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Economia: Formação Profissional e Desenvolvimento

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Prévia do material em texto

ECONOMIA
Professora Dra. Andréia Moreira da Fonseca Boechat 
Professora Me. Daniela Carla Monteiro
Professor Me. Sidinei Silvério da Silva
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Coordenador de Conteúdo
Silvio Silvestre Barczsz
Design Educacional
Fernando Henrique Mendes
Rossana Costa Giani
Iconografia
Isabela Soares Silva
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Jaime de Marchi Junior
Qualidade Textual
Hellyery Agda
Jaquelina Kutsunugi
Nayara Valenciano
Rhaysa Ricci Correa
Susana Inácio
Ilustração
Robson Yuiti Saito
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; BOECHAT, Andréia Moreira da Fonseca; MONTEIRO, 
Daniela Carla; SILVA, Sidinei Silvério da.
Economia. Andréia Moreira da Fonseca Boechat; Daniela Carla 
Monteiro; Sidinei Silvério da Silva.
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2016.
158 p.
“Graduação - EaD”.
1. Economia. 2. Sociedade. 3. Microeconomia. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0732-9 
CDD - 22 ed. 330
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impressso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação
Kátia Coelho
Diretoria de Pós-graduação 
Bruno do Val Jorge
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Gerência de de Contratos e Operações
Jislaine Cristina da Silva
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Supervisora de Projetos Especiais
Yasminn Talyta Tavares Zagonel
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos fará grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar – 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecida como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportuni-
dades e/ou estabelecendo mudanças capazes de al-
cançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dia-
lógica e encontram-se integrados à proposta pe-
dagógica, contribuindo no processo educacional, 
complementando sua formação profissional, desen-
volvendo competências e habilidades, e aplicando 
conceitos teóricos em situação de realidade, de ma-
neira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, es-
tes materiais têm como principal objetivo “provocar 
uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta 
forma possibilita o desenvolvimento da autonomia 
em busca dos conhecimentos necessários para a sua 
formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cres-
cimento e construção do conhecimento deve ser 
apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda-
gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi-
bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente 
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en-
quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus-
sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de 
professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
Professora Dra. Andréia Moreira da Fonseca Boechat 
Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal Rural 
do Rio de Janeiro (2007), mestrado (2011) e doutorado em Economia pela 
Universidade Estadual de Maringá. Professora colaboradora da Universidade 
Estadual do Paraná (UNESPAR), do Centro Universitário Cesumar (UniCesumar) 
e da Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR), atuando no ensino 
presencial e à distância. 
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Professora Me. Daniela Carla Monteiro
Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual 
de Maringá (UEM-2002), Especialização em Direito do Estado - área de 
concentração em Direito Administrativo pela Universidade Estadual de 
Londrina (UEL - 2006) e Mestrado em Economia Regional pela Universidade 
Estadual de Londrina (UEL - 2013).
Professor Me. Sidinei Silvério da Silva
Possui Graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de 
Maringá (UEM-2002), Especialização em Consultoria Econômico-Financeira de 
Empresas (UEM-2004) e Mestrado em Economia Regional pela Universidade 
Estadual de Londrina (UEL-2012)..
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) ao livro de Economia. É com muito prazer que 
apresentamos a você este livro, que é resultado de um trabalho conjunto. Somos os pro-
fessores Andréia Moreira da Fonseca Boechat, Daniela Carla Monteiro e Sidinei Silvério 
da Silva, autores deste material e o preparamos com muito carinho para que você adqui-
ra conhecimentos sobre os principais elementos da teoria econômica e suas aplicações. 
Assim sendo, ressaltamos que os assuntos que estudaremos nessa disciplina serão de gran-
de relevância para sua formação, ao passo que o conhecimento/domínio dos mesmos pro-
piciará a você uma nova maneira de pensar, haja vista que a economia é uma ciência social 
que reúne política e ciência, cujo objeto de estudo é a sociedade (MANKIW, 2001).
Nosso objetivo, ao escrever este livro, foi criar condições/meios para que você com-
preenda da melhor maneira possível conceitos e aplicações da economia, já que tais 
conceitos/aplicações o ajudarão a encontrar possíveis respostas às inúmeras questões 
socioeconômicas com as quais nos deparamos cotidianamente, sejam elasde âmbito 
pessoal e/ou profissional. 
Em outras palavras, o contexto econômico reúne aspectos da vida e da sociedade. Logo, 
seu conhecimento/compreensão se faz necessário para que você possa entender ade-
quadamente o mundo/país em que vive, de modo que tal conhecimento/compreensão 
o ajude tanto no âmbito pessoal quanto no âmbito profissional a tomar decisões.
Diante disso, destacamos que no âmbito profissional praticamente todos os segmen-
tos rotineiramente utilizam/aplicam instrumentos/mecanismos da teoria econômica. É 
o caso, por exemplo, da agricultura, da indústria e do comércio, ou seja, das atividades 
primárias, secundárias e terciárias de produção. Nesse contexto, compreender/dominar 
conceitos e aplicações da economia, além de propiciar maiores chances de sucesso nos 
negócios, propicia aos agentes um diferencial fundamental. 
Ademais, conforme nos explica Móchon (2007), conhecer/compreender o contexto eco-
nômico da sociedade em que vivemos expande expressivamente o conhecimento/com-
preensão sobre o mundo em que vivemos e mais especificamente sobre o nosso país. 
Esse conhecimento/compreensão fará com que você se torne um participante mais há-
bil no sistema econômico, já que ao longo de sua vida pessoal e profissional você terá 
que tomar muitas decisões. 
Ainda nessa vertente, o conhecimento/compreensão em questão proporcionará a você 
um melhor entendimento da política econômica, de modo que o exercício da cidadania 
se solidifique/fortaleça. A título de exemplo, considere um cidadão que conheça/do-
mine o contexto econômico do país em que vive. Tal cidadão será capaz de julgar com 
mais propriedade, em um período eleitoral, as propostas de viés socioeconômico dos 
candidatos. 
Ressaltamos que, embora o livro de Economia e Sociedade que preparamos para você 
trate de modo introdutório e simplificado os principais conceitos e aplicações da teo-
ria econômica tanto na esfera microeconômica quanto na esfera macroeconômica, o 
APRESENTAÇÃO
ECONOMIA
8 - 9
mesmo permite o entendimento de muitas questões. Conforme nos explica Mankiw 
(2001), esta é uma matéria em que um ínfimo conhecimento/compreensão leva 
bastante longe, então sugerimos que aproveite! 
Em relação à estrutura geral, o livro foi organizado/produzido com o intuito de 
atender a todos os cursos de graduação que tenham por objetivo introduzir, ainda 
que simplificadamente, a ciência econômica na vida pessoal e profissional de seus 
acadêmicos. Desse modo, a unidade I, escrita pela professora Daniela Carla Montei-
ro, corresponde a um curso de conceitos fundamentais em economia. As unidades 
II e III, escritas pela professora Andréia Moreira da Fonseca Boechat, correspondem 
a um curso de microeconomia, e as unidades IV e V, escritas pelo professor Sidinei 
Silvério da Silva, a um curso de macroeconomia. 
Por fim, vale relembrar que este livro, caro(a) aluno(a), foi especialmente organiza-
do/produzido para você. Nesse sentido, fique atento aos conteúdos que serão tra-
balhados e suas relações com as situações práticas existentes no mundo/país em 
que vivemos.
Ademais, dedique-se a ler e a interagir com os textos, a fazer anotações, a anotar/
esclarecer suas dúvidas, a verificar as indicações de leitura, a realizar novas pesqui-
sas sobre os assuntos abordados, a responder às atividades de autoestudo, entre 
outros. Lembre-se de que toda e qualquer informação/conhecimento adicional 
contribui para a construção e a solidificação de sua formação.
É isso caro(a) aluno(a)! Esperamos que esta iniciação ao conhecimento da ciência 
econômica, cujo objeto de estudo é a sociedade, seja de grande valia para a sua vida 
pessoal e profissional.
Em caso de dúvidas, nos encontramos à sua disposição juntamente com a equipe 
Unicesumar. 
Um forte abraço!
Professora Dra. Andréia Moreira da Fonseca Boechat 
Professora Me. Daniela Carla Monteiro
Professor Me. Sidinei Silvério da Silva
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
8 - 9
UNIDADE I
CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM ECONOMIA
15 Introdução
16 Problemas Econômicos de Todas as Sociedades 
30 O Sistema Econômico Capitalista (ou Economia de Mercado) 
36 Divisão da Ciência Econômica 
38 Considerações Finais 
UNIDADE II
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
43 Introdução
43 Fundamentos da Teoria do Consumidor 
50 Teoria da Demanda 
59 Teoria da Oferta 
66 Equilíbrio de Mercado 
69 Consideraçôes Finais 
SUMÁRIO
10 - 11
UNIDADE III
ESTRUTURAS DE MERCADO
75 Introdução
76 Os Mercados 
81 Concorrência Perfeita ou Pura 
83 Monopólio 
86 Concorrência Monopolística 
88 Oligopólio 
92 Lei Antitruste 
96 Considerações Finais 
UNIDADE IV
MERCADO DE BENS E SERVIÇOS E O MERCADO MONETÁRIO
103 Introdução
104 Objetivos de Política Econômica 
105 Crescimento e Desenvolvimento Econômico 
108 Determinação do Produto Nacional 
114 Política Fiscal, Inflação e Desemprego 
120 A Moeda: Conceitos, Funções e Tipos 
126 Política Monetária, Inflação e Desemprego 
130 Considerações Finais 
SUMÁRIO
10 - 11
UNIDADE V
SETOR EXTERNO E O MERCADO DE TRABALHO
137 Introdução
137 A Teoria das Vantagens Comparativas 
139 Taxa de Câmbio 
145 O Processo de Internacionalização da Economia (Globalização) 
146 O Mercado de Trabalho 
151 Considerações Finais 
155 CONCLUSÃO
157 REFERÊNCIAS
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Professora Me. Daniela Carla Monteiro
CONCEITOS 
FUNDAMENTAIS EM 
ECONOMIA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Compreender por que a economia é uma ciência da escassez ou das 
escolhas.
