Buscar

TRIAGENS NEONATAIS e Circulação Fetal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

1 Letícia M. Dutra 
TRIAGENS NEONATAIS 
 Prevenção primária  pré-concepcional 
 Prevenção secundária  pré-natal 
 Prevenção terciária  pós-natal 
Triagens neonatais 
• Triar significa identificar, em uma população 
assintomática, os indivíduos que estão sob risco de 
desenvolver determinada doença. 
• A partir da identificação por testes específicos, pode-se 
iniciar o tratamento adequado, visando minimizar riscos ou 
complicações advindas da condição identificada. 
• O Ministério da Saúde criou em 6 de junho de 2001 o 
Programa Nacional de Triagem Neonatal - PNTN, 
considerado um programa de grande importância nacional e 
de sucesso no Sistema Único de Saúde. 
• Está implantado em todos os estados brasileiros, sendo 
coordenado pelas Secretarias de Estado da Saúde e 
operacionalizado pelas Secretarias Municipais de Saúde. 
Triagens neonatais 
1- TRIAGEM OFTALMOLÓGICA 
2- TRIAGEM AUDITIVA 
3- TRIAGEM PARA ANQUILOGLOSSIA 
4- TRIAGEM BIOLÓGICA 
5- TRIAGEM CARDIOLÓGICA 
 
Triagem oftalmológica 
• Teste do reflexo vermelho: deve ser realizado em todos os 
RN antes da alta hospitalar. 
• A SBP sugere que o TRV deva ser repetido pelo pediatra ao 
menos 3 vezes ao ano, nos 3 primeiros anos de vida. 
•Mesmo com exame normal recomenda-se que a criança 
tenha seu primeiro exame oftalmológico com a pupila 
dilatada entre 6 e 12 meses. 
• O teste do reflexo vermelho é feito com o oftalmoscópio, 
à uma distância de aproximadamente 50 cm, em ambiente 
escuro. 
• O teste consiste na emissão de luz pela pupila, o reflexo 
dessa luz produz uma cor avermelhada, significando que as 
estruturas do olho estão transparentes e permitindo que a 
retina seja atingida. 
 
Reflexo vermelho presente 
bilateralmente 
 
 
Principais alterações: 
• Reflexo ausente 
• Leucocoria = reflexo branco 
• Assimetria 
• Possíveis causas de TRV alterado: retinoblastoma, catarata 
congênita, retinopatia da prematuridade estágio 5, 
descolamento de retina. 
• O estrabismo também pode alterar o reflexo vermelho 
produzindo uma assimetria entre os olhos. 
Retinoblastoma 
• É a neoplasia intraocular mais comum da infância, 
acomete cerca de 1 em cada 20 mil nascidos vivos. 
• Além da alteração do reflexo vermelho, outro sinal que 
pode chamar a atenção é a presença de estrabismo ou 
nistagmo. 
• Quando diagnosticado precocemente as taxas de cura 
são superiores a 95%. 
 
Triagem auditiva 
• O déficit auditivo acarreta grande prejuízo na aquisição da 
linguagem e desenvolvimento cognitivo das crianças; 
• O diagnóstico deve ser precoce, idealmente até os 3 meses 
de vida. (mas, o quanto antes, melhor!) 
• MÉTODOS: 
1- EMISSÕES OTOACÚSTICAS EVOCADAS (EOA): 
• Avalia apenas o sistema auditivo pré-neural (sistema de 
condução e cóclea) 
• Pode sofrer interferência na presença de vérnix caseoso ou 
secreção no conduto auditivo. 
- Se alterado: repetir 15 dias após 1ª avaliação 
2- POTENCIAL AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO (BERA OU 
PEATE): 
• É capaz de detectar alterações da via neural até o tronco 
encefálico; 
• Mais complexo; requer treinamento; 
• Podem ocorrer alterações devido a imaturidade do SNC, por 
isso é recomendado repetir após os 3 meses. 
 
