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CA DE PELE

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GABRIELA M. D. FARIAS 
MEDICINA FIPGUANAMBI 
CA DE PELE
CA DE PELE NÃO MELANOMA 
 CARCINOMA BASOCELULAR (CBC) representa 
71,4% dos casos. 
 CARCINOMA ESPINOCELULA (CEC) representa 
21,7% dos casos. 
 
 FATORES DE RISCO 
 Radiação UV 
 Imunosupressão, incluindo drogas 
imunossupressoras 
 Transplante de órgãos: CBC 5-10x; CEC 40-250x 
 Infecção por HIV 
 HPV: subtipos 7, 13, 16 e 18 
 Radiação ionizante 
 Medicamentos: azatioprina, ciclosporina, 
tracolimus 
 Agentes químicos: pesticidas, asfalto, psoraleno 
(com UVA), arsênico, coalhar 
 Tabagismo e etilismo 
 
CBC 
 
 Parece originar-se da epiderme e dos folículos 
pilosos; 
 Praticamente restrito a pele contendo unidades 
pilosebáceas; 
 Sem lesões precursoras; 
 Raramente dá metástases; 
 Formas indolentes e formas agressivas; 
 A principal causa é a exposição prolongada ao sol 
adjunto ao contato com os raios ultravioletas que 
induz mutações dos genes supressores. 
 
 
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 Evolução lenta, habitualmente assintomática. 
 Erosão ou sangramento após traumatismo mínimo. 
 Há 5 tipos clínicos: nodular, ulcerado, pigmentado, 
esclerosante (cicatricial) e superficial. 
 
 DIAGNÓSTICO/TRATAMENTO 
 Dermatoscopia + biópsia de lesão. 
 Excisão com fechamento primário, retalhos 
cutâneos ou enxertos. 
 A criocirurgia e a eletrocirurgia são opções, porém, 
apenas para as lesões muito pequenas e que não 
estejam localizadas nas áreas de perigo ou no 
couro cabeludo. 
 Para lesões em áreas de perigo é indicada a cirurgia 
de Mohs. 
 A radioterapia só é uma alternativa quando a 
desfiguração estética for um problema com a 
excisão cirúrgica ou em pacientes muito idosos. 
 
CEC 
 
 2º tumor maligno mais frequente na pele; 
 Tumor cutâneo mais comum em transplantados; 
 Potencial para metástase; 
 Origina-se de proliferação atípica de células da 
camada espinhosa; 
 Ceratoses actínicas é precursora, assim como 
leucoplasia, eritroplasia, radiodermite, úlceras e 
cicatrizes; 
 Mutação no P53; 
 
 
CARCINOMA ESPINOCELULAR in situ (CECIS) 
 Manifesta-se na forma de máculas, pápulas ou 
placas solitárias ou múltiplas, que podem ser 
hiperceratóticas ou descamativas. 
 O CECIS é mais frequentemente causado por RUV 
ou pela infecção por HPV. 
 
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MEDICINA FIPGUANAMBI 
 As placas escamosas nitidamente demarcadas na 
pele, de cor rosa ou vermelha, são conhecidas 
como doença de Bowen; 
 
 Lesões semelhantes, porém em geral não 
descamativas, aveludadas, brilhante, bem 
demarcada na glande e na vulva, são conhecidas 
como eritroplasia de Queyrat. 
 O CECIS anogenital induzido pelo HPV é conhecido 
como papulose bowenoide. 
 O CECIS sem tratamento pode evoluir para o CEC 
invasivo. No CECIS induzido pelo HPV em indivíduos 
com HIV/aids, as lesões frequentemente regridem 
por completo após tratamento antirretroviral bem 
-sucedido e reconstituição imune. 
 TRATAMENTO: 5-fluoruracil tópica, imiquimode, 
criocirurgia (altamente efetiva), evaporação a laser 
de co2 ou excisão, incluindo cirurgia micrográfica 
de Mohs. 
CARCINOMA ESPINOCELULAR INVASIVO 
 Pápula, placa ou nódulo eritematoso, queratósico, 
vegetante ou verrucoso; com ou sem ulceração. 
 Lesões úmidas, macias e friáveis, com ou sem 
hiperqueratose, ulceração, hemorragia e necrose. 
 Pele foto danificada. 
 Potencial para metastizar. 
 Diferentes graus de diferenciação e subtipos 
histológicos. 
 O CEC indiferenciado é macio e não apresenta 
hiperceratose, enquanto o CEC diferenciado é duro 
à palpação e tem hiperceratose. 
 No CEC relacionado com RUV, há evidências de 
dermatoeliose e ceratoses solares. 
 TRATAMENTO: excisão com fechamento primário, 
retalhos cutâneos ou enxerto. Cirurgia por 
micrografia de Mohs em áreas difíceis. A 
radioterapia só deve ser utilizada se a cirurgia não 
for possível. 
CERATOACANTOMA 
 
