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PARASITOLOGIA CAMILA SANTIAGO PARASITOLOGIA | MEDICINA PARASITOLOGIA 02: protozoários Eucarionte, unicelulares, possuem DNA ou RNA, poucos são parasitas, a maioria é de vida livre Protozoários sarcodíneos: deslocam-se ou capturam alimentos através de pseudópodes (movimento ameboide) Protozoários esporozoários: não apresentam características especiais para o deslocamento Protozoários são divididos em grupos, devido à estrutura locomotora e/ou captura de alimentos Protozoários flagelados: deslocam-se e capturam alimentos por meio de flagelos Protozoários ciliados: capturam alimento por meio de cílios Tricomoníase Protozoário flagelado; forma ovoide Ag. Etiológico: Trichomonas vaginalis É uma IST Maior causa de vaginite Somente em humanos Transmissão: relações sexuais, fômites (raro), durante o parto Fisiopatologia: Infecta principalmente mulheres 20% vão apresentar sintomas; 80% não O parasita tem um tropismo pelo trato gênito urinário; quando o portador tem o trofozoíto no local, ele induz um processo inflamatório na região genital, principalmente na região cervical; presença de muitos leucócitos que se apresentam na forma de corrimento vaginal amarelo esverdeado com odor fétido (peixe podre) por conta da grande produção de células Aminas produzem uma reação KOH que tem o odor fétido Período de incubação: 3 a 20 dias Também pode infectar o trato urinário Problema do processo inflamatório: deixa a região lesionada e suscetível a outras infecções Corrimento vaginal: Vaginose: homogêneo, branco/acinzentado ou amarelado, pode formar bolhas, odor fétido, mas não tanto Candidíase: corrimento branco, presença de grumo, aspecto de leite coalhado, prurido vulvar Tricomoníase: amarelo esverdeado, pode ser bolhoso, odor característico, colo do útero em morango, dispareunia (dor no ato sexual) Sintomas: Vaginite, dor, corrimento fétido Em homens geralmente é assintomático; mas pode apresentar uretrite, corrimento (gota matinal), coceira PARASITOLOGIA CAMILA SANTIAGO PARASITOLOGIA | MEDICINA Prevalência: Idade sexualmente ativa, número de parceiros sexuais, uso de preservativos Biologia do parasita: Ciclo de vida simples, por divisão binária Habita no trato gênito urinário (urina 3h – sêmen 6h) Facilita a transmissão do HIV em até 8x; predispõe do câncer cervical e a doença inflamatória pélvica Pode aumentar em 2x a chance de infertilidade em ambos os sexos Profilaxia: Uso de preservativos, educação sexual, tratar os doentes; não existe vacina Diagnóstico e tratamento: Clínico (mas não é eficiente) Laboratorial (lâmina) Não existe teste de sorologia (não se adquire imunidade, não se forma anticorpos) Medicamentos: metronidazol, secnidazol, timidazol... Giardíase Infecção por protozoário eu atinge principalmente a porção interior do intestino delgado Ag. Etiológico: Giardia intestinalis; protozoário flagelado que existe sob as formas de cisto e trofozoíto Reservatório: o homem e alguns animais domésticos ou selvagens – cães, gatos e castores Giardia: ovoide com núcleos no interior Modo de transmissão: clássico, fecal oral Direto: pela contaminação das mãos e consequente ingestão de cistos existentes em dejetos de pessoas infectadas Indireta: ingestão de água ou alimento contaminado Período de incubação: 1 a 4 semanas, média de 7 aa 10 dias Complicações: síndrome da má absorção Patogenia: Trofozoítos no intestino delgado (duodeno e início do jejuno) Reação inflamatória Diminui a absorção dos nutrientes Aumento do peristaltismo Esteatorréia – lipídios nas fezes Sintomas: A maioria das infecções são assintomáticas; ocorre em adultos e crianças PARASITOLOGIA CAMILA SANTIAGO PARASITOLOGIA | MEDICINA A infecção pode se apresentar de forma aguda (sintomas acompanhados de dor abdominal) ou crônica (fezes amolecidas com