Buscar

TCC A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR DE APOIO ESPECIALIZADO NA INCLUSÃO DO AUTISTA EM SALA DE AULA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
 
DEISE DILLENBURG 
 A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR DE APOIO ESPECIALIZADO NA INCLUSÃO DO AUTISTA EM SALA DE AULA
 NÃO-ME-TOQUE 
 2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
DEISE DILLENBURG
 A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR DE APOIO ESPECIALIZADO NA INCLUSÃO DO AUTISTA EM SALA DE AULA
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em Formação Pedagógica em Educação Especial. 
 
 NÃO-ME-TOQUE 
2021
A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR DE APOIO ESPECIALIZADO NA INCLUSÃO DO AUTISTA EM SALA DE AULA
Deise Dillenburg[footnoteRef:1], [1: ¹deised.pericia@gmail.com] 
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). 
RESUMO- O presente Trabalho de Conclusão de Curso teve como objetivo principal demonstrar a história e as leis que asseguram os direitos dos autistas, bem como a importância do professor de apoio especializado na inclusão de um aluno com TEA em sala de aula. Para tanto, adotou-se a pesquisa bibliográfica de diferentes autores e sites renomados no assunto. O resultado da pesquisa revelou que existe um descumprimento da lei com relação a formação e capacitação do professor de apoio o mesmo reflete diretamente na inclusão e desenvolvimento de alunos com TEA. Tais resultados nos fazem repensar sobre os reais significados da inclusão e a necessidade urgente de que as políticas públicas assumam a responsabilidade sobre a formação desses profissionais, como prioridade em favor dos alunos que necessitam desse profissional e a regulamentação da profissão do profissional de apoio especializado. Pois não será possível falar sobre inclusão com essa situação, atualmente em muitos lugares só temos a inserção e matrícula de estudantes com deficiência ou transtornos na escola, sem que se atendam suas necessidades e se garanta seus direitos, conforme prevê a lei brasileira. 
PALAVRAS-CHAVE: TEA. Lei. Professor. Inclusão.
1. INTRODUÇÃO
Em uma perspectiva educacional, a inclusão não é apenas uma nomenclatura, algo lindo a ser mostrado, mas sim uma melhor qualidade de vida aos alunos portadores de necessidades especiais.
O referido trabalho teve por objetivo geral apresentar as leis e normas que regulamentam a inclusão e direitos de pessoas portadoras de autismo. Tendo como objetivos específicos: Identificar a defasagem de profissionais de apoio especializados, as dificuldades enfrentadas pelas famílias e alunos na socialização e inclusão, apresentar as leis que asseguram os direitos aos portadores de autismo.
A escolha pelo tema se deve ao fato de estar em formação e aprofundamento em Educação Especial e percebeu-se a necessidade de conhecimento e ênfase sobre o assunto, e compreender como está ocorrendo a inclusão de autistas em escolas regulares. 
O presente trabalho foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica e experiências vivenciadas no cotidiano escolar, as quais deram argumentação às reflexões, agregando a isso a legislação educacional brasileira como na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996 que estabelece a inclusão de crianças com necessidades especiais em escola regular, a Declaração de Salamanca que institui que as pessoas com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas comuns, o Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, que intitula a inclusão do aluno com necessidades especiais na escola regulamentar e também Lei nº. 12.764/12, conhecida como lei Berenice Piana ou a lei do autismo.
Na sequência, o trabalho apresentará um breve relato sobre o que é o autismo, seguido da apresentação das dificuldades enfrentadas pelas famílias no TEA, foi mostrado a importância do ambiente escolar para o autista, as leis de inclusão e por fim o professor de apoio.
2. O QUE É O AUTISMO
O autismo – nome técnico oficial: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno de desenvolvimento que surge geralmente nos três primeiros anos de vida afetando principalmente as habilidades de comunicação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e comportamental (interesse restrito ou hiperfoco e movimentos repetitivos), atingindo muito mais crianças do sexo masculino do que do sexo feminino.
As causas são predominantemente genéticas. Confirmando estudos recentes anteriores, um trabalho científico de 2019 demonstrou que fatores genéticos são os mais importantes na determinação das causas. (Fonte: Revista Autismo V.013 p. 08).
O TEA “[...] é uma alteração comportamental que afeta a capacidade da pessoa em se comunicar, estabelecer relacionamentos e a responder apropriadamente ao ambiente em que vive”, por isso a necessidade e a importância das adaptações pedagógicas (BRITO; SALES, 2014, p. 23).
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) apresenta alguns critérios para o diagnóstico no caso do TEA:
A - Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos; 
B - Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades; 
C - Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento (mas podem não se tornar plenamente manifestos até que as demandas sociais excedam as capacidades limitadas ou podem ser mascarados por estratégias aprendidas mais tarde na vida).
