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www.trilhante.com.br PODER JUDICIÁRIO - ÓRGÃOS ÍNDICE 1. COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS SUPERIORES: SUPREMO TRIBUNAL FEDER- AL (STF) E SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ). ..............................................5 STF – Supremo Tribunal Federal ................................................................................................................................. 5 STJ – Superior Tribunal de Justiça .............................................................................................................................. 5 2. COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA - ARTS. 102, I E 105, I DA CF/88. ........................9 STF ....................................................................................................................................................................................................9 STJ ....................................................................................................................................................................................................14 Efeito das decisões do STF – Supremo Tribunal Federal .........................................................................17 3. COMPETÊNCIA RECURSAL - ARTS. 102 II E III E 105, II E III. ...........................19 STF – Supremo Tribunal Federal ................................................................................................................................19 STJ – Superior Tribunal de Justiça .............................................................................................................................19 Controle de Constitucionalidade ................................................................................................................................21 4. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA .................................................................... 27 Competência dos Tribunais Regionais Federais ...........................................................................................29 Competências dos Juízes Federais ........................................................................................................................30 Foro Competente ..................................................................................................................................................................31 Deslocamento de Competência (art. 109, §5º, CF/88) ..............................................................................31 Órgãos (art. 111, CF/88) .....................................................................................................................................................32 Composição do TST (art. 111-A): ................................................................................................................................ 33 Competência do TST ........................................................................................................................................................34 Negociação coletiva e arbitragem (art. 114, §§1º e 2º). ...............................................................................35 Greve em atividade essencial (art. 114, §3º, CF/88). ....................................................................................36 Composição dos Tribunais Regionais do Trabalho (art. 115, CF/88). ..............................................36 Justiça Itinerante (art. 115, §1º, CF/88). ..................................................................................................................36 Composição do TSE (art.119 CF/88) .......................................................................................................................37 Composição do TRE (art.120, § único CF/88) .................................................................................................37 Decisões do TSE (art. 121, §3º, CF/88) ..................................................................................................................38 Decisões do TREs (art. 121, §4º) ................................................................................................................................38 ÍNDICE Competência (art. 124, CF/88). ..................................................................................................................................39 Competência (art. 124,§1º CF/88) ............................................................................................................................39 Estrutura .....................................................................................................................................................................................39 Representação de Inconstitucionalidade Estadual (art. 125, §2º, CF/88) ...................................39 Justiça Militar Estadual (art. 125, §3º, CF/88) .................................................................................................39 Competência da Justiça Militar Estadual (art. 125, §4º, CF/88) .........................................................40 Tribunais de Justiça (art.125, §6º e 7º, CF/88) .................................................................................................40 Questões agrárias (art. 126, CF/88). .......................................................................................................................40 1 COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS SUPERIORES www.trilhante.com.br 5 1. Composição dos Tribunais Superiores: Supremo Tribunal Federal (STF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ). STF – Supremo Tribunal Federal O art. 101 da Constituição Federal de 1988 diz que o Supremo será composto por 11 ministros (veja, aqui falaremos destes ministros, que são os juízes do Supremo. Não se confundem eles com os ministros dos órgãos de governo!), sendo escolhidos dentre cidadãos com mais de 35 anos e menos de 65, que possuam notável saber jurídico e reputação ilibada. Já o parágrafo único do mesmo artigo diz que os Ministros do STF serão indicados pelo Presidente da República e possivelmente nomeados por ele, se aprovados pela maioria absoluta do Senado Federal. • Notável saber jurídico: Esse pressuposto não nasceu juntamente com a Constituição de 1988. A CF de 1891 já havia estabelecido como requisito de investidura do cargo o “saber jurídico”. O requisito do “notável saber jurídico” refere-se à habilitação profissional e científi- ca de alto grau nas matérias sobre as quais o tribunal tem o dever de se pronunciar, isto é, pressupõe-se que os nomeados ao cargo de Ministro tenham competência integral do Direito para julgar os casos que merecem julgamento pela Corte. • Reputação ilibada: Sobre este requisito, apesar de não estar expressamente definido na CF, diz-se que se relaciona com o princípio da moralidade pertencente à Administração Pública, isto é, ao detentor de cargo público é exigida uma atuação ética, honrosa, íntegra. • Prova da escolha pela maioria absoluta do Senado: A escolha de um Ministro necessaria- mente se faz a partir da indicação feita pelo Presidente da República, devendo esta ser nec- essariamente chancelada pelo Senado Federal. Ou seja, o Presidente indica e o candidato passa por uma sabatina no Senado Federal que, ao final, votará pela aceitação ou rejeição do candidato ao cargo. STJ – Superior Tribunal de Justiça O art. 104 da CF/88 diz que o STJ será composto por, no mínimo, 33 Ministros. Já o parágrafo único preconiza que os Ministros serão nomeados pelo Presidente dentre