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Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Aula 1: Anamnese O que é anamnese? É um questionário direcionado; Deve ser feita de maneira que qualquer médico que tenha contato com o prontuário entenda o que está descrito na ficha médica; Uma anamnese bem feita pode evitar variados erros médicos; O exame clínico tem um papel especial em três pontos cruciais da prática médica: formular hipóteses diagnósticas, estabelecer uma boa relação médico-paciente e tomar decisões; Recomendações: O primeiro contato com o paciente é a melhor oportunidade de criar uma boa relação entre o médico e o paciente. Ou seja, se for perdida essa oportunidade ficará um mal-estar entre um e outro/ Deve cumprimentar o paciente perguntando o nome dele e dizendo-lhe o seu. Não deve ser usado termos como “vovô”, “vovó”, “vozinho”, “vozinha” para as pessoas idosas; Demonstrar sempre atenção ao que está sendo falado pelo paciente e procurar identificar alguma condição de anormalidade – dor, sonolência, ansiedade, hostilidade, tristeza, confusão mental – para que você saiba a maneira de conduzir a entrevista; Conhecer e compreender as condições socioculturais do paciente representa uma ajuda inestimável para reconhecer a doença e entender o paciente; Perspicácia e tato são qualidades indispensáveis para a obtenção de dados sobre doenças estigmatizantes ou distúrbios que afetam a intimidade da pessoa; Ter sempre o cuidado de não sugestionar o paciente com perguntas que surgem de ideias preconcebidas; O tempo reservado à anamnese distingue o médico competente do incompetente, o qual tende a transferir para as máquinas e o laboratório a responsabilidade do diagnóstico; Sintomas bem investigados e mais bem compreendidos abrem caminho para um exame físico objetivo. Isso poderia ser anunciado de outra maneira: só se acha o que se procura e só se procura o que se conhece; Tipos de anamnese: Ativa: Passiva: Mista: A consulta é dividida em: Anamnese; Exame físico; Condutas (exames, planejamento terapêutico); O ambiente de consulta: Higiene; Boa iluminação; Estruturado (mesa de exame clínico, cadeira, birô, ventilação adequada); Biossegurança; Privacidade; Objetivos: Conhecer a história clínicas do paciente; Obter elementos para a condução objetiva do exame físico; Alimentar a base de dados epidemiológicos; Melhor planejamento e implementação terapêutica; Estabelecer uma relação de confiança entre profissional/paciente; A interpretação dos sintomas: O paciente sente um desconforto, interpreta-o, segundo suas percepções e cultura, verbalmente nos relata, e nós (médicos) o interpretamos e registramos no prontuário; Hab. Clínicas 1 - Módulo 1 Habilidades Clínicas 1 Quando tiver certeza das necessidades do paciente, o médico deve otimizar a relação custo/benefício, e interpretar de maneira mais adequada os valores laboratoriais, as imagens e os gráficos construídos pelos aparelhos. Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina O paciente pode interpretar adequadamente o que sente, mas equivocar-se na verbalização. Os gestos, o modo como são referidos os sintomas, parecem ter maior valor do que o verbal; O conhecimento de características verbais loco- regionais, é fundamental, muitas vezes, para a adequada interpretação; Também não é infrequente o paciente relatar um sintoma acompanhado de sua análise pessoal, sem dúvida, na maior parte das vezes completamente equivocada; Elementos: Identificação: É o perfil sociodemográfico do paciente que permite a interpretação de dados individuais e coletivos. Apresenta múltiplos interesses; o primeiro deles é de iniciar o relacionamento com o paciente, saber o nome de uma pessoa é indispensável para que se comece um processo de comunicação em nível afetivo; A data em que é feita a anamnese é sempre importante e, quando as condições clínicas modificam-se com rapidez, convém acrescentar a hora; Elementos obrigatórios: Nome completo; Idade; Sexo/gênero; Cor/etnia; Estado civil; Profissão; Ocupação atual; Local de trabalho; Naturalidade; Nacionalidade Procedência (refere-se a residência anterior do paciente); Endereço completo; Nome da mãe; Nome do responsável, cuidador e/ou acompanhante; Religião; Filiação a órgãos/instituições previdenciárias e planos de saúde; Grau de escolaridade; Queixa principal e duração (QPD): É o motivo da consulta. Sintomas ou problemas que motivaram o paciente a procurar atendimento médico; História da doença atual (HDA): Registro cronológico e detalhado do problema atual de saúde do paciente; Interrogatório Sintomatológico (IS): Avaliação detalhada dos sintomas de cada sistema corporal. Complementar a HDA e avaliar práticas de promoção à saúde; Antecedentes Pessoais Fisiológicos, Patológicos e Familiares (APF, APP e AF): Avaliação do estado de saúde passado e presente do paciente, conhecendo os fatores pessoais e familiares que influenciam seu processo saúde-doença; Hábitos de vida: Documentar hábitos e estilo de vida do paciente, incluindo ingesta alimentar diária e usual, prática de exercícios, história ocupacional, uso de tabaco, consumo de bebidas alcoólicas e utilização de outras substâncias e drogas ilícitas; Condições socioeconômicas e culturais: Avaliar as condições de habitação do paciente, além de vínculos afetivos familiares, condições financeiras, atividades de lazer, filiação religiosa e crenças espirituais, bem como a escolaridade; Aula 2: Anamnese – QPD/HDA *NÂO RASURAR PRONTUÁRIO* QPD (queixa principal e duração); É o motivo da consulta. Sintomas ou problemas que motivaram o paciente a procurar atendimento médico; Primeiro passo após a identificação do paciente; É necessário para saber o motivo que o enfermo procura atendimento; A queixa é geralmente um sinal ou sintoma, referidos nas próprias palavras do paciente; Caso queiramos repetir a forma com a qual nos foi dita (termos não médicos), deveremos colocar aspas; Deve-se evitar colocar diagnósticos como queixa principal que podem levar a graves erros; Atualmente, muitos pacientes nos procuram dizendo serem portadores de “Fibromialgia”; É fundamental, que busquemos o que o indivíduo sente, que possamos traduzir o que incomoda; É papel do médico manter o senso investigativo, pacientemente perguntando o real motivo da consulta; Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Evitar as interpretações do doente ou de outras pessoas (p. ex. o doente refere que o seu problema é “tensão arterial alta”); Usar preferencialmente as palavras do paciente. Exemplos: -“doutor estou com dor no peito”; Em situações que são citados “vários motivos”, deve ser colocado em pauta a queixa de maior relevância; A duração da queixa é importante para dar uma ideia do tipo de doença (aguda ou crônica); Qual o motivo que o(a) trouxe aqui? “O que o(a) está incomodando?” Exemplos de “queixa principal”: “Dor de garganta há dois dias”; “Dor no peito há duas horas”; Exame de admissão para o trabalho”; HDA (história da doença atual); É um registro cronológico e detalhado do motivo que levou o paciente a procurar a assistência médica, desde o seu início até a data atual; HDA é a abreviatura já consagrada no linguajar médico; Parte principal da anamnese; CHAVE MESTRA para chegar ao diagnóstico; Sintoma-Guia: O sintoma ou sinal que permite recompor a história da doença atual com mais facilidade e precisão; O encontro de um sintoma-guia é útil para todo médico, mas para o estudanteadquire especial utilidade, pois sem grandes conhecimentos clínicos e sem experiência, acaba sendo a única maneira para ele reconstruir a história de uma doença; Não, necessariamente, é o sintoma mais antigo e nem é obrigatório que a seja a primeira queixa relatada pelo paciente, mas isso também não deve ser menosprezado; Como orientação geral, o estudante deve escolher como sintoma-guia a queixa de mais longa duração, o sintoma mais