 D - Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo no presente (DSM-V, 2014, p. 94).
É comum a criança com TEA rejeitar demonstrações físicas de afeto, tais como um beijo ou um abraço. Ainda é comum permanecerem imóveis quando são afagados ou mesmo a utilização de pessoas como ferramentas são comportamentos comuns em crianças com TEA. 
Outra característica do comportamento de crianças com TEA é a hiperatividade. Em razão disto, alguns fazem uso de medicamentos para controlar este comportamento que tanto prejudica a concentração e como consequência prejudica a aprendizagem de um modo geral.
Portanto quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais fácil de realizar acompanhamento clínico, terapias desenvolvendo suas habilidades, autonomia, socialização e comunicação. O tratamento para autismo é personalizado e interdisciplinar.
No seu processo de desenvolvimento das habilidades, “O ingresso na escola é um marco importante [...]. Não apenas para o aprendizado em si, mas também pelo desenvolvimento social e pela formação do ser humano como um todo” (SILVA, 2012, p. 107). Na escola um mediador pode trazer grandes benefícios no aprendizado e na interação social.
3. A FAMÍLIA E O TEA
O nascimento de uma criança autista quando uma sem nenhum problema é esperada gera diversos sentimentos na família, especialmente a tristeza, a frustração e sentimento de culpa principalmente para mãe. Não é fácil ouvir que seu filho tem TEA e perceber que todo planejamento e sonhos relacionados a ele e seu futuro precisará ser modificado e adaptado as limitações dessa condição e com a necessidade de adaptar-se à intensa dedicação e prestação de cuidados específicos ao(à) filho(a). 
Para muitos pais é uma tarefa difícil de aceitar, oque só prejudica no tratamento e desenvolvimento da criança com TEA. As características clínicas do autismo afetam as condições físicas e mentais do indivíduo, aumentando a demanda por cuidados e, consequentemente, o nível de dependência em relação aos pais e/ou cuidadores.
Quando recebem o diagnóstico com a comprovação de que seu filho tem Transtornos do Espectro Autista (TEA), muitos têm sua vida transformada radicalmente, às vezes, necessitam de algumas ferramentas e suporte profissional para enfrentar as novas fazes e o medo. O que na maioria das vezes, não consegue esse apoio ou os profissionais ainda se encontram despreparados, deixando a situação da família ainda pior, pois sem ajuda adequada não é fácil para os pais e familiares desenvolverem olhares novos frente aos muitos desafios que os esperam.
Pais e mães de autistas costumam passar por um percurso de sofrimento psicológico, ou seja, passam por uma etapa em que não é possível aceitar a deficiência e limitações do(a) filho(a), admitir que isso tenha acontecido com eles, perceber o(a) filho(a) como deles. Nesse estado defensivo, parte-se do pressuposto de que não há nada que possa ser feito. O chamado “luto” após diagnóstico.
4. A IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE ESCOLAR PARA O AUTISTA
Não importa qual seja o local em casa, no trabalho ou na escola, quando se passa muito tempo em um mesmo lugar, é fundamental que a infraestrutura, os espaços físicos e as relações interpessoais sejam as melhores possíveis. 
Portanto quando fala-se no ambiente escolar, esse assunto é ainda mais importante, principalmente pelo impacto que o clima da instituição de ensino pode gerar no processo de aprendizagem dos alunos autista. Por isso, é essencial que a escola esteja preparada para tornar o local mais saudável e, consequentemente, mais produtivo para todos.
O papel da escola é de fundamental importância para o desenvolvimento de todos os alunos e em especial de um aluno com TEA. Buscar conhecer mais sobre o assunto, ter uma perspectiva inclusiva e preparar o quadro de docentes para trabalhar com alunos autistas de suma importância. Aliado a isto, a busca de estratégias metodológicas de interação e desenvolvimento de todos os alunos deve ser alvo constante de uma escola inclusiva.
O autismo é uma condição que acompanha toda a vida, e a educação é um pré-requisito para que a pessoa com autismo adquira competências para levar uma vida funcional e autônoma (PAPIM E SANCHES, 2013).
O autista sente dificuldade em se relacionar ou se comunicar com outras pessoas, uma vez que ele não usa a fala como um meio de comunicação. Não se comunicando com outras pessoas acaba passando a impressão de que a pessoa autista vive sempre em um mundo próprio, criado por ele e que não interage fora dele. (MENEZES, 2012, p. 25).
Quando a criança autista começa a frequentar o ambiente escolar e é atendida por pessoas preparadas, ela recebe grandes benefícios. O simples fato de ter oportunidade de interagir com outros alunos da mesma idade lhe proporciona momentos de descobertas e aprendizado, embora muitas vezes esse avanço se torne imperceptíveis de compararmos com a padronização. Mas é comprovado que essa criança tem avanços visíveis em curto prazo. Para isto, as instituições escolares precisam estar preparadas estruturalmente e profissionalmente para isto.
