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1 CAMS6 3-ACAMS Study Guide Port_conteúdo parte global (1)

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UMA PUBLICAÇÃO DE
acams.org
EXAME DE CERTIFICAÇÃO CAMS
GUIA DE
ESTUDO
SEXTA EDIÇÃO
https://www.acams.org/pt-br/
UMA PUBLICAÇÃO DE
acams.org
 
 
EXAME DE CERTIFICAÇÃO CAMS
GUIA DE
ESTUDO
SEXTA EDIÇÃO
https://www.acams.org/pt-br/
SEXTA EDIÇÃO
Presidente executivo da Força-Tarefa
John J. Byrne, CAMS
Gerente de projetos
Catalina Martinez
Gostaríamos de agradecer aos seguintes colaboradores por sua significativa contribuição 
no desenvolvimento do Exame e Guia de Estudo para a Certificação CAMS 
por meio do trabalho da Força-Tarefa no Exame de Certificação CAMS.
Bob Pasley, CAMS—Diretor da Força-Tarefa 
Kevin Anderson, CAMS—Diretor da Força-Tarefa 
Brian Stoeckert, CAMS—Diretor da Força-Tarefa 
Paul Osborne, CAMS—Diretor da Força-Tarefa
Peter Wild, CAMS-Auditoria—Vice-diretor da Força-Tarefa 
Barbara Keller, CAMS—Vice-diretora da Força-Tarefa 
Hue Dang, CAMS-Auditoria (ACAMS Ásia) 
Samantha Sheen, CAMS (ACAMS Europa)
Rick Small, CAMS—Conselho Consultivo da ACAMS 
Nancy Saur, CAMS—Conselho Consultivo da ACAMS 
David Clark, CAMS—Conselho Consultivo da ACAMS 
Vasilios Chrisos, CAMS—Conselho Consultivo da ACAMS 
Anna Rentschler, CAMS—Conselho Consultivo da ACAMS 
Dennis Lormel, CAMS—Conselho Consultivo da ACAMS
Anna Rentschler, CAMS—Consejo asesor de ACAMS 
Dennis Lormel, CAMS—Consejo asesor de ACAMS
Abbas Bou Diab, CAMS 
Angel Nguyen, CAMS 
Brian Vitale, CAMS-Auditoria 
Brigette K. Miller, CAMS
Christopher Bagnall, CAMS 
Christopher Randle, CAMS-Auditoria, CAMS-FCI 
Dave Dekkers, CAMS-Auditoria 
Deborah Hitzeroth, CAMS-FCI 
Donna Davidek, CAMS-Auditoria 
Ed Beemer, CAMS-FCI
Eric Wathen, CAMS 
Gary Bagliebter, CAMS 
Iris Smith, CAMS-Auditoria
Iwona Skornicka Castro, CAMS 
Jack Sonnenschein, CAMS-Auditoria 
Jeremy Brierley, CAMS
Jim Vilker, CAMS 
 Joel Conaty
Jurgen Egberink, CAMS
Kenneth Simmons, CAMS-Auditoria 
Kok Cheong Leong, CAMS-Auditoria 
Lauren Kohr, CAMS-Auditoria 
Lindsay Dastrup, CAMS-Auditoria 
Margaret Silvers, CAMS
Martin Dilly, CAMS-Auditoria 
Nancy Lake, CAMS-Auditoria, CAMS-FCI
Peter Warrack, CAMS 
Rachele Byrne, CAMS
Sean McCrossan, CAMS-FCI 
Sharon McCullough, CAMS 
Steve Gurdak, CAMS
Susan Cannon, CAMS-Auditoria 
Susanne Wai Yin Ong, CAMS 
Tatiana Turculet, CAMS 
Venus Edano, CAMS
William Aubrey Chapman, CAMS-Auditoria 
Yevgeniya Balyasna-Hooghiemstra, CAMS 
Zachary Miller, CAMS-FCI
 
A ACAMS também gostaria de agradecer aos ACAMS Chapters do 
mundo todo por suas contribuições no desenvolvimento do 
Exame de Certificação CAMS.
Contribuição especial: Gina Storelli, CAMS-Auditoria
Copyright © 2018, pela Associação dos Especialistas Certificados em Prevenção à Lavagem de Dinheiro 
 (ACAMS). Miami, EUA. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
ou distribuída e, tampouco, poderá ser disponibilizada em algum formato eletrônico, sem o prévio 
consentimento, por escrito, da ACAMS. ISBN: 978-0-9777495-2-2 
GUIA DE ESTUDO
EXAME DE CERTIFICAÇÃO CAMS
ÍNDICE 
—i—
ÍNDICE 
—i—
Índice
Introdução
Sobre a ACAMS x
— SOBRE O TÍTULO DE ESPECIALISTA CAMS x
Capítulo 1
Os Riscos e métodos de lavagem de dinheiro e do financiamento ao terrorismo 1
• O que é lavagem de dinheiro? 1
• As três fases do ciclo de lavagem de dinheiro 2
As consequências econômicas e sociais da lavagem de dinheiro 4
Programas de conformidade (compliance) e de responsabilidade 
individual para PLD/FT 10
Métodos de lavagem de dinheiro 11
Bancos e demais instituições depositárias 12
— TRANSFERÊNCIA ELETRÔNICA DE FUNDOS 12
— CAPTURA REMOTA DE DEPÓSITO 13
— BANCOS CORRESPONDENTES—CORRESPONDENT BANKING 14
— “PAYABLE-THROUGH ACCOUNTS” (PTA) 16
— CONTAS DE CONCENTRAÇÃO 17
— PRIVATE BANKING 18
— USO DE EMPRESAS DE INVESTIMENTOS PRIVADOS EM PRIVATE BANKING 19
— PESSOAS EXPOSTAS POLITICAMENTE (PEP -POLITICALLY EXPOSED PERSON) 20 
— ESTRUTURAÇÃO 22
ÍNDICE 
—ii—
— MICROESTRUTURAÇÃO 24
— COOPERATIVAS DE CRÉDITO E AS SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO 25
Instituições financeiras não bancárias 26
— SETOR DE CARTÕES DE CRÉDITO 26
— EMPRESAS TERCEIRIZADAS DE PROCESSAMENTO DE PAGAMENTOS 
(THIRD-PARTY PAYMENT PROCESSORS -TPPP) 28
— EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS MONETÁRIOS 29
— SEGURADORAS 33
— CORRETORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS 35
 • VARIEDADE E COMPLEXIDADE DOS TÍTULOS (VALORES MOBILIÁRIOS) 37 
 • TÍTULOS DE ALTO RISCO 37
 • AS VÁRIAS CAMADAS E OS RISCOS DE TERCEIROS 37
Demais atividades e profissões não financeiras 39
— CASSINOS 39
— INTERMEDIAÇÃO NA COMERCIALIZAÇÃO DE ARTIGOS DE VALOR 
(METAIS PRECIOSOS, JOIAS, OBRAS DE ARTE, ETC ) 45
— AGÊNCIAS DE VIAGENS 48
— COMERCIANTES DE VEÍCULOS 49
— PORTA DE ENTRADA (GATEKEEPERS):TABELIÃES, CONTADORES, 
AUDITORES E ADVOGADOS 50
— CONSULTORIAS DE INVESTIMENTO E DE COMMODITIES 54
— PRESTADORES DE SERVIÇOS EMPRESARIAIS E DE FUNDOS 
FIDUCIÁRIOS (TRUSTS)55
— SETOR IMOBILIÁRIO 57
Atividade de comércio internacional 61
— ZONAS DE LIVRE COMÉRCIO (ZLC) 61
— TÉCNICAS DE LAVAGEM DE DINHEIRO BASEADAS NO COMÉRCIO (TBML) 61
— MERCADO NEGRO DE CÂMBIO DE PESOS (BMPE) 64
• Riscos associados a novos Serviços e produtos para pagamento 67
Cartões pré-pagos, pagamentos móveis e serviços de pagamentos pela internet 67
Moeda virtual 72
• Veículos corporativos usados para facilitar o financiamento ilícito 74
Empresas de capital aberto e empresas privadas limitadas 74
— AÇÕES AO PORTADOR NA CONSTITUIÇÃO CORPORATIVA 76
ÍNDICE 
—iii—
Empresas de fachada e de prateleira 76
Trusts 79
Financiamento ao terrorismo 80
— DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE O FINANCIAMENTO AO TERRORISMO 
E LAVAGEM DE DINHEIRO 80
— DETECTANDO O FINANCIAMENTO AO TERRORISMO 81
— COMO OS TERRORISTAS LEVANTAM, MOVIMENTAM E ARMAZENAM FUNDOS 84 
Uso do Hawala e outros sistemas de transferência 
de valor informais 84
Uso de instituições de caridade ou organizações 
sem fins lucrativos (ONGs) 87 
Riscos emergentes de financiamento ao terrorismo 90
Capítulo 2
Normas internacionais de combate e prevenção à lavagem 
de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo (PLD/FT) 95
• Grupo de Ação Financeira (GAFI/FATF) 95
Objetivos do GAFI/FATF) 95
As 40 Recomendações do GAFI/FATF 99
Membros e Observadores do GAFI/FATF 105
Países não cooperativos 108 
O Comitê de Basileia de Supervisão Bancária 110
A História do Comitê da Basileia 112
As Diretivas da União Europeia sobre lavagem de dinheiro 119
— PRIMEIRA DIRETIVA 119
— SEGUNDA DIRETIVA 120
— TERCEIRA DIRETIVA 121
