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TAÍS ALBANO 1 OCLUSÃO II Taís Albano Lacerda Silva – Odontologia Unifenas XLIV EXAME CLÍNICO EM OCLUSÃO Para realizar o diagnóstico de DCM (disfunção temporomandibular), é necessário realizar a anamnese em primeiro lugar. Depois, deve ser feito o exame de palpação extra oral e, posteriormente, o exame intraoral. Direcionando para a oclusão, deve-se observar se há retração, abfração e afins e posteriormente deve ser checada a oclusão (MIH, relação cêntrica, lateralidade, contato do lado de balanceio, protusão, contato nos dentes posteriores, etc...). Os exames complementares devem ser pedidos quando muito necessário. DTM’S As disfunções temporomandibulares correspondem às várias patologias que acometem o sistema estomatognático. Esse nome é geral. Essas disfunções são divididas em dois grupos: ➢ Patologias articulares; ➢ Patologias musculares. PROTOCOLO DE OCLUSÃO ➢ Questionário; ➢ Queixa principal; ➢ Histórico; ➢ Palpação muscular; ➢ Palpação articular; ➢ Inspeção intra oral; ➢ Exames complementares. TAÍS ALBANO 2 EXAMES EXTRA ORAIS Visam avaliar a ATM, a musculatura e o grau de abertura de boca. Intraoral PALPAÇÃO MUSCULAR E PALPAÇÃO ARTICULAR Para a realização do exame extra oral, o paciente deve estar sentado ou ligeiramente reclinado. Deve- se apertar com o dedo médio e o dedo indicador logo à frente do tragus da orelha. Jamais fazer dos dois lados ao mesmo tempo. Caso o paciente sinta dor ao toque, é necessário anotar. ABERTURA DE BOCA O padrão de normalidade varia de 40 a 45 mm. Caso esteja acima disso, é indicativo de subluxação. DESVIOS ➢ Para um lado: quando unilateral, diagnóstico sugestivo de alterações musculaturas. ➢ Abertura em S – sai e volta da linha média: sugestivo de alterações articulares. ➢ Dor no masseter: diagnóstico sugestivo de bruxismo e apertamento. Para realizar o exame extra oral, é necessário apalpar de forma unilateral, nunca dos dois lados ao mesmo tempo. A palpação do masseter pode ser feita a partir da porção anterior e depois na porção posterior, deslizando os dedos e depois apertando. Faz-se isso com o dedo dentro e fora da boca, pois, dessa maneira, é possível apalpar a parte mais profunda do músculo. Normalmente, o paciente que tem apertamento (apenas TAÍS ALBANO 3 aperta os dentes) e bruxismo (aperta os dentes e esfrega) é diagnosticado nesse exame, e os músculos mais acometidos por essa patologia são o masseter e temporal. É necessário, também, fazer a palpação do músculo esternocleidomastóideo, da parte anterior do pescoço, do trapézio, do pterigoideo medial (ângulo da mandíbula externamente e internamente na face palatina dos molares), do pterigoideo lateral (coloca-se o dedo indicador no fundo de saco de vestíbulo para achar uma protuberância que corresponde ao arco zigomático; atrás, há a fossa zigomática, que será pressionada). Dores nesse local estão associadas à interferência do lado de balanceio (paciente que tem toque do lado de balanceio). EXAME INTRAORAL Visa avaliar os dentes, a oclusão e, por exemplo, se há presença de retração. AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS EXCÊNTRICOS E DESVIOS Nessa avaliação, é preciso examinar o paciente: ➢ Em posição de MIH (máxima intercuspidação habitual): ➢ Em posição de RC (relação cêntrica); ➢ No momento do movimento de protusão; ➢ Observando o trepasse vertical e horizontal; ➢ Observando o movimento de lateralidade; ➢ Observando se está dentro do princípio de proteção mutua. MOLDAGEM E CONFECÇÃO DOS MODELOS A partir dos modelos, é possível reproduzir os diversos elementos existentes na cavidade bucal. Esses modelos devem ser o mais fiel possível, pois na boca, por menor que seja a falha, o paciente consegue sentir. A moldagem nada mais é do que a técnica de se moldar. Ao tirar da boca do paciente, o resultado que se obtém da moldagem é o molde. O modelo é obtido através do vazamento de gesso no molde, que resultará em uma réplica dos elementos da cavidade oral. TAÍS ALBANO 4 MATERIAIS DE MOLDAGEM ➢ Rígidos: são usados em áreas não retentivas (expulsivas). Entre os materiais rígidos, encontram-se os tipos de Godivas e a pasta de zinco eunólica, que é usada apenas em pacientes desdentados. Para usar a Godiva do tipo 1, que é marrom, é necessário escolher uma moldeira lisa. Já a Godiva em bastão é usada para fazer a moldagem – cria as guias. A pasta zinco eunólica possui uma pasta base e uma pasta catalisadora que serão misturadas, formando uma mistura que será levada à boca do paciente. Essa mistura ficará rígida no fim do processo da moldagem. ➢ Flexíveis: devem ser usados em locais retentivos – dentes. Entre os matérias flexíveis, encontram- se o alginato, as siliconas (de condensação e de adição), as mercatanas e os poliéters. o Alginato: se dá a partir da mistura de um pó com água. Esses devem ser espatulados em uma cuba de borracha, e a mistura será colocada na boca de pacientes dentados. O alginato oferece uma visão geral dos elementos dentários, visto que ele tem uma alteração dimensional grande, o que desfavorece no momento de propiciar pequenos detalhes. Ou