aspecto gorduroso, fadiga, flatulência e dor abdominal) Diagnóstico: Identificação de cistos ou trofozoítos no exame direto de fezes; método de Faust Profilaxia e controle: Educação sanitária, saneamento básico, tratamento de água, tratamento precoce, higiene Amebíase Infecção causada por protozoário que se apresenta em duas formas: cisto e trofozoíto Pode atuar como comensal ou provocar a invasão de tecidos, originando as formas intestinal e extra intestinal da doença Pode chegar no fígado, cérebro Ag. Etiológico: Entamoeba histolytíca Reservatório: homem; luz do IG Modo de infecção: ingestão de alimentos ou água contaminados por fezes contendo cistos amebianos Sintomas: quadro clínico varia uma forma branda – desconforto abdominal leve ou moderado, com sangue, diarreia aguda e fulminante de caráter sanguinolento Em quadros graves: as formas trofozoítos se disseminam pela corrente sanguínea, provocando abcesso no fígado, nos pulmões ou no cérebro Período de incubação: 2 a 4 semanas, podem variar em dias, meses ou anos Período de remissão: quando não tratado pode durar anos Complicações: granulomas amebianos na parede do IG, abcesso hepático pulmonar ou cerebral Diagnóstico: presença de trofozoítos ou cistos do parasita encontrados nas fezes, aspirados ou raspados, obtidos na endoscopia Toxoplasmose Zoonose cosmopolita, infecta muitas espécies, Quadro clínico variado, desde infecção assintomática e manifestações sistêmicas extremas graves Agente etiológico: Toxoplasma gondii Reservatório: vários hospedeiros, geralmente o gato é o definitivo; homem é hospedeiro intermediário Modo de transmissão: o homem adquire através de 3 vias – ingestão de oocistos provenientes do solo; ingestão da carne crua e mal cozida; transmissão transplacentária Toxo = arco; forma de meia lua Região apical do protozoário dá sustentação PARASITOLOGIA CAMILA SANTIAGO PARASITOLOGIA | MEDICINA Formas evolutivas: No hospedeiro definitivo: ciclo coccidiano – assexuada e sexuada ✓ Taquizoítos ✓ Bradizoítos ✓ Merozoítos ✓ Gametócitos ✓ Oocisto imaturo No hospedeiro intermediário: ciclo assexuado ✓ Taquizoítos ✓ Bradizoítos ✓ Merozoítos Oocisto é eliminado nas fezes dos felinos → oocisto esporulado (pronto para infectar o indivíduo); viáveis por 2 anos Ciclo: Fezes do gato; carne crua contendo oocistos Ciclo heteróxeno – vários hospedeiros diferentes Período de incubação: 10 a 23 dias se a fonte for ingestão de carne 5 a 20 dias após ingestão de fezes de gato Transmissibilidade: sem transmissão pessoa-pessoa; os oocistos expulsos por felinos esporulam e se tornam infectantes depois de 1 a 5 dias Sintomas: Toxoplasmose febril aguda: na maioria das vezes a infecção inicial é assintomática; muitos casos podem generalizar-se e ser acompanhada de exantema Linfadenite toxoplasmática Toxoplasmose ocular: coriorretinite é a lesão mais frequente associada a toxoplasmose Toxoplasmose neonatal: resulta da infecção ultra uterina – gestante infectada e em fase aguda, pode ter uma reativação da infecção durante a gravide, pode ser um parasita oportunista; a idade gestacional é importante para a toxoplasmose – a gravidade diminui com a maior idade gestacional, mais grave no início da gravidez; síndrome de Sabin – pode mostrar alguns sinais, calcificações cerebrais, perturbações neurológicas, retardamento psicomotor, macro ou microcefalia dos bebes Diagnóstico: ensaio sorológico, pesquisa de anticorpos específicos – imunofluorescência direto ou ELISA Fase aguda: IgM, IgG de baixa avidez – intensidade com que os anticorpos IgG permanece ligado ao toxoplasma, ou seja, não há anticorpos suficientes para defesa eficiente Fase de transmissão: pico de IgG; ausente IgA, IgE; baixo IgM Fase crônica: IgG de alta avidez; demais classes ausentes Pacientes imunocompetentes: sorologia pouco confiável Toxoplasmose