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1216025_2242613_Relatorio extensao Maria Arlete GESTAO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER	Comment by AV: Olá, Maria Arlete, espero que esteja bem! Esta é mais uma etapa do processo da formação tão almejada e fico feliz em acompanhar sua atividade. As vivências do estágio resultam em um documento que tem como principal base a coleta dos dados da OBSERVAÇÃO e PRÁTICA, entretanto, apesar deste ser o grande elemento avaliado, outros precisam estar de acordo por se tratar de um trabalho acadêmico. São eles: autenticidade, formatação, estrutura textual (coesão, coerência e ortografia), normas e requisitos propostos pela instituição em seu Manual norteador da atividade, e, por fim, as normas gerais da ABNT (Conforme a NBR 14724).Assim, atendendo a todos estes requisitos propostos, seu Trabalho foi aprovado!Seu trabalho atendeu os objetivos propostos e todos os itens solicitados para sua aprendizagem, também apresenta todos os requisitos em conformidade com a proposta solicitada pela instituição.Muito sucesso na nova etapa! Saudações acadêmicas!Atte. Prof.ª Andreia
MARIA ARLETE CAMPOS, RU 1216025, TURMA 2019/05
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO HÍBRIDO - EXTENSÃO
JUNDIAÍ-SP
3
2021
SUMÁRIO
	1
	INTRODUÇÃO ........................................................................................
	2
	2
	O PROJETO DE EXTENSÃO ................................................................
	3
	2.1
	ESTADO DA ARTE .................................................................................
	3
	2.2
	CAMPO EXTERNO REMOTO – ANÁLISE IMAGÉTICA ........................
	5
	2.3
	MATERIAL: CRIAÇÃO E REFLEXÃO ....................................................
	9
	2.4
	PRÁXIS E RELATÓRIO DE EVIDÊNCIAS .............................................
	10
	2.4.1
	Práxis .....................................................................................................
	10
	2.4.2
	Relatório de evidências ........................................................................
	13
	3
	CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................
	14
	
	
	
	
	REFERÊNCIAS.......................................................................................
	16
1 INTRODUÇÃO 
O estágio Supervisionado de Gestão escolar foi realizado na Escola Estadual Paulo Mendes Silva, situada a Av. Fernando Arens, nº 830, Bairro Vila Progresso, na cidade de Jundiaí/SP no período de 01/10/2021 a 13/10/21. A escola oferece atendimento no Ensino Fundamental e Médio, Supletivo Fundamental e médio, nos períodos matutino, vespertino e noturno, atendendo em média 36 turmas uma média 1.100 alunos,
 O estágio Supervisionado de Gestão escolar Hibrido-ensino, foi uma alternativa criada por lei em tempo de pandemia do COVID-19, para que os alunos pudessem continuar seus estudos e promover a investigação de cunho científico. 
 Diante disto, o Ministério da Educação divulgou documentos que
autorizam a realização do estágio supervisionado em modelo híbrido, através da
portaria n º 544 de 16.jun.2020. 
As instituições de ensino tiveram que reinventar-se na forma de ensinar, ao mesmo passo que precisaram se adaptar a novos modelos de trabalho educacionais.
O estágio supervisionado, possibilita ao graduando colocar em ação
toda a teoria aprendida durante o curso Licenciatura em Pedagogia. Sendo espaço que o acadêmico possui para adquirir as primeiras experiências, aprendendo sobre prática profissional e provendo a práxis no âmbito educacional.
É por meio do estágio Supervisionado em Gestão escolar que o aluno entrará em contato direto com gestores e profissionais que estão dia a dia cuidando da organização do espaço escolar e sendo facilitadores dos processos educativos que envolvem professores, agentes operacionais e alunos. Os gestores tem a o desafio de conduzir as relações, cuidar da documentação pedagógica, promover a reflexão sobre a prática, gerir conflitos interno e desenvolver ações democráticas em todas as esferas, inclusive com as famílias que são essenciais para a comunidade escolar. 
