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CONTABILIDADE FINANCEIRA
Aula 4
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Guilherme Teodoro Garbrecht
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CONVERSA INICIAL
Esta é a nossa quarta aula da disciplina de Contabilidade Financeira, e o tema a ser estudado
hoje é a Demonstração do Resultado (DR).
A Demonstração do Resultado evidencia o lucro ou prejuízo de um período. Entretanto, como é
calculado e demonstrado tal resultado? O objetivo desta aula é apresentar a Demonstração do
Resultado, com sua estrutura, grupos e contas, de modo a proporcionar o entendimento não só dos
números finais, mas também da metodologia envolvida em sua elaboração, explicando as principais
terminologias empregadas.
A DR é uma demonstração obrigatória que deve ser elaborada por todas as empresas. Porém,
adicionalmente à elaboração simplesmente pela sua obrigatoriedade, é imprescindível o
entendimento de sua estrutura, pois ela gera informações sobre a saúde financeira da companhia. Ela
também indica se as ações tomadas pela empresa estão gerando os resultados esperados, em termos
de lucro e de percentuais de retorno.
Bom estudo!
CONTEXTUALIZANDO
A contabilidade objetiva o registro das operações de uma empresa, demonstrando como tais
operações provocam variações em seu patrimônio. No entanto, o registro contábil das operações
não é apenas um conjunto de dados inseridos em um sistema contábil.
Estes dados só serão úteis quando, a partir deles, forem geradas informações. Portanto, esse
grande volume de dados deverá ser compilado e apresentado de maneira lógica, permitindo a
interpretação da situação da empresa.
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As demonstrações contábeis resumem e organizam os dados, tornando-se um conjunto de
informações disponíveis aos usuários da contabilidade. Dentre as demonstrações, a Demonstração de
Resultado é aquela que busca mostrar o lucro ou prejuízo obtido pela empresa ao final de um
período.
Quando analisamos nossas contas pessoais, só sabemos se temos recursos disponíveis para
gastar, realizar investimentos em bens ou realizar aplicações financeiras, se confrontarmos nossas
receitas e despesas no mês. O princípio da DR é o mesmo: o confronto entre receitas, custos e
despesas, porém utilizando-se para isso um regime de contabilização diferente.
Na análise das nossas contas pessoais, utilizamos normalmente o regime de caixa, que indica
que o resultado se compõem das receitas recebidas subtraídas as despesas pagas no período. Na
elaboração da DR, o regime é o de competência, que registra as operações quando elas ocorrem,
independente de terem sido recebidas ou pagas no período. A observância do regime de
competência gera o resultado econômico da entidade.
Todavia, montamos a DR exclusivamente para apurar o resultado? Podemos dizer que ela é o
principal indicador da DR, mas não o único. Se analisarmos a DR de uma empresa ao longo do
tempo, podemos traçar a evolução de suas vendas, de seus custos, de suas despesas e é claro, de seu
resultado final. Podemos verificar se a carga tributária da empresa está aumentando, a incidência de
devoluções e abatimentos de vendas (que podem indicar problemas nas operações da empresa,
como erros nas remessas de mercadorias e avarias no transporte).
Essas são algumas das informações que podem ser extraídas deste demonstrativo. O importante
é conhecer a sua estrutura para que se molde suas próprias informações, que irão auxiliar na gestão
de uma organização.
TEMA 1 - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO – CONCEITO E
ESTRUTURA
Na aula anterior estudamos o Balanço Patrimonial, que mostra a posição patrimonial da
empresa. Iremos agora estudar a Demonstração do Resultado, que objetiva evidenciar o resultado
alcançado pela empresa.
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Em primeiro lugar vamos conceituar a Demonstração do Resultado, segundo a visão de alguns
autores:
Autor Conceito
Ribeiro
(2010, p.
334)
A demonstração do resultado do exercício (DRE) é um relatório contábil destinado a evidenciar a composição
do resultado formado em um determinado período de operações da entidade.
Assaf Neto
(2010, p.
64)
A demonstração de resultados do exercício visa fornecer, de maneira esquematizada, os resultados (lucro ou
prejuízo) auferidos pela empresa em determinado exercício social, os quais são transferidos para contas do
patrimônio líquido.
Iudícibus e
Marion
(2010, p.