seja, esse material não pode ser usado para peças que precisam de tamanhos precisos. O alginato passa pelo processo de sinérese (perda de água) e embebição (ganho de água). Por isso, depois de moldar, a recomendação é vazar o gesso rapidamente. Não é recomendado deixar muito tempo esse molde em alginato, já que ele perderá água por sinérese. Também não é recomendado colocar o molde de alginato na água, visto que ele fará embebição dessa água, alterando suas dimensões. Com o molde pronto, recomenda- se secá-lo, fazer sua desinfecção com hipoclorito e vazar o gesso. Caso não seja possível fazer o vazamento rapidamente, recomenda-se colocar esse molde em um campo úmido – coloca-se uma toalha úmida no fundo de uma vasilha, adiciona o molde lá dentro e tampa; assim, o molde ficará em um lugar nem muito úmido, nem muito seco. o Siliconas: apresentam uma pasta pesada e uma pasta leve. Mistura-se a massa densa com o catalisador, molda o paciente e, depois, refina-se a cópia com o material leve, que penetrará em todas as minúcias dos elementos dentários. O catalisador é misturado tanto na massa densa, quanto na massa leve. ▪ Adição: material mais refinado. Oferece uma condição de aguardar várias horas e até dias antes de vazar o gesso. ▪ Condensação: apresenta uma borracha mais densa. O correto é, depois que moldou, aguardar pelo menos quinze minutos para vazar o gesso, pois materiais borrachóides (siliconas, poliéter, mercatanas) possuem memória elástica, então deve esperar ele voltar ao formato que estava quando na boca do paciente. O PROCESSO DE MOLDAGEM Para moldar o paciente com alginato, deve-se selecionar a moldeira de trabalho (total ou parcial). ➢ Moldeira lisa: segura o material de moldagem a partir de uma dobra (debloon) existente nas bordas e na parte interna. TAÍS ALBANO 5 ➢ Moldeira perfurada: retém o material a partir das perfurações. A moldeira deve ser compatível com o tamanho da boca do paciente. Ex.: começar com a moldeira número dois, que é a intermediaria. Caso essa moldeira fique pequena por não recobrir todos os dentes ou fique justa (apertada nos dentes, sem sobra de espaço), passa-se para um número maior. Além disso, a moldeira não pode ser inserida na boca do paciente em um único sentido, visto que isso dificulta a sua inserção. Por isso, o paciente deve ficar com a boca entreaberta e relaxada. A moldeira será colocada em rotação. Para fazer a moldagem superior, faz-se o uso da cera eférica nas bordas da moldeira a partir de uma canaleta para individualizar ainda mais o molde. Além disso, para conseguir encostar a moldeira no fundo do saco de vestíbulo, também é necessário adicionar a cera eférica. Quanto maioro volume de alginato, maior a alteração dimensional e, por isso, é necessário usar a cera eférica. Para usar o alginato no arco superior, é necessário colocar três medidas de água para três medidas de pó. Já no arco inferior, são duas medidas de água para duas medidas de pó. Recomenda-se colocar uma quantidade um pouco menor de água para evitar que o alginato fique muito mole. Coloca-se o pó primeiro, depois a água. A mistura deve ser feita rapidamente sem parar até chegar numa consistência líquida. DICAS NO MOMENTO DA MOLDAGEM Para o paciente não vomitar, recomenda-se iniciar a moldagem pelo arco inferior. Além disso, deve-se inserir a moldeira em rotação, e o paciente deve estar sentado ou ligeiramente reclinado. Recomenda-se, também, encaixar a moldeira na frente e depois atrás para que o material não extravase na parte posterior. Deve-se tirar a atenção do paciente, conversando sobre coisas do seu dia a dia. TAÍS ALBANO 6 Pacientes que sentem vontade de vomitar, recomenda-se recliná-lo para frente. Caso ele seja muito sensível, deve-se alertá-lo para ele ir à consulta sem comer nada, além de “enganá-lo”, dizendo que comprou um produto que tira a ânsia. Dar para o paciente bochechar clorexidina – ele vai achar que usou um produto muito bom e não sentirá ânsia. COMO MOLDAR A haste da moldeira deve ficar na linha média do paciente. Deve-se tracionar as bochechas e os lábios, além de pedir para o paciente movimentar a língua para fora e de um lado para o outro. irar a atenção do paciente para aquilo que está sendo feito. MODELO Para a obtenção do modelo, faz-se o vazamento de gesso no molde. ➢ Gesso tipo 2: é o mais comum. Apresenta moléculas mais distantes umas das outras. ➢ Gesso tipo 3: apresenta moléculas mais próximas. ➢ Gesso tipo 4 e 5: são chamados de gessos especiais, pois suas moléculas estão basicamente unidas. Quanto mais unidas as moléculas, menor a necessidade de adição de água. No gesso tipo 2, é usado bastante água e, quanto mais água, maior será a evaporação e a contração. Colocar o gesso com vibração e em pouca quantidade para evitar bolhas internas. SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO Desarranjos no sistema estomatognático podem gerar patologias. Por isso, é fundamental buscar o princípio de proteção mútua. Quando o paciente oclui em MIH, deve-se ter toque de canino para trás e um toque leve entre os incisivos (guia canina). No movimento de