brasileiros que tenham mais de 35 anos e menos de 65, de notável saber jurídico e reputação ilibada, após aprovação pelo Senado Federal, por maioria absoluta, sendo: • 1/3 (dos 33 Ministros) composto por juízes do TRF (Tribunal Regional Federal), e • 1/3 dentre os desembargadores do TJ (Tribunais de Justiça), sendo estes indicados por uma lista tríplice elaborada pelo próprio tribunal. • 1/3, em partes iguais, dentre advogados, membros do MPF (Ministério Público Federal), MP Estadual, MP doDistrito Federal e Territórios, alternadamente. (Isto é, 11 candidatos), na forma do art. 94 CF (lista sêxtupla, escolhidos pelo Poder Executivo). Isto é, 11 juízes vindos do TRF, 11 desembargadores oriundos do TJ e 11 membros escolhidos dentre advogados e membros do Ministério Público. www.trilhante.com.br 6 Processo de escolha ministerial (classe de desembargadores do TJ’s e juízes do TRF): De acordo com o art. 104 da CF/88, incumbe ao Superior Tribunal de Justiça escolher a composiçao ministerial. A escolha dos juízes (1/3) e desembargadores (1/3) é feita pelo plenário do STJ, todavia, os candidatos devem se candidatar para a vaga ministerial para os seus respectivos tribunais, por exemplo: Candidatam-se para a vaga de Ministro do STJ: 1) o juiz Marcos, titular da 1ª Vara Criminal da Comarca Beta do Estado X, 2) a juiza Cristiana, titular da 2ª Vara Civil da Comarca Ômega do Estado X, Mafalda, 3) a juiza Letícia, titular da 3ª Vara de Recuperação e Falência da Comarca Alfa do Estado X, e mais 6 juizes. O Tribunal do Estado X, a partir disso, elaborará uma lista chamada “lista tríplice” com o nome dos mais votados daquele Estado X para ocupar a vaga ministerial. No nosso exemplo, vamos supor que só exista 1 vaga Ministerial para ocupar o cargo de Ministro do STJ. Essa lista será enviada para a Presidência da República para indicação de apenas 1 nome. Importante ressaltar que o exemplo acima se trata do processo de escolha pertencente a classe de juízes do TRF e desembargadores dos TJ’s. Processo de escolha ministerial (classe advogados e membros dos MP’s): a escolha dessa classe é distinta do processo das classes dos juízes do TRF e desembargadores dos TJ’s. Entre advogados e membros do Ministério Público, o Plenário do STJ recebe uma lista chamada de “lista sêxtupla” formada pelas entidades representativas das classes, e seleciona 3 nomes (podendo ser 2 advogados e 1 membro do MP ou 2 membros do MP e somente 1 advogado), isto é, o candidato dessa classe terá, no mínimo, a chance de concorrer a 1 vaga, sendo a outra escolhida de forma alternada. Após o processo de escolha de cada classe, os nomes são enviados ao Presidente da República e este indicará os nomes para a Comissão de Cidadania do Senado Federal, razão pela qual os indicados passarão por uma sabatina e depois por votação no Plenário do órgão. As votações, tanto no Plenário do STJ quanto no Senado Federal, são secretas. Após a aprovação do Senado Federal, o escolhido será nomeado pelo Presidente da República, sendo empossado para o cargo e nomeado Ministro do Superior Tribunal de Justiça. www.trilhante.com.br 7 MACETE: Para gravar o número de ministros presentes no STF e STJ… STF: Somos Time de Futebol = 11 Ministros (11 jogadores de futebol) STJ: Somos Todos Jesus = 33 Ministros (Jesus morreu com 33 anos) 2 COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA - ARTS. 102, I E 105, I DA CF/88 www.trilhante.com.br 9 2. Competência Originária - Arts. 102, I e 105, I da CF/88. STF Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: O “Caput” do art. 102 da Constituição Federal já discrimina expressamente que a atribuição maior do STF é a guarda da Constituição. Essa função precípua significa que a “última palavra” sobre matéria constitucional questionada é feita pelo STF. Quem exerce a jurisdição (dizer o direito) nesta matéria, portanto, é exclusivamente o STF. Nesse sentido, o STF, em comentário sobre o art. 102, caput, da Constituição, editou o seguinte comentário: Controle concentrado de constitucionalidade A força normativa da Constituição da República e o monopólio da última palavra, pelo STF, em matéria de interpretação constitucional. O exercício da jurisdição constitucional – que tem por objetivo preservar a supremacia da Constituição – põe em evidência a dimensão essencialmente política em que se projeta a atividade institucional do STF, pois, no processo de indagação constitucional, assenta-se a magna prerrogativa de decidir, em última análise, sobre a própria substância do poder. No poder de interpretar a Lei Fundamental, reside a prerrogativa extraordinária de (re)formulá-la, eis que a interpretação judicial acha-se compreendida entre os processos informais de mutação constitucional, a significar, portanto, que “A Constituição está em elaboração permanente nos Tribunais incumbidos de aplicá-la”. Doutrina. Precedentes. A interpretação constitucional derivada das decisões proferidas pelo STF – a quem se atribuiu a função eminente de “guarda da Constituição” (CF, art. 102, caput) – assume papel de essencial importância na organização institucional do Estado brasileiro, a justificar o reconhecimento de que o modelo político-jurídico vigente em nosso país confere, à Suprema Corte, a singular prerrogativa de dispor do monopólio da última palavra em tema de exegese das normas inscritas no texto da Lei Fundamental. [ADI 3.345, rel. min. Celso de Mello, j. 25-8-2005, P, DJE de 20-8-2010.]= AI 733.387, rel. min. Celso de Mello, j. 16-12-2008, 2ª T, DJE de 1º-2-2013. Vide HC 91.361, rel. min. Celso de Mello, j. 23-9-2008, 2ª T, DJE de 6-2- 2009. Vide RE 227.001 ED, rel. min. Gilmar Mendes, j. 18-9-2007, 2ª T, DJ de 5-10-2007. Fonte: (ADAPTADA) No que se refere à competência originária do STF, que significa que o processo já se iniciará no Supremo (distribuído), a ele são atribuídas as seguintes prerrogativas: I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; Trata-se de ações específicas que discutem a legitimidade de uma norma em face da constituição, isto é, se ao STF cabe a guarda da Constituição, é natural que ele tenha competência para processar e julgar as ações que a ataquem ou firam. Vale relembrar os conceitos das ações: www.trilhante.com.br 10 • ADIn – Ação Direta de Inconstitucionalidade: ataca lei ou ato normativo editado pelo poder legislativo/executivo federal ou estadual que seja atentatório contra a CF, julgando-se, inclusive, eventual pedido de liminar. • ADECon: Ação Declaratória de Constitucionalidade: visa a afirmar a constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, tão somente. • ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental: ataca lei ou ato norma- tivo de origem federal, estadual ou municipal com base em algum ferimento do disposto a preceitos normativos consolidados em nosso ordenamento, genericamente falando. (Art. 102, § 1º, CF: A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.) b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; Nessa alínea, a Constituição expressa o que, na doutrina jurídica, chama-se “foro privilegiado” ou “foro por prerrogativa de função”, significando dizer que aqueles que são detentores de cargos de “alto escalão” FEDERAL não serão processados e julgados pela justiça comum, mesmo que o crime que se tenha cometido seja independente de exercício de cargo ou função pública. Ex.: Michel Temer, com dolo de matar, profere 5 tiros contra Dilma Roussef, ainda sendo Presidente da República. Nesse caso, o Michel Temer será processado e julgado, invariavelmente, no STF; não na justiça comum. c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; Os Ministros de Estado, os Comandantes das Forças armadas e