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Economia e Sociedade

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Prévia do material em texto

ECONOMIA E 
SOCIEDADE
Professora Dra. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; BOECHAT, Andréia Moreira da Fonseca. 
Economia e Sociedade. Andréia Moreira da Fonseca Boechat. 
Reimpresso em 2020.
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 
216 p.
“Graduação - EaD”.
1. Economia. 2. Sociedade. 3. Marketing. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0962-0
CDD - 22 ed. 330
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo
Coordenador de Conteúdo
Silvio Cesar de Castro
Designer Educacional
Aguinaldo José Lorca Ventura Junior
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Fernando Henrique Mendes
Qualidade Textual
Helen Braga do Prado
Cintia Prezoto Ferreira
Ilustração
Bruno Cesar Pardinho
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não somen-
te para oferecer uma educação de qualidade, mas, 
acima de tudo, para gerar uma conversão integral 
das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pi-
lares: intelectual, profissional, emocional e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
A
U
TO
R
A
Professora Dra. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
Possui Doutorado (2016) e mestrado (2011) em Teoria Econômica pela 
Universidade Estadual de Maringá, graduação em Ciências Econômicas pela 
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2007). Professora do Centro 
Universitário Cesumar (UniCesumar), atuando no ensino presencial e à 
distância. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em economia 
industrial, agronegócio, economia do setor público e políticas públicas, 
atuando principalmente nos seguintes temas: defesa da concorrência, 
organização industrial, setores agroindustriais e políticas sociais.
Para informações mais detalhadas sobre sua atuação profissional, pesquisas e 
publicações, acesse seu currículo, disponível no endereço a seguir:
<http://lattes.cnpq.br/2752270036354082>.
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro(a) acadêmico(a), seja muito bem-vindo(a) à disciplina Economia e Sociedade. Eu 
sou a professora Andréia Moreira da Fonseca Boechat, bacharel em Ciências Econômicas 
pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, mestre e doutora em Economia pela Uni-
versidade Estadual de Maringá e irei discutir com você um pouco sobre essa área tão fasci-
nante que é a economia.
A economia é uma ciência social que estuda as necessidades da população, que está pre-
sente na vida de todas as pessoas, sejam físicas ou jurídicas. Mesmo que não tenhamos afi-
nidade com a economia, muitas das nossas decisões são tomadas com base em alguma(s) 
variável(is) econômica(s), assim como todas as decisões do governo, por exemplo, afetam 
as nossas vidas.
Dessa forma, um aluno de graduação, que irá tomar decisões, precisa conhecer os funda-
mentos da economia, já que as empresas, seja ela pequena, média ou grande, estão inseri-
das no ambiente econômico. Então, meu objetivo na disciplina é apresentar os fundamen-
tos da ciência econômica, de modo a levar você à compreensão do ambiente econômico e, 
assim, poder tomar as melhores decisões.
Para atingir o objetivo, nosso livro didático está dividido em cinco unidades. Na primeira, 
iremos discutir os conceitos fundamentais de economia, tais como o descrever o significado 
da economia e explicar os conceitos econômicos fundamentais. O conteúdo desta primeira 
Unidade é fundamental para a compreensão da disciplina como um todo, pois são termos e 
conceitos que dão suporte para a análise econômica.
A economia é dividida em duas grandes áreas de estudo: a microeconomia e a macroeco-
nômica. A microeconomia estuda os agentes econômicos individuais, ou seja, as empresas 
e os consumidores, que chamamos de famílias, e, também, a formação de preço será objeto 
de estudo da Unidade dois.
Por outro lado, a macroeconomia estuda as variáveis agregadas, ou seja, a economia como 
um todo. Assim, praticamente todas asnotícias que lemos e ouvimos são relacionadas à 
macroeconomia, por exemplo, as políticas monetárias, fiscais e cambiais que o governo ela-
bora. Estes serão alguns dos temas que iremos discutir na Unidade III.
Na Unidade IV trabalharemos com a economia internacional, ou seja, vivemos em um 
mundo globalizado; o Brasil se relaciona com os demais países por meio, por exemplo, das 
exportações e importações de bens e serviços, por esse motivo, precisamos compreender 
alguns fundamentos dessa relação.
Finalizaremos a disciplina discutindo um tema muito atual que é a Economia Sustentável 
e do Meio ambiente, pois o modelo econômico de produção e consumo atual não é mais 
viável, pois os recursos produtivos são limitados. Assim, não podemos continuar produzin-
do e consumindo tudo que desejamos e a natureza não consegue mais dar vazão a tanta 
demanda. Então, a compressão da relação economia e meio ambiente se faz necessário.
Preparado(a) para “entrar” nesse mundo tão fantástico que é a economia? Lembre-se, 
qualquer dúvida entre em contato com seu tutor. Bons estudos e um forte abraço.
APRESENTAÇÃO
ECONOMIA E SOCIEDADE
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ECONOMIA
15 Introdução
16 Significado de Economia 
25 Conceitos Econômicos Fundamentais 
40 Considerações Finais 
46 Referências 
47 Gabarito 
UNIDADE II
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
51 Introdução
52 Fundamentos da Teoria do Consumidor 
58 Teoria da Demanda 
68 Teoria da Oferta 
75 Equilíbrio de Mercado 
77 Teoria da Produção 
79 Estruturas de Mercado 
91 Considerações Finais 
97 Referências 
98 Gabarito 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
101 Introdução
102 Fundamentos da Teoria Macroeconômica 
107 Crescimento Econômico e Desenvolvimento Econômico 
113 O Mercado de Trabalho 
120 Políticas Econômicas: Monetária, Fiscal e Cambial 
135 Considerações Finais 
141 Referências 
142 Gabarito 
UNIDADE IV
INTRODUÇÃO À ECONOMIA INTERNACIONAL 
145 Introdução
146 Fundamentos do Comércio Internacional 
149 Regimes Cambiais e o Comércio Internacional 
154 Estrutura do Balanço de Pagamento 
164 O Processo de Globalização 
174 Considerações Finais 
180 Referências 
181 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
ECONOMIA SUSTENTÁVEL E MEIO AMBIENTE
185 Introdução
186 Economia e Meio Ambiente 
196 Teoria do Desenvolvimento Sustentável 
202 Contribuição dos Recursos Naturais Para o Crescimento Econômico 
205 Eficiência Econômica e Mercados 
208 Considerações Finais 
214 Referências 
215 Gabarito 
216 CONCLUSÃO
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Professora Dra. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
CONCEITOS 
FUNDAMENTAIS DE 
ECONOMIA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Descrever o significado de economia.
 ■ Explicar os conceitos econômicos fundamentais.
 ■ Compreender os fundamentos econômicos.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Significado de Economia
 ■ Conceitos Econômicos Fundamentais 
INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a), seja bem-vindo(a) a primeira Unidade do livro Economia 
e Sociedade. Esta é uma unidade muito importante para o entendimento da dis-
ciplina, pois nela você conhecerá os fundamentos econômicos que darão suporte 
às tomadas de decisão que fazem parte do dia a dia de todos os profissionais.
Para isso, a unidade está dividida em três tópicos: no primeiro, iremos estu-
dar o significado de economia, em outras palavras, o que, de fato, as ciências 
econômicas estudam. Você poderá ser surpreendido, pois muitas pessoas acredi-
tam que economia ensina a economizar ou mesmo a investir na bolsa de valores, 
o que não é real. 
A economia envolve muito mais do que simples variáveis, ela é a grande res-
ponsável por alocar, ou seja, distribuir os recursos, que são limitados, entre as 
pessoas. Ainda no primeiro Tópico, veremos os princípios básicos que a regem. 
Você verá que são dez princípios que unificam as ideias centrais da economia e 
dão uma noção sobre o que, de fato, ela trata. Não se preocupe em decorar todos 
eles, procure entendê-los e, com o andamento da nossa disciplina, essas ideias 
serão aprofundadas e ficarão mais claras.
No segundo Tópico, desta primeira Unidade, estudaremos alguns conceitos 
econômicos básicos, conceitos estes que darão suporte para o entendimento da 
disciplina como um todo. Então, fique atento(a) e, caso não tenha ficado muito 
claro algum conceito, volte e releia com muita atenção. Uma dica: ao estudar, 
procure relacionar cada um desses conceitos com a vida prática. 
No terceiro e último Tópico, desta unidade, faremos uma discussão inicial 
e básica sobre a economia política. Esta seção é importante para a compreensão 
dos fundamentos teóricos e ideológicos das ciências econômicas. 
Ao final desta unidade, você será capaz de compreender conceitos econô-
micos fundamentais que influenciam a sociedade como um todo, seja governo, 
empresas, consumidores e os outros países.
Bons estudos! 
Introdução
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CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E16
SIGNIFICADO DE ECONOMIA
Começaremos nossa disciplina entendendo o significado de economia. Você, 
certamente, já se deparou com algumas situações econômicas em seu dia a dia 
e ficou curioso(a) para entender um pouco mais sobre os motivos pelos quais 
determinados fenômenos ocorrem e as possíveis soluções para cada um dos pro-
blemas, tais como:
 ■ Variações na demanda;
 ■ Redução na oferta;
 ■ Desemprego;
 ■ Inflação;
 ■ Alterações na taxa de câmbio;
 ■ Carga tributária;
 ■ Aumento da taxa de juros.
