Buscar

HAM IV_ AGA

Prévia do material em texto

Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) é uma forma de ampliar a observação 
 através de um procedimento multidimensional de perguntas, buscando conhecer a 
 autonomia¹ e independência 2 deste idoso, visando prevenir e tratar possíveis 
 deficiência e incapacidades (PORTO, 2019). 
 Os indivíduos que têm um indicativo de realizar este tipo de avaliação, e que 
 tem risco de deterioração clínica rápida, tem as seguintes características segundo 
 Porto (2019): idade acima de 80 anos, comorbidades médicas crônicas, transtornos 
 psicossociais, condições geriátricas, elevada utilização dos serviços de saúde e 
 mudanças na situação de vida. 
 ¹autonomia: Decisão, cognição, humor (...) “aspectos emocionais” 
 2 independência: Execução, mobilidade, comunicação (...) “aspectos físicos” 
 1 EQUILÍBRIO, MOBILIDADE E RISCO DE QUEDAS 
 Busca avaliar o equilíbrio estático (ortostase) e dinâmico (marcha) 
 1.1 Get up and go test (teste de “levantar e andar”) 
 O indivíduo é solicitado a levantar-se de uma cadeira alta com encosto reto e 
 descanso para os braços, deambular 3 metros, voltar e sentar-se novamente. Os 
 escores e sua interpretação são: 
 1 – normalidade 
 2 – anormalidade leve 
 3 – anormalidade média 
 4 – anormalidade moderada 
 5 – anormalidade grave 
 1.2 Timed get up and go test (teste de “levantar e andar cronometrado”) 
 É avaliado o tempo necessário para o indivíduo realizar a tarefa de levantar e 
 andar. Os escores e sua interpretação são: 
 ≤ 10 segundos – indivíduo independente sem alterações no equilíbrio; 
 11 a < 20 segundos – independente em transferências básicas com baixo risco de 
 quedas; 
 ≥ 20 segundos – dependente em várias atividades de vida diária e na mobilidade 
 com alto risco de quedas; 
 1.3 Teste de equilíbrio e marcha de Tinetti 
 que na adaptação realizada no Brasil recebeu o nome de POMA Brasil. 
 1.4 Sinal de Romberg 
 Situações de comprometimento das sensibilidades proprioceptivas 
 conscientes ou da esfera vestibular. 
 IMPORTANTE: deve-se avaliar a presença de sarcopenia, que é a diminuição da 
 massa muscular, logo levando a uma diminuição da força, interferindo no 
 equilíbrio e mobilidade dos idosos. 
 O diagnóstico de sarcopenia se dá a partir de critérios, se o desempenho 
 muscular estiver reduzido, é considerado sarcopenia grave. Ademais, a massa 
 muscular é avaliada pela circunferência da panturrilha, e o desempenho muscular 
 através do Timed get up and go test. Por fim, a força muscular é avaliada pela 
 força de preensão palmar utilizando dinamômetro. São feitas três avaliações e 
 calculada uma média (ponto de corte sem consenso: mulheres ≥ 20 kg, homens ≥ 
 30 kg). Caso não tenha um dinamômetro, o que normalmente não vai ter, 
 podemos avaliar de forma subjetiva, e inserir um grau de força através de 
 movimentos opostos ou um aperto de mão. 
 Nas situações em que é impossível a realização da força de preensão 
 palmar (artrite, sequela de AVC), pode -se realizar o chamado “teste da subida da 
 cadeira”, que mede a quantidade de tempo necessário para o paciente subir 5 
 vezes a partir da posição sentada. Neste caso, o ponto de corte para sarcopenia é 
 > 15 segundos para 5 subidas. 
 2 FUNÇÕES COGNITIVAS E CONDIÇÕES EMOCIONAIS 
 2.1 Miniexame do estado mental 
 2.2 Teste da fluência verbal 
 Solicita -se que o indivíduo diga o maior número de itens de uma categoria 
 semântica (p. ex., animais, frutas) ou fonêmica (palavras indicadas por determinada 
 letra) durante 1 minuto. O escore é a soma do número de itens corretos 
 (excluindo-se as repetições). Indivíduos normais com escolaridade menor que 8 
 anos devem falar no mínimo 9 itens, e os com escolaridade de 8 e mais anos, 
 mínimo de 13 itens. 
