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Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 1 Biologia Celular Os Compartimentos Intracelulares distinguem-se pela sua morfologia e estrutura • Possuem um conjunto próprio de ferramentas moleculares para realizarem determinada(s) função(ões). As Proteínas são essenciais para o desempenho destas funções (especialização funcional) • Exceptuando algumas poucas proteínas sintetizadas nas Mitocôndrias e Plastídeos, todas as outras são sintetizadas por ribossomas livres no Citosol ou ligados ao Retículo Endoplasmático. Tráfego Selectivo de Proteínas ou Segregação de Proteínas Biologia Celular • Uma célula animal típica contém ca. de 10 biliões de proteínas, das quais 10.000 a 20.000 desempenham funções distintas. • Todas estas proteínas têm que chegar ao destino correcto para que a célula funcione. • Os mecanismos envolvidos no transporte intracelular das proteínas e na sua correcta distribuição pelos compartimentos a que pertencem constitui Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 2 Lodish et al., 2008 Destinos das proteínas elaboradas pela célula: Biologia Celular • A maioria das proteínas são sintetizadas nos ribossomas citosólicos e muitas permanecem no citosol. • Outras são transportadas para: - Incorporação em compartimentos intracelulares - Integração em membranas - Exportação (exterior celular) Como se explica o Tráfego Selectivo de Proteínas, ou seja, que uma dada proteína, após a sua síntese, saiba para onde se deve dirigir? Biologia Celular Informação codificada em sequências especiais de aminoácidos da própria cadeia polipeptídica Sequências de endereçamento ou Sequências sinalizadoras Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 3 Tipos de sinais de endereçamento nas proteínas Alberts et al., 2002 Biologia Celular Sequências sinais (A) e Configurações sinais (B) Reconhecidas por Proteínas Receptoras complementares Extremo N Extremo C Sequências Sinalizadoras • Sequências de selecção/transferência Translocação de proteínas para compartimentos celulares • Sequências de endereçamento para o RER Proteínas de secreção • Sequências de paragem de transferência • Sequências de ancoragem Integração de proteínas em biomembranas Biologia Celular ou Sequências stop Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 4 MECANISMOS DE TRANSPORTE DAS PROTEÍNAS Transporte Pós-traducional: Biologia Celular O transporte das proteínas só ocorre após a sua síntese completa por ribossomas livres no citosol. (proteínas nucleares, mitocondriais, cloroplastidiais e peroxissómicas) Cooper & Hausman, 2009 MECANISMOS DE TRANSPORTE DAS PROTEÍNAS Transporte Co-traducional: Biologia Celular O transporte das proteínas ocorre em simultâneo com a sua tradução por ribossomas ligados ao retículo endoplasmático. (proteínas da via da secreção) Cooper & Hausman, 2009 Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 5 Tráfego Selectivo de Proteínas Alberts et al., 2002 Biologia Celular Transporte vesicular entre compartimentos intracelulares (topologicamente equivalentes mas sem continuidade espacial) Alberts et al., 2002 Biologia Celular Compartimento dador Compartimento alvo Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 6 Transporte nucleo-citoplasmático Alberts et al., 2002 Biologia Celular A cada minuto ocorre um tráfego bidirecional de milhares de moléculas através dos poros nucleares: • Importação: histonas, laminas, DNA e RNA polimerases, proteínas reguladoras dos genes, proteínas ribossómicas … • Exportação: mRNAs, tRNAs, subunidades ribossómicas … • Importação + Exportação: proteínas vaivém. Experiência demonstrativa da função do “sinal de localização nuclear (NLS)” Acumulação Selectiva de Proteínas no Núcleo Biologia Celular O primeiro sinal cariofílico a ser mapeado com detalhe foi o do antigénio T do vírus simiano 40 (SV40) ���� proteína que inicia a replicação do DNA viral nas células infectadas (Alberts et al., 2002) Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 