 O CA é uma lesão singular; anteriormente 
considerada como pseudocâncer, é hoje 
classificada pela maioria dos especialistas como 
variante do CEC. 
 Tumor epitelial de crescimento rápido! 
relativamente comum, com potencial de 
destruição tecidual e metástases (raras); todavia, 
na maioria dos casos, ocorre regressão 
espontânea. 
 Nódulo acentuadamente circunscrito, 
crateriforme, com rolha queratósica central. 
 Solitário, em idosos, em áreas de exposição solar. 
 
 CRITÉRIOS DE RISCO CBC E CEC- TRATAMENTO 
 Localização 
 Tamanho 
 Primário ou Recidivado 
 Bordas 
 Envolvimento perineural 
 Subtipo 
 Inflamação cr prévia 
 Crescimento rápido 
 Sintomas neurológicos 
 Grau de diferenciação 
 Profundidade 
 
 TRATAMENTO GERAL 
 Curetagem e eletrocoagulação 
 Tu de baixo risco 
 CI – Tu de alto risco, Tu localizados em 
áreas não firmes e áreas de pelos 
terminais. 
 Cirurgia excisional 
 CBC de baixo risco – 4mm de margem 
 CEC de baixo risco – 4 a 6mm de margem 
 Alto risco – margens amplas 
 MOHS 
 Tu de alto risco 
 Tu incompletamente excisado/recidivado 
 Crioterapia 
 Tu de baixo risco 
 
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 Pacientes com CI para cirurgia 
convencional e RT 
 Radioterapia 
 Adjuvante 
 Invasão perineural extensa, profunda ou 
de grandes nervos 
 TU inoperável ou Margem cirúrgica 
comprometida ou inalcançável 
 Pacientes acima dos 60 anos e/ou com CI 
cirúrgica 
 CI – condições genéticas que predispõe ao 
câncer cutâneo, doenças do tecido 
conectivo, lesões em mãos e pés, no nariz, 
CEC recorrente previamente irradiado, em 
carcinoma verrucoso. 
 5FU 
 Pirimidina fluorada antimetabólica – 
interfere na síntese de DNA QA e CBC 
superficial, CEC in situ (off label) 
 Imiquimode 
 Induz citocinas inflamatórias QA e CBC 
superficial, CEC in situ (off label) 
 Terapia Alvo - Vismodegib e Sonidegib Bloqueia a 
via Hedghog – ligação ao Smoothened CBC 
localmente avançado ou metastático 
 Imunoterapia – Cemiplimab 
 CEC localmente avançado ou metastático 
CARCINOMA DE CÉLULAS DE MERKEL (CCM) 
 
 O CCM (tumor neuroendócrino cutâneo) é um raro 
tumor sólido maligno, se acredita que se origine a 
partir de uma célula epitelial especializada, 
denominada célula de Merkel. 
 O CCM manifesta-se na forma de pápula, nódulo ou 
tumor cutâneo ou subcutâneo (0,5 a 5 cm), de 
coloração rosada, vermelha a violeta ou marrom-
avermelhada, cupuliforme e, em geral, solitário. A 
pele que o recobre é normal; todavia, as lesões 
maiores podem ulcerar. 
 TRATAMENTO: excisão ou cirurgia de Mohs, e a 
biópsia do linfonodo-sentinela ou a dissecção 
profilática dos linfonodos regionais são 
recomendadas, tendo em vista a elevada taxa de 
metástases regionais. A radioterapia no local do 
CCM e dos linfonodos regionais é efetuada na 
maioria dos casos, exceto quando as lesões forem 
muito pequenas. 
DERMATOFIBROSSARCOMA PROTUBERANTE 
 
