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Tecnicas e Praticas Construtivas Da Implantacao ao Acabamento

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Prévia do material em texto

PB 1
Júlio César Pereira Salgado
Técnicas e Práticas Construtivas:
da Implantação ao Acabamento
1ª Edição
www.editoraerica.com.br
2 3Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Salgado, Júlio César Pereira
 Técnicas e práticas construtivas : da implantação ao acabamento / Júlio César Pereira Salgado. -- 1. ed. -- São Paulo : 
Érica, 2014.
    Bibliografia.
 ISBN 978-85-365-0687-6 
 1. Canteiro de obras 2. Construção 3. Engenharia civil I. Título.
14-01179 CDD-624
 
Índices para catálogo sistemático: 
1. Construção civil : Engenharia 624
Copyright © 2014 da Editora Érica Ltda.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem prévia autorização 
da Editora Érica. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal.
Coordenação Editorial: Rosana Arruda da Silva 
Capa: Maurício S. de França
Edição de Texto: Beatriz M. Carneiro, Bruna Gomes Cordeiro, Carla de Oliveira Morais Tureta, 
 Juliana Ferreira Favoretto, Nathalia Ferrarezi, Silvia Campos
Preparação de texto e Editoração: Triall Composição Editorial Ltda
Produção Editorial: Adriana Aguiar Santoro, Alline Bullara, Dalete Oliveira, Graziele Liborni, 
 Laudemir Marinho dos Santos, Rosana Aparecida Alves dos Santos, Rosemeire Cavalheiro
O Autor e a Editora acreditam que todas as informações aqui apresentadas estão corretas e podem ser utilizadas para qualquer fim legal. 
Entretanto, não existe qualquer garantia, explícita ou implícita, de que o uso de tais informações conduzirá sempre ao resultado desejado. 
Os nomes de sites e empresas, porventura mencionados, foram utilizados apenas para ilustrar os exemplos, não tendo vínculo nenhum com 
o livro, não garantindo a sua existência nem divulgação. Eventuais erratas estarão disponíveis para download no site da Editora Érica.
Conteúdo adaptado ao Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em execução desde 1º de janeiro de 2009.
A ilustração de capa e algumas imagens de miolo foram retiradas de <www.shutterstock.com>, empresa com a qual se mantém contrato 
ativo na data de publicação do livro. Outras foram obtidas da Coleção MasterClips/MasterPhotos© da IMSI, 100 Rowland Way, 3rd floor 
Novato, CA 94945, USA, e do CorelDRAW X5 e X6, Corel Gallery e Corel Corporation Samples. Copyright© 2013 Editora Érica, Corel 
Corporation e seus licenciadores. Todos os direitos reservados. 
Todos os esforços foram feitos para creditar devidamente os detentores dos direitos das imagens utilizadas neste livro. Eventuais omissões 
de crédito e copyright não são intencionais e serão devidamente solucionadas nas próximas edições, bastando que seus proprietários conta-
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Conhecendo melhor os leitores e suas preferências, vamos produzir títulos que atendam suas necessidades.
Contato com o editorial: editorial@editoraerica.com.br
Editora Érica Ltda. | Uma Empresa do Grupo Saraiva
Rua São Gil, 159 - Tatuapé
CEP: 03401-030 - São Paulo - SP
Fone: (11) 2295-3066 - Fax: (11) 2097-4060
www.editoraerica.com.br
2 3
Agradecimentos
O agradecimento mais importante é para a minha esposa, por ter participado da elaboração 
deste livro com palavras de entusiasmo e otimismo. 
Aos meus filhos Thaís e Lucas, pela torcida por um bom trabalho realizado.
Agradeço com o mesmo entusiasmo Àquele que nos arquiteta e nos inspira em nosso dia a dia.
Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, câmpus Caraguatatuba, pelo incentivo.
4 5Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento 
Sobre o autor
Julio Salgado é natural da cidade de Pindamonhangaba (SP), nascido em 1957. É técnico em 
Edificações. Iniciou seu aprendizado na área da construção civil em 1975, trabalhando em obras 
residenciais. Graduou-se em Engenharia Civil pela Universidade de Taubaté SP, em 1984. Atuou pre-
dominantemente em diversas obras de médio porte na construção de pré-moldados, o que direta-
mente envolve um contato com diversas máquinas e equipamentos voltados à produção e à manu-
tenção industrial, sempre à frente da execução dos serviços até o ano de 2003.
A partir de 1979 teve início – sempre que as atividades profissionais o permitissem – sua expe-
riência didática no Ensino Médio, e desde o ano de 2003 vem se dedicando à educação, concluindo 
seu mestrado em Ciências da Educação em 2009, especialização em Gestão Pública em 2013, e atu-
ando como professor na área da Construção Civil pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tec-
nologia, atualmente no campus de Caraguatatuba-SP.
É autor de outros livros na área da Construção Civil: Técnicas e práticas construtivas, Gestão 
para mestre de obras e Instalações hidráulicas, todos pela Editora Érica.
Maiores informações no Curriculum lattes: http://lattes.cnpq.br/1430239114574747
4 5
Sumário
Capítulo 1 - Preparativos Iniciais .................................................................................. 11
1.1 Conceito .........................................................................................................................................................11
1.2 Classificação das construções quanto ao uso ............................................................................................12
1.3 Fases da obra ..................................................................................................................................................12
1.4 Instalações provisórias .................................................................................................................................16
Agora é com você! ...............................................................................................................................................22
Capítulo 2 - Implantação da Obra ................................................................................ 23
2.1 Locação ...........................................................................................................................................................23
2.2 Movimento de terra ......................................................................................................................................27
2.3 Segurança e cuidados nas escavações .........................................................................................................29
2.4 Escoramentos ................................................................................................................................................29
Agora é com você! ...............................................................................................................................................30
Capítulo 3 - Fundações .............................................................................................. 31
3.1 Fundações ou infraestrutura .......................................................................................................................31
3.2 Fundações superficiais .................................................................................................................................32
3.3 Fundações profundas ...................................................................................................................................36
Agora é com você! ...............................................................................................................................................40
Capítulo 4 - Impermeabilização .................................................................................... 41
4.1 Conceito .........................................................................................................................................................414.2 Nomenclatura usual ......................................................................................................................................42
4.3 Classificação dos impermeabilizantes ........................................................................................................43
4.4 Tipos de impermeabilização ........................................................................................................................44
4.5 Proteção mecânica ........................................................................................................................................47
4.6 Cuidados na execução de impermeabilizações .........................................................................................47
Agora é com você! ...............................................................................................................................................48
Capítulo 5 - Concreto ................................................................................................. 49
5.1 Concreto .........................................................................................................................................................49
5.2 Tipos de concreto ..........................................................................................................................................49
5.3 Componentes do concreto ...........................................................................................................................51
5.4 Aditivos ..........................................................................................................................................................52
5.5 Mistura do concreto .....................................................................................................................................55
6 7Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento 
5.6 Aplicação do concreto ..................................................................................................................................57
5.7 Cura do concreto ..........................................................................................................................................62
5.8 Equipamentos auxiliares ..............................................................................................................................63
Agora é com você! ...............................................................................................................................................64
Capítulo 6 - Formas e Escoramentos ............................................................................ 65
6.1 Conceito ........................................................................................................................................................65
6.2 Materiais para execução de fôrmas .............................................................................................................66
6.3 Tipos de fôrmas .............................................................................................................................................67
6.4 Nomenclaturas usuais para fôrmas de madeira ........................................................................................67
6.5 Exemplos de montagem de fôrmas e escoramentos .................................................................................69
6.6 Considerações gerais sobre fôrmas .............................................................................................................73
6.7 Prego ...............................................................................................................................................................75
Agora é com você! ...............................................................................................................................................76
Capítulo 7 - Armação ................................................................................................. 77
7.1 Conceito .........................................................................................................................................................77
7.2 Categoria e classes .........................................................................................................................................77
7.3 Cobrimento da armadura ............................................................................................................................78
7.4 Armação típica das peças estruturais .........................................................................................................79
7.5 Interpretação das nomenclaturas em projeto ............................................................................................80
7.6 Tabela de resumo de aço ..............................................................................................................................81
7.7 Comercialização ............................................................................................................................................82
7.8 Arames para amarração ...............................................................................................................................82
7.9 Ilustrações de corte, dobra e montagem ....................................................................................................83
7.10 Planejamento de corte ................................................................................................................................84
7.11 Cuidados ......................................................................................................................................................84
7.12 Telas soldadas para concreto armado ......................................................................................................85
Agora é com você! ...............................................................................................................................................87
Capítulo 8 - Alvenarias ............................................................................................... 89
8.1 Conceito de alvenaria ...................................................................................................................................89
8.2 Aspectos construtivos de uma alvenaria ....................................................................................................90
8.3 Projeto de uma alvenaria .............................................................................................................................91
8.4 Tipos de elementos de alvenaria .................................................................................................................91
8.5 Argamassa de assentamento ........................................................................................................................94