lateralidade, deve-se ter toque apenas no lado de trabalho (lado de balanceio em desoclusão). Alguns pacientes apresentam uma maior adaptabilidade em relação aos desarranjos no sistema estomatognático. O sistema estomatognático é constituído por um conjunto heterogêneo de órgãos e tecidos, os quais devem atuar integrado e harmoniosamente, de tal maneira que seus envolvimentos fisiológicos e patológicos sejam absolutamente interdependes, participando, decisivamente, da mastigação, da deglutição, da respiração, da fonação e da postura. COMPONENTES ANATÔMICOS ➢ Ossos; ➢ Músculos; ➢ Articulações (dentes e ATM); ➢ Ligamentos periodontais e da ATM; ➢ Língua, lábios e bochechas (músculos importantes que mantêm os dentes em posição. Se tem a uma pressão de língua maior, vai vestibularizar (deslocar os dentes). Se tem uma pressão maior de lábios e bochechas, a tendência é inclinar os dentes para dentro. A dinâmica de língua pressionando para fora, bochechas e lábios para dentro, faz com que os dentes estejam no TAÍS ALBANO 7 alinhamento correto. A partir do momento que tem uma força maior, a tendência é de movimentação dentária); ➢ Dentes; ➢ Sistema vascular e nervoso. COMPONENTES FISIOLÓGICOS ➢ ATM propriamente dita; ➢ Oclusão dentária (estática – dente a dente e dente a dois dentes) e dinâmica (movimentos protusivos e excursivos); ➢ Periodonto; ➢ Mecanismo neuromuscular. Retrusão é a distância entre MIH e RC. COMPONENTES FUNCIONAIS ➢ Mastigação; ➢ Deglutição; ➢ Respiração; ➢ Fonação; ➢ Postura (da mandíbula e da língua). Músculos são componentes ativos e ossos são componentes passivos. Geralmente, o tratamento dentro da oclusão é corrigir onde está o erro no sistema estomatognático. OCLUSÃO Após a confecção dos modelos, é necessário montá-los no articulador, engrenando da forma necessária em cada caso: em relação cêntrica ou em MIH. RELAÇÃO CÊNTRICA Se trata de uma posição a nível de ATM. É uma posição anatômica. Em alguns casos, é possível reproduzir a RC com facilidade, mas em alguns casos, é necessário fazer uso de técnicas de manipulação. Depois de desprogramar o paciente, é possível manipulá-lo em RC quantas vezes for necessário, caindo sempre na mesma posição – ou seja, a posição RC é reproduzível, visto que, caso seja montado em RC, mesmo que haja mudança nos dentes, essa posição continuará a mesma. A partir dessa posição, é possível mudar o padrão de engrenamento dental. Relação de oclusão cêntrica: é a diferença entre RC e MIH, sendo aceitável até 1mm. Maior que isso, paciente terá dor na articulação. Essa posição apresenta os dois côndilos em RC e os dentes em MIH. MÁXIMA INTECURSPIDAÇÃO HABITUAL Está ligada aos dentes. Muda de acordo com o engrenamento dos dentes. TAÍS ALBANO 8 QUANDO USAR RC OU MIH? Trabalhar em RC quando houver contatos posteriores insuficientes (não tem estabilidade oclusal – pode ser por perda de muitos dentes), alteração de dimensão vertical (perda de muitos dentes, bruxismo exagerado), extrusões e inclinações acentuadas (não sabe de que forma correta irá engrenar os dentes dos pacientes) ou alterações de guia. Ou seja, deve-se trabalhar em RC quando não houver estabilidade oclusal – trabalhos grandes como PT. Tipos de desprogramação para trabalhar em RC: ➢ JIG: guia de desprogramação mandibular. Se dá a partir da construção de um aparelho. ➢ LONG: são tiras colocadas entre os dentes de maneira que eles não se toquem. Paciente fica no mínimo vinte minutos com esse aparelho na boca. ➢ Manipulação: unimanual (Peter Thomas) – paciente sentado e CD à frente dele, leva a mandíbula para posterior. Bimanual (Peter Dawson) – paciente reclinado, dentista posterior ao paciente e apoia no mento e no ramo da mandíbula, levando a mandíbula para trás. Trabalhar em MIH quando o paciente apresentar uma oclusão estável (quando paciente não apresenta patologia no sistema estomatognático, para confecção de coroas unitárias, para confecção de prótese parcial fixa (PPF) de 3 ou 4 elementos, para confecção 3de prótese parcial removível (PPR) sem alteração de dimensão vertical ou quando o paciente apresentar dentes ausentes na região anterior). TÉCNICA DE MONTAGEM EM ASA SEQUÊNCIA DE MONTAGEM ➢ Obtenção dos modelos de gesso; ➢ Registro do arco facial; ➢ Regulagem do articulador; ➢ Montagem do modelo superior; ➢ Registro interoclusal; ➢ Montagem do modelo inferior. O objetivo da montagem é representar as características do paciente no articulador, mesmo sabendo que existem diferenças em relação à ATM. BOLHA NEGATIVA NO MODELO: são falhas no modelo, como buracos, que se dão por colocar muito gesso sem a vibração adequada no molde, formando poros. BOLHAS POSITIVAS NO MODELO: são pequenas saliências nos dentes que não fazem parte do dente. Quando se tem muito volume de material de moldagem, graças à diferença de tensão superficial entre os dentes e o material de moldagem, criam-se pequenos vácuos no molde. Assim, o gesso criará pequenas bolhas, como saliências sobre a superfície do dente. É possível consertar essas bolhas quando pequenas. Se dão, geralmente, em áreas de maior retenção, como fossas. TAÍS ALBANO 9 MONTAGEM DO