chefes de missão diplomática, regra geral, são processados e julgados no STF, contudo, quando se tratar de remédio constitucional,quando forem autoridades coautoras (quem mandou prender) desses remédios, o processo poderá se iniciar no STJ. Sobre a exceção contida no art. 51, inciso I da CF/88, o Supremo editou comentário pertencente à matéria: www.trilhante.com.br 11 A Constituição Estadual não pode condicionar a instauração de processo judicial por crime comum contra Governador à licença prévia da Assembleia Legislativa. A república, que inclui a ideia de responsabilidade dos governantes, é prevista como um princípio constitucional sensível (CRFB/1988, art. 34, VII, a), e, portanto, de observância obrigatória, sendo norma de reprodução proibida pelos Estados-membros a exceção prevista no art. 51, I, da Constituição da República. Tendo em vista que as Constituições Estaduais não podem estabelecer a chamada ‘licença prévia’, também não podem elas autorizar o afastamento automático do Governador de suas funções quando recebida a denúncia ou a queixa-crime pelo Superior Tribunal de Justiça. [ADI 4.362, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, j. 9-8-2017, P, DJE de 6-2-2018.]. Fonte: site do STF. Relembremos o caso ensejador do Impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que é um exemplo da exceção contida no art. 51, inciso I da CF: a denúncia foi realizada, sendo o procedimento iniciado na Câmara dos Deputados, que foi aceito pelo seu Presidente (à época Eduardo Cunha); após o recebimento, foi formada uma comissão especial com 65 Deputados Federais a fim de se examinarem as alegações e provas de autoria e materialidade do fato criminoso imputado à acusada; depois de formada a comissão, a ex-presidente Dilma teve direito a defesa, sendo ouvida e, logo após, foi elaborado um parecer favorável ao impeachment por essa comissão. Os Deputados votaram em plenário se acatariam ou não o parecer favorável e, como sabemos, o parecer foi acatado. A ex-presidente foi afastada do cargo, o processo foi enviado ao Senado Federal e, em sessão presidida pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, foi votado pelos Senadores para finalmente se definir se, de fato, a ex-presidente perderia ou não seu cargo pelo impeachment. Como sabemos, houve Impeachment e o Vice-Presidente ocupou a vaga. d) o “habeas-corpus”, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o “habeas-data” contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; As ações mencionadas na alínea são remédios constitucionais. O habeas corpus é impetrado quando há eminência de prejuízo ao direito de liberdade de ir e vir por ato abusivo da autoridade que gerou a ilegalidade. Já o habeas data é oferecido quando o sujeito não tem livre acesso a informações dele próprio que estejam registrados, fichados ou descritos em bancos de dados de entidades públicas. e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; Esse tipo de litigio envolve questões que dizem respeito à soberania nacional e, por isso, não são processadas e julgadas na justiça comum, mas no STF. www.trilhante.com.br 12 f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; Essa alínea, apesar de pouco comentada na doutrina constitucionalista brasileira, assinala que o STF é o tribunal da federação, ou seja, reafirma que o Supremo possui um papel precípuo na salvaguarda da Constituição, sendo seu papel assegurar o equilíbrio entre as instituições da federação, julgando os eventuais conflitos que surjam no seio do Estado federal. g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; O Estado estrangeiro pede à Suprema corte do País que entregue uma determinada pessoa para que ela seja julgada pelo crime de que é acusada. Exemplo: Mateus é Alemão e cometeu o crime de homicídio na Alemanha em 2010. Em 2011, ele vem para o Brasil e se refugia aqui. As autoridades Alemãs devem pedir ao Supremo Tribunal Federal que entreguem Mateus para o seu País de origem, pois ele está sendo processado por homicídio. i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; Exemplo: HC do Lula. Ele foi impetrado inicialmente no STJ, porém, foi denegado e a defesa recorreu para o STF. O Paciente era o Lula. j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados; Nesses casos, trata-se de julgamentos que ele já proferiu. A revisão criminal é uma ação que questiona uma sentença ou acórdão condenatório após seu trânsito em julgado (não mais recorrível). Exemplo: Mafalda foi condenada a 12 anos de prisão e, após a matéria ser decidida pelo STF, já iniciou o cumprimento da pena em 2013. O processo transitou em julgado no mesmo ano, porém, foi descoberta uma prova de que Mafalda, na verdade, se chama Maria, que foi presa no lugar de sua irmã gêmea. Nesse caso, a defesa poderá oferecer uma revisão criminal com base na descoberta de que Mafalda, na verdade, é Maria, que foi presa injustamente no lugar da irmã. l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; www.trilhante.com.br 13 Qualquer reclamação que questione a sua competência, por exemplo, de guarda da CF, será processada e julgada no próprio STF. m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais; Se o STF proferiu sentença em processo que se originou no próprio STF, este será também competente para executar essa sentença. n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados; O STF é composto por Ministros que também são juízes, investidos em sua competência de corte suprema do País, e também julgará causas de sua classe (juízes). o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; Como Suprema Corte do País, também incumbe ao STF manter a ordem entre as instâncias judiciárias, assim como faz nos Estados Federados. p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade; Nada mais natural que ele analise pedidos liminares nas ações que ele mesmo julga. q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal; r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). O STF também julgará as ações nas quais sejam réus o CNJ e o CNMP. www.trilhante.com.br 14 STJ Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; Assim como na alínea “a” do art. 102, inciso I, aqui se trata de pessoas que possuem “foro privilegiado”ou por “prerrogativa de função” ESTADUAL ou MUNICIPAL, que cometam crimes comuns ou crimes funcionais (no exercício do mandato). b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; Exemplo: O Ministro do exército editou um ato que fere preceito fundamental contido em lei ordinária, por exemplo, editou uma medida que atenta contra o acesso à informação por parte de civis; nesse caso, será possível a impetração de mandado de segurança no STJ para garantir que o preceito fundamental não seja violado. c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea “a”, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; Também se trata de remédio que visa à garantia do direito a liberdade, porém, o STJ analisará os casos em que as pessoas com foro privilegiado se enquadrem, por exemplo, se o paciente (a quem se quer assegurar o direito) for um membro do TCU. d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, “o”, bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos; A exceção é sobre Tribunais superiores. O STJ será competente para julgar os conflitos entre tribunais. Exemplo: o Tribunal do Estado do Rio de Janeiro (capital) possui um conflito com o Tribunal da Comarca de Mesquita – RJ; apesar de se localizarem no mesmo Estado, o conflito entre eles será resolvido pelo STJ. e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados; www.trilhante.com.br 15 Aqui se aplica a mesma regra da alínea “j” do inciso I do art. 