8.6 Consumo ........................................................................................................................................................95
6 7
8.7 Execução das alvenarias ...............................................................................................................................95
Agora é com você! .............................................................................................................................................102
Capítulo 9 - Gesso Acartonado – Sistema Drywall ....................................................... 103
9.1 Sistema drywall - Conceito ........................................................................................................................103
9.2 Tipos de chapas de gesso acartonado .......................................................................................................104
9.3 Utilizações e propriedades .........................................................................................................................1059.4 Revestimento ...............................................................................................................................................105
9.5 Instalações embutidas ................................................................................................................................106
9.6 Cuidados ......................................................................................................................................................106
Agora é com você! .............................................................................................................................................106
Capítulo 10 - Laje Pré-Moldada – Uso Residencial ........................................................ 107
10.1 Conceito geral ...........................................................................................................................................107
10.2 Montagem ..................................................................................................................................................108
10.3 Armação de distribuição ..........................................................................................................................110
10.4 Espessura da laje pré-fabricada ...............................................................................................................110
10.5 Instalações embutidas ..............................................................................................................................110
10.6 EPS – Poliestireno expandido .................................................................................................................111
10.7 Cuidados com a laje pré-moldada ..........................................................................................................111
Agora é com você! .............................................................................................................................................112
Capítulo 11 - Cobertura ............................................................................................ 113
11.1 Cobertura ...................................................................................................................................................113
11.2 Estrutura da cobertura .............................................................................................................................114
11.3 Medidas usuais para cobertura em telhas cerâmicas ...........................................................................115
11.4 Ponto do telhado .......................................................................................................................................115
11.5 Tipos de emendas em vigas de madeira ................................................................................................116
11.6 Sambladuras ..............................................................................................................................................117
11.7 Estrutura do telhado .................................................................................................................................118
11.8 Colocação das telhas e acabamento ........................................................................................................119
11.9 Tipos de telhas ...........................................................................................................................................119
11.10 Calhas e condutores ................................................................................................................................124
11.11 Cuidados na execução e manutenção de um telhado ........................................................................125
Agora é com você! .............................................................................................................................................126
8 9Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento 
Capítulo 12 - Esquadrias .......................................................................................... 127
12.1 O que é esquadria? ....................................................................................................................................127
12.2 Componentes de uma esquadria ............................................................................................................128
12.3 Materiais utilizados...................................................................................................................................128
12.4 Tipos de esquadrias ..................................................................................................................................129
12.5 Medidas usuais das portas e janelas .......................................................................................................132
12.6 Assentamento ............................................................................................................................................133
12.7 Uso de contramarcos ................................................................................................................................136
12.8 Ferragens e acessórios ..............................................................................................................................136
12.9 Vidros .........................................................................................................................................................136
Agora é com você! .............................................................................................................................................138
Capítulo 13 - Revestimentos ..................................................................................... 139
13.1 O que é revestimento de uma obra? .......................................................................................................139
13.2 Revestimentos mais comuns ...................................................................................................................139
Agora é com você! .............................................................................................................................................148
Capítulo 14 - Pintura ................................................................................................ 149
14.1 Por que a pintura? .....................................................................................................................................149
14.2 Sistema de pintura ....................................................................................................................................150
14.3 Componentes de uma tinta .....................................................................................................................150
14.4 Tipos de tinta e complementos ...............................................................................................................151
14.5 Preparo da superfície para pintura .........................................................................................................152
14.6 Defeitos na pintura ...................................................................................................................................155
14.7 Recomendações gerais .............................................................................................................................156
Agora é com você! .............................................................................................................................................156
Capítulo 15 - Máquinas e Equipamentos ..................................................................... 157
15.1 Definições ..................................................................................................................................................157
15.2 Manutenção ...............................................................................................................................................15815.3 Ferramentas mínimas ..............................................................................................................................158
15.4 Ferramentas e máquinas – Orientações gerais .....................................................................................159
15.5 Ferramentas de corte – Orientações gerais ...........................................................................................160
15.6 Normas pertinentes ..................................................................................................................................160
15.7 Ferramentas e máquinas – Figuras ilustrativas .....................................................................................161
Anexo 1 ................................................................................................................. 163
Bibliografia ............................................................................................................ 167
8 9
Apresentação
O livro Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento se refere a serviços 
abordados no dia a dia da construção civil oferecendo um aprendizado de forma fácil, agradável e 
acessível. Os assuntos estão abordados em etapas sequenciais na execução dos trabalhos. São eles:
Capítulo 1 – Preparativos iniciais: tem por finalidade dar um conhecimento das diferentes eta-
pas de uma obra bem como mostrar os conceitos de um canteiro de obras.
Capítulo 2 – Implantação da obra: está voltada aos aspectos gerais da implantação de um can-
teiro de obras partindo da locação da construção até a os cuidados com a movimentação de terras e 
nas escavações para as fundações.
Capítulo 3 – Fundações: aborda os principais tipos de fundações e seus modos de execução. Os 
cuidados nas suas execuções são também abordados.
Capítulo 4 – Impermeabilização: são feitas considerações sobre a sua importância e os tipos 
principais bem como a sua aplicação.
Capítulo 5 – Concreto: explica os diferentes tipos de concreto, sua execução e os cuidados que 
se deve ter na sua aplicação.
Capítulo 6 – Formas e escoramentos: aborda os princípios da execução das formas para con-
creto, seus escoramentos e seus cuidados na execução.
Capítulo 7 – Armação: apresenta o porquê das armaduras no concreto, sua execução e cuidados.
Capítulo 8 – Alvenaria: são apresentados os principais tipos de alvenaria, suas funções e suas 
execuções.
Capítulo 9 – Gesso acartonado (Sistema Drywall): é apresentado o sistema de construção a 
seco como alternativa para divisões de ambientes.
Capítulo 10 – Laje pré-moldada: são considerados neste capítulo sua estrutura e montagem.
Capítulo 11 – Cobertura: são considerados neste capítulo os princípios da execução de uma 
cobertura com suas estruturas básicas tanto para telhas de cerâmica como para telhas de cimento 
amianto.
Capítulo 12 – Esquadrias: são apresentados os diferentes tipos de esquadrias, suas funções e a 
suas instalações na obra.
Capítulo 13 – Revestimentos: detalha suas funções e importância e seus diferentes sistemas de 
execução em pisos e paredes
Capítulo 14 – Pintura: sua importância é aqui mostrada e seus diferentes sistemas de aplicação 
para diversos substratos.
PB10 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento 
Capítulo 15 – Máquinas e equipamentos: são mostrados os principais equipamentos e os crité-
rios para manutenção.
Capítulo 16 – Normas técnicas: são listadas as principais normas técnicas da ABNT.
O autor
11PB
1
Preparativos Iniciais
Neste capítulo serão abordados os aspectos básicos para o início de uma obra, inclusive a verifi ca-
ção do terreno, as principais etapas de uma construção, e suas instalações provisórias.
Para começar
1.1 Conceito
Este trabalho visa à informação e à correta aplicação dos diferentes materiais empregados em 
uma construção, sem, no entanto, se preocupar com as suas características físico-químicas, assunto 
que é específi co de outras fontes e publicações. 
Um aspecto importante que não será esquecido é a aplicação de novas tecnologias em um pro-
cesso construtivo, sem deixar de considerar os processos práticos e importantes que auxiliam muito 
as tarefas do dia a dia de uma obra.
É também necessário ter em mente que uma obra passa por diferentes etapas construtivas, 
e que as construções têm características próprias e requerem, em maior ou menor grau, diferentes 
especializações que vão infl uenciar no tempo de execução, na qualidade, na segurança e no acaba-
mento, refl etindo, assim, no processo de entrega e uso fi nal da edifi cação.
Mobile User
1312 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento
1.2 Classificação das construções quanto ao uso
A classificação mais significativa das construções e seus usos:
1) Obras industriais
2) Obras comerciais
3) Obras rurais
4) Obras rodoviárias
5) Obras ferroviárias
6) Obras portuárias
7) Obras aeroportuárias
8) Obras especiais
9) Obras temporárias
10) Obras de arte
11) Obras mistas
12) Obras subterrâneas 
13) Obras aquáticas
14) Monumentos
1.3 Fases da obra
É importante para um profissional da construção civil distinguir rapidamente as diferentes fases de 
uma obra, independentemente de seu tipo e seu uso. A seguir encontram-se as principais dessas fases:
1.3.1 Verificação do terreno e sondagem
De posse dos projetos necessários, é importante verificar o terreno onde a obra será edificada, 
tentando observar todas as implicações e facilidades, desde a existência de água superficial, rochas e 
pedras, acessos, árvores, matagal, animais, construções vizinhas, existência de rede de abastecimento 
de água (e sua capacidade), energia elétrica (e sua capacidade), rede de telefone, declividade etc.