 ■ Reconhecer a contradição existente entre fatores de produção e 
necessidades humanas.
 ■ Definir economia e suas atividades de produção ou setores da 
economia.
 ■ Analisar a curva de possibilidades de produção nas combinações de 
produtos que a economia pode produzir, dado os recursos existentes.
 ■ Entender o conceito de custo de oportunidade enquanto princípio 
econômico.
 ■ Discutir os problemas econômicos fundamentais que todas as 
sociedades enfrentam.
 ■ Explicar o funcionamento de um sistema econômico capitalista.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Problemas econômicos de todas as sociedades
 ■ O sistema econômico capitalista (ou economia de mercado)
 ■ Divisão da ciência econômica
14 - 15
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta primeira unidade, você aprenderá que conhecer/domi-
nar conceitos fundamentais em economia é de extrema relevância para todos 
aqueles que visam compreender, ainda que de forma geral, o mundo/sociedade 
em que vivemos.
Segundo Mankiw (2001), a relevância desse conhecimento/domínio não ofe-
rece dúvidas, ao passo que continuamente concepções econômicas determinam 
nos sistemas econômicos o modo como devem ocorrer os planejamentos, as exe-
cuções, os procedimentos, os comportamentos, os desempenhos, entre outros, 
tanto das unidades familiares e produtivas quanto dos governos e setor externo.
Nessa direção, discutiremos como tal conhecimento/domínio tende a forta-
lecer no âmbito pessoal e profissional as relações e/ou práticas econômicas que 
são cotidianamente analisadas/discutidas e que, por conseguinte, direcionam/
estruturam as sociedades. 
Vale ressaltar que, segundo Mankiw (2001), embora em algumas situações a 
economia não seja determinante, ainda assim, de alguma maneira, a mesma tende 
a exercer algum tipo de influência. Em outras palavras, passaremos a compreender 
que as sociedades são movidas exclusivamente por interesses de natureza econômica.
Visando atingir os objetivos de aprendizagem já elencados, a unidade em 
questão foi dividida em três tópicos, sendo eles: problemas econômicos de todas 
as sociedades; o sistema econômico capitalista ou economia de mercado e divi-
são da ciência econômica.
No primeiro tópico, discutiremos como todas as sociedades enfrentam/
administram recursos produtivos escassos dadas as necessidades humanas ili-
mitadas. No segundo tópico, por sua vez, estudaremos a organização e os tipos 
de sistemas econômicos, bem como suas características,funcionamento e pro-
blemas. Por fim, no terceiro tópico, veremos a divisão da ciência econômica em 
duas grandes áreas, sendo elas a microeconomia e a macroeconomia.
Assim sendo, ao término desta unidade, você será capaz de compreender 
conceitos fundamentais em economia que influenciam o dia a dia das unida-
des produtivas, das famílias, dos governos e do resto do mundo, ou seja, das 
sociedades em geral.
Introdução
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CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM ECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
16 - 17I
PROBLEMAS ECONÔMICOS DE 
TODAS AS SOCIEDADES
Cotidianamente, independente da 
classe de agentes econômicos à 
qual pertencemos, somos leva-
dos a interagir com questões 
econômicas, tais como formação 
de preços, desemprego, inflação, osci-
lações nas taxas de juros, déficit/superávit 
púbico, entre outros (MENDES, 2004). 
Em outras palavras, as questões econômicas têm ao longo do tempo regu-
lado/orientado o nosso dia a dia e consequentemente o da sociedade. Assim 
sendo, faz-se necessário estudar/conhecer tais questões, ao passo que uma boa 
parte dos relevantes problemas que atualmente as sociedades enfrentam são 
decorrentes delas (PASSOS; NOGAMI, 2003). 
Tal procedimento propiciará conhecimentos que, além de nos ajudar a conhe-
cer melhor o mundo que nos cerca, “nos ajudará a formar opiniões a respeito 
dos grandes problemas econômicos do nosso tempo, tornando-nos cidadãos de 
fato em nossa sociedade” (PASSOS; NOGAMI, 2003, p.3) 
Vale ressaltar que, embora grande parte dos agentes (empresas, consumido-
res, governos e setor externo) participem das atividades de natureza econômica, 
poucos detêm “conhecimentos teóricos que lhes permitam analisar os proble-
mas econômicos que nos cercam” (PASSOS; NOGAMI, 2003, p. 3).
Ademais, estudar/conhecer tais questões ajudará no processo de tomada de 
decisões, haja vista que a economia, segundo Mendes (2004, p. 3), “é o estudo 
das escolhas feitas pelas pessoas diante de situações de escassez”. 
Entende-se por escassez o cenário em que se encontram recursos produti-
vos limitados1 (terra ou recursos naturais; mão de obra ou trabalho e capital), 
ou seja, que não existem em quantidade suficiente para atender a todas as neces-
sidades. Logo, devem ser utilizados de diferentes maneiras, de tal modo que se 
1 Os recursos produtivos, fatores ou meios de produção serão descritos/discutidos mais adiante.
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Problemas Econômicos de Todas as Sociedades
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deve sacrificar uma coisa por outra (MENDES, 2004). 
Por exemplo, uma unidade produtiva possui uma máquina que produz dois 
diferentes produtos (parafusos do tipo A e parafusos do tipo B). Dada a escassez 
de seus recursos, o empresário terá que escolher entre produzir algumas unida-
des a mais de um produto (parafusos do tipo A) e algumas unidades a menos 
de outro (parafusos do tipo B).
Assim, em decorrência da escassez, os agentes econômicos se defron-
tam com situações que os levam sempre a escolher. Escolhe-se como gastar 
tempo e dinheiro, como explorar espaços geográficos, como intensificar o 
uso de uma máquina, como/onde empregar os recursos de um país, entre 
outros (MENDES, 2004).
Vale destacar que, se por um lado, tem-se a escassez dos recursos, de outro, 
tem-se as necessidades e/ou desejos dos agentes que são ilimitados2, ou seja, 
sempre queremos e precisamos de mais bens e serviços (imóveis, automóveis, ali-
mentação, vestuário, lazer, assistência médica, transporte etc.). Logo, os agentes 
econômicos se defrontam com recursos finitos e com desejos e/ou necessida-
des infinitas. Por conseguinte, a economia é o estudo das escolhas. As escolhas 
realizadas pelos agentes resultam nas escolhas da sociedade (MENDES, 2004).
Em síntese, “o problema econômico está centralizado no fato de que os recursos 
disponíveis ao homem para produzir bens e serviços são limitados, mas a sua neces-
sidade ou desejo desses bens e serviços varia e é insaciável” (MENDES, 2004, p. 3).
Tendo discutido/entendido o sentido econômico da escassez, passaremos 
então a conhecer algumas das inúmeras definições de economia. 
Segundo Passos e Nogami (2003, p. 5):
Em termos etimológicos a palavra “economia” vem do grego oikos 
(casa) e nomos (norma, lei). Teríamos, então, a palavra oikonomia que 
significa “administração de uma unidade habitacional (casa)”, podendo 
também ser entendida como “administração da coisa pública” ou de 
um Estado.
Nessa direção, em economia, estudam-se os meios/métodos pelos quais o sis-
tema econômico capitalista ou economia de mercado administram recursos 
2 As necessidades e/ou desejos ilimitados serão descritos/discutidos mais adiante.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM ECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
18 - 19I
finitos, cuja finalidade é produzir bens e serviços que satisfaçam maior número 
de necessidades da sociedade, haja vista que tais necessidades são ilimitadas 
(PASSOS; NOGAMI, 2003).
Assim, se o foco é atender a um maior número de necessidades da sociedade 
com recursos finitos, então a alocação desses recursos deve ser suficientemente 
eficiente, de modo a economizar tais recursos.
Contudo, define-se economia como:
A Ciência Social que estuda como a sociedade decide empregar recur-
sos escassos, que poderiam ter utilização alternativa, na produção de 
bens e serviços de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos 
da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas (PASSOS; 
NOGAMI, 2003, p. 5). 
Nessa vertente, Mendes (2004, p. 3) argumenta ainda que:
A economia é uma ciência social, tanto quanto a ciência política, a psi-
cologia e a sociologia, podendo ser definida como o estudo da alocação 
(utilização) dos recursos escassos na produção de bens e serviços para 
a satisfação das necessidades ou dos desejos humanos.