salientado pelo paciente ou tomar como sintoma-guia a “queixa principal”.; Normas para se obter uma HDA: Permita ao paciente falar de sua doença; Determine o sintoma-guia; Descreva o sintoma-guia com suas características e analise-o minuciosamente; Use o sintoma-guia como fio condutor da história e estabeleça as relações das outras queixas com ele em ordem cronológica; Verifique se a história obtida tem começo, meio e fim; Não induza respostas; Apure evolução, exames e tratamentos realizados em relação à doença atual; Leia a história escrita por você para o paciente para que ele possa confirmar ou corrigir algum dado relatado ou mesmo alguma queixa estabelecida; Esquema para análise de um sintoma: Início. (Quando o senhor começou a sentir isso? Nem sempre o paciente vai lembrar a data exata mas deve ser estabelecida a época provável do início do sintoma); Características do sintoma; Fatores que melhora ou piora; Relação com outras queixas; Evolução; Situação atual; Aula 3: Anamnese – Interrogatório sintomatológico Interrogatório sintomatológico: É a revisão de sistemas, um complemento da história da doença atual (HDA); É responsável por documentar a existência ou ausência de sintomas comuns relacionados com cada um dos principais sintomas corporais; Permite que o paciente “pense” se ele não esqueceu de relatar algo durante a HDA; Ajuda a levantar possibilidades não reveladas ou pensadas através do que foi relatado na HDA; Origina as suspeitas diagnósticas mais importantes; A melhor maneira de iniciar o interrogatório sintomatológico é através da sistematização dos sistemas; Avalia práticas de promoção a saúde, orientando e esclarecendo o paciente sobre maneiras de prevenir doenças e evitar riscos à saúde; Deve registrar os sintomas presentes e os negados pelo paciente; Esquema para análise de um sintoma, tomando como modelo a dor: Início: Deve ser caracterizado com relação à época de aparecimento. Se foi de início súbito ou gradativo, se teve fator desencadeante ou não; Médico: Quando a dor surgiu? Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Paciente: Há 3 dias; Médico: Como ela começou; Paciente: De repente, depois que peguei um saco de cimento; Características do sintoma: Definir localização, duração, intensidade, frequência, tipo, ou seja, características próprias a depender do sintoma; Médico: Onde dói? Paciente: A dor é no peito, do lado direito, na frente; Médico: A dor irradia? Ela “anda”? Paciente: A dor vai para as costas; Médico: Quanto tempo dura? Paciente: O tempo todo, não para; Médico: Como é essa dor? Paciente: É uma dor forte, em pontada; Fatores que melhora ou piora: Definir quais fatores melhoram e pioram o sintoma, como, por exemplo, fatores ambientais, posição, atividade física ou repouso, alimentos ou uso de medicamentos; Médico: O que melhora a dor? Paciente: Melhora quando eu deito do lado direito; Médico: O que piora a dor? Paciente: A dor piora quando faço esforço físico e à noite quando esfria o tempo; Relação com outras queixas: Registrar se existe alguma manifestação ou queixa que acompanha o sintoma, geralmente relacionado com o segmento anatômico ou funcional acometido pelo sintoma; Médico: Você está tossindo? Paciente: Não; Médico: Você tem falta de ar? Paciente: Eu sinto um pouco de falta de ar sim; Evolução: Registrar o comportamento do sintoma ao longo do tempo, relatando modificações das características e influência de tratamentos efetuados; Médico: Essa dor se modificou nestes 3 dias? Paciente: Ontem eu tomei um analgésico e a dor melhorou, mas é só o efeito do remédio acabar que a dor volta; Situação atual: Registrar como o sintoma está no momento da anamnese também é importante; Médico: Como está a dor agora? Paciente: Agora a dor está muito forte e está dificultando minha respiração. Nada mais melhora. Preciso de ajuda; Importância: A proposta de atender ao paciente de maneira global inclui o conhecimento de todos os sistemas corporais em seus sintomas e na dimensão da promoção da saúde; Pensando no paciente como um ser mutável e em desenvolvimento, é necessário que se registre o estado atual de todo o seu organismo, para se ter um parâmetro no caso de futuras queixas e adoecimento. Por exemplo: se, na primeira consulta, o paciente não relatou nenhum sintoma referente ao sistema respiratório e, ao retornar após 2 meses, refere- se a tosse com escarros amarelados e dispneia, o médico pode ter uma ideia clara do aparecimento súbito de uma nova doença; Muitas vezes, o adoecimento de um sistema corporal tem correlação com outro sistema, e há necessidade de tal conhecimento para adequar a proposta terapêutica. Um exemplo clássico é a hipertensão arterial, em que pode existir comprometimento dos sistemas cardiovascular, renal, neurológico, metabólico e endocrinológico; Por fim, vale a pena incluir na fase de aprendizagem da anamnese o interrogatório sintomatológico, porque adquire-se uma visão de conjunto dos sinais e sintomas, conhecimento que será útil a todo médico; Sistematização: Sintomas Gerais: o Febre – sensação de aumento da temperatura corporal. (Você aferiu sua temperatura?/ Se o paciente afirmar ter tido febre e não tiver aferido a temperatura, no interrogatório deve-se colocar que ele nega febre, pois não foi aferida –explicitar-); o Astenia – sensação de fraqueza (cansaço, esmurecimento, prostrado); o Alteração do peso - especificar perda ou ganho de peso, quantos quilos, intervalo de Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina tempo e motivo (dieta, estresse, outras condições); o Sudorese – eliminação abundante de suor; o Calafrios – sensação momentânea de frio com ereção dos pelos; o Cãibras – contrações involuntárias de um músculo ou grupo muscular; Pele e Fâneros: o Alterações da pele – coloração, textura, edema; o Alterações dos fâneros – quantidade, coloração, aspecto; Cabeça e Pescoço: o Sentido crânio caudal. Crânio Face Pescoço; o Perguntar se o paciente tem dor. Localizar o mais corretamente possível a sensação dolorosa. A partir daí, indaga-se sobre as outras características semiológicas da dor; o Alterações do pescoço. Dor, tumorações, alterações dos movimentos, pulsações anormais ; Olhos: o Dor ocular e cefaleia: Bem localizada pelo paciente ou de localização imprecisa no globo ocular; o Sensação de corpo estranho: Sensação desagradável quase sempre acompanhada de dor; o Prurido: Sensação de coceira; o Queimação ou ardência: Acompanhado ou não a sensação dolorosa; o Lacrimejamento: Eliminação de lágrimas, independente do choro; o Sensação de olho seco: Sensação de secura, como se o olho não tivesse lágrimas; o Fotofobia: Hipersensibilidade à luz; o Xantopsia: Visão amarelada; o Cloropsia: Visão esverdeada (todos os objetos parecem verdes); o Iantopsia: Visão violeta; o Diplopia: Visão dupla, constante ou intermitente; o Nistagmo: Movimentos repetitivos rítmicos dos olhos; o Escótomas: Manchas ou pontos escuros no campo visual, descritos como manchas, moscas que voam diante dos olhos ou pontos luminosos; o Secreção: Líquido purulento que recobre as estruturas externas do olho; o Vermelhidão: Congestãode vasos na esclerótica; o Alucinações visuais: sensação de luz, cores ou reproduções de objetos; Orelhas: o Dor: Localizada ou irradiada de outra região; o Otorreia: Saída de líquido pelo ouvido; o Otorragia: Perda de sangue pelo canal auditivo, relação com traumatismo; o Zumbidos: Sensação subjetiva de diferentes tipos de ruídos; o Distúrbios da acuidade auditiva: Perda parcial ou total da audição, uni ou bilateral. Início súbito ou progressivo; o Zumbidos: Sensação subjetica de diferentes tipos de ruídos (campainha, grilos, apito, chiado, cachoeira, jato de vapor, zunido); o Vertigem ou tontura: sensação de estar girando em torno de objetos (vertigem subjetiva), ou os objetos girando em torno de si (vertigem objetiva); Nariz e cavidades paranasais: o