7 Proteínas importadas para o núcleo possuem um Sinal de Localização Nuclear (NLS) Cooper & Hausman, 2009 Biologia Celular • Pequena sequência linear de aminoácidos básicos que forma uma sequência sinal (mais raro; ex. Antigénio T) • Sequência bipartida de aminoácidos básicos que forma uma configuração sinal (mais frequente; ex. Nucleoplasmina) Proteínas exportadas do núcleo possuem um Sinal de Exportação Nuclear (NES) – sequência de aminoácidos rica em leucina - para além do NLS Sinais cariofílicos Características do transporte das proteínas cariofílicas: • A proteína é sintetizada por ribossomas livres no citosol • O transporte ocorre através de um “canal” hidrofílico (poro nuclear) • A proteína é transportada na sua conformação final • O transporte da proteína requer energia (GTP) • O “sinal cariofílico” não é clivado após a entrada da proteína no núcleo Biologia Celular Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 8 Receptores de Importação Nuclear (Importinas) (Alberts et al., 2002) Biologia Celular na Exportação Nuclear intervêm Exportinas Os sinais cariofílicos são reconhecidos por Receptores Proteicos que dirigem o transporte de proteínas através dos poros nucleares A proteína Ran regula o transporte nucleo-citoplasmático Alberts et al., 2002 Biologia Celular • Pequena GTPase presente em todos os Eucariotas (catalisa a hidrólise do GTP) • Existe no núcleo como Ran-GTP e no citosol como Ran-GDP • A diferente distribuição da proteína Ran deve-se à diferente localização das suas proteínas reguladoras: Ran-GAP e Ran-GEF • Ran-GAP – Proteína activadora da GTPase (induz a proteína Ran a hidrolisar o GTP) • Ran-GEF – Factor de troca da guanosina (induz a Ran-GDP a trocar o GDP por GTP) Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 9 Importação das proteínas cariofílicas (Cooper & Hausman, 2009) Biologia Celular • No citosol, o NLS de uma proteína cargo é reconhecido pela sua importina e esta liga-se a ele. • A importina com o cargo reconhece e liga-se a nucleoporinas das fibrilas citoplasmáticas e, após ligações sequenciais sucessivas, o complexo é translocado através do tampão central. • No nucleoplasma, a Ran-GTP liga-se à importina, o que obriga esta a alterar a sua conformação e a libertar o seu cargo. Papel da proteína Ran na libertação e ligação do cargo Alberts et al., 2002 Biologia Celular Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 10 Importação das proteínas cariofílicas Biologia Celular • O complexo Importina + Ran-GTP é exportado para o citosol e, à saída dos poros, a Ran-GTP é estimulada a hidrolisar o seu GTP quando contacta com a Ran-GAP. • A transformação de Ran-GTP em Ran-GDP obriga à libertação da importina, a qual fica pronta para uma nova importação. • A Ran-GDP retorna ao núcleo onde a Ran-GEF induz a troca do seu GDP por GTP, tornando a proteína Ran novamente activa. (Cooper & Hausman, 2009) Exportação de proteínas cariofílicas Biologia Celular • O reconhecimento do NES e a ligação da exportina à proteína cargo só ocorre após a exportina se ligar à Ran-GTP. • À saída dos poros, a Ran-GAP estimula a Ran-GTP a hidrolisar o seu GTP e a transformação de Ran-GTP em Ran-GDP leva à dissociação de todo o complexo trimolecular. (Cooper & Hausman, 2009) • A exportina ligada ao cargo e à Ran- GTP reconhece e liga-se a nucleoporinas das fibrilas nucleoplásmicas; após ligações sequenciais sucessivas, o complexo é translocado através do tampão central. Prof. Augusto Dinis BIOLOGIA CELULAR 11 Exportação de proteínas cariofílicas Biologia Celular (Cooper & Hausman, 2009) • A exportina é importada parao núcleo, para completar o ciclo e poder intervir em nova exportação. • Após se desligarem da exportina, o cargo é deixado livre no citosol e a Ran- GDP regressa ao núcleo onde a Ran- GEF induz a troca do seu GDP por GTP, tornando a Ran novamente activa. Importação e Exportação de Proteínas Cariofílicas Alberts et al., 2002 Biologia Celular
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