Em suma, não há dificuldades na definição de economia, seja ela a economia de 
uma cidade, estado, região, país, ou até mesmo do mundo. Em poucas palavras, 
uma determinada economia corresponde apenas à interação cotidiana de um 
grupo de pessoas (dado os recursos e as necessidades que tem), que estão sem-
pre em busca do melhor para a coletividade (MANKIW, 2001).
FATORES DE PRODUÇÃO 
Os fatores de produção são os recursos empregados na produção de bens e servi-
ços. Durante o processo produtivo, suas combinações resultam numa diversificada 
produção, que por sua vez será consumida pelas famílias ou empregadas novamente 
pelas empresas no processo produtivo na forma de insumo (MOCHÓN, 2007).
De acordo com Mendes (2004), as principais características dos fatores de 
produção são: escassez, versatilidade e combinações em proporções variáveis.
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Problemas Econômicos de Todas as Sociedades
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A escassez em sua quantidade, aliada ao contexto de que os fatores de pro-
dução podem ser empregados na produção de diversos bens e serviços, indica 
que em determinadas situações as unidades produtivas devem abrir mão da pro-
dução de um bem ou serviço por outro.
A versatilidade por sua vez faz referência justamente ao emprego dos recursos 
produtivos na produção de diferentes produtos. Por exemplo, o leite pode produzir 
queijo, manteiga, creme de leite, requeijão, entre outros.
Já a combinação em proporções variáveis 
refere-se à possibilidade de substituição entre 
os fatores. Por exemplo, se um determinado 
insumo nacional ficar muito caro, dada 
a sua escassez, as unidades produtivas 
poderão substituí-lo por um insumoimportado. 
Segundo Móchon (2007), a tra-
dicional classificação dos fatores de 
produção contempla três catego-
rias: a terra ou recursos naturais, a 
mão de obra ou trabalho e o capital. 
O quadro 1 nos apresenta uma breve 
definição de cada um desses fatores. 
CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM ECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
20 - 21I
TERRA 
OU RECURSOS 
NATURAIS
Consistem em todos os bens econômicos utilizados na 
produção e que são obtidos diretamente da natureza, 
como os solos (urbanos e agrícolas), os minerais, as águas 
(dos rios, dos lagos, dos mares, dos oceanos e do subsolo), 
a fauna, a flora, o sol e o vento (como fontes de energia), 
entre outros. Esses recursos são um presente da natureza. 
Para se referir a todos os tipos de recursos naturais, alguns 
economistas utilizam o termo “terra”.
MÃO DE OBRA 
OU TRABALHO
Incluem toda a atividade humana (esforço físico e/ou 
mental) utilizada na produção de bens e serviços, como: 
os serviços técnicos do advogado, do médico, do econo-
mista, do engenheiro, ou a mão de obra do eletricista, do 
encanador. Há economistas que consideram o capital hu-
mano um quarto tipo de fator de produção. Por capital hu-
mano, considera-se o conhecimento e as habilidades que 
as pessoas obtêm por meio da educação e da experiência 
em atividades produtivas.
CAPITAL O fator de produção capital corresponde aos conjuntos 
dos edifícios, máquinas, equipamentos e instalações que 
a sociedade dispõe para efetuar a produção. Este conjunto 
é denominado de estoque de capital da economia. Quan-
to mais bens de capital dispuser a economia, mais pro-
dutiva ela será (ou seja, mais bens e serviços poderá pro-
duzir). Observe que o conceito de capital como fator de 
produção é um pouco diferente da palavra capital usada 
na linguagem comum, quando é utilizada para designar 
uma quantia em dinheiro (ou outro ativo financeiro) que 
determinada pessoa possui para iniciar um determinado 
negócio.
Quadro 1: Definição dos tradicionais fatores de produção
Fonte: Mendes (2004, p. 5) e Viceconti e Neves (2010, p. 6)
Em suma, os fatores de produção ou recursos produtivos (inputs), isto é, os solos, 
os minerais, as águas, a fauna, a flora, o sol, o vento, os serviços técnicos espe-
cializados, a mão de obra do operário, os conjuntos dos edifícios, as máquinas, 
os equipamentos, as instalações, entre outros, dadas suas principais caracterís-
ticas (escassez, versatilidade e combinações em proporções variáveis), quando 
alocados, promovem ao longo do processo produtivo uma expressiva produção 
(outputs), ou seja, promovem uma ampla gama de bens e serviços.
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NECESSIDADES HUMANAS ILIMITADAS 
As necessidades humanas fazem parte da força que dá movimento à atividade 
econômica, haja vista que nossas necessidades/desejos são ilimitadas, ou seja, “o 
ser humano, pela sua própria natureza, nunca está satisfeito com o que possui e 
sempre deseja mais coisas” (VICECONTI; NEVES, 2010, p.1).
Segundo Mendes (2004), todos os agentes econômicos querem alimentos, 
bebidas, roupas, lugar/local para morar, acesso à educação, saúde etc. Ademais, 
desejam carros, imóveis, viagens de férias, entre outros.
Nessa vertente, Mendes (2004, p.6) aponta “a alimentação, o vestuário, a habi-
tação, a saúde, o transporte, a educação, a segurança social, a previdência social, 
a comunicação, a cultura, o esporte e o 
lazer” como as principais necessidades 
humanas, necessidades estas que, em 
boa parte das economias, não são supri-
midas, mesmo que de modo ínfimo. 
O autor esclarece ainda que entre 
as principais necessidades humanas 
destacam-se a alimentação, a habita-
ção, a saúde e o vestuário, haja vista 
que as mesmas são apontadas pela 
literatura econômica como necessi-
dades primárias. 
As demais fazem parte do grupo 
que compõe as necessidades que são 
consideradas necessidades secundá-
rias, necessidades estas que tendem a 
mudar de acordo com o tempo e com o 
espaço, já que estão sujeitas a inúmeras 
influências, tais como: costumes, tradi-
ção, propagandas, marketing, inovação 
etc. (MENDES, 2004).
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CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO
Em todos os dias de trabalho, milhões de pessoas desprendem seus esforços na 
produção de inúmeros bens e serviços. Tal produção ocorre nas indústrias, no 
campo, nas construtoras, nos bancos, nos shoppings, entre outros, situados em 
todo o mundo (MENDES, 2004). 
Como vimos, dada à escassez dos fatores de produção disponíveis, aliados à 
tecnologia que temos e dominamos, a produção dos bens e serviços em questão 
é limitada. Nessa direção, cabe às unidades produtivas escolher os bens e ser-
viços que serão produzidos. Vale ressaltar que, numa economia que conta com 
milhares de produtos, as opções de escolha são inúmeras (MÓCHON, 2007).
A escolha em questão deve ser feita com base nas possíveis combinações/
alocações de produção. Segundo Mendes (2004), para determinar quais combi-
nações de produção são mais adequadas/possíveis, as unidades produtivas levam 
em consideração duas questões: 1) os recursos produtivos são limitados; 2) não 
é possível realizar mudanças tecnológicas, ou seja, o nível de tecnologia tam-
bém é limitado. Tal limite é ilustrado pela curva de possibilidades de produção.
De acordo com Móchon (2007, p.3):
A curva de transformação – ou fronteira de possibilidades de produção 
(FPP) – mostra a quantidade máxima possível de bens ou serviços que 
determinada economia pode produzir com os recursos e a tecnologia 
de que dispõe e dadas as quantidades de outros bens e serviços que 
também produz.
Para ilustrar a curva de possibilidade de produção num gráfico, por se tratar de 
um conceito abstrato, vamos tentar por meio de um exemplo hipotético apro-
ximar o referido conceito a uma situação prática/real, baseado em Viceconti e 
Neves (2010):
Suponhamos que uma determinada unidade produtiva possua os seguin-
tes fatores de produção: capital (30 máquinas) e mão de obra ou trabalho (120 
trabalhadores), e que sua linha de produção esteja direcionada à produção de 
apenas dois bens.
Ademais, suponhamos que não haja nenhuma inovação tecnológica no pro-
cesso de fabricação do produto e que a unidade produtiva não possa comprar 
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mais máquinas nem contratar mais trabalhadores, ou seja, os fatores de produ-
ção são fixos ou constantes. 
Em suma, consideremos uma economia com conhecimento tecnológico 
fixo ou constante, com fatores de produção fixos ou constantes (todos os fatores 
são empregados na produção) e com capacidade de produção para apenas dois 
bens: parafusos do tipo A e parafusos do tipo B.
Sequencialmente, consideremos que o gestor da empresa solicite ao engenheiro 
de produção, um levantamento (vide Quadro 2) das possíveis possibilidades de 
produção. Tais possibilidades devem levar em consideração a utilização plena e 
eficiente dos recursos produtivos envolvidos no processo (nesse caso, 30 máqui-
nas e 120 homens).
PARAFUSO DO TIPO A PARAFUSO DO TIPO B
20 0
18 1
15 2
11 3
6 4
0 5
Quadro 2: Levantamento das possíveis possibilidades de produção
Fonte: Viceconti e Neves (2010, p. 2)
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Tipo 
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Tipo B
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24 - 25I
De acordo com o levantamento feito pelo engenheiro de produção, quando todos 
os fatores produtivos (30 máquinas e 120 homens) forem empregadosna produ-
ção dos parafusos do tipo A, 20 (vinte) unidades do mesmo serão produzidas. 
