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monografia Autismo e inclusão escolar

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10
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
PEDAGOGIA 
DEBORA CORREA DE ANDRADE FONSECA
Rio de Janeiro
2019
DEBORA CORREA DE ANDRADE FONSECA
INCLUSÃO DO ESTUDANTE AUTISTA NO ENSINO REGULAR
Trabalho apresentado como requisito para obtenção do titulo de Licenciado em pedagogia, sob a orientação da Professora Me Luciana Soares Chagas Evangelista.
Rio de Janeiro
2019
DEBORA CORREA DE ANDRADE FONSECA
INCLUSÃO DO ESTUDANTE AUTISTA NO ENSINO REGULAR
Trabalho de conclusão da graduação em Pedagogia defendido e aprovado em __/___/_____ pela banca examinadora constituída pelos professores:
Prof.ª Me. Luciana Soares Chagas Evangelista
Prof.ª Me. Denise de Paiva D’Ávila Melo
Prof.ª Dra. Luzia Cristina Nogueira de Araújo
Rio de Janeiro/ RJ.
2019
Dedicatória
 (
À minha mãe que se hoje estivesse neste plano de vida estaria torcendo juntamente comigo, ao meu marido que tanto me ajudou até aqui, a minha tia que me criou , a minha sogra que não tem palavras para descrever o quanto são importantes na minha vida., ao meu filho Davi que é razão de acordar todos os dias lutando para um futuro melhor ,meus amigos queridos. Aos meus mestres, pelo conhecimento adquirido. 
)
Agradecimentos
 (
Agradeço a Deus por tudo que tens feito na minha vida. 
Ao meu Marido que sempre esteve no meu lado. Ao meu filho Davi que é minha fonte de energia. 
Aos 
Meus irmãos
 
que me impulsiona a viver.
 
A
s
 minha
s
 orientadora
s que me ajudaram
 até 
aqui
. 
 
)
	
Epígrafe
 (
“As crianças especiais, assim como as aves, são diferentes em seus 
vôos
. Todas, no entanto, são iguais em seu direito de voar.”
Je
s
sica Del Carmen Perez
)
RESUMO
O tema escolhido para o TCC é a inclusão do aluno autista no ensino Regular. Vale salientar que o interesse por este tema foi devido ao meu ingresso no estágio não obrigatório da Prefeitura do rio de Janeiro, Fiquei como estagiária de mediação escolar por 02 anos onde pude ter a experiência viva de como acontece a inclusão destes alunos autista foco da pesquisa. Este estudo tem por objetivo descrever e analisar todo esse processo de inclusão o aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA), e assim realizar uma descrição mais ativa sobre sua inclusão dentro da sala de aula regular. Os objetivos específicos delimitam-se a descrever a importância do professor para inclusão do aluno autista, apresentar a importância da inclusão para os alunos autista. A inclusão do aluno autista na rede escolar é de grande relevância, pois um estudo dessa natureza permitirá novos estudos a respeito do tema, uma maior relevância a respeito da inclusão escolar que poderá contribuir para novas reflexões e intervenções a respeito do tema.
Palavras- chave: Autismo. Inclusão escolar. Ensino regular 
ABSTRACT
The theme chosen for the CBT, with the inclusion of a student with autism in the mainstream education system. It is worth pointing out that the interest in this topic was due to my entrance on the stage, not a requirement of the City of rio de Janeiro, and I Stayed on as an intern in the mediation of the school, for 02 years I have had the experience of living as is the case for the inclusion of students with autism as a focus of research. This study aims to describe and analyse the process of inclusion of the student with Autism Spectrum disorders (ASD) in order to carry out more active on for inclusion in the regular classroom. The specific goals and boundaries to provide a description of the importance of the teacher to include the student with autism show the importance of inclusion for students with autism. The inclusion of a student with autism in the school network, it is of great importance, since a study of this nature will allow for further studies on the subject, with a greater emphasis on the respect of the inclusion of the school that you will be able to contribute to new thinking and actions in respect of the subject matter
Keywords: Autism. Inclusion. Regular school.
SUMÁRIO
1 - Introdução ........................................................................................Página 10
2 – Educação Inclusiva....................... .....................................................Página 12
2 .1- O processo de inclusão no Brasil .....................................................Página 12
3 - O Autismo e suas características .................................................. Página 18
4 - Uma Escola Inclusiva..........................................................................Página 22
4.1 - O Papel da Escola na inclusão Escolar.............................................Página 22
4.2 - O Papel do professor na inclusão do aluno autista ..........................Página 25
4.3 - O Papel do Atendimento Educacional Especializado...................... Página 26
Considerações Finais........................................................................... Página 28
Referências.......................................................................................... Página 30
1- INTRODUÇÃO 
 A educação inclusiva é tema bem atual e ele vem ganhando espaço no nosso dia a dia e no ambiente escolar. Incluir, tem como base uma educação de qualidade como direito para todos, inclusive as crianças portadoras de necessidade especiais. Neste caso a escola deve ter como missão se adequar à realidade dos alunos oferecendo oportunidades de interação e aprendizagem a todos. A escola não deve ter como foco somente o quantitativo, mas também ter um olhar diferenciados para a qualidade do ensino ofertado, proporcionando assim um ambiente acolhedor e rico no desenvolvimento dos aspectos cognitivos, afetivos, psicomotor, social e cultural. 
