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CÂNCER DE PELE ➢ CARCINOMA BASOCELULAR (CBC) EPIDEMIOLOGIA ➢ Câncer mais comum em humanos. ➢ Tipo mais comum de câncer de pele (malignidade cutânea). ➢ “Mais benigno” dos tumores malignos de pele – não costuma originar metástases; no entanto, sua malignidade local é capaz de invadir e destruir tecidos adjacentes. ➢ Mais prevalente em indivíduos de pele clara, >40 anos e do sexo masculino. ➢ Maior incidência em países mais próximos da linha do equador, devido aos efeitos da luz UV no desenvolvimento dessas lesões. FATORES DE RISCO ➢ Exposição INTERMITENTE e intensa a UVB. ➢ Radioterapia. ➢ Exposição crônica a arsênio. ➢ Imunossupressão de longa duração. ➢ Manifestação sindrômica de causa genética – deve ser considerada em pacientes com CBC de início precoce ou com numerosos CBC (Sd do nevo basocelular). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ➢ Localização preferencial: 2/3 superiores da face (acima da linha que passa sobre as comissuras labiais). ➢ NÓDULO-ULCERATIVO (mais comum – ½ CBCs): pápula rosa e perolada que evolui progressivamente a nódulo, com posterior ulceração central (“úlcera de roedor”), recoberta por crosta, que se retirada, determina sangramento. A borda é tipicamente cilíndrica, translúcida, perolada, podendo conter finas telangectasias. Superficial Com a progressão do quadro: ➢ Forma plano-cicatricial: há extensão em superfície, as vezes com cicatrização central. ➢ Forma terebrante: há extensão em profundidade, com invasão e destruição do músculo, cartilagem, ossos e outras estruturas. ➢ Forma vegetante: há proliferação central. ➢ ESCLEROSANTE: placa branco- amarelada, escleroatrófica, dura, lisa, as vezes com teleangectasias, bordas mal definidas, lembrando esclerodermia; tem evolução lenta e raramente ulcera; conhecida por apresentar extensão subclínica e recorrência após tratamento cirúrgico. ➢ SUPERFICIAL/MULTIFOCAL: formado por lesões múltiplas, geralmente localizadas no tronco - máculas eritamatoescamosas, planas, discreta- mente infiltradas, emolduradas por bordas irregulares, podendo imitar várias condições inflamatórias de pele. ➢ PIGMENTADO: tem forma nódulo- ulcerativa, com variável pigmentação melânica (geralmente aparecem marrons ou preto-azulados) – devem ser diferenciados de lesões melanocíticas pelo exame histopatológico. DIAGNÓSTICO ➢ Clínico + confirmação histopatológica. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS NÓDULOS- ULCERADOS Queratoacantoma Carcinoma espinocelular (CEC) SUPERFICIAL Queratoses actínicas Disqueratose de Bowem ESCLEROSANTE Esclerodermia em placas PIGMENTADO Queratose seborreica Melanoma maligno NODULAR Tumores benignos de anexos Tricoepitelioma Cilindroma Cistos epidérmicos CARACTERÍSTICAS COMUNS NO CBC Teleangectasia Lesão ulcerativa, exsudativa, que não cicatriza, ou com crosta, na pele exposta ao sol. Lesão semelhante a uma cicatriz sem lesão prévia. TRATAMENTO ➢ A escolha do procedimento terapêutico depende da localização, do tamanho e da profundidade do tumor. ➢ Curetagem e eletrocoagulação (<1,5cm, na face e no tronco). ➢ Excisão e sutura (lesões de membros, ex. dorso das mãos; TU>1,5cm) – a margem de segurança deve ser de 0,5cm. ➢ Criocirurgia com nitrogênio líquido (CBC superficial ou localizado em áreas de cartilagem; em CBC nódulo-ulcerativo o nitrogênio líquido deve ser aplicado após curetagem). ➢ Cirurgia micrográfica (Mohs) (tratamento de escolha em CBC com características de alto risco* ou localizados nas fendas naturais ex. pregas pré-auriculares, sulcos nasolabiais ou regiões oculares) – a técnica permite o controle microscópico completo do tecido removido, garantindo máxima segurança quanto a retirada completa do tumor e possibilitando máxima preservação do tecido normal. ➢ D>20mm no tronco ou extremidades. ➢ D>10mm no couro cabeludo, testa, bochechas