Tais verificações se fazem necessárias para um perfeito planejamento, instalação de um can-
teiro de obras e contribuição do sucesso do empreendimento.
1.3.2 Projeto
É o principal elemento de trabalho de um profissional da construção. É nele que as informa-
ções de execução estão inseridas, tais como:
 » Locação: é a orientação do posicionamento da obra em relação a determinado ponto ou 
lugar.
 » Planta baixa (executiva/arquitetura): desenho com as informações básicas tais como cotas 
horizontais, destinação dos cômodos, materiais de acabamento, peças dos mobiliários ou 
de instalações, entre outros.
 » Cortes: é onde se encontram as informações não representadas em planta baixa, tais como 
as medidas verticais e outros detalhes.
 » Fachada: são os desenhos dos detalhes e aspectos finais da obra.
1312 Preparativos iniciais
 » Urbanização: representa os detalhes de acabamento externo, por exemplo, o ajardina-
mento.
 » Instalações: são vários projetos, conforme a obra, onde se verificam os detalhes de instala-
ções hidrossanitárias, elétricas, incêndio, telefonia etc.
 » Memorial de especificações (memorial descritivo): é o caderno em que se encontram, por 
escrito, todos os detalhes, materiais e especificações a serem empregados na obra.
1.3.3 Implantação da obra e locação
Muitas vezes, durante a implantação do canteiro de obras, tem início a obra principal. Nessa 
etapa são verificados os primeiros movimentos de terra, sempre que necessários, acompanhados 
pelos responsáveis pela marcação (topógrafos) dos principais pontos (Referência de Nível = RN).
As marcações das Referências de Níveis se fazem necessárias, porque a partir desses pontos a 
obra será demarcada seja quanto às medidas horizontais (comprimentos e larguras), seja quanto às 
medidas verticais (alturas). E, o mais importante, é que os RNs sejam o mais preciso possível e devi-
damente protegidos quanto à sua destruição e a seus deslocamentos.
O canteiro de obras, por mais simples que seja, é o local da obra onde serão executados todos 
os trabalhos intermediários e preparativos para a obra, além de ser o local destinado aos depósi-
tos de materiais e muitas das vezes onde serão construídas as instalações operacionais (escritórios, 
almoxarifados etc.)e as instalações de convivência (refeitórios, área de lazer).
Nem sempre o projeto de um canteiro de obras é especificado no projeto principal. No 
entanto, se faz necessário um planejamento para a sua instalação onde deverão ser observados todos 
os aspectos da obra. As informações coletadas quando da visita e verificação do terreno serão bas-
tante úteis nessa etapa.
Em alguns casos, por falta de espaço no terreno destinado às construções, não há possibilidade 
da instalação de um canteiro de obras adequado e, nesse caso, pode-se optar pelo aluguel de um ter-
reno adjacente ou o mais próximo possível da obra.
1.3.4 Movimento de terra e drenagem
Uma vez estabelecido o RN da edificação é também importante que seja realizado todo o 
movimento de terra, seja corte ou escavação, para o início propriamente dito das obras. Não menos 
importante é a proteção quanto à ação das águas pluviais (chuva), de modo que não causem prejuí-
zos durante a execução dos trabalhos.
1.3.5 Fundações e infraestrutura
É a etapa da obra em que são executadas as estruturas de sustentação da edificação com a fina-
lidade de descarregar os esforços no solo. Cuidados deverão ser observados nas escavações, de modo 
que propiciem proteção aos trabalhadores, protegendo-os de possíveis desmoronamentos. Outro 
cuidado a ser observado é quanto à presença de água, que pode dificultar os trabalhos e, neste caso, 
medidas de rebaixamento de lençol freático deverão ser tomadas.
1514 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento
1.3.6 Impermeabilização
É o procedimento que visa a evitar a influência da água nas edificações. Normalmente são execu-
tadas no respaldo (parte superior) das fundações. Vale lembrar: Não existe “meio” impermeabilização ou 
impermeabilização “mais ou menos”. É tempo e dinheiro jogado fora e sérios transtornos no futuro!
Existem vários processos de impermeabilização e em casos especiais é conjugada com o sis-
tema de drenagem.
1.3.7 Alvenaria
São as paredes que vão definir as diferentes áreas de uma edificação.
1.3.8 Superestrutura
São as estruturas que irão suportar todos os esforços construtivos e de uso de uma edificação. 
É nessa etapa das obras que surgem os pilares, as vigas e as lajes, quando forem necessárias. Cuida-
dos deverão ser tomados na montagem de andaimes e nos cimbramentos dos trabalhos de forma, 
armação, concretagem e desforma.
Capítulo à parte são os cuidados do lançamento e adensamento dos concretos.
1.3.9 Pisos
Já é uma etapa construtiva, em que muitos consideram já como etapa de acabamento da obra, 
porém é importante que sua base de sustentação esteja corretamente executada e, em alguns casos, 
requer um eficiente tratamento de impermeabilização. Um defeito muito comum é o não respeito às 
declividades em direção aos pontos de escoamento, principalmente nas áreas consideradas “molha-
das” onde o uso da água é constante, por exemplo, em edificações residenciais: banheiros, áreas de 
serviço, cozinhas, lavanderias, varandas e canis. 
Quando se fala em “pisos”, normalmente vem à lembrança aquele piso onde encontramos 
peças de cerâmica assentadas. É bom lembrar que não é só isso. Também podem ser executados 
pisos de concreto destinados a suportar enormes carregamentos e às vezes dosados com aditivos que 
proporcionam características de alto desempenho.
1.3.10 Cobertura
O sistema de estrutura do telhado, mais as telhas, é o que se denomina “cobertura”. Sistemas 
e materiais são inúmeros para as diferentes utilizações. Cuidados especiais deverão ser tomados no 
caso do uso de madeiras: estas deverão ser realmente de lei (madeira dura e compactada) e isenta de 
umidade natural (madeira seca) para que não haja comprometimento da estrutura em caso de retra-
ções indesejáveis. Telhados extensos demandam um projeto específico.
1.3.11 Esquadrias
Trata-se do assentamento dos batentes (portais) das portas e das janelas (ou “vitraux”). As 
folhas de portas, ferragens e vidros normalmente são colocados dias antes da entrega da obra, já em 
sua fase final de construção.
1514 Preparativos iniciais
1.3.12 Instalações hidráulicas, elétricas e incêndio
Muitas vezes, por intermédio de projetos específicos, as instalações de abastecimento e proteção 
são executadas antes do início do acabamento (revestimentos) final das obras. Atenção redobrada deve 
ser dispensada, uma vez que, quaisquer problemas nas instalações que surgirem após os revestimentos 
finais, acarretarão transtornos irreparáveis, principalmente quando a edificação já estiver em uso. 
As tubulações hidráulicas devem ser testadas sob pressão para verificar possíveis pontos de 
vazamentos; as instalações elétricas, testadas quanto à fuga de energia, aterramentos, e equilíbrio das 
tensões; e, por último, as instalações de combate a incêndio, testadas quanto à pressão de água nos 
hidrantes e demais sistemas de controle.
1.3.13 Revestimento
É a etapa da obra em que são executadas as medidas de proteção (finalidade principal dos 
revestimentos) de tudo o que foi edificado. Na grande maioria das vezes, concilia-se proteção e 
beleza. É quando o proprietário mais observa, principalmente se a obra for residencial. São executa-
dos nessa fase os rebocos, emboços, a pintura, e assentados azulejos e cerâmicas.
1.3.14 Isolamento térmico e acústico
Algumas obras requerem serviços especiais, como a de serem providas de isolamentos de som 
(acústico) e de calor (térmico). Para isso, materiais especiais são empregados, e normalmente aplica-
dos com mão de obra especializada.
São exemplos de isolamento acústico as salas de gravação, os ambientes próximos a ruídos 
excessivos, as casas de espetáculos, entre outros. E, quanto ao isolamento térmico temos: câmaras 
frigoríficas, salas destinadas ao abrigo de equipamentos de alta sensibilidade, fornos, entre outros.
1.3.15 Pintura
Também é considerada um revestimento. Técnicas apropriadas são empregadas para propor-
cionar durabilidade adequada e cumprir a sua função de proteger o substrato (onde a tinta se fixa). 