ocular: exame de fundo de olho e ver se o IgG está positivo no humor aquoso Profilaxia:evitar contato/consumo de carne crua; higienizar alimentos de forma adequada; evitar contato com fezes de gatos Não há vacina PARASITOLOGIA CAMILA SANTIAGO PARASITOLOGIA | MEDICINA Leishmaniose Gênero Leishmania e subgrupo Kinetoplastea Leishmania sp.: divisão por fissão binária Mais de 20 espécies Ciclo de vida: O mosquito suga a forma amastigota do protozoário que passa por outras fases até originar a forma de promastigota metacíclico. Ao picar o homem, o promastigota metacíclico entra em uma fase secundária e procura por macrófagos. Posteriormente, entra em uma nova fase e transforma-se em amastigotas (a forma sugada pelo mosquito) e inicia a sua reprodução. Ciclo se reinicia Forma clínica se apresenta de forma tegumentar/cutânea e visceral em humanos Ciclo heteróxeno: inseto vetor → animais silvestres ou domésticos → hospedeiro mamífero Cães – um dos maiores portadores Doença tropical negligenciada; endêmica em 98 países Formas clínicas em humanos: ✓ Leishmaniose tegumentar – L. brasilienses, L. amazonensis, L. guyanenses ✓ Leishmaniose visceral ou calazar – L. infantum (= L. chagasi) Doença infecciosa, não contagiosa, transmissão vetorial, acomete pele e mucosas Sinonímia: úlcera de Bauru Período de incubação: 2 a 3 meses; pode apresentar períodos mais curtos de 2 semanas e mais longos de 2 anos Formas clínicas: cutânea – úlcera; mucosa – parasita destruindo cavidade oral; difusa – rara Leishmaniose tegumentar ou cutânea: ✓ Leishmaniose cutânea: úlcera típica, indolor, áreas expostas, tendem a cura espontânea (cicatriz) Formato arredondado, bordas bem delimitadas e elevadas, fundo avermelhado em granulações grosseiras, infecção bacteriana associada, tendem a cura espontânea Causada pela L. brasilienses, L. amazonensis, L. guyanenses ✓ Leishmaniose mucosa: lesões extremamente destrutivas, secundária à lesão cutânea. Pode haver perfuração do palato e da faringe, poucos parasitas na lesão, difícil resposta terapêutica Causada pela L. brasiliensis ✓ Leishmaniose difusa: forma rara e grave, deficiência da resposta imune celular, evolução lenta Causada pela L. amazonensis Leishmaniose visceral ou calazar Vetores: fêmeas de flebotomíneos → principal espécie transmissora da LV: Lutzomyia longipalpis Nomes populares do vetor: mosquito palha ou birigui Forma clínica: forma grave, alta letalidade se não tratada; pode ser assintomática, oligossintomática, forma clássica (L. infantum) PARASITOLOGIA CAMILA SANTIAGO PARASITOLOGIA | MEDICINA Forma clássica: principal característica é a hepatoesplenomegalia; febre, comprometimento do estado geral, perda de peso, astenia (fraqueza muscular) Alterações laboratoriais: anemia, leucopenia, plaquetopenia, hipogamaglobulinemia Causa dos distúrbios hematológicos: sequestro esplênico e destruição de eritrócitos; bloqueio de produção na medula, hemorragia, hemólise, mecanismos imunes (autoanticorpos e complexos imunes) Sintomas: doença crônica, sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia, anemia... Período de incubação: variável; no homem, 10 dias a 24 meses. No cão varia de 3 meses a vários anos, com média de 3 a 7 meses Leishmania spp Hospedeiro mamífero – parasita os macrófagos Patogenia Evolução da infecção é relacionada a carga parasitária; Período de incubação: Homem: 10 dias a 24 meses, média de 2 a 6 meses Cão: meses a anos Diagnóstico: Exame parasitológico – biópsia para a leishmaniose tegumentar; aspiração (medula óssea, fígado ou baço) para leishmaniose visceral; exames moleculares – PCR; exames imunológicos: RIFI e ELISA Tratamento: 1ª escolha – antimoniais pentas valentes; 2ª escolha – anfotericina B (muito tóxica), anfotericina B lisossomal (menor toxicidade)
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