E por falar em comunidade escolar, é importante ressaltar que, qualquer ação que tenha por objetivo a promoção de acesso a cultura, conhecimento e afins atinge diretamente todos os membros que dela fazem parte. Sendo assim este projeto de extensão tem por objetivo trazer reflexões e melhorias na democratização dos processos educativos.
2 O PROJETO DE EXTENSÃO 
Evasão escolar.
2.1 ESTADO DA ARTE 
A Gestão Participativa é um modo de fazer funcionar uma organização em que se criam formas de inserir todos os membros da equipe nos processos e procedimentos de tomada de decisões a respeito de objetivos, critérios de realização desses objetivos, encaminhamento de solução para problemas. Tanto a solução de problemas como as decisões a serem tomadas requerem alguns procedimentos como o levantamento de dados e informações sobre a situação analisada, a identificação dos problemas e das possíveis causas, a busca de soluções possíveis, a definição de atividades a serem postas em prática, a avaliação da eficácia das medidas tomadas. 
 Segundo Libâneo: (2004 pág . 102)
Um modelo de Gestão Democrática Participativa tem na autonomia um dos seus mais importantes princípios, implicando a livre escolha de objetivos e processos de trabalho e a construção conjunta do ambiente de trabalho.
Vale afirmar que todas as pessoas que trabalham na escola e que participam dos processos de gestão e tomada de decisões precisam dominar conhecimentos, instrumentos e práticas de avaliação. As reuniões e os encontros específicos para realizar a avaliação da escola constituem espaços adequados para discutir se os objetivos pretendidos estão sendo alcançado, definir as ações e os procedimentos necessários para retomar o rumo, e as mudanças necessárias para melhor promover a aprendizagem dos alunos.
 Paulo Freire (1987) cita que o diálogo é um ponto fundamental na Gestão Participativa, pois é através dele que tomamos consciência e agimos conscientemente.
A existência humana, porque humana, não pode ser muda, silenciosa, nem tampouco pode nutrir-se de falsas palavras, mas de palavras verdadeiras, com que os homens transformam o mundo. Existir humanamente é pronunciar o mundo, é modificá-lo. O mundo pronunciado, por sua vez, se volta problematizado aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles novo pronunciar.
 Portanto, pode-se afirmar que o diálogo é fundamental para que haja uma organização escolar, e esta necessita de uma estrutura de funções internas que deve estar pautado em legislação especifica, onde esta estrutura deve ser pensada na escola como um conjunto de funções pré-estabelecidas, visando à harmonização do trabalho por cada membro da equipe escolar, na definição do uso de recursos e necessidades de investimento, na execução das deliberações coletivas, nos momentos de avaliação da escola, enfim, em atividade coletiva que implique na participação de todos em busca do mesmo objetivo – a qualidade do ensino. 
Analisando os documentos que dizem respeito a frequência dos alunos do ensino médio. A gestão se preocupa muito com a frequência dos alunos, mas que falta um controle maior sobre isso, visto que só conseguem identificar os casos que apresentam problemas nos concelhos de classe que ocorrem bimestralmente e desta forma o aluno acaba perdendo todo um bimestre. 
É função da gestão, acompanhar a frequência dos alunos e tomar medidas para reduzir a evasão escolar e é por isso que é necessário pensar em estratégias e manter um controle rigoroso referente a tais questões. Uma gestão democrática precisa acima de tudo incluir as pessoas e a evasão pode representar um empecilho para esse processo de democratização, visto que, esses alunos abandonam a escola e abdicam do seu direito a educação pública e de qualidade.
2.2 CAMPO EXTERNO REMOTO – ANÁLISE IMAGÉTICA 
Escritores da liberdade 
O filme “Escritores da liberdade” foi baseado best-selerThe Freedom Writer´s Diaries, escrito pela professora Erin Gruwell e por seus alunos. 