MODELO SUPERIOR Antes de inserir o garfo de mordida na boca, deve-se marcar a região anterior e a região anterior em um modelo hidratado. Se o modelo estiver desidratado,ele grudará na godiva, quebrando o modelo. Deve-se inserir o garfo de mordida na boca do paciente. Deverão ser colocados nesse garfo de mordida pontos com godiva derretida (um na região anterior e dois na região posterior). Esses pontos servirão como referência. No momento de inserir o garfo na boca do paciente, a linha média deverá estar paralela à haste do garfo. Assim, tem-se a impressão do bordo incisal e dos dentes posteriores. O paciente deve segurar o garfo com a haste para fora, posicionando o arco facial de modo que as ogivas ficam no pavilhão auditivo. Para estabilizar o garfo, é necessário colocar o relator nasion, que impede que o posicionador se mova. O garfo será unido trambulador, que tem um ajuste vertical e horizontal, prendendo todo o conjunto Não se pode mexer no trambulador no momento de remover o arco, pois caso isso ocorra, o garfo sairá do local. Então, o garfo de mordida deve sair de forma estável, pois a função desse processo é verificar a distância intercondilar, a inclinação da mandíbula em relação à base do crânio. Todas as medidas obtidas serão transmitidas para o articulador. ➢ MEDIDA DO ÂNGULO DE BENNET: quinze graus; ➢ MEDIDA DO ÂNGULO DA EMINÊNCIA ARTICULAR: trinta graus. TÉCNICA DO MODELO DIVIDIDO Cria condições para soltar o modelo do articulador. Para isso, deve-se fazer dois guias laterais, um anterior e um posterior. É feito com um estilete para não ficar retentivo – dois cortes. Depois, pega-se uma fita crepe e faz o contorno do modelo – “encaixotamento” do modelo. Um pedaço da fita ficará presa no modelo, e a outra parte ficará acima do modelo. Depois disso, deve-se passar uma camada fina de vaselina dentro do modelo em toda a superfície, inclusive dentro das guias feitos. Depois disso, coloca-se o modelo no articulador e faz-se o vazamento do gesso. O gesso deve entrar e preencher o espaço das guias. MONTAGEM DO MODELO INFERIOR Depois de montar o modelo superior, é necessário encaixar o modelo inferior. Se esse encaixe for em MIH, deve-se fazer o registro interoclusal em zero (pino incisal em zero). O encaixe será de acordo com os toques já existentes. Depois disso, faz-se o vazamento do gesso, prendendo o modelo inferior. Caso o encaixe for em RC, é necessário desprogramar o paciente. É necessário fazer um registro interoclusal, colocando uma lâmina de cera entre os modelos, dobrando com uma gaze no meio, fazendo o registro, tendo a endentação. Caso o registro em cera tenha mais de 2mm de espessura, é necessário levantar o ramo incisal em mais 2 no pino incisal, para que, no momento da remoção da cera, o fechamento fique em zero novamente. TAÍS ALBANO 10 TÉCNICAS DE REGISTRO EM RELAÇÃO CÊNTRICA Para conduzir o paciente em RC, pode ser necessário fazer a desprogramação e depois a manipulação. TÉCNICAS DE DESPROGRAMAÇÃO: ➢ JIG de Lucia (guia de interferência mandibular – é o mais efetivo, pois é auto retentivo, sendo mais confortável, já que o paciente consegue beber água e falar enquanto usa); ➢ Roletes de algodão (usados caso não tenha um outro dispositivo adequado); ➢ Tiras de Long (necessitam de ação muscular para que as tiras fiquem na boca, e isso se torna uma desvantagem – paciente deve fazer isometria muscular, que dificulta a posterior manipulação); ➢ Placa de proteção anterior (front plateau): é feita diretamente na boca do paciente, e tem como objetivo diagnóstico de patologias na ATM. Trabalha com um alto volume de resina sobre os dentes, sendo necessária experiência para fazê-la. Só toca na placa de canino a canino; é auto retentiva. Usando essa placa, caso a dor do paciente seja causada por um desarranjo na ATM ou na oclusão, a placa ajudará a regredir os sintomas e irá melhorá-los. Devolve sistema mútuo de proteção. Leva o paciente para RC. Diagnóstico porque paciente usa durante o dia, tira durante as refeições e quando os sintomas começarem a melhorar, para de usar a placa; se paciente sentir dor ao suspender o uso, quer dizer que a patologia se dá por uma questão dentária. Não pode usar por muito tempo, pois é arriscado causar extrusão dos dentes posteriores (máx. 8 horas). TÉCNICAS DE MANIPULAÇÃO: ➢ Técnica de Peter Thomas: unimanual – paciente sentado, CD à frente, apoia no mento e leva mandíbula para trás com uma mão; ➢ Técnica de Peter Dawson (bimanual – paciente mais reclinado, CD posterior ao paciente, apoia na base da mandíbula e leva a mandíbula para trás). O ESPAÇO CRIADO PELOS DISPOSITIVOS DESPROGRAMADORES DEVERÁ SER DE, NO MÁXIMO, 2MM. JIG Deve ser feito no gesso, pois além de não perder tempo fazendo na boca do paciente, não corre o risco de causar uma endodontia indesejada graças ao calor que a resina acrílica libera enquanto polimeriza. Na incisal, o JIG apresenta duas vertentes. Envolve totalmente a face palatina dos incisivos centrais. O que determina a altura que fica nos dentes posteriores é a aresta central. Se o espaço atrás for muito grande (maior do que 2mm), tem que