— QUARTA DIRETIVA 122
— OUTROS DOCUMENTOS LEGAIS RELEVANTES 124
Órgãos Regionais Semelhantes ao GAFI/FATF 125 
— ÓRGÃOS REGIONAIS SEMELHANTES AO GAFI/FATF 
E OS MEMBROS ASSOCIADOS DO GAFI/FATF 125
ÍNDICE 
—iv—
— GRUPO DA ÁSIA/PACÍFICO DE COMBATE E PREVENÇÃO 
A LAVAGEM DE DINHEIRO (APG) 126
— GRUPO DE AÇÃO FINANCEIRA DO CARIBE (CFATF) 127
— COMITÊ DE ESPECIALISTAS NA AVALIAÇÃO DE MEDIDAS DE 
COMBATE E PREVENÇÃO A LAVAGEM DE DINHEIRO (MONEYVAL) 128
— GRUPO DE AÇÃO FINANCEIRA DA AMÉRICA LATINA (GAFILAT) 129
— GRUPO DE AÇÃO INTERGOVERNAMENTAL DE COMBATE 
À LAVAGEM DE DINHEIRO NA ÁFRICA OCIDENTAL (GIABA) 129
— GRUPO DE AÇÃO FINANCEIRA DO ORIENTE MÉDIO E DO 
NORTE DA ÁFRICA (MENAFATF) 130
— GRUPO EURASIANO DE COMBATE E PREVENÇÃO À LAVAGEM 
DE DINHEIRO E AO FINANCIAMENTO AO TERRORISMO (EAG) 131
— GRUPO DE COMBATE E PREVENÇÃO À LAVAGEM DE DINHEIRO 
DA ÁFRICA ORIENTAL E AUSTRAL (ESAAMLG) 131
— GRUPO DE COMBATE E PREVENÇÃO A LAVAGEM DE DINHEIRO 
DA ÁFRICA CENTRAL (GABAC) 132
Organização dos Estados Americanos: 
Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas (CICAD) 132
Grupo Egmont de Unidades de Inteligência Financeira (FIU/UIF) 134
O Grupo Wolfsberg 135
O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional 139
Principais iniciativas legislativas e regulatórias dos E.U.A 
aplicadas a transações internacionais 142
Lei Antiterrorismo dos EUA (USA Patriot Act) 142
O alcance das leis penais dos EUA de combate e prevenção 
à lavagem de dinheiro e das leis civis de confisco de bens 148
Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) 149
Capítulo 3
Programas de Compliance para o Combate e Prevenção 
à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento ao Terrorismo 153
• Avaliação dos riscos por meio dos programas de PLD/FT 154
Introdução 154
Manutenção de um modelo classificador de riscos 
de lavagem de dinheiroe financiamento ao terrorismo 155
ÍNDICE 
—v—
Compreensão dos riscos de lavagem de dinheiro 
e financiamento ao terrorismo 156 
Classificação de risco de lavagem de dinheiro e 
o financiamento ao terrorismo 157 
Avaliação do risco dinâmico dos clientes 158
Identificação de risco de lavagem de dinheiro 
e financiamento ao terrorismo 159
— PERFIL DO CLIENTE 160
— LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA 162
— PRODUTOS/SERVIÇOS 163
• Programa de combate e prevenção à lavagem de dinheiro 
e ao financiamento ao terrorismo (PLD/FT) 164
Os elementos de um Programa de PLD/FT 164
Um sistema de políticas, procedimentos e controles internos 165
— POLÍTICAS, PROCEDIMENTOS E CONTROLES DE COMBATE 
E PREVENÇÃO À LAVAGEM DE DINHEIRO 166
A função de Compliance 169
Designação e responsabilidades do diretor/especialista de compliance 169
— COMUNICAÇÃO 170
— DELEGAÇÃO DE ATRIBUIÇÕES DE PLD 170
— RESPONSABILIDADE DO DIRETOR/ESPECIALISTA DE COMPLIANCE 172
Treinamento de combate e prevenção a lavagem de dinheiro 
e ao financiamento ao terrorismo (PLD/FT) 173
— COMPONENTES DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO EFICAZ 173
— QUEM DEVE RECEBER TREINAMENTO 173 
— QUE ASSUNTOS TRATAR NO TREINAMENTO 175 
— COMO OFERECER TREINAMENTO 176
— QUANDO REALIZAR O TREINAMENTO 177
— LOCAL DO TREINAMENTO 178
Auditoria independente 178
— AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE COMBATE E PREVENÇÃO 
A LAVAGEM DE DINHEIRO E AO FINANCIAMENTO AO TERRORISMO 178
Estabelecimento de uma cultura de compliance 181
Conheça seu cliente (KYC-know your customer) 185
ÍNDICE 
—vi—
— DEVIDA DILIGÊNCIA A CLIENTES (CDD—CUSTOMER DUE DILIGENCE) 185
— PRINCIPAIS ELEMENTOS DO PROGRAMA DEVIDA DILIGÊNCIA A CLIENTES 185
— DILIGÊNCIA APROFUNDADA A CLIENTE (EDD—ENHANCED DUE DILIGENCE) 187
— DILIGÊNCIA APROFUNDADA PARA CLIENTES DE ALTO RISCO 188
— ABERTURA DE CONTAS, IDENTIFICAÇÃO DE CLIENTES E VERIFICAÇÃO 189
— DEVIDA DILIGÊNCIA CONSOLIDADA 193
Sanções econômicas 194
— ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU) 194
— UNIÃO EUROPEIA 195
— ESTADOS UNIDOS 195
Verificação da lista de sanções 196
Verificação de pessoa politicamente exposta (PEP) 197
Conheça seu funcionário (KYE—know your employee) 198
Monitoramento e notificação de transações suspeitas ou Atípicas 200
Soluções automatizadas de PLD/FT 201 
Sinais de alerta de lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo 204
— COMPORTAMENTO NÃO USUAL DO CLIENTE 205
— CIRCUNSTÂNCIAS ATÍPICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE CLIENTES 205
— TRANSAÇÕES ATÍPICAS EM ESPÉCIE 206
— DEPÓSITOS ATÍPICOS SEM DINHEIRO EM ESPÉCIE 207
— TRANSAÇÕES ATÍPICAS DE TRANSFERÊNCIA BANCÁRIA 207
— ATIVIDADES ATÍPICAS EM COFRES DE SEGURANÇA BANCÁRIOS 208
— ATIVIDADES ATÍPICAS EM TRANSAÇÕES DE CRÉDITO 208
— ATIVIDADES ATÍPICAS EM CONTAS COMERCIAIS 209
— TRANSAÇÕES ATÍPICAS EM TRADE FINANCE 209
— ATIVIDADES ATÍPICAS DE INVESTIMENTO 210
— OUTRAS ATIVIDADES ATÍPICAS DE CLIENTES 210
— ATIVIDADES ATÍPICAS DE FUNCIONÁRIOS 210
— ATIVIDADES ATÍPICAS NO CONTEXTO DE REMETENTES 
DE DINHEIRO/OPERAÇÕES DE CASAS DE CÂMBIO 211
— ATIVIDADES ATÍPICAS PARA OPERAÇÕES EM MOEDA VIRTUAL 211
— ATIVIDADES ATÍPICAS NO CONTEXTO DE SEGURADORAS 212
— ATIVIDADES ATÍPICAS NO CONTEXTO DE CORRETORES FINANCEIROS 212
ÍNDICE 
—vii—
— ATIVIDADES ATÍPICAS NO SETOR IMOBILIÁRIO 213
— ATIVIDADES ATÍPICAS DE COMERCIANTES DE METAIS PRECIOSOS 
E ARTIGOS DE VALOR 214
— ATIVIDADES ATÍPICAS INDICATIVAS DE LAVAGEM DE DINHEIROBASEADA NO COMÉRCIO 215
— ATIVIDADES ATÍPICAS INDICATIVAS DE CONTRABANDO DE MIGRANTES 215
— ATIVIDADES ATÍPICAS INDICATIVAS DE TRÁFICO DE PESSOAS 217
— ATIVIDADES ATÍPICAS INDICATIVAS DE POTENCIAL 
FINANCIAMENTO AO TERRORISMO 218
Capítulo 4
Módulo Brasil 223
• Apresentação: 223
• Alerta: 223
1 O RECONHECIMENTO DA NECESSIDADE DE EDIÇÃO DE LEI TIPIFICANDO 
O CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO 224
2 COAF—CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS 225
3 ENCCLA—ESTRATÉGIA NACIONAL DE COMBATE 
À CORRUPÇÃO E À LAVAGEM DE DINHEIRO 226
4 DRCI—DEPARTAMENTO DE RECUPERAÇÃO DE ATIVO 
E COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL 227
5 LAB-LD—LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA 228
6 ALGUNS DOS AGENTES REGULADORES E FISCALIZADORES 228
7 A AUTORREGULAÇÃO 231
8 OUTROS ASSUNTOS/TERMOS E A FORMA COMO SÃO TRATADOS NO BRASIL 232
Capítulo 5
Realizando e Respondendo a investigações 239
• Investigações iniciadas pela instituição financeira 239
Origens de investigações 239
— RECOMENDAÇÕES REGULATÓRIAS OU DESCOBERTAS OFICIAIS 239
— MONITORAMENTO DE TRANSAÇÕES 240
— ENCAMINHAMENTOS PROVENIENTES DE FUNCIONÁRIOS 
QUE LIDAM COM CLIENTES 240
ÍNDICE 
—viii—
— LINHAS DIRETAS INTERNOS 241
— INFORMAÇÕES MIDIÁTICAS NEGATIVAS 241