Prurido: Pode resultar de doença local ou sistêmica; o Espirros: Isolados ou em crises. Indagar em que condições ocorrem, procurando detectar substâncias ou locais relacionados com os espirros; o Rinorreia: Corrimento nasal (aquoso, purulento, sanguinolento); o Dispneia: Falta de ar; o Diminuição do olfato: Diminuição (hiposmia) ou perda total (anosmia); o Aumento do olfato: Transitório ou permanente; o Alterações do olfato: Percepção anormal de cheros; o Rinolalia: Voz anasalada (alterações do fonação); o Epistaxe: Hemorragia nasal; o Anosmia: Ausência do ofalto; o Hiposmia: Diminuição do olfato; o Cacosmia: Percepção de mal cheiro (irreal); o Parosmia: Perversão do olfato; Cavidade bucal e anexos: o Sialose: Excessiva produção de saliva; o Halitose: Mau hálito; o Alterações do apetite: Polifagia ou hiperorexia: Inapetência ou anorexia; Perversão do apetite (geofagia ou outros tipos); o Alterações da voz: Disfonia (voz diferente do normal) Afonia (não tem voz) Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Voz lenta e monótona; Voz fanhosa ou anasalada; Faringe: o Dispneia: Dificuldade de respirar, relacionada com a faringe; o Disfagia: Dificuldade de deglutir, localizada na bucofaringe; o Odinofagia: Dor à deglutição; o Pigarro: ato de raspar a garganta; o Tosse: seca ou produtiva; o Halitose: Mau hálito; o Ronco: Pode estar associado à apneia do sono; Laringe: o Dor; o Dispneia; o Alterações da voz: Disfonia; afonia; voz lenta e monótona; voz fanhosa ou anasalada; o Tosse; o Disfagia; o Pigarro; Tireoide e paratireoides: o Dor; o Outras alterações: Nódulo, bócio, rouquidão, dispneia, disfagia; Vasos e linfonodos: o Dor; o Linfadenomegalias; o Pulsações e turgência jugular; Tórax: Parede torácica: o Dor; o Alterações da forma do tórax; o Dispneia; Mamas: o Dor; o Nódulos: Localização e evolução, modificações durante o ciclo menstrual; o Secreção mamilar: Uni ou bilateral, espontânea ou provocada. Aspecto de secreção; Traqueia, brônquios, pulmões e pleuras: o Dor; o Tosse: Seca ou com expectoração. Frequência, intensidade, tonalidade, relação com o decúbito, período em que predomina; o Expectoração: Volume, cor, odor, aspecto e consistência. Tipos de expectoração: mucoide, serosa, purulenta, mucopurulenta, hemoptoica; o Hemoptise: Eliminação de sangue pela boca, através da glote, proveniente dos brônquios ou pulmões. Obter os dados para diferenciar a hemoptise da epistaxe e da hematêmese; o Vômica: Eliminação súbita, através da glote, de quantidade abundante de pus ou líquido de aspecto mucoide ou seroso; o Dispneia: Relação com esforço ou decúbito; instalação súbita ou gradativa; relação com tosse ou chieira; tipo de dispneia; o Chieira. Ruído sibilante percebido pelo paciente durante a respiração; relação com tosse e dispneia; uni ou bilateral; horário em que predomina; o Cornagem: Ruído grave provocado pela passagem do ar pelas vias respiratórias altas reduzidas de calibre; o Estridor: Respiração ruidosa, algo parecido com cornagem; o Tiragem: Aumento da retração dos espaços intercostais; Aparelho respiratório: o Dispneia: dificuldade/desconforto ao respirar; o Expectração: ação ao tossir e expulsar substâncias provenientes dos pulmões, dos brônquios ou da traqueia (escarro); o Hemoptise: Eliminação de sangue vivo, vermelho rutilante, procedente das vias aéreas juntamente com a tosse; o Vômica: Vômito purulento ou expulsão violenta de pus, durante esforço de tosse, de coleção supurada pulmonar; o Chieira (Sibilo): Chiado predominante na respiração, musical (miado de gato). Pacientes com asma; o Eupneia: Respiração normal; o Taquipneia: Aumento da frequência respiratória; o Bradipneia: Diminuição da frequência respiratória; o Ortopneia: Dificuldade respiratória que acontece quando o paciente fica deitado e melhora quando fica de pé/sentado; o Platipneia: Dificuldade respiratória que acontece quando o paciente fica de pé e melhora quando fica deitado; o Trepopneia: Dificuldade respiratória que acontece quando o paciente se deita em decúbito lateral sobre o lado bom e melhora quando fica em decúbito lateral do lado doente; Aparelho cardiovascular: Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina o Dor precordial: dor na região do coração; o Palpitações: percepção subjetiva dos batimentos cardíacos; o Sincope: perda transitória da consciência com recuperação posterior completa; o Lipotímia: perda temporária da consciência produzida por um déficit súbito da circulação cerebral; o Cianose: coloração azulada da pele e mucosas, falta de oxigênio nas extremidades acometidas; o Taquicardia: aumento da frequência cardíaca; o Bradicardia: Diminuição da frequência cardíaca; o Taquisfigmia: Aumento da frequência do pulso; o Bradisfigmia: Diminuição da frequência de pulso; Sistema gastrointestinal: o Pirose: Sensação de queimação retroesternal; o Disfagia: Dificuldade de deglutição; o Odinofagia: Dor durante a deglutição; o Regurgitação: Volta à cavidade bucal de alimento ou de secreções contidas no esôfago ou estômago; o Vômitos ou êmese: expulsão do conteúdo gastrointestinal com esforço muscular; o Eructação: Eliminação de gases acumulados por via oral; o Náuseas: Sensação subjetiva do vômito; o Diarreia: Aumento do número de evacuações e/ou a presença de fezes amolecidas com consistência pastosa e/ou líquidas na excreção; o Esteatorreia: Formação de fezes volumosas, acinzentadas ou claras, e tem aparência oleosa. Giardíase; o Diseteria: Diarreia com sangue; o Hematêmese: vômitos com sangue; o Melena: Eliminação de sangue escuro (digerido) junto com as fezes. É fétido e tem um aspecto de graxa preta ou borra de café; o Enterorragia: Eliminação de sangue vivo pelo ânus (grande quantidade); o Hematoquezia: Eliminação de sangue vivo pelo ânus (raios do sangue nas fezes); Sistema Urinário e Genital: o Incontinência Urinária – perda involuntária de urina (ao fazer esforços, tossir entre outros); o Retenção Urinária – incapacidade da bexiga de se esvaziar parcial ou completamente; o Urgência Miccional – necessidade súbita e imperiosa de urinar (Infecção no trato urinário, pedra nos rins); o Oligúria - redução do volume urinário (entre 100 ml e 400ml), [Paciente que fizeram hemodiálise]; o Poliúria – aumento do volume urinário (2500 ml em 24h),[Insuficiência renal]; *Na coleta de urina de 24h o paciente deve anotar o horário das coletas* o Anúria: volume urinário menor que 100 ml em 24h; o Polaciúria: aumento do número de micções sem aumento do volume urinário (Infecção Urinária); o Disúria: sensação de dificuldade ao urinar (Infecção urinária); o Algúria: dor ao urinar; o Noctúria ou Nictúria: necessidade de esvaziar a bexiga durante a noite por uma alteração no ritmo circadiano da diurese (Insuficiência renal avançada); o Enurese noturna: emissão involuntária de urina durante o sono;o Colúria: urina escurecida, cor de “coca cola” (Glomerunefrite difusa aguda); o Hematúria: presença de sangue na urina Pedra no rins); o Hemoglobinúria: presença de hemoglobina na urina, podendo causar anemia (Glomerulopatias); o Mioglobinúria: presença de mioglobina na urina (Problemas nos músculos- Rapidomiolise); o Priapismo: ereção persistente, dolorosa, sem desejo sexual; o Hemospermia: presença de sangue no esperma; o Dispareunia: dor durante o ato sexual; o Galactorréia: secreção mamária, produção de leite fora do período pós-parto ou lactação; o Amenorreia: ausência de menstruação por cerca de 3 ciclos ou mais; o Dismenorreia: menstruação difícil; o Menarca: primeira menstruação; o Algomenorréia: cólica menstrual; o Pubarca: aparecimento de pelos pubianos e axilares; o Telarca: desenvolvimento mamário; o Menopausa e climatério: fim da menstruação. Pode ocorrer fogachos ou ondas de calor e insônia; Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina o Menacme: período fértil (entre 10 e 49 anos); Sistema hemolinfopoetico: o Astenia: Instalação