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05-Trafego selectivo de proteinas-Nucleo 2012

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Prof. Augusto Dinis
BIOLOGIA CELULAR 1
Biologia Celular
Os Compartimentos Intracelulares distinguem-se pela 
sua morfologia e estrutura
• Possuem um conjunto próprio de ferramentas moleculares 
para realizarem determinada(s) função(ões).
As Proteínas são essenciais para o desempenho destas 
funções (especialização funcional)
• Exceptuando algumas poucas proteínas sintetizadas 
nas Mitocôndrias e Plastídeos, todas as outras são 
sintetizadas por ribossomas livres no Citosol ou ligados 
ao Retículo Endoplasmático.
Tráfego Selectivo de Proteínas 
ou Segregação de Proteínas
Biologia Celular
• Uma célula animal típica contém ca. de 10 biliões de proteínas, 
das quais 10.000 a 20.000 desempenham funções distintas.
• Todas estas proteínas têm que chegar ao destino correcto para 
que a célula funcione.
• Os mecanismos envolvidos no transporte intracelular das 
proteínas e na sua correcta distribuição pelos compartimentos 
a que pertencem constitui
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BIOLOGIA CELULAR 2
Lodish et al., 2008
Destinos das proteínas elaboradas pela célula:
Biologia Celular
• A maioria das proteínas são sintetizadas nos ribossomas citosólicos e 
muitas permanecem no citosol.
• Outras são transportadas para:
- Incorporação em compartimentos 
intracelulares
- Integração em membranas
- Exportação (exterior celular)
Como se explica o Tráfego Selectivo de 
Proteínas, ou seja, que uma dada proteína, após 
a sua síntese, saiba para onde se deve dirigir?
Biologia Celular
Informação codificada em sequências especiais 
de aminoácidos da própria cadeia polipeptídica
Sequências de endereçamento 
ou
Sequências sinalizadoras
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BIOLOGIA CELULAR 3
Tipos de sinais de endereçamento nas proteínas
Alberts et al., 2002
Biologia Celular
Sequências sinais (A) e Configurações sinais (B)
Reconhecidas por Proteínas Receptoras complementares
Extremo N Extremo C
Sequências Sinalizadoras
• Sequências de selecção/transferência Translocação de proteínas
para compartimentos celulares
• Sequências de endereçamento para o RER Proteínas de secreção
• Sequências de paragem de transferência
• Sequências de ancoragem
Integração de proteínas 
em biomembranas
Biologia Celular
ou Sequências stop
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BIOLOGIA CELULAR 4
MECANISMOS DE TRANSPORTE DAS PROTEÍNAS
Transporte Pós-traducional:
Biologia Celular
O transporte das proteínas só 
ocorre após a sua síntese completa 
por ribossomas livres no citosol.
(proteínas nucleares, mitocondriais, 
cloroplastidiais e peroxissómicas)
Cooper & Hausman, 2009
MECANISMOS DE TRANSPORTE DAS PROTEÍNAS
Transporte Co-traducional:
Biologia Celular
O transporte das proteínas 
ocorre em simultâneo com a sua 
tradução por ribossomas ligados 
ao retículo endoplasmático.
(proteínas da via da secreção)
Cooper & Hausman, 2009
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BIOLOGIA CELULAR 5
Tráfego Selectivo de Proteínas
Alberts et al., 2002
Biologia Celular
Transporte vesicular 
entre compartimentos 
intracelulares 
(topologicamente equivalentes 
mas sem continuidade espacial)
Alberts et al., 2002
Biologia Celular
Compartimento dador
Compartimento alvo
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BIOLOGIA CELULAR 6
Transporte nucleo-citoplasmático
Alberts et al., 2002
Biologia Celular
A cada minuto ocorre um tráfego bidirecional
de milhares de moléculas através dos poros
nucleares:
• Importação: histonas, laminas, DNA e RNA polimerases, 
proteínas reguladoras dos genes, proteínas ribossómicas …
• Exportação: mRNAs, tRNAs, subunidades ribossómicas …
• Importação + Exportação: proteínas vaivém.