	Retrata a história de uma professora recém formada cheia de ideais que se depara com um sistema injusto, preconceituoso e uma turma que sofre as consequências dessas injustiças e são postas as margens da sociedade em uma escola totalmente corrompida por valores distorcidos.
	É uma história inspiradora, que traz reflexões acerca de da importância do ouvir e dialogar. 
A história acontece em uma escola pública americana, e os principais personagens fazem parte uma turma de adolescentes negros, latinos, asiáticos e brancos, os piores alunos da escola, todos violentos e membros de gangs, com passagens pela polícia ou oriundos de reformatórios.
Essa turma foi fruto da decisão das autoridades da educação pública, no sentido de promover um processo de inclusão dessas minorias, apesar da forte oposição de diversos professores e membros da diretoria daquela unidade escolar.
Sem nenhum apoio da escola, a inexperiente professora, munida apenas de uma enorme boa vontade, compromisso ético com a educação e muita criatividade, começou a demonstrar que o sofrimento, as tragédias familiares e violências sofridas eram comuns a todos eles, fazendo com que percebessem que tinham muito mais identidade do que diferenças entre si.
Com isso ela fez com que cada um deles experimentassem a sensação de pertencimento a um grupo e criou um ambiente acolhedor, um abrigo seguro onde podiam declarar seus sofrimentos, seus medos, suas frustrações e esperanças através da prática de escrever diários.
Utilizando o livro O diário de Anne Frank, os alunos ficaram sensibilizados com o sofrimento dos judeus diante da perseguição nazista, chegando à conclusão que muitas outras pessoas, em todos os tempos e lugares, sofreram discriminações e violência, mas que depende de cada um a forma de enfrentar essas situações. Cabe a cada um a escolha de como fazê-lo!
A partir dessa tomada de consciência, aqueles adolescentes antes profundamente revoltados, desmotivados e agressivos passam a perceber que é possível, como Anne Frank provou, reagir de maneira diferente – ao invés de retribuir com a usual violência e desprezo – às hostilidades sofridas.
Essa história real, quadro-a-quadro nos emociona e nos faz pensar no quanto a educação pode e deve transformar a vida dos alunos. Para muito além do conteúdo formal a que muitos – por formalismos ou acomodação – se apegam, a escola deve ser um ambiente acolhedor e agradável; deve lidar com os alunos considerando a sua realidade, suas frustrações e suas origens, muitas vezes em ambientes hostis e famílias desestruturadas.
A educação deve ser transformadora e a prática cotidiana deve ser marcada não por iniciativas isoladas de uma professora ou professor inquieto e inconformado com a realidade de seus alunos, tornando-se um Don Quixote voluntarista e solitário, mas cuja prática transformadora deve se tornar o seu modus operandi cotidiano e comum a todos seus agentes.
Essa história verdadeira, ocorrida em uma situação extrema e que acabou se transformando em uma prática inovadora e um modelo de abordagem, é uma prova concreta de que uma outra educação é possível. Uma educação inclusiva, emancipadora e construtora de um ser humano melhor, protagonista da sua própria vida.
Trazendo este filme para a realidade das escolas públicas brasileiras, encontramos vários pontos comuns. A maioria dos adolescentes oriundos das escolas públicas em bairros periféricos, sofre com a exclusão social e tem como defesa acreditar na ideia de que a escola, a educação, a cultura erudita, a literatura, a arte e o tetro não são para ele, como defesa eles fecham-se em sua própria realidade. 
Sofrem desde o início as consequências de um sistema deficiente. E então é cada um por si, alguns terminarão o ensino médio por obrigação para conseguir um diploma colocar-se no mercado de trabalho. Outros se ludibriaram com a vida do crime e das drogas e muito provavelmente não concluíram seus estudos ou concluíram sendo empurrados pelo sistema. Raras as vezes encontramos pessoas como essa jovem professora que abriu mão de sua vida pessoal em prol desses alunos. E sem romantização, é impossível você lutar sozinha contra o sistema ou você se alia a ele e aceita, ou você se une a outras pessoas com os mesmo ideias e juntos conseguem pequenas mudanças. 