227)
A demonstração do resultado do exercício é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em
determinado período (12 meses). É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se
as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo).
A DR é, portanto, uma demonstração apresentada de forma dedutiva, apresentando inicialmente
as Receitas e diminuindo-se os Custos e Despesas no período, conforme demonstrado a seguir:
A Lei nº 6.404/76 não estabelece o modelo da DR, mas disciplina a estrutura e as contas
evidenciadas na demonstração:
Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:
a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os
impostos;
a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro
bruto;
as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas
gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela
Lei nº 11.941, de 2009)
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o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;
as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo
na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou
previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei
nº 11.941, de 2009)
o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.
A DR evidencia o resultado do período de acordo com o Regime de Competência. Conforme
explica Assaf Neto (2010, p. 64), isto demonstra o resultado da empresa independentemente do fato
de estes valores terem sido pagos ou recebidos. O resultado apurado na DR corresponde ao
resultado econômico, que é diferente do resultado de caixa. Os autores Araújo e Assaf Neto (2010, p.
34) também demonstram a diferença entre o resultado econômico e o financeiro:
Apurar Resultado Regime de Competência Regime de Caixa
Receita Gerada ou ganha no período Recebida no período
(-) Despesas Consumida ou incorrida no período Paga no período
(=) Resultado Econômico Financeiro
Fonte: Araujo e Assaf Neto (2010).
A partir do quadro é possível perceber que o resultado será diferente, na comparação do regime
de competência ao regime de caixa. Uma empresa pode apresentar um resultado positivo (lucro) no
período, porém o mesmo resultado pode não se repetir no resultado financeiro. Se a empresa tiver
muitas vendas a prazo no período, pode apresentar lucro contábil, no entanto os respectivos valores
entrarão no caixa somente no vencimento, podendo acarretar em alguns momentos dificuldades
financeiras por falta de recursos para o pagamento de fornecedores, salários, tributos etc.
Vamos finalizar esse primeiro tema apresentando um modelo de DR:
Descrição
01/01/2015  
 a  
 31/12/2015 
01/01/2014  
a  
 31/12/2014 
Receita Bruta de Vendas 100.000,00 90.000,00
Vendas de Mercadorias, Produtos ou Serviços 100.000,00 90.000,00
(-) Deduções das Vendas (22.000,00) (15.000,00)
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Impostos Sobre Vendas (20.900,00) (13.300,00)
Devoluções de Vendas (1.000,00) (1.500,00)Abatimentos Sobre Vendas (100,00) (200,00)
Descontos Incondicionais Sobre Vendas - -
(=) Receita Líquida 78.000,00 75.000,00
(-) Custo das Mercadorias, Produtos ou Serviços Vendidos (36.000,00) (30.000,00)
(=) Lucro Bruto (ou Resultado Bruto)  42.000,00 45.000,00
(-/+) Receitas / Despesas Operacionais (22.000,00) (18.000,00)
Despesas Gerais e Administrativas  (8.000,00) (10.000,00)
Despesas com Vendas (14.000,00) (8.000,00)
Outras Receitas Operacionais  - -
Outras Despesas Operacionais  - -
Resultado de Equivalência Patrimonial  - -
(=) Resultado Antes do Resultado Financeiro 20.000,00 27.000,00
(-/+) Resultado Financeiro  2.000,00 (1.000,00)
Receitas Financeiras  5.000,00 3.000,00
Despesas Financeiras  (3.000,00) (4.000,00)
(=) Resultado Antes dos Tributos Sobre o Lucro  22.000,00 26.000,00
(-) Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro  (7.480,00) (8.840,00)
(=) Resultado Líquido das Operações Continuadas  14.520,00 17.160,00
(-/+) Resultado Líquido de Operações Descontinuadas  0 0
(=) Lucro/Prejuízo do Período  14.520,00 17.160,00
TEMA 2 - RECEITAS E DEDUÇÕES
A demonstração do resultado evidencia as receitas, os custos, as despesas e o resultado do
período, contudo vimos no exemplo no tema anterior que existem várias subdivisões dentro da DR.
Cada uma delas demonstra uma informação diferente, que pode vir a ser utilizada para a análise das
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operações da empresa, das vendas realizadas, da incidência de tributos e das despesas, ou quaisquer
outras informações que possam daí ser extraídas.
