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Recuperação e Falência

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ATIVIDADE INDIVIDUAL 
	Disciplina: Falências e Recuperação de Empresas 0622-2_2
	Aluno: 
	Matriz de resposta
	PARECER
Empresa: VFC Comércio e Indústria de Material Esportivo LTDA
Assunto: Questionamentos de ordem econômico-financeira da saúde da empresa; risco de encerramento definitivo das atividades.
Trata-se de emissão de Parecer quanto à situação fática da empresa VFC Comércio e Indústria de Material Esportivo LTDA, que está em crise econômico-financeira e possui risco de encerramento definitivo de suas atividades, à luz da Lei 11.101/2005 que regula a recuperação judicial e extrajudicial.
Tendo em vista a natureza dos créditos no caso elencado e os quatro tipos de classes de credores, quais sejam: trabalhistas, com garantia real, quirografários, microempresas e empresas de pequeno porte, entende-se que não é necessária a busca pela tutela jurisdicional, sendo uma medida possivelmente cabível a do instituto da recuperação extrajudicial, conforme art. 161 c/c art. 48 da Lei 11.101/2005:
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente:
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; 
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; 
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
(...)
Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art. 48 desta Lei poderá propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial.
Cumpre destacar que com a alteração promovida pela Lei 14.112/2020, os débitos trabalhistas podem ser incluídos no plano de recuperação extrajudicial, desde que seja realizada negociação coletiva com o sindicato trabalhista e formalização do Acordo Coletivo de Trabalho proveniente da negociação. Como não se vislumbra débitos de natureza tributária ou aqueles previstos nos arts. 49, § 3º e no do caput do art. 86, II, da referida Lei, não há que se falar em impossibilidade da recuperação extrajudicial.
Com a opção pela Recuperação Extrajudicial, os credores e a Empresa podem negociar livremente os termos do Plano de Recuperação, sem a necessidade da atuação do juízo neste momento, contudo, há algumas limitações que devem ser observadas, como o estabelecimento do pagamento antecipado de dívidas ou o estabelecimento de tratamento desfavorável aos credores que não estiverem sujeitos ao Plano. Além disso, como deve ocorrer uma negociação de ordem trabalhista junto ao sindicato para que os créditos Trabalhistas integrem o plano, pode haver um obstáculo quanto à adoção dessa medida.
Além disso, diferentemente do que ocorre em na Recuperação Judicial, o art. 161, §4º dispõe que:
(...)
§4º O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial não acarretará suspensão de direitos, ações ou execuções, nem a impossibilidade do pedido de decretação de falência pelos credores não sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial.
Essas questões devem ser observadas pela empresa quando da opção pela Recuperação Extrajudicial, em que pese se tratar de uma solução mais célere para o caso.
Cumpre evidenciar também que não há que se falar em medida pré-insolvencional previsto no art. 20-A da Lei 11.101/2005, uma vez que o caso não traz a hipótese de débitos ajuizados ou daqueles elencados no art. 20-B da mesma lei, tampouco em recuperação judicial com base em plano especial, previsto em seu art. 70, já que a VFC Comércio e Indústria de Material Esportivo LTDA não se enquadra no conceito de ME ou EPP. A autofalência, por sua vez, também não é recomendada, em benefício da continuidade de suas atividades e também pelo fato de a empresa preencher os requisitos para processamento da recuperação judicial ou extrajudicial.
Quanto ao pagamento dos créditos na recuperação Extrajudicial, estes se darão conforme o plano de recuperação extrajudicial, podendo este ser homologado em juízo, conforme art. 162 da Lei de Recuperação e Falências, sendo que, conforme anteriormente exposto, o referido plano “não poderá contemplar o pagamento antecipado de dívidas nem tratamento desfavorável aos credores que a ele não estejam sujeitos” e, uma vez homologado, obriga a todos os credores das espécies por ele abrangidas. É importante salientar também que para a homologação do Plano, é necessário que este seja assinado por credores que representem mais da metade dos créditos de cada espécie e produz efeitos após sua homologação, conforme o art. 165 da Lei 11.101/2005.
É o parecer. 
	
	
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