ou pescoço. ➢ D>6mm nos genitais, mãos, pés ou no resto da face. ➢ Bordas mal definidas. ➢ Tumor recorrente. ➢ Paciente imunossuprimido. ➢ RT prévia no local. ➢ Histologia agressiva. ➢ Envolvimento perineural. ➢ Radioterapia – pouco empregada, podendo ter indicação em formas extensas, em indivíduos idosos quando procedimentos cirúrgicos não podem ser utilizados. ➢ Imiquimode (CBCs superficiais) – creme 5%, aplicado diariamente por 6-12 semanas, que causa reação local. ➢ Vismodegibe VO (CBC metastático ou recorrente localmente, após cirurgia e fora do alcance terapêutico cirúrgico ou por RT). PROGNÓSTICO ➢ Prognostico excelente com os vários tipos de tratamento. ➢ Raramente há metástases, salvo em alguns casos de imunodepressão. ➢ Pode ocorrer recidiva local. ➢ Pode haver invasão de tecidos adjacentes em CBCs de longa duração, incorretamente ou não tratados. ➢ CARCINOMA ESPINOCELULAR (CEC) EPIDEMIOLOGIA ➢ Possui caráter invasor, capaz de originar metástases. ➢ Mais prevalente em indivíduos de pele clara, >50 anos e do sexo masculino. ➢ Pode ocorrer em pele normal (áreas expostas ao sol em indivíduos de pele clara), mas, frequentemente, tem origem em regiões de cicatriz/inflamação crônica: ➢ Queratose actínica. ➢ Leucoplasia. ➢ Radiodermite crônica. ➢ Queratose arsenical. ➢ Xeroderma pigmentoso. ➢ Úlceras crônicas. ➢ Cicatrizes de queimaduras. FATORES DE RISCO ➢ Exposição CUMULATIVA ao UVB. ➢ Tabagismo. ➢ Exposição a compostos químicos (arsênio, inseticidas). ➢ Radioterapia. ➢ Infecção por HPV (6, 11, 16). ➢ Imunossupressão crônica (HIV, AIDS ou iatrogênica*). ➢ Pacientes transplantados* (↑65% de risco após 8 anos de transplante, ex. transplante de rim ou coração). ➢ Lesões precursoras (ex. queratose actínica, doença de Bowen – CEC in situ). ➢ Xantoma pigmentoso (genodermatose em que há defeito na reparação do DNA). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ➢ Localizações mais comuns: lábio inferior, orelhas, face, dorso das mãos, mucosa bucal e genitália externa. ➢ PELE: inicialmente, área queratósica infiltrada e dura ou nódulo. Na evolução pode - adquirir aspecto de ulceração com infiltração na borda, ou tornar-se vegetante ou córnea. ➢ MUCOSA: pode iniciar-se em placa de leucoplasia, por área de infiltração ou lesão vegetante. No lábio inferior, ocorre em área de leucoplasia que se infiltra ou é lesão nodular. Irritações crônicas pelo fumo, dentes defeituosos e aparelhos de próteses tem importante papel na gênese do quadro. ➢ GENITAIS: pode surgir sobre áreas de eritroplasia. ➢ CARCINOMA VERRUCOSO (variante do CEC): evolução lenta e aspecto anatomopatológico relativamente benigno. Comportamento biológico menos agressivo, com metástases mais raras. Essa variante do CEC pode localizar-se nas regiões: ➢ Plantar – epitelioma caniculatum. ➢ Genital – condiloma acuminado gigante de Buschke-Lowenstein. ➢ Cavidade bucal – papilomatose oral florida. ➢ METÁSTASES: podem ocorrer após meses ou anos, e são mais frequentes e precoces nos carcinomas das mucosas, dorso das mãos e cicatrizes das queimaduras. Raramente ocorrem nos carcinomas da face que começam com queratose solar. DIAGNÓSTICO ➢ Clínico + confirmação histopatológica. ➢ Considerar diagnósticos diferenciais: ➢ Queratoses actínicas. ➢ Queratoacantoma. ➢ CBC. ➢ Disqueratose de Bowen. ➢ Queratoses seborreicas. ➢ Melanoma amelanótico. ➢ Tumores de células de Merkel. ➢ Tumores malignos de anexos. TRATAMENTO ➢ Eletrocoagulação e curetagem (lesões recentes e <1cm na pele). ➢ Excisão cirúrgica (lesões maiores, <2cm, de baixo risco) – a margem deve ser de 0,5cm em superfície e profundidade. ➢ Exérese ampla (lesões extensas ou de longa duração, com ou sem invasão ganglionar). ➢ Linfadenectomia + RT complementar (CEC com metástases em linfonodos).