 O presente estudo versa sobre a inclusão do aluno autista no ensino regular nas escolas públicas do Município do Rio de Janeiro. Dentro deste tema maior, indicamos como objeto uma investigação sobre como se dá esse processo no sistema regular de ensino e quais os desafios enfrentados no decorrer deste processo seja ele pelo aluno, pela família, pelo professor ou até mesmo pela escola
 A presente pesquisa busca responder as seguintes indagações: Quais são os desafios enfrentados por este aluno no ensino regular? Qual é o papel da escola nesta inclusão? Qual é o papel da família neste processo? No decorrer desta pesquisa buscaremos respostas para tais questionamentos, cujo objeto de trabalho é investigar como ocorre a inclusão dos alunos autista na rede regular de ensino. 
 A principal hipótese é que se não houver professor capacitado para receber um aluno autista, haverá sempre o problema de aprendizagem deste aluno já que não conta com procedimentos adequados às suas características. 
 Para verificar esta hipótese optou-se por fazer uma pesquisa de campo para obter informações sobre a recepção de alunos autistas em sala de aula, estudos bibliográficos para buscar indicações que ajudem a interpretar o comportamento observado, com foco na pesquisa qualitativa já que nosso foco será em levantar características desta temática com seu contexto histórico, social, escolar, familiar até o seu processo de ensino aprendizagem. 
 Este estudo tem por objetivo descrever e analisar todo esse processo de inclusão o aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA), e assim realizar uma descrição mais ativa sobre sua inclusão dentro da sala de aula regular.
 Vale salientar que o interesse por este tema foi devido ao meu ingresso no estágio não obrigatório da Prefeitura do rio de Janeiro, Fiquei como estagiário de mediação escolar por 02 anos onde pude ter a experiência viva de como acontece a inclusão destes alunos autista foco da pesquisa.
 Também é preciso destacar que um estudo dessa natureza permitirá novos estudos a respeito do tema, uma maior relevância a respeito da inclusão escolar que poderá contribuir para novas reflexões e intervençõesa respeito do tema.
 Por fim, cabe ressaltar que tal temática conta-se com a contribuição de alguns autores, autores estes que vem se aprofundando no tema em questão tal como Aranha(2001), Bosa (2002),Cunha(2014), Mantoan(2003) dentre outros.
2- EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 A inclusão e um tema que vem sendo debatido nos últimos anos. E é um dos grandes desafios da atualidade tanto para o sistema educacional, quanto para a sociedade que tem como seu ideal uma sociedade justa, solidária. Por ser um tema emergente nunca se falou tanto de inclusão quanto nos momentos atuais e assim, nos deparamos a todo momento seja pelos noticiários, novelas, filmes etc. 
 Sabemos que a inclusão é um tema emergente nas escolas de todo país e na sociedade como todo. E que para que haja tal inclusão, se faz necessário entender o que realmente é a inclusão. Não basta somente incluir o aluno autista numa sala de aula. É necessário que se faça um estudo sobre o conceito do autismo, suas características e quais são as estratégias de ensino. Talvez seja por esta razão que muitos professores se sentem perdidos e despreparados quando se deparam com o aluno autista. 
 A capacitação dos profissionais da educação deve abranger não só a questão da inclusão e seu significado prático quanto às leis que fundamentam a inclusão. No entanto, os profissionais não estão preparados para receber os alunos. O que muito se vê é o aluno tentando se adaptar ao ambiente escolar, mas o que de fato deve ocorrer é a escola disponibilizar procedimentos que atendam os alunos de modo a realizar aprendizagens e estar integrado ao participar do contato com os colegas. 
2.1 O processo de inclusão no Brasil 
 Primeiramente faz-se necessário saber o que é inclusão de fato e como se deu este processo histórico no Brasil chegando até os dias de hoje. Na visão de Aranha (2002), inclusão quer dizer afiliação, compreensão, envolvimento, ou seja, inclusão significa convidar aqueles que, de alguma forma tem esperado por um espaço condigno e pedir para lhes ajudar a desenhar sistemas novos que encorajem a todos para participar da completude das suas capacidades, como membros e companheiros; incluir aqueles que de alguma forma tiveram seus direitos perdidos ou que, por algum motivo, não os exercem.