Por outro lado, quando o emprego total dos recursos produtivos (30 máquinas 
e 120 homens) forem empregados na produção dos parafusos do tipo B, serão 
produzidas apenas 5 (cinco) unidades do mesmo. 
As escolhas que visarem à produção de uma, duas ou mais unidades de 
parafusos do tipo B, gerarão deslocamentos de fatores de produção alocados 
na produção de parafusos do tipo A para a produção de parafusos do tipo B.
Tal procedimento resultará em perdas na produção de parafusos do tipo A. 
Por exemplo, para produzir (1) uma unidade de parafusos do tipo B, com o des-
locamento dos fatores produtivos da produção de parafusos do tipo A para a 
produção de parafusos do tipo B, abrir-se-á mão de (2) duas unidades de parafu-
sos do tipo A (diferença entre 20 e 18 = 2). Observe que aumentos na produção 
de parafusos do tipo B levam a reduções na fabricação de parafusos do tipo A e 
vice-versa, até que um ponto limite seja atingido.
O gráfico 1 nos mostra as possibilidades de produção contidas no levanta-
mento feito pelo engenheiro da hipotética empresa supracitada, colocando-se 
5
4
3
2
1
0
(6,4)
(11,3)
(15,2)
(18,1)
6 1511 18 20
B
A
Gráfico 1: Curva de possibilidade de produção
Fonte: Viceconti e Neves (2010, p. 3)
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no eixo das abscissas (horizontal) a produção de parafusos do tipo A e no eixo 
das ordenadas (vertical) a produção de parafusos do tipo B. A união das possi-
bilidades/combinações de produção por uma curva originam a então discutida 
curva ou fronteira de possibilidades de produção. 
Analisando, ainda que sucintamente, o Gráfico 1, podemos concluir que:
a. Sendo a produção máxima de parafusos do tipo A 20 (vinte) unidades e 
a produção máxima de parafusos do tipo B 5 (cinco) unidades, produzir 
parafusos do tipo B é mais difícil do que produzir parafusos do tipo A.
b. Os pontos sobre a curva ou fronteira de possibilidades de produção nos 
mostram a produção máxima de um bem (parafusos do tipo A), dada a 
produção do outro bem (parafusos do tipo B). Por exemplo, se a firma 
optar por produzir 15 (quinze) unidades do parafuso tipo A, ela poderá 
produzir, no máximo, 2 (duas) unidades do parafuso do tipo B.
c. Pontos internos a CPP (curva ou fronteira de possibilidade de produção) repre-
sentam produção menor do que as possibilidades de produção da empresa, 
ou seja, a firma está operando com capacidade ociosa ou com recursos que 
não estão sendo utilizados de modo eficiente (subutilização dos recursos pro-
dutivos). Por exemplo, suponha que a empresa em questão opte por produzir 
11 (onze) unidades de parafusos do tipo A e 1 (uma) unidade de parafuso 
do tipo B.
d. Pontos fora da CPP representam produção maior do que as possibilidades 
de produção da empresa. Por exemplo, suponha que a referida empresa 
opte por produzir 11 (onze) unidades de parafusos do tipo A e 4 (quatro) 
unidades de parafusos do tipo B. De acordo com os pressupostos assumi-
dos, sabemos que essa combinação de produção é impossível, haja vista que 
os recursos produtivos e a tecnologia que a unidade produtiva em ques-
tão dispõe são fixos ou constantes e insuficientes para tais quantidades. 
e. A questão mais relevante a ser apontada é de que aumentos na produção 
de um dos parafusos (por exemplo, do tipo B) só acontecerão em detri-
mento da produção do outro tipo de parafuso (por exemplo, do tipo A), 
isto, se a empresa estiver em pontos situados na CPP. Em outras palavras, 
para obterem-se mais dos parafusos do tipo B, seria necessário sacrificar 
a produção dos parafusos do tipo A e vice-versa.
A quantidade perdida dos parafusos do tipo A que essa empresa precisa incorrer 
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26 - 27I
para aumentar a produção de parafusos do tipo B (ou vice-versa) é denominada 
de custo de oportunidade, que, segundo Mendes (2004, p. 8), é um dos “prin-
cípios fundamentais para a análise econômica”. 
De acordo com Móchon (2007), o custo de oportunidade deve ser entendido 
mediante a curva de possibilidades de produção como aquilo que renunciamos 
para obter algo. 
Em termos mais precisos, 
O custo de oportunidade de uma decisão é aquilo a que se deve renun-
ciar para obter algo. Em outras palavras, o custo de oportunidade de 
um bem ou serviço é a quantidade de outros bens ou serviços a que se 
deve renunciar para obtê-lo (MÓCHON, 2007, p. 4).
No caso do Gráfico 1, denominamos custo de oportunidade de parafusos do tipo B 
o número de parafusos do tipo A que é preciso deixar de produzir para produzi-lo. 
Como mostra o Quadro 2, incrementos na produção de parafusos do tipo B elevam 
cada vez mais o custo de oportunidade, ou seja, o custo de oportunidade é crescente.
O custo de oportunidade é crescente em decorrência da transferência de recursos 
produtivos a uma “nova produção”, ao passo que tais recursos se mostram menos aptos 
à nova atividade. Diante disso, a transferência dos recursos produtivos vai ficando 
cada vez mais complexa e onerosa. Em outras palavras, os recursos produtivos não 
são completamente adaptáveis em outras linhas de produção (VASCONCELLOS; 
GARCIA, 2011).
Logo, os custos de oportunidade de se produzir uma unidade de parafusos do 
tipo B são duas unidades de parafuso do tipo A (diferença entre 20 e 18). Observe 
que o parafuso seguinte (do tipo B) tem um custo de oportunidade maior, ou seja, 
de três parafusos do tipo A (intervalo entre 18 e 15) e assim sucessivamente.
Assim sendo, a curva de possibilidades de produção nos ilustra o problema da 
escassez, haja vista que num dado período de tempo “empresas” possuem fatores 
de produção e nível tecnológico constantes, de modo que a produção de um bem 
advém das custas do outro.
Vale ressaltar que as análises e discussões aqui realizadas para esta empresa 
hipotética podem ser empregadas também para uma economia qualquer em que 
apenas dois bens pudessem ser produzidos e para a qual os fatores de produção e o 
nível tecnológico fossem fixos ou constantes. 
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CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS 
Segundo Mendes (2004), os meios de satisfação das necessidades humanas, ou 
seja, os produtos, podem ser classificados de acordo com a sua natureza e de 
acordo com o seu destino.
De acordo com sua natureza, são classificados em bens e serviços. De acordo 
com seu destino, são classificados em bens e serviços de consumo ou finais e 
em bens e serviços intermediários. 
Entende-se por bens todos os produtos tangíveis (que podem ser tocados, 
apalpados) como, por exemplo, alimentos, eletroeletrônicos, imóveis, automóveis, 
entre outros. Já por serviços entende-se todos os produtos intangíveis (intocá-
veis), entre eles, assistência médica e educacional. 
Os bens e serviços de consumo ou finais são por sua vez aqueles de consumo 
duráveis ou de consumo imediato, tais como refrigeradores, televisões, alimen-
tos, produtos de higiene pessoal etc.
Enfim, os bens e serviços intermediários são aqueles que são alocados na pro-
dução de outros bens e serviços. Tais bens e serviços são totalmente consumidos 
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durante o processo produtivo como, por exemplo, a matéria-prima ou insumos.
Vale destacar que os bens e serviços de produção ou bens de capital (máqui-
nas, equipamentos etc.) são aqueles que não são consumidos totalmente no 
processo produtivo, embora se depreciem ao longo do tempo, assim,são consi-
derados bens e serviços finais e não bens e serviços intermediários. 
ATIVIDADES DE PRODUÇÃO (OU SETORES DA ECONOMIA)
Em todas as atividades de produção ou setores da economia estão inseridos os 
fatores de produção ou recursos produtivos (terra ou recursos naturais, mão de 
obra ou trabalho e capital) e as técnicas de produção (MENDES, 2004).
Destaca-se que, com base em Mendes (2004), dependendo da atividade de 
produção, tais recursos e técnicas variam em intensidade, ou seja, em cada um 
dos setores da economia são empregados recursos e técnicas em proporções 
diferentes.
O quadro a seguir mostra os recursos utilizados em cada tipo de atividade.
O autor nos explica ainda que a intensidade/proporção de uso/emprego dos 
fatores de produção ou recursos produtivos classifica as atividades de produção 
ou setores da economia (vide Quadro 3) em atividades primárias, secundárias 
e terciárias de produção.
ATIVIDADES PRIMÁRIAS 
DE PRODUÇÃO
Agricultura (lavouras permanentes, temporárias, 
horticultura, floricultura); pecuária (criação e abate 
de gado, de suínos e aves, pesca e caça); extração 
vegetal (produção florestal: silvicultura e refloresta-
mento).
ATIVIDADES 
SECUNDÁRIAS DE 
PRODUÇÃO
Indústria extrativa mineral (minerais metálicos e 
não metálicos); indústria de transformação (produ-
tos alimentícios, minerais não metálicos, metalur-
gia, mobiliário, química, fiação e tecelagem, vestuá-
rio, calçados, material elétrico, de telecomunicações 
e de transporte, produtos de matérias plásticas, be-
bidas, fumos), indústria da construção (obras públi-
cas, construções privadas).