Estudaremos agora cada uma das subdivisões da DR, com seus principais grupos e contas. O
primeiro grupo estudado será a Receita Líquida, que pode ser visualizado no quadro a seguir:
Receita Bruta de Vendas 100.000,00 90.000,00
Vendas de Mercadorias, Produtos ou Serviços 100.000,00 90.000,00
(-) Deduções das Vendas (22.000,00) (15.000,00)
Impostos Sobre Vendas (20.900,00) (13.300,00)
Devoluções de Vendas (1.000,00) (1.500,00)
Abatimentos Sobre Vendas (100,00) (200,00)
Descontos Incondicionais Sobre Vendas - -
(=) Receita Líquida 78.000,00 75.000,00
Receita Bruta de Vendas
Para o CPC 00, item 4.25, as receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período
contábil, sob a forma de entradas de recursos ou aumentos de ativos ou diminuições de passivos,
que resultam em aumentos do Patrimônio Líquido.
E o que são as receitas para a empresa?
As receitas representam os valores advindos das vendas de produtos, mercadorias ou prestação
de serviços pela companhia, antes das deduções de vendas. As empresas comerciais apresentarão
receita com vendas de mercadorias para revenda; as empresas industriais apresentarão receitas com
vendas de produtos; e as organizações prestadoras de serviço, a receita com sua prestação de
serviço. São evidenciadas em contas contábeis distintas.
Deduções de Vendas
De acordo com Araujo e Assaf Neto (2010, p. 172), as deduções sobre as vendas representam
retificações na Receita Bruta, ou seja, ajustes efetuados na receita bruta e não em despesas sobre
elas. São exemplos destas retificações as devoluções, os abatimentos, os descontos incondicionais e
os impostos sobre vendas. Observe as descrições a seguir:
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Devoluções de Vendas: registra-se nessa conta contábil o valor da devolução de mercadorias ou
de produtos anteriormente vendidos. Os motivos das devoluções podem ser de ordem diversa,
como em função do pedido não estar correto, o preço estipulado não ser o mesmo,
divergências na qualidade e quantidade do produto, ou ainda avarias no processo de
transporte do vendedor para o comprador.
Abatimentos Sobre as Vendas: em algumas situações, mesmo o produto não estando de acordo
com as especificações da compra, pode ocorrer um acerto entre as empresas para evitar a
devolução da mercadoria. Nessa situação, a empresa compradora não devolve a mercadoria,
mas, como não está de acordo com o que foi comprado, o comprador recebe um abatimento
sobre a venda para compensar o erro. A empresa vendedora contabiliza o abatimento como
dedução das vendas e a empresa compradora irá efetuar um pagamento a menor,
representando o abatimento.
Descontos Incondicionais: são os descontos concedidos aos clientes, e de acordo com Ribeiro
(2010, p. 84), a empresa vendedora não impõe qualquer condição para o desconto. O desconto
incondicional é também denominado de desconto comercial, sendo destacado na Nota Fiscal
de Venda.
Impostos Sobre Vendas: Araujo e Assaf Neto (2010, p. 173) explicam que estes são os impostos
incidentes sobre as vendas, representando os valores que a empresa deverá recolher ao órgão
competente de fiscalização. Os impostos incidentes sobre as vendas têm como característica
serem gerados em função da receita do período. Os impostos sobre vendas guardam
proporcionalidade com as Receitas geradas pelas mercadorias, produtos ou sobre as prestações
de serviços.
Alguns exemplos de impostos e contribuições incidentes sobre vendas:
ICMS: Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação.
IPI: Imposto Sobre Produtos Industrializados.
ISS: Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza.
IE: Imposto de Exportação.
PIS: Programa de Integração Social.
COFINS: Contribuição Social Sobre o Faturamento.
Receita Líquida de Vendas
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A Receita Líquida de Vendas corresponde à diferença entre a receita com vendas de produtos,
mercadorias ou serviços e as respectivas deduções de vendas.
TEMA 3 - CUSTOS E DESPESAS
   O tema anterior apresentou a Receita Líquida de Vendas, que corresponde às vendas menos as
deduções de vendas. Após a Receita Líquida, a DR apresenta os Custos e o Lucro Bruto. Vamos
primeiro conhecer os custos:
Custos
Custos são os gastos efetuados pela empresa na fabricação dos seus produtos, nas vendas de
suas mercadorias ou na prestação dos serviços.