 A palavra inclusão de forma geral é vista como um conjunto de meios e ações que lutam diariamente para a exclusão aos benefícios da vida em sociedade, provocadas pelas diferenças de classes sociais, na educação, na idade e gênero. Tem grande relevância em nossa sociedade, por estarmos vivendo em uma época em que o respeito à diversidade e a garantia ao direito à participação social de cada pessoa, a despeito de suas características (de gênero, étnicas, socioeconômicas, religiosas, físicas e psicológicas). Nas palavras de Sassaki (2010), 
Conceitua-se a inclusão social como o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente estas se preparam para assumir seus papeis na sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidade para todos. Inclusão construindo uma sociedade para todos. A inclusão, portanto, é um processo que contribui para a construção de um povo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos (espaço internos e externos, equipamentos, aparelhos e utensílios, mobiliário e meios de transporte) e na mentalidade de todas as pessoas, portanto também do próprio portador de necessidades especiais. (SASSAKI, 2010, p. 42)
 Nesse sentido, a temática da inclusão traz, como pressuposto, políticas e a organização da educação especial e regular. A inclusão no sistema escolar propõe um modo de organização do sistema educacional que considera as necessidades de todo os alunos e que é estruturado em funções dessas necessidades (Mantoan, 2001).
 Especificamente, podemos inserir a inclusão como o acesso e admissão das pessoas portadoras de deficiência tanto na vida social como na vida educativa. Para Aranha (2001) a ideia de inclusão fundamenta-se numa filosofia que reconhece e aceita a diversidade na vida em sociedade. Isto significa garantia de acesso de todos a todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada indivíduo ou grupo social. Neste sentido, Sassaki (2010, p.40) afirma que “ para incluir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada a partir do entendimento de que ela é que precisa ser capaz de atender às necessidades de seus membros”. Sassaki (2010, p.40) diz ainda que defende que este é um processo pelo qual a sociedade se adapta para incluir as pessoas com deficiência a partir de transformações, grandes e pequenas, nos ambientes físicos e na mentalidade de todos os membros da sociedade.
 A história sobre a inclusão começou a tomar forma mais precisamente no século XIX, quando foi criado no ano de 1854 o Instituto dos Meninos Cegos, hoje conhecido por Instituto Benjamin Constant. Logo após, no ano 1857 foi criado o Instituto do surdo hoje atual Instituto Nacional de Surdos, ambos criados pelo Imperador D. Pedro II. Hoje estes institutos ficam concentrados na cidade do Rio de Janeiro, como afirma Mendes (2010).
 O que podemos observar que neste período a educação especial era mais voltada para deficiências visuais e auditivas, e assim excluindo outros tipos de deficiências tais como físicas, intelectuais dentre outras Este cenário só veio a mudar no século XX com a criação de algumas organizações não governamental tais como a Sociedade Pestalozzi em 1932 e Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) no ano de 1954 ambas organizadas por famílias com pessoas portadora de deficiência pois havia neste período um déficit por conta do Estado. 
 Neste período também houve a criação de outros centros de reabilitação tais como a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação – ABBR e a Associação de Assistência à Criança Deficiente –AACD. A primeira nasceu em 1954 com o objetivo de possibilitar que vítimas de pólio e pessoas portadoras de sequelas motoras tivessem acesso a um tratamento especializado e fossem reintegradas à sociedade - trabalho este até então inexistente no Brasil. A segunda, nasceu em 1950 com sede em São Paulo - SP, e visa tratar, reabilitar e reintegrar à sociedade crianças, adolescentes e adultos portadores de deficiência física. As finalidades são as mesmas, mas a segunda possui algumas unidades espalhadas pelo Brasil. 
 Vale destacar que neste período a questão da deficiência foi tendo um olhar mais voltado para educação saindo um pouco do âmbito da saúde. Nesta fase a educação especial era voltada mais para o assistencialismo de acordo com o documento " história do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil (LANNA Junior,2010) em que as pessoas com deficiência dependiam da filantropia, de organizações não governamentais, e quando havia recurso governamental, este era insuficiente, de acordo com autora Mendes (2010). 
 A educação especial só começou a ter um olhar mais focado para inclusão na década de 80 e um dos pontos cruciais foi a constituição de 88 no artigo 208, onde faz referência ao atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência e no qual garante preferencialmente matrícula na rede regular de ensino. O artigo que detalha o Direito à Educação Especial é o 208, incisos III que diz “ O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”.
 No entanto, na década de 70, a integração escolar surgiu através de uma proposta na Escandinávia, por um grupo, que inicialmente se referiu como processo de normalização.O método utilizado era um processo que se baseava na premissa de que, as pessoas que apresentavam alguma deficiência, tinham o direito de usufruir de um estilo de vida o mais comum e normal em sua sociedade. Esta definição não significa tornar o indivíduo normal, mas sim, dar oportunidades para que estas pessoas possam ser atendidas e reconhecidas pela sociedade.