Estes são alguns problemas que a economia estuda. Agora que você já relem-
brou de algumas questões econômicas, deve estar se perguntando: mas o que, 
de fato, é economia?
Em termos etimológicos, a palavra economia vem do grego:
Oikós (casa) + Nomos (norma, lei) = “administração da casa”.
É isso mesmo, a economia funciona da mesma maneira que a nossa casa: tra-
balhamos para receber um salário, dividimos nossa renda para pagar as contas, 
procuramos viver na maior harmonia possível; caso não tenhamos dinheiro para 
todas as contas, pegamos empréstimos; se sobrar dinheiro, fazemos investimen-
tos etc. Da mesma forma que ocorre em uma empresa e em um país.
O que difere é que na economia estudamos os diferentes tipos de sistemas 
econômicos que administram seus recursos, com a finalidade de produzir bens 
e serviços, com o objetivo de satisfazer as necessidades da população (PASSOS; 
NOGAMI, 2012). Então, podemos definir economia como sendo uma ciência 
Significado de Economia
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social que trata do estudo da alocação dos recursos escassos na produção de 
bens e serviços para a satisfação das necessidades ilimitadas ou desejos huma-
nos (MENDES, 2009).
A partir da definição de economia, não podemos deixar de fazer duas observa-
ções: você percebeu que as palavras “recursos escassos” e “necessidades ilimitadas” 
estão em negrito? Isso porque são dois conceitos que precisam ficar muito claros 
para o entendimento da economia. “Recursos escassos” está em negrito, pois a 
escassez, que pode ser definida como a situação em que os recursos são limita-
dos, é a escassez variável, culpada por todos os problemas econômicos. 
Então, podemos afirmar que a economia tem como objeto de estudo a escas-
sez. Se os recursos fossem ilimitados, não haveria economia, ou se as necessidades 
da população fossem limitadas, também não haveria economia, já que todas as 
necessidades seriam satisfeitas. Assim, só existe a economia porque precisamos 
distribuir os recursos produtivos escassos ou limitados, de forma que satisfaça 
todasou a maior parte possível das necessidades humanas.
É importante observar que a escassez está relacionada a diversas variáveis, 
como tempo, dinheiro, espaço físico, matéria-prima, mão de obra, seja especiali-
zada ou não, entre outras; por esse motivo, está presente em todas as economias, 
seja em países ricos, como os Estados Unidos - que é a maior economia do mundo 
- seja em países em desenvolvimento, como os países do continente africano. 
Por exemplo, talvez no Brasil não tenhamos escassez de espaço para produção 
de bens agrícolas, mas no Japão tem; por outro lado, falta tecnologia e no Japão 
não. Compreendeu o funcionamento da escassez? Espero que sim, pois esta é a 
base de todo o estudo da economia.
O termo “necessidades ilimitadas” está destacado, pois, diferentemente 
da escassez, os desejos humanos são ilimitados, ou seja, nunca terminam. Por 
exemplo, temos R$ 50,00 para ir ao shopping comprar uma blusa. Chegando 
lá, compramos uma blusa, mas logo desejamos uma calça ou uma bolsa e 
assim sucessivamente. Sem falar nas necessidades básicas, como alimenta-
ção e moradia. Lembre-se que a economia estuda o todo/agregada; assim, 
mesmo que uma pessoa não tenha, individualmente, desejos ilimitados ou 
que todas suas necessidades sejam satisfeitas, na economia como um todo 
não é assim que funciona.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Resumindo, temos um sério problema quando:
Recursos escassos X Necessidades humanas ilimitadas
Escassez de bens
Problema!
Mais uma vez: caso os recursos fossem escassos, mas as necessidades humanas 
fossem limitadas, não teríamos problema; e se os recursos fossem ilimitados e 
as necessidades humanas também, não haveria problema. O grande problema é 
recursos escassos e necessidades ilimitadas. 
Com base no que discutimos até agora, é possível perceber que a Ciência 
Econômica procura responder, mesmo que de forma parcial, questões como:
 ■ Como os preços são determinados?
 ■ Como reduzir a inflação?
A economia é a ciência da escassez ou das escolhas.
(Judas Tadeu Grassi Mendes)
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 ■ Como melhorar a distribuição de renda de um país?
 ■ Como fazer com que aumente o número de empregos?
 ■ Quais são as funções do governo?
 ■ Por que uma crise internacional afeta a economia nacional?
PRINCÍPIOS DE ECONOMIA
Você já conhece o significado de economia e seu objeto de estudo, que é a escas-
sez. Agora, discutiremos as dez ideias centrais que regem a economia. Mankiw 
(2012) dividiu os dez princípios da economia em três grupos: como as pessoas 
tomam decisões, como as pessoas interagem e como a economia funciona.
Grupo 1: como as pessoas tomam decisões
O comportamento da economia reflete o comportamento das pessoas que dela fazem 
parte. Por essa razão, temos quatro princípios de tomada de decisão individual.
Princípio 1: as pessoas enfrentam trade-offs
Para começarmos a discutir o primeiro princípio, é importante que você saiba o 
que a expressão trade-off significa para a economia. Esta expressão é uma situa-
ção de escolha conflitante, ou seja, quando uma ação tem como objetivo resolver 
um determinado problema e acaba acarretando outros, por exemplo: uma forma 
de fazer com que um país cresça é aquecendo a demanda; porém, ao aumentar 
a demanda, os preços sobem e geram inflação. 
Então, o objetivo inicial, que era fazer com que o Produto Interno Bruto 
(PIB) aumentasse, acabou por fazer com que a taxa de inflação também aumen-
tasse. Nesse caso, existe um trade-off entre crescimento e inflação.
A situação apresentada anteriormente reflete a tomada de decisão, ou seja, 
“nada é de graça”, como diz o provérbio. Na economia, nada é de graça também, 
pois sempre que queremos alguma coisa precisamos abrir mão de outra que gos-
tamos. Assim, precisamos tomar decisões, fazer escolhas e renunciar a algo em 
decorrência de outro objetivo.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
Neste momento, 
por exemplo, você dedi-
cou, digamos, duas horas 
do seu dia para estudar 
a disciplina Economia e 
Sociedade, para isso, você 
teve que abrir mão de outra 
atividade, como ver televi-
são. Porém, você tem outra 
escolha, você pode dividir 
as duas horas entre estudar 
e ver televisão; neste caso, você estará abrindo mão de uma hora de estudo para 
assistir uma hora do seu programa favorito. Essa foi sua escolha. Diariamente, 
ou melhor, a toda hora, temos trade-offs e precisamos fazer escolhas. O governo 
e as empresas também precisam tomar decisões a toda hora.
Princípio 2: o custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la
Como enfrentamos diversos trade-offs, ao tomar decisão é necessário comparar 
os custos com os benefícios gerados para cada alternativa possível. Porém, nem 
sempre o custo de uma ação é muito claro, mas, mesmo assim, precisa ser ava-
liado. Por exemplo: você resolveu se matricular no curso da Unicesumar; como 
benefício você tem o enriquecimento do conhecimento, novas oportunidades de 
emprego, aumento salarial, entre outros. Por outro lado, você tem custo, como a 
mensalidade e a dedicação (terá de abrir mão de outras atividades por algumas 
horas, em função de estudar), entre outros.
 A situação apresentada é chamada de custo de oportunidade, que é defi-
nido por Mankiw (2012) como aquilo de que você abre mão para obter outro 
item. Nesse exemplo, você abriu mão de parte do seu salário para pagar a men-
salidade e de parte do seu dia para estudar, em função de cursar uma graduação, 
para ter, futuramente, aumento salarial, novas oportunidades de emprego e 
aumento de seu conhecimento.
Então, como você percebeu, o custo de oportunidade está presente em todas 
as situações de escolha. Nós sempre precisamos levar em consideração, ao tomar 
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uma decisão, do que estamos abrindo mão, ou seja, custos e benefícios daquela 
ação, bem como a empresa e o governo que também precisam analisar o custo 
de oportunidade sempre.
Princípio 3: as pessoas racionais pensam na margem
Para a economia, as pessoas são racionais, ou seja, são capazes de fazer o máximo 
para alcançar seus objetivos, sempre de forma direta e sistemática, a partir das 
oportunidades que surgem. Porém, uma pessoa racional sabe que imprevistos sur-
gem e, como são racionais, são capazes de fazer pequenos ajustes em seu plano de 
ação, o que é chamado de mudança marginal. Então, uma pessoa racional com-
para, ao tomar decisão, o custo marginal com o benefício marginal daquela ação.
Nesse momento, você deve estar achando que não compreendeu muito bem os 
princípios até aqui explicados, mas com um exemplo ficará mais fácil. Imagine uma 
empresa aérea que tem um avião de 200 lugares e o voo custa, à empresa, 100 mil 
reais. O custo médio de cada poltrona é de 100 mil divididos por 200 lugares, o que 
dá 500 reais; ou seja, o valor mínimo da passagem deve ser de R$ 500,00. Porém, 
a poucas horas de decolar, esse avião está com 10 lugares vagos e os passageiros 
potenciais estão dispostos a pagar R$ 300,00 pela passagem. A empresa venderá a 
este valor, pois o custo marginal desses 10 passageiros é muito pequeno, quase insig-
nificante, e estes irão consumir alimentos a bordo, o que mostra o custo marginal.