Nas empresas industriais:
Os custos, para as indústrias, representam os gastos realizados para a fabricação de seus
produtos. São gastos do processo produtivo as matérias-primas, insumos, mão de obra, energia,
materiais de consumo, etc.
Inicialmente os insumos são adquiridos e registrados no Ativo, como bens da empresa. Os
insumos entram no processo produtivo, passando pela fase de Produtos em Elaboração (ou
Fabricação) para a de Produtos Acabados. Quando ocorre a sua venda, o valor do custo dos produtos
vendidos (CPV) é transferido para a Demonstração do Resultado, diminuindo o resultado obtido
pelas vendas.
Nas empresas comerciais
Os custos representam os gastos com a aquisição das mercadorias para serem revendidas. A
empresa adquire as mercadorias, que são estocadas no Ativo e por ocasião da sua venda, o Custo da
Mercadoria Vendida (CMV) é transferido do estoque para a Demonstração do Resultado, reduzindo o
resultado do período.
Nas empresas prestadoras de serviços
Os custos representam os gastos para a realização da prestação de serviços. Nas empresas que
possuem a atividade de prestação de serviços, os principais custos geralmente são relacionados com
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a mão-de-obra, mas, outros gastos podem ser necessários para a realização dos serviços.
Lucro Bruto
Usando o mesmo modelo de DR apresentado no Tema 1, o Lucro Bruto é representado por:
(=) Receita Líquida 78.000,00 75.000,00
(-) Custo das Mercadorias, Produtos ou Serviços Vendidos (36.000,00) (30.000,00)
(=) Lucro Bruto (ou Resultado Bruto)  42.000,00 45.000,00
Evidencia-se no quadro que o Lucro Bruto representa a diferença entre a Receita Líquida e os
Custos das Vendas do período.
Despesas Operacionais
As despesas são os gastos necessários para vender e distribuir os produtos, esão ligados às
áreas administrativa, de vendas, marketing, dentre outras. As despesas não são conectadas
diretamente à produção dos bens, à compra de mercadorias ou à prestação de serviços, porém estão
direta ou indiretamente relacionadas à obtenção das receitas.
Vamos conceituar algumas dessas despesas:
Despesas Administrativas: referem-se ao registro das despesas com o setor administrativo da
companhia. São despesas vinculadas à gestão e direção da empresa, que, embora não se
relacionem diretamente ao custo dos produtos, são necessários para a obtenção destes. Tais
despesas são compostas por salários dos funcionários administrativos, aluguel das instalações
do escritório, energia elétrica, material de escritório, honorários, depreciação, etc.
Despesas com Vendas: referem-se ao registro das despesas que ocorrem no processo da venda
de produtos, mercadorias ou na prestação dos serviços. São exemplos os salários dos
funcionários de vendas, comissões pagas, fretes dos produtos, propaganda e publicidade,
energia elétrica, telefone, etc. Dependendo da estrutura da empresa, as despesas com
marketing podem aparecer abertas, como um subgrupo.
Outras Despesas Operacionais: referem-se a outras despesas não enquadradas nos grupos das
Despesas Administrativas e de Vendas. Podemos citar as perdas ocorridas nas vendas de ativos
classificados no Ativo Não Circulante (quando ocorre por exemplo a baixa ou venda de um bem
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por um valor inferior ao valor registrado na contabilidade) e as perdas por Valor Recuperável de
Ativos.
Outras Receitas Operacionais
Trata-se aqui de receitas que não são da atividade normal da empresa, tendo algumas o caráter
da eventualidade. Como exemplo temos as receitas com vendas de sucatas, ganhos nas vendas de
bens do Ativo Não Circulante, resultados de investimentos em outras empresas (Ganho por
Equivalência Patrimonial), dividendos recebidos, etc.