— RECEBIMENTO DE UMA INTIMAÇÃO DO GOVERNO 
OU DE UM MANDADO DE BUSCA 242
 INTIMAÇÃO 242
 MANDADO DE BUSCA 243
— ORDENS PARA RESTRINGIR OU CONGELAR CONTAS OU ATIVOS 244
Condução da investigação 244
— USO DA INTERNET AO CONDUZIR INVESTIGAÇÕES FINANCEIRAS 245
Processo decisório sobre a emissão de relatório de transação suspeita (STR) 249
— EMISSÃO DE RELATÓRIO DE TRANSAÇÃO SUSPEITA (STR) 250
— GARANTIA DA QUALIDADE 250
— SUPERVISÃO/ENCAMINHAMENTO DA EMISSÃO DE STR 250
Fechamento da conta 251 
Comunicação com as autoridades policiais a respeito 
de relatórios de transações suspeitas (STR) 252 
Investigações iniciadas por autoridades policiais 253
Decisão de processar uma instituição financeira 
por violações de lavagem de dinheiro 254
Resposta a uma investigação de autoridades policiais 
contra uma instituição financeira 254
Monitoramento de uma investigação de autoridades 
policiais contra a instituição financeira 255
Cooperação com as autoridades policiais durante 
investigação contra instituição financeira 256
Contratação de advogado para uma investigação 
contra uma instituição financeira 256
— MANTER UM ADVOGADO 256
— SIGILO ENTRE ADVOGADO E CLIENTE APLICADO A ENTIDADES E INDIVÍDUOS 257
— DIVULGAÇÃO DE RELATÓRIO ESCRITO PELO ADVOGADO 257
Comunicação aos funcionários referente a investigação 
contra a instituição financeira 257
Entrevistar funcionários devido a uma investigação 
de autoridades policiais a instituição financeira 258
Relações com a mídia 258
ÍNDICE 
—ix—
• Cooperação para PLD/FT entre países 259
Recomendações do GAFI/FATF sobre a cooperação entre países 259 
Rede de Informação Internacional sobre Lavagem de Dinheiro (Imolin) 259
Tratados de Assistência Jurídica Mútua 260
Unidades de Inteligência Financeira 260
Capítulo 6
Glossário de termos 267
Capítulo 7
Questões práticas 301
Capítulo 8
Documentos de Orientação e Materiais de Referência 343 
• Documentos de Orientação e Materiais de Referência 343 
• Outros sites com materiais úteis343
• Revistas e publicações relacionadas ao combate 
e prevenção à lavagem de dinheiro 348
ACERCA DE ACAMS 
—x—
Sobre a ACAMS
A missão da ACAMS é aperfeiçoar o conhecimento, habilidades e experiência profissionais daqueles dedicados à detecção e prevenção à lavagem de dinheiro e ao combate ao terro-rismo (PLD/FT) ao redor do mundo e, de promover o desenvolvimento e implementação 
de sólidas políticas e procedimentos de combate e prevenção à lavagem de dinheiro. A ACAMS 
cumpre a sua missão por meio de:
• Promoção das normas internacionais de detecção e prevenção de lavagem de dinheiro e finan-
ciamento ao terrorismo;
• Treinamento de profissionais de organizações públicas e privadas sobre esses padrões e as 
estratégias e práticas requeridas para o seu cumprimento;
• Certificação dos conhecimentos adquiridos pelos seus membros; e
• Acesso a plataformas de networking, por intermédio das quais os profissionais de PLD/FT podem 
colaborar com seus pares em nível mundial.
A ACAMS estabelece os padrões para os profissionais que trabalham no combate ao crime finan-
ceiro em todo o mundo e os oferece oportunidades de desenvolvimento profissional por meio de 
networking. Em particular, a ACAMS busca: 
• Auxiliar os profissionais de combate a PLD/FT a alavancar a carreira por meio de educação, 
certificação e treinamentos de ponta. A ACAMS atua como um foro onde os profissionais podem 
trocar ideias e estratégias;
• Auxiliar os profissionais na elaboração, implementação e manutenção de práticas e procedi-
mentos comprovados e sólidos de PLD/FT; e
• Auxiliar as instituições financeiras e não financeiras a identificar e localizar profissionais cer-
tificados pela ACAMS de forma rápida, para expandir as melhores práticas de PLD/FT.
SOBRE O TÍTULO DE ESPECIALISTA CAMS
Como a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo ameaçam instituições financeiras, 
não financeiras e a sociedade como um todo, o desafio e a necessidade de desenvolver especialistas 
na prevenção e detecção de crimes financeiros ficam ainda maiores. A ACAMS é a líder global em 
responder a esta necessidade, tendo ajudado a padronizar o conhecimento especializado em PLD/
FT por meio da criação do título CAMS—Certified Anti-Money Laundering Specialist.
Internacionalmente reconhecida, a credencial CAMS identifica aqueles que a recebem como sendo 
profissionais com conhecimento especializado em PLD/FT. Os profissionais que recebem o título 
CAMS se posicionam como líderes no setor e como ativos valiosos para suas organizações.
Parabéns por sua decisão de buscar a credencial internacional mais respeitada e amplamente reco-
nhecida na área de PLD/FT. Nós lhe damos as boas-vindas e o convidamos a embarcar em uma 
jornada que pode levá-lo à ascensão na carreira, ao reconhecimento internacional e ao respeito de 
seus pares e superiores.
Leia, estude com afinco e boa sorte!
Capítulo 1 OS RISCOS E MÉTODOS DE LAVAGEM DE DINHEIRO E DO FINANCIAMENTO AO TERRORISMO
—1—
Capítulo 1
Os Riscos e métodos de lavagem de dinheiro 
e do financiamento ao terrorismo
O que é lavagem de dinheiro?
L avar dinheiro significa pegar recursos provenientes de origens ilegais e dissimular sua fonte para usá-los, em última instância, para realizar atividades legais e ilegais. Em resumo, lavar dinheiro é o processo de transformar dinheiro “sujo” em dinheiro “limpo”.
Quando uma atividade criminosa gera lucros significativos, a pessoa ou o grupo envolvido na ati-
vidade tem de encontrar um meio para usar esses recursos sem atrair a atenção para a atividade 
principal ou para as pessoas envolvidas na geração dos lucros. Os criminosos fazem isso ao ocultar 
as origens, mudando a forma ou movimentando o dinheiro para lugares que chamam menos a 
atenção.
Atividades criminosas que levam à lavagem de dinheiro (ex. crimes antecedentes) podem incluir a 
venda ilegal de armas, narcotráfico, contrabando, tráfico e outras atividades relacionadas ao crime 
organizado, peculato, insider trading, suborno e esquemas de fraude por computador.
Estabelecida em 1989, o Grupo de Ação Financeira (Gafi/FATF) é uma agência multinacional ou 
intergovernamental formada pelo Grupo dos Sete países industrializados para fomentar as ações 
internacionais contra a lavagem de dinheiro. Uma das primeiras conquistas do Gafi/FATF foi afastar 
a ideia de que a lavagem de dinheiro se limita às operações em dinheiro. Por meio de seus diversos 
exercícios de “tipologias” de lavagem de dinheiro, o Gafi/FATF demonstrou que é possível lavar 
dinheiro em praticamente qualquer meio, instituição financeira ou atividade comercial.