lenta ou progressiva; o Linfonodomegalia: aumento dos linfonodos; o Esplenomegalia: aumento do baço; o Hepatomegalia: aumento do fígado; Sistema Endócrino: o Acromegalia: excesso de produção de hormônios do crescimento na fase adulta; o Hipertireoidismo: produção excessiva do hormônio tireoidano; o Hipotireoidismo: diminuição do funcionamento da glândula tireoide; Sistema Osteomuscular: o Mialgia: dor muscular; o Cervalgia: dor que atinge a região do pescoço; o Dorsalgia: dor localizada no segmento dorsal da coluna vertebral; o Lombalgia: dor na região lombar; Artérias, veias, linfáticos e microcirculação: o Claudicação: dor intermitente que interrompe o andar (Pode ser do sistema vascular ou linfático); o Edema: presença de líquido no terceiro espaço (localização, duração e evolução); o Linfangite: processo inflamatório nos vasos linfáticos; OBS: Tudo que tiver o prefixo “ITE” é uma inflamação. Ex.: Amigdalite é uma inflamação na amígda.la; Sistema nervoso: o Anestesia: abolição da sensibilidade em todos os seus modos; o Hipoestesia: diminuição da sensibilidade; o Analgesia: inibição da sensibilidade dolorosa; o Hiperestesia: aumento da sensibilidade; o Paraestesia: formigamento, dormência, “choque”; o Hemiplegia: paralisia de um lado do corpo; o Paraplegia: paralisia dos membros inferiores; o Tetraplegia: paralisia dos membros inferiores e superiores; o Paresia: diminuição do movimento; o Disfonia: alteração do timbre da voz (Ao falar tem alteração no timbre, modificação do seu timbre no momento de fala); o Disartria: má coordenação dos músculos da fala, devido a paresia (diminuição do movimento); o Dislalia: perturbação da articulação da palavra falada; Exame psíquico e avaliação das condições emocionais: o Insônia: dificuldade para dormir; o Sonolência: sono excessivo; o Sonilóquio: emissão de sons ou frases sem sentido durante o sono; o Pesadelos: sonhos aflitos acompanhados de ansiedade, mal estar e agitação; o Sonambolismo: condição na qual caminha enquanto dorme; o Consciência: alterações quantitativas (normal, obnubilação); o Orientação: autopsíquica/tempo/espaço; o Memória: capacidade de recordar; o Inteligência: capacidade de adaptar os pensamentos as necessidades do momento presente ou de adquirir novos conhecimentos; o Sensopercepção: capacidade de uma pessoa aprender as impressões sensoriais. (Ilusões e alucinações); o Vontade: disposição para agir a partir de uma escolha ou decisão; o Afetividade: compreende um conjunto de vivências, incluindo sentimentos complexos (humor ou estado de ânimo); Aula 4: Anamnese – Antecedentes Pessoais Fisiológicos Considera-se avaliação do estado de saúde passado e presente do paciente, conhecendo fatores pessoais e familiares que influenciam seu processo saúde-doença; Em crianças e paciente com baixa idade, a análise dos antecedentes consegue ser feita com mais facilidade; Às vezes, uma hipótese diagnóstica leva o examinador a uma indagação mais minuciosa de algum aspecto da vida pregressa. Por exemplo: ao se identificar uma cardiopatia congênita, investiga-se a possível ocorrência de rubéola na mãe durante o primeiro trimestre da gravidez. O interesse dessa indagação é por saber-se que essa virose costuma causar defeitos congênitos em elevada proporção dos casos; Gestação e Nascimento: Como decorreu a gravidez: Duração da gestação (se o RN foi pré- termo, pós-termo); Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Intercorrências (diabetes gestacional, infecções do trato urinário poucos dias antes do parto); Via do parto (natural ou cesariano); Uso de medicamentos ou radiações sofridas pela genitora: Os motivos do uso incluem o tratamento de manifestações clínicas inerentes à própria gravidez, doenças crônicas ou Viroses durante a gestação: Leitura complementar: Guia prático: Infecções no ciclo Grávido-Puerperal; Condições de parto (normal, fórceps, cesariana); Normal: respeita a natureza do bebê e da mãe; Cesariana: é um procedimento cirúrgico originalmente desenvolvido para salvar a vida da mãe e/ou da criança, quando ocorrem complicações durante a gravidez ou o parto; Fórceps: ainda há necessidade da prática do fórceps, mas que Estado da criança ao nascer: Intercorrência no parto (aspiração de mecônio, trabalho de parto prolongado); Condições do RN ao nascimento (índice de Apgar na Caderneta de Saúde da Criança, se chorou logo após o nascimento, se houve cianose prolongada); Necessárias manobras de reanimação neonatal ou de administração de oxigênio; Ordem do nascimento: Número de irmãos: Desenvolvimento psicomotor e neural: Dentição: Informações sobre a primeira e segunda dentição, registrando-se a época em que apareceu o primeiro dente; A partir dos 6 meses surge o primeiro dente; Engatinhar e andar: Anotar as idades em que essas atividades tiveram início; Com 6 meses a criança começa a engatinhar e com 1 ano de idade ela anda; Fala: Quando começou a pronunciar as primeiras palavras; A fala desenvolve-se entre 1e 3 anos de idade; Desenvolvimento físico: Peso e tamanho ao nascer e posteriores medidas. Averiguar sobre o desenvolvimento comparativamente com os irmãos; Controle dos esfíncteres: Acontece entre 2 e 4 anos de idade; Aproveitamento escolar; Desenvolviemento sexual: Puberdade: Estabelecer época de seu início; Menarca: Identificar idade da 1ª menstruação; Sexarca: Identificar idade da 1ª relação sexual; Após a informação da sexarca, o estudante, ainda de maneira tranquila, pode perguntar se o paciente mora com familiares ou sozinho, acrescentando a seguinte indagação: “Você mora sozinho? Mora com algum companheiro ou companheira? ” Em seguida, pode-se questionar se o paciente pratica sexo seguro ou não (se usa preservativo, se tem outros parceiros, etc.); Menopausa (última menstruação): Identificar época do seu aparecimento; Orientação sexual: Atualmente, usam-se siglas como HSM, HSH, HSMH, MSH, MSM, MSHM, em que: H, homem; M, mulher e S, faz sexo com; Observações: Saber a idade em que determinadas atividades tiveram início aparecimento precoce, tardio ou normal; Perguntas sobre a sexualidade devem ser feitas após ter conversado alguém tempo com o paciente; Deve-se começar perguntando sobre o desenvolvimento psicossexual, ou seja, quando parou de mamar, se foi amamentado no seio ou não, quando foi ensinado a usar o “peniquinho”. Em seguida, pode-se perguntar como foi sua adolescência e, de forma tranquila, pergunta-se com que idade tevesua primeira relação sexual; Deixar o paciente livre para demonstra sua orientação sexual; Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Aula 5: Anamnese – Antecedentes Pessoais Patológicos Antecedentes pessoais do paciente que apresentou uma patologia; Não pode ser um esquema rígido; Roteiro Sistematizar o trabalho; Estado saúde passado e presente Fatores Processo saúde-doença; Itens a serem avaliados: Doenças sofridas pelo paciente: Mais comuns na infância Sarampo, varicela, coqueluche, caxumba, doença reumática, amigdalites; Vida adulta pneumonia, hepatite, malária, pleurite, tuberculose, hipertensão arterial, diabetes, artrose, osteoporose, litíase renal (pedra nos rins), gota, entre outras; Pode ser que o paciente não saiba dizer o nome da doença que teve, mas consegue se lembrar de determinado sintoma ou sinal que teve importância para ele, como icterícia e febre prolongada; OBS: Faz-se, então, um retrospecto de todos os sistemas, dirigindo ao paciente perguntas relativas às doenças mais frequentes de cada um; Alergia (NUNCA esquecer se ele tem algum quadro alérgico): Quando se depara com um caso de doença alérgica, essa investigação passa a ter relevância especial; É possível e útil tomar conhecimento da existência de alergia a alimentos, medicamentos ou outras substâncias; Se o paciente já sofreu de afecções de fundo alérgico (eczema, urticária, asma), esse fato merece registro; Cirurgias que já foram realizadas: Anotam-se