz e boca, seja na assistência ao paciente ou processamento de artigos ou superfície. Descartar a máscara após o uso. O óculos deve ser limpo com água e detergente e após secagem desinfecção com álcool 70%. Precauções Padrão Lembre-se: A porção anterior da máscara e do óculos estão contaminados. Pegue-os pela alça/perna. Medidas de Segurança na Precaução Padrão Não coce, não estoure espinhas ou ranque cascas de machucados da pele Mantenha as unhas curtas Evite tocar as superfícies Troqueas luvas quando rasgarem ou estiverem sujas Não reencape ou desconecte agulhas usadas Não deixar o coletor de perfuro cortante no chão e utiliza-lo até o limite de 2/3 de sua capacidade Descarte as agulhas próximo ao local de uso Medidas de “Isolamento” e Precauções Precauções Adicionais - Precauções por Contato - Precauções por Gotícula - Precauções por Aerossóis São complementos das Precauções Padrão durante a assistência a pacientes com diagnostico suspeito ou confirmado de infecção ou colonização por agentes epidemiologicamente importantes. ? Precauções Adicionais? Precaução para Gotículas Indicados para pacientes com infecção suspeita ou confirmada causados por microrganismos maiores que 05 micra e que disseminam a curta distância (cerca de 01 metro) Exemplos: Doença meningocócica, coqueluche, difteria, influenza, rubéola, caxumba e Haemophilus influenzae tipo b. Orientações para Precauções para Gotícula Manter precaução padrão Usar quarto individual ou coletivo (coorte de paciente) com distância mínima de 01 metro entre os leitos Sinalização do quarto ou cabeceira do leito. Usar máscara cirúrgica no paciente durante o transporte Realizar limpeza e desinfecção concorrente diariamente Figura 2 . Precaução para Gotículas. Fonte: Cartaz de Precauções. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2007. Precauções para Aerossóis Indicados para pacientes com infecção suspeita ou confirmada causados por microrganismos transmitidos por via inalatória através de partículas menores que 05 micra e que disseminam por longa distância pelo ar e permanecem suspensos por horas Exemplos: Tuberculose pulmonar ou laríngea, sarampo, catapora, herpes zoster disseminado ou em paciente imunodeprimido. Precauções para Aerossóis Manter precaução padrão Manter em quarto privativo com pressão negativa com ar filtrado através de filtro HEPA, com 12 trocas de ar por hora Sinalizar o quarto ou leito Profissionais, visitantes e acompanhantes devem usar máscara PFF32 ou N95 (podem ser reutilizadas desde que guardadas sem saco plástico com furo). o A máscara não deve ser dobrada ou amassada, pois isso irá comprometer a filtração da mesma. Retirar após sair do quarto Orientações para Precauções para Aerossóis Em caso de transporte do paciente o profissional deve usar a máscara PFF32 ou N95 e o paciente a máscara cirúrgica Não havendo quarto privativo o paciente pode ser interando com outros com infecção pelo mesmo microrganismo Orientações para Precauções para Aerossóis Pacientes com tuberculose resistente ao tratamento não podem dividir o quarto com outros pacientes com tuberculose Manter a porta do quarto sempre fechada PRECAUÇÕES PARA AEROSSÓIS Figura 3 . Precaução para Aerossóis. Fonte: Cartaz de Precauções. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2007. Precaução por Contato É indicado para paciente com infecção, confirmada ou suspeita ou colonizados por microrganismos epidemiologicamente importantes e que possam ser transmitidos por contato direito ou indireto Exemplos: Cólera, escabiose, hepatite A, rotavírus, pediculose e MMR/BMR. Orientações para Precauções para Contato Manter precaução padrão Sinalizar quarto ou leito Colocar em quarto individual ou realizar coorte de paciente Não havendo disponibilidade de quarto privativo, a distância mínima entre dois leitos deve ser de 01 metro Equipamentos com termômetro, esfignomanômetro e estetoscópio deve ser de uso exclusivo. Não usar braçadeira de tecido. Orientações para Precauções para Contato Realizar limpeza e desinfeção concorrente pelo menos 2x/dia na área do paciente. Macas e cadeiras usadas no transporte devem ser desinfetadas. Figura 4 . Precaução de Conato. Fonte: Cartaz de Precauções. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2007. Medidas de Prevenção de MMR Instituir precaução de contato e realizar cultura de vigilância para MMR no momento da admissão nas seguintes ocasiões: Pacientes oriundos de outra unidade de saúde com mais de 48 horas de internação Pacientes oriundos do PS com mais de 48 horas de internação ao serem transferidos para enfermarias Pacientes transferidos entre enfermarias Medidas de Prevenção de MMR Pacientes da UTI adulto e pediátrica deverão ser coletados na admissão e a cada 15 dias Pacientes da UTI neonatal deverão ser coletados na admissão ( se vierem de outro hospital ou se interno do HRT se estiver com mais de 48 horas de internação) e semanalmente Swab nasal (pesquisa de MRSA - Staphylococcus Aureus Resistente à Meticilina) e retal (pesquisa de VRE – Enterococo Resistente a Vancomicina e enterobactérias resistentes a carbapenêmicos). NR 32 – calçados fechados VOCÊ CONSEGUE IDENTIFICAR OS ERROS? Você se cuida e cuida também do seu ambiente de trabalho? VOCÊ TRABALHA COM SEGURANÇA? E A SEGURANÇA DO PACIENTE? REENCAPAR AGULHA, PODE? SEGURANÇA SEMPRE Clara Boudens - Enfermeira NCIH Use seu epi corretamente Responsabilidade profissional e social Você descarta corretamente o material pérfuro-cortante USO DO JALECO SOMOS O REFLEXO DAS NOSSAS ATITUDES AS ROUPAS PRIVATIVAS SÃO DE USO EXCLUSIVO DAS UTI’s E DO BLOCO CIRURGICO. RETIRE-AS AO SAIR DO SEU SETOR. USE SEMPRE O SEU BOM SENSO. NCIH AS ROUPAS PRIVATIVAS SÃO DE USO EXCLUSIVO DAS UTI’S E DO BLOCO CIRÚRGICO. 65 LEMBREM-SE : Todos somos controladores Obrigado! Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar do HRT Contato: ncih.hrt@gmail.com 3353-1157 68
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