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Anne Karolyne Morato – P3 Tutoria Compreender a fisiologia do crescimento e desenvolvimento: Conceito: → Crescimento: aumento da massa corporal do indivíduo, avaliada de forma quantitativa. → Desenvolvimento: avalia a capacidade do individuo de realizar funções/atividades cada vez mais complexas, avaliada de forma qualitativa. Crescimento: → Fatores que influenciam o crescimento humano: GH – Hormônio do crescimento (chamado também de somatotropina ou somatotrópico) • Produzido na hipófise, exerce sua função de crescimento mediante a regulação do sistema IGF. IGFs – substancias intermediarias do GH (chamadas de somatomedinas) • IGF-1 e IGF-2 • Produzidos na maioria dos órgãos e tecidos do organismo, possuindo ações autócrinas, parácrinas e endócrinas sobre o metabolismo, proliferação, crescimento e diferenciação celular. Herança genética → O GH é produzido pelos somatotrofos, que é um tipo celular especifico da hipófise anterior. → Sobre a velocidade de crescimento: é constatado que a mesma se apresenta elevada no 1º ano de vida, decresce aos poucos e atinge valores relativamente estáveis por volta dos 4 anos de idade. A puberdade é o 2º período de alta concentração de GH, e consequentemente, do ganho de estatura. Este processo é finalizado a medida que a maturação óssea se completa e o individuo atinge sua estatura final. Funções fisiológicas do GH: → Ao contrário de outros hormônios hipofisários, o GH não age através de uma glândula-alvo, e sim, exerce seus efeitos diretamente sobre quase todos os tecidos do corpo humano. → Ele provoca o crescimento de quase todos os tecidos do corpo que são capazes de crescer. → Realiza o aumento do tamanho das células e o aumento no número de mitoses. → Promove uma multiplicação e uma diferenciação especifica de alguns tipos celulares, tais como as células de crescimento ósseo e células musculares iniciais. Mt1 – crescimento e desenvolvimento Anne Karolyne Morato – P3 → Além dos seus efeitos sob o crescimento, ele apresenta também diversos efeitos metabólicos. De maneira geral, pode-se dizer que ele aumenta a quantidade de proteína do corpo (elevando a taxa de síntese de proteínas), utiliza as reservas de gordura e poupa os carboidratos. → O GH aumenta o transporte da maioria dos aminoácidos através das membranas celulares para o interior das células. Obviamente isto aumenta as concentrações de aminoácidos dentro destas. Este efeito é responsável parcialmente pelo aumento da síntese de proteínas. → O GH também promove o aumento da tradução do RNA para promover a síntese de proteínas pelos ribossomos. E em intervalos maiores (24-48h), esse hormônio estimula a transcrição do DNA no núcleo, levando a formação de quantidades aumentadas de RNA. Isso também promove uma maior síntese proteica e o crescimento (se houver energia, aminoácidos, vitaminas e outros requisitos necessários). Esta função é a mais importante promovida pelo GH. Além do aumento da síntese de proteínas, o GH também reduz o catabolismo destas e dos aminoácidos. → Paralelamente, o GH aumenta a conversão de ácidos graxos em acetilcoenzima A e a sua posterior utilização como fonte de energia. Logo, sob influencia do GH, a gordura é utilizada como fonte de energia preferencialmente ao uso de carboidratos e de proteínas, poupando estes dois últimos substratos este efeito (promoção da utilização da gordura) juntamente com o efeito anabólico proteico do GH, resulta em uma elevação significativa da massa magra corporal. → Em relação ao metabolismo dos carboidratos, o GH reduz a captação do uso da glicose pelos tecidos. Além de aumentar a produção de glicose pelo fígado e aumentar a secreção de insulina. O efeito mais relevante, entretanto, é a diminuição da taxa de utilização da glicose pelas células de todo o organismo. Isso aumenta a concentração sanguínea de glicose. Logo, diz-se que o