 Por muito tempo, o princípio da integração conduziu os ideais da Educação Especial, tratava-se de um processo que visava integrar o aluno à escola, gerando meios para os educandos com necessidades especiais pudessem integrar graças ao atendimento que lhe era oferecido, ou seja, ao invés da escola ter que se adequar ao aluno, o aluno que deveria se adequar á escola.
 A integração privilegia as crianças portadoras de necessidades NEE, dividindo com ele a responsabilidade da inserção, enquanto a inclusão tenta avançar, exigindo também da sociedade, em geral, condições para essa inserção. Em outros termos, a integração é um tanto mais individualizada e a inclusão um tanto mais coletivo. 
 O uso do vocábulo “integração” refere-se mais especificamente à inserção de alunos com deficiência nas escolas comuns, mas seu emprego dá-se também para designar alunos agrupados em escolas especiais para pessoas com deficiência, ou mesmo em classes especiais, grupos de lazer ou residências para deficientes (MANTOAN, 2003, p.15). 
 A inclusão remete-nos a uma definição mais ampla, indicando uma inserção total e incondicional. Integração, por sua vez, dá a ideia de inserção parcial e condicionada às possibilidades de cada pessoa, já que o pressuposto básico é de que a dificuldade está na pessoa portadora de deficiência, e que estas podem ser incorporadas no ensino regular sempre que suas características permitirem. 
 A inclusão no sistema escolar propõe um modo de organização do sistema educacional que considera as necessidades de todo os alunos e que é estruturado em funções dessas necessidades (Mantoan, 2001).
 Outro movimento importante foi em 1981 a declaração da ONU instituindo como o Ano Internacional das Pessoas Deficientes - AIPD. A partir de 1976 começaram as reuniões com os países dos Estados Membros e de Organizações Internacionais a respeito dos programas para o Ano Internacional das Pessoas Deficientes. em 1981 foi indicado para este fim como o ano que seria apenas o marco inicial de todo um trabalho em prol do deficiente, o qual teria prosseguimento ao longo da década e seria, finalmente, avaliado não só a nível nacional, como regional (AMÉRICA LATINA) e internacional, no decorrer do ano de 1991. 
 A década de 90 foi marcada por amplos debates sobre a inclusão. Um grande marco foi a reformulação pela UNESCO no ano de 94 a declaração de Salamanca realizada na Espanha, onde se reunirão vários representantes governamentais de diversos países par discutir políticas cujo objetivo era promover uma educação para todos e também com a finalidade de desenvolver um a educação mais inclusiva. Esta declaração tinha como destaque o direito a educação de qualidade. No documento também destacava que cada criança possuía característica próprias para o processo ensino aprendizagem. 
 Além de fazer referência a instituições escolares, estas deveriam se adequar as necessidades do aluno e suas peculiaridades da pessoa com deficiência De acordo com Souza (2008, p.07) tais desdobramentos trouxeram reflexões e impactos para o Brasil no que tange a Educação especial, inclusive no ano de 1996 quando foi publicada a lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDBEN/ 9394. Neste texto vem reafirmando que a educação especial deve ser oferecida pela rede regular de ensino e que tenha o serviço de apoio especializado. No § 1º, do artigo 58, diz: “haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial”.
 Segundo Souza (2008), nesta época houve uma maior disposição sobre a oferta de matriculas para crianças com deficiência para ensino regular.
 Na transição do século XX para XXI foi um período de grandes avanços para a garantia de direitos da pessoa com deficiência e sobre esse processo de inclusão podemos destacar alguns documentos nacionais por exemplo, a lei 10.048 que estabelece atendimento prioritário a pessoas portadoras de deficiência, idosos, gestantes e pessoas acompanhadas de crianças de colo em locais públicos. 
 Em 9 de janeiro de 2001 foi aprovada a Lei nº 10.172 em que foi aprovado o Plano Nacional de Educação, constante do documento anexo, com duração de dez anos. Nesta lei destaca-se a inclusão das pessoas com deficiência no sistema regular de ensino. 
 Em 6 de julho de 2015 foi instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com mais conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, cujo objetivo é assegurar a inclusão e igualdade destas pessoas.
 As informações destacadas acima foram marcos importantes e definidores do que se tem hoje em dia. Embora se perceba muitos avanços, na prática ainda se apresenta várias questões que não foram ainda esclarecidas e que deixam os desejos muito aquém do esperado. 
