Buscar

Contratos Eletrônicos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Levando em consideração que Alicia efetuou o pagamento do celular à vista, e após o 
prazo solicitado pela empresa de 15 dias úteis, não recebeu o aparelho celular, além é claro do 
prazo estipulado anteriormente de 7 dias úteis após a confirmação do pagamento, Alicia requer 
a devolução da quantia paga. Sendo assim, a medida judicial a ser adotada será uma AÇÃO DE 
RESCISÃO CONTRATUAL CUMULADA COM RESTITUIÇÃO DOS VALORES PAGOS 
E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. 
Em relação a fundamentação jurídica, de início podemos citar o artigo 5º, XXXII da 
Constituição Federal, que nos diz que o Estado permitirá, a defesa do consumidor, ou seja, não 
é uma opção, mais sim, um dever do Estado. 
Como visto, houve uma relação de consumo entre a Alicia e a empresa Portable ME, 
o artigo 2º, bem como o artigo 3º do Código de Defesa do Consumidor, nos traz uma definição 
sobre o consumidor e o fornecedor, como segue: 
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou 
serviço como destinatário final. 
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que 
indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. 
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou 
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de 
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, 
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 
 
Ademais, como não fora efetuada a entrega do produto comprado, a legislação 
assegura a possibilidade de impor que a compra seja entregue no prazo, ou então o 
ressarcimento do valor pago. O artigo 35, “caput”, III, do Código de Defesa do Consumidor, 
nos traz que se o fornecedor se recusa ao cumprimento da oferta, o consumidor poderá escolher 
rescindir o contrato, com a restituição do valor pago, mais perdas e danos. O que ocorreu no 
caso, tendo em vista que, a Alicia tentou entrar em contato com a empresa após o prazo que a 
mesma estipulou de 15 dias úteis, porém não obteve êxito, o que nos leva a presente ação de 
rescisão do contrato cumulada com a restituição dos valores pagos. 
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, 
apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre 
escolha: 
 I – exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação 
ou publicidade; 
 II – aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; 
III – rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente 
antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos. 
No que concerne o dano moral, segundo Paulo Khouri “o dano moral nas relações de 
consumo pode derivar de inexecução contratual, vício do produto ou serviço etc., entretanto, o 
mais comum é que ele se origine do fato do produto ou serviço (...)” (KHOURI, 2020, p. 189), 
com isso haverá a indenização pelo dano moral, pelo fato da empresa não ter efetuado a entrega 
do produto. 
Além disso, o dano material, diz respeito ao dano financeiro que a vítima sofreu, o que 
ocasiona a redução do seu patrimônio, que é o caso do dinheiro gasto por Alicia para o 
pagamento do celular, ou seja, o mesmo terá que ser restituído. 
Outrossim, devemos levar em consideração os princípios que foram violados, como o 
princípio da boa-fé objetiva que segundo Paulo Khouri: 
A boa-fé objetiva é um padrão objetivo de conduta de lealdade, confiança e 
transparência, que deve estar presente tanto na fase que antecede a relação contratual, 
nas negociações preliminares (na publicidade), na proposta em si, na própria 
celebração do contrato, na execução do contrato, na fase pós-contratual. (KHOURI, 
2020, p. 147) 
Isto posto, em se tratando de uma relação de consumo, tanto o fornecedor, quanto o 
consumidor, devem agir com cooperação, lealdade, solidariedade e probidade, estando a boa-
fé presente em todos os momentos, desde as negociações preliminares, até a fase pós-contratual. 
Em relação ao princípio da dignidade da pessoa humana, é evidente sua aparição no 
artigo 4º, “caput”, do Código de Defesa do Consumidor. 
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento 
das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, 
a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem 
como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes 
princípios (...). 
 
As normas elencadas no Código de Defesa do Consumidor, são fundamentais para 
fixar tal princípio, uma vez que, possui como objetivo assegurar o acesso as mercadorias e 
serviços, sem que coloque a dignidade do cliente em questão, permanecendo assim, a segurança 
e qualidade dos produtos e serviços. 
Por fim, também podemos ver uma violação ao princípio da confiança, que prevê que 
o fornecedor deverá trabalhar com lealdade perante o consumidor, fato este que não ocorreu no 
caso concreto. 
 
 
Bibliografia 
 
BRASIL. LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990. Dispõe sobre a proteção do 
consumidor e dá outras providências. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm. Acesso em: 13 mar. 2022. 
KHOURI, Paulo R. Roque A. Direito do Consumidor. São Paulo: Grupo GEN, 2020. 
9788597026443. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597026443/. Acesso em: 13 mar. 2022. 
MIRANDA, Maria Bernadete. Os princípios consagrados no Código de Proteção e Defesa 
do Consumidor. Disponível em: http://estadodedireito.com.br/os-principios-consagrados-no-
codigo-de-protecao-e-defesa-
consumidor1/#:~:text=Em%2015%20de%20mar%C3%A7o%20de,de%20escolha%2C%20e
%20%C3%A0%20seguran%C3%A7a. Acesso em: 13 mar. 2022. 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.078-1990?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm
http://estadodedireito.com.br/os-principios-consagrados-no-codigo-de-protecao-e-defesa-consumidor1/#:~:text=Em%2015%20de%20mar%C3%A7o%20de,de%20escolha%2C%20e%20%C3%A0%20seguran%C3%A7a
http://estadodedireito.com.br/os-principios-consagrados-no-codigo-de-protecao-e-defesa-consumidor1/#:~:text=Em%2015%20de%20mar%C3%A7o%20de,de%20escolha%2C%20e%20%C3%A0%20seguran%C3%A7a
http://estadodedireito.com.br/os-principios-consagrados-no-codigo-de-protecao-e-defesa-consumidor1/#:~:text=Em%2015%20de%20mar%C3%A7o%20de,de%20escolha%2C%20e%20%C3%A0%20seguran%C3%A7a
http://estadodedireito.com.br/os-principios-consagrados-no-codigo-de-protecao-e-defesa-consumidor1/#:~:text=Em%2015%20de%20mar%C3%A7o%20de,de%20escolha%2C%20e%20%C3%A0%20seguran%C3%A7a

Continue navegando