as intervenções cirúrgicas, referindo-se os motivos que a determinaram; Havendo possibilidade, registrar a data, o tipo de cirurgia, o diagnóstico que a justificou e o nome do hospital onde ocorreu o procedimento; Traumatismos: É necessário indagar sobre o acidente em si e sobre as consequências deste; Medicina trabalhista implicações periciais decorrentes dos acidentes de trabalho; A correlação entre um padecimento atual e um traumatistmo anterior pode ser sugerida pelo paciente sem muita consistência. Nesses casos, é necessário uma investigação amnésica bem detalhada para que o examinador tire uma conclusão própria a respeito da existência ou não da correlação sugerida; Transfusões sanguíneas: Anotar: o Número de transfusões? o Quando ocorreu? o Onde? o Porque? História obstétrica: Anotar número de gestações (G), de partos (P), de abortos (A), de prematuros e de cesarianas (C) (G_P_A_C_); Neste item, caso o paciente seja do sexo masculino, indaga-se o número de filhos, enfatizando-se a importância da paternidade; Vacina: Anotar o nome das vacina que foram tomadas e a época da aplicação; Investigar, principalmente, se o paciente tomou vacinas recomendas pelo Ministério da Saúde, de acordo com a faixa etária: Crianças: o BCG; o Hepatite B; o Difteria; o Tétano; o Coqueluche; o Poliomielite; o Rotavírus; o Sarampo; o Rubéola; o Caxumba; o Varicela; o Febre amarela; o Hepatite A; o Meningocócia C; o Pneumocócica; Adolescentes: o Difteria; o Tétano; o Hepatite B; o Febre amarela; o HPV; Adultos: o Hepatite B; o Febre amarela; o Difteria; o Tétano; o Sarampo; o Rubéola; Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina o Caxumba; Pessoas idosas: o Hepatite B; o Difteria; o Tétano; o Febre amarela; o Influenza ou gripe; o Pneumocócica; Medicamentos em uso: Anotar nome(s), posologia, motivo, quem prescreveu; Antecedentes familiares: Estado de saúde (quando vivos) dos pais e irmãos; Se for casado, inclui-se o cônjuge e, se tiver filho, estes são referidos; Avós, tios e primos paternos e maternos do paciente; Se tiver algum doente na família, esclarecer a natureza da enfermidade; Em caso de falecimento de algum membro da família, indagar a causa do óbito e a idade em que ocorreu; Investigar as doenças com caráter familiar mais comuns, as quais são: Enxaqueca; Diabetes; Tuberculose; Hipertensão arterial; Câncer; Doenças alérgicas; Doença arterial coronariana (infarto agudo do miocárdio, angina de peito); Acidente vascular cerebral; Dislipidemias; Úlcera péptica; Colelitíase; Varizes; Se o paciente é portador de uma doença que possui um caráter hereditário, como hemofilia, anemia falciforme, rins policísticos, erros metabólicos, torna-se necessário uma investigação genealógica mais rigorosa e, nesses casos, recorre-se às técnicas de investigação genética; Aula 6: Anamnese – Hábitos e estilo de vida Alimentação: Antes de avaliar o estado de nutrição dos pacientes, devem ser obtidos dados a respeito dos seus hábitos alimentares; Toma-se como referência o que seria a alimentação adequada para aquela pessoa em função da idade, do sexo e do trabalho desempenhado; O médico deve induzir o paciente a falar sua alimentação habitual, esfecificando o máximo possível o tipo e a quantidade dos alimentos ingeridos – é o que se chama anamnese alimentar; Consumo de alimentos à base de carboidratos, proteínas, gorduras, fibras, bem como de água e outros líquidos; Expressões mais frequentes: Alimentação quantitativa e qualitativamente adequada; Reduzida ingesta de fibras; Insuficiente consumo de proteínas, com alimentação à base de carboidratos; Consumo de calorias acima das necessidades; Alimentação com alto teor de gorduras; Reduzida ingesta de verduras e frutas; Insuficiente consumo de proteínas sem aumento compensador da ingestão de carboidratos; Baixa ingestão de líquidos; Reduzida ingesta de carboidratos; Reduzido consumo de gorduras; Alimentação puramente vegetariana; Alimentação láctea exclusiva; Ocupação atual e ocupações anteriores: Identificação registro profissão agora devemos obter informações sobre a natureza do trabalho desempenhado, com que substâncias entra em contato, quais as características do meio ambiente e qual o grau de ajustamento ao trabalho; Informações tanto da ocupação atual e das ocupações anteriores – história ocupacional importância da Medicina do Trabalho; Desse modo, percebe-se que os portadores de asma brônquica terão sua doença agravada se trabalharem em ambiente enfumaçado ou empoeirado, ou se tiverem de manipular inseticidas, pelos de animais, penas de aves, plumas de algodão ou de lã, livros velhos e outros materiais reconhecidamente capazes de agir como antígenos ou irritantes das vias respiratórias Atividades físicas: Nos dias atuais é percebido a relação entre muitas enfermidades e o tipo de vida levado pela Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina pessoa no que concerne à prática de exercícios físicos. Algumas das enfermidades: cardiopatias, dislipidemias, diabetes, degenerações articulares; O médico deve questionar o tipo de exercício físico realizado (natação, futebol, caminhadas etc.), frequência (diariamente, 3x na semana etc.), duração ( 30 min, 1 hora) e tempo que pratica (há 1 ano, há 3 meses); Classificação: Pessoas sedentárias; Pessoas que exercem atividades físicas moderadas; Pessoas que exercem atividades físicas intensas e constantes; Pessoas que exercem atividades físicas ocasionais; Hábitos: É muito comum que os pacientes e seus familiares omitam alguns de seus hábitos. Por isso, a investigação desse item exige habilidade, discrição e perspicácia. Uma afirmativa ou uma negativa sem explicações por parte do paciente não significa necessariamente a verdade; Deve ser investigado sistematicamente o uso de tabaco, bebidas alcoólicas, anabolizantes, anfetaminas e drogas ilícitas; Consumo de tabaco: Normalmente não costuma ser um hábito negado porpacientes, a não ser que ele tenha sido proibido de fumar; Efeitos nocivos do uso de tabaco: Câncer de boca, faringe, laringe, pulmão e bexiga; Afecções broncopulmonares (asma, bronquite, enfisema, DPOC e bronquiectasias); Afecções cardiovasculares (doença arterial coronariana, hipertensão arterial, tromboembolia); Intoxicação do recém-nascido em aleitamento materno (nutriz tabagista); Diante disso, nenhuma anamnese estará completa se não investigar esse hábito, registrando-se tipo (cigarro, cachimbo, charuto, cigarro de palha, cigarro eletrônico), quantidade, frequência, duração do vício e abstinência (já tentou parar de fumar); Consumo de bebidas alcoólicas: Não se deve deixar de perguntar sobre o tipo de bebida (cervea, vinho, licor, vodca, uísque, cachaça, gim, outras) e a quantidade habitualmente ingerida, bem como frequência, duração do vício e abstinência (se já tentou parar de beber); Vem sendo muito praticado nos últimos anos o binge drinking ou heavy drinking (beber exageradamente), principalmente entre jovens. O binge drinking é definido como consumo de cinco ou mais doses em uma única ocasião por homens ou quatro ou mais doses em uma única ocasião por mulheres, pelo menos uma vez nas últimas 2 semanas. Esse tipo de padrão de consumo expõe o bebedor a situações como: danos à saúde física, sexo desprotegido, gravidez indesejada, superdosagem, quedas, violência, acidentes de trânsito, comportamento antissocial e dificuldades escolares; Para facilitar a avaliação do hábito use a seguinte esquematização: Pessoas abstêmicas não consomem definitivamente nenhum tipo de bebida alcoólica; Consumo ocasional, em quantidades moderadas; Consumo ocasional, em grande quantidade, chegando a estado de embriaguez; Consumo frequente, em quantidade moderada; Consumo diário, em pequena quantidade; Consumo diário, em quantidade para determinar embriaguez; Consumo diário, em quantidade exagera, chegando o paciente a estado de embriaguez; Avaliação do uso