 
Princípio 4: as pessoas reagem a incentivos
Dado que pessoas racionais tomam decisões comparando o custo com o benefício 
daquela ação, o incentivo exerce papel fundamental para essa escolha, pois o é algo 
que faz com que uma pessoa racional aja. Por exemplo: quando o preço da alface 
aumentar, as pessoasirão reduzir o consumo dessa verdura e substituí-la por outra, 
como chicória. A mesma situação acontece quando o governo implementa uma 
política pública. A nova política pública, por exemplo o aumento da taxa de juros, 
irá alterar o comportamento das pessoas e isso deve ser levado em consideração.
Terminamos, aqui, nossa discussão sobre o primeiro grupo de princípios 
básicos da economia e você, agora, já sabe como as pessoas tomam suas deci-
sões. Esses princípios são importantes em nossa disciplina, já que estamos 
falando em tomada de decisão.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ECONOMIA
Reprodução proibida. A
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Grupo 2: como as pessoas interagem
Vimos de que forma as pessoas tomam decisões. Porém, sabemos que, muitas 
vezes, uma decisão nossa afeta a vida de outras pessoas, ou seja, nós interagi-
mos com os demais. Neste grupo, discutiremos três princípios que dão suporte 
a como as pessoas interagem.
Princípio 5: o comércio pode ser bom para todos
A visão de que dois países que produzem o mesmo tipo de bem são concorrentes 
é equivocada, pois, apesar de as empresas concorrerem por clientes, o comércio 
entre os países é bom para todos. Isso acontece em razão de o país A se especia-
lizar em um determinado bem, exportar-lo e importar outro do qual necessite, 
mas que não é especialista. Então, os países dependem uns dos outros.
Princípio 6: os mercados são, geralmente, uma boa maneira de organizar 
a atividade econômica
Hoje, sabemos que a forma mais eficiente de organizar a atividade econômica é 
por meio do próprio mercado, ou seja, da chamada economia de mercado. Esta 
é definida por Mankiw (2012) como uma economia que aloca recursos por meio 
das decisões descentralizadas das empresas e famílias, quando estas interagem 
nos mercados de bens e serviços. 
Nesse caso, a economia é controlada via preços. O comprador verifica o preço 
ao determinar a demanda por bens e serviços e os vendedores analisam o preço 
ao decidir a oferta. O preço formado pela relação entre demanda e oferta reflete 
o preço de mercado por bens, serviços e o custo da manufatura. No entanto, é 
importante observar que o governo pode e deve, em muitos casos, tomar medi-
das (tais como impostos, subsídios, entre outras) de forma a impedir que o 
mercado se ajuste sozinho.
Qual foi um trade-off importante que você enfrentou recentemente na sua 
vida profissional? Sua escolha foi racional? Você levou em consideração os 
custos e benefícios da sua ação?
Significado de Economia
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Princípio 7: às vezes, os governos podem melhorar os resultados dos mercados
Como discutido no princípio 6, os mercados procuram se estabilizar por meio 
dos preços. Porém, o governo tem papel importante, mesmo em economias de 
mercado. O papel do governo é fazer com que as regras sejam cumpridas, garan-
tindo o chamado direito de propriedade, que se dá mediante as instituições. 
Direito de propriedade é definido por Mankiw (2012) como a habilidade de um 
indivíduo de possuir e exercer controle sobre recursos escassos. 
O direito de propriedade é um incentivo para empresas e famílias produ-
zirem. Além de garantir o direito de propriedade, o governo deve intervir na 
economia de mercado para assegurar a eficiência e promover a igualdade, já que 
o mercado sozinho nem sempre consegue fazer-los.
Em relação à eficiência, os mercados nem sempre conseguem alocar os recur-
sos de forma eficiente, gerando as chamadas falhas de mercado, que acontecem 
em razão das externalidades e do poder de mercado. Externalidade é quando a 
ação de um indivíduo afeta o bem-estar de outros. 
Já poder de mercado é a capacidade de um ou um grupo de agentes eco-
nômicos influenciar os preços de mercado de forma significativa. Em relação à 
igualdade, é dever do governo promover políticas públicas que procuram dar as 
mesmas condições a todos os agentes econômicos.
Grupo 3: como a economia funciona
Os dois grupos de princípios da economia, que discutimos juntos, formam o ter-
ceiro grupo, “como a economia funciona”, pois o modo como os agentes tomam 
decisão e interagem formam a economia.
Princípio 8: o padrão de vida de um país depende de sua capacidade de 
produzir bens e serviços
Por que os mercados existem?
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Sabemos que existem grandes diferença no padrão de vida dos países e estas 
ao longo do tempo, também variam. Esse fato é explicado pela produtividade, 
ou melhor, pela diferença entre a produtividade dos países. Por produtividade 
entende-se a quantidade de bens e serviços produzidos por unidade de insumo 
de mão de obra (MANKIW, 2012). Então, em países em que a produtividade é 
maior, o padrão de vida também é maior. Países com produtividade baixa ten-
dem a ter o padrão de vida menor. Nesse caso, cabe ao governo implementar 
políticas públicas que procuram aumentar a produtividade do país.
 
Princípio 9: os preços sobem quando o governo emite moeda demais
Inflação é definida como o aumento contínuo e generalizado de preços. Dessa 
forma, quando o governo emite moeda, teremos mais moeda em circulação, 
dando a impressão, para a população, de aumento do poder aquisitivo. Com isso, 
as pessoas demandarão mais bens e serviços, fazendo com que os preços subam.
 Além disso, quando o governo emite moeda, o valor dela diminui, gerando 
aumento de preços. Lembre-se que a moeda é um bem como outro qualquer, 
mas aprofundaremos nossas discussões sobre esse tema na Unidade III.
 
Princípio 10: a sociedade enfrenta um trade-off de curto prazo entre infla-
ção e desemprego
O aumento da quantidade de moeda em circulação estimula o nível geral de 
consumo e, assim, há aumento na demanda por bens e serviços. O aumento da 
demanda pode fazer com que as empresas aumentem os preços dos seus bens 
e serviços, gerando inflação. Por outro lado, quando temos muita demanda, as 
empresas precisam contratar mais trabalhadores, gerando aumento no nível 
de empregos. Resumindo: em curto prazo o aumento da demanda gera infla-
ção e reduz o desemprego.
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CONCEITOS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS
Neste item, iremos discutir alguns conceitos econômicos básicos e fundamentais 
para o entender da disciplina e da economia como um todo. Você irá perceber 
que são conceitos fáceis de compreensão e que fazem parte do nosso dia a dia. 
Porém, não esqueça que todos os conceitos que iremos discutir são relaciona-
dos com os princípios básicos da economia, Vamos lá?
AS QUESTÕES ECONÔMICAS FUNDAMENTAIS
Após entender o conceito e o objeto de estudo da economia, podemos afirmar 
que qualquer economia, independentemente de ser rica ou pobre, capitalista ou 
socialista, industrializada ou em processo de industrialização, procura respon-
der às seguintes perguntas:
 ■ O que produzir?
 ■ Quanto produzir?
 ■ Para quem produzir?
 ■ Como produzir?
Vamos entender cada uma dessas perguntas?
 “O que produzir?” significa definir quais bens e serviços a economia irá 
fabricar. Esta não é uma decisão fácil, pois, como você já sabe, os recursos são 
escassos. Então, não podemos produzir tudo que desejamos ou que precisamos; 
em outras palavras, aumentar a produção de um determinado bem significa redu-
zir a quantidade produzida de outros bens.
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Após decidir o que será feito, dados os recursos limitados, tem de ser defi-
nida a quantidade do bem ou serviços escolhidos que será produzida, além do 
público-alvo doproduto. Um dos fatores de escolha do “Para quem produzir?” 
é a renda desse consumidor. Quanto maior for a renda, maior a quantidade de 
mercadorias que ele poderá adquirir. Essas três primeiras perguntas mostram, 
que quem irá influenciar a decisão da empresa/país são os consumidores.
Já na última, “Como produzir?”, a empresa/país define o melhor processo 
produtivo, ou seja, como fabricar o bem na quantidade escolhida, da forma 
mais eficiente possível. Dado que os recursos produtivos são escassos, a empresa 
deverá escolher a combinação desses recursos com o menor custo possível para 
fabricar bens e serviços.
Podemos resumir as perguntas básicas da economia no Quadro 1.
Quadro 1 – Problemas básicos de um sistema capitalista.
O QUE 
PRODUZIR?
Sabe-se que diante do contexto de escassez dos recursos produti-
vos, uma maior produção de um determinado bem/serviço impli-
cará em uma menor produção de outros bens/serviços. Diante dis-
so, cada sociedade deverá escolher o que produzir. Indiretamente, 
tal escolha é feita pelos consumidores quando gastam suas rendas 
adquirindo produtos cujos preços estão dispostos a pagar.