 A Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional de 2000, mais conhecida 
como a “Convenção de Palermo, ” define lavagem de dinheiro conforme segue:
• A conversão ou transferência de bens, quando quem o faz tem conhecimento de que esses 
bens são produto de crime, com o propósito de ocultar ou dissimular a origem ilícita dos 
bens ou ajudar qualquer pessoa envolvida na prática da infração principal a se furtar das 
consequências jurídicas dos seus atos.
Capítulo 1 OS RISCOS E MÉTODOS DE LAVAGEM DE DINHEIRO E DO FINANCIAMENTO AO TERRORISMO
—2—
• A ocultação ou dissimulação da verdadeira natureza, origem, localização, disposição, movi-
mentação ou propriedade de bens ou direitos a eles relativos, sabendo o seu autor que estes 
bens são produto de crime.
• A aquisição, posse ou utilização de bens, sabendo aquele que os adquire, possui ou utiliza, 
no momento da recepção, que são produto de crime.
Um conceito importante na definição de lavagem de dinheiro é a questão do “conhecimento. ” Em 
todos os três itens mencionados acima, vemos a frase “...sabe-se que é oriundo de um crime”, ou 
seja, há relação entre o conhecimento referente à atividade criminosa. De acordo tanto com as 40 
Recomendações do Gafi/FATF quanto com a Quarta Diretiva da União Europeia sobre a Prevenção 
do Uso do Sistema Financeiro para Efeitos de Lavagem de Dinheiro e Financiamento ao Terrorismo 
(2015), o intuito e o conhecimento necessários para comprovar o crime de lavagem de dinheiro 
inclui o conceito que esta condição pode ser compreendida como “circunstâncias factuais objetivas”.
Em muitos países, a expressão “Cegueira Deliberada” (willful blindness) é um princípio jurídico 
operante nos casos de lavagem de dinheiro. Muitos sistemas jurídicos definem a “cegueira delibe-
rada” como “o ato de evitar deliberadamente o conhecimento dos fatos”, ou “a indiferença inten-
cional”. Em outros casos, os tribunais já afirmaram que a cegueira deliberada é o equivalente ao 
conhecimento efetivo da fonte ilegal de recursos, ou das intenções do cliente em qualquer operação 
de lavagem de dinheiro.
Em outubro de 2001, após os eventos do 11 de setembro, o Gafi/FATF ampliou o escopo de suas 
atividades para incluir o financiamento ao terrorismo. Tanto os terroristas quanto os lavadores 
de dinheiro usam os mesmos métodos para movimentar seus recursos de maneira a evitar sua 
descoberta, inclusive estruturam pagamentos para burlar a sua declaração ou se utilizam de sis-
temas informais de remessa de valores, como o antigo sistema denominado hawala, ou hundi ou 
fei ch’ien, também conhecido no Brasil como “dólar cabo”. Enquanto os recursos destinados à 
lavagem de dinheiro são, por definição, decorrentes de atividades criminosas, tais como o tráfico 
de drogas e as fraudes, o financiamento ao terrorismo pode incluir recursos provenientes de fontes 
absolutamente legítimas. A ocultação dos recursos usados para o terrorismo tem como finalidade 
esconder o “objetivo” do uso dos recursos e, não a sua fonte. Nas atividades terroristas, os recursos 
podem ser usados para as despesas operacionais, inclusive para pagar a alimentação, locomoção 
ou a acomodação dos envolvidos, e até mesmo o ato terrorista em si. Assim como as organizações 
criminosas, os terroristas buscam o sigilo desuas operações no que se refere ao seu destino e sua 
finalidade.
Em fevereiro de 2012, o Gafi/ FATF alterou sua lista inicial de recomendações e notas para uma nova 
lista com 40 recomendações, que incluía a recomendação sobre as formas de prevenir, suprimir e 
interromper a proliferação de armas de destruição em massa.
As três fases do ciclo de lavagem de dinheiro
Em muitos casos, a lavagem de dinheiro envolve uma série complexa de operações que são difíceis 
de separar. Todavia, em geral, é possível apontar três fases no processo de lavagem de dinheiro:
Capítulo 1 OS RISCOS E MÉTODOS DE LAVAGEM DE DINHEIRO E DO FINANCIAMENTO AO TERRORISMO
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Primeira fase: Colocação—é colocação física de dinheiro ou de bens decorrentes da atividade 
criminosa no sistema econômico. Durante esta fase, o lavador de dinheiro introduz os recursos 
obtidos de forma ilegal no sistema financeiro. Muitas vezes, isso se dá ao colocar esses recursos 
em circulação por intermédio de instituições financeiras formais, cassinos e demais atividades 
comerciais legítimas, tanto no próprio país de origem do recurso quanto em outros.
Seguem exemplos de operações que costumam ocorrer durante esta fase:
• Mistura de recursos: juntar o dinheiro ilícito, oriundo do narcotráfico, com recursos lícitos 
obtidos por um negócio próprio que tenha fluxo intenso de recebimento de dinheiro em 
espécie.
• Operações de Câmbio: Compra de moedas (divisas) estrangeiras com recursos ilegais.
• Fracionamento do depósito em pequenos montantes: Efetuar depósitos em dinheiro em 
várias contas bancárias na tentativa de burlar os limites de valores que devem ser declarados 
aos órgãos reguladores;
• Contrabando de moeda: Movimentação física transfronteiriça de moeda em espécie ou de 
instrumentos monetários pela fronteira de um país.
• Empréstimos: Pagamento de empréstimos legítimos usando dinheiro lavado.
Segunda fase: Ocultação—Constitui o processo de distanciamento do produto ilegal fruto da 
atividade criminosa, de sua respectiva fonte por meio de diversas camadas de operações financeiras, 
com o intuito de despistar a origem dos recursos.
Esta segunda fase, diz respeito à conversão do produto do crime em qualquer outra forma, na 
criação de camadas complexas de operações financeiras para dificultar o rastreamento para fins 
de auditoria e ocultar a fonte (origem) e a titularidade dos recursos.
As seguintes operações podem ocorrer durante esta fase:
• Movimentar fundos eletronicamente de um país para outro e dividi-los em mercados e/ou 
opções financeiras avançadas;
• Transferir fundos de uma instituição financeira para outra ou entre contas de uma mesma 
instituição;
• Converter o dinheiro depositado em outros instrumentos financeiros;
• Revender bens de alto valor e o usar cartões pré-pagos/de valor armazenado;
• Investir no mercado imobiliário e em atividades comerciais legítimas;
• Investir em ações, títulos ou seguros de vida; e
• Usar shell companies (empresas sem presença física) cujo principal objetivo seja ocultar o 
beneficiário final e/ou a titularidade dos bens.
Terceira fase: Integração—Constitui a atribuição de aparente legitimidade a recursos ilícitos, 
por meio de sua reinserção na economia, através de operações comerciais em algo que se pareça 
uma operação pessoal ou corporativa normal .
Capítulo 1 OS RISCOS E MÉTODOS DE LAVAGEM DE DINHEIRO E DO FINANCIAMENTO AO TERRORISMO
—4—
Este estágio envolve o uso de dinheiro lavado em transações aparentemente normais para criar a 
impressão de legitimidade. Por exemplo, o lavador de dinheiro pode optar por investir os recursos 
em imóveis, em aplicações financeiras ou em artigos de luxo. Na fase da integração, é muito difícil 
distinguir os recursos legais daqueles ilegais. Durante esta fase, o lavador se vê diante da oportu-
nidade de aumentar os recursos obtidos com a atividade criminosa. Em geral, é difícil identificar 
esta fase, a menos que haja algum tipo de discrepância significativa entre a ocupação oficial, os 
negócios ou os investimentos da pessoa ou da empresa e seus respectivos bens, renda ou ativos.
Exemplos de operações de integração incluem:
• Comprar artigos de luxo, imóveis, obras de arte, joias e carros de luxo; e
• Envolver-se em acordos financeiros ou outros empreendimentos de risco onde os investi-
mentos são realizados em empresas comerciais.
Fonte: Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime
Banco
Banco
Coletar o dinheiro sujo
compra de bens de luxo, 
investimentos financeiros, 
comerciais e industriais
o dinheiro sujo se integra
ao sistema financeiro
Empresa Y pago a
Empresa X uma
fatura falsa "
Transferência
bancária à conta
de empresa X 
Empréstimo 
Empresa “ “Y”
Transferência
eletrônica
COLOCAÇÃO
OCULTAÇÃO
INTEGRAÇÃO
Estágios da lavagem de dinheiro
As consequências econômicas e sociais da lavagem de dinheiro
Lavagem de dinheiro é o resultado de qualquer crime que gere lucro para atividades criminosas. A 
Lavagem de Dinheiro não conhece fronteiras e, as jurisdições onde não há uma legislação e regula-
mentação eficaz e adequada, estão mais vulneráveis à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao 
terrorismo . No entanto, os grandes centros financeiros mais desenvolvidos também estão sujeitos 
à lavagem de dinheiro, devido ao enorme volume de transações financeiras que possibilitam ao 
lavador mesclá-las e à ampla quantidade de serviços disponíveis permitindo ao lavador uma atuação 
mais abrangente. A maioria dos lavadores de dinheiro busca fazer uso do produto de seus crimes, 
movimentando recursos através de sistemas financeiros mais estáveis. 