Cada tipo de tinta possui especificação própria e deve ser rigorosamente seguida.
Em ambientes industriais as tintas não são utilizadas com a finalidade primeira de embeleza-
mento, e sim de proteção.
1.3.16 Paisagismo e limpeza
Nessa etapa, no final de uma edificação, são executados os serviços de paisagismo, com o plan-
tio de gramas, árvores, plantas ornamentais e, para completar, a limpeza final para entrega da obra 
ao cliente.
1.3.17 Entrega da obra
Depois de tudo limpo, é importante uma conferência das instalações e se necessário, corrigir 
os defeitos e efetuar retoques antes da entrega ao cliente.
1716 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento
1.4 Instalações provisórias
A Norma Regulamentadora nº 18 estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planeja-
mento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preven-
tivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da 
Construção (Ministério do Trabalho, Portaria nº 4, de 4 de julho de 1995).
Essa norma e outras relativas à segurança no trabalho podem ser obtidas no seguinte ende-
reço: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/>.
1.4.1 Edificações provisórias – NR 18
São as instalações destinadas ao apoio às obras de construção. Estas devem ser executadas com 
materiais de baixo custo, sem, no entanto, comprometer os objetivos e as especificações da NR 18.
NR 18 é a Norma Regulamentadora nº 18 do Ministério do Trabalho e Emprego, que visa às 
condições de saúde e segurança do trabalhador na construção civil.
Normalmente essas construções são moduladas conforme o material a ser utilizado, em geral, 
chapa de madeira compensada de 1,22 m × 2,44 m, com 6 ou 8 mm de espessura, assentadas sobre 
pontaletes de madeira de 7 × 7 cm ou 5 × 5 cm e com cobertura de telhas de cimento amianto. O 
piso normalmente é de cimento, com acabamento “desempenado” e “queimado”.
As instalaçõessanitárias são o mais simples possível, respeitando as condições mínimas de 
higiene, bem como as instalações elétricas.
Quanto às dimensões dos diversos cômodos, estas deverão obedecer às estabelecidas na NR 18 
ou no Código de Obras do Município da obra.
Áreas operacionais
São as instalações destinadas à:
 » escritórios, almoxarifados, depósitos;
 » instalações de preparo de formas, armação e concretos;
 » manutenção de máquinas e equipamentos.
Essas instalações requerem o mínimo possível e necessário para a operacionalidade da obra. Devem-se 
prever instalações elétricas e hidráulicas compatíveis com o número de pessoas que irão ocupar tais instalações.
Áreas de vivência
São as instalações destinadas a:
 » refeitórios;
 » sanitários;
 » lazer;
 » dormitórios;
 » ambulatório;
 » vestiários.
1716 Preparativos iniciais
Para os funcionários que vão permanecer na obra, deverão ser previstas instalações que propi-
ciem conforto mínimo e obedecer aos requisitos mencionados na NR18.
1.4.2 Preparação do terreno
A limpeza do terreno consiste na retirada de todos os eventuais entulhos e obstáculos para a 
construção. Estes devem ser removidos e destinados a local apropriado. Em alguns casos pode-se 
proceder à abertura de buracos para que sejam enterrados ou, ainda, se for possível, aproveitá-los 
para um aterro, dependendo da qualidade do material.
Uma vez feita a limpeza dos entulhos e outros materiais, deve ser retirada toda a vegetação, 
inclusive da camada vegetal do solo, o que normalmente não ultrapassa 20 centímetros. Isto pode ser 
feito com ferramentas manuais (enxadas) ou equipamento apropriado (tratores com lâminas, patrol 
etc.), dependendo do tamanho da área a ser edificada.
A necessidade da remoção da camada vegetal se faz necessária porque pode comprometer a 
estabilidade da base de aterros ou de pisos.
Cuidado especial também deve ser observado quanto às árvores que não serão retiradas, e que 
estejam próximas às construções, pois as suas raízes causam sérios problemas para as fundações e as 
redes de abastecimento.
Cuidado especial para a remoção de árvores: consultar com antecedência os órgãos florestais 
competentes.
1.4.3 Movimento de terra
Destinado a adequar a condição do terreno para a implantação da obra, os movimentos de 
terra (corte e/ou escavação) são executados após a intervenção topográfica, onde são definidos as 
cotas e os marcos necessários. 
Equipamentos mais comuns utilizados:
 » retroescavadeira;
 » pá carregadeira;
 » caminhões basculantes.
1.4.4 Fechamento e cercas
A economia é um item que deve sempre estar presente 
em todos os aspectos da obra, sem comprometer o projeto e a 
segurança.
No canteiro de obras isso não é diferente. Os fechamentos 
e cercas devem ser sempre de material que não comprometa os 
custos. 
No final da obra, essas instalações serão 
desfeitas para dar lugar ao fechamento 
definitivo e nem sempre os materiais uti-
lizados são reaproveitados.
1918 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento
Os materiais comumente utilizados para o fechamento (também chamados de tapumes) são 
placas ou chapas de madeira compensada resinada, na medida de 1,22 m × 2,44 m, com 6 ou 8 mm 
de espessura, de segunda qualidade e, quando muito, pintadas com tinta látex de segunda linha ou 
com tinta à base de cal.
É bom que se faça uma análise do projeto quanto ao fechamento da área. Muitas vezes, parte 
do fechamento provisório pode ser substituída pelo fechamento definitivo.
E não esquecer da necessidade de um portão de pelo menos 3,20 m de largura, destinado à 
entrada e saída de equipamentos. Em canteiros de obras de grande porte, esses acessos podem até ser 
independentes.
Para sua execução, o procedimento é o seguinte:
 » Limpeza e alinhamento do local do tapume a ser executado.
 » Escavação de buracos de pelo menos Ø 20 cm, com 40 cm de profundidade, e espaçados a 
cada 1,22 m (largura da chapa).
 » Colocação de “pontaletes” de madeira na bitola de 7 × 7 cm, com pelo menos 2,90 m de 
comprimento nos buracos escavados, na posição vertical e a prumo. Apiloar (socar) com 
terra o buraco com os pontaletes posicionados.
 » Fixação das chapas nos pontaletes com pregos.
 » É bom que, pelo menos a cada oito chapas de fechamento, seja executado um apoio de 
sustentação no sentido vertical ao tapume executado.
Outro sistema a ser considerado é a execução do fechamento com cerca de arame, e o uso de 
mourões de concreto ou de madeira.
1.4.5 Drenagem
A água, às vezes, é um inconveniente para as obras de construção civil e, portanto, convém 
prevenir sua ação. Seria desagradável ter uma atividade interrompida por haver água empoçada e 
formação de lama no canteiro de obras. 
Nesse caso, viabilizar a construção de valas com inclinação mínima de 1% para o escoamento 
rápido das águas pluviais e tomar cuidados de mantê-las sempre desobstruídas. Não esquecer de pre-
ver dutos de passagem da água nas vias de acesso.
É evidente que a dimensão das valas deve ser compatível com a expectativa do volume pluvio-
métrico e a sua intensidade, prevendo, assim, surpresas desagradáveis.
1.4.6 Acessos
Item pouco considerado num canteiro de obras são os acessos de entrada e saída de materiais e 
sua distribuição. De acordo com a obra, tais acessos deverão ser o mais simples possível, tomando-se 
o cuidado de ter sempre condições de trânsito. No planejamento e, dependendo do porte da obra, tal 
item é de fundamental importância.
Os acessos e o sistema viário devem ser executados com material de boa procedência e qualidade, 
compatível com os custos previstos da obra. A drenagem comentada no item 1.4 é um procedimento que, 
quando bem executado, proporcionará pouco desgaste nas vias internas de um canteiro de obras.
1918 Preparativos iniciais
1.4.7 Fornecimento de água
Uma obra não tem bom desempenho se não for garantido um suprimento de água confiável e 
constante. Para isso, é bom tomar algumas providências:
 » Rede pública: O volume de fornecimento é compatível com o consumo da obra? Se não, é 
necessário solicitar ligação de maior fornecimento. O fornecimento não sobre interrupção 
constante? Se sim, providenciar condição de estoque de água, seja por meio de tambores 
apropriados, construção de cisterna ou cacimbas, ou contratação de fornecimento externo 
de água (caminhões pipa). 
 » Não há rede pública de abastecimento: Nesse caso é necessária a construção de cisternas 
(ou cacimbas), que consiste na escavação de um buraco no solo de aproximadamente 80 
cm de diâmetro até a profundidade suficiente onde se encontre água (lençol freático) em 
volume necessário para o abastecimento da obra. Essa cisterna deve ser revestida com 
alvenaria de tijolos furados no sentido transversal ou com manilhas de concreto no diâ-
metro da escavação. 