COMO 
PRODUZIR?
Como produzir refere-se à combinação/ajuste dos recursos produ-
tivos e à empregabilidade de técnicas que possibilitem um deter-
minado nível de produção ao menor custo possível. Os preços dos 
recursos produtivos nesse processo são fundamentais ao passo 
que apontam os fatores de produção mais escassos e que, portan-
to, devem ser poupados.
PARA QUEM 
PRODUZIR?
Dependente do nível da renda pessoal e de sua distribuição, para 
quem produzir diz respeito à distribuição dos bens/serviços. Em 
outras palavras, quanto maior a renda de um indivíduo, maior será 
seu consumo.
Fonte: Mendes (2004, p. 19 e 20).
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CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO E CUSTO DE 
OPORTUNIDADE
Como discutimos, a economia está ligada ao problema da escolha, já que os 
recursos produtivos são limitados e as necessidades humanas são ilimitadas. Em 
outras palavras, é imposta aos agentes econômicos uma escolha para a produ-
ção/consumo de diversos tipos de bens e serviços. Para entender melhor como a 
escolha é feita, vamos supor a seguinte situação para uma determinada economia:
a. Uma economia só produz dois bens: X e Y, que você pode, por exemplo, 
chamar de roupas e alimentos.
b. A quantidade e a qualidade dos recursos produtivos são fixas, ou seja, 
independentemente de produzir o bem X ou o bem Y, a quantidade e a 
qualidade dos recursos produtivos serão as mesmas.
c. Existe pleno emprego, ou seja, essa economia produz o máximo que ela 
pode, dada a quantidade de recursos produtivos que ela tem disponível.
d. A tecnologia é constante, já que o seu uso é uma forma de aumentar a pro-
dução, utilizando a mesma quantidade de fatores de produção disponíveis.
Após apresentar os pressupostos da economia hipotética, podemos verificar a 
quantidade de cada bem que poderá ser produzido dado os recursos produti-
vos que temos disponíveis. Isso pode ser visto no Quadro 2:
Quadro 2 - Quantidade de cada bem que pode ser produzido dada a quantidade de fatores de produção disponível
BEM QUANTIDADE 
X (roupas) 180 160 150 130 100 60
Y (alimentos) 10 20 30 40 50 60
Ponto 1 2 3 4 5 6
Fonte: a autora.
Caso a economia queira produzir tanto o bem X quanto o bem Y, ela deverá 
“abrir mão” de determinada quantidade de um bem para produzir o outro. Por 
exemplo, para produzir 20 unidades de Y, a empresa deverá deixar de produzir 20 
unidades de X, ou para 30 unidades de Y, deverá deixar de produzir 20 unidades 
de X. Para ficar mais fácil, vamos visualizar essa situação por meio do Figura 1.
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Figura 1 - Curva das possibilidades de produção ou curva de transformação da situação hipotética apresentada
Fonte: a autora.
A Figura 1 mostra as quantidades dos bens X e Y que a economia hipotética 
poderá produzir dados os fatores de produção limitados. Isto é conhecido como 
curva das possibilidades de produção ou curva de transformação. Então, qual-
quer ponto sobre a curva mostra que a quantidade de bens X e Y que a economia 
poderá produzir nessa situação está em pleno emprego. Agora, qualquer ponto 
baixo da curva, como o ponto 7 – que pode ser visto na Figura 2 – a economia 
poderá produzir, porém, caso produza no ponto 7, a economia é ineficiente e 
não está em pleno emprego, pois haverá recursos produtivos para produzir mais, 
em outras palavras, haverá capacidade ociosa.
 
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(toneladas)
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Figura 2 - Pontos de produção que estão fora da curva das possibilidades de produção
Fonte: a autora.
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Ainda, analisando a Figura 2, podemos verificar que há o ponto 8. Dada a tec-
nologia constante, produzir no ponto 8 é impossível, pois não temos recursos 
produtivos suficientes. Contudo, existe uma forma de a economia chegar ao 
ponto 8, que é por meio da tecnologia. Esta é um fator que desloca a curva das 
possibilidades de produção, pois, como já discutimos, podemos produzir mais, 
dados os mesmos fatores de produção disponíveis, ou seja, aumenta a capaci-
dade produtiva da empresa. Essa situação pode ser vista na Figura 3.
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Figura 3 - Deslocamento da curva das possibilidades de produção, dada uma mudança tecnológica
Fonte: a autora.
No mundo real, pode acontecer de a curva das possibilidades de produção se 
deslocar mais em direção a um bem do que a outro, isso acontece em razão de 
os bens não possuírem exatamente o mesmo processo produtivo ou as mesmas 
quantidades de todos os fatores de produção. Então, o recurso produtivo que seja 
mais afetado pela tecnologia tende a deslocar mais a curva de transformação.
Tudo que discutimos sobre curva das possibilidades de produção também 
nos mostra outro conceito muito importante para a ciência econômica, que é o 
custo de oportunidade, no qual a empresa teve de “abrir mão” de certa quanti-
dade produzida do bem Y em função da produção do bem X.
Portanto, custo de oportunidade pode ser definido como o sacrifício de se 
transferir os recursos de uma atividade para outra, ou seja, é a quantidade de 
um bem ou serviço que se deve renunciar para obter outro.
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É importante observar que só existe custo de oportunidade se a economia 
estiver funcionando em pleno emprego, ou seja, se os recursos forem plenamente 
utilizados, como os pontos 1 a 6 da Figura 1.
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS E SERVIÇOS
Bens e serviços podem ser definidos como tudo aquilo capaz de atender uma 
necessidade humana. Lembrando que as necessidades humanas são ilimitadas e 
cada pessoa tem a sua. Os bens podem ser classificados de duas formas princi-
pais: em relação a sua raridade e em relação a quem os oferta. No que diz respeito 
à raridade, os bens e serviços podem ser:
Livres – são aqueles bens nos quais a quantidade é ilimitada e podem ser obti-
dos sem nenhum esforço humano, por esse motivo, não têm preço, e a economia 
não se preocupa com eles, por exemplo: mar, rio, lagoa, oxigênio, entre outros.
Econômicos – são bens e serviços limitados (escassos), têm valor de mer-
cado e precisam de esforço humano para produzi-los,por exemplo: carro, 
computador, caneta, entre outros. Os bens e serviços econômicos são os bens 
estudados pela economia.
Os bens econômicos podem ser classificados, quanto a sua natureza, em:
a. Materiais – são bens tangíveis e que podem ser estocados. Por exemplo: 
computador, sapato, roupa etc. Podem ser:
i) Consumo – bens duráveis e de consumo imediato. Exemplo: roupa.
O termo custo de oportunidade é muito utilizado na economia mas por não 
ser facilmente quantificável, é, muitas vezes, difícil para profissionais de ou-
tras áreas compreender. Por este motivo, sugiro o texto “Custo de oportuni-
dade: oculto na contabilidade, nebuloso na mente dos contadores”. O artigo 
está disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S1519-70772002000300002&lang=pt.>.
Fonte: a autora.
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ii) Intermediário – necessários para fabricação de bens de consumo. Exemplo: 
matéria-prima.
iii) Capital – permitem produzir bens. Exemplo: máquinas.
b. Imateriais ou serviços – são intangíveis, não podem ser estocados e, assim 
que são consumidos, acabam, como uma consulta médica, uma aula ou 
uma consultoria.
A partir do que foi discutido sobre bens econômicos materiais e imateriais, farei 
uma pergunta para você: uma passagem de metrô é um bem material ou um ser-
viço? O ticket do metrô é um bem material, pois conseguimos estocar, porém, 
a viagem feita é um serviço, pois assim que descemos do metrô, o bem acaba.
Os bens e serviços também podem ser classificados, em relação a quem os 
oferta. Neste caso, podem ser:
Públicos – são bens ou serviços ofertados pelo governo e têm como carac-
terísticas serem não exclusivos e não disputáveis, ou seja, independentemente 
de quem paga por eles, no caso, por meio de impostos, todos poderão consu-
mir, e o consumo de uma pessoa não exclui o consumo de outra. Por exemplo, 
a segurança pública e o corpo de bombeiros.
Privados – são bens ou serviços ofertados pelas empresas e têm como carac-
terísticas serem disputáveis e exclusivos, ou seja, só quem pagar pelo bem poderá 
levá-lo para casa e o consumo de uma pessoa exclui o consumo da outra, como 
uma roupa ou um alimento.
Para melhor visualizar a classificação dos bens quanto a quem os oferta, 
veja o Quadro 3: 
Quadro 3 - Comparação entre bem público e bem privado
CARACTERÍSTICA BEM PÚBLICO BEM PRIVADO
É rival Não Sim
É excludente Não Sim
Fonte: a autora.