Capítulo 1 OS RISCOS E MÉTODOS DE LAVAGEM DE DINHEIRO E DO FINANCIAMENTO AO TERRORISMO
—5—
A lavagem de dinheiro possui consequências econômicas e sociais significativas, especialmente 
para países em desenvolvimento e mercados emergentes. A transferência fácil dos fundos de uma 
instituição, ou sistemas relativamente simples que permitem que o dinheiro seja depositado ou 
transferido sem fazer quaisquer perguntas é um território fértil para aqueles que lavam dinheiro. 
O apoio às normas legais, profissionais e éticas é imprescindível para a integridade dos mercados 
financeiros.
As consequências macroeconômicas potenciais de lavagens de dinheiro não reprimidas são as 
seguintes.
• Maior exposição ao crime organizado e à corrupção: Lavagens de dinheiro bem-sucedidas 
engrandecem os aspectos lucrativos da atividade criminosa. Quando um país é visto como 
paraíso para lavagem de dinheiro, ele atrai pessoas que cometem o crime. Em geral, os paraísos 
para lavar dinheiro e financiar o terrorismo possuem
— Número limitado de tipificação de crimes antecedentes de lavagem de dinheiro (ex. infrações 
penais que possam permitir que uma jurisdição apresente acusação de lavagem de dinheiro);
— Tipos limitados de instituições e pessoas abrangidas pelas leis e regulamentações de combate 
e prevenção à lavagem de dinheiro;
— Pouca ou nenhuma aplicação das leis e penalidades brandas, ou disposições que dificultam 
o confisco ou o bloqueio de ativos relacionados à lavagem de dinheiro; e
— Capacidade regulatória limitada de monitoramento e supervisão em conformidade com as 
leis e regulamentação de lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.
Quando a lavagem de dinheiro prevalece, há probabilidades maiores de aumento da corrupção. 
Geralmente, a penetração de grupos de crime organizado em uma jurisdição está diretamente 
relacionada com a corrupção de setores público e privado. Os criminosos poderão tentar subornar 
servidores públicos, advogados e funcionários de instituições financeiras e demais instituições, 
para continuarem a realizar suas atividades criminosas.
A corrupção estimula a lavagem de dinheiro em países onde as leis são mais brandas. Aumentando 
assim o pagamento de propina e suborno em instituições financeiras, empresas de advocacia, de 
contabilidade, em órgãos de fiscalização e supervisão, de autoridades policiais e, inclusive, juízes 
e procuradores.Por outro lado, uma estrutura mais abrangente de PLD/FT ajuda a coibir atividades criminosas, 
eliminando os lucros dessas atividades e desencorajando os criminosos a operar em um país onde 
a lei é aplicada com rigor e os proventos do crime são confiscados.
Estudo de caso
Em 2001, o Conselho de Segurança Nacional dos EUA emitiu um relatório informando a des-
coberta de organizações criminosas russas que estavam se aproveitando de imigrantes russos 
vivendo em Israel para “Lavar Dinheiro” através da produção ilegal de CDs. Israel ganhou a 
reputação de ser “bom para lavagem de dinheiro” entre criminosos russos. A polícia israelense 
estima que mais de US$ 4 bilhões em dinheiro sujo foram despejados em Israel, outros estimam 
que tenha sido cerca de US$ 20 bilhões. Essas gangues criminosas se aproveitaram das cidades 
Capítulo 1 OS RISCOS E MÉTODOS DE LAVAGEM DE DINHEIRO E DO FINANCIAMENTO AO TERRORISMO
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pouco desenvolvidas comprando imóveis, financiando instituições de caridade, apoiando 
candidatos a cargos públicos nas prefeituras locais, fortalecendo ainda mais os gângsteres e 
garantindo que eles tirassem o máximo proveito da proteção da polícia e de autoridades locais.
• Enfraquecimento do setor privado formal: Um dos efeitos microeconômicos mais graves 
da lavagem de dinheiro é sentido no setor privado. 
 Os lavadores de dinheiro são conhecidos por usarem empresas de fachada (front companies), 
ou empresas que aparentam ser legítimas, mas que de fato são controladas por criminosos 
que misturam o produto da atividade ilícita aos de atividade lícita, para ocultar a sua origem 
criminosa. Estas empresas de fachada têm acesso a recursos ilegais significativos, que as pos-
sibilitam subsidiar seus produtos e serviços e a oferecê-los a preços muito mais em conta do 
que os praticados no mercado. Há, porém uma concorrência desleal em relação às empresas 
legítimas, que obtêm seus recursos através dos mercados financeiros. Evidentemente, os prin-
cípios administrativos destas organizações criminosas não são consistentes com os princípios 
tradicionais de livre mercado das empresas legítimas, levando a efeitos macroeconômicos ainda 
mais nefastos.
Por fim, através do uso dessas empresas de fachada e de investimentos em empresas legítimas, 
é possível usar o produto da lavagem de dinheiro para controlar mercados e até mesmo setores 
econômicos de determinados países. Isso aumenta o potencial de instabilidade monetária e 
econômica em decorrência da alocação indevida de recursos, de distorções artificiais nos preços 
de ativos e de commodities, além de servir de veículo para evasão fiscal, fazendo com que os 
impostos não sejam devidamente recolhidos no país.
• Enfraquecimento das instituições financeiras: A lavagem de dinheiro e o financiamento 
ao terrorismo podem prejudicar a solidez do setor financeiro de um país. Além disso, estas 
atividades podem afetar a estabilidade dos bancos e demais instituições financeiras, tais como 
corretoras e seguradoras. Aliás, a atividade criminosa está muitas vezes associada a diversas 
falências bancárias ao redor do mundo incluindo o fechamento do First Internet Bank, European 
Union Bank e Riggs Bank. O estabelecimento e a manutenção de um programa rigoroso de PLD 
/ FT fazem parte do estatuto de uma instituição financeira, descumprimento dessas políticas 
pode resultar não apenas em penalidades significativas, mas também na perda de sua licença.
• Efeito de enfraquecimento de investimentos estrangeiros: Embora as economias em 
desenvolvimento não possam se dar ao luxo de serem seletivas sobre as fontes de capital que 
atraem, há um efeito amortecedor sobre o investimento estrangeiro direto quando os setores 
comercial e financeiro estão comprometidos e sujeitos à influência do crime organizado. Para 
manter um ambiente favorável às instituições, esses obstáculos precisam ser eliminados.
• Perda de controle ou erros na tomada de decisão referente à política econômica: Por 
conta das quantias significativas de numerário envolvidas no processo de lavagem de dinheiro, 
em alguns países emergentes este produto ilegal pode diminuir o orçamento público, levando 
à perda de controle da política econômica por parte dos governos ou a erros, em virtude de 
incorreções nos cálculos de estatísticas macroeconômicas, resultantes da lavagem de dinheiro.
A lavagem de dinheiro também pode prejudicar a cotação das moedas e as taxas de juros, na 
medida em que os lavadores de dinheiro reinvestem os recursos onde a probabilidade de seus 
esquemas serem descobertos é menor, ao invés dos lugares onde as taxas de retorno são mais 
Capítulo 1 OS RISCOS E MÉTODOS DE LAVAGEM DE DINHEIRO E DO FINANCIAMENTO AO TERRORISMO
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altas. Há volatilidade também nas taxas de câmbio e de juros por conta de remessas interna-
cionais inesperadas, conforme a demanda por dinheiro muda de um país para o outro. Em 
virtude da lavagem de dinheiro, que gera dados monetários enganosos, esta demanda sempre 
trará consequências prejudiciais a volatilidade da taxa de juros e de câmbio, especialmente 
nas economias atreladas ao dólar, já que o rastreamento dos agregados monetários passa a ser 
cada vez mais difícil. Por fim, a lavagem de dinheiro pode aumentar a ameaça de instabilidade 
monetária por conta de desvio de recursos decorrentes das distorções artificiais nos preços 
dos ativos e das commodities.
• Distorção econômica e instabilidade: O interesse primordial dos lavadores de dinheiro não 
reside na geração de lucro a partir de seus investimentos, mas na proteção de seu produto e na 
ocultação da origem ilegal dos recursos. Assim, eles “investem” seu dinheiro em atividades que 
não são necessariamente benéficas, do ponto de vista econômico, para o país onde os recursos 
estão localizados. Ademais, na medida em que a lavagem de dinheiro e o crime financeiro 
redirecionam os recursos de investimentos sólidos para investimentos de baixa qualidade que 
escondem sua origem, o crescimento econômico também é prejudicado.