Esse procedimento visa à proteção do poço contra eventuais desabamentos. O local deve ser 
protegido na superfície quanto à queda de materiais e pessoas. A retirada da água deve ser feita com 
baldes, utilizando um sarilho ou mesmo bombas de água acionadas eletricamente. Muita atenção 
quanto à época da escavação do poço. Em períodos de seca, o lençol freático é mais profundo. Deve-
-se, também, observar o volume de reposição da água no poço, quando o consumo é muito grande.
Em alguns casos não se encontra água em profundidade compatível a um poço (cisterna) a céu 
aberto, e a opção é um poço artesiano.
1.4.8 Fornecimento de energia elétrica
Da mesma forma quanto ao fornecimento de água, o fornecimento de energia elétrica não é 
menos importante. Portanto, em primeiro lugar, verificam-se quais os equipamentos e máquinas elé-
tricas serão utilizados na obra e suas respectivas potências elétricas com o cuidado de anotar o equi-
pamento de maior potência e consumo. Não esquecer, no entanto, as instalações próprias do canteiro 
tais como iluminação, tomadas de energia, chuveiros, equipamentos de escritório, entre outros. 
De posse dessas informações, solicita-se à concessionária local a devidaligação provisória de 
energia elétrica. É interessante uma consulta prévia, pois as exigências para tal ligação podem variar 
de local para local, de acordo com a disponibilidade de fornecimento de energia por parte da con-
cessionária.
Quando não há rede pública de energia elétrica. é necessária a instalação de um gerador de 
energia elétrica compatível para suprir a demanda da obra. 
1.4.9 Esgoto
Feitas as instalações hidráulicas, também deve haver uma preocupação de dar um destino aos 
esgotos gerados pela obra. Se não houver rede pública de coleta, serão então construídas fossas sép-
ticas e sumidouros quando for o caso. Se for necessária a construção de fossas, estas devem ser esva-
ziadas ao final da obra e devidamente aterradas.
2120 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento
Uma alternativa bastante interessante e que deve ser considerada é o uso de sanitários químicos, 
Figura 1.1, pois proporcionam rápida instalação, principalmente no início da implantação de uma obra.
Figura 1.1 - Banheiro químico.
1.4.10 Estocagem de materiais
Os materiais utilizados nas obras podem ser perecíveis (que em contato com as intempéries, 
modificam suas características), como o cimento, a cal, o gesso, e devem ser estocados apropriada-
mente e protegidos das intempéries, e os não perecíveis, por exemplo, areia, pedra, tijolos, ferros etc. 
que podem ser armazenados ao ar livre. 
 » Cimento e cal: devem ficar armazenados, protegidos do sol, da chuva e da umidade, em 
depósitos cobertos, conforme Figura 1.2, arrumados sobre estrados de madeira, afastados 
das paredes e do piso cerca de 10 centímetros.
Afastamento de pelo
menos 10 cm da parede
Empilhamento máximo
de 10 sacos
Afastamento de pelo
menos 10 cm do piso
Figura 1.2 - Estocagem do cimento.
 » Areia e pedra: devem ser armazenadas em depósitos em forma de baias, separadas por 
divisórias de madeira, de acordo com as suas granulometrias. A declividade do solo na 
região das baias deve ser suficiente para que não haja acúmulo de água sob o material 
estocado. Prever acesso dos veículos que vão descarregar tais materiais.
 » Tijolos: são armazenados em área nivelada, arrumados em pilhas de quinhentas unidades 
(para tijolos furados na medida de 20 × 20 × 10), ocupando uma área de aproximada-
mente 1,30 m2. Em épocas de muita chuva, deve-se proteger as pilhas com lonas plásticas 
para que a umidade constante não prejudique os tijolos. 
 » Madeiras: sempre que possível, são armazenadas em galpões cobertos e ventilados, 
tomando-se o cuidado de colocar sob as pilhas espaçadores sobre o solo para evitar que 
a umidade atinja a madeira. O tamanho do local é muito variável em virtude da diversi-
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2120 Preparativos iniciais
dade das “bitolas” e dos comprimentos das peças a serem utilizadas. As chapas de madeira 
compensada devem receber cuidado especial e ser protegidas contra as intempéries.
 » Ferros: não há necessidade de estocagem coberta, devendo ser reservada uma área de, no 
mínimo, 15 metros de comprimento e 50 centímetros de largura, para cada bitola. Essas 
barras deverão ser assentadas sobre cavaletes de madeira ou mesmo de ferro, distanciadas 
de 4 metros para as bitolas maiores e de 2 a 3 metros para as bitolas mais finas. Não esque-
cer, sempre que possível, de deixar espaço suficiente para a entrada de caminhões para o 
descarregamento de material.
 » Cerâmicas, azulejos, tubos e conexões: apesar de não serem materiais perecíveis, devem 
ser armazenados em locais cobertos e fechados (almoxarifado) por causa de seu alto custo 
e de sua fragilidade.
1.4.11 Distribuição de máquinas e equipamentos
As instalações das máquinas para execução dos trabalhos em canteiro de obras tais como: 
betoneira, serra de fita, serra de disco, bancadas de corte e dobramento de aço deverão obedecer a 
critérios de uso racional para evitar deslocamentos desnecessários e improdutivos.
Estudo específico deve ter o canteiro de obras quando for destinado, também, à produção de 
peças pré-moldadas, pois o uso de equipamentos de médio ou grande porte se faz necessário, a exem-
plo de utilização de gruas, pórticos e guindastes, especificamente dimensionados para tal atividade.
É importante que esses locais sejam muito bem iluminados (para trabalhos noturnos) e suas 
instalações elétricas muito bem executadas. 
1.4.12 Local para preparo de argamassas e concretos
Esse local (chamado de “masseira” ou “terreiro”) consiste de uma área de aproximadamente 
6 m2 com revestimento executado em tijolos, tábuas ou cimentado com ligeiro caimento para o cen-
tro e protegido por tábuas laterais numa altura de aproximadamente 30 cm para evitar o espalha-
mento dos materiais quando do preparo. Deve-se posicioná-la próximo a um ponto de água e estra-
tegicamente colocado junto às baias de agregados e depósito de cimento. O mesmo princípio deve 
ser aplicado quando da montagem de uma betoneira.
1.4.13 Proteção contra incêndios
Em um canteiro de obras, os extintores portáteis de combate a incêndio são os equipamentos 
básicos e somente devem ser utilizados aqueles que atendem às normas vigentes. Para efeito prá-
tico estão aqui relacionados os locais e tipos de extintores apropriados, que devem ser colocados em 
locais de fácil acesso e totalmente desobstruídos:
 » escritórios de administração: extintor de água pressurizada (AP), água-gás (AG) ou de 
espuma;
 » depósito de inflamáveis: extintor de CO2, pó químico seco (PQS) ou espuma;
 » cozinha e refeitório: extintor de CO2, pó químico seco (PQS) ou espuma;
PB22 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento 
 » serra circular: extintor de água pressurizada (AP) ou 
água-gás (AG) para madeira e extintor de CO2 para o 
equipamento elétrico energizado;
 » máquinas e equipamentos: extintor de CO2 ou pó 
químico seco (PQS).
É sempre bom lembrar que chamas e dispositivos de aquecimento devem ser mantidos afasta-
dos de madeira e outros materiais infl amáveis, e que a areia é um bom aliado no combate a incêndio.
Você aprendeu a distinguir os diferentes tipos de construção e as diferentes etapas de um projeto.
Aprendeu também a importância da boa organização de um canteiro de obras para o sucesso de 
uma construção.
Vamos recapitular?
Agora é com você!
1) Dos itens a seguir, identifi que a etapa da obra a que corresponde à:
a) execução do projeto de instalação elétrica.
b) escavação das fundações.
c) reirada fi nal dos entulhos.
d) colocação de azulejos.
2) O que é o RN da obra? Explique.
3) Qual a importância de uma drenagem superfi cial do terreno na execução das obras?
4) Há alguma regulamentação para a construção de um canteiro de obras? Qual é?
5) Cite alguns itens que um construtor deve observar e verifi car num terreno antes ini-
ciar as obras.
6) Em sua região ou bairro deve haver algum terreno desocupado e imagine que nele 
será construído um posto de gasolina. Forme um grupo de trabalho e verifi que se 
esse terreno tem as condições necessárias e ideais para o início imediato das obras. 
Caso contrário, determine as ações que deverão ser tomadas.
Dica: talvez seja necessário coletar dados nas concessionárias de água, esgoto, energia elé-
trica e telefonia.