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ATIVIDADES TERCIÁRIAS 
DE PRODUÇÃO
Comércio (atacadista e varejista); transportes (ro-
doviários, ferroviários, hidroviários e aeroviários); 
comunicações (telecomunicações, correios e telé-
grafos, radiofusão e TV); intermediação financeira 
(bancos, seguradoras, distribuidoras e corretoras de 
valores e bolsas de valores); imobiliárias (comércio 
imobiliário, administração e locação) hospedagem 
e alimentação (hotéis, restaurantes, bares e lancho-
netes); reparação e manutenção (máquinas, veícu-
los e equipamentos); serviços pessoais (cabeleirei-
ros, barbeiros); outros serviços (assistência à saúde, 
educação, cultura, lazer, culto religioso) e governo 
(federal, estaduais e municipais).
Quadro 3: Classificação das atividades de produção ou setores da economia
Fonte: Mendes (2004, p.11)
Como mostra a tabela anterior, as atividades primárias são mais intensivas em 
recursos naturais, a secundária no capital e o terciário em mão de obra ou tra-
balho (MENDES, 2004).
Participação da indústria no PIB é a menor desde 1955 
28 de agosto de 2013 | 2h 10
Roger Marzochi – O Estado de S.Paulo. 
A participação da indústria de transformação no Produto Interno Bruto (PIB) 
foi de 13,3% em 2012, retrocedendo ao nível que o setor tinha na economia 
em 1955, antes da implantação do Plano de Metas de Juscelino Kubitschek. 
E, mantida as atuais condições de crescimento, essa participação deverá cair 
para 9,3% em 2029. 
(...) 
Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,participa-
cao-da-industria-no-pib-e-a-menor-desde-1955-,1068592,0.htm>. Acesso 
em: 05 jan. 2013.
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30 - 31I
O SISTEMA ECONÔMICO CAPITALISTA (OU ECONOMIA 
DE MERCADO)
Define-se sistema econômico como a forma na qual uma sociedade está planejada e/
ou organizada. O referido planejamento e/ou organização ocorre em termos econô-
micos, políticos e sociais. O principal objetivo de tal planejamento e/ou organização 
é fazer crescer as atividades econômicas, que por sua vez são as atividades de pro-
dução, distribuição e consumo de bens e serviços (VICECONTI; NEVES, 2010).
As instituições que desenvolvem e/ou fazem crescer as atividades econômicas 
são nominadas agentes econômicos e são divididas, de acordo com Viceconti e 
Neves (2010), em quatro classes: unidades produtivas ou empresas, unidades fami-
liares ou famílias, setor público ou governo e setor externo ou resto do mundo.
As unidades produtivas ou empresas são as instituições responsáveis pela 
produção de bens e serviços de uma nação. Diante disso, para realizar suas ativi-
dades, demandam ou procuram fatores de produção (terra ou recursos naturais; 
mão de obra ou trabalho e capital), que são por sua vez recompensados por meio 
de remuneração. O principal objetivo das unidades produtivas ou empresas em 
uma economia de mercado é a obtenção de lucros.
As unidades familiares ou famílias são as instituições que oferecem os ser-
viços dos fatores de produção às unidades produtivas ou empresas. O principal 
objetivo das unidades familiares ou famílias em uma economia de mercado é a 
obtenção de remuneração. Destaca-se ainda que os proprietários das unidades 
produtivas ou empresas fazem parte concomitantemente das duas instituições 
supracitadas, ou seja, enquanto responsáveis pela produção, fazem parte da ins-
tituição unidades produtivas ou empresas e, enquanto proprietários dos fatores 
de produção, das unidades familiares ou famílias. A tal instituição cabe ainda o 
consumo dos bens e serviços produzidos na economia.
Compõem o Setor Público ou Governo os entes da administração direta, nos 
âmbitos federal, estadual e municipal. O principal objetivo do Governo em uma 
economia de mercado é oferecer bens e serviços à coletividade, de modo a satisfazer 
o maior número de necessidades e assim elevar o bem-estar de todos. As empresas 
públicas e as sociedades de economia mista, por objetivarem lucros, não são con-
sideradas nesta instituição e sim na instituição unidades produtivas ou empresas.
O Sistema Econômico Capitalista (ou Economia de Mercado)
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30 - 31
O setor externo ou resto do mundo 
é composto por todas as instituições que 
mantêm relações econômicas com o país/
economia que se está analisando e que 
tenham sua estrutura física fora das fron-
teiras geográficas deste.
Assim sendo, visando desenvolver e/ou 
fazer crescer as atividades econômicas, cabe 
a toda economia o estabelecimento de suas 
normas. Normas estas que devem ser res-
peitadas/cumpridas por todos os agentes. Por exemplo, as unidades produtivas 
devem ter autorizações específicas, entre elas, o alvará de funcionamento para 
atuar, ou seja, para produzir e comercializar seus produtos. Essa é apenas uma 
das normas que compõem as inúmeras existentes nas economias. Tais normas e 
suas relações com as unidades produtivas e familiares, bem como com os setores 
público e externo, formam o que chamamos de sistema econômico.
Os mais relevantes tipos de sistema econômico são: o capitalismo e o socia-
lismo3. Aqui, trataremos apenas do capitalismo, haja vista que o sistema econômico 
em questão é o sistema no qual a maioria das economias está inserida. O referido 
sistema econômico depende das forças de demanda (consumidores) e de oferta (pro-
dutores) para determinar preços, alocar recursos e distribuir a renda e a produção, 
ao passo que o governo pouco se envolve na tomada de decisões (MENDES, 2004). 
Determinados a obter lucros cada vez maiores, os proprietários dos fatores 
de produção ou recursos produtivos (os fatores de produção ou recursos produ-
tivos são de propriedade privada) tomam as decisões de produção.
Destaca-se que os lucros e prejuízos que por ventura ocorram são resultados 
das referidas decisões. Tais decisões tendem a afetar diretamente consumidores 
e produtores, ao passo que os consumidores, dado seu nível de renda, buscam 
maximizar suas satisfações, e os produtores, dados os seus fatores de produção 
ourecursos produtivos, buscam maximizar seus lucros.
3 A base do socialismo, como um sistema econômico, é a propriedade coletiva ou estatal dos recursos produtivos, sendo 
que o Estado toma as decisões. As indústrias são de propriedade da sociedade como um todo. O controle da propriedade 
é mantido pelo Estado para o mútuo benefício da população (MENDES, 2004, p. 16).
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CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM ECONOMIA
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32 - 33I
Nesse ínterim, os preços de mercado são os responsáveis por nortear as deci-
sões das firmas e dos indivíduos no quesito produção, distribuição e consumo. 
Contudo, vale ressaltar que neste tipo de sistema econômico em todos os tipos 
de atividades/segmentos a concorrência é extremamente acirrada.
Domingo, julho 14, 2013
As manifestações no Brasil e a crise do capitalismo
Rall
(...)
Quando o capitalismo atinge o limite absoluto, as instituições criadas para 
garantir o funcionamento dessa forma social passam a não responder, seja 
na condução da economia, seja para mitigar os efeitos desastrosos sob as 
condições de vida. Daí a percepção, ainda que difusa e não de todo cons-
ciente, de que os partidos políticos, os sindicatos, a justiça, a infraestrutu-
ra, o transporte, a educação, saúde e outros setores que desempenham as 
chamadas funções de Estado, não mais funcionem ou funcionam precaria-
mente. O discurso ideológico que quer separar o Estado do mercado não 
enxerga que ambos são partes da mesma totalidade, a sociedade produtora 
de mercadorias. Foram construindo-se e redefinindo-se nos momentos de 
bonança e crise, numa relação íntima, mesmo nos momentos em que o pri-
meiro parece soberano e ganha certa autonomia. A separação formal que 
se faz é uma abstração, pode levar partidos e movimentos ao auto-engano, 
acreditando no Estado enquanto um ente que pode se descolar das relações 
capitalistas e fazer a revolução. 
(...)
Fonte: <http://rumoresdacrise.blogspot.com.br/2013/07/as-manifestaco-
es-no-brasil-e-crise-do.html>. Acesso em: 21 out. 2013.
O Sistema Econômico Capitalista (ou Economia de Mercado)
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Em síntese, conforme nos mostra o Quadro 4, as principais características do 
sistema econômico capitalista são:
PROPRIEDADE 
PRIVADA
Dos fatores de produção, dos bens de consumo (duráveis e não 
duráveis) e do dinheiro.
SISTEMA DE 
PREÇOS
Responsável pelo controle do funcionamento da economia: se-
leção de bens e quantidades a serem produzidos; combinação 
e distribuição dos fatores de produção; seleção de técnicas e 
métodos de produção/organização e distribuição dos bens en-
tre membros da sociedade.
LUCRO Incentivo à produção. Diferença entre Receita Total e Custo To-
tal de produção.
COMPETIÇÃO De grande importância. Entre as empresas e entre os proprie-
tários dos recursos, apesar da constante/crescente presença de 
oligopólios e monopólios nos mercados.
GOVERNO Papel limitado, apesar da elevada participação do governo nas 
atividades econômicas nos dias atuais.
