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República Liberal (1946-64) Populismo: política de massas que inclui os proletários urbanos no momento da modernização do país; associação das massas com os dirigentes que procuravam legitimar suas posições políticas e angariar o apoio das massas emergentes; presença de um líder carismático que lideraria as massas e conciliaria os interesses dos grupos dominantes com essas população; não é simplesmente a manipulação das massas pela elite dirigente; forte identificação do povo com o Estado; acabou com o golpe militar. Constituição de 1946: quinta brasileira, com características democráticas; Democracia + República + Federação + Presidencialismo; estabelecia a independência dos três poderes, o voto secreto e universal para maiores de dezoito anos (exceto analfabetos), garantia de liberdade de expressão, direito de greve, liberdade de organização partidária e mandato dos presidentes com duração de cinco anos, sem direito à reeleição; preservação da Legislação da Era Vargas de direitos trabalhistas (sindicatos atrelados ao governo e greves condicionadas). Governo de Eurico Gaspar Dutra (1946-51): promulgação da Constituição de 1946; sindicatos só podiam organizar greves com a autorização da Justiça do Trabalho; PCB teve a cassação de seu registro e de seus parlamentares, sob as alegações de que não defendia o pluripartidarismo, era antidemocrático, controlado pela URSS e subversivo → tal pensamento revela a bipolarização do mundo no período da Guerra Fria e o alinhamento do Brasil com os EUA; economia liberalizante com abertura comercial e diminuição da intervenção estatal (contrário de Vargas) → país consome grande parte das reservas cambiais na compra de bens duráveis estrangeiros → evasão de divisas leva Dutra a reorientar sua política → aumento da intervenção estatal e Plano Salte. Facilidades do governo de Dutra para importações: esgotamento de reservas financeiras, retração da indústria nacional, endividamento, arrocho salarial (redução do poder de compra dos salários) e descontentamento dos trabalhadores. Plano Salte: tentativa de planejamento econômico no país; previa, por meio de empréstimos no exterior, a aplicação de recursos federais significativos nas áreas de saúde, alimentação, transporte e energia; a execução do plano pretendia recuperar a economia e silenciar os críticos nacionalistas que responsabilizava, o governo pela condução da economia; sem dinheiro suficiente e competência administrativa, o governo realizou pouco dos objetivos → conclusão da rodovia Rio-São Paulo, denominada Rodovia Presidente Dutra. Eleições de 1950: Cristiano Machado X Eduardo Gomes (UDN) X Vargas → Vargas anunciava uma plataforma eleitoral sustentada na defesa do nacionalismo, apontando as realizações de seu governo anterior como as bases para a industrialização nacional, ,e na ampliação dos programas sociais → GV vence → grande oposição de jornais ligados à UDN. União Democrática Nacional (UDN): segunda maior força política, antigetulistas, contra a intervenção do Estado na economia e as leis trabalhistas, apoio ao liberalismo e alinhamento com os EUA; banqueiros, grandes empresários ligados aos EUA, donos de veículos de comunicação → Carlos Lacerda, Assis Chateaubriand, Júlio Mesquita, família Marinho, José Sarney, Antônio Carlos Magalhães. Governo de Getúlio Vargas (1951-54): nacionalismo econômico e política trabalhista; esquerda tentava ganhar espaço e o empresariado e as classes médias urbanas queriam maior representação; militares divididos em "nacionalistas" ("esquerdistas") e "democráticos" ("entreguistas"); aproximação com o capital estrangeiro, buscando atrair investimentos e financiamentos externos; política de desenvolvimento industrial com o fomento a empresas estatais ou privadas; princípio do nacionalismo; criação da Petrobrás; tentativa de criação da Eletrobrás; crescimento inflacionário e corrosão do poder aquisitivo dos trabalhadores; Vargas nomeia João Goulart ("Jango") para o Ministério do Trabalho para reaproximar-se dos trabalhadores → aumento da liberdade aos sindicatos + proposta de aumento em 100% do salário mínimo → forte oposição udenista liderada por Carlos Lacerda → tentativa de forçar a renúncia de Vargas; foi aberta uma CPI contra Vargas e pedido seu impeachment; perdendo apoio, Vargas se suicida. Nacionalismo: para Vargas, era preciso atacar a exploração das forças internacionais para que o país conquistasse sua independência econômica; o nacionalismo era combatido por representantes do EUA e de empresas estrangeiras instaladas no Brasil; muitos adeptos desta política atuavam na mídia e no Congresso, ficaram chamados de internacionalistas ou entreguistas. "Entreguistas": aliados do "capital internacional", defendem uma economia aberta que permite até a exploração de petróleo por empresas estrangeiras → "entreguistas" das riquezas nacionais. Copa do Mundo de 1950: futebol usado como instrumento de propaganda e controle ideológico. Campanha: “O Petróleo é nosso!”: os nacionalistas queriam que a extração do petróleo fosse realizada por uma empresa estatal brasileira, seus oponentes defendiam a exploração por grupos internacionais; Petrobrás (1953): o monopólio estatal do petróleo tornava-se o símbolo do nacionalismo e da luta contra o imperialismo; manifestações populares por causa da aprovação de um projeto que permitia às companhias estrangeiras a distribuição do petróleo; vitória dos nacionalistas da campanha "O petróleo é nosso". Lei dos Lucros Extraordinários (1953): limita a remessa de lucros da empresas