3- O AUTISMO E SUAS CARACTERÍSTICAS 
 Ao abordar o aspecto educativo de indivíduos portadores do Transtorno Espectro Autistas, faz-se necessário, um entendimento sobre o autismo. O que é? Quais as suas características? Quais os tipos e as causas do autismo? 
Pouco se sabe sobre o autismo e suas características, pois não há um consenso sobre sua real causa; vários estudiosos de diferentes áreas sejam ela da pedagogia, biologia, psiquiatria, psicanálise, algumas dessas áreas vem se aprofundando nas definições acerca da causa do autismo. Esta problemática vem sendo um grande desafio nos dias atuais. Bosa (2002) ressalta que o autismo é uma temática bem chamativa pois apesar de vários estudos, sua abordagem continua a desafiar profissionais de diversas áreas. E ainda de acordo com Bosa (2002) em seus estudos esclarece que houve diversas concepções relativas a parte cientifica do autismo, segundo a autora alguns profissionais chegaram a classificar o autismo como uma patologia próxima da esquizofrenia. 
Fazendo uma cronologia histórica acerca do autismo Pereira (2009) define que o autismo foi cunhado na literatura médica por Eugen Bleuler em 1911, para classificar pessoas que apresentavam dificuldades na comunicação e interação social com tendência ao isolamento, resultando em um importante e categórico trabalho sobre esquizofrenia do adulto e adolescente. Bleuler foi uns dos precursores a utilizar o termo autismo. Neste mesmo sentido Gomes,Teran (2014) esclarece que a palavra “autismo” vem da palavra grega “autos”, que significa “próprio”. Ou seja, autismo significa especificamente viver em função de si próprio. 
Nesta temática Schidt (2013) destaca que o termo autismo atravessa a literatura ora como um tipo específico do Transtorno do Espectro Autista – TEA, como conjunto de sinais e sintomas. O autor também faz uma observação que os primeiros estudos sobre o assunto foram dos psiquiatras infantis Hans Asperger (1944) e Leo Kanner (1943). Ambos notaram através de seus estudos e observações feitas com crianças, que um determinado grupo apresentava comportamentos diferenciados dos demais, alguns tinham dificuldades de interagir com outras crianças e certa resistência mudanças na rotina. Vale ressaltar que, com passar dos anos, o termo autismo foi se modificando conforme iam surgindo outras correntes teológicas.
 O autismo foi passando de um quadro único e passou a ser considerado uma síndrome, pois não se tem uma causa especifica. Sem causa definida pode ser classificado do mais brando para o mais severo. Muitas suposições existiram a respeito da causa do autismo alguns autores chegaram a dizer que poderia ser devido a interação do indivíduo com a família, seu relacionamento com a mãe, o uso de drogas e álcool. Mas muitas dessas teoriasnão tinham base cientifica. E nada foi provado. 
 De acordo com as definições atuais o autismo está associado ao modo comportamental, de múltiplas etiologias que fazem parte de todo o transtorno autistico. Com alteração do Manual Diagnostico e estatístico dos transtornos Mentais em 2013 o autismo passou a ser classificado como TEA, ou seja, Transtorno do Espectro Autista. E sua classificação passou a ser como leve, moderado ou severo. 
 De acordo com Fonseca (2014) o termo médico TEA é mais atual pois engloba a síndrome de Asperger, que não é mais vista como uma especificação distinta. O Transtorno do Espectro Autista (TEA), a partir do ano 2018 passou a integrar na nova classificação estatística Internacional de Doenças, problemas relacionados à saúde menta lcom o CID 11. O referido documento levou em conta a alteração realizada no ano de 2013 quando foi feita uma nova versão do Manual de diagnóstico e estatística dos transtornos mentais o DSMS-V. Esta alteração teve como objetivo facilitar o diagnóstico e a classificação médica para o acesso aos serviços de saúde. Para que um a pessoa seja diagnosticada com TEA se faz necessários algumas alterações conforme esclarece o manual DSMS-V. Existem alguns critérios para o diagnóstico, a saber:
Déficits persistentes na comunicação social e interação social através de vários contextos, como manifestado pelos seguintes elementos, no momento ou pela história:
1. Os déficits na reciprocidade sócio emocional, que vão, por exemplo, do social, anormal, abordagem e fracasso da normal conversa de volta-e-vem; a partilha reduzida de interesses, emoções ou afeto; a incapacidade de iniciar ou responder às interações sociais;
2. Os déficits em comportamentos comunicativos não verbais utilizados para a interação social, que vão, por exemplo, de mal a comunicação verbal e não verbal integrada; a anormalidades no contato visual e linguagem corporal ou déficits na compreensão e uso de gestos: para uma total falta de expressões faciais e comunicação não-verbal.