GH tem um efeito diabetogênico, com o aumento da secreção de insulina devido a alta glicemia. → A principal consequência do GH é aumentar o crescimento esquelético, isso resulta de efeitos variados do GH sobre os ossos, incluindo: O aumento da deposição de proteínas pelas células osteogênicas e condrocíticas que causam o crescimento ósseo; O aumento da taxa de reprodução destas células; O efeito especifico de conversão de condrócitos em células osteogênicas, causando assim a formação de osso novo. Anne Karolyne Morato – P3 → Em resposta ao estimulo do GH, os ossos longos crescem em comprimento nas cartilagens epifisárias, onde as epífises – nas extremidades dos ossos – estão separadas das partes longas. Esse crescimento provoca primariamente a deposição de cartilagem nova, seguida por sua conversão em osso novo, aumentando assim a parte longa e empurrando as epífises cada vez mais pra longe. Concomitantemente, a cartilagem epifisária sofre um consumo progressivo, sendo que no final da adolescência quase não resta cartilagem epifisária para permitir o crescimento adicional do osso. Assim, ocorre a fusão das epífises em cada extremidade, tornando-se impossível aumentar o comprimento do osso e, consequentemente, o crescimento humano em estatura é cessado. → O GH também age como forte estimulador dos osteoblastos. Assim, os ossos podem continuar a aumentar de espessura durante toda a vida sob a influencia do GH, especialmente os ossos membranosos, como os ossos do crânio e da mandíbula. Regulação do GH: → Estimulam a secreção do GH: Além do hormônio liberador do GH (GHRH), o jejum (especialmente com deficiência de proteínas grave). A hipoglicemia, a baixa concentração de ácidos graxos livres no sangue. O sono profundo (estágios II e IV), testosterona e estrogênio. Exercício moderado, excitação, estresse e trauma. → A secreção do GH é controlada por 2 fatores secretados no hipotálamo, que são levados para a hipófise anterior através do sangue. Hormônio liberador do GH (GHRH) Hormônio inibidor do GH (somatostatina) → O GHRH estimula a secreção de GH atuando mediante receptor especifico acoplado a proteína G (AMPc), enquanto a somatostatina exerce ação inibitória. → O feedback negativo faz o controle da secreção do GH. Quando há administração de GH exógeno, observa- se supressão ou queda da secreção de GH endógeno. → O maior controlador da secreção do GH é o estado nutricional dos tecidos a longo prazo, especialmente seu nível de nutrição proteica. Sendo que depois da pratica de exercícios intensos, há maior taxa de secreção de GH. → A secreção do GH é do tipo pulsátil, aumentando e diminuindo. Ocorre principalmente no inicio das fases III e IV Anne Karolyne Morato – P3 do sono, com meia-vida inferior a 20 minutos. Esta rápida liberação no sangue é explicada pela fraca união que o GH possui com as proteínas plasmáticas. Em um dia normal ocorrem 6 a 10 pulsos secretórios, principalmente a noite, com concentrações entre os pulsos tao baixas quanto 0,04 μg/L. A amplitude dos pulsos e a quantidade de GH secretada variam com a idade, aumentando durante a puberdade e diminuindo na vida adulta, progressivamente, até alcançar níveis muito baixos. Sistema GH-IGF: → O GH exerce grande parte de seus efeitos através de substâncias intermediárias, chamadas de “somatomedinas” ou fatores de crescimento semelhantes a Insulina (IGFs). → Os IGFS são assim denominados, pois apresentam elevado grau de semelhança estrutural com a pró-insulina, além de possuir efeitos semelhantes ao da Insulina no que diz respeito ao crescimento. → Em resposta ao GH, células no fígado, no musculo esquelético, na cartilagem, no osso e em outros tecidos secretamos IGFs, que podem entrar na corrente sanguínea ou agir loucamente. No entanto, para que o crescimento seja adequado tanto o IGF circulante, de origem principalmente hepática, quanto os IGFs produzidos nos tecidos são