de álcool: QUESTIONÀRIO CAGE (acrônimo referente às suas 4 perguntas – CUT DOWN, ANNOYDE BY CRITICIMS, GUILTY E EYE-OPENER): Você já sentiu necessidade de parar de beber? Você já se sentiu chateado por críticas que os outros fazem pelo seu modo de beber? Você já se sentiu culpado sobre seu jeito de beber? Você já teve que beber para iniciar o dia e “firmar o pulso”? SE DUAS OU MAIS RESPOSTAS FOREM AFIRMATIVAS, CONSIDERA-SE O RASTREAMENTO COMO SENDO POSITIVO. O USUÁRIO PODE SER ACONSELHADO E ACOMPANHADO; Uso de anabolizantes e anfetaminas: Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina O uso frequente de anabolizantes por frequentadores de academia tem se tornado preocupante, pois tais substância levam à dependência e estão correlacionadas com doenças cardíaca, renais, hepáticas, endócrinas e neurológicas; A utilização de anfetaminas, de maneira indiscriminada, leva à dependência química e, comprovadamente, causa prejuízos à saúde. Alguns sedativos (barbitúricos, morfina, benzodiazepínicos) também causam dependência química e devem ser sempre investigados; Consumo de drogas ilícitas: Não deixar de questionar sobre tipo de droga, quantidade habitualmente ingerida, frequência, duração do vício e abstinência; A investigação clínica de um paciente que usa drogas ilícitas não é fácil. Há necessidade de tato e perspicácia. O médico deve integrar informações provenientes de todas as fontes disponíveis, principalmente de familiares; Anamnese – Condições socioeconômicas e culturais Avaliam a situação financeira, vínculos afetivos familiares, filiação religiosa e crenças espirituais do paciente, bem como condições de moradia e grau de escolaridade; Habitação: Zona rural: Casas servem como abrigos para numerosos reservatórios e transmissores de doenças infecciosas e parasitárias; Zona urbana: As favelas e as áreas de invasão propiciam o surgimento de doenças infectoparasitárias ausência de saneamento básico, proximidade de rios poluídos, ineficácia na coleta de lixo e confinamento de várias pessoas em pequenos cômodos; Condições de moradia: Se mora em casa ou apartamento; Se a casa é feita de alvenaria ou não; Qual a quantidade de cômodos; Se possui saneamento básico, coleta regular de lixo; Se abriga animais domésticos; Pergunta-se também sobre o contato com pessoas ou animais doentes. Se afirmativo, questiona-se sobre onde e quando ocorreu e sobre a duração do contato; Poluição do ar, poluição sonora e poluição visual, os desmatamentos e as queimadas, as alterações climáticas, as inundações, os temporais e os terremotos propiciar o surgimento de várias doenças; Condições socioeconômicas: Renda mensal; Situação profissional; Dependência econômica de parentes/instituição; Médico conhecer as possibilidades econômicas de seu paciente compra de medicamentos e realizar exames complementares; OBS: “É obrigação do médico compatibilizar sua prescrição às condições financeiras do paciente frequente causa de abandono do tratamento incapacidade de adquirir remédios ou alimentos especiais”; Condições culturais: Grau de escolaridade: Quanto à escolaridade, é importante saber se o paciente é analfabeto ou alfabetizado. Vale ressaltar se o paciente completou o ensino fundamental, o ensino médio ou se tem nível superior (graduação e pós- graduação). Tais informações são fundamentais na compreensão do processo saúde-doença; Religiosidade; Tradições; Crenças; Mitos; Medicina popular; Comportamentos; Hábitos alimentares; Vida conjugal e relacionamento familiar: Inevestiga-se o relacionamento entre: Pais e filhos; Entre irmãos; Entre cônjuges; Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Aula 7: Exame Físico Geral: Sinais Vitais e Medidas Antropométricas Exame físico: Após o término da anamnse o paciente deverá ser informado, esclarecido sobre como será realizado o exame físico, não impedindo que se continue a conversar com o mesmo, trazendo tranquilidade; Semiotécnica do exame físico geral: Posições em que o paciente deve ser examinado: o Decúbito; o Sentado; o Em pé; o Caminhando; Para que seja mais confortável para o paciente e melhor sistematização do exame físico geral, primeiro deve-se examiná-lo sentado à beira do leito ou da mesa de exame, só não deve ser realizado dessa maneira se o paciente for incapaz de permanecer nessa posição; O médico examinador deve se manter em pé, em frente ao paciente, deslocando-se para os dois lados, quando for necessário. No entanto, o exame pode ser iniciado com o paciente deitado se assim for mais confortável para ele; Ambiente adequado: iluminação, conforto para o examinador e para o paciente, temperatura agradável, silêncio e vestimenta adequada para ambos; Objetivo do exame físico: testar as hipóteses diagnósticas desenvolvidas durante a anamnese, confirmando, afastando ou descobrindo nova hipótese diagnóstica; Ferramentas da propedêutica clínica: Inspeção: Inspeção estática: observação visual do local a ser examinado; Inspeção dinâmica: mediante instrumentos: esfigmomanômetro, estetoscópio, oftalmoscópio, otoscópio e termômetro; Ausculta: É o ato de ouvir o som gerado pelos órgãos do corpo humano e através deles detectar alguma anormalidade. Posição adequada e local silencioso; Percussão: É uma técnica que exige bastante habilidade manual, o profissional executa um movimento rápido na área a ser examinada e produz um som que é avaliado por sua intensidade, tonalidade, duração e qualidade; Palpação: Mãos semi fletidas: palpaçãode órgãos profundos; Em pinça: utilizando o polegar e o indicador; Digito pressão: comprimir uma área corporal a polpa digital do indicador ou polegar; Palpação bimanual: uma das mãos aproxima a estrutura que será examinada pela outra; Escolher a melhor posição de examinar (geralmente à direita do paciente); Avaliação do paciente: O exame físico deverá ser feito em duas etapas: Geral, ectoscopia ou somatoscopia & Específico para cada sistema ou segmento corporal; Posicões do paciente: Sentada: ortostatismo (em pé); Específicas: ginecológica; Decúbitos: dorsal (supino), ventral, laterais direito e esquerdo; Estado Geral: Avaliação com base no que foi falado pelo paciente e interpretado de acordo com a experiência de cada um. Em outras palavras, é o que aparenta o paciente, visto em sua totalidade; Para descrever a impressão obtida são utilizadas as seguintes nomeclaturas:. o Bom estado geral (BEG); o Estado geral regular ou levemente comprometido ou decaído (EGR); o Estado geral rum ou muito comprometido ou decaído (EGC); Tem utilidade prática, principalmente para se compreender até que ponto a doença atingiu o organismo; Serve de alerta para o médico nos casos com escassos sinais ou sintomas indicativos de uma determinada enfermidade, sendo assim obriga-o a aprofundar sua investigação diagnóstica na busca de uma afecção que justifique a deterioração do estado geral. Pode acontecer o inverso também, ou seja, o paciente ter um bom estado geral na presença de uma doença sabidamente grave. Isso indica uma boa capacidade de reação do organismo, o que tem valor prognóstico; Nível de consciência: Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina A percepção de maneira consciente do mundo exterior e de si mesmo caracteriza o estado de vigília; Âmbito neurológico e psiquiátrico; Normal: consciente, orientado no tempo e no espaço, colaborativo com o exame, tranquilo, eutímico. Acordado, ativo, reativo (para bebês) Anormal: sonolento, torporoso, desorientado, não contactua com o examinador, irritado, deprimido; Entre o estado de vigília, onde o paciente está inteiramente consciente, e o estado comatoso, em que o paciente perde a capacidade de identificar seu mundo interior e o mundo externo, é possível identificar várias fases intermediárias, as quais indicam o nível de consciência, sendo assim: o Obnubilação: Nessa fase o nível de consciência é pouco comprometido, sendo assim o