Nunca hesite em chamar o corpo de 
bombeiros! 
23PB
2
Implantação 
da Obra
Este capítulo apresenta os aspectos que envolvem a técnica da marcação e locação de uma obra, e 
os movimentos de terra necessários.
Para começar
2.1 Locação
Entende-se por locação de uma obra a transferência dos dados e medidas de um projeto para 
o local (terreno) onde a edifi cação será consolidada. É considerada de grande importância, e cuida-
dos deverão ser tomados para que essas medidas sejam as mais confi áveis possíveis, pois seria muito 
desagradável perceber, já no adiantado da obra, que uma parede foi executada no lugar errado.
As etapas a seguir têm como base uma obra de pequeno a médio porte, onde não haverá 
necessidade da utilização de instrumentos e equipamentosespeciais (apesar de os instrumentos de 
precisão serem sempre bem-vindos).
Para uma boa locação de uma obra, antes de qualquer atitude, é importante observar certos 
aspectos que proporcionarão um bom trabalho:
 » O local da obra deve estar limpo e livre de vegetação .
 » Utilizar instrumentos de medida (trena de pelo menos 20 m e “mangueira de nível ”) em 
perfeito estado de conservação e preferencialmente aferidos.
 » Estar com os projetos de implantação e locação da obra.
2524 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento
 » Ter anotado nos desenhos as cotas e medidas acumuladas ponto a ponto.
 » Ter certeza da veracidade de RN (Referência de Nível).
 » Estar com os materiais e ferramentas de marcação tais como: sarrafos de madeira com 
10 cm de largura, serrote, pontaletes de madeira de 7 × 7 cm, linhas, pregos, tintas, lápis, 
martelo, marreta, estacas, entre outros.
 » Ter auxiliares competentes.
2.1.1 1ª etapa – Definição do tipo de locação – gabarito
Para uma obra com poucos elementos a serem locados, a utilização de cavaletes estrategica-
mente colocados nos principais alinhamentos é o mais recomendado e em obras com diversos ele-
mentos a utilização de sarrafos de madeira ao longo da periferia da obra é a mais correta e segura, 
como se observa nas Figuras 2.1 e 2.2. Em ambos os casos, essas marcações estarão a aproximada-
mente 50 cm acima do solo, no seu ponto mais alto, e muito bem fixadas ao solo, e em nível.
Sarrafo 2,5 x 10 cm
Pontaletes 7 x 7 cm
firmemente cravados no solo
Travas com
sarrafo 2,5 x 5 cm
Figura 2.1 - Exemplo de uma marcação utilizando sarrafos de madeira.
Figura 2.2 - Distância entre pontaletes.
2.1.2 2ª etapa – Posicionamento das locações
As locações devem estar afastadas, quando possível, a pelo menos 1 metro das escavações que serão 
feitas para a execução das fundações e dos alicerces. Deverão ser cravados firmemente no solo pontale-
2524 Implantação da Obra
tes alinhados e distanciados de 1,50 m a 2 m, e, em seguida, 
serão pregados, em nível, os sarrafos de madeira. O nivela-
mento se consegue utilizando-se a “mangueira de nível”. O 
excesso (sobra) de pontalete acima do sarrafo deverá ser ser-
rado. Em terrenos em aclive, as locações deverão ser feitas em 
forma de degraus, como mostra a Figura 2.3.
2.1.3 3ª etapa – Esquadro da obra
Uma vez definido o eixo principal da obra, deve-se proceder à marcação de um eixo transver-
sal, o que se consegue com a utilização dos conceitos básicos do triângulo retângulo. As medidas 
cômodas de um triângulo a ser utilizado são 3 e 4 m para os catetos, e de 5 m para a hipotenusa (ou 
60 × 80 × 100 cm). Veja a Figura 2.4.
Outra forma de conferir o esquadro dos alinhamentos dos eixos é medir as diagonais entre 
eixos paralelos, o que forma um quadrilátero. Essas diagonais devem ter a mesma medida. 
5,00 m ou 100 cm
3,00 m ou 60 cm
4,00 m ou 80 cmeixo e
ix
o
eixo
eixo
D D
e
ix
o
e
ix
o
(b)(a)
Figura 2.4 - Exemplo de conferência do “esquadro” das medidas.
2.1.4 4ª etapa – Marcação dos alinhamentos
Sobre os sarrafos, já em nível, deverão ser marcados os alinhamentos das peças construtivas, 
de acordo com o projeto, como mostra a Figura 2.5. Essas marcações poderão ser feitas com pre-
gos ou por entalhes executados com serrote. É conveniente que seja marcado no lado do sarrafo o 
número do eixo correspondente àquela marcação.
Uma marcação básica consiste em:
Figura 2.5 - Marcação sobre o sarrafo do gabarito.
Figura 2.3 - Gabarito em terreno 
em declive (ou aclive).
2726 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento
O alinhamento dos elementos construtivos tais como paredes e bases são defi nidos, então, pelo 
posicionamento de linhas ligando-se os eixos ou marcações correspondentes em cada lado do gaba-
rito. Normalmente são utilizadas linhas de náilon nº 60 ou arames galvanizados nº 18.
Quando a distância entre os lados opostos de um gabarito é muito grande, são executados gabaritos intermediários.Quando a distância entre os lados opostos de um gabarito é muito grande, são executados gabaritos intermediários.
Fique de olho!Fique de olho!
A Figura 2.6 mostra a planta de uma residência circundada por gabarito, em que constam:
 » os sarrafos fi xados nos pontaletes; 
 » as linhas dos eixos das paredes a serem construídas;
 » as cotas do projeto marcadas de forma acumulativa.
Figura 2.6 - Exemplo de marcação de medidas acumuladas.
2726 Implantação da Obra
2.2 Movimento de terra
Muitas vezes será necessária uma adequação nos níveis do terreno em relação ao nível natural 
para a implantação de uma obra, de acordo com o projeto de arquitetura, ou seja, um movimento de 
terra deverá ser executado. 
2.2.1 Corte e aterro
Uma vez limpo o terreno, deve-se fazer a conferência dos levantamentos planialtimétricos 
fornecidos pela topografia. Assim, são demarcados no terreno os marcos principais da obra (RN = 
Referência de Nível) para que se inicie, se for o caso, o movimento de terra para a adequação do ter-
reno àquele projetado para a obra.
A porção de terra retirada chama-se de corte e a porção de terra destinada ao enchimento de 
determinada área chama-se aterro. Ambos os casos exigem procedimentos técnicos e profissional 
habilitado quando o volume a ser movimentado corresponde a:
 » aterros com responsabilidade de suporte;
 » aterros com altura superior a 1 m;
 » aterros com volume maior que 1.000 m3.
A Figura 2.7 apresenta elementos de um movimento de terra:
Figura 2.7 - Nomenclaturas em movimento de terra.
Quanto à classificação dos materiais para efeito de corte/escavação, podemos dizer:
 » Material de 1a categoria: terras em geral, argilas, rochas em adiantado estado de decompo-
sição (saibro) e seixos com diâmetro máximo de 15 cm.
 » Material de 2a categoria: rochas com resistência à penetração mecânica inferior ao granito.
 » Material de 3a categoria: rocha com resistência à penetração mecânica igual ou superior 
ao granito.
É evidente que existem ensaios normalizados para a garantia da qualidade do material a ser 
utilizado no caso de aterros e a sua compactação.
2928 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento
Quanto ao material a ser utilizado nos aterros, não são recomendadas as turfas, argilas orgâni-
cas, solos com material orgânico, entre outros.
Para boa compactação em aterros, recomenda-se para compactação manual uma camada de 
material solto não superior a 20 cm, e para compactação mecanizada, a altura de material solto varia 
em função do equipamento utilizado podendo ser de 20 cm até 40 cm, e o grau de compactação não 
deve ser inferior a 95%.
Uma nova camada de solo solto só pode ser lançada após a verifi cação da qualidade da com-
pactação da camada anterior e se não forem atingidos os valores adequados tal trecho deve obedecer 
às seguintes etapas de recomposição:
 » escarifi cação;
 » homogeneização;
 » acerto da umidade adequada;
 » recompactação;
 » e, em último caso, troca do solo.
Toda a camada de solo vegetal deve ser retirada antes do início dos serviços de aterro.Toda a camada de solo vegetal deve ser retirada antes do início dos serviços de aterro.
Respeite o ângulo de talude nos cortes e nos aterros de acordo com o solo utilizado e ensaios de laboratório.Respeite o ângulo de talude nos cortes e nos aterros de acordo com o solo utilizado e ensaios de laboratório.
Fique de olho!Fique de olho!