5. O AUTISMO E A LEI DE INCLUSÃO
Por muito tempo as pessoas com deficiência viveram à margem da sociedade, sendo excluídas, abandonadas, enclausuradas em seus lares e isoladas em instituições responsáveis pelos cuidados dessas pessoas, configurando uma realidade de abandono e desprezo por parte da sociedade e do Estado.
No Brasil, a principal lei que assegura a inclusão de crianças como necessidades educacionais especiais no espaço escolar, preferencialmente na rede regular de ensino, é a LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), Lei nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996. No capítulo V, a LDBEN diz que se entende por educação especial, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. (BRASIL, 1996).
A escola é o caminho que abre portas para um mundo novo para o autista, mostrando que ele pode ir além, testar suas habilidades, se socializar, mostrar que realmente é capaz de aprender como os demais desde que tenha o suporte adequado e ensinamentos adaptados a sua necessidade. 
Conforme a Declaração de Salamanca (1994, p. 10), “As pessoas com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas comuns, que deverão integrá-las numa pedagogia centrada na criança, capaz de atender a essas necessidades”.
É de suma importância as discussões à respeito da inclusão de alunos com necessidades especiais, pois a inclusão é um direito garantido por lei a todas as pessoas com algum tipo de deficiência e incluir principalmente as crianças, a inclusão não é favor, e sim fazer-se cumprir uma lei, é dar a oportunidade de conviver em sociedade.
Ambiente dito regular de ensino/aprendizagem, no qual também, são matriculados, em processo de integração instrucional, os portadores de necessidades especiais que possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais (BRASIL, 1994 p. 19)
A escola não é responsável apenas pelo desenvolvimento acadêmico dos alunos, mas também pelo seu processo de socialização com o meio em que vive, uma vez que os autistas podem apresentar limitações nas relações sociais e na comunicação com as outras pessoas, a escola possui um papel fundamental nesse desenvolvimento.
6. O PROFESSOR DE APOIO 
O professor de apoio atua na sala de aula do ensino regular por meio do ensino colaborativo com alunos com TEA. A atuação desse professor ocorre em parceria com os professores regentes e o professor de Atendimento Educacional Especializado (AEE), quando houver na instituição.
A Lei nº. 12.764/12, conhecida como lei Berenice Piana ou a lei do autismo é o resultado de muita luta de uma mãe de autista, Berenice Piana, que passou por muitas dificuldades e sofreu muito preconceito ao tentar incluir seu filho no ambiente escolar. 
Dentre todos os benefícios dessa lei para as pessoas com TEA, destacamos o direito a um acompanhamento especializado, principalmente em sala de aula. 
No seu Art. 2º, a lei assegura que “em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista, incluída nas classes comuns de ensino regular, terá direito a acompanhante especializado” (BRASIL, 2012, Art.2º). 
O professor de apoio ou muitas vezes chamado de monitor, é de estrema importância em sala de aula, pois se torna humanamente impossível um professor atender a uma classe com quinze ou vinte alunos mais um aluno autista com todas as suas dificuldades e necessidades de adaptação curricular que a síndrome exige. 
Ao professor de apoio compete o trabalho pedagógico de mediação com os professores regentes, auxiliando na adaptação dos conteúdos, nas metodologias de ensino com o aluno com deficiência e/ou transtorno e com os demais alunos na sala de aula, contribuindo com o desenvolvimento do atendimento institucional especializado.
Cunha (2014) fortalece essa a necessidade do acompanhamento especializado junto ao aluno com TEA, quando destaca: 
Enquanto o aluno com autismo não adquire a autonomia necessária, é importante que ele permaneça sob o auxílio de um profissional capacitado ou um psicopedagogo para que dê suporte ao professor em sala de aula. Na escola inclusiva, é demasiadamente difícil para um único educador atender a uma classe inteira com diferentes níveis educacionais e, ainda, propiciar uma educação inclusiva adequada. Tudo o que for construído no ambiente escolar deverá possuir o gene da qualidade (CUNHA, 2014, p.55)
O professor de apoio participa da reintegração da pessoa com TEA na sala de aula e ajuda na inclusão escolar. Ele adapta as atividades, auxiliando as interações sociais e aplicações didáticas.
A lei número9.394/1996 (LDB – Lei de Diretrizes e Bases) em seu art. 59, declara que os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades;
 II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
 III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
 IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis Para o respectivo nível do ensino regular. (BRASIL, 1996, Art.59)
Infelizmente a realidade que conhecemos é muito diferente da lei, pois a demanda da inclusão chega às escolas antes mesmo da preparação do professor e a solução tem sido a capacitação do profissional em serviço, através dos programas de formação continuada e em outras vezes nem mesmo isso. 