3. Os déficits no desenvolvimento, manutenção e compreensão das relações, que vão, por exemplo, de dificuldades de ajuste de comportamento para atender diversos contextos sociais; a dificuldades na partilha de jogo imaginativo ou em fazer amigos; a ausência de interesse em pares.(APA, 2014).
 No mesmo documento DSMS-V. (APA,2014), o transtorno do Espectro Autista é definido pela presença de Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, atualmente ou por história prévia. Gomes e Terán (2014) lembra que os principais sintomas do TEA são “interação social limitada, problemas com a comunicação verbal e não verbal e com a imaginação, atividades e interesses limitados ou pouco usuais. Podem ter dificuldades em manter uma conversação ou olhar alguém diretamente nos olhos. 
 Para Fonseca (2014), algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam sérios problemas no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a rígidos e restritos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas que apresenta níveis e graus variados dos sintomas autísticos. Cunha (2014) orienta que os sintomas pode se manifestar nos primeiro anos de vida. 
O Transtorno do Espectro Autista manifesta-se nos primeiros anos de vida, proveniente de causas ainda desconhecidas, mas com grande contribuição de fatores genéticos. Trata-se de uma síndrome tão complexa que pode haver diagnósticos médicos abarcando quadros comportamentais diferentes. Tem em seus sintomas incertezas que dificultam, muitas vezes, um diagnóstico precoce (CUNHA, 2014, p.19).
 Outros dados segundo Cunha (2014) é que as manifestações do autismo variam intensamente, dependendo do nível de desenvolvimento e da idade cronológica do indivíduo. Neste sentido Marques (2002) nos alerta para realização de um diagnóstico multidisciplinar. 
Um diagnóstico precoce realizado por uma equipe transdisciplinar envolvendo todos os elementos que interagem com a criança (pais, técnicos de saúde, educação e outros julgados convenientes), a aplicação de instrumentos específicos de diagnóstico e a planificação conjunta da intervenção, são fundamentais para melhorar a inclusão destas crianças e famílias na sociedade em que vive. (MARQUES, 2002, p.13) 
 Não existe cura para o autismo e também o tratamento não se baseia em um tratamento especifico, pois o que pode dar resultado para um, pode ser que para outro não apresente diferença. Por isso a importância do diagnóstico precoce e de uma equipe multidisciplinar, pois com base no estudo do caso do paciente é traçado uma melhor intervenção. Podemos citar como exemplo para o tratamento: terapias ocupacionais, fonoaudiólogo, terapia familiar, psicólogos, fisioterapia e outras. 
4- Uma escola Inclusiva 
 Esse capítulo aborda os aspectos relativos a inclusão do aluno autista no ensino regular e como se dá esse processo no âmbito escolar.Neste capitulo também fez breves considerações sobre o papel do professor e do AEE na inclusão destes alunos
4.1 - O PAPEL DA ESCOLA NA INCLUSÃO ESCOLAR 
 A inclusão do aluno com deficiência no ambiente escolar é de extrema importância, pois a inclusão beneficia o aluno incluído e também beneficia os aluno que são tidos como “normais”. Este tipo de inclusão traz diversos benefícios pois através da convivência entre eles os alunos desenvolvem :espírito de solidariedade,respeito ás diferenças,empatia, tolerância ,cooperação uns com os outros e promove a socialização dos mesmos. Além de ser uma experiência enriquecedora para os alunos autista pois este convívio escolar fortalece os vínculos,facilita a interação e auxilia no desenvolvimento escolar e na aprendizagem .Toda esta experiência vem de acordo com Bosa (2002.p.67):para ultrapassar os déficits sociais dessas crianças, é preciso possibilitar o alargamento progressivo das experiências socializadoras, permitindo o desenvolvimento de novos conhecimentos e comportamentos. 
 Mas para que a inclusão aconteça de fato, se faz necessário o envolvimento de toda comunidade escolar, deve haver uma parceria entre escola, família e todos profissionais que atuam direta e indiretamente na inclusão deste aluno. Cavaco ( 2010) nos faz um alerta
Incluir não é só integrar [...]. Não é estar dentro de uma sala onde a inexistência de consciencialização de valores e a aceitação não existem. É aceitar integralmente e incondicionalmente as diferenças de todos, em uma valorização do ser enquanto semelhante a nós com igualdade de direitos e oportunidades. É mais do que desenvolver comportamentos, é uma questão de consciencialização e de atitudes (CAVACO,2010 p. 31)
 Nesta mesma perspectiva Carvalho (1999, p.37) destaca que:
[...] para que, em nossas escolas, o ideal da integração de todos, ou da não exclusão de alguns, torne-se realidade, é preciso trabalhar todo contexto em que o processo deve ocorrer. Do contrário, corre-se o risco de contribuir para maiores preconceitos em torno dos deficientes.