E é por isso, que é tão importante que a gestão escolar promova reflexões, conscientize seus educadores e acima de tudo ouça, entenda e a acolha seus alunos e suas famílias. Para que juntos possam mostrar respeito a suas origens e ainda assim mostrar outras possibilidades, estes alunos precisam sentir-se parte das escolas, precisam saber que ali é sim o espaço delas, que elas podem e devem ocupar todos os espaços. Do contrário, a evasão escolar no Ensino Médio sempre será um obstáculo a ser vencido e a sociedade como um todo continuará sofrendo as consequências disso, as desigualdades sociais continuarão aumentando, continuaremos perdendo nossos jovens para o crime e seremos responsáveis pela manutenção de um sistema que segrega e depois culpabiliza os mais pobres. Que possamos pensar como jovem professora Erin Gruwell e acreditar que a educação pode sim transformar. Termino citando nosso mestre Paulo Freire “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo”. Freire (1979, p.84). 
psicologia
Superação, o poder da literatura, relações.
Racismo, brigas de gang, nazismo.
Hilary Swank, duas vezes premiada com o Oscar, atua nessa instigante história, envolvendo adolescentes criados no meio de tiroteios e agressividade, e a professora que oferece o que eles mais precisam: uma voz própria.
– O filme é baseado na história real dos alunos  e da Professora Erin relatados no aclamado best-seller : O Diário dos Escritores da Liberdade”.
Hillary Swank, Patrick Dempsey, Scott Glenn, Imelda Staunton, April Lee Hernandez,Kristin Herrera, Jacklyn Ngan, Sergio Montalv ,Jason Finn.
Danny DeVito, Michael Shamberg e Stacey Sher
Richard LaGravenese
Discriminação racial; Educação; 
LIVRE
LIVRE
LIVRE
DRAMA
122 min
Inglês
Alemanha
2007
Freedom Writers
Escritores da Liberdade
2.3 MATERIAL: CRIAÇÃO E REFLEXÃO 
	Para conhecer e entender melhor as questões específicas da comunidade escolar, foi elaborada uma pesquisa via formulário do google. Esta pesquisa foi enviada via grupos de Whatzapp para todas famílias, alunos, funcionários e professores da escola. 
	Segue aqui link da pesquisa: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScwjMCY9kG0pnA6ULVQJyZCujc0mhuCuXD3-CYw0-36PCQTKg/viewform?usp=sf_link .
	Infelizmente a participação foi pequena, um total de 107 pessoas responderam, 59% responderam que acham importante terminar o ensino médio para conseguir um emprego, 17% responderam que não acham que a escola não ensina coisas realmente importantes para a vida e 24 % (em sua maioria professores) responderam que, é importante para que ele possa se tronar um adulto crítico, um cidadão consciente de oportunidades tanto de trabalho quanto acadêmicas (continuação dos estudos). 
	Quando perguntado sobre os motivos que levam os estudantes a deixarem de frequentar a escola 52% responderam ser por falta de estímulo, 19% por falta de renda e/ou trabalho exaustivo 22% por falta de interesse e apenas 7% por dificuldades de acesso.
	Esta ferramenta de pesquisa foi fundamental para constatar que o grande desafio aqui, é mudar a forma com que os alunos e a comunidade como um todo enxergam a escola e abrir a escuta e o diálogo para todos.
2.4 PRÁXIS E RELATÓRIO DE EVIDÊNCIAS 
	 
2.4.1 Práxis 
	As pesquisas inerentes a evasão escolar encontram-se no campo dos estudos sociais e sobre educação no Brasil.