Conforme podemos ver no Quadro 3, se um determinado bem é não rival e não 
excludente, ele é um bem público; caso contrário, é um bem privado. Para ilustrar 
essa situação, vamos pensar em dois bens: iluminação pública e carro. Primeiro, 
sabemos que o mesmo carro não pode ser consumido – no caso, comprado 
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– por duas pessoas diferentes, sendo assim, o seu consumo é rival. Em segundo 
lugar, o consumo do carro é excludente, pois, se a pessoa não pagar pelo carro, 
a empresa não venderá. Já no caso da iluminação pública, não é possível uma 
pessoa ter e a outra, na mesma rua, não ter, e nem o consumo por parte de um 
indivíduo excluir o consumo do outro.
AGENTES ECONÔMICOS NO SISTEMA CAPITALISTA
Para fabricar bens e serviços, comprar produtos, pagar tributos, regular a econo-
mia, entre outros, ou seja, para fazer com que a economia gire, são necessários 
os agentes econômicos, que podem ser definidos como sendo pessoa de natureza 
física ou jurídica que, por meio de suas ações, contribui para o funcionamento 
do sistema econômico. Esses agentes podem ser classificados em:
a) Empresas – também são conhecidas como unidades produtivas, são 
responsáveis pela produção e comercialização dos bens e serviços. As 
empresas combinam os fatores de produção da forma mais eficiente pos-
sível para fabricar bens e serviços, de modo a obter o máximo de lucro.
b. Família – conhecida como consumidores, incluem, segundo Passos e 
Nogami (2012), todos os indivíduos e unidades familiares da economia; 
têm como função adquirir bens e serviços e, além disso, são proprietá-
rios do fator de produção trabalho. Em outras palavras, trabalhamos para 
receber salários para poder comprar bens e serviços.
c. Governo – são as organizações que estão, direta ou indiretamente, sob o 
domínio do Estado e que atuam no sistema econômico. Temos o governo 
Federal, Estadual e Municipal, além das leis e regulações. O governo pode 
intervir na economia de duas formas, segundo Passos e Nogami (2012): 
atuando como empresários e produzindo bens e serviços por meio das 
empresas estatais ou contratando serviços, comprando materiais, equi-
pamentos etc. O governo pode intervir, também, por meio de regulações, 
tendo como objetivo controlar o mercado, para tornar-lo eficiente.
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d. Setor externo – são os demais países que, ao fazer comércio com o Brasil, 
acabam influenciando a economia, sendo, também, influenciados. Assim, 
o setor externo é composto por todas as instituições que mantêm relações 
econômicas com o país/economia que se está analisando e que tenham 
sua estrutura física fora das fronteiras geográficas deste.
Assim sendo, visando desenvolver e/ou fazer crescer as atividades econômicas, 
cabe a toda economia o estabelecimento de suas normas, as quais devem ser res-
peitadas/cumpridas por todos os agentes. Por exemplo, as unidades produtivas 
devem ter autorizações específicas, entre elas, o alvará de funcionamento, para 
atuar, ou seja, para produzir e comercializar seus produtos. 
Essa é apenas uma das normas que compõem as inúmeras existentes nas econo-
mias. Tais normas e suas relações com as unidades produtivas e familiares, bem como 
com os setores públicos e externos, formam o que chamamos de sistema econômico. 
Os mais relevantes tipos de sistema econômico são: o capitalismo e o socialismo.
Aqui, trataremos apenas do capitalismo, visto que o sistema econômico em 
questão é o sistema no qual a maioria das economias estão inseridas. O refe-
rido sistema econômico depende das forças de demanda (consumidores) e de 
oferta (produtores) para determinar preços, alocar recursos e distribuir a renda 
e a produção, ao passo que o governo pouco se envolve na tomada de decisões 
(MENDES, 2004). Determinados a obter lucros cada vez maiores, os proprietá-
rios dos fatores de produção ou recursos produtivos (os fatores de produção ou 
recursos produtivos são de propriedade privada) tomam as decisões de produção.
Destaca-se que os lucros e prejuízos que, porventura, ocorram são resultados 
das referidas decisões. Tais decisões tendem a afetar, diretamente, consumidores 
e produtores, ao passo que os consumidores - dado seu nível de renda - buscam 
maximizar suas satisfações, e os produtores - dados os seus fatores de produção 
ou recursos produtivos - buscam maximizar seus lucros.
Nesse ínterim, os preços de mercado são os responsáveis por nortear as deci-
sões das firmas e dos indivíduos no quesito produção, distribuição e consumo. 
Contudo, vale ressaltar que, neste tipo de sistema econômico, em todos os tipos 
de atividades e segmentos, a concorrência é extremamente acirrada. Em síntese, 
conforme nos mostra o Quadro 4, as principais características do sistema eco-
nômico capitalista são:
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Quadro 4 - Principais características do sistema capitalista
PROPRIEDADE 
PRIVADA
Dos fatores de produção, dos bens de consumo (duráveis e não 
duráveis) e do dinheiro.
SISTEMA DE 
PREÇOS
Responsável pelo controle do funcionamentoda economia: 
seleção de bens e quantidades a serem produzidos; combinação 
e distribuição dos fatores de produção; seleção de técnicas e 
métodos de produção/organização e distribuição dos bens entre 
membros da sociedade.
LUCRO
Incentivo à produção. Diferença entre Receita Total e Custo Total 
de produção.
COMPETIÇÃO
De grande importância. Entre as empresas e entre os proprie-
tários dos recursos, apesar da constante/crescente presença de 
oligopólios e monopólios nos mercados.
GOVERNO
Papel limitado, apesar da elevada participação do governo nas 
atividades econômicas nos dias atuais.
Fonte: Mendes (2004, p. 17-18).
Ainda que sejam inúmeras as críticas apontadas ao modo de produção em ques-
tão, esse tipo de sistema econômico, até então, tem-se revelado a opção mais 
eficaz a título de organização da atividade econômica. Segundo Mendes (2004, 
p. 18-19), estudiosos do assunto apontam o “a) antagonismo entre o capital e o 
trabalho; b) a presença de elementos monopolísticos e c) a não solução da jus-
tiça social” como as mais relevantes falhas do sistema. 
Em contrapartida, apontam a alocação dos fatores de produção de modo 
eficiente como a mais relevante qualidade do sistema em questão, ao passo que 
promove ganhos de produção e bem-estar social. A eficiência na alocação dos 
recursos produtivos é consequência da constante busca pelo aperfeiçoamento, 
em função da acirrada competição existente e da incitação ao lucro.
FATORES DE PRODUÇÃO OU RECURSOS PRODUTIVOS
Podemos definir fatores de produção ou recursos produtivos como elemen-
tos limitados que são utilizados no processo de fabricação de bens e serviços, 
que irão satisfazer as necessidades humanas. Os fatores de produção têm como 
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características serem escassos – como você já deve ter percebido – versáteis, ou 
seja, podem ser utilizados para diferentes fins. Dito de outro modo, os fatores de 
produção fabricam diversos bens e podem ser combinados em proporções para 
produzir bens e serviços. Após definir fatores de produção, é importante classi-
ficá-los. Os recursos produtivos são:
a) Recursos naturais ou terra – é a origem de todo processo produtivo, 
como terra, água, minerais, matérias-primas etc.
b) Recursos humanos – é a contribuição do ser humano na produção, 
podem ser físico ou intelectual. Como trabalho físico, temos o trabalho 
de um agricultor no campo. Uma consulta médica é considerada um tra-
balho intelectual.
c) Capital – são bens utilizados no processo produtivo, como máquinas, 
construções, infraestrutura, entre outros.
Atualmente, além dos três fatores de produção clássicos que citamos anterior-
mente, ainda temos a capacidade empresarial e o empreendedorismo como 
fatores de produção, pois é fundamental a tomada de decisão dos empresários 
quanto à utilização dos recursos produtivos. A tecnologia também pode ser 
considerada um fator de produção. Para melhor compreensão dos fatores de 
produção tradicionais, vamos analisar o Quadro 5.
Quadro 5 - Fatores de produção
TERRA 
OU RECURSOS 
NATURAIS
Consistem em todos os bens econômicos utilizados na produ-
ção e que são obtidos direamente da natureza, como os solos 
(urbanos e agrícolas), os minerais, as águas (dos rios, dos lagos, 
dos mares, dos oceanos e do subsolo), a fauna, a flora, o sol e 
o vento (como fontes de energia), entre outros. Esses recursos 
são um presente da natureza. Para se referir a todos os tipos de 
recursos naturais, alguns economistas utilizam o termo “terra”.
MÃO DE OBRA 
OU TRABALHO
Incluem toda a atividade humana (esforço físico e/ou mental) 
utilizada na produção de bens e serviços, como: os serviços 
técnicos do advogado, do médico, do economista, do enge-
nheiro, ou da mão de obra do eletricista, do encanador. Há 
economistas que consideram o capital humano um quarto 
tipo de fator de produção. Por capital humano, considera-se 
o conhecimento e as habilidades que as pessoas obtêm por 
meio da educação e da experiência em atividades produtivas.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E36
CAPITAL
O fator de produção capital corresponde aos conjuntos dos edi-
fícios, máquinas, equipamentos e instalações que a sociedade 
dispõe para efetuar a produção. Este conjunto é denominado de 
estoque de capital da economia. Quanto mais bens de capital 
dispuser a economia, mais produtiva ela será (ou seja, mais bens 
e serviços poderá produzir). Observe que o conceito de capital 
como fator de produção é um pouco diferente da palavra capital 
usada na linguagem comum, quando é utilizada para designar 
uma quantia em dinheiro (ou outro ativo financeiro) que deter-
minada pessoa possui para iniciar um determinado negócio.