• Perda de receita tributária: Dentre todas as formas de atividade ilegal subjacente, talvez a 
evasão fiscal seja aquela que tenha o impacto macroeconômico mais evidente. A lavagem de 
dinheiro diminui a receita tributária do governo e indiretamente prejudica os contribuintes, 
além de dificultar a arrecadação fiscal do país. Em geral, a perda de receita traduz-se em maior 
ônus tributário para aqueles que atuam na legalidade.
O déficit na arrecadação pública está no cerne das dificuldades econômicas de muitos países 
e foco principal de muitos dos programas de estabilidade econômica é a correção dos erros na 
arrecadação. O Fundo Monetário Internacional (FMI) tem feito diversos esforços para melhorar 
a capacidade de arrecadação fiscal de seus países membro e, a Organização para a Cooperação 
e Desenvolvimento Econômico (OCDE) tem desempenhado um papel fundamental para fazer 
com que muitos países ajustem seus sistemas rumo a transparência tributária.
• Riscos aos esforços de privatização: A lavagem de dinheiro ameaça os esforços de muitos 
estados que estão tentando introduzir reformas em suas economias através da privatização. 
As organizações criminosas conseguem vencer em leilões e concorrências de antigas estatais. 
Acordos internos entre criminosos e governo podem conceder a licitação estatal de privatização 
para uma organização criminosa com potencial prejuízo para o Estado. Ademais, apesar de 
muitas vezes serem benéficas do ponto de vista econômico, as privatizações também podem 
ser usadas como veículo para lavar dinheiro. No passado, os criminosos conseguiam comprar 
marinas, resorts, casinos e demais estabelecimentos para ocultar seu produto ilícito e para dar 
continuidade às atividades criminosas.
• Risco à reputação de um país: Ser conhecido como país suscetível à lavagem de dinheiro 
ou ao financiamento ao terrorismo pode trazer efeitos negativos ao seu desenvolvimento e ao 
crescimento econômico de um país. Este tipo de situação diminui asoportunidades globais de 
investimento, pois as instituições financeiras podem optar por restringir suas operações com 
quaisquer instituições localizadas em países suscetíveis à lavagem de dinheiro, já que qualquer 
tipo de diligência adicional tornaria estas operações mais caras.
Capítulo 1 OS RISCOS E MÉTODOS DE LAVAGEM DE DINHEIRO E DO FINANCIAMENTO AO TERRORISMO
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As empresas legais localizadas nestes países podem sofrer com a redução no acesso aos mer-
cados mundiais (ou podem ter que pagar mais caro para ter acesso a estes mercados), por 
conta da diligência adicional dos sistemas de titularidade e controle. Uma vez prejudicada, é 
difícil recuperar a reputação financeira de um país e, este processo exige recursos significativos 
para superar um problema que poderia ter sido evitado por meio de controles adequados de 
prevenção à lavagem de dinheiro. Os outros efeitos incluem medidas específicas que podem 
ser tomadas pelas organizações internacionais e pelos demais países, bem como a diminuição 
na disponibilidade de apoio governamental.
• Risco de sanções internacionais: A fim de proteger o sistema financeiro de lavagem de 
dinheiro e financiamento do terrorismo, os Estados Unidos, as Nações Unidas, a União Europeia 
e outros órgãos governamentais podem impor sanções contra pessoas, organizações ou paí-
ses internacionais, terroristas e grupos terroristas, traficantes de drogas e outras ameaças à 
segurança. Nos Estados Unidos, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do 
Departamento do Tesouro Americano gerencia e impõe sanções econômicas e comerciais.
Os países estão sujeitos a sanções abrangentes ou direcionadas. Sanções abrangentes proí-
bem praticamente todas as transações com um país específico. Sanções direcionadas proíbem 
transações com setores, entidades ou indivíduos específicos apontados na Lista de Cidadãos 
Especialmente Designados e Pessoas Bloqueadas da OFAC. O não cumprimento pode resultar 
em penalidades civis e criminais. O Gafi/FATF também mantém uma lista das jurisdições identi-
ficadas como de alto risco e não cooperativas, cujos sistemas de PLD/FT possuem deficiências 
estratégicas e não se encontram nos padrões internacionais. Como resultado, o Gafi/FATF pede 
que seus membros apliquem as contramedidas contra tal jurisdição, tais como instituições 
financeiras aplicarem a devida diligência relações e transações de negócios com pessoas físicas 
e jurídicas, numa tentativa de persuadir aquele país ou jurisdição a melhorar seu sistema de 
PLD/FT.
• Custos sociais: Há custos e riscos sociais significativos associados à lavagem de dinheiro. A 
lavagem de dinheiro está intimamente ligada à lucratividade do crime, além de permitir que os 
traficantes de drogas, contrabandistas e demais criminosos expandam suas operações. Este 
processo aumenta o custo das despesas e do orçamento do governo por conta da necessidade 
de incremento no controle da aplicação das leis e demais gastos (por exemplo, através do 
aumento dos gastos com a saúde, em decorrência do tratamento de viciados), para combater 
as consequências graves resultantes da lavagem de dinheiro.
As instituições financeiras que dependem dos recursos do crime enfrentam grandes desafios 
para gerenciar adequadamente seus ativos, passivos e operações, bem como para atrair clientes 
legítimos. Estas instituições também correm o risco de serem excluídas do sistema financeiro 
internacional. As consequências da lavagem de dinheiro são riscos reputacionais, operacionais, 
legais e de concentração e, incluem:
— Perda de negócios rentáveis;
— Problemas de liquidez através da retirada de recursos;
— Encerramento dos serviços de banco correspondente;
— Despesas com investigação e multas;
Capítulo 1 OS RISCOS E MÉTODOS DE LAVAGEM DE DINHEIRO E DO FINANCIAMENTO AO TERRORISMO
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— Confisco de bens;
— Perdas na carteira de empréstimos; e
— Perda do valor de mercado.
• Risco à reputação significa a possibilidade de prejudicar a imagem de uma empresa em decor-
rência de suas práticas e associações comerciais, sejam elas corretas ou não, por conta da perda 
da confiança das pessoas na integridade da organização. Por exemplo, para um banco, o risco 
de reputação significa a possibilidade de os tomadores, depositantes e investidores não mais 
realizarem as suas operações no banco, por conta de qualquer escândalo de lavagem de dinheiro 
que o envolva.
A perda de tomadores de alta qualidade reduz o número de empréstimos rentáveis e aumenta o 
risco do portfólio de créditos em geral. Além disso, há o risco de os depositantes não poderem 
mais contar com os fundos, caso venham saber de qualquer instabilidade do banco. É possível 
que os depositantes prefiram incorrer em multas altas pelo resgate/retirada antecipada, a deixar 
seus recursos depositados em um banco duvidoso, o que pode causar possíveis problemas de 
liquidez à instituição financeira.
• Risco operacional—Representado pela possibilidade de perdas resultantes de falha, deficiência 
ou inadequação de processos internos, pessoas e sistemas, ou de eventos externos. Estas perdas 
ocorrem quando as instituições realizam serviços interbancários reduzidos, que tenham sido 
suspensos ou em caso de aumento nestes custos. O aumento nos custos de empréstimos ou 
financiamentos também faz parte do risco operacional.
• Risco legal—Representado pela possibilidade de ajuizamento de ações, de sentenças desfa-
voráveis, de contratos inexequíveis, multas e penalidades, resultando em perdas, aumento das 
despesas de uma organização ou, até mesmo, no encerramento ou suspensão das atividades 
da instituição. Por exemplo, os clientes legítimos da organização podem ser vítimas de crime 
financeiro, perder dinheiro e processar a organização para que sejam indenizados. É possível que 
os reguladores e/ou as autoridades competentes realizem investigações que gerem aumento de 
custos, além de multas e demais penalidades ou sanções. Ademais, alguns contratos podem se 
tornar inexequíveis por conta de fraude de qualquer cliente envolvido em atividade criminosa.
• Risco de concentração—Representado pela possibilidade de perda decorrente do excesso 
de exposição de crédito ou de empréstimos a um tomador ou grupo de tomadores. Em geral, 
os regulamentos restringem a exposição dos bancos a um único tomador ou a um grupo de 
tomadores relacionados. Neste sentido, a falta de informações sobre um determinado cliente, 
que está por trás de outro cliente ou sobre qual é a relação entre o cliente e os demais tomadores, 
poderá colocar o banco em risco. Isso é bastante preocupante quando há contrapartes relacio-
nadas, tomadores relacionados e uma fonte comum de renda ou de ativos para amortização. 