 Deste modo incluir o aluno autista envolve mais que uma matricula, ou inseri-lo no ensino regular vai muito além do que isso, é proporcionar ao aluno um ambiente acolhedor onde o aluno se sinta seguro, e que ele seja sujeito, tenha autonomia e entenda suas potencialidades. A escola deve garantir que o aluno autista na sala de ensino regular seja preparado para ser capaz de aprender, pensar, sentir e interagir com os alunos, professores, mediadores e todos da escola, mas sempre respeitando suas limitações e singularidades. Em conformidade com os autores acima Cunha (2014, p. 100) complementa que não podemos pensar em inclusão escolar, sem pensarmos em ambiente inclusivo. Inclusivo não somente em razão dos recursos pedagógicos, mas também pelas qualidades humanas”.Esse é um dos grandes desafios e questionamentos enfrentados pela escola. Segundo Brande e Zanfelice (2012, p. 44), receber alunos com deficiência, mais especificamente com transtornos invasivos do desenvolvimento, é um desafio que as escolas enfrentam diariamente, pois pressupõe utilizar de adequações ambientais, curriculares e metodológicas.
 Neste sentido o papel da escola é trabalhar na elaboração de estratégias sejam elas físicas ou curriculares, a fim de que os alunos autistas sejam incluídos de forma adequada. Outro papel essencial da escola é investir nos profissionais que atuam com a criança especial, oferecendo um treinamento constante na perspectiva inclusiva. 
 Partindo deste pressuposto do papel da escola na inclusão escolar, Cutler (2000) vem citando um conjunto de critérios para inclusão dos alunos autista. São destaques os seguintes critérios:
* A escola deve conhecer as características da criança e prover as acomodações físicas e curriculares necessárias. * O treinamento dos profissionais deve ser constante e a busca de novas informações um ato imperativo. * Deve-se buscar consultores para avaliar precisamente as crianças.
* A escola deverá preparar-se, bem como os seus programas, para atender a diferentes perfis, visto que os autistas podem possuir diferentes estilos e potencialidades. 
* Os professores devem estar cientes que inclusive a avaliação da aprendizagem deve ser adaptada. 
* É necessário estar consciente que para o autismo, conhecimento e habilidades possuem definições diferentes.
* É preciso analisar o ambiente e evitar situações que tenham impacto sobre os alunos e que as performances podem ser alteradas se o ambiente também for. 
* A escola deverá prover todo o suporte físico e acadêmico para garantir a aprendizagem dos alunos incluídos. * A atividade física regular é indispensável para o trabalho motor.
* A inclusão não pode ser feita sem a presença de um facilitador e a tutoria deve ser individual. Um tutor por aluno. 
* A inclusão não elimina os apoios terapêuticos. 
 De acordo com autora estes critérios foram observados em algumas escolas privadas e públicas. Cabe ressaltar que segundo a mesma autora estes critérios foram mais implementados nas escolas públicas. 
4.2-O PAPEL DO PROFESSOR NA INCLUSÃO DO ALUNO AUTISTA 
 Quando falamos em inclusão escolar nos remetemos ao papel do professor nesta inclusão e como se dá todo este processo. Saviani (2001), aponta que o papel do professor nesse processo de inclusão é fundamental, uma vez que, ele é o mediador do processo ensino/aprendizagem.
 Não há como negar que o Professor neste processo inclusivo tem um papel determinante na inclusão dos alunos autista visto que o professor que estabelece o primeiro contato com o aluno incluído. Nesta perspectiva o professor assume o papel de peça chave para a socialização do aluno autista em sala de aula.
 Como já discutido anteriormente para que a inclusão seja efetiva a escola deve investir na capacitação dos professores, pois a todo tempo o professor busca recursos e mecanismos para facilitar o processo se ensino aprendizagem destes alunos. Cunha (2014, p.101) reafirma que: 
Não há como falar em inclusão sem mencionar o papel do professor. É necessário que ele tenha condições de trabalhar com a inclusão e na inclusão. Será infrutífero para o educador aprender sobre dificuldades de aprendizagem e modos de intervenção psicopedagógica se não conseguir incluir o aluno.
 Assim torna-se indispensável que o professor tenha e busque alcançar o primeiro passo que é o conhecimento prévio do seu aluno incluído ou seja suas características, habilidades e suas especificidades. E buscar conhecimento de tudo engloba o Transtorno autista. E assim terá como planejar e definir os objetivos para aprendizagem destes alunos. Cunha (2014, p.53) sugere que os professores realizem um diagnóstico global sobre o seu aluno TEA, afim de conhecer suas peculiaridades. A autora também orienta para que os professores busquem práticas pedagógicas que sejam voltadas para a inclusão do aluno autista:
Com base nessas considerações, fica evidente que o professor deve ficar atento quando vai planejar e desenvolver práticas pedagógicas que estimulem a capacidade de concentração do aluno, incentivando “[...] a independência e autonomia diária do aluno, por meio de atividades, jogos ou brinquedos que representem e exercitem [...] aspectos da vida cotidiana” (CUNHA, 2016, p. 91),
4.3- O PAPEL DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
 Para auxiliar no processo de inclusão do aluno autista e também outros alunos com deficiência, a escola conta com a sala de recursos, afim de auxiliar no processo inclusivo e atender as necessidades de cada aluno incluído no ensino regular. A sala de recursos deve ser adaptada com recursos multifuncionais com materiais pedagógicos que atendam a necessidades de cada aluno incluído. 