 Sarcoma de crescimento lento, assintomático, 
localmente agressivo, de baixa malignidade, que 
raramente dá metástases. 
 O DFSP é uma placa endurecida de consistência 
firme, da cor da pele ou marrom-avermelhada, 
com nódulos exofíticos. 
 Ocorre no tronco, seguido dos membros, e apenas 
1 5o/o dos tumores desenvolvem-se na cabeça e na 
região do pescoço. 
 TRATAMENTO: Excisão cirúrgica ampla. 
MELOMA 
 Origina-se da transformação maligna dos 
melanócitos na junção dermoepidérmica, ou dos 
nevomelanócitos dos nevo displásico (ND) ou 
nevomelanocítico congênito, que se tornam 
invasivos e metastatizam depois de intervalos 
variáveis de tempo. 
 FATORES DE RISCO: 
 Marcadores genéticos (CDKN2a, BRAF, 
MC1R); 
 Fototipos cutâneos I e II; 
 História familiar de NDs ou melanoma; 
 História pregressa de melanoma; 
 Irradiação UV; 
 Quantidade (>50) e tamanho (>5mm) de 
nevos melanocíticos; 
 Nevos congênitos; 
 Quantidade de nevos displásicos(>5); 
 Síndrome do nevo displásico; 
 RASTREAMENTO: 
 Indicar acompanhamento especializado; 
 Exame dermatológico completo anual 
todos os familiares de primeiro grau; 
 
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 Primeiro exame deve ser realizado aos 10 
anos (exceção: nevos congênitos); 
 Gravidez e puberdade requerem maior 
atenção; 
 Mapeamento corporal total; 
 Fotodermatoscopia seriada; 
 ABCDE 
 Assimetria da forma; 
 Borda irregular; 
 Coloração; 
 Diâmetro; 
 Elevação; 
 ESTADIAMENTO 
 
 DIAGNÓSTICO CLÍNICO: dermatoscopia, 
mapeamento corporal e dermatoscopia digital, 
microscopia confocal (exame não-invasivo; diag 
precoce do melanoma). 
 
 
 
 
MELANOMA EXTENSIVO SUPERFICIAL 
 
 É o tipo mais comum de melanoma que acomente 
indivíduos de pele branca. 
 Surge mais frequentemente na parte superior do 
dorso e ocorre como lesão de crescimento 
moderadamente lento, no decorrer de um período 
de até dois anos. 
 Incidência maior em mulheres. 
 Placa elevada com múltiplas cores. 
 DIAGNÓSTICO: ABCDE + dermatoscopia. Em caso 
de dúvida: biópsia excisional total com margens 
estreitas. 
 TRATAMENTO: cirúrgico. 
MELANOMA NODULAR 
 É o segundo tipo de melanoma mais frequente. 
 Ocorre, em grande parte, em indivíduos de meia -
idade com pele clara e, à semelhança do MES, nas 
áreas menos comumente expostas. 
 É uniformemente elevado e ocorre como placa 
espessa ou lesão exofítica, polipoide ou 
cupuliforme de coloração azul ou azul-escura 
uniforme ou, menos comumente, pode ser pouco 
pigmentada ou despigmentada (melanoma 
amelanótico). 
 Tumor de evolução rápida. 
 DIAGNÓSTICO: dermatoscopia ou biópsia 
excisional total com margens estreitas. 
 TRATAMENTO: Cirúrgico. 
 
 
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(amelanótico) 
MELANOMA LENTIGO MALIGNO 
 
 4 a 15% dos casos. 
 Ocorre em indivíduos idosos, em áreas mais 
expostas ao sol- face e antebraços. 
 A luz solar constitui o fator patogênico mais 
importante. 
 Máculas pigmentadas de múltiplas cores com 
bordas irregulares. 
 DIAGNÓSTICO: Dermatopatologia. 
 TRATAMENTO: 
 Lesões iniciais: imiquimode. 
 Excisão da lesão com margem de 1 cm 
além da lesão clinicamente visível. 
 Biópsia de linfonodo-sentinela nas lesões > 
1 mm de espessura. 
MELANOMA ACROLENTIGINOSO 
 
 É uma apresentação especial do melanoma 
cutâneo, que se desenvolve na planta dos pés, 
palma das mãos e leito ungueal das mãos ou dos 
pés. 
 Acomete mais frequentemente asiáticos, africanos 
subsaarianos e afro-americanos, respondendo por 
50 a 70% dos melanomas cutâneos encontrados 
nessas populações. 
 Ocorre mais frequentemente em homens idosos (> 
60 anos). 
 Mácula negra ou acastanhada. 
 DIAGNÓSTICO: biópsia incisional. 
 TRATAMENTO: excisão cirúrgica. MAL subungueal 
e do tipo volar: amputação de dedo(s) do pé e da 
mão.

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