102. f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; Aplica-se a mesma regra da alínea “l” do inciso I do art. 102. g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União; Diferente do STF, o STJ tem competência de resolver os conflitos entre as autoridades administrativas e judiciárias pertencentes à União ou entre um estado e outro. Exemplo: A autoridade judiciária do Estado X não concorda e não aplica uma orientação dada pela União em determinada matéria. Incumbe ao STJ resolver essa questão, a fim de resguardar a ordem entre as instâncias administrativas e judiciárias com a União. h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; O Mandado de Injunção (MI) é um instrumento jurídico que pode ser utilizado por qualquer pessoa, de forma individual ou coletiva, como meio de assegurar o exercício de um direito que está disposto na Constituição, mas que ainda não é exercido porque depende de norma infraconstitucional (lei) para viger, por exemplo: O direito à greve dos servidores públicos é um direito assegurado na Constituição, porém, antes da lei de greve, o exercício desse direito não era regulamentado, então não se sabia com exercê- lo adequadamente Com a edição da Lei de greve para o regime celetista (CLT), os servidores públicos são também regidos pela mesma lei, apesar de não seguirem as normas da CLT. i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; Por exemplo: o Tribunal dos Estados Unidos decretou o divórcio de Mafalda e Tício, que se casaram nos Estados Unidos; porém, com o divórcio, Mafalda veio a morar no Brasil. Para que essa sentença estrangeira tenha validade no Brasil, a sentença deverá ser homologada pelo STJ. O exequatur é o processo de execução vindo de País estrangeiro que é remetido para o Brasil para ser cumprido por autoridade judiciária brasileira, caso a parte executada resida no Brasil. Elaboramos aqui um quadro resumo comparativo para uma melhor compreensão sobre a matéria de competência entre STF e STJ: www.trilhante.com.br 16 TABELA DE COMPETÊNCIAS DO STF E DO STJ STF (Art. 102, CF/88) Competência Originária STJ (Art. 105, CF/88) Competência Originária Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) e Ação Direta de Constitucional- idade (ADECON) (ações que ataquem normas estadual ou federal que ferem a constituição) e Ação Direta de Con- stitucionalidade (ADECON) (lei/ato normativo federal); Nas infrações penais COMUNS: Presiden- te e Vice da República, membros do Congresso Nacional, Ministros do STF e Procurador Geral da República; Nas infrações penais COMUNS e nos CRIMES DE RESPONSABILIDADE (não conexos com o Presidente): Ministros de Estados e Comandante do Exército, Marinha e Aeronáutica; Nas infrações penais COMUNS e nos CRIMES DE RESPONSABILIDADE de membros dos Tribunais Superiores, do TCU, chefes de missão diplomática de caráter permanente; Habeas Corpus quando os “autores” forem as pessoas acima referidas; Habeas Corpus, quando o coator for o Tribunal Superior ou o paciente for autoridade/funcionários cujos atos estejam sujeitos à jurisdição do STF, ou crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; Mandado de Segurança e Habeas Data contra atos do: Presidente da República, Mesas da Câmara dos Dep. e Sena- dores, TCU, STF; Litígio entre Estado estrangeiro ou organis- mo internacional e União, Estado, DF ou Território; Causas e conflitos entre União e Estados/ DF ou entre uns e outros, incluindo administração indireta; Nos crimes COMUNS: Governadores de Estado e DF; Nos crimes COMUNS e de Responsa- bilidade: Desembargadores de TJ dos Estados e do DF, membros do Tribunal de Contas dos Esta- dos e Tribunal de Contas do DF, dos Tribunais Regionais Federais, Tribunal Regional Eleitoral, Tribunal Regional do Trabalho, dos Consel- hos/Tribunal de Contas do Municí- pio e do MPU que oficiem perante os Tribunais; Habeas Corpus quando qualquer um dos citados acima envolvidos forem autores, ou quando coator for Tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante do Exército, Marinha e Aeronáuti- ca, salvo a competência da justiça eleitoral; Mandado de Segurança e Habeas Data contra ato de Ministro de Estado, Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, ou Ministros do STJ; Conflitos de competência entre quais- quer Tribunais (ressalvado art. 102, I, ‘o’ – Tribunal Superior), e entre juíz- es vinculados a tribunais diversos; Revisões criminais e ações rescisórias de seus julgados; Reclamação para preservação de sua competência e garantia da autori- dade de suas decisões; Conflitos de atribuições entre autori- dades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e adminis- trativas de outro ou do DF, ou entre as deste e da União; www.trilhante.com.br 17 Extradição solicitada por Estado estrangei- ro; Revisão criminal e ação rescisória de seus julgados; Reclamação (preservação de sua com- petência e garantia da autoridade de suas decisões); Execução de sentença – causas, com- petência originária, sendo facultada delegação de atribuições para prática e atos processuais; Ação: membros da magistratura direta/ indiretamente interessados, e em que mais da metade dos membros dos tribunais de origem impedidos/interes- sados; Conflitos de competência entre STJ ou Tribunais Superiores e quaisquer Tribu- nais, entre Tribunais Superiores; Pedido de medida cautelar em ADIN; MI quando a elaboração da norma regula- mentadora for atribuição do Presidente da R., CN, CD, SF, ou suas respectivas mesas, TCU, Tribunais Superiores, STF; Ações contra o CNJ e o CNMP. EfeitoVinculante das ADIN (lei/ato nor- mativo federal ou estadual) e ADC (ADECON) (lei/ato normativo federal); MI quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão/entidade/autoridade federal (administração direta e indireta), exceto os casos de competência do STF e dos órgãos da justiça militar, eleitoral, do trabalho e federal; Homologação de sentenças estrangei- ras e concessão de exequatur às cartas rogatórias. www.trilhante.com.br 18 Efeito das decisões do STF – Supremo Tribunal Federal § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Na doutrina jurídica, a eficácia contra todos se denomina “erga omnes”. Logo, todas as ADIns e ADECOMs terão eficácia contra todos os órgãos do Poder Judiciário, administração pública direta ou indireta em todas as esferas da federação, inclusive o DF. 3 COMPETÊNCIA RECURSAL - ARTS. 102 II E III E 105, II E III. www.trilhante.com.br 20 3. Competência Recursal - Arts. 102 II e III e 105, II e III. STF – Supremo Tribunal Federal II - julgar, em recurso ordinário: Aqui não trataremos mais de competência originária, aquela em que o processo se inicia já no Supremo, mas sim de competência recursal, iniciada na primeira instância e que, por intermédio de recursos, chega ao STF. O Supremo possui 2 modalidades de recurso: o ordinário e o extraordinário. Em apertada síntese, o recurso ordinário analisa tanto fatos quanto provas discutidas no processo, chamadas “razões de direito” que fundamentam uma sentença ou acórdão judicial. Já o recurso extraordinário não discute mais provas e fatos, apenas questões de direito. Dê- se como exemplo a fundamentação de sentença com base em lei X quando, na verdade, a conclusão deveria ter tido base em lei Y, tese mais benéfica. a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; Essa alínea ilustra bem o que houve com o Habeas Corpus do ex-Presidente Lula, pois a defesa impetrou o HC (no qual ele era paciente) diretamente no STJ e, como ele está “abaixo” do STF, a defesa em caso de denegatória (rejeição do HC), poderia impetrar um novo HC no Supremo. b) o crime político; Nos casos que envolvam crime político, o recurso cabível