Os equipamentos normalmente utilizados são:
 » caminhão basculante;
 » retroescavadeira;
 » rolo compactador;
 » caminhões pipa;
 » trator de lâmina;
 » trator com grade;
 » motoniveladora.
Veja a seguir as orientações para um bom trabalho em solos:
 » Terreno arenoso ou terra solta: escavação em talude, isto é, cortando o terreno em plano 
inclinado. Se a profundidade for grande, escava-se em degraus.
 » Escavação vertical: proteger os barrancos conforme as normas de segurança ou projeto 
específi co.
 » Terrenos com nascente d’água: desviar o curso da água ou executar drenos.
 » Terrenosmuito úmidos: fazer drenagem superfi cial ou rebaixamento de lençol freático 
antes da escavação ou aterro.
 » Terrenos inclinados: fazer patamares horizontais antes dos aterros.
Os manuais dos equipamentos fornecem 
informações suficientes quanto à produ-
tividade.
2928 Implantação da Obra
 » Empolamento: frever o empolamento do material antes dos movimentos de terra. Empo-
lamento é a relação percentual de volume do material escavado com o volume do mesmo 
material solto.
 » “Selagem” do aterro: recomenda-se compactar o solo solto imediatamente na iminência 
de chuva.
 » Compactação: tem de ser eficiente e com equipamentos adequados. O movimento de veículos 
sobre o solo a ser compactado cria uma “ilusão de solo compactado”: isso não funciona.
2.3 Segurança e cuidados nas escavações
Para que os trabalhos em terra ocorram de maneira segura, algumas medidas devem ser toma-
das para efeito de segurança dos trabalhadores, dos equipamentos e do bom andamento da obra:
 » Retirada ou escoramento de todo e qualquer material ou objeto.
 » Verificação das construções vizinhas tais como: casas, muros e toda e qualquer constru-
ção. Caso haja necessidade, executar escoramentos para proteção.
 » Desligamento de todos os cabos subterrâneos de energia elétrica. Na impossibilidade de 
tal procedimento, adotar medidas preventivas.
 » Escoramento dos taludes instáveis ou com presença de água para escavações com profun-
didade superior a 1,25 m (NR 18).
 » Prever escadas ou rampas para escavações com mais de 1,25 m de profundidade.
 » Escavações acima de 1,75 m de profundidade deverão ter, obrigatoriamente, escoramento 
apropriado (NR 18).
 » Uma sinalização (inclusive noturna) deve ser prevista, inclusive todo o perímetro dos tra-
balhos devem ser isolados.
 » Vistoria das escavações e taludes após a ocorrência de chuvas.
 » Evitar trânsito de veículos próximos às escavações manuais.
 » Outras medidas afins.
2.4 Escoramentos
Numa escavação, seja ela para simples drenagem, seja para outros fins, cuidados quanto a des-
moronamentos deverão ser tomados. Conforme o tipo de terreno deverá ser o escoramento e para 
profundidades acima de 1,25 m um escoramento deverá ser considerado, Figura 2.8.
 » Para terrenos de consistência média, são usadas tábuas colocadas na vertical, espaçadas 
de pelo menos 1 m e apertadas contra o terreno por meio de “estroncas” horizontais na 
largura da canaleta. 
 » Em terrenos pouco consistentes, Figura 2.9, deve ser feita a colocação de tábuas umas 
junto às outras, unidas por uma prancha de madeira, na horizontal e ao longo da escava-
ção, e devidamente “estroncadas”. 
PB30 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento 
Figura 2.8 - Escoramento descontínuo em valas.
Figura 2.9 - Escoramento contínuo em valas.
Neste capítulo foram abordados os procedimentos para fazer um gabarito e a importância das 
medidas acumuladas a serem marcadas. Além disso, tiveram destaque as nomenclaturas usuais nos 
movimentos de terra, a diferença entre corte e aterro, e, ainda, como se deve proteger uma escavação 
em valas.
Vamos recapitular?
Agora é com você!
1) Qual a importância de uma boa locação de uma obra?
2) Talvez haja uma obra sendo iniciada no seu bairro ou na sua região. Monte um gru-
po de trabalho, acompanhado por um responsável, e verifi que se as instalações dos 
gabaritos da obra estão de forma ideal e identifi que como as medidas foram marca-
das nos sarrafos do gabarito. Discuta as observações feitas.
Dicas: antes de entrar numa obra não se esqueça de usar calçados e roupas adequados, e 
de pedir permissão ao responsável para entrar na obra. Procure usar também capacete de 
segurança. Se for tirar fotos ou fazer uma fi lmagem, peça permissão.
31PB
3
Fundações
Este capítulo apresenta as principais e corriqueiras fundações do dia a dia, e sua forma de execu-
ção. E também a forma de preparar algumas das fundações para o recimento dos blocos de fundações 
para receber os pilares de uma obra.
Para começar
3.1 Fundações ou infraestrutura
Fundações são elementos estruturais destinados a suportar toda a carga de pressão proveniente 
dos carregamentos de esforços oriundos do peso próprio dos elementos estruturais como um todo, 
acrescidos dos carregamentos provenientes do uso (sobrecargas).
Esses elementos de fundação têm por fi nalidade distribuir todos os esforços estruturais para o 
terreno (solo) dando assim estabilidade à obra, como mostra a Figura 3.1.
Para a perfeita decisão sobre o tipo de fundação a ser utilizado é imprescindível não só o 
conhecimento das cargas atuantes no solo como também das características do solo, que vai suportar 
tais esforços. Para tanto, sondagens são realizadas, que têm por fi nalidade fazer uma prospecção das 
camadas profundas do solo e verifi car os tipos de solo, suas características (reconhecimento geoló-
gico), bem como a presença de água. Nesse trabalho de reconhecimento são então retiradas amos-
tras de solo, a cada metro de profundidade, que serão identifi cadas de acordo com a profundidade e 
depois analisadas em laboratório.
3332 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento
Figura 3.1- Carregamentos ou cargas numa estrutura.
No trabalho de sondagem analisa-se, também, a dificuldade de penetração das sondas, com 
a finalidade de verificar a resistência ao cisalhamento e a compressibilidade desses solos, que irão 
suportar todo o carregamento da estrutura projetada e definir os tipos de fundações adequados.
3.2 Fundações superficiais
São as também chamadas “fundações rasas”, pelo fato de não haver necessidade de equipamen-
tos complexos para sua execução por serem a pouca profundidade.
Nesse grupo encontram-se os seguintes tipos:
 » sapata;
 » bloco;
 » radier;
 » vigas de fundação.
3.2.1 Sapatas isoladas e blocos armados
São elementos estruturais cujos esforços não podem ser absorvidos somente pelo concreto e, 
para tanto, são usadas armaduras para suporte dos esforços de tração.
Normalmente essas sapatas, mostradas na Figura 3.2, são assentadas sobre estacas de concreto 
ou simplesmente apoiadas no solo, de acordo com o carregamento e/ou o tipo de solo.
Para a execução das sapatas deve-se assim proceder:
 » As escavações devem seguir às recomendações pertinentes ao serviço.
 » A largura das escavações tem de ser compatível com as atividades de execução das formas.
 » Eventualmente, as escavações podem ser “contra barranco” (ver Capítulo 6, item 6.3) 
desde que o solo assim o permita. Nesse caso, um chapisco de argamassa no traço 1:3 
(cimento e areia) nas paredes verticais do solo deve ser executado, e atenção no uso de 
vibradores para que não danifiquem as paredes chapiscadas.
3332 Fundações
Armadura Bloco
Base de concreto magro
Armadura
Sapata isolada
Base de concreto magro
 Sapata Bloco
Figura 3.2 - Exemplos de sapata isolada e bloco.
 » Recomendável apiloar o fundo da escavação (base de apoio da fundação).
 » Executar uma camada de concreto magro de pelo menos 5 cm de espessura sobre o solo 
apiloado e ultrapassando pelo menos 5 cm de cada lado da sapata, com a finalidade de 
regularizar a superfície e evitar a perda excessiva de água de amassamento para o solo.
 » Colocar calços sob a armadura para garantia do recobrimento.
 » Retirar todo o resto de arames de amarração e sujeiras antes da concretagem.
 » Umedecer todo o conjunto antes da concretagem.
 » Em situações especiais prever poços de captação de água e colocação de bombas.
3.2.2 Blocos não armados
São elementos de fundação em que os esforços de tração são por eles absorvidos e normal-
mente não possuem armaduras, como mostra a Figura 3.3. Podem ser feitos de concreto ou pedras.
Figura 3.3 - Bloco não armado.
3534 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento
Para a execução dos blocos deve-se assim proceder:
 » As escavações devem seguir às recomendações pertinentes ao serviço.