 O atendimento educacional especializado (AEE) é uma oferta assegurada por lei e de acordo com MEC (2008) O serviço é diretamente voltado aos alunos com deficiência, ele é complementar na escolarização dos alunos matriculados no ensino regular. Este serviço é oferecido na rede pública de ensino. Segundo O decreto n° 7.611/2011 no seu Artigo 3°, que são objetivos do Atendimento Educacional Especializado: 
I- Prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular e garantir serviços de apoio especializados de acordo com as necessidades individuais dos estudantes;
II- Garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular. 
III- Fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos pedagógicos que eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; 
IV- Assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis, etapas e modalidades de ensino.
 Vale ressaltar que as atividades desenvolvidas na sala de recursos, são atividades que diferem das praticadas em sala de aula, trabalhando nos educandos sua potencialidade, autonomia e suas habilidades. Neste sentido Lopes destaca que:
O papel do AEE é de oferecer procedimentos educacionais específicos de acordo com cada aluno, numa perspectiva de complementar e/ou suplementar suas necessidades educacionais não se configurando em reforço escolar. Os professores que atuam nas salas de recursos devem participar de maneira colaborativa com o professor da classe comum para a definição de estratégias pedagógicas que favorecem o acesso ao aluno com deficiência ao currículo e a sua interação no grupo, entre outras ações para promover a inclusão deste aluno (LOPES, s/d, p. 35).
 O atendimento educacional especializado é realizado no contra turno, ou seja, o inverso da classe comum, normalmente esse atendimento acontece na própria unidade escolar, mas quando a escola não tem esse tipo de atendimento o aluno é encaminhado a um centro especializado ou uma escola mais próxima que realiza esse atendimento. Para Machado (2009) o professor especializado que atua na sala de recursos trabalha para identificar as dificuldades e as habilidades apresentadas pela criança atendida, possibilitando para que em seguida elabore um planejamento para realizar um atendimento com os recursos necessários.
 O trabalho da sala de recursos tem um papel fundamental para o processo inclusivo da escola. O profissional de AEE ele assume um papel de mediador e articulador entre a escola, funcionários e a família 
 Cunha (2014, p.32) retrata que a educação nas escolas inclusivas, independentemente do grau de severidade, deve ser vivenciada individualmente na sala de recursos e na sala de ensino comum, favorecendo a sociabilidade, porque incluir é aprender junto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 O estudo acerca da inclusão do aluno autista possibilitou uma melhor compreensão a respeito da característica e complexidades do autismo, além de abranger a questão da inclusão escolar e os desafios encontrados por estesindivíduos. Através de estudo de fontes bibliográficas e documentais foi possível observar como se dá todo o processo inclusivo e as barreiras encontradas para que a inclusão aconteça de fato. A questão da inclusão ainda é um desafio a ser enfreando, não é uma tarefa fácil incluir, mas é possível quando há investimento e boa vontade e dedicação para uma inclusão de qualidade. Como discutido anteriormente a escola deve se adaptar o aluno para recebe-lo e não ao contrário. Apesar de ser de suma importância para o desenvolvimento do aluno autista a inclusão neste ambiente, mais se torna imprescindível que se invista em capacitações para os professores e profissionais envolvidos na inclusão escolar e que haja uma formação continuada que se a deque as necessidades dos envolvidos no processo inclusivo. Não há como não capacitar o professor pois o mesmo é fundamental para inclusão visto que ele assume o papel de mediador de todo o processo. Além de destacar o papel da escola, do professor se faz necessário a participação da família neste contexto do trabalho inclusivo.
 Podemos concluir que a presente pesquisa objetivou contribuir para o processo inclusivo no ensino regular, mas, contudo, é importante ressaltar que a inclusão do aluno com autismo na sala de aula é imprescindível para seu desenvolvimento no âmbito social, afetivo e cognitivo desta maneira é necessário que a escola como um todo proporcione um ambiente acolhedor que auxilie na socialização desse aluno. 
 E, finalmente espero que com essa pesquisa possa contribuir para formação de professores, gestores e profissionais da escola e que de fato ocorra uma inclusão participativa.
REFERÊNCIAS 
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