Evidentemente, as perdas decorrentes de empréstimos também podem ser oriundas de contratos 
inexequíveis e contratos celebrados com personagens fictícios.
Por essas razões, organismos internacionais emitiram declarações como as diretrizes do Comitê 
de Supervisão Bancária da Basileia de 2014 sobre o Gerenciamento Sólido de Riscos Relacionados 
à Lavagem de Dinheiro e Financiamento do Terrorismo (Sound Management of Risks Related 
to Money Laundering and Financing of Terrorism) e a publicação do Gafi/FATF sobre os 
Capítulo 1 OS RISCOS E MÉTODOS DE LAVAGEM DE DINHEIRO E DO FINANCIAMENTO AO TERRORISMO
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Padrões Internacionais de Combate à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo e 
da Proliferação (International Standards on Combating Money Laundering and the Financing 
of Terrorism & Proliferation).
Programas de conformidade (Compliance) 
e de responsabilidade individual para PLD/FT
Nos últimos anos, leis foram aprovadas e diretrizes foram publicadas responsabilizando indivíduos 
do alto escalão das instituições financeiras que contribuíram para deficiências no PLD e em pro-
gramas do cumprimento de sanções.
Em 2014, o Financial Crimes Enforcement Network (FinCEN), Unidade de Inteligência Financeira 
(UIF), do Departamento do Tesouro dos EUA dos EstadosUnidos aconselharam as instituições 
financeiras a fortalecerem internamente a cultura de compliance, criando responsabilidades a todos 
os funcionários pelo PLD/FT da instituição. Esta recomendação foi seguida, em 2015, por um memo-
rando sobre “Responsabilidade Individual por Infração Corporativa”, da Procuradora-Geral Adjunta 
do Departamento de Justiça dos EUA, Sally Quillian Yates.
O “Memorando Yates” (Yates Memo), como é conhecido, lembra aos promotores de que as investiga-
ções civis e criminais sobre a má conduta corporativa também devem se concentrar em indivíduos 
que cometeram o delito. A resolução aponta a responsabilidade de cada indivíduo e não os protege 
de infrações criminal ou civil cometidas. Embora o Memorando Yates não aborde especificamente o 
programa de PLD/FT, recentes medidas executórias aplicadas pelos reguladores americanos contra 
instituições financeiras ilustram um contínuo foco nas deficiências dos programas de PLD/FT.
No Reino Unido, o Financial Conduct Authority (FCA) publicou regulamentos para o Regime de 
Gerentes Seniores (Senior Managers Regime, 2015), projetado para melhorar a responsabilidade 
individual dentro do setor bancário. Em relação ao crime financeiro, o Regime de Gerentes Seniores 
exige que uma instituição financeira conceda responsabilidade a um executivo do alto escalão, 
como um Diretor da área responsável pela Prevenção à Lavagem de Dinheiro (Money Laundering 
Reporting Officer—MLRO), para garantir que os esforços da instituição em combater crimes finan-
ceiros sejam efetivamente planejados e implementados. O gerente sênior (no Brasil tem o cargo 
hierárquico de executivo do alto escalão) é pessoalmente responsável por qualquer conduta impró-
pria que se enquadre no regime de PLD/FT da instituição.
Finalmente, em 30 de junho de 2016, o Departamento de Serviços Financeiros (DFS) do Estado 
de Nova Iorque publicou a “Regra Final” (Final Rule) exigindo que instituições regulamentadas 
mantenham “Programas de Monitoramento de Transações” concebidos para:
(i) Monitorar as transações após sua execução, verificando sua conformidade (compliance) 
com a Lei de Sigilo Bancário (BSA) e leis e regulamentações de prevenção à lavagem de 
dinheiro (PLD), incluindo exigência de relatórios sobre atividades suspeitas; e
(ii) Evitar transações ilegais com vistas às sanções gerenciadas pelo Escritório de Controle de 
Ativos Financeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA.
Capítulo 1 OS RISCOS E MÉTODOS DE LAVAGEM DE DINHEIRO E DO FINANCIAMENTO AO TERRORISMO
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A “Regra Final”, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2017, também requer que os conselhos de 
administração ou funcionários seniores/executivos das instituições regulamentadas enviem certi-
ficações anuais ao Departamento de Serviços Financeiros (DFS) confirmando que foram tomadas 
todas as medidas necessárias para atender aos requisitos do programa de monitoramento das 
transações.
Apesar de ser específica ao estado de Nova York, a lei abrange também os bancos estrangeiros, 
Trusts, Private Banks, caixas econômicas, associações de poupança e crédito constituídos de acordo 
com a Lei Bancária de Nova York (New York Banking Law), incluindo todas as filiais e agências de 
bancos estrangeiros conforme a Lei dos Bancos (Banking Law) que realizem operações financeiras 
no estado de Nova York. A lei dos Bancos também se aplica às instituições financeiras não bancárias 
como empresas de desconto de cheques e empresas de transferência de recursos.
Estudo de caso
Entre 2003 e 2008, Thomas Haider atuou como Diretor de Compliance (Chief Compliance 
Officer—CCO) da MoneyGram, uma empresa prestadora de serviços (MSB) especializada na 
transferência de recursos. Como parte de suas responsabilidades, o Sr. Haider era o responsável 
por garantir que a MoneyGram tivesse um programa eficaz de PLD / FT que exigisse informações 
rápidas sobre transações suspeitas. Ele também foi o encarregado pelo Departamento de Fraude 
da MoneyGram.
Durante esse período, milhares de reclamações foram feitas por clientes que informavam serem 
vítimas de fraudes de loteria, ou de pagamentos antecipados, e recebiam instruções para que o 
dinheiro fosse então remetido a fraudadores criminosos através de agentes da MoneyGram nos 
Estados Unidos e no Canadá. Apesar do Sr. Haider e do Departamento de Fraude da MoneyGram 
estarem recebendo uma grande quantidade de reclamações, nenhuma investigação foi condu-
zida, nem mesmo com relação aos locais de origem dos reclamantes. Uma investigação teria 
permitido que o Sr. Haider suspendesse ou demitisse qualquer agente que tivesse participação 
na atividade ilegal.
De acordo com a avaliação da FinCEN de dezembro de 2014 sobre penalidade civil, o Sr. Haider 
falhou em implementar um programa de PLD adequado, conduzir auditorias eficazes ou encerrar 
relações com representantes conhecidos como de alto risco. Como resultado da investigação da 
FinCEN, o Sr. Haider foi demitido da MoneyGram em 2008 e lhe foi individualmente determinada 
uma multa de US$ 1 milhão em 2014. A FinCEN também tentou impedir o Sr. Haider de trabalhar 
no setor de serviços financeiros.
Métodos de lavagem de dinheiro
A lavagem de dinheiro está em constante evolução e deve ser sempre monitorada em todas as suas 
formas para que as medidas de combate a esta prática sejam imediatas e eficientes. É possível 
movimentar recursos ilegais por meio de diversos canais comerciais, inclusive, por contas corren-
tes, contas poupanças, contas de investimento, entidades offshore (incluindo Trust), fundos, por 
transferências eletrônicas, corretores, bancos e prestadoras de serviços financeiros.
Capítulo 1 OS RISCOS E MÉTODOS DE LAVAGEM DE DINHEIRO E DO FINANCIAMENTO AO TERRORISMO
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O lavador de dinheiro buscará dentro e ao redor do sistema financeiro uma forma de operar que 
melhor se adeque à execução do seu plano de lavagem de fundos. Na medida em que muitos gover-
nos ao redor do mundo impuseram medidas de combate e prevenção à lavagem de dinheiro ao 
setor bancário, a atividade criminosa mudou do setor bancário tradicional para outros serviços 
financeiros, bem como para outras profissões e atividades.
O Gafi/FATF e Organismos regionais ao estilo do Gafi/FATF publicam relatórios periódicos de 
tipologia para “monitorar as mudanças e compreender melhor os mecanismos que estão por trás da 
lavagem de dinheiro e do financiamento ao terrorismo. ” O intuito é produzir informações acerca dos 
“principais métodos e tendências nestas atividades”, além de certificar-se que as 40 Recomendações 
do Gafi/FATF permaneçam em vigor e sejam relevantes. Muitas referências serão feitas a estas 
tipologias neste capítulo, já que oferecem bons exemplos de como é possível lavar dinheiro por 
meio de métodos diferentes, em situações diferentes.
Bancos e demais instituições depositárias
Os bancos sempre foram e continuam sendo um mecanismo importante nas três fases da lavagem 
de dinheiro. Eis algumas áreas especiais de interesse e de questões referentes a lavagem de dinheiro 
realizada por meio de bancos e demais instituições depositárias.
TRANSFERÊNCIA ELETRÔNICA DE FUNDOS
A transferência eletrônica de fundos é qualquer transferência de fundos iniciada por meios eletrôni-
cos, seja por meio de uma câmara de compensação automatizada (Automated Clearing House—
ACH), por computador, por caixa eletrônico, terminal eletrônico, celular, telefone ou fita magnética. 