Experiência demonstrativa da função do “sinal de localização nuclear (NLS)”
Acumulação Selectiva de Proteínas no Núcleo
Biologia Celular
O primeiro sinal cariofílico a ser mapeado com detalhe foi o do antigénio T do vírus simiano 
40 (SV40) ���� proteína que inicia a replicação do DNA viral nas células infectadas
(Alberts et al., 2002)
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BIOLOGIA CELULAR 7
Proteínas importadas para o núcleo possuem um Sinal de Localização Nuclear (NLS)
Cooper & Hausman, 2009
Biologia Celular
• Pequena sequência linear de 
aminoácidos básicos que forma 
uma sequência sinal
(mais raro; ex. Antigénio T)
• Sequência bipartida de 
aminoácidos básicos que forma 
uma configuração sinal 
(mais frequente; ex. Nucleoplasmina)
Proteínas exportadas do núcleo possuem um Sinal de Exportação Nuclear (NES) –
sequência de aminoácidos rica em leucina - para além do NLS
Sinais cariofílicos
Características do transporte das proteínas cariofílicas:
• A proteína é sintetizada por ribossomas livres no citosol
• O transporte ocorre através de um “canal” hidrofílico
(poro nuclear)
• A proteína é transportada na sua conformação final
• O transporte da proteína requer energia (GTP)
• O “sinal cariofílico” não é clivado após a entrada da 
proteína no núcleo
Biologia Celular
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BIOLOGIA CELULAR 8
Receptores de Importação Nuclear (Importinas)
(Alberts et al., 2002)
Biologia Celular
na Exportação Nuclear intervêm Exportinas
Os sinais cariofílicos são reconhecidos por Receptores Proteicos que 
dirigem o transporte de proteínas através dos poros nucleares
A proteína Ran regula o transporte nucleo-citoplasmático
Alberts et al., 2002
Biologia Celular
• Pequena GTPase presente 
em todos os Eucariotas
(catalisa a hidrólise do GTP)
• Existe no núcleo como 
Ran-GTP e no citosol como 
Ran-GDP
• A diferente distribuição da 
proteína Ran deve-se à 
diferente localização das 
suas proteínas reguladoras: 
Ran-GAP e Ran-GEF
• Ran-GAP – Proteína activadora da GTPase (induz a proteína Ran a hidrolisar o GTP)
• Ran-GEF – Factor de troca da guanosina (induz a Ran-GDP a trocar o GDP por GTP)
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BIOLOGIA CELULAR 9
Importação das proteínas cariofílicas
(Cooper & Hausman, 2009)
Biologia Celular
• No citosol, o NLS de uma proteína 
cargo é reconhecido pela sua importina
e esta liga-se a ele.
• A importina com o cargo reconhece e 
liga-se a nucleoporinas das fibrilas 
citoplasmáticas e, após ligações 
sequenciais sucessivas, o complexo é 
translocado através do tampão central.
• No nucleoplasma, a Ran-GTP liga-se 
à importina, o que obriga esta a alterar 
a sua conformação e a libertar o seu 
cargo.
Papel da proteína Ran na libertação e ligação do cargo
Alberts et al., 2002
Biologia Celular
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BIOLOGIA CELULAR 10
Importação das proteínas cariofílicas
Biologia Celular
• O complexo Importina + Ran-GTP é 
exportado para o citosol e, à saída dos 
poros, a Ran-GTP é estimulada a 
hidrolisar o seu GTP quando contacta 
com a Ran-GAP.
• A transformação de Ran-GTP em 
Ran-GDP obriga à libertação da 
importina, a qual fica pronta para uma 
nova importação.
• A Ran-GDP retorna ao núcleo onde a 
Ran-GEF induz a troca do seu GDP 
por GTP, tornando a proteína Ran
novamente activa. 
(Cooper & Hausman, 2009)
Exportação de proteínas cariofílicas
Biologia Celular
• O reconhecimento do NES e a ligação 
da exportina à proteína cargo só ocorre 
após a exportina se ligar à Ran-GTP.
• À saída dos poros, a Ran-GAP 
estimula a Ran-GTP a hidrolisar o seu 
GTP e a transformação de Ran-GTP em 
Ran-GDP leva à dissociação de todo o 
complexo trimolecular.
(Cooper & Hausman, 2009)
• A exportina ligada ao cargo e à Ran-
GTP reconhece e liga-se a nucleoporinas
das fibrilas nucleoplásmicas; após 
ligações sequenciais sucessivas, o 
complexo é translocado através do 
tampão central.
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BIOLOGIA CELULAR 11
Exportação de proteínas cariofílicas
Biologia Celular
(Cooper & Hausman, 2009)
• A exportina é importada parao núcleo, 
para completar o ciclo e poder intervir 
em nova exportação.
• Após se desligarem da exportina, o 
cargo é deixado livre no citosol e a Ran-
GDP regressa ao núcleo onde a Ran-
GEF induz a troca do seu GDP por GTP, 
tornando a Ran novamente activa. 
Importação e Exportação de Proteínas Cariofílicas
Alberts et al., 2002
Biologia Celular

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