Quadro 4: Principais características do Capitalismo
Fonte: Mendes (2004, pp-. 17-18)
Ainda que sejam inúmeras as críticas apontadas ao modo de produção em questão, 
esse tipo de sistema econômico, até então, tem-se revelado a opção mais eficaz a 
título de organização da atividade econômica. Segundo Mendes (2004, p. 18-19), 
estudiosos do assunto apontam o “a) antagonismo entre o capital e o trabalho; 
b) a presença de elementos monopolísticos e c) a não solução da justiça social” 
como as mais relevantes falhas do sistema. Em contrapartida, apontam a aloca-
ção dos fatores de produção de modo eficiente como a mais relevante qualidade 
do sistema em questão, ao passo que promove ganhos de produção e bem-es-
tar social. A eficiência na alocação dos recursos produtivos é consequência da 
constante busca pelo aperfeiçoamento, em função da acirrada competição exis-
tente e da incitação ao lucro.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM ECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
34 - 35I
PROBLEMAS BÁSICOS DE UM SISTEMA ECONÔMICO CAPITALISTA
Haja vista que as necessidades humanas são infinitas e os fatores de produção 
são finitos, o sistema econômico capitalista, ao alocar recursos produtivos, con-
frontar-se-á, como nos descreve o Quadro 5, com três problemas básicos: 
O QUE 
PRODUZIR?
Sabe-se que diante do contexto de escassez dos recursos 
produtivos, uma maior produção de um determinado bem/
serviço implicará em uma menor produção de outros bens/
serviços. Diante disso, cada sociedade deverá escolher o que 
produzir. Indiretamente, tal escolha é feita pelos consumidores 
quando gastam suas rendas adquirindo produtos cujos preços 
estão dispostos a pagar.
COMO 
PRODUZIR?
Como produzir refere-se à combinação/ajuste dos recursos 
produtivos e à empregabilidade de técnicas que possibilitem 
um determinado nível de produção ao menor custo possível. 
Os preços dos recursos produtivos nesse processo são funda-
mentais ao passo que apontam os fatores de produção mais 
escassos e que, portanto, devem ser poupados.
PARA QUEM 
PRODUZIR?
Dependente do nível da renda pessoal e de sua distribuição, 
para quem produzir diz respeito à distribuição dos bens/servi-
ços. Em outras palavras, quanto maior a renda de um indivíduo, 
maior será seu consumo.
Quadro 5: Problemas básicos de um sistema econômico capitalista
Fonte: Mendes (2004)
Atuantes em diversos mercados, os agentes econômicos são os responsáveis, nas 
economias capitalistas, pelas possíveis respostas a esses três questionamentos. As 
unidades familiares ou famílias, por exemplo, escolhem que bens/serviços vão 
adquirir, bem como o quanto vão poupar. As unidades produtivas ou empresas, 
por sua vez, escolhem os bens/serviços que vão produzir e de que modo vão pro-
duzi-los. O setor público ou governo escolhe os projetos/programas que serão 
implantados e como os mesmos serão financiados. Por fim, o setor externo ou 
resto do mundo decide com quais países a economia em questão manterá rela-
ções comerciais (MOCHÓN, 2007).
O Sistema Econômico Capitalista (ou Economia de Mercado)
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34 - 35
FUNCIONAMENTO DE UM SISTEMA ECONÔMICO CAPITALISTA
As bases de um sistema econômico capitalista podem ser melhor discutidas por 
meio de um modelo de economia de mercado que não considere interações com 
o setor público ou governo e com o setor externo ou resto do mundo. Observe 
que as instituições familiares e produtivas nesse modelo interagem em apenas 
dois mercados, sendo eles o mercado de bens e serviços e o mercado de fato-
res de produção (MENDES, 2004). 
Nessa direção, as unidades familiares oferecem no mercado de fatores de 
produção recursos produtivos. As unidades produtivas, por sua vez, oferecem 
no mercado de bens e serviços sua produção. Por outro lado, as unidades fami-
liares demandam no mercado de bens e serviços a produção das empresas, ao 
passo que as unidades produtivas demandam no mercado de fatores de produ-
ção os recursos produtivos. Essa interação entre agentes econômicos e mercados 
é chamada de fluxo real da economia (VASCONCELLOS, GARCIA, 2011).
Entretanto, tal interação só é possível com a presença da moeda, que é 
empregada para remunerar as famílias pelo uso dos recursos produtivos, bem 
como para o pagamento dos bens e serviços adquiridos. Diante disso, tem-se 
um fluxo monetário. A união dos fluxos real e monetário da economia origina o 
que chamamos de Fluxo Circular de renda. O Quadro 6 descreve sucintamente 
as interações que compõem esse fluxo (VASCONCELLOS; GARCIA, 2011).
ATIVIDADE
MERCADO DE BENS E 
SERVIÇOS
MERCADO DE FATORES DE 
PRODUÇÃO
Fluxo Real
Produtos dasempresas 
para satisfazer as necessi-
dades dos consumidores.
Os principais fatores de produção 
são: Terra ou Recurso Natural, Mão 
de obra ou Trabalho e Capital.
Fluxo 
Monetário
As famílias transferem 
parte de suas rendas às 
empresas, ao adquirirem 
seus produtos.
As empresas remuneram as famílias 
pelo uso dos fatores, por meio de:
Salários (trabalho).
Dividendos (Capital).
Juros (Capital).
Lucros (Capital).
Aluguel (T ou RN).
CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM ECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
36 - 37I
ATIVIDADE
MERCADO DE BENS E 
SERVIÇOS
MERCADO DE FATORES DE 
PRODUÇÃO
Oferta Exercida pelas instituições produtivas.
Exercida pelas instituições 
familiares.
Demanda Exercida pelas instituições familiares.
Exercida pelas instituições 
produtivas.
Interação Por meio dos preços dos produtos. Por meio dos preços dos fatores.
Quadro 6: Interações entre famílias e empresas nos mercados de bens e serviços e de fatores de produção
Fonte: Mendes (2004, p. 22)
Destaca-se que, tanto no mercado de bens e serviços quanto no mercado dos fato-
res de produção, visando determinar os preços, as forças da oferta e da demanda 
atuam em conjunto. Assim sendo, no mercado de bens e serviços, essa interação 
forma os preços dos produtos, ao revés do mercado de fatores de produção, que 
forma os preços dos recursos produtivos (VASCONCELLOS; GARCIA, 2011).
Por fim, vale ressaltar que as interações entre famílias e empresas, nesses 
mercados, são limitadas pela escassez. Em outras palavras, as famílias, embora 
tenham desejos ilimitados, possuem rendas limitadas ao passo que empre-
sas, devido a recursos produtivos finitos, incorrem em restrições de produção 
(MENDES, 2004). 
DIVISÃO DA CIÊNCIA ECONÔMICA
Devido a fins metodológicos para estudos econômicos, divide-se a ciência eco-
nômica em duas grandes áreas, sendo elas a microeconomia e a macroeconomia.
A microeconomia, segundo Viceconti e Neves (2010, p. 9), “é o ramo da 
teoria econômica que estuda o funcionamento do mercado de um determinado 
produto ou grupo de produtos”. Em outras palavras, estuda a interação entre 
compradores e vendedores em determinados mercados como, por exemplo, no 
mercado de produtos alimentícios.
Assim sendo, o estudo da microeconomia está voltado, entre outros, para: 
Divisão da Ciência Econômica
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a) instituições individualizáveis, isoladamente ou em grupos homogêneos; b) 
comportamento dos consumidores; c) comportamento das empresas; d) estru-
turas e mecanismos de funcionamento dos mercados; e) funções e imperfeições 
dos mercados; f) remuneração paga aos agentes e à repartição funcional da renda 
nacional e g) preços que as empresas recebem por suas produções (ROSSETTI, 
2008). Nas unidades II e III, serão abordadas as noções básicas que envolvem 
essa área da Teoria Econômica. 
A macroeconomia por sua vez “é o ramo da teoria econômica que estuda 
o funcionamento da economia como um todo, procurando identificar e medir 
inúmeras variáveis”, tais como: nível de produção total, investimento agregado, 
poupança agregada, nível de emprego, nível geral de preços, etc. (VICECONTI; 
NEVES, 2010, p. 9).
Dessa forma, o estudo da macroeconomia está voltado, entre outros, para: 
a) a economia em seu conjunto; b) o desempenho total da economia, dado as 
causas e os mecanismos de correção das flutuações; c) os agregados macroeco-
nômicos, tais como PIB e RN; d) as relações entre macrovariáveis, tais como 
investimento e nível de emprego; e) as medidas de tendência central, tais como 
taxas de juros e de câmbio; f) as trocas internacionais e g) o crescimento e desen-
volvimento das economias (ROSSETTI, 2008). As noções básicas que envolvem 
essa área da teoria econômica serão tratadas nas unidades de número IV e V. 
Macroeconomia e microeconomia: a convergência de seus conteúdos. 
É evidente que as metas básicas macroeconômicas e microeconômicas são 
compatíveis: o máximo de bem-estar para a população como um todo, cuja 
realização é o objetivo primordial da política econômica somente pode ser 
conseguido com a conjunção da plena utilização com a alocação ótima. São, 
assim, convergentes os focos e os conteúdos da macro e da microeconomia.
Fonte: Shapiro (1991 apud ROSSETTI, 2008, p. 72)
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CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM ECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
38 - 39I
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para concluir o conteúdo abordado e as discussões propostas nesta unidade, 
por meio do saiba mais, reflita e atividade de autoestudo, vamos relembrar aqui, 
ainda que brevemente, tudo o que estudamos.