Por outro lado, a figura do Acompanhante Especializado (monitor) não tem sido desenvolvido e orientado com a devida importância. Para Cunha (2014) o Acompanhante Especializado, como o nome diz, é um profissional especializado no assunto ou com a formação em psicopedagogia, logo, não pode ser qualquer pessoa. 
Infelizmente, aqui no Brasil, a maioria dos professores de apoio ou monitores não possuem formação compatível com a função que irão exercer, principalmente em se tratando de alunos com TEA. São, em geral, pessoas sem especialização, formação ou graduação na área, muitas vezes as escolas contratam estagiários do ensino médio, sem preparo nem habilidade nenhuma para desenvolver um aluno com autismo, só para “manter o protocolo”, ou seja o aluno está ali apenas porque é lei.
Quando o profissional tem formação e capacitação para trabalhar com um aluno autista, em pouco tempo nota-se uma considerável diferença no desenvolvimento escolar, de socialização e de comandos/ordens, uma grande mudança na vida dessa crianças.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A inclusão da criança com TEA deve estar muito além de ter apenas sua presença em sala de aula, deve-se priorizar a aprendizagem e o desenvolvimento das habilidades e das potencialidades, superando suas dificuldades. 
No entanto, o que é visto nas grande maioria das escolas regulares é a oferta de vagas para inserir essas crianças em sala de aula, para se cumprir protocolo, mas, não há modificações nas práticas pedagógicas, não há profissionais especializados, não há grupos de apoio e orientação as famílias. Portanto, não se faz inclusão. 
Diante do exposto neste trabalho, pode-se entender como o profissional de apoio especializado é de suma importância para o desenvolvimento, socialização e inclusão dos alunos portadores de necessidades especiais, incluindo o transtorno do espectro autista. 
A literatura na área revela que para melhor atender os alunos com TEA, em suas variadas necessidades se faz necessário promover diversas adaptações de grande e pequeno porte em toda sua trajetória escolar, adaptações de sala, de profissionais, de materiais. Mas, para isso, a formação e especialização docente é extremamente necessária. 
Conclui-se portanto que, a inclusão na prática na sua maioria não condiz com o que consta na lei, infelizmente muitas das crianças portadoras de TEA só estão na escola porque precisam estar, porque a lei manda, mas não há preparo, não há desenvolvimento, socialização com o meio e por vezes são isolados dos colegas quando desencadeiam alguma situação que não condiz com a de sala de aula.
Ainda há muito a ser melhorado, adaptado, mas o principal é que quando houver constatação de necessidade do professor de apoio para o aluno com TEA o mesmo seja habilitado e capacitado para tal função, a fim de somar e contribuir para seu futuro em sociedade.
REFERÊNCIAS. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Casa do autista. Autismo: orientação para pais. Brasília: Ministério da Saúde; 2000.
_________. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994. 
_________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 1994.
_________. Lei Federal nº 12.764/2012, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF: 28 dez. 2012.
_________. Artigo 59 da Lei nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11686882/artigo-59-da-lei-n-9394-de-20-de-dezembro-de-1996. Acesso em: 18 set. 2021.
BRITO, Anita; SALES, Nicolas Brito. TEA e inclusão escolar: um sonho mais que possível. São Paulo: Edição do Autor, 2014
CUNHA, Eugênio. Autismo e Inclusão: psicopedagogia e práticas educativas na escola e na família. Rio de Janeiro: Wak, 2014.
_______. Eugenio. Autismo na escola: um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de ensinar. São Paulo: Wak, 2015.
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
MELLO, Ana Maria S. Ros de. Autismo: guia prático. 4. ed. São Paulo: AMA; Brasília: CORDE, 2005.
MENEZES, A. R. S. Inclusão escolar de alunos com autismo: quem ensina e quem aprende? Dissertação de Mestrado, UERJ, 2012.
MANTOAN, Maria Teresa Egler. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2006.
PAPIM, Angelo Antonio Puzipe; SANCHES, Kelly Gil. Autismo e Inclusão: levantamento das dificuldades encontradas pelo professor do atendimento educacional especializado em sua prática com crianças com autismo. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia, 2013, 84p.
Revista Autismo. Marcos Mion e o autismo. Ano VII -13 ed. São Paulo: LaborPint, 2021.
Silva AR. Autismo na criança e seu impacto sobre a família. Revista Pediátrica Médica. 2007;36(7):474-9.
SILVA. Ana Beatriz Barbosa. Mundo Singular - Entenda o Autismo, Rio de Janeiro. ED. Fontanar, 2012.
.

Continue navegando