desgastar na aresta central. Além disso, ele deve ser liso, para que tenha a tendência de jogar a mandíbula para trás (não deve ficar retido no bordo incisal dos incisivos inferiores). Seu tempo de uso é de, no mínimo, quinze minutos. Em trinta minutos apresenta efetividade de desprogramação. Não ponte ter toque de nenhum tipo nos posteriores. Estando com o desprogramador na boca, faz-se o registro interoclusal. A espessura vai ser de 2mm. Quanto maior o espaço da cera, maior a probabilidade de erro. Cada folha de cera tem aproximadamente 2mm, então usa duas e no meio da cera coloca uma gaze para que a cera não se expanda. Deve-se recortar a cera na lateral antes de levar à boca do paciente para encaixar corretamente. Deve-se encaixar a cera no modelo que está no articulador, articulando o modelo de acordo com a edentação, fazendo com que a cera fique interposta. O pino incisal ficará em mais dois, pois quando tirar a cera, voltará para a posição zero. TAÍS ALBANO 11 01- As bolhas negativas nos modelos de gesso estão associadas a: (A) Falha na moldagem (B) Excesso de alginato na moldeira (C) Demora na construção do modelo (D) Falha na modelagem 02- Principais exames complementares e mais utilizados em DTM: (A) tomografia computadorizada e radiografia panorâmica. (B) radiografia periapical e tomografia computadorizada. (C) radiografia de ATM e radiografia panorâmica. (D) radiografia periapical e radiografia panorâmica 03- Sobre movimentos mandibulares é correto afirmar: I. O côndilo de balanceio desloca-se para baixo, frente e centro. II. O côndilo de balanceio é responsável pelo ângulo de Bennett que está em média de 30 graus. III. Em protrusão teremos 2 guias: anterior nos incisivos e posterior nos molares. Assinalar a afirmativa correta: (A) todas afirmativas são incorretas (B) as afirmativas I e III são corretas (C) somente a afirmativa I é correta. (D) as afirmativas II e III são corretas 04- Situação clínica em que há contatos simultâneos e bilaterais dos dentes maxilares e mandibulares, nas áreas oclusais anteriores e posteriores de ambos os lados. Oclusão planejada para evitar o deslocamento ou rotação por ação de alavanca das bases das próteses totais: (A) oclusão ótima (B) oclusão balanceada bilateral (C) relação de oclusão cêntrica (D) oclusão ideal 05- Paciente com interferência oclusal em balanceio, possivelmente a dor será refletida em qual músculo? (A) Pterigóideo medial (B) Pterigóideo lateral (C) Trapézio (D) Feixe anterior do temporal TAÍS ALBANO 12 DISFUNÇÕES CRANIOMANDIBULARES Ao falar “DTM”, deve-se ter noção de que esse termo é extremamente genérico. Para melhor entendimento, é necessário saber que existem dois grandes grupos em que as DTM’s são divididas: as musculares (que acometem a musculatura) e as patologiasarticulares (que acometem a parte interna da articulação). Apesar de haver essa divisão, um mesmo paciente pode apresentar os esses dois tipos de DTM. Há uma confusão entre a sintomatologia muscular e articular. Por isso, é tão necessário saber exatamente de qual tipo de DTM se trata para providenciar o tratamento adequado para o caso. SINTOMAS MUSCULARES: ➢ Dor no momento de abertura e fechamento da mandíbula (esse sintoma também pode aparecer nas DTM’s articulares); ➢ Dor de cabeça crônica, principalmente ao amanhecer (relacionada ao hábito de apertar e ranger os dentes); ➢ Dor irradiada nas áreas do temporal e infraorbitária; ➢ Dor irradiada na região de masseter e frontal; ➢ Dor e zumbido no ouvido (característica bem específica de problemas existentes dentro da articulação – mas pode ocorrer nas patologias musculares); ➢ Sensação de tamponamento no ouvido; ➢ Dor e cansaço nos músculos da mastigação; ➢ Dor irradiada ao pescoço. ALTERAÇÕES DOS MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS ➢ Contratura muscular; ➢ Mioespasmo (esforço exagerado do músculo); ➢ Miosite (Processo inflamatório muscular que tem origem traumática); DIFERENÇA ENTRE CONTRATURA MUSCULAR E MIOESPASMO: a diferença é que uma é a evolução da outra. Ou seja, quando ocorre uma contratura muscular repetitiva, pode gerar um mioespasmo, visto que elas são dadas por um excesso de força no músculo. Basicamente, todos os problemas musculares estão ligados aos movimentos repetitivos. Por exemplo: vício de postura mandibular e de postura do músculo facial (músculo fica tenso em vez de descansar). MUITAS VEZES, ESSAS CONTRAÇÕES SÃO INVOLUNTÁRIAS, VISTO QUE OS MÚSCULOS AGEM DE TAL MANEIRA VISANDO OFERECER PROTEÇÃO. A miosite (apresenta mobilidade do músculo) se trata de um processo inflamatório dos músculos. Na maioria das vezes, esse processo inflamatório é de origem não bacteriana, tendo início graças a um trauma. No exame de palpação, o masseter se encontra duro/tenso/contraído. Um bom tratamento para esse caso é a aplicação de calor com toalha quente, visto que esse calor proporcionará a vasodilatação, que aumentará o calibre dos vasos, favorecendo maior passagem de sangue, levando uma quantidade elevada de oxigênio para o músculo, relaxando-o. O tratamento para as DTM’s musculares é retornar à estabilidade oclusal, podendo