Fonte: Mendes (2004, p. 5).
Em suma, os fatores de produção ou recursos produtivos (inputs), isto é, os solos, 
os minerais, as águas, a fauna, a flora, o sol, o vento, os serviços técnicos espe-
cializados, a mão de obra do operário, os conjuntos dos edifícios, as máquinas, 
os equipamentos, as instalações, entre outros, dadas suas principais caracterís-
ticas (escassez, versatilidade e combinações em proporções variáveis), quando 
alocados, promovem, ao longo do processo produtivo, uma expressiva produção 
(outputs), ou seja, promovem uma ampla gama de bens e serviços.
SETORES ECONÔMICOS
Em todas as atividades de produção ou setores da economia estão inseridos os 
fatores de produção ou recursos produtivos (terra ou recursos naturais, mão de 
obra ou trabalho e capital) e as técnicas de produção (MENDES, 2004). 
Destaca-se que, com base em Mendes (2004), dependendo da atividade de 
produção, tais recursos e técnicas variam em intensidade, ou seja, em cada um 
dos setores da economia são empregados recursos e técnicas em proporções 
diferentes. Em outras palavras, temos atividades de produção ou setores da eco-
nomia que são intensivos em terra ou recursos naturais, outros em mão de obra 
ou tra balho e, ainda, outros que são intensivos em capital.
O autor nos explica, ainda, que a intensidade/proporção de uso/emprego 
dos fatores de produção ou recursos produtivos classifica as atividades de pro-
dução ou setores da economia em atividades primárias, secundárias e terciárias 
de produção. Vamos entender cada uma delas?
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a) Atividades primárias de produção ou setor primário - Agricultura 
(lavouras permanentes, temporárias, horticultura, floricultura); pecuária 
(criação e abate de gado, de suínos e aves, pesca e caça); extração vegetal 
(produção florestal: silvicultura e reflorestamento).
b) Atividades secundárias de produção ou setor secundário - Indústria 
extrativa mineral (minerais metálicos e não metálicos); indústria de trans-
formação (produtos alimentícios, minerais não metálicos, metalurgia, 
mobiliário, química, fiação e tecelagem, vestuário, calçados, material elétrico, 
de telecomunicações e de transporte, produtos de matérias plásticas, bebidas, 
fumos); indústria da construção (obras públicas e construções privadas).
c) Atividades terciárias de produção ou setor terciário - Comércio (ata-
cadista e varejista); transportes (rodoviários, ferroviários, hidroviários 
e aeroviários); comunicações (telecomunicações, correios e telégrafos, 
radiodifusão e TV); intermediação financeira (bancos, seguradoras, distri-
buidoras e corretoras de valores e bolsas de valores); imobiliárias (comércio 
imobiliário, administração e locação); hospedagem e alimentação (hotéis, 
restaurantes, bares e lanchonetes); reparação e manutenção (máquinas, 
veículos e equipamentos); serviços pessoais (cabeleireiros, barbeiros); 
outros serviços (assistênciaà saúde, educação, cultura, lazer, culto reli-
gioso) e governo (federal, estaduais e municipais).
Funcionamento do sistema capitalista
As bases de um sistema econômico capitalista podem ser melhor discutidas por 
meio de um modelo de economia de mercado que não considere interações com 
o setor público ou governo e com o setor externo ou resto do mundo. Observe 
que as instituições familiares e produtivas, nesse modelo, interagem em apenas 
dois mercados, sendo eles o mercado de bens e serviços e o mercado de fato-
res de produção (MENDES, 2004).
Nessa direção, as unidades familiares oferecem, no mercado de fatores de 
produção, recursos produtivos. As unidades produtivas, por sua vez, oferecem, no 
mercado de bens e serviços, sua produção. Por outro lado, as unidades fami liares 
demandam, no mercado de bens e serviços, a produção das empresas, ao passo 
que as unidades produtivas demandam, no mercado de fatores de produ ção, 
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ECONOMIA
Reprodução proibida. A
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IU N I D A D E38
os recursos produtivos. Essa interação entre agentes econômicos e mercados é 
chamada de fluxo real da economia (VASCONCELLOS; GARCIA, 2008).
Entretanto, tal interação só é possível com a presença da moeda, que é 
empregada para remunerar as famílias pelo uso dos recursos produtivos, bem 
como para o pagamento dos bens e serviços adquiridos. Diante disso, tem-se 
um fluxo monetário. A união dos fluxos real e monetário da economia origina o 
que chamamos de Fluxo Circular de renda. O Quadro 6 descreve sucintamente 
as interações que compõem esse fluxo (VASCONCELLOS; GARCIA, 2008).
Quadro 6 - Interações entre famílias e empresas nos mercados de bens e serviços e de fatores de produção
ATIVIDADE
MERCADO DE BENS E 
SERVIÇOS
MERCADO DE FATORES DE 
PRODUÇÃO
Fluxo Real
Produtos das empresas para 
satisfazer as necessidades 
dos consumidores.
Os principais fatores de produção 
são: Terra ou Recurso Natural, Mão 
de obra ou Trabalho e Capital
Fluxo Mo-
netário
As famílias tranferem parte 
de suas rendas às empresas, 
ao adquirirem seus produtos.
As empresas remuneram as famílias 
pelo uso dos fatores, por meio de:
Salários (trabalho). 
Dividendos (capital) 
Juros (capital). 
Lucros (capital). 
Alugel (T ou RN).
ATIVIDADE MERCADO
MERCADO DE FATORES DE 
PRODUÇÃO
Oferta Exercida pelas instituições produtivas.
Exercida pelas instituições familia-
res.
Demanda Exercida pelas instituições familiares.
Exercida pelas instituições produ-
tivas.
Interação Por meio dos preços dos produtos. Por meio dos preços dos fatores.
Fonte: Mendes (2004, p. 22).
Destaca-se que, tanto no mercado de bens e serviços quanto no mercado dos fato-
res de produção, visando determinar os preços, as forças da oferta e da demanda 
atuam em conjunto. Assim sendo, no mercado de bens e serviços essa interação 
forma os preços dos produtos, ao revés do mercado de fatores de produção, que 
forma os preços dos recursos produtivos (VASCONCELLOS; GARCIA, 2008).
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Por fim, vale ressaltar que as interações entre famílias e empresas, nesses mer-
cados, são limitadas pela escassez; em outras palavras, as famílias, embora tenham 
desejos ilimitados, possuem rendas limitadas ao passo que empre sas, devido a 
recursos produtivos finitos, incorrem em restrições de produção (MENDES, 2004).
DIVISÃO DA CIÊNCIA ECONÔMICA
Devido a fins metodológicos para estudos econômicos, divide-se a ciência eco-
nômica em duas grandes áreas, sendo elas a microeconomia e a macroeconomia. A 
microeconomia, segundo Viceconti e Neves (2010, p. 9), “é o ramo da teoria eco-
nômica que estuda o funcionamento do mercado de um determinado produto ou 
grupo de produtos”. Em outras palavras, estuda a interação entre compradores e ven-
dedores em determinados mercados, como no mercado de produtos alimentícios.
Assim sendo, o estudo da microeconomia está voltado, entre outros, para: a) insti-
tuições individualizáveis, isoladamente ou em grupos homogêneos; b) com portamento 
dos consumidores; c) comportamento das empresas; d) estruturas e mecanismos de 
funcionamento dos mercados; e) funções e imperfeições dos mercados; f) remune-
ração paga aos agentes e à repartição funcional da renda nacional e g) preços que 
as empresas recebem por suas produções (ROSSETTI, 2008). Nas Unidades II e III 
serão abordadas as noções básicas que envolvem essa área da Teoria Econômica.
A macroeconomia, por sua vez, “é o ramo da teoria econômica que estuda 
o funcionamento da economia como um todo, procurando identificar e medir 
inúmeras variáveis”, tais como: nível de produção total, investimento agregado, 
poupança agregada, nível de emprego, nível geral de preços etc. (VICECONTI; 
NEVES, 2010, p. 9). Dessa forma, o estudo da macroeconomia está voltado, entre 
outros, para: a) a economia em seu conjunto; b) o desempenho total da econo-
mia, dado as causas e os mecanismos de correção das flutuações; c) os agregados 
macroeco nômicos, tais como PIB e RN; d) as relações entre macrovariáveis, tais 
como investimento e nível de emprego; e) as medidas de tendência central, tais 
como taxas de juros e de câmbio; f) as trocas internacionais e g) o crescimento e 
desen volvimento das economias (ROSSETTI, 2008). As noções básicas que envol-
vem essa área da teoria econômica serão tratadas nas Unidades de número IV e V.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E40
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da primeira Unidade da disciplina Economia e Sociedade. 