Resultado antes do Resultado Financeiro
Este evidencia a diferença entre o lucro bruto e as despesas/receitas operacionais. A seguir
pode-se observar a estrutura da DR que representa o Resultado Antes do Resultado Financeiro:
(=) Lucro Bruto (ou Resultado Bruto)  42.000,00 45.000,00
(-/+) Receitas / Despesas Operacionais (22.000,00) (18.000,00)
Despesas Gerais e Administrativas  (8.000,00) (10.000,00)
Despesas com Vendas (14.000,00) (8.000,00)
Outras Receitas Operacionais  - -
Outras Despesas Operacionais  - -
Resultado de Equivalência Patrimonial  - -
(=) Resultado Antes do Resultado Financeiro 20.000,00 27.000,00
TEMA 4 - LUCRO OPERACIONAL E LUCRO LÍQUIDO
O subtotal anterior representou o Resultado antes do Resultado Financeiro, ou seja, o resultado
da empresa sem a influência das operações financeiras. Vamos agora encaixar as Receitas e Despesas
Financeiras na Demonstração do Resultado.
Alguns autores, como Iudícibus e Marion (2010, p.230), incluem as receitas e despesas
financeiras à estrutura das despesas e receitas operacionais da empresa. A estrutura da DR aqui
apresentada segue a estrutura obrigatória para as empresas de capital aberto listadas na
BM&FBovespa, que evidencia o Resultado Financeiro separadamente. A maior evidenciação do
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resultado financeiro por parte da Bovespa deve-se à importância que tais valores possuem e o
grande número de operações financeiras utilizadas pelas empresas.
Despesas Financeiras
As despesas financeiras representam o custo de captação de recursos de terceiros (empréstimos
e financiamentos). Registram-se nesse grupo a remuneração dos capitais de terceiros. São exemplos
de contas incluídas nesse grupo os juros do período, descontos concedidos, despesas bancárias,
variações monetárias passivas, variações cambiais passivas etc.
Receitas Financeiras
Segundo Santos et al. (2010, p. 77) “as receitas financeiras, mesmo não estando diretamente
ligadas ao objeto da companhia, são acessórias à medida que surjam excessos de recursos
financeiros, tornando-se necessária sua administração, visando o bom andamento dos negócios”. As
receitas advindas de juros recebidos, descontos recebidos, variações monetárias ativas, variações
cambiais ativas, rendimentos de aplicações financeiras etc. são exemplos de receitas financeiras.
Resultado Financeiro Líquido
O Resultado Financeiro Líquido representa a diferença entre a Receita Financeira e a Despesa
Financeira. Se as receitas financeiras forem maiores, representarão ganhos e serão somados ao
resultado antes do resultado financeiro.
Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro
Do resultado apurado antes do Resultado Financeiro, soma-se ou diminui-se o resultado
financeiro. Se as receitas financeiras forem superiores às despesas financeiras, a empresa terá um
ganho financeiro e esse montante é somado ao subtotal anterior. Se as despesas financeiras forem
maiores que as receitas financeiras, a empresa terá uma despesa financeira e este montante diminuirá
o resultado anterior. Tal situação está descrita no quadro a seguir:
(=) Resultado Antes do Resultado Financeiro 20.000,00 27.000,00
(-/+) Resultado Financeiro  2.000,00 (1.000,00)
Receitas Financeiras  5.000,00 3.000,00
Despesas Financeiras  (3.000,00) (4.000,00)
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(=) Resultado Antes dos Tributos Sobre o Lucro  22.000,00 26.000,00
Obs.: O montante do Resultado Antes dos Tributos Sobre o Lucro também é descrito como
Resultado Operacional, pois evidencia o resultado das operações da companhia.
Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social
A provisão para o imposto de renda e a provisão para a contribuição social são os impostos
incidentes sobre o resultado da entidade. Contudo, o cálculo desses impostos não é calculado sobre
o resultado contábil, como explica Assaf Neto (2010, p. 70). Este é calculado com base no lucro
tributável denominado lucro real. O autor explica que o lucro real é igual ao lucro antes do imposto
de renda e contribuição social, conforme calculado na demonstração do resultado, acrescido de
determinados ajustes, conforme é previsto pela legislação do Imposto de Renda.
Resultado Líquido das Operações Continuadas
A nomenclatura de Operações Continuadas foi uma alteração trazida pelas Normas
Internacionais de Contabilidade, adotadas pelo Brasil a partir de 2008. Ela representa o resultado das
atividades continuadas da empresa, ou seja, o resultado das atividades que terão sequência nos
próximos períodos. É um conceito equivalente ao conceito de Resultado Operacional da empresa.