	Essa discussão torna-se relevante no Brasil devido ao alto número de abandono escolar todos os anos e o agravamento durante a pandemia e tem por objetivo levar a reflexão de assuntos ocasionadores do problema central, como os sistemas de ensino o acesso a escola, a abertura dos “portões” para a comunidade,a democratização do ensino e a forma com que o jovem é visto perante a sociedade, ao mesmo passo que, se discutem as possibilidades para solucionar a problemática. 
	A maioria dos estudos voltado a esta temática são resultados de pesquisas de campo apresentam variáveis nos resultados obtidos. 
	Um dos fatores que podem contribuir com a evasão escolar é a ineficiência dou processos de inclusão. De acordo com Mendes 2013 pg. 262. , “O processo de inclusão pode acarretar efeitos diretos na motivação do aluno e, desta forma, estar associado à sua permanência ou evasão da escola”. 
	Pensando no contexto do Ensino Médio, em uma pesquisa de âmbito nacional em que participaram mais de 50 mil alunos e 7 mil professores, foi constatado que o principal problema deste nível de ensino consiste no desinteresse dos alunos frente às atividades escolares. Neste estudo, sob a perspectiva do aluno, este problema foi apontado por 6 em cada 10 estudantes. Em relação aos professores, esta questão ficou ainda mais evidenciada, pois três quartos dos docentes entendem que o principal problema no Ensino Médio são os alunos desinteressados (Abramovay & Castro, 2003).
	O mesmo motivo foi apontado na pesquisa realizada com os alunos da escola em que o estágio em questão foi realizado. De acordo com Silva (2019, p. 23)
Na verdade, vários fatores causadores de evasão indicados pelo PAIUB, se não todos, podem ser identificados também no ensino médio, tais como: o nível cultural da família; a necessidade de busca de trabalho para sustento próprio e da família; o conhecimento e o interesse do aluno pelo curso; a falta de conhecimento e de estratégias pedagógicas da escola para evitar o abandono escolar; a falta de professores; a falta de base educacional.
Para ambos ou autores a evasão escolar está ligada diretamente a motivação que o estuante possui para manter-se na escola. Motivação essa que pode ser tanto por fatores externos (família, círculo social), quanto por fatores internos ( desempenho escolar, práticas educativas).
Analisando também uma pesquisa que faz parte de um projeto patrocinado pelo movimento “Todos pela Educação”, “Fundação Getúlio Vargas”, “Instituto Unibanco” e “Fundação D’ Paschoal” que traz gráficos que analisam variáveis como região, escolaridade dos chefes de família, panoramas anuais , dentre outros, podemos concluir que, a evasão escolar ocorre principalmente nas regiões consideradas mais ricas, como o estados de São Paulo onde se tem maior oferta de trabalho, ou melhor subempregos que não exigem nível de formação técnico ou acadêmico. Estaríamos nós preparando os jovens das classes menos abastadas para servirem mão de obra barata para empresas pouco preocupadas com questões sociais?
Analisando os gráficos, tabelas, bem como as teorias sobre a motivação, é coerente afirmar que a evasão escolar, diferente do que se é vendido em propagandas, é sim um problema real e atual da educação brasileira. Problema este que a classe politica não parece tão empenhada em resolver, pois para que este problema seja solucionado do ponto de vista social, precisaríamos de políticas públicas efetivas que combatessem a pobreza, a fome, e as desigualdades socias, que dessem aos menos favorecidos oportunidades para estudar e aprender com tranquilidade e estabilidade e isso está longe de ser a nossa realidade. 
Cabe então a escola o papel de motivar, com seus poucos recursos, sem apoio de seu lideres de governo, mas com convicção de que, tornar o ambiente escolar um local agradável, democrático, de escuta, de acolhimento, pode fazer com que esses adolescentes não só permaneçam nela, como sintam-se parte integrante e consigam aprender e ensinar.