Agora, você já sabe exatamente o que é economia e o que essa ciência tão fabulosa 
estuda. Vimos que a economia vai muito além da ciência que estuda o dinheiro 
ou como as pessoas fazem investimento. As ciências econômicas têm como foco 
as escolhas dos agentes econômicos, sempre com o objetivo de gerar bem-estar 
social; essa escolha é feita porque os recursos produtivos são escassos e as neces-
sidades humanas são ilimitadas. 
Por este motivo, a economia é uma ciência social e não uma ciência exata, já 
que, apesar de utilizar alguns instrumentos matemáticos e estatísticos, ela estuda 
a melhor forma de satisfazer as necessidades da sociedade. Discutimos, também, 
alguns conceitos econômicos fundamentais que te ajudarão a compreender o 
funcionamento da economia no mundo real, além disso, falamos sobre os dez 
princípios econômicos e um pouco sobre os teóricos e seus modelos.
Acredito que você deve ter se surpreendido com a complexidade da econo-
mia e tenho certeza que, com o passar das unidades, você ficará cada vez mais 
surpreso(a) e encantado(a) com o estudo das ciências econômicas, uma vez que 
a economia está no nosso dia a dia, já que vivemos economia desde o nosso nas-
cimento até a nossa morte. 
Qualquer decisão do governo afeta nossas vidas, qualquer decisão de um 
membro da nossa família afeta a família como um todo, principalmente, se essas 
decisões forem econômicas. Assim, termino a primeira Unidade, espero que 
eu tenha conseguido despertar em você a curiosidade pela ciência econômica. 
Na próxima unidade, discutiremos uma das grandes áreas de estudo da 
economia, que é a microeconomia, e você poderá compreender melhor a 
famosa lei oferta e demanda. Qualquer dúvida que tiver, não exite em nos 
procurar. Um forte abraço!
41 
1. Economia é uma palavra originária da língua grega, sendo a junção de duas ou-
tras palavras que são “oikós” que significa casa e “nomos” que pode ser traduzida 
como norma/lei. Então, literalmente, economia é a “administração da casa”. Em 
relação ao conceito de economia, assinale a alternativa correta.
a. É uma ciência social que trata do estudo da alocação dos recursos escassos, 
na produção de bens e serviços, para a satisfação das necessidadesou dese-
jos humanos.
b. É uma ciência exata que trata do estudo da alocação dos recursos escassos, na 
produção de bens e serviços, para a satisfação das necessidades ou desejos 
humanos.
c. É uma ciência social que trata do estudo da alocação dos recursos ilimitados, 
na produção de bens e serviços, para a satisfação das necessidades ou dese-
jos humanos.
d. É uma ciência exata que trata do estudo da alocação dos recursos ilimitados, 
na produção de bens e serviços, para a satisfação das necessidades ou dese-
jos humanos.
e. É uma ciência social que trata do estudo da matemática para alocar os recur-
sos ilimitados, na produção de bens e serviços, para a geração máxima de 
lucro.
2. Estudamos alguns conceitos básicos de economia, incluindo seu significado. 
Em relação ao que foi discutido, podemos afirmar que todos os problemas 
estudados em economia são originários de uma variável ou situação, que é: 
Assinale a alternativa correta.
a. Desigualdade da distribuição de renda.
b. Pouca produção nacional.
c. Da escassez de recursos produtivos.
d. Da corrupção dos agentes econômicos.
e. Da abundância dos recursos produtivos.
42 
3. Dado que os recursos são escassos, ou seja, limitados, e as necessidades huma-
nas são ilimitadas, todas as economias, independente do seu grau de desenvol-
vimento econômico, procuram responder a quatro perguntas básicas. Em rela-
ção a essas perguntas, relacione a primeira coluna com a segunda coluna.
I. O que produzir?
II. Quanto produzir?
III. Como produzir?
IV. Para quem produzir?
a. Público alvo.
b. Variedade de bens e serviços.
c. Quantidade.
d. Processo produtivo.
Marque a alternativa que relaciona corretamente as colunas.
a. Ia; IIb; IIIc; IVd.
b. Ib; IIa; IIId; IVc.
c. Ic; IId; IIIb; IVa.
d. Ib; IIc; IIId; IVa.
e. Id; IIc; IIIa; IVb.
4. Bens e serviços são tudo aquilo capaz de atender uma necessidade humana e 
podem ser classificados em econômicos materiais ou serviços. Em relação aos 
bens econômicos materiais, marque a alternativa correta.
I. São bens tangíveis e estocáveis.
II. Podem ser de consumo final, consumo intermediário e de capital.
III. O lançamento de uma campanha política é um exemplo de bem de consumo.
IV. Os insumos, de uma forma geral, são exemplos de bens intermediários.
a. Somente as afirmativas I e II estão corretas.
b. Somente as afirmativas III e IV estão corretas.
c. Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
d. Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas.
e. Todas as afirmativas estão corretas.
43 
5. A economia é dividida em duas grandes áreas: microeconomia e macroeconomia 
e cada um desses ramos é responsável pelo estudo de determinadas variáveis. 
Em relação à divisão da ciência econômica, marque a alternativa correta.
a. Tanto a microeconomia quanto a macroeconomia estudam o país como um 
todo.
b. A microeconomia é responsável por questões como a alta do dólar e a macro-
economia pela relação entre oferta e demanda.
c. A microeconomia estuda os grupos isoladamente, e a macroeconomia estuda 
a economia como um todo.
d. Tanto a microeconomia quanto a macroeconomia estudam os grupos isola-
dos.
e. A microeconomia estuda questões que não trazem grandes problemas para o 
país e a macroeconomia estuda os grandes problemas econômicos.
44 
POR QUE ESTUDAR ECONOMIA?
Imagine a seguinte situação: uma moça escreve um e-mail ao namorado e lê um livro de 
150 páginas enquanto espera numa fila que durou mais de três horas. O motivo disso é 
que um determinado posto de gasolina está fazendo uma super promoção e vendendo 
o litro do combustível a R$2,99, para inaugurar novos postos da mesma rede.
A promoção durou das dez horas ao meio dia de um sábado e os consumidores só pode-
riam adquirir 69 litros. “Estou na fila desde que ela se formou. Nunca vi o preço da gaso-
lina tão baixo e acho que isso não vai acontecer de novo”, contou Vera, que dirigiu cerca 
de 14 quilômetros e chegou ao posto às oito horas, mas já encontrou sete carros a sua 
frente. “Como meu carro já estava na reserva, coloquei R$ 2 e continuei”, esclareceu Vera.
“Acho que já gastei mais do que vou colocar no tanque agora”, contou João, ao chegar 
à bomba, depois de uma hora e meia de espera. Uma mulher tentou furar a fila, o que 
deu início a uma discussão. João desistiu de esperar e, ao ir embora, bateu em um car-
ro. “Eu queria sair daquela confusão. Essa gente é louca! Tudo isso pra economizar uns 
trocados”, disse João, ao registrar o boletim de ocorrência. As pessoas desse relato se 
sacrificaram para comprar 15 galões de gasolina por um preço promocional de R$2,99. 
Na época, o litro de gasolina custava R$3,70.
 Para alguns, a decisão de aproveitar a promoção de gasolina pode parecer sem sentido, 
mas, para outros, trata-se de uma medida bastante razoável. O que acontece é que, para 
todos nós, a decisão de comprar ou não a gasolina é basicamente a mesma: compara-
mos os custos com os benefícios. Precisamos fazer escolhas o tempo todo, porque não 
temos tudo que queremos.
Após estudar a primeira Unidade no nosso livro, você sabe que não é possível conseguir 
estudar ou trabalhar 40 horas por semana, jogar futebol, andar de bicicleta, praticar sur-
fe, ir ao cinema, ler um romance e, ainda, sair pra se divertir com os amigos. Simplesmen-
te não há tempo para fazer tudo isso; é preciso escolher algumas atividades e deixar de 
lado as demais. É disso que trata a economia: a compreensão dos motivos que levam as 
pessoas a fazerem o que fazem. A economia é um campo fascinante!
A economia analisa as decisões tomadas pelas pessoas e pelas empresas no que se re-
fere ao trabalho, consumo, investimento, contratação de funcionários e precificação de 
serviços. Estudam o funcionamento de economias inteiras e a interação entre elas; o 
motivo para haver recessão em alguns momentos e crescimento em outros; a diferença 
dos padrões de vida de um país para outro e a disparidade de riqueza entre as pessoas.
Fonte: a autora.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
O livro da Economia
Vários autores
Editora: Globo livros
Sinopse: escrito por um grupo de economistas, professores, 
jornalistas e analistas financeiros, ‘O Livro da Economia’ 
apresenta as bases do pensamento que pautou a evolução 
e as diversas teorias da economia em todo o mundo. Numa 
escrita ágil, o livro aborda a história de como a humanidade 
criou e entendeu o dinheiro, o comércio, a especulação, 
as crises econômicas a partir dos principais nomes desta 
ciência. Fartamente ilustrado, esse livro é dividido em seis 
partes: “Iniciem o comércio (400 a.C.-1770)”, “A Era da Razão (1770-1820)”, “Revoluções industrial e 
econômica (1820-1929)”, “Guerra e depressões (1929-1945)”, “Economia no pós-guerra (1945-1970)” 
e “Economia contemporânea (1970-presente)”. Cada uma delas destaca teorias econômicas dos 
mais renomados pensadores, de Aristóteles a John Maynard Keynes, passando por Max Weber, John 
Stuart Mill, Vilfredo Pareto, Joseph Schumpeter e Paul Krugman. É possível entender, assim, a “mão 
invisível do mercado” de Adam Smith ou o “valor-trabalho” de Karl Marx, por exemplo, e também 
saber do surgimento do primeiro banco (Florença, 1397), das primeiras cédulas impressas (Banco da 
Escócia, 1696), da criação do FMI (1944) e do nascimento dos Tigres Asiáticos (acordo Japão-Coreia 
do Sul, 1965), além do impacto do vapor e dos computadores em importantes revoluções na história 
econômica humana.