 2.3 Teste do desenho do relógio (TDR) 
 Solicita -se ao paciente que desenhe um relógio analógico e os ponteiros 
 marcando 22h45. 
 2.4 Escala de depressão geriátrica (Geriatric Depression Scale − GDS) 
 3 CAPACIDADE FUNCIONAL 
 Habilidade em executar as atividades de vida diária em um padrão 
 considerado como normal, tanto atividades básicas como instrumentais. Inclui 
 avaliações de instabilidade postural, marcha, quedas, cognição, humor, 
 polifarmácia, suporte financeiro, suporte social, metas de cuidados, preferências do 
 paciente e de familiares, incontinências, aspectos sexuais, espiritualidade e demais. 
 3.1 Atividades básicas de vida diária (ABVD’s) 
 Relacionado ao autocuidado. A principal escala que se responsabiliza por 
 avaliar as atividades básicas, é a Escala de Katz. Há também outra escala bastante 
 utilizada em nível mundial, a Escala Barthel para avaliação da independência 
 funcional e mobilidade, ela avalia no total, dez funções: banhar-se, vestir-se, 
 promover higiene, usar o vaso sanitário, transferir-se da cama para cadeira e 
 vice-versa, manter continências fecal e urinária, capacidade para alimentar-se, 
 deambular e subir e descer escadas. Essa escala permite ainda uma gradação mais 
 ampla na classificação da dependência, indo desde a dependência total (0 ponto) 
 até independência máxima (100 pontos). 
 6 pontos: independente 
 4 pontos: dependência parcial 
 2 pontos: dependência importante 
 3.2 Atividades instrumentais de vida diária (AIVDs) 
 Relacionado a atividades sociais. A escala de Lawton é uma das mais 
 utilizadas para avaliação das AIVD, ela tem uma pontuação máxima de 27 pontos, 
 correspondendo à maior independência, e uma pontuação mínima de 9 pontos que 
 relaciona-se à maior dependência. Em algumas circunstâncias, deve ser relevada a 
 incapacidade de uma pessoa realizar tarefas para as quais não tenha habilidade, 
 como cozinhar, por exemplo, prejudicando a análise de sua independência. Esta 
 escala não está validada em nosso meio. 
 9 pontos: totalmente dependente 
 10-15 pontos: dependência grave 
 16-20 pontos: dependência moderada 
 21-24 pontos: dependência leve 
 25-27 pontos: independência 
 Outra é o Questionário de Pfeffer para as Atividades Funcionais, apesar de 
 ainda não estar validado em nosso meio, é muito utilizado para avaliar se o déficit 
 cognitivo é acompanhado de limitações funcionais. 
 4 EXAME FÍSICO 
 POSTURA E MARCHA: 
 • Há uma grande variedade durante o processo do envelhecimento 
 • Antes de dizer que o indivíduo tem uma marcha senil deve-se descartar patologias 
 • Get up and go test 
 FACE: 
 • Ptose palpebral pode ser de origem senil 
 • Xantelasma pode estar presente e indicar hiperlipidemia 
 • Ectrópio e entrópio podem ser encontrados 
 • Arco senil é achado comum, sem significado patológico 
 • A pupila do idoso é caracteristicamente menor, sendo frequentemente 
 observadas pequenas diferenças de tamanho entre as duas 
 • Movimentação ocular: aproximadamente um terço dos idosos apresenta 
 anormalidades do desvio conjugado do olhar para cima, na ausência de doença 
 neurológica 
 CUIDADO COM A HIDRATAÇÃO!! 
 CAVIDADE ORAL: 
 • A oroscopia é obrigatória no exame físico do idoso 
 • É aconselhável procurar sempre por evidências sugestivas de malignidade como 
 úlceras que não cicatrizam, eritroplasia e lesões que sangram facilmente. O 
 carcinoma de células escamosas é a neoplasia mais frequente da cavidade oral e 
 se localiza, preferencialmente, na superfície lateral e dorsal da língua, assoalhoda 
 boca e palato. 