paciente continua em estado de alerta mesmo que seja algo diminuído; o Sonolência: Nessa fase o paciente, o qual está adormecido, consegue despertar facilmente, responde mais ou menos apropriadamente, porém ele logo volta a adormecer; o Confusão mental: Nessa fase o paciente possui perda de atenção, o pensamento não é claro, suas respostas são lentas e não possuem uma percepção de tempo e espaço normal; o Torpor ou estupor: O paciente que está nessa fase possui uma alteração de consciência mais pronunciada, porém ele ainda é capaz de ser despertado a partir de estímulos mais fortes e tem movimentos espontâneos; o Coma: Quando o paciente está nessa fase, mesmo com estímulos fortes ele ainda não consegue despertar e não tem movimentos espontâneos; Coma é um estado de inconsciência, habitualmente prolongado (com duração de horas, dias ou meses), do qual o paciente pode ou não emergir; Esse estado de inconsciência não pode ser revertido pelos estímulos externos comuns, critério que torna possível distinguir o coma do estado de inconsciência do sono fisiológico; A escala de coma de Glasgow, instrumento mais utilizado para determinar alterações de nível de consciência, consiste na análise de três parâmetros: abertura ocular, resposta verbal e resposta motora; Abertura Ocular Espontânea 4 Ao comando verbal 3 À dor 2 Sem resposta 1 Resposta Motora Ao comando verbal 6 À dor - localizar 5 Flexão normal do membro estimulado 4 Flexão anormal 3 Extensão 2 Sem resposta 1 Resposta Verbal Orientada 5 Confusa 4 Inapropriada 3 Incompreensível 2 Sem resposta 1 o Orientação: Autopsíquica: » Em relação a si mesmo; » Ex.: Nome, idade; Alopsíquica: » Tempo e espaço; » As perguntas devem ser feitas do maior para o menor. Ex.: Ano, mês, dia da semana (segunda, terça e etc.) e data; o Perceptividade e reatividade: Maneiras de analisar a perceptividade: » Resposta a uma ordem simples – “feche os olhos e mostre a língua”; » Orientação no tempo e espaço – “onde está e que dia é hoje?”; » Execução de um cálculo simples – “quanto é 2+2?” » Nomear seis flores; Maneiras de analisar a reatividade: Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina » Reação de orientação e de alerta – o examinador provoca um ruído e observa se o paciente o localiza com os olhos, com a abertura e movimentação; » Reação de piscamento à ameaça de atingir os olhos; » Reação à dor – aplicação de estímulos dolorosos leves; Fala e linguagem: Desde o primeiro momento do encontro com o paciente, o médico deve prestar atenção à linguagem do paciente, particularmente na linguagem falada (fala); Classificação das alterações na fala: o Disfonia ou afonia: Alteração do timbre da voz causada por alguma alteração no órgão fonador; A voz pode acabar tornando-se rouca, fanhosa ou bitonal; o Dislalia: Termo utilizado para designar alterações menores da fala, comuns em crianças, como a troca de letra; Possui uma forma especial que é a disritmolalia, a qual compreende distúrbios no ritmo da fala, incluindo a gagueira e a taquilalia; o Disartria: Ocorre devido alterações nos músculos da fonação, incoordenação cerebral (voz arrastada, escandida), hipertonia no parkinsonismo (voz baixa, monótona e lenta) ou perda do controle piramidal (paralosia pseudobulbar); o Disfasia: Essa alteração aparece com total normalidade do órgão fonador e dos músculos da fonação e depende de um distúrbio na elaboração cortical da fala; Existe diversos graus de disfasia, os quais vão desde mínimas alterações até perda total da fala; A disfasia pode ser de recepção ou sensorial (o paciente não entende o que se diz a ele) ou da expressão ou motora (o paciente entende, mas não consegue se expressar), ou ainda do tipo misto, o que é mais frequente. A disfasia traduz lesão do hemisfério dominante: o esquerdo no destro, e vice-versa, mas não tem valor localizatório absoluto; o Outros distúrbios: Retardo no desenvolvimento da fala na criança; Disgrafia – perda da capacidade de escrever; Dislexia – perda da capacidade de ler; Biótipos: Brevilíneo: o Pescoço curto; o Tórax largo; o Membros curtos; o Baixa estatura; o Ângulo charpy maior de 90º Mediolíneo: o Pescoço, tórax, membros e estatura intermediários; o Ângulo de Charpy igual a 90º Longilíneo: o Pescoço longo; o Tórax longo; o Membros compridos; o Alta estatura; o Ângulo Charpy menor de 90º; Hidratação: Alteração abrupta do peso; Alterações da pele quanto a umidade, à elasticidade e ao turgor; Alterações da mucosa quanto a umidade; Alterações oculares; Estado geral; Fontanelas (crianças); Mucosas: Coloração grau de palidez: observar mucosa palpebral da conjuntiva, mucosa oral, leito ungueal e palma das mãos Coloração amarelada: icterícia; Umidade grau de hidratação; Lesões (aftas orais); Peso e altura (estatura): Paciente descalço e em posição ortostática tarar a balança antes; Criança até 2 anos recomenda-se medir com ela deitada; IMC não distingue massa gordurosa de massa magra; IMC Estado nutricional <16 Magreza grau III Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período-Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina 16 a 16,99 Magreza grau II 17 a 18,49 Magreza grau I 18,5 a 24,99 Eutrófico 25 a 29,99 Sobrepeso >30 Obesidade Fácies: Expressão ou aparência fácil distintiva associada a uma condição médica específica; Principais tipos de fácies: o Fácies normal ou atípica: Comporta muitas variações, facilmente reconhecida por todo, mas é preciso ensinar o olho a ver; Mesmo que não possua traços anatômicos ou expressão fisionômica que caracterize as fácies que serão estudadas, é necessário identificar, no rosto do paciente, sinais indicativos de tristeza, ansiedade, medo, indiferença, apreensão; o Fácies hipocrática: Olhos fundos, parados e inexpressivos, são as principais características que chamam atenção do médico; O nariz afila-se, e os lábios se tornam adelgaçados (forma delgada, fina). Os “batimentos das asas do nariz” também costumam ser observados; O rosto do paciente quase sempre está coberto de suor; Palidez cutânea e uma leve cianose labial completam a fácie hipocrática; Esse tipo de fácies indica doença grave e quase nunca falta nos estados agônicos das afecções que evoluem de modo lento; o Fácies esclerodérmica: Conhecida também como fácies de múmia, pois sua característica fundamente é a imobilidade facial; o Fácies renal: Principal característica é o edema que predomina ao redor dos olhos, o quadro clínico se completa com a palidez cutânea; Essa fácie é identificada nas doenças renais, particularmente na síndrome nefrótica e na glomerulonefrite aguda; o Fácies leonina: As alteração são produzidas pelas lesões da hanseníase; A pele, além de espessa, adquiri um grande número de lepromas de tamanhos variados e confluentes, em maior número na fronte. Os supercílios caem, o nariz se espessa e se alarga, os lábios ficam mais grossos e proeminentes, as bochechas e o mento se deformam devido ao aparecimento de nódulos, a barba escasseia ou desaparece; As alterações dessa fácie em conjunto deixam o rosto do paciente com um aspecto de cara de leão; o Fácies adenoidiana: As principais características são o nariz pequeno e afilado e a boca sempre entreaberta; Aparece em pessoas com hipertrofias das adenoides, as quais dificultam a respiração pelo nariz ao obstruírem os orifícios posteriores das fossas nasais; o Fácies parkinsoniana: Características: cabeça inclina-se um pouco para frente e permanece imóvel nesta posição, o olhar fixo, os supercílios elevados e a fronte enrugada conferem ao paciente uma expressão de espanto. A fisionomia é impassível e costuma- se dizer que esses pacientes se parecem com uma figura de máscara. É comum chamar a atenção a falta de expressividade facial; Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina São identificadas na síndrome ou na doença de Parkinson; o Fácies basedowiana: Características: suas características