fundamentais. → Os IGFs estimulam a síntese de proteínas, ajudam na manutenção da massa óssea e muscular, estimulam a cicatrização de lesões e o reparo dos tecidos. Quem os codifica são os genes localizados no braço longo do cromossomo 12 (IGF1) e no braço curto do cromossomo 11 (IGF2). → O GH é um dos principais promotores da produção de IGF-1 após o nascimento. O estado nutricional também contribui com esta função. → Os IGFs exercem suas ações mediante interação com dois diferentes receptores, os receptores de IGF tipo 1 e do tipo 2. Sistema GH-IGF durante a puberdade: → O aumento das concentrações dos esteroides sexuais (testosterona e estrogênio) estimula a secreção do GH. O que acaba resultando no aumento significativo da velocidade de crescimento, que ocorre antes nas meninas e mais tarde nos meninos. Após a puberdade, mesmo que haja concentrações elevadas de hormônios sexuais, a secreção de GH gradualmente retorna a quantidades quase inexistentes . Outros hormônios envolvidos: → Existe a necessidade da insulina e de carboidratos para a ação promotora de Anne Karolyne Morato – P3 crescimento do GH. Pois, ambos fornecem energia necessária para o metabolismo do crescimento. → A capacidade da insulina de aumentar o transporte de alguns aminoácidos para dentro das células é também especialmente importante. Sem insulina, o crescimento humano é ausente ou deficiente. → O hormônio tireoidiano (tiroxina), o glucagon, os esteroides sexuais e a dopamina também promovem a secreção de GH, agindo no hipotálamo e/ou na hipófise. Logo, esses hormônios também contribuem para o crescimento humano. Desenvolvimento normal: → Assim como a avaliação do crescimento da criança, a vigilância do seu desenvolvimento é parte essencial do conjunto de cuidados que visam a promover uma infância saudável, com vistas a um adulto socialmente adaptado e integrado. → O termo “desenvolvimento” tem sido o mais utilizado para abranger os vários aspectos interligados que caracterizam a evolução dinâmica do ser humano a partir de sua concepção. Outros termos, como “maturação”, por exemplo, também concorrem para definir o significado desse processo de construção que resulta da interação entre a influência biológica da própria espécie e do próprio indivíduo e a sua história e seu contexto sociocultural. → É importante enfatizar que, embora a carga genética seja fator determinante, o desenvolvimento humano emerge a partir da interação com os fatores ambientais, portanto, é fundamental que ocorra uma ampla e adequada variação de estímulos e experiências, para favorecer todo o seu potencial. → Do ponto de vista biológico, o sucesso do desenvolvimento depende da integridade dos vários órgãos e sistemas que concorrem para lhe condicionar, principalmente o sistema nervoso, que participa de toda ordenação funcional que o indivíduo irá experimentar. → Neste aspecto, é importante salientar que o tecido nervoso cresce e amadurece sobretudo nos primeiros anos de vida, portanto, nesse período, é mais vulnerável aos agravos de natureza diversa e às adversidades das condições ambientais que podem ocasionar prejuízos relacionados aos processos em desenvolvimento. Por outro lado, por sua grande plasticidade, é também nessa época que a criança melhor responde aos estímulos que recebe e às intervenções, quando necessárias. → O estudo do desenvolvimento compreende alguns domínios de função interligados, quais sejam: sensorial, motor (geralmente subdividido em habilidades motoras grosseiras e habilidades motoras finas), da linguagem, social, adaptativo, emocional e cognitivo. Anne Karolyne Morato – P3 Motor – capacidade de locomoção; uso dos grandes grupamentos de músculos. Adaptativo – capacidade de realizar movimentos finos; usar as mãos; construir objetos da nossa cultura (movimento de pinça). Social – capacidade de seguir regras sociais e interagir. Linguagem – capacidade de comunicação; uso