Indicações 
• Teste de EOA alterado 
• Antecedente familiar de 
perda auditiva permanente 
desde a infância 
• Cuidados intensivos em UTI 
NEO por mais de 5 dias 
• ECMO, ventilação assistida 
• Exposição a medicações 
ototóxicas (gentamicina, 
furosemida) 
• RN MBP (<1500g) / PT < 35 
semanas / PIG<P5 
• Asfixia perinatal 
• Hiperbilirrubinemia 
• Infecções congênitas 
(TORCHS) 
• Anomalias craniofaciais, 
incluindo aquelas de 
pavilhão e conduto auditivo 
• Sd. Genéticas 
 
 
Teste da linguinha 
• ANQUILOGLOSSIA = frênulo lingual anormalmente curto, 
podendo restringir em diferentes graus os movimentos da 
língua. 
• A anquiloglossia tem sido apontada como um dos fatores 
que podem interferir negativamente na amamentação, 
dificultando o adequado estímulo à produção de leite e o 
esvaziamento da mama. 
Elementos a 
serem 
avaliados: 
• aparência da ponta da língua 
• fixação do frênulo 
• elevação da língua 
• projeção da língua 
 
 
2 Letícia M. Dutra 
Anquiloglossia 
 
Mamada adequada 
 
Acompanhamento / 
Reavaliação 
 
Dificuldade na mamada 
 
Considerar Frenulectomia 
 
Obs.: 6, 7 ou 8 – Ausência de anquiloglossia 
Triagem biológica 
• O “TESTE DO PEZINHO” é feito a partir da coleta de 
pequenas gotas de sangue do calcanhar, que são colocadas 
em papel filtro. 
• O momento ideal para a coleta é entre o 3˚- 5˚dias de vida. 
• Nunca deve ser coletado antes de 48 horas de vida. (Risco 
de falso positivo para hipotireoidismo e alterações nas proteínas) 
• Ajuda a diagnosticar doenças que são assintomáticas ao 
nascimento e que se não tratadas precocemente podem 
afetar o desenvolvimento neuropsicomotor do RN. 
 
1-FENILCETONÚRIA 
2-HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO 
3-ANEMIA FALCIFORME E OUTRAS 
HEMOGLOBINOPATIAS 
4-HIPERPLASIA ADRANAL CONGÊNITA 
5-FIBROSE CÍSTICA 
6-DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE 
• Em 2021 foi aprovado a ampliação do teste do pezinho 
pelo SUS, em todo o território brasileiro e será possível 
identificar até 50 doenças. 
• Essa ampliação ocorrerá de forma escalonada e caberá ao 
Ministério da Saúde estabelecer os prazos para 
implementação de cada etapa do processo. 
Etapa 1 
a) fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias; 
b) hipotireoidismo congênito; (THS neonatal) 
c) doença falciforme e outras hemoglobinopatias; 
d) fibrose cística; 
e) hiperplasia adrenal congênita; (deficiência 21-
hidroxilase = 17 hidroxiprogesterona) 
f) deficiência de biotinidase; 
g) toxoplasmose congênita; 
Etapa 2 
a) galactosemias; 
b) aminoacidopatias; 
c) distúrbios do ciclo da ureia; 
d) distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos; 
Etapa 3 Doenças lisossômicas; 
Etapa 4 Imunodeficiências primárias; 
Etapa 5 Atrofia muscular espinhal. 
Triagem cardiológica 
• Cerca de 1 a 2 de cada 1000 recém-nascidos vivos 
apresentam cardiopatia congênita crítica. Em torno de 30% 
destes recém-nascidos recebem alta hospitalar sem o 
diagnóstico, e evoluem para choque, hipóxia ou óbito 
precoce, antes de receber tratamento adequado. 
• São consideradas cardiopatias congênitas críticas aquelas 
onde a apresentação clínica decorre do fechamento ou 
restrição do canal arterial (cardiopatias canal-
dependentes), tais como: 
 Cardiopatias com fluxo pulmonar dependente do 
canal arterial: atresia pulmonar e similares. 
 Cardiopatias com fluxo sistêmico dependente do 
canal arterial: síndrome de hipoplasia do coração 
esquerdo. 
 Cardiopatias com circulação em paralelo: 
transposição das grandes artérias. 
•Na maioria das Unidades Neonatais, a alta hospitalar é 
realizada entre 36 e 48 horas de vida; 
• Nesta fase, as manifestações clínicas das cardiopatias 
críticas podem ainda não estar presentes; 
•Além disso, a ausculta cardíaca pode ser aparentemente 
normal nesta fase. 
• Local de aferição: MSD e em um dos membros inferiores. 
•Para a adequada aferição, é necessário que o RN esteja com 
as extremidades aquecidas e o monitor evidencie uma onda 
de traçado homogêneo. 
•Momento da aferição: entre 24 e 48 horas de vida. 
CIRCULAÇÃO FETAL 
 
