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Reanimação Neonatal

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1 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
Reanimação Neonatal 
Introdução 
Adaptação cardiorrespiratória: 
Logo após o nascimento, uma sucessão de eventos deve 
ocorrer para tornar o RN capaz de sobreviver ao meio 
extrauterino. A duração deste período de adaptação é 
influenciada pela duração e dificuldade do parto, sofrimento 
fetal intraparto, uso de medicação maternas, entre outros. 
Durante o período periparto, o fluido pulmonar é deixado de 
produzir, sob efeito das catecolaminas e após o nascimento 
este líquido é absorvido de forma completa, devido ao 
gradiente de pressão osmótica entre o líquido presente no 
espaço aéreo e o interstício pulmonar. Logo após o 
nascimento, com a respiração e insuflação pulmonar, 
acontece uma redução da pressão na artéria pulmonar, 
ocorrendo uma diminuição do fluxo através do forame oval e 
do canal arterial. 
A perda de peso fisiológica que ocorre a partir do nascimento 
consiste em perda de água e mecônio, que é acentuada 
pelo jejum prolongado. 
Condições perinatais associadas à necessidade de 
reanimação neonatal: 
- Fatores ambientais: 
 Idade materna: < 16 anos ou > 35 anos; 
 Doenças maternas: HAS, DM, DHEG, cardiopatia, 
nefropatia, uso de drogas, infecção materna; 
 Sangramento no 2º ou 3º trimestre; 
 Ausência de pré-natal; 
 Prematuridade ou pós-maturidade 
 Gestação múltipla; 
 Malformação congênita; 
 Anemia fetal; 
 Óbito fetal ou neonatal anterior. 
- Relacionados ao parto: 
 Cesariana de emergência; 
 Uso de fórceps ou extração a vácuo; 
 Apresentação não cefálica; 
 Prematuridade; 
 Corioamnonite; 
 Rotura prolongada de membranas: > 18 horas; 
 Trabalho de parto prolongado: > 24 horas; 
 Período expulsivo prolongado: > 2 horas; 
 Placenta prévia e DPP; 
 Prolapso de cordão; 
 Macrossomia fetal; 
 Bradicardia fetal; 
 Anestesia geral. 
Causas mais comuns de RN instável: 
- RN em sofrimento fetal agudo; 
- RN prematuros ou pós-maturidade ou alto peso ao 
nascimento; 
- Gestação múltiplas; 
- Líquido amniótico meconial; 
- Trabalho de parto prologando; 
- Uso de opioides pela mãe nas últimas 4 horas; 
- Malformações congênitas. 
Sequência de reanimação neonatal 
Materiais e equipamentos necessários: 
- Sala de parto a temperatura de 23-26º C; 
- Mesa de reanimação com acesso por 3 lados; 
- Aspirador a vácuo; 
- Relógio de parede; 
- Termômetro digital; 
- Sondas orogástrica, traqueais, dispositivo de aspiração de 
mecônio e seringa de 20 mL; 
- Ventilador neonatal manual em T; 
- Balão auto inflável e reservatório de O2; 
- Oxímetro de pulso com sensor neonatal; 
- Laringoscópios e cânulas; 
- Adrenalina; 
- Ringer ou SF; 
- Vitamina K1; 
- Lâminas, porta agulha, pinças, luvas, compressas e gazes. 
Avaliação: 
A avaliação do RN é feita através de 3 sinais: respiração, FC e 
cor, de modo que o boletim de Apgar não deve ser utilizado 
para determinar o início da reanimação e sim para avaliar a 
resposta do RN às manobras da reanimação. 
OBS: Clampeamento do cordão umbilical: logo após a 
extração completa do feto da cavidade, avalia-se se o RN 
apresenta IG > 34 semanas, se começou a chorar e se o tônus 
está em flexão. Se o RN apresentar as 3 condições anteriores: 
deve-se realizar o cordão umbilical com mínimo de 60 
segundos. Após o clampeamento do cordão, o RN a termo 
saudável pode ser colocado sobre o abdome materno. 
RN com vitalidade comprometida: 
Se o RN não for um bebe a termo ou apresentar logo após o 
nascimento ritmo respiratório irregular ou apneia, associados 
ou não à hipotonia deve-se: 
- Levar o RN e coloca-lo sob fonte de calor radiante; 
- Posicionar a cabeça em leve extensão; 
- Aspirar vias aéreas, boca e narinas, utilizando-se sondas 
numero 8 ou 10 com pressão negativa; 
- Secar, remover os campos úmidos; 
- Reposicionar a cabeça; 
 