de palavras com sentido e significado. → O desenvolvimento neuropsicomotor é sequencial e previsível, segue uma mesma sequência em todos os indivíduos, pois segue a carga genética, apesar de ser influenciado por fatores ambientais. É crânio caudal (primeiro a criança sustenta a cabeça e depois anda). Anne Karolyne Morato – P3 Entender a projeção de altura alvo e o estadiamento de Tanner: Puberdade: → A puberdade é o período de transição entre a infância e a vida adulta, nas meninas inicia-se geralmente aos 8-13, e nos meninos aos 9-14 anos. → A primeira manifestação clínica na menina é o aparecimento do broto mamário (telarca) em resposta ao início da produção estrogênica pelos ovários. → No menino, observa-se como primeira manifestação o aumento de volume testicular atingindo 4 mL ou cm3. → Na menina, a partir do início da puberdade e por ação dos esteroides sexuais, começam a ocorrer as modificações corporais que vão redundar em um indivíduo com capacidade reprodutiva estabelecida. Assim, as meninas, além do aumento das mamas, começam a apresentar outras mudanças na forma corporal com aumento dos depósitos de gordura na região dos quadris e das mamas. A menarca ocorre cerca de 2 anos após o início da puberdade (M2), geralmente no estágio M4 de Tanner, portanto, em época de desaceleração do crescimento. → No menino, ocorre acentuação do crescimento biacromial, aumento da massa muscular, da força e da resistência física. A primeira ejaculação ocorre mais tardiamente, quando os testículos atingem 10 a 12 mL de volume, algumas vezes durante o sono (polução noturna). Mais da metade dos meninos tem ginecomastia puberal transitória, tendendo a desaparecer entre 1 e 2 anos. No final da puberdade ocorre alteração no timbre da voz pela ação hormonal na laringe. → Fase inicial da puberdade (10-13 anos): Características sexuais secundarias Crescimento Desenvolvimento da capacidade reprodutiva Produção de andrógenos pelas adrenais (odor, pelos pubianos, acne). Aumento da sensibilidade da hipófise ao hormônio liberador de LH e FSH. Desenvolvimento neuronal Menarca: normalidade é de 9-16 anos e ocorre geralmente 2 anos mais tarde que o aparecimento do broto mamário Aumento da faringe e laringe, havendo mudança na voz Alongamento do globo ocular – podendo causar miopia Alterações dentarias Anne Karolyne Morato – P3 → Fase média da puberdade (14-16 anos): Velocidade de crescimento maior Aumento do peso em períodos parecidos com o da altura Aumento da massa muscular Massa magra aumenta nos meninos e diminui nas meninas Maturação óssea (fechamento da cartilagem epifisária) Alargamento do ombro em meninos e quadril em meninas Duplica o tamanho do coração e a vitalidade dos pulmões PA aumenta Estimulação das glândulas sebáceas: acne Alterações na fisiologia do sono, podendo haver insônia Útero fica maduro Lubrificação vaginal Alongamento do pênis → Fase tardia da puberdade (17-20 anos): 17-18 anos: finaliza o desenvolvimento das mamas, pênis e pelos pubianos Alterações na distribuição de pelos nos homens que podem persistir por anos: exemplo, face e tórax Puberdade precoce: → Por definição clássica, puberdade precoce ocorre quando o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários acontece antes dos 8 anos em meninas e antes dos 9 anos em meninos. → No sexo feminino a puberdade precoce central (PPC) tem origem idiopáticaem 90% dos casos, por ativação precoce do eixo HHO, manifestando-se inicialmente pelo desenvolvimento das mamas. No sexo masculino, 70% são de causa orgânica. → A puberdade precoce pode ser de origem central, dependente de gonadotrofinas, ou periférica, independente das gonadotrofinas. Outra classificação importante diz respeito à concordância dos caracteres sexuais com o sexo do indivíduo. → A importância do diagnóstico dessas afecções decorre da necessidade de identificação e tratamento de lesões expansivas intracranianas