receitar relaxante muscular aos pacientes. O uso de calor úmido (toalha com água quente) associado à fisioterapia mostra bons resultados frente a esse problema. ➢ Mioespasmo: contração involuntária e contínua, mesmo com músculo em repouso (um pouco mais avançado do que a contratura). Há encurtamento clínico do comprimento muscular, reduzindo a abertura mandibular. É uma “evolução” da contratura muscular. Músculo fica rígido. ➢ Miosite: condição inflamatória dentro do tecido muscular. Não tem origem bacteriana. Músculo fica “flácido”. Tanto na contratura, quanto na miosite, podem haver trigger points, que são pontos hipersensíveis nos músculos que estão há muito tempo sob tensão. TAÍS ALBANO 13 MOVIMENTOS MASTIGATÓRIOS ➢ Protrusão: côndilos deslocam-se para baixo e para frente; ➢ Lateralidade: lado de trabalho deve ter toque, balanceio não. Côndilo de balanceio desloca-se para baixo, para frente e para o centro. O côndilo de trabalho desloca-se para cima, para trás e para fora. A dinâmica dos movimentos mandibulares está relacionada aos dentes. DISFUNÇÕES CRANIOMANDIBULARES ➢ Limitação dos movimentos mandibulares; ➢ Estalidos ou outros tipos de ruídos (estalidos: barulho ao abrir e fechar a boca, característico de problemas no disco articular; crepitação: barulho que só o paciente percebe, dentro da articulação. Geralmente indica alteração óssea dentro da articulação, seja do côndilo ou fossa. ➢ Deslocamento do disco articular com ou sem redução (patologias vinculadas à ATM); ➢ Aderências e adesões (problemas ligados à ATM); ➢ Capsulites e retrodiscite (patologias vinculadas à ATM); ALTERAÇÕES NA ATM ➢ Doenças articulares degenerativas (ex.: artrose); ➢ Doença articular traumática (artrite traumática – trauma que gerou um reflexo na ATM, por ex.: paciente cai e bate o mento); ➢ Anomalias congênitas; ➢ Distúrbios do crescimento (côndilo maior ou menor do que o ideal); TAÍS ALBANO 14 DOENÇA ARTICULAR DEGENERATIVA Ocorre a deterioração e abrasão dos tecidos moles e ósseos. Essa patologia não tem origem inflamatória e também não pode ser observada na radiografia panorâmica. Ocorre a perfuração do disco. A crepitação é um sinal clínico dessa patologia. Pode haver, também, uma sobrecarga oclusal. Os pacientes que apresentam esse problema tendem a apertar e ranger os dentes, apresentando facetas de desgaste na região anterior. O tratamento para esse caso é o uso de placas miorrelaxantes. Para aliviar a dor na articulação/no ouvido, deve ser feita a reabilitação oral. Um tratamento alternativo é a viscossuplementação da articulação, em que é feita a injeção de ácido hialurônico dentro da ATM. DOENÇA ARTICULAR TRAUMÁTICA A artrite traumática se trata de um processo inflamatório que ocorre dentro da ATM. Se trata, basicamente, de um desarranjo dentro da articulação. É comum em pacientes que apresentam quadros de subluxação (média de abertura de boca: 45 mm). Ocorre a limitação dolorosa dos movimentos e tumefação da articulação. O tratamento pode ser a prescrição de analgésico e anti-inflamatório. Pode ser feita a reconstrução dental e o uso de placa miorrelaxante. DESLOCAMENTO DO DISCO PARA ANTERIOR O disco articular apresenta um trajeto considerado como “normal” no momento da realização dos movimentos articulares. Para realizar esses movimentos, ele se desloca. Quando há movimento com redução, quer dizer que o disco vai mais para frente do que o normal, ultrapassando o limite. Quando esse deslocamento é crônico, ele acontece de maneira gradativa, gerado por micro traumas. Já o deslocamento agudo é dado por exodontias, acidentes ou intubação (paciente fica por um longo período com a boca aberta). O tratamento é o uso de placa miorrelaxante. DESLOCAMENTO DO DISCO PARA ANTERIOR COM REDUÇÃO Os principais sinais e sintomas é o paciente não sentir dor, mas apresentar um desconforto e ouvir um barulho dentro da articulação. Pode haver dor durante a abertura bucal (raro). O principal sinal é o estalido durante abertura bucal (disco saindo e voltando). O tratamento é mais complexo, sendo necessário utilizar placa miorrelaxante, anti-inflamatórios e uso de calor úmido no local. DESLOCAMENTO DO DISCO PARA ANTERIOR SEM REDUÇÃO O disco vai para frente e não volta. Nesse caso, o paciente não apresenta ruídos articulares, mas sofre limitação de abertura e desvios de trajetória para o lado afetado. Paciente sente muita dor. O tratamento é o uso de placa miorrelaxante, calor úmido, anti-inflamatórios e cirurgia. LUXAÇÃO DA ATM É um espasmo muscular prolongado. Deve ser feita a manipulação mandibular, pois ocorre um total desarranjo dentro da articulação, comprometendo o disco e gerando um processo inflamatório. TAÍS ALBANO 15 SINAIS E SINTOMAS DAS ALTERAÇÕES FUNCIONAIS DA ATM ➢ Inflamação na cápsula; ➢ Inflamação na região retro discal; ➢ Traumas; ➢ Dor aguda; ➢ Limitação dos movimentos mandibulares. SINAIS E SINTOMAS DAS ALTERAÇÕES FUNCIONAIS DA ATM ➢ Aderências (esses casos têm pequena incidência. Ocorre que o paciente apresenta estalo ao abrir a boca na parte da manhã, e a cada dia o grau de abertura vai diminuindo. Isso quer dizer