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1 ATIVIDADE INDIVIDUAL Matriz de atividade individual Disciplina: DIREITO PROCESSUAL CIVIL Módulo: Aluno: MATHEUS ADONAI DE OLIVEIRA MARTINS Turma: Direito Processual Civil -1022-1 Tarefa: elaborar e fundamentar uma decisão a ser tomada pelo juiz ao receber as últimas manifestações (petições) das partes. Devendo, identificar a espécie decisão a ser tomada pelo juiz e decidir de forma fundamentada, a respeito de todas as questões que se apresentam no atual momento processual. – Análise do Caso – Sol x Lua. Decisão do juiz Trata-se de ação de obrigação de fazer ajuizada pela empresa Sol, em face da empresa lua pelo rito do procedimento comum. Na sua Exordial, Sol alegou que Lua descumpriu a clausula contratual de exclusividade, pois ela estava obrigada adquirir apenas os produtos da Sol até o prazo final de junho de 2018. Requereu ao final: (i) homologação por sentença da validade da cláusula contratual; (ii) a condenação da ré na obrigação de fazer, consubstanciada na aquisição dos seus produtos, com exclusividade, durante o prazo estipulado em contrato; (iii) a condenação da ré a indenizá-la pelos danos materiais decorrentes da aquisição de produtos de terceiros nos meses de fevereiro a março do corrente ano. Em contestação, empresa Sol negou que tivesse atrasado a entrega dos produtos. Ao receber a defesa da empresa Lua, o juiz indagou das partes se possuíam provas a produzir. Sol, por petição, requereu a produção de prova testemunhal para comprovar a compra de produtos de terceiros, em desrespeito à cláusula de exclusividade. Lua, no entanto, também por petição, requereu prova pericial para demonstrar qual foi o prazo adequado para recebimento dos produtos. A empresa Lua requereu redistribuição do ônus da prova, a fim de que Sol passasse a ser incumbida de provar a data da entrega dos produtos nos meses anteriores a fevereiro. Partes capazes e bem repretsentadas. Concorrem os pressuspostos processuais e condições da ação. Sem preliminares. Passo a analisar o feito 2 Conforme ensina Theodoro Júnior (2007), o Código de Processo Civil em seus artigos 336 e 341, demonstra que incumbe a empresa ré de alegar, em contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito do pedido do autor. Além disso, incumbe a ele se manifestar sobre as alegações de fato formuladas na inicial, presumindo-se por tanto, que são verdadeiras as não impugnadas. Nesse sentido, mediante aos fatos aqui elencados, entendo que a presente ação possui pertinência, visto que o acordo celebrado entre as partes, a empresa autora comprometeu-se a realizar a compra, efetuar o recebimento e realizar o referido pagamento dos produtos fornecidos pela autora de forma exclusiva, e não cumpriu com a obrigação nos meses de fevereiro e março do corrente ano. A ré contesta que tais compras ocorreram devido a uma indispobilidade dos produtos da autora, no entanto não houve comprovação documental para sustentar a tese de defesa, ademais, mesmo que tal erro operacional impossibilita-se as entregas, não invalida as condições do vínculo negocial acordado. Para que o feito seja dotado de clareza e objetividade, o juiz deve ter de todos os elementos necessários para proferir a sua sentença, acabendo então adotar o saneamento e organização do processo. Tal decisão, como ensina Talamini (2016), tem o intuito dar ao processo eficiência no que tange à atuação jurisdicional, e, consequentemente a economia processual, assegurando a segurança jurídica, tornando - se possível a abertura do principio do contraditório, para garantir que a decisão dado pelo magistrado seja juízo e seja dotado de eficácia. Findado o prazo de contestação e réplica, cabe ao magistrado sanear o processo, cuja decisão delimitará questões de fato sobre, as quais, recairá a instrução probatória, apenas aquelas que forem controvertidas, como por exemplo, o atraso ou não das entregas dos produtos, a especificação de provas, a designação de audiência de intrulção e julgamento, dentre outras medidas que o magistrado entenda necessário. No que tange ao ônus da prova, é importante evidenciar que ele não é absoluto, devendo a parte autora realizar o mínimo probatório do seu direito, vejamos: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. § 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. § 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: I - recair sobre direito indisponível da parte; II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. § 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo. Verifica-se portanto, que cabe ao autor provar o fato constitutivo do seu direito, ou seja, com o contrato, e por sua vez compete ao réu provar a existência de fato impeditivo ou modificativo ou extintivo do direito do autor nos casos de atrasos na entrega. Conforme ensina Zavascki (2007), para que se reste configurado o pedido como incontroverso, é necessário ir além da ausência de controvercia entre as partes, que o pedido, no livre julgamento do magistrado, seja dotado de verossimilhança. Acerca das provas, entendo como necessário o pedido de prova testemunhal da demandante, bem como defiro, por ora, o pedido de prova pericial requisitado pela parte, já que o mesmo entende como fato modificiativo do direito do autor. Por fim, não há redistribuição do ônus da prova peliteado pela parte ré, pois o artigo 373 do CPC, trata-se de fato que extingue o direito do autor. Defiro a prova testemunhal e prova pericial requisitado pelas partes. Processo em ordem, sem nulidades. Declaro saneado o feito 4 LOCAL ,DATA JUIZ TITULAR Referências bibliográficas BRASIL. Lei n° 13105 de 16 de março de 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 15 de Outubro de 2022 TALAMINI, Eduardo. Saneamento e organização do processo no CPC/15. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/235256/saneamento-e-organizacao-do- processo-no-cpc-15. Acesso em 15 de Outubro de 2022. THEODORO JUNIOR, Curso de Direito Processual Civil – Teoria Geral do Direito Processual Civil e Processo de Conhencimento. 46 ed. Rio de Janeiro: Forense,2007. V.l.p.402. ZAVASKI, Teori Albino. Antecipação de tutela, 5. Ed. São Paulo: Saraiva, 2007. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm https://www.migalhas.com.br/depeso/235256/saneamento-e-organizacao-do-processo-no-cpc-15 https://www.migalhas.com.br/depeso/235256/saneamento-e-organizacao-do-processo-no-cpc-15
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