➢ Microgafia (Mohs) (alto risco*, TU recidivantes pré-tratados, TU de limites mal definidos, ou com invasão de osso/ cartilagem). ➢ Quimioterapia (CEC muito avançados, não passíveis de tratamento cirúrgico ou radioterápico) – de acordo com a topografia do tumor, particularmente em TU de cabeça, pescoço e língua, pode ser usada a QT regional intra-arterial. OBS: Exame completo de pele e linfonodos deve ser realizado a cada 3-6 meses nos 2 primeiros anos e, anualmente, se nenhum outro sinal de câncer for visto – risco de um 2º câncer de pele é alto. ➢ QUERATOSE ACTÍNICA EPIDEMIOLOGIA ➢ Lesão pré-maligna frequente. ➢ Surge em áreas expostas à luz solar. ➢ Mais frequente em idosos ou adultos de meia idade e pele clara. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ➢ Localizam-se em áreas expostas: face, pavilhões auriculares, pescoço, dorso das mãos, antebraços e couro cabeludo em indivíduos calvos. ➢ Lesões máculopapulosas, recobertas por escamas secas, duras, de superfície áspera, de cor amarela a castanho-escura, em geral de 0,5 a 1cm, que podem confluir, formando placas. As escamas são aderentes e, ao serem destacadas, podem ocasionar pequenas hemorragias. ➢ As lesões tem curso crônico, podem persistir indefinidamente ou transformar-se em CEC; o aparecimento de halo eritematoso e infiltração na base podem indicar transformação carcinomatosa. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS ➢ Queratose seborreica (não evolui para malignidade, apresenta superfície rugosa, de cor amarelada ou acastanhada e que, além da face, ocorre no tronco). ➢ Outras queratoses. ➢ Lesões isoladas – lúpus eritematoso e disqueratose de Bowen. TRATAMENTO ➢ Lápis de neve carbônica. ➢ Curetagem + crioterapia com nitrogênio líquido. ➢ Gel de diclofenaco sódico 3%. ➢ Lesões infiltradas – curetagem + eletrocoagulação + exame patológico. ➢ Lesões disseminadas – peeling com neve carbônica ou 5-fluouracila 5%. ➢ Terapia fotodinâmica (PDT). ➢ Imiquimode. ➢ Prevenção – evitar exposição ao sol e usar fotoprotetores. ➢ DOENÇA DE BOWEN (Carcinoma espinocelular in situ) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ➢ Pode ocorrer em qualquer área do corpo, de preferência no tronco. Em geral, a lesão é única. ➢ Lesão solitária, que consiste em área escamosa ou crostosa, avermelhada, com limites bem definidos. A retirada da escama ou crosta mostra superfície granulosa e secretante. A placa estende- se gradualmente, sem tendência à cura central e não há infiltração, ou esta é mínima. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS ➢ Queratose actínica. ➢ Lúpus eritematoso. ➢ Psoríase. ➢ Dermatofitose. ➢ CBC superficial. TRATAMENTO ➢ Excisão e sutura. ➢ Imiquimode 5%. ➢ Terapia fotodinâmica (PDT). ➢ MELANOMA EPIDEMIOLOGIA ➢ Mais maligno dos tumores cutâneos. ➢ Ocorre geralmente entre os 30-60 anos, mais frequente no sexo masculino e na raça branca. ➢ Pode originar-se de nevo melanocítico de junção ou composto, ainda que em 70% dos casos não seja relatada a existência prévia de nevo pigmentar. FATORES DE RISCO ➢ Exposição extensa aos raios solares, principalmente exposição INTERMITENTE com queimadura solar. ➢ Câmaras de bronzeamento artificial. ➢ Componente familiar (apenas 10%). ➢ >2 nevos atípicos. ➢ >100 nevos comuns. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ➢ EXTENSIVO SUPERFICIAL (70%): é a forma mais comum de melanoma e o que mais frequentemente se associa a lesões névicas precursoras. Apresenta-se como lesão leve ou elevada, arciforme, pelo menos em partes. Margens denteadas e irregulares e coloração variada (desde acastanhada a negra, com áreas azuladas, esbranquiçadas, acinzentadas ou até vermelhas). Cresce de forma horizontal na camada superior da pele por um período longo, antes de penetrar verticalmente nas camadas mais profundas. Pode ocorrer em qualquer parte do corpo, embora mais frequente no tronco, em homens e nas pernas, nas mulheres; lesões no dorso superior são frequentes