será o extraordinário. STJ – Superior Tribunal de Justiça II - julgar, em recurso ordinário: A mesma lógica recursal dos recursos ordinários e extraordinários se aplica ao STJ, todavia, o recurso extraordinário se chama “especial” no STJ. Isto é, o recurso ordinário poderá analisar fatos e provas, porém o especial analisará somente questões de direito. a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; www.trilhante.com.br 21 Nesse caso, o STJ será a última ou única instância a decidir caso o HC venha, por exemplo, do TRF. Assim, se o paciente impetra um HC no TRF da 2ª Região e ele é denegado (negado), a defesa poderá impetrar um novo HC no STJ. b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País; O processo, via de regra, iniciar-se-á na Justiça Federal e a última ou única instância a julgar definitivamente em grau de recurso será o STJ. Recurso extraordinário (STF): julgará causas decididas em única ou última instância quando a decisão recorrida CONTRARIAR A CONSTITUIÇÃO, já que o STF é o “guardião da CF”. Recurso especial (STJ): causas decididas em única ou última instância pelos TRF’s ou TJ’s, quando a decisão recorrida CONTRARIAR LEI FEDERAL, TRATADO INTERNACIONAL, ou negar-lhes sua aplicação. Para fins didáticos, indicamos um quadro comparativo sobre as competências em grau recursal entre o STF e o STJ. STF Competência em Recurso Ordinário STJ Competência em Recurso Ordinário HC, MS, HD, MI, decididos em única in- stância pelos Tribunais SUPERIORES, quando DENEGATÓRIA a decisão; Crime político HC decididos em única (MS) ou última instância pelos TRF’s, TJ’s, quando DENEGATÓRIA; MS decididos em única instância pelos TRF’s, TJ’s, quando DENEGATÓRIA a decisão; Causas em que forem partes: Estado estrangeiro ou organismo inter- nacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País. Competência em Recurso Extraordinário Competência em Recurso Especial https://www.espacojuridico.com/blog/tabela-comparativa-sobre-competencias-do-stf-e-do-stj/ www.trilhante.com.br 22 Causas decididas em única/última instância, se decisão recorrida: con- trariar dispositivo da CF, declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da CF, julgar válida lei LOCAL, contesta- da em face de LEI FEDERAL. Julgar, em Recurso Extraordinário por manifestação de 2/3 de seus mem- bros (art. 102, §3º, CF). Causas decididas em única ou última instância pelos TRF’s ou TJ’s, quan- do decisão recorrida contrariar/ negar vigência a tratado/lei fed- eral; julgar válido ato de Governo LOCAL contestado em face de lei FEDERAL, ou der à lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro Tribunal. Controle de Constitucionalidade Relembrando Controle de Constitucionalidade: meio pelo qual se realiza a fiscalização da validade e conformidade das leis e atos normativos do poder público em relação à Constituição Federal. Esse controle é realizado tendo em conta todas as fases de elaboração da norma até a sua entrada em vigor, podendo o vício de inconstitucionalidade acontecer sobre o seu processo de elaboração ou seu conteúdo. Existem 2 tipos de controle: Controle Difuso: É o controle que ocorre incidentalmente, em regra, em casos concretos, feito por qualquer juiz ou tribunal. Controle Concentrado/Abstrato: É o controle no qual existe um processo específico para esse fim, sendo o STF (órgão da cúpula do Poder Judiciário) detentor da competência para tal. Por essa razão, também é chamado de controle abstrato por via de ação, isto é, deverá ser proposto a partir das seguintes ações: • ação declaratória de inconstitucionalidade (ADIN), • ação declaratória de constitucionalidade (ADC), • ação declaratória por omissão (ADO) e • ação de descumprimento preceito fundamental (ADPF). www.trilhante.com.br 23 ADIN OU ADI ADC ADPF Genérica -Tem por ob- jetivo retirar do orde- namento jurídico a lei estadual ou federal que seja incompatível com a CF, pois relações jurídicas não podem se basear em normas in- constitucionais, já que a Constituição está acima de todas as leis. Conceito: Por Omissão- quando o Poder Público deixa de regulamentar ou criar uma nova lei ou ato normativo, ocorre uma inconstitucionalidade por omissão. Resulta, então, da inércia do legislador pela falta de ação para dar vali- dade e eficácia a uma lei constitucional que necessita ser regulam- entada para funcionar plenamente. É uma modalidade de controle por via principal, concen- trada (abstrata), isto é, a finalidade da medida é afastar a incerteza jurídica e evitar as diversas interpretações e contrastes a que estão sujeitos os textos normativos. Medida que visa a evitar lesão resultante de ato do poder público a pre- ceito fundamental (por exemplo, o art. 5º da CF). (É chamada de “arguição preventiva”); repararlesão a preceito fundamen- tal, resultante de ato do poder público (chamada de “arguição repressiva”) quando for relevante o fundamento da controvér- sia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição. Interventiva - toda vez que o Poder Público, no exercício de sua competência, venha a violar um dos princípios sensíveis, será passível de controle concentra- do de constitucionali- dade, pela via de ação interventiva. www.trilhante.com.br 24 Legitima- dos: Pode ser intentada pelo Procurador Geral da República, Presidente da República, Mesa do Senado Federal, Mesa da Câmara dos Depu- tados, Mesa da Assem- bleia Legislativa, Gov- ernadores de Estado, Conselho Federal da OAB, Partido Político e por confederação sindical ou entidade de classe de âmbito na- cional, conforme dis- posto no art. 103 da CF. Pode ser intentada pelo Procurador Geral da República, Presidente da Repú- blica, Mesa do Sena- do Federal, Mesa da Câmara dos Deputados, Mesa da Assembleia Legisla- tiva, Governadores de Estado, Conselho Federal da OAB, Partido Político, e por confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional, conforme disposto no art. 103 da CF. Pode ser intentada pelo Procurador Geral da República, Presidente da República, Mesa do Senado Federal, Mesa da Câmara dos Deputados, Mesa da Assembleia Leg- islativa, Governadores de Estado, Conselho Federal da OAB, Partido Político, e por confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional, con- forme disposto no art. 103 da CF. Capaci- dade postu- latória: Alguns legitimados para ADIN não precisam ser representados por ad- vogados, já que detêm capacidade postu- latória. Alguns legitimados para ADC não precisam ser rep- resentados por advogados, já que detêm capacidade postulatória. Alguns legitimados para ADPF não precisam ser representados por ad- vogados, já que detêm capacidade postulatória. A quem cabe julgar: É do Supremo Tribunal Federal a função de processar e julgar, originariamente, a ADIN de lei ou ato normativo federal ou estadual. De acordo com o artigo 102 da CF, cabe ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar a ação declaratória constitucional. Compete ao Supremo Tri- bunal Federal processar e julgar a ação de acordo com os procedimentos corretos. www.trilhante.com.br 25 Efeitos da Decisão: Produz efeito erga omnes (contra todos) e vin- culante em relação aos demais órgãos do poder judiciário, bem como à administração pública federal, estadual e municipal. Produz efeito erga omnes (contra todos) e vinculan- tes em relação aos demais órgãos do poder judiciário, bem como à ad- ministração pública federal, estadual e municipal Produz efeito erga omnes (contra todos) e vinculan- tes em relação aos demais órgãos do poder público. Os efeitos no tempo serão ex tunc (retroativos), mas o STF poderá, em razão da segurança jurídica ou de excepcional interesse social, restringir os efeitos da decisão, decidir que essa somente produzirá efeitos a partir do trân- sito em julgado ou de outro momento futuro que venha a ser fixado. Decisões nessa linha ex- cepcional exigem voto de dois terços dos membros do STF. Art. 103, §2º, CF/88. Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. Ingressa-se com o Mandado de Injunção (MI) para fazer com que a Constituição Federal seja obedecida em caso de não existência de uma lei que deveria ser formulada ou ato normativo complementador de uma determinada matéria à qual falta regulamentação específica. O STF, ao julgar procedente o pedido contido no MI, reconhecerá que não existe lei (por exemplo) que discorra sobre a disposição abordada, e notificará o órgão competente para fazê-lo. Art. 103, § 1º, CF/88. O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. Aqui, o PGR exerce papel bem parecido com o que o MP exerce na justiça comum, principalmente em processos que envolvam menor absolutamente incapaz, em que este é ouvido e se emite um parecer favorável ou desfavorável sobre a determinada matéria pelo promotor. www.trilhante.com.br 26 Art. 103, §3º, CF/88. Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado. Súmula Vinculante Pode ser feita de ofício ou por provocação mediante decisão de 2/3 dos membros do STF. Depois de reiteradas decisões sobre matéria constitucional, pode-se aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Exemplo: O STF tem apreciado a questão do cumprimento de pena após sentença penal condenatória de 2º grau. A partir disso, no Habeas Corpus promovido pela defesa do ex- Presidente Lula, foi reafirmado entendimento no sentindo de que a pessoa condenada em segunda instância (pelo Tribunal) deverá desde já iniciar o cumprimento da pena imposta e não mais aguarda o trânsito em julgado (momento em que a sentença ou acórdão tornam-se irrecorríveis) para iniciar o cumprimento da pena. Apesar de ainda ser questionado pela comunidade jurídica e de talvez vier a se submeter a novo julgamento, este entendimento foi tido assim por diversas vezes na corte, que, por conta disso, poderá sumula-lo para que ele passe a ter força vinculante, isto é, todos os tribunais de todos os Estados deverão observar esse entendimento quando forem proferir suas decisões. Objetivo da súmula vinculante: dar validade, interpretação e eficácia a normas comumente alvos de conflitos entre órgãos judiciários ou entre estes e a Administração Pública, de forma a dar estabilidade nas decisões judiciais, prezando-se pela segurança jurídica. Aprovação, revisão ou cancelamento da súmula: claro que pode haver revisão de entendimento sumulado e consolidado. O ordenamento jurídico deve servir ao contexto em que se insere e à sociedade a que se destina, afinal. A revisão da súmula pode ser provocada por aqueles a quem cabe propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade (os legitimados). 4 CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA www.trilhante.com.br 28 4. Conselho Nacional de Justiça Composição: art. 103-B. Mandato de 2 anos, admitindo 1 recondução (2+2) §1º do art. 103-B. Presidência: Presidente do STF. Em caso de ausência ou impedimento, o Vice-Presidente do STF assume. §2º do art. 103-B. Assim como os ministros do STF, os membros do CNJ serão sabatinados pelo Senado e depois ratificados pelo voto da maioria absoluta do Senado. O mesmo processo de escolha dos ministros do STF e STJ ocorrerá com os membros do CNJ. §3º do art.103-B. O STF escolherá os membros do CNJ caso não seja feita a escolha no dentro do prazo. Via de regra, o prazo para escolha dos membros do CNJ é de 60 dias antes de expirar o período de mandato dos titulares. O CNJ comunica aos tribunais superiores, MP, OAB, Senado e Câmara dos Deputados acerca da necessidade de indicação dos novos membros. 9 candidatos serão indicados pelo STF, STJ e TST e os outros 6 candidatos serão indicados entre a OAB, MP, Senado e Câmara dos Deputados. www.trilhante.com.br 29 §6º do art. 103-B. Oficiarão junto ao CNJ o GR e Presidente do Conselho Federal da OAB. §7º do art. 103-B. Poderão ser criadas pela União, bem como pelo DF e Territórios as ouvidorias de Justiça, que serão competentes para receber e analisar denúncias de qualquer pessoa interessada contra membrosou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao CNJ. § 4º Compete ao Conselho o controle: • Trata-se da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário; • Analisa-se o cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura. §5º. Competência do Ministro-Corregedor: O Ministro-Corregedor (Ministro do STJ) ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: • receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos mag- istrados e aos serviços judiciários; • exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; • requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar serv- idores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. São órgãos da Justiça Federal: os Tribunais Regionais Federais (TRF) e os Juízes Federais (art. 106, CF/88). Os Tribunais Regionais Federais são compostos, no mínimo, por 7 juízes (brasileiros, quando possível recrutados na respectiva região territorial, com mais de 30 anos e menos de 65 anos de idade, sendo nomeados pelo Presidente da República), (art. 107 da CF/88), dentre eles: • 1/5 será escolhido dentre advogados e membros do Ministério Público Federal com mais de 10 anos de exercício profissional (serão indicados pelo quinto constitucional). Observação: o quinto constitucional é determinado por um procedimento es- pecial que confere 20% das cadeiras existentes nos tribunais a advogados e promotores públicos. Cada 5 vagas existentes nas cortes e tribunais superiores pertencerão àqueles que não se submetem a concurso público de provas e títulos (advogados e aos membros do MP indicados, supostamente de repu- tação ilibada e notório saber jurídico). • 4/5 deverão ser escolhidos com base na promoção de juízes federais com mais de 5 anos de exercício da magistratura, por antiguidade e merecimento, alternadamente. www.trilhante.com.br 30 O §2º fala que os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante (ela não estabelece local fixo de instalação), que será responsável por realizar audiência e demais funções da atividade jurisdicional onde estiver, nos limites territoriais da jurisdição que abrange, sempre se servindo de equipamentos públicos e comunitários para realização de suas atividades. §3º fala que os TRFs poderão funcionar de forma descentralizada (formando Câmaras regionais) com a finalidade de assegurar o pleno acesso a justiça, em todas as fases do processo. Competência dos Tribunais Regionais Federais Os Desembargadores Federais ainda têm competência originária (o processo inicia no TRF) (ver art. 108 da CF) para processar e julgar: • Os juízes federais da sua área de jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; • As revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região; • Os mandados de segurança e os habeas data contra atos do próprio Tribunal ou de juiz federal; • Os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal; • Os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal. Em grau de Recurso: • Causas decididas pelos juízes federais; • Causas decididas pelos juízes estaduais com competência federal da área de sua juris- dição. Exemplo: STJ - HABEAS CORPUS HC 148261 RS 2009/0185596-8 (STJ). Data de publicação: 14/08/2012.Ementa: HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. FORMAÇÃO DE QUADRILHA. CRIME CONTRA AORDEM TRIBUTÁRIA. CRIMES PREVISTOS NA LEI DE LICITAÇÕES .INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS. PROVA DEFERIDA POR JUIZ ESTADUAL DEPLANTÃO. DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA. NULIDADE. OCORRÊNCIA. 