e, nas formas fisiológicas, de evitar a fusão prematura das epífises de crescimento desencadeada pelos esteroides sexuais e consequente comprometimento da estatura final. Outro dado a ser valorizado, além da idade do aparecimento, é a velocidade observada nas mudanças, que podem ocorrer de forma lenta, como na puberdade normal, ou rapidamente progressiva, que requer reconhecimento e tratamento precoce. → Para o diagnóstico, o aparecimento dos caracteres sexuais secundários, classificados segundo critérios de Tanner, seguindo a cronologia normal, isto é, aparecimento de mamas nas meninas e aumento do volume testicular nos meninos acima de 4 mL, pode indicar PPC. Anne Karolyne Morato – P3 Atraso puberal: → Considera-se como atraso puberal a falta de desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários aos 13 anos de idade nas meninas e 14 anos nos meninos, ou seja, ausência de broto mamário e testículo menor que 4 mL, respectivamente. → Tem como causa mais comum o atraso constitucional do crescimento e da puberdade (ACCP), condição duas vezes mais frequente nos meninos do que nas meninas, com herança genética consistente com padrão autossômico dominante. → Tanto a puberdade quanto a maturação óssea e o crescimento estão atrasados por falta de ativação do eixo HHO. → O exame clinico deve ser normal para a idade óssea e sem alterações olfativas. → As causas patológicas de atraso puberal podem ser classificadas, do ponto de vista bioquímico, em hipogonadotrófica ou hipergonadotrófica. Nos meninos, o hipogonadismo hipogonadotrófico, além da ausência de caracteres sexuais e de desenvolvimento testicular, apresenta baixos níveis séricos de testosterona e concentrações normais ou baixas dos hormônios FSH e LH, sejam basais ou após estímulo com GnRH injetável. Nas meninas, ocorre ausência de desenvolvimento puberal aos 13 anos de idade e baixos níveis de FSH e LH. Projeção de altura alvo: → Estatura-alvo ou altura-alvo é um critério para se avaliar se o canal ou percentil de crescimento no qual a criança está crescendo, é ou não o esperado para aquela criança, com base na altura de seus pais. → O resultado desse cálculo indica o canal de crescimento familiar. Considera-se normal uma variação de +- 5 cm. → Por exemplo: se uma menina tem uma mãe com altura de 160 cm e um pai de altura 173 cm, a altura-alvo estimada para ela será de 160 cm, com variação entre 155-165 cm. Estadiamento de Tanner: → O desenvolvimento e a maturação sexual podem ser acompanhados utilizando-se os critérios de Marshall e Tanner, pois, em condições normais, há uma sequência cronológica de modificações. → Em ambos os sexos, avalia-se a quantidade e distribuição dos pelos púbicos (P). Anne Karolyne Morato – P3 → Para o sexo feminino, a evolução do desenvolvimento mamário (M) e, para o sexo masculino, o desenvolvimento da bolsa escrotal e do pênis (G). → A avaliação do volume testicular utilizando-se o orquidômetro de Prader pode trazer informações importantes, pois, quando está abaixo de 3 mL, corresponde normalmente ao estádio 1 e, quando está acima de 20, já equivale ao estádio 5. Conhecer as curvas de crescimento (Escore Z): Curva de crescimento/Escore Z: → Quando uma mãe ou cuidador externa alguma preocupação com o crescimento da criança, essa preocupação é resultado de comparações realizadas no dia a dia (um primo mais alto, mas de mesma idade, ser o menor da classe, demorar em mudar o tamanho da roupa). A avaliação do crescimento pelo pediatra também é feita por comparação, só que com curvas de crescimento. → O MS do Brasil adotou as curvas da OMS, e são elas que fazem parte da caderneta de saúde de cada criança. São apresentadas curvas do nascimento até 2 anos, dos 3 aos 5 e dos 5 aos 20, para comprimento/altura, e índice de massa corporal (IMC), e para o peso até Anne Karolyne Morato – P3 os 10 anos, para os sexos masculino e feminino. → Uma forma de