Segundo CAVENAGHI e BZUNECK (2009, p.1248):
Na escola fundamental e média, os alunos não têm escolhas em relação aos currículos e como não podem evitar as tarefas, muitas vezes as encaram com baixo esforço, atenção pobre ou desistência. Assim, se um aluno das séries mais avançadas possui uma autoconfiança muito baixa, a consequência é o abandono escolar.
	Essa falta de autonomia em relação a escolha do que se é aprendido, pode sim contribuir para a falta de motivação, uma vez que, este currículo fechado, impede que os alunos demonstrem suas aptidões e colocam a evidência suas fragilidades.
Nesse sentido, Bzuneck (2001; 2009) destaca que alguns tipos de motivação são menos eficazes que outros, como o caso de alunos que estão motivados a fazer rápido uma atividade para entregar logo, mesmo que com baixa qualidade devido ao menor envolvimento. Ou o aluno que tem interesse exagerado pelas notas, pelo diploma, por ser o melhor da turma, o medo de reprovar e de parecer incompetente. Essa distorção de objetivos, além de prejudicar a qualidade da aprendizagem, também vem acompanhada de emoções negativas como o medo do fracasso, a ansiedade, frustração e irritação. Ainda, há alunos que, por qualquer motivo, interrompem várias vezes a tarefa ou a encerram antes de atingirem um padrão mais alto de qualidade que lhes seria possível, caso seu trabalho mental fosse mantido, e isso significa simplesmente ausência de um verdadeiro esforço. 1
Ainda sobre o papel que a escola deve exercer na manutenção da motivação dos estudantes CAVENAGHI e BZUNECK salientam que para trabalhar em prol da motivação temos que fazer com que os alunos possam se envolver nas atividades escolares, mesmo que eles, inicialmente não sintam prazer em realizar as mesmas, mas que ao menos, possam as encarar com seriedade, se esforçando para aprender e desfrutar da aprendizagem. 
Neste sentido, cabe dizer que a gestão deve então preparar seus professores e o espaço escolar para que estas atividades possam ocorrer, e não se preocupar tanto com as notas, provas, materiais prontos que levam-nos entender que as aprendizagens são meras burocracias e metas sem sentindo.10
2.4.2 Relatório de evidências 
Evasão escolar- Compreendendo a comunidade.
	Depois de conhecer um pouco da escola e conversar com a gestão, foi notado a necessidade de criar ações para a diminuição da evasão escolar que é um problema recorrente e teve um piora neste período de pandemia. 
	A fim de conhecer melhor a comunidade e entender melhor os motivos, foi criado uma pesquisa em que participaram alunos, professores, gestão, pais e etc. Essa pesquisa foi enviada nos e-mails dos alunos, disparadas nos grupos de Whatzapp dos professores e divulgada nas redes sociais da escola no período de 3/10/2020 a 9/10/2020. Infelizmente, a participação foi pequena, apenas 109 pessoas participaram.
	A baixa participação, bem como os resultados obtidos na pesquisa, mostra a falta de envolvimento da comunidade com a escola e a ideia deturpada sobre a importância da escola para a vida e formação dos adolescentes.
	Essa pesquisa foi explorada durante as formações dos professores que ocorreram via google meet e promoveu diálogos, reflexões e novas sugestão de ações que poderiam ser tomadas para aumentar a motivação dos alunos.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Esse estágio foi extremamente significativo para a minha formação quanto futura gestora, pude me colocar no lugar daquelas pessoas, que diante de todas as dificuldades decorrentes de relações humanas, lacunas em efetivas políticas públicas e o excesso de demanda burocrática, assumem o papel de organizar toda uma escola coletivamente e fazer com que todos os setores funcionem da melhor forma possível. Identifiquei muitos problemas nesta gestão, assim como em outras que observei em outros estágios que realizei, como o Ed. Infantil e de Ensino fundamental, bem como a da própria escola que trabalho atualmente. 