em ambos os sexos. ➢ NODULAR (15-30%): 2ª variante mais comum. Lesão nodular, em placa ou polipoide, de coloração negro-azulada com laivos acastanhados. Em 5% dos casos pode ser amelanótico. Manifesta-se em qualquer parte do corpo, incluindo couro cabeludo e áreas não expostas ao sol, como mucosas orais e genitais. Tem evolução rápida e pior prognóstico devido a considerável espessura decorrente da rápida evolução vertical. ➢ LENTIGINOSO ACRAL: melanoma mais comum em negros e asiáticos. Localizado nas regiões palmoplantares e falanges terminais (podendo ser periungueais e subungueais). Apresenta fase de crescimento horizontal, seguida de crescimento vertical, com grande potencial de metastatização. O TU também pode ser amelanótico. ➢ LENTIGO MALIGNO: é o tipo de melanoma menos frequente, e está diretamente relacionado com a exposição solar contínua, sendo mais comum em idosos com dano actínico na pele e em áreas fotoexpostas (face, orelhas e tronco superior). Se trata de uma lesão maculosa com área irregular de coloração marrom claro, marrom escuro ou preta, que inicia com crescimento horizontal e superficial por tempo prolongado, até progredir verticalmente para as camadas mais profundas, semelhante a evolução do melanoma extensivo superficial. Lentigo maligno Formas particulares: ➢ Melanoma de mucosa: pode ocorrer na mucosa bucal, nasal, genital ou retal. O processo pode ter crescimento lentiginoso ou nodular. ➢ Melanoma amelanótico: possui uma concentração muito baixa de pigmento melânico. A lesão é rósea ou vermelha e pode simular um granuloma piogênico ou CEC. ➢ Melanoma desmoplástico: forma pouco frequente que se desenvolve em áreas fotoexpostas (cabeça e pescoço) em indivíduos de pele clara com idade intermediária ou avançada. Apresenta- se como placa endurada ou nódulo frequentemente amelanótico. DIAGNÓSTICO ➢ Clínico – os melanomas podem originar-se de um nevo pigmentado ou em uma área da pele sem nenhuma lesão anterior. Quando não há referencia à lesão névica anterior, o primeiro sinal é um ponto pigmentado que cresce e torna-se papulonodular, de cor castanha a negra. Em relação aos nevos pigmentados que se alteram, é importante considerar alguns sinais (ABCDE) que indicam provável transformação em melanoma: ➢ Assimetria – uma metade diferente da outra. ➢ Bordas irregulares – presença de reentrâncias e saliências. ➢ Coloração heterogênea – presença de várias cores na mesma lesão, com diferentes tons de marrom, preto, até azul, branco ou vermelho. ➢ Diâmetro - d>6mm. ➢ Evolução – alteração em tamanho, formato, sintomas. ➢ Outros critérios uteis: alteração no sensório, diâmetro >1cm, crescimento, pigmentação irregular, inflamação, secreção, crosta, sangramento. ➢ Dermatoscopia – aumenta a acuidade diagnóstica através da observação de determinados padrões de pigmentação e morfologia das lesões pigmentadas. ➢ Diagnóstico diferencial: ➢ Lesões pigmentadas: queratose seborreica, CBC, dermatofibroma, angioma capilar trombosado, tumores vasculares trombosados. ➢ Formas amelanóticas: granuloma piogênico, lesão sarcomatosa. ➢ Histopatológico (Diagnóstico definitivo – biópsia excisional, com margens de 1-3 mm, incluindo tecido celular subcutâneo (hipoderme); exceto para tumores maiores ou em locais anatômicos nobres, que pode ser feita a biópsia incisional na área mais suspeita). ➢ O laudo histológico deve informar: ➢ Espessura máxima em mm (Breslow). Breslow Profundidade (mm) I ≤1mm II 1,01-2mm III 2,01-4mm IV >4mm ➢ Nível de invasão de Clark (localização do TU); tem menor valor prognóstico do que os índices de Breslow. Clark Nível de invasão I In situ, intraepidérmicoII Derme papilar superior III Derme papilar, até o limite papilar- reticular. IV Derme reticular V Hipoderme ➢ Presença de ulceração ➢ Presença de regressão. ➢ Estado das margens da exérese. ➢ Atividade mitótica ➢ Presença de