comparar peso e estatura de um paciente especificamente com a média populacional, depende do cálculo do desvio padrão, que é feito através da seguinte formula: Escore Z +3: percentil 99,8 Escore Z +2: percentil 97,7 Escore Z +1: percentil 84,2 Média: percentil 50 (Mediana) Escore Z -1: percentil 15,8 Escore Z -2: percentil 2,28 Escore Z -3: percentil 0,15 Peso: → A criança dobra de peso de nascimento aos 4-5 meses, triplica aos 12 meses e quadruplica com 2-2 anos e 6 meses. → De 2-8 anos, cada criança ganha em média 2kg/ano. Existe uma formula para o calculo aproximado do peso que pode ser usada para crianças de 3-11 anos. Peso (kg) = idade (anos) x2 +9. Altura/estatura → Crescimento = em crianças até 2 anos. → Altura = em crianças com +2 anos. → Estatura = faz referência a ambos os termos. → O comprimento médio das crianças ao nascimento é de 50 cm. → No 1º semestre de vida 15 cm. → No 2º semestre de vida 10 cm. → Ao final do 1º ano de vida a criança cresce 25 cm, cerca de 50% do seu comprimento ao nascimento. → Com 4 anos a criança mede em torno de 1 metro. → Formula de acordo com a idade (de 3 até 11 anos): Altura (cm) = (idade – 3) x6 +95. Anne Karolyne Morato – P3 Perímetro cefálico → É uma medida que representa o crescimento do cérebro. → Nos primeiros meses de vida de muito útil para a identificação de desvios do desenvolvimento neurológico. → É uma medida confiável do crescimento do cérebro, sendo um índice que menos varia para diferentes grupos etários. SS/SI: → Consiste em um dos métodos para a avaliação do crescimento da criança – alta, baixa ou normal de estatura. → Segmento inferior (SI) é a distancia que vai da sínfise púbica ao chão. → Segmento superior (SS) é a diferença entre a estatura e o segmento inferior. → Ao nascimento, o SS é maior que o SI, mas, durante a adolescência, a proporção SS/SI deve estar entre 0,9 e 1,0. O aumento dessa proporção significa alguma malformação, displasia óssea ou raquitismo. Conhecer os fatores constitucionais e famil iares que influenciam no crescimento e desenvolvimento: → O crescimento sofre influência de: Fatores intrínsecos: • Genética, metabolismo e malformações. Fatores extrínsecos: • Alimentação, saúde, higiene, habitação, ambiente e cuidados gerais com a criança. → Variações normais do crescimento: Baixa estatura familiar (genética) Retardo constitucional do crescimento e puberdade; na idade a criança não mede a média para a idade, mas ainda vai conseguir aumentar e chegar no crescimento alvo Baixa estatura idiopática → Crescimento anormal: Abaixo do P3% Queda da velocidade do crescimento Baixo alvo Constitucionais: → Também chamado de retardo constitucional de crescimento e puberdade (RCCP), essa causa de baixa estatura possui relação genética e consiste em uma velocidade de crescimento mais lenta, atraso de idade óssea e, geralmente, atraso da puberdade. RELAÇÃO SS/SI Nascimento 1,7 3 anos 1,3 7 anos 1,0 Adulto 0,8 Anne Karolyne Morato – P3 → O resultado disso é um desenvolvimento físico atrasado, mas com um desenvolvimento mental normal. Esse diagnostico geralmentesó é fechado ao serem excluídas as outras causas de baixa estatura. → Ao entrarem na puberdade, um pouco depois de seus colegas, há uma compensação no crescimento e o resultado acaba por ser uma altura normal para um adulto. No entanto, geralmente a altura final é um pouco menor da estimada pela previsão familiar, principalmente nos pacientes em que não ocorre o atraso puberal. Familiares: → A baixa estatura familiar/genética é vista nos casos em que a altura se encontra abaixo do percentil 3, mas com o crescimento seguido a previsão familiar, a puberdade ocorrendo em idade adequada, velocidade de crescimento normal ou baixa e maturação óssea compatível com a idade cronológica. → Ao ser medido o hormônio de crescimento (GH), este geralmente se encontra normal.
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