mais marcantes são observadas nos olhos e no olhar. Os olhos são salientes (exoftalmia) e brilhantes, destacando o rosto magro do paciente. Mas pode apresentar, também, um aspecto de espanto e ansiedade, e um elemento que pode salientar as características dessa fácie é o bócio; Indica hipertireoidismo; o Fácies mixedematosa: Características: rosto arredondado, nariz e lábios grossos, pele seca, espessada e com acentuação de seus sulcos, as pálpebras apresentam-se infiltradas e enrugadas, os supercílios são escassos e os cabelos secos e sem brilho. Destaca-se, também, uma expressão fisionômica indicativa de desanimo e apatia; Causas: hipotireoidismo ou mixedema; o Fácies acromegálica: Características: saliência das arcadas supraorbitrárias, proeminência das maças do rosto e maior desenvolvimento do maxilar inferior, além do aumento do tamanho do nariz, lábios e orelhas. Nesse conjunto de estruturas hipertrofiadas, os olhos parecem pequenos; o Fácies cushingoide ou de lua cheia: Características: arredondamento do rosto, com atenuação dos traços faciais, aparecimento de acne; Causas: Síndrome de Cushing por hiperfunção do córtex suprarrenal, pode ocorrer também em pacientes que fazem uso prolongado de corticoides; Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina o Fácies mongoloide: Características: estão presentes na fenda palpebral uma prega cutânea (epicanto) que torna os olhos oblíquos, bem distantes um do outro, lembrando os olhos de chineses. E, também, um rosto arredondado, boca quase sempre entreaberta e uma expressão fisionômica de pouca inteligência ou mesmo de completa idiotia; Causas: mongolismo, trissomia do par 21 ou síndrome de Down; o Fácies de depressão: Características: as principais são identificadas na expressividade do rosto. Cabisbaixo, olhos possuem pouco brilho e fixos em um ponto distante, muitas vezes o olhar permanece voltado para o chão. O sulco nasolabial se acentua e o canto da boca se rebaixa. O conjunto fisionômico detona indiferença, tristeza e sofrimento emocional; Causas: transtornos depressivos; o Fácies pseudobulbar: Características: súbitas crises de choro ou riso, involuntárias, mas conscientes, as quais levam o paciente a tentar contê-las, dando um aspecto espasmódico à fácies; Causas: paralisia pseudobulbar; o Fácies da paralisia facial periférica: Características: assimetria da face, com impossibilidade de fechar as pálpebras, além de repuxamento da boca para o lado são e apagamento do sulco nasolabial; o Fácies miastênica ou fácies de hutchinson: Características: pstose palpebral bilateral que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça; Causas: miastenia grave e em outras miopatias que comprometem os músculos da pálpebra superior; o Fácies do deficiente mental: Características: traços faciais são apagados e grosseiros, a boca constantemente entreaberta, às vezes com salivação. Hipertolorismo e estrabismo quando se fazem presentem acentuam essas características morfológicas. As características principais estão na expressão fisionômica, o olhar é desprovido de objetivo, e os olhos se movimentam sem se fixarem em nada, demonstrando um alheamento ao meio ambiente. É normal que os pacientes tenham sempre nos lábios um meio sorriso sem motivação e que se acentua em resposta a qualquer solicitação. Junto de tudo isso pode ser percebida uma voz grave por um falar de meias palavras, às vezes substituído por um simples ronronar; o Fácies etílica: Características: olhos avermelhados e certa ruborização da face, o hálito etílico, a voz pastosa e um sorriso meio indefinido; Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Sinais vitais: Temperatura: Temperatura axilar: 35,8 a 37ºC; Temperatura bucal: 36,3 a 37,4ºC; Temperatura retal: 37 a 38ºC; Analisamos: 1. Início; 2. Intensidade; 3. Duração; 4. Modo de evolução; 5. Término; O controle da temperatura corporal humana é realizado pelo Hipotálamo, conhecido como termostato biológico, uma porção pequena do Encéfalo; A temperatura corporal considerada normal para o ser humano varia entre 36,1ºC e 37,2ºC Terminologia: o Hipotermia: temperatura abaixo do valor normal. Caracteriza-se por pele e extremidades frias, cianose e tremores; o Hipertermia: aumento da temperatura corporal. Verifica-se pele quente e seca, sede, secura na boca, calafrios, dores musculares generalizadas, sensação de fraqueza, taquicardia, taquipnéia, cafaléia, delírios e até convulsões; o Febrícula ou Estado Febril: variações de temperatura entre 37 a 37,5ºC; Alterações fisiológicas da temperatura: o Sono e repouso; o Idade; oExercício físico; o Fatores nutricionais (dieta, desnutrição); o Emoções; o Banhos quentes ou frios; Pulso: Normocardia: frequência cardíaca normal (60-100 bpm); Bradicardia: frequência cardíaca abaixo do normal (<60 bpm); Taquicardia: frequência cardíaca acima do normal (>100 bpm); Taquisfigmia: pulso acelerado/taquicárdico; Bradisfigmia: pulso fino e fraco/bradicárdico; Fatores que influenciam a frequência do pulso: o Exercício; o Dor aguda e ansiedade; o Febre,calor; o Drogas; o Hemorragia; o Alterações posturais; Respiração: Padrão respiratório: o Bradipnéia: frequência respiratória abaixo do normal. <16 ipm; o Taquipnéia: frequência respiratória acima do normal. >20 ipm; o Dispnéia: dificuldade respiratória; o Ortopnéia: respiração facilitada em posição vertical; o Apnéia: parada respiratória; Frequência: o Recém-nascido: 30 a 40 irpm; o Adulto: 14 a 20 mrpm; Amplitude: o Grau de expansão ou movimento da parede torácica; o Superficiais; o Normais; o Profundos; Ritmo: o Norma/regular; o Irregular; Pressão arterial: PA refere-se à pressão exercida pelo sangue contra a parede das artérias; Componentes: o Pressão sistólica – PS: Pressão mais elevada observada nas artérias durante a fase sistólica do ciclo cardíaco; o Pressão diastólica - PD: Pressão mais baixa detectada na aorta e seus ramos durante a fase diastólica do ciclo cardíaco; Como aferir a pressão arterial: o Repouso mínimo de 3 min; o Posição: deitada, sentada ou em pé, confortável, mantendo a artéria braquial no nível do coração; o Como aferir a pressão arterial Localizar a artéria braquial por palpação; Artéria braquial: braço em leve flexão; palpar com dedos indicador, médio e anular e sentir pulsações da artéria braquial, medialmente ao ventre/tendão do bíceps, acima da fossa cubital; Colocar o manguito adequado firmemente, cerca de 2 a 3 cm Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina Anna Déborah Martins - FITS - 2º Período- Medicina acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa de borracha (manguito) sobre a artéria braquial; Manter o braço do paciente na altura do coração; o Sons de Korotkoff: Fase 1: surgimentos dos primeiros sons (pequena intensidade e alta frequência); Fase II: sons suaves e prolongados. Podem ser inaudíveis (hiato auscultatório); Fase III: sons mais intensos e nítidos (hiato auscultatório); Fase IV: sons de baixa intensidade e abafados (níveis de pressão da bolsa pouco > do que pressão diastólica); Fase V: desaparecimento dos sons; Quando os sinais vitais devem ser mensurados: Na prestação dos cuidados rotineiros; Durante uma consulta; Antes e depois de procedimentos invasivos; Nos períodos pré, intra e pós operatórios; Sempre que for necessário; Fatores que podem alterar os valores da SSVV: Temperatura ambiental; Sono e repouso; Idade; Uso de medicamentos; Alimentação pesada; Exercícios físicos; Fator hormonal; Banhos; Estresse; Medidas antropométricas: IMC = P(Kg) / Alt2 (m); Circunferência abdominal: Ponto médio – último arco costal e crista ilíaca; Instrumento: fita métrica; Referências: o M <88 cm; o H <102 cm; O aumento desta medida é um importante fator de risco para doenças crônicas cardíacas, hipertensão, diabetes tipo II, vários tipos de cânceres, trombose, entre outras;
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