1. A interceptação telefônica, no nosso ordenamento jurídico, constitui uma exceção, porquanto somente é autorizada pela Constituição, na forma e nos casos previstos em lei e nos prazos ali determinados. 2. O Estado Democrático de direito não admite o aproveitamento de atos praticados por juiz incompetente, mesmo, segundo alguns, em nome da moralidade ou combate à criminalidade. 3. No caso epígrafe, as provas obtidas por meio de interceptações telefônicas, não possuem eficácia jurídica, www.trilhante.com.br 31 vez que deferidas por Juiz Estadual de plantão, em questões que eram de competência da Justiça Federal. 4. Ordem concedida para determinar o desentranhamento de toda aprova obtida por juízo incompetente. Cada Estado, e o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária com sede na respectiva Capital e varas localizadas segundo o estabelecido em lei. (ver Art. 110, CF/88). Nos territórios, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local (na forma da lei), (§º único do artigo 110). Competências dos Juízes Federais Art. 109. Compete ainda, aos juízes federais, processar e julgar: • Causas em que a União, autarquia ou empresa pública federal forem autoras, rés, as- sistentes ou oponentes, EXCETO: ações de falência, ações que versem sobre acidentes de trabalho, e ações que se sujeitam à Justiça Eleitoral ou à Justiça do Trabalho. • Causas entre Estado Estrangeiro ou Organismo Internacional versus Município ou pessoa residente ou domiciliada no País. • Causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado Estrangeiro ou Organis- mo Internacional. • Crimes políticos e infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou inter- esse da União (incluindo autarquias e empresas públicas), EXCETO: contravenções penais, causas sujeitas à Justiça Militar ou sujeitas à Justiça Eleitoral. • Crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando a execução do crime se iniciar no Brasil e o resultado tenha ocorrido ou devesse ter ocorrido no estrangeiro. • Causas relativas a direitos humanos. • Crimes contra a organização do trabalho e, nos casos expressos em lei, contra o sistema financeiro nacional e a ordem econômico-financeira. • Habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição (nesse caso, poderá mais de uma justiça julgar o caso, mas é faculdade de quem irá propor a ação escolher onde se haverá de distribui-la). • Os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, exceto quando for o caso de competência dos tribunais federais; • Crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, quando não forem competência da Justiça Militar; • Crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro; execução de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a homologação; causas refer- entes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; • Disputa sobre direitos indígenas. Foro Competente Causas em que a União for autora: serão aforadas (sairão do local/comarca onde estavam e irão para outro foro/comarca) na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte. www.trilhante.com.br 32 Causas contra a União: poderão ser aforadas na seção judiciária: • Em que for domiciliado o autor. • Onde houver ocorrido o ato/fato que deu origem à demanda. • Onde esteja situada a coisa; • No Distrito Federal. Causas em que for parte instituição de previdência social (INSS) e segurado: • Serão processadas e julgadas na Justiça Estadual, no foro do domicilio dos segurados ou beneficiários, sempre que a comarca não seja sede de vara de Juízo federal; • Recurso cabível: sempre será para o TRF na área de jurisdição do juiz de 1º grau. Deslocamento de Competência (art. 109, §5º, CF/88) Será realizado nos casos de grave violação de direitos humanos. O deslocamento de competência tem a finalidade de assegurar o cumprimentode obrigações de tratados internacionais de direitos humanos que o Brasil seja signatário. O PGR poderá suscitar, perante o STJ, o incidente de deslocamento de competência para o JF. www.trilhante.com.br 33 Órgãos (art. 111, CF/88) www.trilhante.com.br 34 Composição do TST (art. 111-A): www.trilhante.com.br 35 O § 2º do artigo 111-A fala que também funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: • A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, caben- do-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; • O Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema cujas decisões terão efeito vincu- lante. Competência do TST Compete ao TST processar e julgar, de forma originária, a reclamação para: • Preservação de sua competência; • Garantia da autoridade de suas decisões. Art. 112 CF/88. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. Nesse caso, imaginemos que, no interior do Estado do Acre, não exista uma vara do trabalho. Por conta disso, se existir uma comarca pequena com um juiz da justiça comum, a Justiça do Trabalho poderá investir esse juiz singular de jurisdição trabalhista. Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: www.trilhante.com.br 36 • Ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo (internacional) e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distri- to Federal e dos Municípios; • As ações que envolvam exercício do direito de greve; • Ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; • Os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita ao direito do trabalho; • Conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, CF/88 (competências do STF). • As ações de indenização por dano moral ou patrimonial decorrentes da relação de tra- balho; • Ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; • Execução, de ofício, das contribuições sociais, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; • Outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho. Atenção! NÃO compete à Justiça do Trabalho processar e julgar causas que envolvam o Poder Público e servidores estatutários, contudo, ela julga ações ajuizadas por empregados públicos, pois estes se submetem ao regime celetis- ta. Atenção! A JT é competente para julgar ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho para impor ao Poder Público a observância de normas que versem sobre saúde, higiene e segurança do trabalho. Atenção! Crimes contra a Organização do Trabalho devem ser julgados por juízes federais, e não juízes do trabalho! Negociação coletiva e arbitragem (art. 114, §§1º e 2º). Quando frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. Recusada as negociações coletivas ou a arbitragem, é facultado às partes (de comum acordo) ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a JT decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. Greve em atividade essencial (art. 114, §3º, CF/88). O MP do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à JT decidir o conflito, desde que haja possibilidade de lesão ao interesse público. www.trilhante.com.br 37 Composição dos Tribunais Regionais do Trabalho (art. 115, CF/88). Segundo o art. 115, da CF, o Tribunal Regional do Trabalho compõe-se de: • No mínimo, sete juízes, • Brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos • Recrutados, quando possível, na respectiva região Sendo que um quinto deve ser selecionado dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício. Os demais, devem ser selecionados mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente. Justiça Itinerante (art. 115, §1º, CF/88). Os TRTs instalarão a justiça itinerante, que será responsável por realizar audiência e demais funções da atividade jurisdicional onde estiver, nos limites territoriais da jurisdição