Resultado Líquido de Operações Descontinuadas
As operações descontinuadas representam as linhas de produção das quais uma determinada
empresa pretende se desfazer, ou seja, vendê-las ou não as produzir mais.
De acordo com o CPC 31, item 32, uma operação descontinuada é um componente da entidade
que foi baixado ou está classificado como mantido para venda e: (a) representa uma importante linha
separada de negócios ou área geográfica de operações; (b) é parte integrante de um único plano
coordenado para venda de uma importante linha separada de negócios ou área geográfica de
operações; ou (c) é uma parte controlada adquirida exclusivamente com o objetivo da revenda.
Iudícibus et al. (2010, p. 401) explica o objetivo dessa segregação em operações continuadas e
descontinuadas:
O objetivo principal dessa forma de evidenciação é destacar a capacidade de geração de resultados
entre as operações correntes e as operações a serem descontinuadas, o que aumenta a relevância
da informação contábil, ao divulgar resultados de forma oportuna, e permite a análise das
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operações que continuam na entidade, auxiliando a tomada de decisões por parte do usuário da
informação.
Desta forma, ocorre a evidenciação do resultado das operações que a empresadeixará de
operar, permitindo aos usuários da informação analisar os resultados da empresa sem esses valores.
Lucro ou Prejuízo do Período
É o resultado contábil final apurado pela empresa em um determinado exercício. Para finalizar a
estrutura da DR, apresenta-se a tabela a seguir com a última parte da demonstração:
(=) Resultado Antes dos Tributos Sobre o Lucro  22.000,00 26.000,00
(-) Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro  (7.480,00) (8.840,00)
(=) Resultado Líquido das Operações Continuadas  14.520,00 17.160,00
(-/+) Resultado Líquido de Operações Descontinuadas  0 0
(=) Lucro/Prejuízo do Período  14.520,00 17.160,00
TROCANDO IDEIAS
Você acompanhou nessa aula uma das demonstrações mais importantes elaboradas pelas
empresas: a Demonstração dos Resultados, que indica o lucro ou prejuízo obtido pela empresa em
determinado período.
Você conhece a Demonstração do Resultado da empresa em que trabalha? Compartilhe com
seus colegas sua opinião sobre a importância da divulgação da DR para os funcionários da empresa
para que acompanhem sua situação.
SÍNTESE
Esta nossa quarta aula apresentou a Demonstração do Resultado, imprescindível para as
empresas, pois é por meio desta demonstração que se evidencia o resultado do período, ou seja, se
houve lucro ou prejuízo.
Vimos que a DR apresenta o resultado econômico de um determinado período, e que este é
diferente do lucro financeiro, pois a DR é elaborada seguindo o regime de competência, que registra
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as operações quando elas ocorrem, independente do recebimento ou pagamentos dos valores.
A DR é elaborada de maneira dedutiva, iniciando com a Receita com Vendas e sendo finalizada
com o Lucro ou Prejuízo do Exercício. Entretanto, não é somente o lucro ou prejuízo que é
importante na análise da DR, pois informações como o lucro bruto, montante de despesas e o
resultado operacional também auxiliam nesta análise e entendimento da situação da empresa.
A partir dos dados da DR podemos calcular indicadores como a margem operacional, a margem
líquida, a rentabilidade do ativo e do patrimônio líquido, que são úteis na análise da saúde financeira
da entidade.
REFERÊNCIAS
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2010.
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro. 9. ed. São
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BAZZI, S. Contabilidade em Ação. Curitiba: Intersaberes, 2014
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC Conceitual Básico - Estrutura Conceitual
para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. CPC, 2011. Disponível em:
<http://www.cpc.org.br/CPC/ Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80>.
Acesso em: 01/02/2016.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 31 - Ativo Não Circulante Mantido para
Venda e Operação Descontinuada. CPC, 2009. Disponível em:
<http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/336_CPC_31_rev%2008.pdf >. Acesso em:
01/05/2016.
IUDÍCIBUS, S. et al. Manual de Contabilidade Societária. São Paulo: Atlas, 2010.
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RIBEIRO, O. M. Contabilidade Comercial Fácil. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
26/07/2022 22:49 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/16
SANTOS, J. L. dos et al. Introdução à contabilidade: atualizada pela Lei nº 11.941/09 e pelas
normas do CPC. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

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