que o disco se aderiu de forma parcial ao fundo da fossa articular ou à cabeça da mandíbula. Isso ocorre por um aumento de pressão dentro da articulação, associado à quantidade de líquido sinovial reduzido). O QUE QUE LEVA AO AUMENTO DA PRESSÃO DENTRO DA ARTICULAÇÃO É O BRUXISMO E OS APERTAMENTOS. TRATAMENTO:artrocentese – lavagem dentro da articulação. APERTAMENTO CÊNTRICO E EXCÊNTRICO Esse problema pode ser adquirido em qualquer fase da vida. Em momentos estressantes da vida, é mais comum que ocorra. É uma parafunção, ou seja, um excesso de força mastigatória nos dentes ➢ Apertamento cêntrico: o paciente apenas pressiona os dentes, sem movimentar os dentes. ➢ Apertamento excêntrico: também chamado de bruxismo, se dá quando o paciente aperta os dentes e “esfrega”, fazendo o movimento que é chamado de ranger os dentes. Isso gera um estresse muscular, principalmente no masseter e no temporal e, assim, os músculos entram em um processo de exaustão e, por isso, tentam se proteger, fazendo contratura muscular/espasmos da musculatura O paciente que tem o hábito de apertar e ranger os dentes pode desenvolver tanto patologias musculares, quanto patologias articulares. As consequências desses hábitos são: cansaço na musculatura, dentes doloridos de maneira geral, dor na musculatura facial, dor no ouvido e na articulação. Essas patologias podem causar outros problemas, como: aumento da pressão arterial, problemas cardíacos, ansiedade, dentre outros. FATOR ETIOLÓGICO Existem hipóteses de qual pode ser o fator etiológico, sendo elas: problemas dentários, interferências oclusais, estresse, ansiedade, dentre outros. Para o tratamento desses casos, recomenda-se fazer uso de calor úmido, de relaxante muscular e de placa miorrelaxante. A placa atua aumentando a dimensão vertical, o que diminui a pressão dentro da articulação, diminuindo a vontade de apertar e ranger os dentes. A placa tem que ser dura para que o paciente não sinta/não consiga mastigá-la. TAÍS ALBANO 16 Quando o paciente possui um desgaste na parte interna de todos os dentes superiores, envolvendo a parte oclusal, pode ser um quadro de refluxo. Já quando o paciente apresenta trinca entre os dentes, principalmente na região dos incisivos, retração gengival, abfração, desgaste entre os dentes, mobilidade, fratura e sensibilidade, é um indicativo de apertamento ou bruxismo. Paciente que têm o hábito de roer as unhas possui desgaste exagerado nos caninos e nos laterais. TRATAMENTO DAS DCM’s Para proporcionar ao paciente o tratamento das DCM’s, é necessário analisar a anamnese e o exame clínico. Em alguns casos, podem ser pedidos exames complementares, como a radiografia panorâmica. É importante saber ouvir o paciente e, dessa forma, analisar o caso para ter noção do que está, de fato, causando o problema. A maioria dos casos é tratada com o tratamento conservador. Alguns casos podem ser melhorados apenas com a remoção do hábito, então, o tratamento será instruir o paciente a fazer isso, ensinando possíveis exercícios que levem à remoção do hábito. Exemplo: paciente que usa prótese total superior e inferior e que apresenta uma redução da dimensão vertical de oclusão terá como tratamento a devolução da dimensão vertical. Isso pode ser feito através da adição de resina acrílica (em alguns casos – nem todos serão resolvidos dessa forma). Quando estabilizar, essa resina será removida, colocando uma nova prótese. FROMPLATO: placa anterior removível que vai de canino a canino. Essa placa é confeccionada com resina acrílica autopolimerizante, que é aplicada diretamente na boca do paciente. Ela deve ser usada por período de oito horas. Caso as dores passem após o uso em dois dias, quer dizer que o paciente possui um problema oclusal. Então, o uso dessa placa tem uma finalidade diagnóstica. AJUDANDO O PACIENTE NO TRATAMENTO DA DCM ➢ Deve-se aconselhar, explicando o que está ocorrendo e instruindo à mudança de hábitos; ➢ Encaminhá-lo a um fisioterapeuta; ➢ Encaminhá-lo ao tratamento psicológico; ➢ Oferecer laserterapia; ➢ Encaminhá-lo ao tratamento fonoaudiológico; ➢ Realizar o ajuste oclusal; ➢ Realizar terapia cirúrgica; ➢ Encaminhar para a ortodontia, prótese, implantodontia... TRATAMENTO FARMACOLÓGICO ➢ Analgésicos; ➢ Anti-inflamatório; ➢ Relaxante muscular (calor úmido é muito mais efetivo do que o medicamento); ➢ Antidepressivos (prescritos apenas pela psiquiatra); TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ➢ Calor e frio (analgesia); ➢ Terapia do exercício (fortalecimento muscular); ➢ Indicado principalmente quando o paciente possui um quadro de subluxação; ➢ Estímulos elétricos (choques). ORIENTAÇÕES NECESSÁRIAS ➢ Posição de dormir; ➢ Altura do travesseiro; ➢ Postura de mandíbula; ➢ Hábitos parafuncionais (apertamento, bruxismo, onicofagia...). TAÍS ALBANO 17 TRATAMENTO ODONTOLÓGICO ➢ Dispositivo de estabilização oclusal (placas); ➢ Ajuste oclusal (acréscimo e desgaste seletivo); ➢ Tratamento cirúrgico. DIPOSITIVOS INTEROCLUSAIS UTILIZADOS EM DTM PLACAS OU DISPOSITIVOS ➢ Placas de cobertura total; ➢ Placas de cobertura parcial; ➢ Placas rígidas; ➢ Placas resilientes (macias). AS RÍGIDAS SÃO MAIS EFETIVAS PARA O TRATAMENTO DAS DCM’S, VISTO QUE AJUDAM O PACIENTE A NÃO MORDER. MATERIAIS UTILIZADOS ➢ Resina acrílica autopolimerizante: apresenta polimerização através de um componente ativador. É feita através de uma mistura de pó + líquido, endurecendo um tempo depois disso. ➢ Resina acrílica termopolimerizante: assim como a resina acrílica, se apresenta em uma mistura de pó + líquido, porém, para tomar presa necessita de calor. JIG O JIG é um dispositivo interoclusal de desprogramação que tem como finalidade desprogramar o paciente para que ele tenha a perda da memória proprioceptiva de abertura e fechamento. Para isso, o paciente fica sem toque entre os dentes e, assim, não mandam para o SNC o padrão de engrenamento via ligamento periodontal. Dessa forma, o paciente perde a noção dos contatos oclusais, sendo possível manipulá-lo. Existem outros meios para desprogramar o paciente, porém, o mais efetivo é o JIG. FRONT PLATEAU É um dispositivo de cobertura parcial, pouco maior do que o JIG, feito de resina acrílica autopolimerizante. Proporciona diagnóstico e é construído diretamente na boca do paciente. O paciente vai usar esse dispositivo por um período de no máximo 8 horas. Tem as mesmas características de uma placa miorrelaxante de canino a canino, porém, não recobre os dentes posteriores. Fazendo lateralidade, tem guia canina (azul na imagem). Fazendo protrusão, tem toque nos incisivos (vermelho na imagem). Onde está preto, são os contatos cêntricos. TAÍS ALBANO 18 OVERLAY Placa de recobrimento que pode ser parcial ou total, e é feita de resina acrílica. Essa placa tem seu tamanho de acordo com a quantidade de dentes que envolverá. Ela pode devolver a estética dos dentes. Reestabelece a dimensão vertical e a anatomia. PLACA REPOSICONADORA Pode ser usada nos casos de deslocamento de disco articular para anterior com redução (paciente abre e fecha com estalo). Age reposicionando o disco. É uma placa de resina acrílica e que apresenta cobertura total. Diferente da placa miorrelaxante, leva a mandíbula em protusão e, por isso, apresenta uma rampa na região dos incisivos. Deve ser usada no máximo por dois meses. TAÍS ALBANO 19 AJUSTE OCLUSAL Tem como principal objetivo estabelecer um equilíbrio entre os dentes. ou seja, equilibrar todo o sistema mastigatório. Sendo assim, procura-se deixar os dentes dentro do princípio de proteção mútua (fundamento básico da oclusão). O ajuste oclusal pode ser feito com a adição de resina, por exemplo, mas, geralmente, é feito através de pequenos desgastes. FAZENDO O AJUSTE OCLUSAL Em primeiro lugar, observa-se se o paciente tem RC coincidindo com MIH. Caso não coincida, deve haver, no máximo, uma diferença de 1mm. Para isso, é necessário pedir para o paciente fazer o movimento de lateralidade, devendo haver toque no lado de trabalho (pode serguia canina, guia parcial de grupo ou guia total de grupo). Feito o ajuste de lateralidade, deverá ser feito o ajuste de protusão. Quando o paciente fizer o movimento protusivos, deverá haver toque entre os incisivos com a mesma intensidade de força, e os dentes posteriores não deverão se tocar. Então, a sequência do ajuste oclusal será: ajuste vertical em RC, lateralidade (primeiro lado de trabalho e depois lado de balanceio) e, por último, protrusão. INDICAÇÕES DO AJUSTE OCLUSAL ➢ Pacientes com sinais e sintomas de disfunção musculoarticular; ➢ Tratamento de hábitos parafuncionais (desde que tenha uma interferência que esteja levando a esses hábitos parafuncionais); ➢ Antes e após o tratamento ortodôntico ➢ Para estabelecer um padrão de oclusão ótimo, prévio às restaurações bilaterais ou extensas; ➢ Auxílio de tratamento periodontal; ➢ Estabilização pós-cirurgia bucomaxilofacial; ➢ Para reduzir mordida aberta anterior pequena; ➢ Eliminar a tensão muscular anormal e consequente desconforto e a dor resultantes de hábitos oclusais, interferências e contatos prematuros. CONTRAINDICAÇÕES ➢ Previamente à correção cirúrgica; ➢ Não deve ser feito profilaticamente; ➢ Não deve ser realizado antes que o diagnóstico seja bem estabelecido. AJUSTE EM RC ➢ Cúspide x fossa: aprofundar fossa e preserva a cúspide; ➢ Cúspide x vertente: desgastar vertente e preserva a cúspide; ➢ Cúspide x crista marginal: desgastar crista marginal e preserva a cúspide; ➢ Vertente x vertente: desgastar a mais convexa (arredondada). AJUSTE LADO DE TRABALHO ➢ VPCVS (vertente palatina da cúspide vestibular superior) x VVCVI (vertente vestibular da cúspide vestibular inferior): desgastar VPCVS (vertente palatina da cúspide vestibular superior); ➢ VPCPS x VVCLI: desgastar VVCLI AJUSTE LADO DE BALANCEIO ➢ VLCVI x VVCPS: iniciar pela superior. o Observação: VIPS (vestibular inferior e palatina superior). Para fazer o desgaste do lado de trabalho, deve-se trabalhar com as cúspides LIVS (lingual inferior e vestibular superior) e no lado de balanceio, deverão ser trabalhadas as cúspides VIPS (vestibular inferior e palatina superior). JAMAIS DESGASTAR A PONTA DAS CÚSPIDES DE CONTENÇÃO CÊNTRICA (VIPS).
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