que abrange, sempre se servindo de equipamentos públicos e comunitários para realização de suas atividades. Poderão, ainda, funcionar de forma descentralizada (formando Câmaras regionais) com a finalidade de assegurar o pleno acesso à justiça, em todas as fases do processo. A Justiça Eleitoral é uma Justiça especializada e faz parte do Judiciário Federal, com regras, organização e competências específicas, e com estrutura básica definida na Constituição Federal nos arts. 118 a 121. A seguir, enumeramos, numa escala hierárquica, os órgãos da Justiça Eleitoral: 1. Tribunal Superior Eleitoral: órgão de última instância da Justiça Eleitoral. Sediado na capital federal com jurisdição em todo o território nacional; 2. Tribunais Regionais Eleitorais: órgãos de 2ª instância da Justiça Eleitoral. Instalados em cada uma das capitais da Federação e também no Distrito Federal; 3. Juízes Eleitorais: atuam na 1ª instância da Justiça Eleitoral. Exercem o poder jurisdicional em suas respectivas zonas; 4. Juntas Eleitorais: órgãos colegiados de 1ª instância da Justiça Eleitoral. A ex- istência de uma Junta é temporária, provisória, considerando que é constituída apenas nas eleições. Exercem o poder jurisdicional em suas respectivas zonas Composição do TSE (art.119 CF/88) No mínimo, 7 membros, escolhidos mediante eleição pelo voto secreto: • 3 juízes serão escolhidos dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; • 2 juízes serão escolhidos dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça; www.trilhante.com.br 38 • 2 juízes, dentre 6 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal (Por nomeação do Presidente da República). O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça. Composição do TRE (art.120, § único CF/88) 7 Ministros, escolhidos mediante eleição, pelo voto secreto: • 2 juízes serão escolhidos dentre os desembargadores do TJ; • 2 juízes de direito serão escolhidos pelo TJ dos Estados; • 1 juiz do TRF de todas as regiões; • 2 juízes dentre 6 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo TJ (nomeados do Presidente da República). O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores do TJ dos Estados. A Constituição fala, no art. 121, que Lei Complementar disporá sobre a organização e a competência dos tribunais e juízes de direito das juntas eleitorais. O Código Eleitoral é uma lei ordinária, porém foi recepcionado pela CF de 1988, no que se refere ao capítulo sobre organização e competência, como lei complementar. Assim, o Código eleitoral possui natureza mista. Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os membros das juntas eleitorais, durante o exercício de suas funções e no que lhes for aplicável, gozarão de garantias plenas e serão inamovíveis (isto é, possuem as mesmas garantias dos juízes de direito, exceto a vitaliciedade). A CF dispõe ainda que os juízes dos tribunais eleitorais, salvo justificativa, servirão por 2 anos, no mínimo, e nunca por mais de 4 anos (2 biênios) consecutivos, sendo os substitutosescolhidos na mesma ocasião da eleição e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. Princípio da temporalidade: é o exercício da função eleitoral nos tribunais eleitorais é temporário. Mínimo de 2 anos consecutivos e máximo de 4 anos consecutivos. Decisões do TSE (art. 121, §3º, CF/88) Regra geral: as decisões são irrecorríveis, salvo as que contrariarem a CF ou as que dão ensejo a habeas corpus ou mandado de segurança. www.trilhante.com.br 39 Decisões do TREs (art. 121, §4º) Regra: somente caberá recurso quando: 1. forem proferidas decisões contra disposição expressa da CF ou lei, salvo os casos de competência do STF; 2. Quando ocorrer divergência na interpretação de lei entre 2 ou mais tribunais eleitorais; 3. versarem sobre inelegibilidade (impedimento a eleição), expedição de diplo- mas (investidura no mandato) nas eleições estaduais ou federais; 4. anularem diplomas ou decretarem a perda de mandado eletivo federal ou estadual; 5. denegarem MS, HC ou MI. Compõe-se do Superior Tribunal Militar (STM), com sede na capital federal e jurisdição em todo o território nacional, e dos Tribunais e Juízes Militares, com competência para processar e julgar os crimes militares previstos em lei. COMPOSIÇÃO Competência (art. 124, CF/88). Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei. Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar. Compete processar e julgar os crimes militares definidos no Código Penal Militar. www.trilhante.com.br 40 Competência (art. 124,§1º CF/88) A Justiça Estadual é integrante da Justiça comum, juntamente com a Justiça Federal. Sua competência é residual, ou seja, a Justiça Estadual tem como responsabilidade o julgamento de matérias que não sejam da competência dos demais segmentos do Judiciário – Federal, do Trabalho, Eleitoral e Militar. Portanto, reúne a maior parte das demandas que chega ao Judiciário, tendo em vista que se ocupa das questões mais comuns e diversas, tanto cíveis quanto criminais. Conforme a Constituição Federal, cada estado tem a atribuição de organizar a sua Justiça Estadual. Estrutura Do ponto de vista administrativo, a Justiça Estadual é estruturada em duas instâncias ou graus de jurisdição: integram o primeiro grau os juízes de Direito, as varas, os fóruns, o Júri (encarregado de julgar crimes dolosos contra a vida), os juizados especiais cíveis (encarregados das causas cíveis de menor complexidade e das infrações penais de menor potencial ofensivo) e criminais e suas turmas recursais (encarregadas de julgar recursos interpostos contra as decisões dos juizados especiais). Já o segundo grau da Justiça Estadual é representado pelos Tribunais de Justiça (TJs). Nele os magistrados são desembargadores, que têm entre as principais atribuições o julgamento de recursos interpostos contra decisões do primeiro grau. Representação de Inconstitucionalidade Estadual (art. 125, §2º, CF/88) Cabe aos Estados a representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual. Porém, é VEDADA a atribuição da legitimidade ativa para apenas 1 órgão. Justiça Militar Estadual (art. 125, §3º, CF/88) Poderá ser constituída por lei estadual, mediante proposta do TJ. Será constituída: 1) em 1º grau: por juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça; 2) Em 2º grau: pelo próprio TJ ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados quando o efetivo militar for superior a 20 mil integrantes. Competência da Justiça Militar Estadual (art. 125, §4º, CF/88) • Os militares dos Estados, nos crimes militares (definidos pelo Código Penal Militar); • As ações judiciais contra atos disciplinares militares; • Ressalvada a competência do júri, quando a vítima for civil; www.trilhante.com.br 41 • Cabendo ao tribunal competente da JME decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação dos praças. Compete, também aos juízes de direito do juízo militar, processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares. Tribunais de Justiça (art.125, §6º e 7º, CF/88) O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de se assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (§6º) O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (§7º). Questões agrárias (art. 126, CF/88). Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas com competência exclusiva para questões agrárias. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio. www.trilhante.com.br /trilhante /trilhante /trilhante Poder Judiciário - Órgãos http://www.facebook.com/trilhante http://www.instagram.com/trilhante http://www.facebook.com/trilhante http://instagram.com/trilhante http://www.youtube.com/trilhante
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