estrangeiras ao exterior; essa lei foi barrada no Congresso, devido à pressão de grupos internacionais. República do Galeão: nome da do à investigação de tentativa de assassinato do jornalista Carlos lacerda por Getúlio Vargas. Governo de Juscelino Kubitscheck (1956-61): democrata, hábil politicamente, “Presidente Bossa Nova”, clima de liberdade política; política desenvolvimentista, baseada no crescimento industrial; lema de alcançar o desenvolvimento de "cinquenta anos em cinco" → Estado + iniciativa privada + capital estrangeiro → elaboração e execução do Plano de Metas (energia, transportes, indústrias de base, educação e alimentação) pelo BNDE → investimento estatal em obras de infraestrutura e nenhuma restrição ao capital estrangeiro; grandes multinacionais instalaram-se no país, em especial montadoras de automóveis na região do ABC paulista, local privilegiado por estar próxima de SP, do RJ e do porto de Santos; grande inflação e endividamento externo → atenuados com o alto crescimento econômico; construção de Brasília para interiorizar a ocupação do país; criação da Sudene e do Conselho Nacional de Energia Nuclear; a política econômica era denominada de nacional-desenvolvimentismo e era feita basicamente com recursos externos; distribuição desigual da riqueza. Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene): visava à promoção do desenvolvimento regional, principalmente na área mais atingida pelo clima árido, o chamado polígono da seca, além de fomentar a industrialização em áreas urbanas centrais. Consequências da política desenvolvimentista de JK: urbanização intensa e desordenada, Oeste e Sudeste passaram a ser o destino de milhares de brasileiros, em 1960, 45% da população total do país vivia nas cidades, grandes empréstimos e consequente endividamento externo, multinacionais controlavam importantes setores da indústria (eletrodomésticos, automóveis, produtos químicos, farmacêuticos e cigarros), inflação e concentração de renda, arrocho salarial, aumento das disparidades regionais, rompimento com o FMI em 1960 e emissão monetária; avanço da indústria, transportes e energia e crescimento do PIB. Ligas Camponesas de Pernambuco: reivindicavam a realização da reforma agrária → a concentração latifundiária passou a ser vista como responsável por grande parte dos problemas nacionais. Cultura brasileira nos anos 1950 e 60: “Anos Dourados”, início da televisão no Brasil, conquista do ouro na Copa do Mundo de 1958, surgimento da Bossa Nova e inovaçõesno cinema. Jânio Quadros (1961 → 7 meses): vassoura como símbolo da campnaha eleitoral; fenômeno político: personalista e carismático, defesa da austeridade nos gastos público, combate à inflação e apoio da classe média e do proletariado; apoio da UDN nas eleições → sentindo-se desprestigiada e sem poder, passa a questionar o governo; crítica à condução econômica, à má administração e à corrupção; forte apoio popular; investigação da corrupção no governo anterior, Jango como vice; oposição aos nacionalistas; política interna de conservadorismo econômico; combate à inflação a partir do controle de gastos do governo → foram geradas restrições entre os trabalhadores → congelamento de salários e sorte de subsídios para trigo e petróleo; adoção da Política Externa Independente (PEI); JQ restabeleceu as relações diplomáticas com a URSS, condenou a tentativa de invasão dos EUA a Cuba e condecorou o líder Che Guevara → criticado pela aproximação com os países comunistas; JQ era contraditório e não satisfazia nem à direita nem à esquerda; tomou medidas polêmica com intuito moralizador: proibição dos biquínis e das brigas de galo; renuncia esperando que o povo peça sua volta (não pede). PEI: apregoava a autonomia do Brasil, estimulava o país a manter relações com todos os países do mundo e visava à diminuição da influência dos norte-americanos. "Batalha pela legalidade": liderada pelo cunhado de Jango, Leonel Brizola, e o governador do RS para mobilizar o Estado em defesa da posse de Jango, uma vez que ele estava na China durante a renúncia e ministros e militares se opuseram à sua posse, pois viam nele uma ameaça comunista ao país → resolução: Congresso adota o parlamentarismo, no qual o presidente tomaria posse, preservando a ordem constitucional, mas parte de seu poder seria deslocada para o primeiro-ministro, que chefiaria o governo → Jango presidente e Tancredo Neves primeiro-ministro → Jango logo volta com o regime presidencialista. Governo de João Goulart ("Jango") (1961-63): adoção de uma política nacionalista e reformista e do Plano Trienal, que logo fracassa; objetivava desapropriar latifúndios improdutivos, encampar as refinarias particulares de petróleo, reduzir a dívida externa, diminuir a inflação e manter o crescimento econômico sem sacrificar os trabalhadores; Jango é desaprovado por vários setores sociais → exila-se no Uruguai após ameaça militar e manifestações. Plano Trienal (1963-65): conjunto de medidas que deveriam solucionar os problemas estruturais do país → controle do déficit público e manutenção da política desenvolvimentista com captação de recursos externos para a realização das reformas de base - medidas nas áreas educacional (matricular todas as crianças brasileiras e combater o analfabetismo), financeira (corrigir as desigualdades sociais na distribuição dos deveres entre ricos e pobres, patrões e empregados), eleitoral (dar ao analfabeto o direito de votar) e agrária (facilitar o acesso à terra e melhorar a condição de vida no campo) de caráter nacionalista e que previam maior intervenção do Estado na economia.