 • As lesões benignas mais comumente encontradas são: úlceras bucais traumáticas 
 secundárias a dentaduras, dentes fraturados e/ou restaurações, aftas (cada vez 
 menos prevalentes após os 50 anos de idade), veias varicosas na parte ventral da 
 língua (sem significado patológico), estomatite induzida por dentaduras 
 (alterações inflamatórias localizadas sob as dentaduras), estomatite angular, 
 cáries dentárias e/ou doença periodontal nos que mantiveram os dentes naturais. 
 PESCOÇO: 
 • A limitação dos movimentos do pescoço secundária à osteoartrose cervical é um 
 achado frequente nessa faixa etária 
 • O bócio difuso é incomum no idoso, porém, quando ocorre, deve-se à doença de 
 Graves, tireoidite, efeito de medicamentos ou linfoma. O bócio multinodular é mais 
 prevalente, em geral secundário à doença benigna e em geral não constitui fator de 
 risco para malignização. 
 EXAME DOS MMSS 
 • São alterações esperadas nas mãos: perda da gordura subcutânea, redução da 
 secreção sebácea, ressecamento, enrugamento e perda da elasticidade. Eritema 
 palmar também pode ser encontrado 
 • Alterações esperadas nas unhas: acentuação das estrias longitudinais, perda do 
 brilho e maior tendência a rachaduras após trauma 
 • Atrofia da musculatura também faz parte do envelhecimento normal, já que todos 
 os músculos sofrem algum grau de sarcopenia 
 EXAME DO TÓRAX 
 • Os pacientes idosos geralmente apresentam alterações da coluna torácica com 
 algum grau de cifose 
 • Ginecomastia: pode ocorrer no envelhecimento normal, sendo desprovida de 
 significado patológico. No entanto, causas clássicas como tumores, hepatopatia e 
 uso de certos medicamentos devem ser descartados 
 • Frequência respiratória: no idoso, tem particular significado semiológico quando 
 superior a 24 incursões respiratórias por minuto. A taquipneia pode preceder o 
 diagnóstico clínico de infecção respiratória em até 3 a 4 dias 
 • A ausculta respiratória torna-se mais difícil de ser realizada porque nem sempre 
 os idosos conseguem realizar inspirações profundas 
 • As crepitações nas bases pulmonares desprovidas de significado clínico são 
 frequentes 
 5 GRANDES SÍNDROMES GERIÁTRICAS 
 As Grandes Síndromes Geriátricas contemplam condições clínicas 
 frequentes nos idosos, capazes de reduzir consideravelmente a qualidade de vida 
 destes pacientes. Conceitua-se que o surgimento de uma das Síndromes acontece 
 após a perda da autonomia e/ou da independência dos idosos. 
 REFERÊNCIAS 
 PORTO, C.C. Semiologia Médica . 8ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara, 2019. 
 FREITAS, E. V. Tratado de geriatria e gerontologia . 4. ed. Rio de Janeiro: 
 Guanabara Koogan, 2017. 
 MORAES, Edgar Nunes de; MARINO, Marília Campos de Abreu; SANTOS, Rodrigo 
 Ribeiro. Principais síndromes geriátricas: rev med minas gerais. Rev Med Minas 
 Gerais , Belo Horizonte, v. 1, n. 20, p. 54-66, out. 2009. Disponível em: 
 http://rmmg.org/artigo/detalhes/383. Acesso em: 02 ago. 2022. 
 Site sanar: Resumo: Grandes Síndromes Geriátricas - Sanar Medicina 
 Site sanar: Escalas para a avaliação da capacidade funcional do idoso | Colunistas - 
 Sanar Medicina 
https://www.sanarmed.com/resumo-grandes-sindromes-geriatricas
https://www.sanarmed.com/escalas-para-avaliacao-da-capacidade-funcional-do-idoso-colunistas
https://www.sanarmed.com/escalas-para-avaliacao-da-capacidade-funcional-do-idoso-colunistas

Continue navegando