 » Recomendável apiloar o fundo da escavação (base de apoio da fundação).
 » As escavaçõesdevem ter largura compatível com as atividades de execução das formas.
 » Eventualmente as escavações podem ser “contra barranco”, desde que o solo assim o per-
mita. Neste caso, um chapisco nas paredes verticais do solo deve ser executado, e atenção 
no uso de vibradores para que não danifiquem as paredes chapiscadas.
 » Em situações especiais prever poços de captação de água e colocação de bombas.
 » Uma alternativa usualmente recomendável é a utilização de pedras arrumadas com a apli-
cação de argamassas, para a construção de blocos. É evidente que o uso deste ou daquele 
material, é em função dos esforços recebidos pelo bloco, o que é definido pelo projeto e 
pelo cálculo estrutural. 
3.2.3 Radier
Nada mais é do que uma “laje sobre o solo”, Figura 3.4, a fim de receber todos os pilares de 
uma obra ou todos os carregamentos da edificação, em terrenos com pouca resistência de suporte 
para a execução de uma fundação direta tipo “sapata”. Muito utilizados em tanques, silos, terrenos de 
pouca consistência, depósitos etc.
Essas “lajes” possuem armaduras duplas nas duas direções, e os pilares são distribuídos de tal 
forma que todos os esforços de carregamento sejam uniformemente distribuídos no solo. Os cuida-
dos de execução são os mesmos pertinentes a todo tipo de fundação.
Armação
Radier
Pontos de
energia (conduites)
Ponto de
esgoto
Ponto de
água
Figura 3.4 - Radier.
Para a execução dos radiers deve-se proceder da seguinte maneira:
 » Nivelar perfeitamente o terreno.
 » Executar camada de pelo menos 5 cm de espessura de concreto magro.
 » Prever espaçadores entre a camada inferior da armadura e a base de assentamento, para 
garantia do recobrimento;
 » Prever espaçadores entre as armaduras superior e inferior para garantia do espaço entre as 
armaduras previstas em projeto, e minimizar o efeito mecânico do movimento de pessoas 
sobre as mesmas.
3534 Fundações
 » Prever passarelas de tábuas sobre a armadura para a execução da concretagem e nas colo-
cações de tubulações elétricas e hidráulicas.
 » Evitar ao máximo possível a interrupção da concretagem. Mas, se for necessária e impres-
cindível, esta deve seguir rigorosamente as orientações do calculista e, quando do seu rei-
nício, proceder a um rigoroso tratamento da “junta fria”. “Junta fria” é a emenda de um 
concreto já endurecido com um concreto novo.
3.2.4 Vigas de fundação
São vigas, muitas vezes chamadas de “vigas bal-
drames” com formato retangular, Figura 3.5, trapezoi-
dal, quadrado, onde são assentados num mesmo ali-
nhamento os pilares da estrutura e as alvenarias. Essas 
vigas recebem armaduras de acordo com a necessi-
dade, e podem possuir apenas a armadura inferior. 
Normalmente são assentadas sobre estacas de 
concreto ou simplesmente apoiadas no solo de acordo 
com o carregamento e/ou o tipo de solo.
As recomendações são as mesmas para a execu-
ção de uma sapata.
3.2.5 Fundação simples para obra simples
Para obras de pequeno porte, principalmente as 
residenciais, com pouco carregamento (destacando-
-se as que não possuem laje em concreto) e muros de 
pequena altura, e para solos bem resistentes, é usual e 
bem-aceito.
A execução de fundação direta é constituída 
de uma viga baldrame de pequena altura (variando 
de 20 a 30 cm), com uma armação simples dotada 
de estribos, e sobre a qual é assentada uma alvenaria 
de embasamento até a altura de piso da obra, como 
na Figura 3.6 (a). Muitas vezes a viga de concreto é 
substituída por camada de tijolos maciços assenta-
dos sobre uma camada de pouca espessura (10 cm) de 
concreto com duas barras de ferro, normalmente de 8 
mm de diâmetro, como na Figura 3.6 (b). É sempre 
bom lembrar que a definição por essa fundação deve 
estar solidamente embasada no tipo de terreno e nas 
cargas recebidas.
Viga baldrame Sapata corrida
Figura 3.5 - Viga baldrame e sapata corrida.
(a)
(b)
Figura 3.6 - Fundação simples.
3736 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento
3.3 Fundações profundas
Como o próprio nome sugere, esses tipos de fundações vão buscar apoio em solos a profun-
didades não suportadas pelas fundações diretas. São obras consideradas muitas vezes especiais, pois 
requerem meios de execução específicos e ensaios de solo muito rígidos. Os tipos mais usuais são:
 » estacas de concreto pré-moldada;
 » tubulões a céu aberto;
 » estacas - concreto;
 » estacas tipo strauss;
 » estacas tipo Franki.
3.3.1 Estacas de concreto pré-fabricadas ou pré-moldadas
São “pilares” de concreto pré-fabricados, cravados no solo 
por meio de percussão, em que são utilizados equipamentos cha-
mados “bate-estacas”, como mostra a Figura 3.7, que consistem do 
martelamento da estaca por intermédio de um peso até atingir a 
nega. É considerado um dos tipos de estacas mais utilizados.
Normalmente possuem seção quadrada, que variam de 
25 a 40 cm, podendo chegar a 15 metros de profundidade. São 
armadas longitudinalmente, utilizando-se de estribos devi-
damente afastados, ou por espirais (estas chamadas de “cin-
tadas”). Em razão da grande solicitação de esforços durante 
a cravação, há maior concentração de estribos nas pontas 
da estaca e muitas vezes possuem uma cinta metálica nos 
extremos que, além do reforço, têm a finalidade de servir de 
emenda de estacas por meio de solda elétrica.
Para cravar a estaca em terrenos duros, são utilizadas 
pontas metálicas com a finalidade de facilitar a penetração 
no solo e proteger a estaca. Em solos pouco consistentes essa 
ponta metálica é dispensada.
Durante a cravação da estaca, a cabeça é devidamente 
protegida contra o “esmigalhamento” ou rompimento; caso 
aconteça, será necessário o seu refazimento.
3.3.2 Tubulões a céu aberto
São consideradas fundações profundas e consistem da simples escavação de um “poço” - por 
meios mecânicos ou manuais -, com diâmetros que podem variar em 60 cm, e a profundidades que 
podem chegar a valores superiores a dez metros.
Quando a escavação tiver atingido a cota de projeto e/ou o solo resistente, e ainda por exigir 
maior distribuição de cargas no solo, pode-se ou não ter a sua base alargada, como mostra a Figura 
3.8 (a). Uma técnica cada vez mais utilizada é a de perfuratrizes acopladas em veículos especiais, que 
perfuram o solo na profundidade desejada e evitam a utilização de mão de obra para a abertura do 
fuste, como mostra a Figura 3.8 (b).
Figura 3.7 - Esquema de um bate estacas.
3736 Fundações
 
D
y
z
iO
/S
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e
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to
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k
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o
m
(a) (b)
Figura 3.8 - Nomenclatura para tubulões e abertura do fuste.
Cuidados na execução de tubulões
 » Os trabalhos de escavação devem ser executados por, no mínimo, dois operários (poçei-
ros). Nunca, mas nunca mesmo, o operário que está escavando pode ficar sozinho.
 » Cuidados adicionais devem ser tomados quando os tubulões são escavados próximos a 
depósitos de lixo e de indústrias químicas.
 » O depósito da terra escavada deve ser colocado a pelo menos 1 metro de afastamento da 
boca do tubulão.
 » Não permitir, em hipótese alguma, o trânsito de veículos a pelo menos 3 metros do tubulão.
 » Nunca escavar tubulões simultâneos, estando estes muito próximos. Executa-se um, 
inclusive com concretagem e cura, para depois executar o outro.
 » O sistema de içamento (“sarilho”) deve estar em perfeita ordem.
 » Interromper a escavação imediatamente ao sinal de alguma suspeita de desmoronamento.
 » Não executar escavações em dias de chuva, por menor intensidade que seja.
 » Conferir sempre o prumo (verticalidade) do fuste durante a escavação.
 » Cuidado na colocação da armadura para não provocar desmoronamentos.
 » Usar dispositivos especiais para concretagem (tubos - trompas, funil).
 » Quanto à escavação, com relação ao solo, verificar o 
quadro a seguir:
Solo Encamisamento
Coesivo Não
Não coesivo Sim
Encamisamento: dispositivo que impe-
de o desmoronamento do solo durante a 
escavação. Estes podem ser recuperados 
ou não. Consiste da colocação de tubos 
de conceto ou de aço, e esses tubos des-
cem sobre a

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