Comentário: escrito por professores e estudiosos de maneira simples e acessível, esse é um livro 
completo e atualizado sobre economia. Nele, há breves biografias de economistas, citações dos 
grandes pensadores, linha do tempo com os principais acontecimentos, entre outros. 
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
MANKIW, N. G. Introdução à Economia: Princípios de Micro e Macroeconomia. Rio 
de Janeiro: Elsevier, 2012.
MENDES, J. T. G. Economia: Fundamentos e Aplicações. São Paulo: Pearson Hall, 
2004.
PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios deEconomia. São Paulo: Cengage Lear-
ning, 2012.
ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
VASCONCELOS, A. S.; GARCIA, M. Fundamentos de Economia. São Paulo: Saraiva, 
2008.
VICECONTI, P. E. V; NEVES, S. Introdução à Economia. 10. ed. São Paulo: Frase Edi-
tora, 2010.
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REFERÊNCIAS
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GABARITO
1. A.
2. C.
3. D.
4. D.
5. C.
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Professora Drª Andréia Moreira da Fonseca Boechat
INTRODUÇÃO À 
MICROECONOMIA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Apresentar os fundamentos da teoria do consumidor.
 ■ Entender a teoria da demanda.
 ■ Compreender a teoria da oferta.
 ■ Explicar a teoria da produção.
 ■ Descrever as estruturas de mercado.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Fundamentos da teoria do consumidor
 ■ Teoria da demanda
 ■ Teoria da oferta
 ■ Equilíbrio de mercado
 ■ Teoria da produção
 ■ Estruturas de mercado
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) acadêmico(a)! Seja bem-vindo(a) à segunda Unidade do nosso livro 
Economia e Sociedade. Agora que você já conhece alguns conceitos básicos e 
fundamentais para o entendimento da economia e já sabe que esta ciência tão 
fantástica é dividida em duas grandes áreas (microeconomia e macroeconomia), 
podemos iniciar nossas discussões sobre a primeira grande área, na qual fare-
mos uma introdução à microeconomia.
Então, na Unidade II, irei apresentar como os agentes econômicos “família” 
e “empresa” tomam suas decisões de compra e venda de bens e serviços e como 
o preço e quantidade são formados. Para atingir o objetivo principal, a unidade 
está dividida em cinco seções.
Na primeira seção, discutiremos os fundamentos da teoria do consumi-
dor, que mostram como os consumidores escolhem quais são os bens e serviços 
que irão demandar e em qual quantidade. Na segunda seção, apresentarei a tão 
famosa teoria da demanda, em que definiremos demanda e veremos quais são 
os fatores que, a afetam, que tanto podem aumentar quanto reduzi-la.
Na terceira seção, estudaremos o outro lado da relação, ou seja, a lei da oferta. 
Aqui será apresentado o lado da empresa e o que faz com que a firma aumente 
ou reduza a quantidade que ela deseja produzir e vender. Para finalizar a seção, 
veremos as curvas de demanda e de oferta atuando conjuntamente. É nesta rela-
ção que o preço e quantidade que conhecemos são formados.
Na quarta seção, falaremos, sucintamente, sobre os principais custos econô-
micos, alguns, certamente, você já ouviu falar e/ou estudou em outras disciplinas. 
Para finalizar a unidade e o estudo da microeconomia, descreveremos, na quinta 
seção, as quatro estruturas de mercados: monopólio, concorrência perfeita, con-
corrência monopolística e oligopólio, e como o preço se comporta em cada uma 
delas. Preparado(a)? 
Bons estudos!
Introdução
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INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E52
FUNDAMENTOS DA TEORIA DO CONSUMIDOR
Na Unidade I, foi apresentado que família e a empresa são agentes econômicos 
e fazem parte do sistema econômico capitalista. Nesta seção, estudaremos ape-
nas as família, que são os consumidores, e o seu comportamento em relação às 
decisões de consumo. 
Você saberia me dizer quais são os fatores que os consumidores levam em con-
sideração ao escolher um determinado conjunto de bens e serviços? No geral, os 
consumidores possuem algumas características na relação entre a renda disponível 
e a escolha por bens e serviços. Você saberia me dizer quais são estas caracte-
rísticas? Você, por exemplo, como escolhe um determinado bem ou serviço?
As características que a maioria dos consumidores têm são, segundo 
Mendes (2009):
 ■ Excluindo a poupança, os consumidores gastam toda sua renda em bens 
e serviços;
 ■ Os consumidores gastam sua renda em mais de um bem ou serviço, ou 
seja, possuem cestas de bens, que veremos mais para frente;
 ■ Como vimos, as necessidades humanas são ilimitadas; por este motivo, 
os consumidores, raramente, estão satisfeitos com a quantidade de pro-
dutos comprados;
 ■ Os consumidores procuram maximizar a satisfação total, dado sua renda 
e os preços dos bens.
A partir dessas características, sabemos que as pessoas têm preferência por alguns 
bens e serviços em relação a outros, ou seja, os consumidores, também conheci-
dos como famílias, são capazes de colocar as cestas de bens e serviços em ordem, 
de acordo com suas preferências. Quando menciono uma cesta de bens e servi-
ços, quero dizer um conjunto de quantidades de determinados bens e serviços. 
Para ficar mais didático, essas cestas serão compostas por quantidades, somente, 
de dois bens e/ou serviços. Esta situação pode ser representada a seguir: 
Fundamentos da Teoria do Consumidor
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53
C = (Q1, Q2)
Onde: 
C – cesta de bens e serviços
Q1- quantidade do bem ou serviço 1
Q2 – quantidade do bem ou serviço 2
Como essa escolha por determinada cesta de bens e serviços é feita? A esco-
lha que o consumidor faz por determinadas cestas de bens e serviços em relação 
a outras é feita a partir de três pressupostos:
 ■ Mais é melhor do que menos – os consumidores preferem maiores quan-
tidades do que menores;
 ■ A preferência é completa – os consumidores são capazes de comparar 
duas ou mais cestas de bens e serviços e escolher a que mais o agrada;
 ■ A preferência é transitiva – dados três cestas, A, B e C, e comparando duas 
cestas por vez: entre A e B, o consumidor prefere a cesta A; entre B e C, o 
consumidor prefere a cesta B; então, entre A e C, o consumidor irá pre-
ferir a cesta A. Esta situação por ser vista no esquema a seguir. 
 A > B
 B > C Então, A > C
Para melhor entender o terceiro pressuposto, vamos pensar no seguinte exem-
plo: José, nosso consumidor, tem três cestas de bens e serviços disponíveis, A, B 
e C, dado a sua renda e o preço dos bens, conforme situação que segue.
 Cesta A = (2 canetas, 3 borrachas)
 Cesta B= (1 caneta, 2 lápis)
 Cesta C = (1 lápis e 2 borrachas)
Entre a cesta A e a cesta B, José prefere a cesta A; entre a cesta B e a cesta C, ele 
escolherá a cesta B; então, como a A ganhou da B e a B ganhou da C, se compa-
rarmos as cestas A e C, José preferirá a A.
INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E54
UTILIDADE
Os pressupostos da teoria do consumidor mostram as preferências de um deter-
minado consumidor por meio de uma função, a chamada função utilidade, que 
é definida por Mendes (2009) como o benefício ou satisfação que o consumo 
de um bem ou serviço pode gerar a uma pessoa. A função utilidade pode ser 
representada como sendo:
 U = f ( Q1, Q2)
Onde: U – utilidade
f – uma representação matemática que significa “em função de que”
Q 1- quantidade do bem 1
Q 2 – quantidade do bem 2
Existem dois tipos de utilidade, a total e a marginal. A utilidade total é a satisfa-
ção completa (total) pelo consumo de todas as quantidades consumidas de um 
determinado bem ou serviço. Ela é crescente até certo ponto, o chamado ponto 
de saturação, após esse ponto, ela vai decrescendo. Diferentemente da utilidade 
total, a utilidade marginal é a satisfação gerada pelo consumo de uma unidade 
a mais de um determinado bem ou serviço.
A utilidade marginal explica que o consumidor não gasta toda a sua renda 
em um único bem ou serviço, pois, se formos explicar de forma bem radical, ele 
enjoa. Diferente da utilidade total, a utilidade marginal é decrescente, ou seja, 
reduz à medida que a pessoa vai consumindo quantidades adicionais de um bem 
ou serviço, mantendo os demais constantes.
Para melhor entendimento da diferença entre utilidade

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