2 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
- Avaliar ritmo respiratório e FC; 
- Se < 34 semanas: deve-se colocar o oxímetro na mão ou 
punho direitos. 
Esses passos devem ser realizados em 30 segundos. 
Passos: 
A reanimação é feita através do ABC: 
- A: Vias aéreas pérvias, através de: 
 Posicionamento adequado da cabeça e pescoço 
do RN, ou seja, em posição neutra ou com leve 
extensão do pescoço; 
 Aspiração boca e depois nariz; 
 Intubação traqueal: na presença de líquido 
amniótico com mecônio espesso; 
- B: iniciar respiração através de: 
 Estimulação tátil: através de manobras delicadas no 
dorso do RN e no máximo 2 vezes. 
 Ventilação com pressão positiva com AMBU e 
máscara ou cânula endotraqueal: 
 Indicações: RN com apneia ou gasping ou 
RN com respiração e FC < 100 bpm; 
 AMBU: deve ter capacidade máxima de 
750 ml, possuir reservatório de O2 e algum 
sistema de segurança e estar conectado à 
fonte de O2 com fluxo de 5 L/min; 
 Máscara facial: deve-se colocar cobrindo 
boca, nariz e ponta do queixo. Utiliza-se 
frequências de 40-60 mov/min; 
 IOT: é indicada em casos de suspeita de 
hérnia diafragmática que necessita de 
ventilação com pressão positiva ou quando 
há necessidade de aspiração da traqueia 
na presença de mecônio espesso ou 
ventilação com AMBU e máscara ineficazes 
ou prolongadas (> 5 minutos) ou paciente 
com necessidade de massagem cardíaca. 
OBS: Intubação: preparar sala e material  posicionar o RN 
em posição neutra  aspirar orofaringe e conteúdo gástrico 
 inserir laringoscópio  após visualizar glote aspirar à 
traqueia  introduzir cânula  confirmar a posição (ausculta 
axilar, gástrica e RX). Durante todo procedimento oferecer O2 
inalatório através de cateter de O2. 
 
 
OBS: Distância em cm= peso (kg) = 6. 
 
 Oxigênio inalatório: se IG > 34 semanas: iniciar com 
ar ambiente e após 30 segundos, se não houver 
melhora, iniciar 40% e ir aumentando de 20 em 20% 
em 30 segundos. Se IG < 34 semanas, inicia-se com 
30% e progride de 20 em 20% em 30 segundos. É 
indicado se: 
 RN com respiração espontânea e efetiva; 
 FC > 100 e cianose central. 
- C: circulação através de: 
 Massagem cardíaca: 
 Indicações: Após 15-30 s de ventilação 
com pressão positiva e O2 a 100%, FC < 60 
ou 60-80 sem aumento. 
 Técnica: Posicionam-se os polegares no 
esterno, logo abaixo da linha intermamilar, 
comprimindo 1-2 cm na frequência de 120 
mov/min. 
 A massagem deve ser seguida de 
ventilação com pressão positiva de O2 a 
100%, de modo a ter 3 massagens e 1 
ventilação. 
 Deve-se monitorizar a eficácia da 
massagem através da palpação do pulso 
femoral, braquial ou do cordão umbilical. 
 
 Medicações: 
 Indicações: após 60 segundos de 
ventilação com pressão positiva com O2 a 
100% e massagem cardíaca e FC < 60 bpm. 
 Adrenalina: diluição 1/10.000, diluir em 
água destilada e preparar em seringa de 
1m ml. A dose é de 0,1-0,3 ml/kg/dose, IV 
(veia umbilical). Ou 0,5-1 ml/kg, no tubo 
endotraqueal. Em casos de não resposta 
(ou seja, FC < 100 bpm em 30 segundos), 
repetir adrenalina a cada 5 minutos e 
considerar expansor de volume e/ou 
bicarbonato de sódio. 
 
 
3 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
 
 
 Naloxone: é indicado em depressão 
respiratória neonatal com uso materno de 
opioides nas últimas 4 horas. Sua diluição é 
de 0,4 mg/ml em seringa de 1 ml e a sua 
dose é de 0,1 mg/kg, EV, IM ou SC. É 
esperado uma respiração espontânea e se 
não houver repetir a dose de 5-10 minutos. 
OBS: Expansores de volume: 
 
OBS1: Bicarbonato de sódio: 
 
 
RESUMINDO:

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