Você se lembra que, num primeiro momento, aprendemos/discutimos sobre 
os problemas econômicos que todas as sociedades enfrentam? Pois bem, nesse 
contexto, nos concentramos em entender os tradicionais fatores de produção; 
as necessidades humanas ilimitadas; a curva de possibilidades de produção; a 
classificação dos produtos e as atividades de produção ou setores da economia.
Sequencialmente, aprendemos/discutimos o sistema econômico capitalista 
ou economia de mercado, mais especificamente, os problemas básicos e o fun-
cionamento de um sistema econômico capitalista.
Por fim, aprendemos/discutimos sobre a divisão da ciência econômica em 
duas grandes áreas, sendo elas a Microeconomia e a Macroeconomia, que decorre 
de fins metodológicos para estudos econômicos. 
Em outras palavras, agora você compreende por que a economia é uma ciên-
cia da escassez; reconhece a contradição existente entre fatores de produção e 
necessidades humanas; define economia e suas atividades de produção; analisa 
a C.P.P. (curva ou fronteira de possibilidades de produção); entende o conceito 
de custo de oportunidade; discute os problemas econômicos fundamentais e 
explica o funcionamento de um sistema econômico capitalista.
Em suma, você domina/conhece conceitos fundamentais em economia e está 
apto a compreender/analisar, ainda que de modo geral, o mundo/sociedade em 
que vivemos principalmente no âmbito dos negócios, cenário onde a economia 
se faz presente continuamente.
38 - 3938 - 39
1. Por que a economia é uma ciência da escassez ou das escolhas?
2. O que a curva de possibilidades de produção explica?
3. O que é custo de oportunidade? Exemplifique.
4. Explique os três problemas econômicos fundamentais que todas as sociedades 
enfrentam.
5. De que modo se constitui o fluxo circular de renda?
MATERIAL COMPLEMENTAR
CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM ECONOMIA
Introdução à Economia: Princípios de Micro e Macroeconomia
MANKIW, N. Gregory 
Editora: Campus
Sinopse: Esta é uma introdução à economia totalmente voltada para 
os estudantes da graduação. Com questões e conteúdos atuais, o livro 
mostra a relação entre economia, política e atualidade e busca dar ao 
estudante uma base sólida de conhecimentos dos principais tópicos 
da Economia. O objetivo desse livro é ajudar os estudantes a aprender 
as lições fundamentais de economia e mostrar-lhes que essas lições 
podem ser aplicadas ao mundo em que vivem.
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Professora Dra. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
INTRODUÇÃO À 
MICROECONOMIA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Discutir os fundamentos da teoria do consumidor.
 ■ Entender a teoria da demanda.
 ■ Estudar a teoria da oferta.
 ■ Compreender o equilíbrio de mercado.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Fundamentos da teoria do consumidor
 ■ Teoria da demanda
 ■ Teoria da oferta
 ■ Equilíbrio de mercado
42 - 43
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) acadêmico(a),
Seja bem-vindo(a) à segunda unidade do nosso livro Economia e Sociedade. 
Agora que você já conhece alguns conceitos básicos e fundamentais para o enten-
dimento da economia e já sabe que esta ciência tão fantástica é dividia em duas 
grandes áreas,microeconomia e macroeconomia, poderemos dar início ao estudo 
da primeira grande área, a qual irá fazer uma introdução à microeconomia.
Então, nesta segunda unidade, irei apresentar a você como os agentes eco-
nômicos família e empresa tomam suas decisões de compra e venda de bens e 
serviços e como o preço e quantidade são formados. Para atingir o objetivo prin-
cipal, a unidade está dividida em quatro tópicos.
No primeiro tópico, discutiremos os fundamentos da teoria do consumi-
dor, que mostra como os consumidores escolhem quais são os bens e serviços 
que irão demandar e em qual quantidade. Na segunda parte, apresentarei a tão 
famosa teoria da demanda, onde definiremos demanda e veremos quais são os 
fatores que afetam a demanda, tanto aumentando-a quanto reduzindo-a.
No terceiro tópico, estudaremos o outro lado da relação, ou seja, a lei da 
oferta. Aqui será apresentado o lado da empresa e o que faz com que ela aumente 
ou reduza a quantidade que ela deseja produzir e vender. E para finalizar a uni-
dade, veremos as curvas de demanda e de oferta atuando conjuntamente. E é 
nesta relação que o preço e quantidade que conhecemos são formados.
Bons estudos e um forte abraço, 
Prof.ª Dra. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
FUNDAMENTOS DA TEORIA DO CONSUMIDOR
Na unidade I, foi apresentado que família e empresa são agentes econômicos e 
fazem parte do sistema econômico. Neste tópico, estudaremos apenas as famí-
lias, que são os consumidores e seus comportamentos em relação às decisões 
Introdução
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44 - 45II
de consumo. Você saberia me dizer 
quais são os fatores que os consu-
midores levam em consideração ao 
escolher um determinado conjunto 
de bens e serviços? 
No geral, os consumidores pos-
suem algumas características na 
relação entre a renda disponível e 
a escolha por bens e serviços. Você 
saberia me dizer quais são estas 
características? Você, por exemplo, 
como escolhe um determinado bem 
ou serviço?
As características que a maioria 
dos consumidores tem são, segundo 
Mendes (2009):
 ■ Excluindo a poupança, os consumidores gastam toda sua renda em bens 
e serviços.
 ■ Os consumidores gastam sua renda em mais de um bem ou serviço, ou 
seja, possuem cestas de bens, que veremos mais para frente.
 ■ Como vimos, as necessidades humanas são ilimitadas, por este motivo, 
os consumidores raramente estão satisfeitos com a quantidade de pro-
dutos comprados.
 ■ Os consumidores procuram maximizar1 a satisfação total, dado sua renda 
e os preços dos bens.
A partir dessas características, sabemos que as pessoas têm preferência por alguns 
bens e serviços em relação a outros, ou seja, os consumidores, também conheci-
dos como famílias, são capazes de colocar as cestas de bens e serviços em ordem, 
de acordo com suas preferências. Estas cestas serão compostas por quantidades 
somente de dois bens e ou serviços. Essa situação pode ser representada a seguir:
1 Maximizar significa atribuir um valor mais alto possível.
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C = (Q1, Q2)
Onde: 
 C = cesta de bens e serviços
Q1 = quantidade do bem ou serviço 1
Q2 = quantidade do bem ou serviço 2
Mas como essa escolha por determinada cesta de bens e serviços é feita? A esco-
lha que o consumidor faz por determinadas cestas de bens e serviços em relação 
a outras é feita à partir de três pressupostos2:
 ■ Mais é melhor do que menos – os consumidores preferem maiores quan-
tidades a menores.
 ■ A preferência é completa – os consumidores são capazes de comparar 
duas ou mais cestas de bens e serviços e escolher a que mais o agrada.
 ■ A preferência é transitiva – dados três cestas, A, B e C, e comparando duas 
cestas por vez, entre A e B, o consumidor prefere a cesta A. Entre B e C, o 
consumidor prefere a cesta B. Então, entre A e C, o consumidor irá pre-
ferir a cesta A. Essa situação pode ser vista no esquema abaixo.
A > B
B > C
Então, A >C
Para melhor entender o terceiro pressuposto, vamos pensar no seguinte exem-
plo: José, nosso consumidor, possui três cestas de bens e serviços disponíveis, A, 
B e C, dado a sua renda e o preço dos bens, conforme situação abaixo.
Cesta A = (2 canetas, 3 borrachas)
Cesta B= (1 caneta, 2 lápis)
Cesta C = (1 lápis e 2 borrachas)
Entre a cesta A e a cesta B, José prefere a cesta A. Entre a cesta B e a cesta C, ele 
escolherá a cesta B. Então, como a A ganhou da B, e a B ganhou da C, se com-
pararmos as cestas A e C, José preferirá a A.
2 Pressuposto é uma hipótese, ou seja, estamos partindo do princípio de alguma coisa.
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
46 - 47II
UTILIDADE
Os pressupostos da teoria do consumidor mostram as preferências de um deter-
minado consumidor através de uma função, a chamada função utilidade, que 
é definida por Mendes (2009) como sendo o benefício ou satisfação que o con-
sumo de um bem ou serviço poderá gerar a uma pessoa. A função utilidade pode 
ser representada como sendo:
U = f (Q1, Q2)
Onde: 
 U = utilidade
 f = uma representação matemática que significa “em função de que”
Q1 = quantidade do bem 1
Q2 = quantidade do bem 2
Existem dois tipos de utilidade, a total e a marginal. A utilidade total é a satisfa-
ção completa (total) pelo consumo de todas as quantidades consumidas de um 
determinado bem ou serviço. A utilidade total é crescente até um certo ponto, o 
chamado ponto de saturação, após esse ponto, ela vai decrescendo.
Diferente da utilidade total, a utilidade marginal é a satisfação gerada pelo 
consumo de uma unidade a mais de um determinado bem ou serviço. A utili-
dade marginal explica uma das características que foram citadas no início desta 
unidade, a que o consumidor não gasta toda a sua renda em um único bem ou 
serviço, pois, se formos explicar de forma bem radical, ele enjoa. 
Diferente da utilidade total, a utilidade marginal é decrescente, ou seja, reduz 
à medida que a pessoa vai consumindo quantidades adicionais de um bem ou 
serviço, mantendo os demais constantes.