Em geral, quando alguém quer transferir dinheiro rapidamente de uma conta para outra, a pessoa 
faz uma transferência eletrônica de fundos, o que pode ocorrer dentro de um país ou de um país 
para outro, fazendo com que trilhões de dólares sejam transferidos em milhões de operações todos 
os dias.
Sistemas como o Fedwire, SWIFT e CHIPS movimentam milhões de mensagens de transferência 
diariamente. Desta forma, transferências de fundos ilícitos podem ser facilmente escondidas por 
entre os milhões de transferências legais que ocorrem todos os dias. Os lavadores dedinheiro podem 
dar início às transferências eletrônicas não autorizadas como por exemplo, por meio de débitos 
em câmaras de compensação ou da disponibilização de saques em dinheiro, em cartões de crédito 
roubados, cujos fundos serão então transferidos a uma determinada conta, escolhida para receber 
as transferências. Este tipo de procedimento inclui também o roubo de cartões de crédito e o uso 
dos recursos para comprar bens e mercadorias, que podem ser vendidas para que o criminoso tenha 
acesso ao dinheiro. 
Os lavadores de dinheiro também usam as transferências eletrônicas de fundos na segunda fase do 
processo de lavagem de dinheiro, mais conhecida como a fase de ocultação. O objetivo é movimentar 
os fundos de uma conta para a outra, de um banco para o outro ou de uma jurisdição para outra, 
para dificultar o rastreamento da origem desses recursos pelas autoridades competentes ou pelos 
órgãos de fiscalização.
Capítulo 1 OS RISCOS E MÉTODOS DE LAVAGEM DE DINHEIRO E DO FINANCIAMENTO AO TERRORISMO
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Para evitar a detecção de suas atividades, o lavador de dinheiro poderá tomar algumas precauções, 
como variar os montantes transferidos, fazer com que as somas sejam relativamente baixas e, 
sempre que possível, usar organizações de renome.
Todavia, os processos de verificação das transferências eletrônicas de fundos têm estado mais 
rigorosos ultimamente. Muitos desenvolvedores de software aumentaram a sofisticação de seus 
algoritmos para detectar a lavagem de dinheiro e demais atividades suspeitas que se utilizam das 
transferências eletrônicas de fundos. Porém, nenhum sistema é infalível.
Eis alguns indicativos do uso das transferências eletrônicas de fundos para lavar dinheiro:
• Transferências de fundos realizadas de ou para paraísos fiscais, ou de ou para lugares de alto 
risco sem qualquer motivo comercial aparente ou quando a atividade diverge das atividades ou 
do histórico do cliente.
• Grandes entradas de recursos recebidos em nome de cliente estrangeiro, com pouca ou sem 
qualquer explicação ou motivo aparente.
• Muitas entradas de recursos em montantes pequenos ou, depósitos feitos em cheque ou por 
ordem de pagamento. As transferências ou os depósitos, em todo ou em parte, são quase que 
imediatamente transferidos para outra conta, em outra cidade ou país, sem que seja de maneira 
consistente com as atividades ou o histórico do cliente.
• Qualquer movimentação de recursos que não seja explicada, que seja repetitiva ou cujos padrões 
fujam do comum.
• Quaisquer pagamentos ou recebimentos que não guardem relação aparente com contratos, bens 
ou serviços legítimos.
• Transferências de recursos que sejam enviadas ou recebidas pela mesma pessoa, de ou para 
contas diferentes.
CAPTURA REMOTA DE DEPÓSITO (REMOTE DEPOSIT CAPTURE—RDC)
A Captura Remota de Depósitos (RDC) é um produto de digitalização de cheques e transmissão 
eletrônica para depósito em conta, oferecido pelos bancos a seus clientes, oferecendo assim uma 
maior conveniência aos correntistas que não precisam comparecer fisicamente a uma agencia ou 
a um caixa eletrônico para efetuar depósitos em cheques. Os bancos costumavam oferecer este 
serviço apenas por meio de scanners para alguns clientes. Atualmente, os bancos já oferecem este 
serviço por meio da transferência das fotos de cheques tirados por telefones celulares. O RDC 
reduz o custo de processamento de cheques e da circulação de papel, simplificando o processo de 
depósito e compensação bancária entre as instituições financeiras—os correspondentes bancários. 
O Correspondente bancário é a prestação de serviços bancários de um banco para outro banco.
A conveniência proporcionada pelos serviços do RDC acaba permitindo aos criminosos uma menor 
exposição ao risco já que não precisam estar fisicamente em uma agência bancária para efetuar os 
depósitos, o lavador de dinheiro utiliza o RDC para transferir recursos de uma conta para a outra 
com maior facilidade. Através de dispositivos de imagem (ex: scanners e celulares) os lavadores 
também conseguem processar cheques usando terceiros. É possível que uma outra pessoa abra uma 
Capítulo 1 OS RISCOS E MÉTODOS DE LAVAGEM DE DINHEIRO E DO FINANCIAMENTO AO TERRORISMO
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conta para que o lavador de dinheiro possa efetuar depósitos em cheque sem o devido controle. O 
RDC pode ser usado incorretamente violando assim as exigências de sanções ou penas aplicáveis 
(por exemplo, efetuar transações com um país sancionado).
Embora o RDC possa ser usado para lavagem de dinheiro, o risco mais proeminente está relacio-
nado a fraude. Como o RDC minimiza a atuação humana na revisão dos cheques compensados, 
a capacidade de identificar possíveis fraudes diminui, como por exemplo, um cheque alterado ou 
vários depósitos do mesmo instrumento. Muitas vezes, a fraude não é evitada, mas é detectada 
depois do ocorrido.
Cuidados devem ser tomados para controlar os riscos associados ao RDC, como a integração de 
sistemas de processamento de cheques ao sistema de monitoramento e prevenção de fraudes. Essa 
integração deveria ocorrer com qualquer novo produto oferecido pelos bancos. Isso inclui, garantir 
que os documentos (cheques) enviados via RDC sejam revisados por meio de números sequenciais, 
que as ordens de pagamento sem beneficiários e o volume total de atividades processadas sejam 
incorporados ao monitoramento das transações. Deve-se também estabelecer limites adequados 
para cada cliente, analisar o perfil do cliente antes de oferecer o produto e rapidez na tomada de 
decisão quando uma fraude for detectada.
BANCOS CORRESPONDENTES—CORRESPONDENT BANKING
 “Correspondent banking” significa a prestação de serviços bancários por um banco (banco corres-
pondente) para outro banco (banco destinatário). Ao estabelecer diversas relações de correspon-
dência internacionalmente, os bancos conseguem realizar operações financeiras internacionais para 
si e para seus clientes, em jurisdições onde não estejam fisicamente presentes. Em geral, os bancos 
internacionais de grande porte atuam como correspondentes para milhares de outros bancos ao 
redor do mundo.
Os bancos destinatários obtêm diversos serviços por meio desta relação de correspondência (por 
exemplo, contas remuneradas em diversos países), transferências eletrônicas de fundos interna-
cionais, compensação de cheques, o uso dos serviços de contas correspondentes por clientes de 
outras instituições financeiras (payable-through accounts—PTA) e serviços de câmbio.
Antes da abertura de contas de correspondentes bancários, as instituições deveriam avaliar questões 
básicas sobre o banco destinatário, incluindo quem são seus proprietários e qual a natureza de sua 
supervisão regulatória. Contudo, os bancos destinatários que são vistos como tendo bom risco de 
crédito costumam receber diversas ofertas de serviços de crédito (tais como, cartas de crédito 
e contas comerciais para operações com cartão de crédito). Os serviços oferecidos por bancos 
correspondentes para bancos menores, menos conhecidos, podem ser limitados aos serviços de 
gestão de recursos ou que não estejam relacionados ao crédito.
Os serviços de correspondência bancária são vulneráveis à lavagem de dinheiro por dois motivos 
principais:
1. Por conta de sua natureza, o relacionamento entre bancos correspondentes cria uma situação na 
qual a instituição financeira realiza operações financeiras em nome de clientes de outra institui-
ção. Esta relação indireta implica que o banco correspondente preste serviços às pessoas físicas 
ou jurídicas cujas identidades não são fiscalizadas e não se tem qualquer tipo de conhecimento 
imediato a respeito destas pessoas.
Capítulo 1 OS RISCOS E MÉTODOS DE LAVAGEM DE DINHEIRO E DO FINANCIAMENTO AO TERRORISMO
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2. A quantidade de dinheiro movimentada entre as contas correspondentes pode representar uma 
ameaça significativa para as instituições financeiras, na medida em que processam volumes 
significativos de operações para o cliente de seus clientes,

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