 
 
 
3 Letícia M. Dutra 
 
CIRCULAÇÃO FETAL X PÓS-NATAL 
Eventos na transição da vida intra para extrauterina: 
• A transformação de um pulmão cheio de líquido em um 
órgão aerado capaz de realizar trocas gasosas; 
• O estabelecimento da circulação do tipo adulto; 
• A passagem do feto de um ambiente de estabilidade 
térmica, intrauterino, para o meio ambiente, de 
temperatura inferior. 
 
 
DV= ducto venoso (*Shunts) 
Características da circulação fetal: 
• a placenta é o principal órgão para trocas gasosas e 
nutricionais 
• o pulmão não tem nenhum papel nas trocas gasosas 
• baixa resistência vascular placentária 
• alta resistência vascular pulmonar 
• presença de 3 shunts: ducto venoso, canal arterial, forame 
oval 
• fluxo direita → esquerda 
 
Adaptação pulmonar 
• Com a1ª respiração, há aumento abrupto da expansão 
pulmonar, e vasodilatação pulmonar, com consequente 
diminuição da resistência vascular e aumento do fluxo 
pulmonar, elevando a PaO2 em até 10 vezes. 
• a insuflação pulmonar aumenta a pressão transpulmonar, 
direcionando o líquido para o interstício; além disso a 
diminuição da resistência vascular e aumento do fluxo 
pulmonar favorecem a captação do líquido pelo leito 
vascular. 
Adaptação circulatória 
• Com a saída da placenta ocorre o aumento da resistência 
vascular sitêmica; 
• Transição do fluxo da esquerda para a direita; 
• Com a retirada da placenta e consequente aumento da 
RVS, praticamente todo o fluxo do VD é lançado no pulmão; 
• fechamento do canal arterial, ducto venoso e fechamento 
eventual do forame oval. 
• Ocorre o fechamento do forame oval, pelo aumento da 
pressão no átrio esquerdo que pressiona a sua válvula; 
• O aumento da PaO2 e a queda nos níveis de prostaglandina 
estimulam o fechamento do canal arterial, que ocorre em 
torno de 12 -15 hv. (Endometacina: p/ fechar o canal arterial) 
• O fechamento do ducto venoso ocorre pela contração do 
seu esfíncter, se transformando no ligamento venoso e a 
porção intraabdominal da veia umbilical se torna o 
ligamento redondo do fígado. 
Circulação fetal Circulação pós-natal 
• baixa resistência 
vascular placentária / 
sistêmica 
• alta resistência vascular 
sistêmica 
• alta resistência vascular 
pulmonar 
• baixa resistência vascular 
pulmonar 
• fluxo direita → 
esquerda 
• fluxo esquerda → direita 
• canal arterial • fechamento do canal 
arterial 
• forame oval • fechamento do forame oval 
• ducto venoso • fechamento ducto VENOSO

Continue navegando