Para melhor entendimento da diferença entre utilidade total e marginal, 
Mendes (2009) apresenta um exemplo que iremos utilizar com algumas altera-
ções. Imagine José, nosso consumidor, no deserto do Saara, morrendo de sede. 
Ele encontra um vendedor de água e como está com sede e tem dinheiro com-
prará copos de água. Para o primeiro copo, José está disposto a pagar um valor 
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muito alto pela água, por exemplo, 70 reais, pois o grau de satisfação que o con-
sumo deste copo trará é muito alto. Já, no segundo, José está disposto a pagar um 
valor ainda alto, mas não tão alto quanto pagou pelo primeiro copo, por exem-
plo, 50 reais. E assim sucessivamente, até chegar ao décimo copo, no qual José 
não está mais disposto a pagar nada pela água, pois o décimo copo não trará 
mais benefícios ao nosso consumidor. E se continuarmos analisando cada pos-
sível copo consumido chegaremos a um valor negativo, ou seja, o consumo, por 
exemplo, do décimo primeiro copo gera uma repulsa.
Colocando essa situação na tabela abaixo.
QUANTIDADE DE COPOS DE ÁGUA UTILIDADE TOTAL UTILIDADE MARGINAL
0 0 -
1 70 70
2 120 50
3 165 45
4 190 25
5 210 20
6 225 15
7 235 10
8 240 5
9 242 2
10 243 1
Tabela 1: Utilidades Total e Marginal do consumo de copos de água por José
Fonte: Mendes (2009)
A Tabela 1 representa as utilidades total e marginalde José ao consumir os 
copos de água. Como você vê, o valor que José está disposto a pagar por cada 
copo reduz à medida que o consumo aumenta, sendo o primeiro copo 70 reais, 
e o décimo copo, apenas um real. Então, você percebeu que a utilidade mar-
ginal foi caindo, ou seja, o grau de satisfação de José por cada copo de água 
reduz ao longo do consumo. Já a utilidade total, que é a soma de todas as uti-
lidades, aumentou. 
Para melhor visualizar esta situação, vamos representá-la em um gráfico.
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
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48 - 49II
Gráfico 2: Representação das curvas de utilidades total e marginal
Fonte: elaborado pela autora 
O Gráfico 2 confirmou o que eu vinha afirmando até agora sobre a função utili-
dade: a utilidade total aumenta conforme aumenta a quantidade consumida de 
um determinado bem ou serviço, e a utilidade marginal decresce à medida que 
aumenta o consumo de um determinado bem ou serviço. 
Na prática, essa situação acontece em um rodízio de pizzas ou carnes, por exem-
plo: quando chegamos ao restaurante, estamos com tanta fome que o primeiro 
pedaço de pizza gera um grau de satisfação enorme. Porém, conforme vamos 
comendo, nossa fome vai acabando, e a satisfação gerada vai reduzindo até chegar 
U
Q
Utilidade Total
Utilidade marginal
Nada é mais útil do que a água, mas dificilmente, ela nos permitirá comprar 
algo escasso... Um diamante, em contraste, em escasso de valor de uso, mas 
uma grande quantidade de outros bens, frequentemente, ser trocada por ele.
Smith (1976, apud CARVALHO et al. 2008)
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ao ponto em que não queremos mais pizza e 
pedimos ao garçom para não oferecer mais 
(utilidade marginal negativa).
É importante observar que represen-
tei a utilidade tanto total como marginal, 
através de dinheiro, mas apenas para faci-
litar o entendimento. Como a utilidade é a 
satisfação gerada pelo consumo de bem ou 
serviço, não é fácil quantificar, pois o grau de satisfação é diferente para cada pessoa. 
Então, utilidade não é medida através de números e sim pelo grau de satisfação.
CURVA DE INDIFERENÇA
Outra curva importante que deve ser analisada, antes de estudarmos a teoria da 
demanda de fato, é a curva de indiferença, que mostra as cestas que o consumi-
dor considera indiferente, ou seja, as possíveis cestas que o consumidor desejaria 
adquirir, de acordo com os pressupostos que estudamos no início da unidade. 
Claro que irei apresentar a curva de indiferença de forma simplificada, pois este 
é um livro de introdução à economia. 
Vamos supor que José consuma refrigerante e pipoca, conforme a sua renda 
e o preço destes bens, existem quatro cestas disponíveis.
CESTA QUANTIDADE DE REFRIGERANTES QUANTIDADE DE PIPOCAS
C1 (1,4) 1 4
C2 (2,3) 2 3
C3 (3,2) 3 2
C4 (4,1) 4 1
Tabela 2: Cestas de José compostas por refrigerantes e pipocas
Fonte: elaborada pela autora
A tabela 2 mostra quatro cestas compostas por refrigerantes e pipocas que José 
pode adquirir observando a sua renda e o preço dos bens. Representando a tabela 
2 em gráfico para melhor visualização:
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50 - 51II
Gráfico 3: Curva de indiferença de José para refrigerantes e pipocas
Fonte: elaborado pela autora
Conforme pode ser visto no Gráfico 3, qualquer cesta sobre a curva de indife-
rença é, como o nome já diz, indiferente para José adquirir. Podemos ver também 
que, assim como na curva de utilidade marginal, a curva de indiferença é nega-
tivamente inclinada. O motivo é que, de acordo com os pressupostos da teoria 
do consumidor, “mais é melhor do que menos”.
TEORIA DA DEMANDA
Agora vamos começar o estudo da teoria de demanda, pois até este momento 
vimos os fundamentos da teoria do consumidor. A teoria da demanda tem como 
objetivo tratar das necessidades dos consumidores, ou seja, procura explicar o 
comportamento do consumidor ao escolher bens e serviços.
Na unidade I, você viu que qualquer economia procurar responder a quatro 
perguntas básicas: O que produzir? Quanto produzir? Para quem produzir? Como 
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1 c4
1
2 c3
2
3 c2
3
4 c1
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Refrigerantes
Curva de indiferença
Pipocas
Teoria da Demanda
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produzir? Destas, as três primeiras são respondidas pela teoria do consumidor. 
Mas o que é demanda?
Passos e Nogami (2012) definem demanda como sendo a quantidade de 
um determinado bem ou serviço que um consumidor deseja e está capacitado 
a comprar, por unidade de tempo. A palavra “deseja” está em destaque porque a 
demanda é uma intenção de compra e não a compra efetiva.
Outros três elementos devem ser discutidos sobre a definição de demanda:
a. Só existe demanda se a pessoa puder pagar pelo bem ou serviço. Se não 
puder pagar, não há demanda. Então, sonho de consumo que muitas vezes 
temos não é considerado demanda, pois não podemos pagar por ele.
b. O conceito de demanda está relacionado à ideia de utilidade. Isto mesmo, 
aquela utilidade que vimos no tópico 1 desta unidade. Só existirá demanda 
se aquele bem ou serviço gerar algum tipo de satisfação para o consumi-
dor. Se não gera satisfação, não há demanda, pois quem irá desejar um 
bem ou serviço sem utilidade?
c. A demanda vem sempre acompanhada da unidade tempo, pois a 
demanda altera com o tempo. Se a demanda é uma intenção de com-
pra conforme a renda e o preço do bem, com o tempo o preço altera e 
a renda também, então, a demanda é alterada. Podemos concluir então 
que a demanda é dinâmica!
Agora que você já sabe o conceito de demanda, vamos representá-la grafica-
mente? A curva de demanda é representada, conforme Gráfico 4.
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Gráfico 4: Representação da curva de demanda
Fonte: elaborado pela autora
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INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
52 - 53II
Conforme visto no Gráfico 4, a curva de 
demanda (D) é a relação entre preço (P) e quan-
tidade (Q) e é negativamente inclinada. Você 
sabe me responder por que a curva de demanda é nega-
tivamente inclinada?
A curva de demanda é negativamente inclinada 
porque conforme o preço aumenta, a quantidade que 
os consumidores estão dispostos a adquirir reduz, 
pois se o preço aumentar os consumidores irão subs-
tituir o consumo de um bem pelo seu substituto. Esse 
efeito é chamado de efeito substituição. 
Outro motivo que faz com que a curva de 
demanda seja negativamente inclinada é o cha-
mado efeito renda, que nos diz que, ao aumentar 
a renda, o consumidor irá demandar quantidades 
maiores de um determinado bem.
Então, a utilidade marginal que estudamos explica que a curva de demanda é 
negativamente inclinada, pois, conforme o preço altera, a quantidade demandada 
altera também (efeito substituição), e alterações na renda alteram a quantidade 
demandada (efeito renda).
Para facilitar a explicação acima, vou mostrar um exemplo. José, nosso con-
sumidor, deseja ir ao cinema ver os filmes que acabaram de ser lançados. Nesse 
exemplo, cinema é nosso bem. Dependendo do preço do ingresso, José está dis-
posto a ir mais de uma vez ao mês ao cinema, conforme Tabela 3.
PREÇO DO INGRESSO QUANTIDADES DE IDA AO CINEMA
15 1
12 2
10 3
7 4
5 5
Tabela 3: Demanda por ingressos para cinema de José
Fonte: elaborada pela autora
Teoria da Demanda
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Analisando a tabela 3 e a representando graficamente, podemos ver que, con-
forme o preço do ingresso

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