infiltrado inflamatório linfocitário ➢ Exame clínico/complementar: deve ser realizado o exame clínico completo do paciente, com cuidadosa avaliação das cadeias linfonodais; em indivíduos obesos ou nos casos duvidosos, pode-se realizar USG das áreas linfonodais superficiais. Radiografia de tórax, US abdominal, TC, RNM e PET podem ser solicitados, dependendo de cada serviço ou necessidade. EVOLUÇÃO ➢ Os melanomas são tumores com grande potencial de metastatização, em função da fase evolutiva, da espessura (Breslow), do nível de invasão (Clark) e da presença ou não de ulceração. ➢ As metástases podem ser: ➢ Locais: até 2cm da cicatriz excisional (satelitose). ➢ Regionais: além de 2cm do local da lesão primária, em direção aos linfonodos regionais, que são sede das metástases regionais. ➢ Sistêmicas: ocorrem por disseminação hematogênica e atingem a própria pele, subcutâneo ou vísceras, como pulmão, cérebro ou SNC, fígado e ossos, em ordem decrescente de frequência. TRATAMENTO ➢ Excisão local: a terapia do melanoma está baseada na ressecção da lesão com margem de segurança adequada à espessura da lesão. Assim, depois de diagnosticado e estadiado pela biópsia, é realizada a ampliação das margens. Breslow Profundidade Ampliação In situ (Clark) Intraepidérmico 0,5cm I ≤ 1mm 1cm II 1,01-2mm 1-2cm III 2,01-4mm 2cm IV >4mm 2-3cm ➢ Avaliação do linfonodo sentinela: deve ser feita em todos os doentes com melanoma de espessura >1mm (segundo a AJCC) ou para todos os doentes com melanoma de espessura ≥0,76mm e, abaixo desse limite, apenas nas lesões de alto risco, ex. ulceração, regressão e Clark IV/V (segundo o GBM). ➢ Linfadenectomia regional: quando a biópsia do linfonodo sentinela é positiva, ou em pacientes com linfonodos palpáveis, realiza-se a linfadenectomia regional completa. ➢ Radioterapia: utilizada em casos de esvaziamento linfonodal incompleto, metástases do SNC/ossos, tumores não ressecáveis cirurgicamente e em pacientes inoperáveis. ➢ Quimioterapia: tratamento sistêmico utilizado nos casos de metástases disseminadas, não acometendo o SNC. ➢ Imunoterapia (IFN-alfa): tem sido utilizada como tratamento adjuvante sistêmico para tumores em estágios II-B a III, quando se tem alto risco de recorrência. OBS: QT/imunoterapia adjuvante devem ser consideradas em pacientes com alto risco de recorrência, mais comum naqueles com linfonodos+ ou em linfonodos- nos melanomas >4mm na escala de Breslow. ESTADIAMENTO TNM MELANOMA TU PROFUNDIDADE ULCERAÇÃO/ MITOSES T1 ≤1mm a – sem ulceração e taxa de mitose <1 por mm2 b – com ulceração e taxa de mitose ≥ 1mm2 T2 1,01-2mm a – sem ulceração b – com ulceração T3 2,01-4mm a – sem ulceração b – com ulceração T4 >4mm a – sem ulceração b – com ulceração LINF ACOMETIDOS MASSAS METASTÁTICAS NODAIS N1 1 linfonodo regional a – micrometástases (detectadas após biópsia) b – macrometásta- ses (detectadas clinicamente) N2 2-3 linf. regionais a – micrometas. b – macrometas. c – metástases em trânsito/satélite (intralinfáticas) sem nódulos metastáti- cos N3 ≥4 linf. regionais ou metástases em trânsito/satélite com nódulos metastáti- cos - META LOCAL LDH M1a Pele distante, subcutâneo ou metástase nodal M1b Pulmão Normal M1c Outras metástases viscerais Normal Qualquer metástase à distância Alta PROGNÓSTICO PROGNÓSTICO Taxa de sobrevida em 5 anos Taxa de sobrevida em 10 anos ≤1mm 95% 91% 1,01-2mm 84% 74% 2,01-4mm 68% 57% >4mm 56% 44% Envolvimento dos linfonodos 36% - Metástases disseminadas 5% - SEGUIMENTO ➢ Pacientes com histórico de melanoma precisam de seguimento devido ao risco de recorrência e metástases, assim como do desenvolvimento de outras formas de câncer de pele. ➢ Os pacientes devem ser avaliados clinicamente a cada 4 meses nos 2 primeiros anos, a cada 6 meses nos 3 anos seguintes e, anualmente, por tempo indeterminado.
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