Mas, esse foi realmente diferente por estar com olhar voltado especificamente ao trabalho da equipe gestora e ainda mais em uma perspectiva de Gestão Democrática. Bem mais do que procurar defeitos, pensei em soluções e analisei como a gestão pensava nelas e a articulava com o restante dos envolvidos uma vez que a participação de todos é imprescindível para as reflexões aqui propostas. 
Organizar uma escolaparece fácil, mas quando se adquire a consciência de que a vida escolar de jovens e as perspectivas de uma família estão em jogo, toda cautela ainda é pouca, neste sentido compreender a dimensionalidade de uma gestão foi importante no que se refere a formação de consciência sobre julgamentos que fazemos aos gestores. 
Foi interessante observar que do mesmo modo que para se pensar as práticas pedagógicas foi necessário pensar na gestão, o mesmo ocorre inversamente, uma vez que para se pensar uma gestão democrática é necessário analisar não só as práticas pedagógicas, mas todas as ações que ocorrem em todos os seguimentos que compões a comunidade Inter e Extraescolar. Somente se alcançará uma efetiva democratização de ensino quando a cooperação estiver presente em nossas ações. Considerando isso, as palavras de Freire () cabem muito bem neste contexto: Sublinhemos, todavia, um ponto que não se deve esquecer. Ninguém pode buscar sozinho. Toda busca no isolamento, toda busca movida por interesses pessoais e de grupos, é necessariamente uma busca contra os demais. Conseqüentemente, uma falsa busca. Tão somente em comunhão a busca é autêntica. Quando a busca pela qualidade da educação for abraçada por todos os envolvidos, com certeza se terá sucesso. Quando todos entenderem que, a gestão democrática implica no compartilhamento de responsabilidades e de decisões importante acerca da vida de nossos jovens, nossos alunos, nossos filhos, nosso futuro, nosso Brasil e da nossa esperança, será possível concluir que de fato a democracia permeia os corredores das escolas. Esta instituição com todas as suas dificuldades, vem progressivamente alcançando novos patamares no que se refere a uma gestão democrática e é notável que isso esteja incidindo sobre a qualidade de ensino.
REFERÊNCIAS
CASTRO, Luciana Paula Vieira de. MALACARNE, Vilmar. Conceituando A Evasão Escolar No Brasil. VII Encontro Internacional de Produção Científica. Editora: Cesumar. Maringá- PR, 2011. Disponível em: http://rdu.unicesumar.edu.br/bitstream/123456789/4799/1/luciana_paula_vieira_castro1.pdf. Acesso em: 03/11/2021.
CAVENAGHI, Ana Raquel Abelha; BZUNECK, José Aloyseo. A Motivação De Alunos Adolescentes Enquanto Desafio Na Formação Do Professor. XI congresso de educação EDUCERE e III Encontro do Sul Brasileiro de Psicopedagogia. 2009, p. 1479-1489. Disponível em: https://educere.bruc.com.br/cd2009/pdf/1968_1189.pdf. Acesso em: 03/11/2021.
FERREIRA, Elen Cristina da Silva; OLIVEIRA, Nayara Maria de. Evasão Escolar no Ensino Médio: causas e consequências. Volume 1, nº 2, p. 39-48, 2020 – Patos de Minas- MG. Disponível em: http://scientiageneralis.com.br/index.php/SG/article/view/v1n2a4/15. Acesso em: 04/11/2021.
MENDES, Marcelo Simões. Da inclusão à evasão escolar: o papel da motivação no ensino médio – Estudos de psicologia: Campinas, p.261-265, 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/estpsi/a/Pg4SnYsQ5gzWFd688gD4c8b/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 02/11/2021.
NERY, Marcelo. Motivos da evasão escolar. Rio de Janeiro: FGV/IBRE, CPS, 2009. Disponível em: https://www.cps.fgv.br/cps/tpemotivos/. Acesso em: 30/10/2020.

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