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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CAMPUS I - CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ETNOBIOLOGIA - JOSÉ DA SILVA MOURÃO RAISSA CAROLINE RODRIGUES MACIEL - 212110221 RAFAEL DA SILVA NASCIMENTO - 212110012 RESUMO/SINOPSE - ARTIGO: “TRANSIÇÃO PARA A HUMANIDADE” AUTOR: Clifford Geertz (1980) CAMPINA GRANDE-PB 2022 GEERTZ, Clifford. Transição para a Humanidade. IN: ENGELS, Friedrich; BAUMAZ, Zygmunt; LEONTIEV, Alexei N; GEERTZ, Clifford; MARCARIAM, Eduardo S. O Papel da Cultura nas Ciências Sociais. Porto Alegre: Editorial Villa Martha, 1980. p.21-36. A ideia de familiaridade entre a espécie humana, outros primatas e demais animais é um problema de constante discussão nas ciências humanas. As ciências biológicas enfatizam o parentesco com os animais, idealizando o homem como uma forma mais interessante de manifestação da vida. A concepção do homem com natureza animal não é rechaçada pelas ciências sociais, mas estas reconhecem a sua singularidade em gênero, grau e qualidade. Este não possui apenas inteligência, mas também consciência, não só necessidades, mas valores, não só receios, mas consciência moral, não só passado, mas também história. Apenas ele possui cultura. Até o fim do século XIX o problema da origem da cultura foi entendido a partir da teoria do ponto crítico. A teoria postula que o desenvolvimento da capacidade de adquirir cultura foi uma conquista repentina na filogenia dos primatas, num dado momento da história da hominização. De um ramo da linha dos primatas se produziu uma alteração orgânica relevante ainda que provavelmente pequena em termos genéticos ou anatômicos. Através do desenvolvimento cortical houve possibilidade que o homem se tornasse apto a comunicar, aprender, ensinar, generalizar a partir de uma íntima cadeia de sentimentos e atitudes diferentes. Sustentam a teoria do ponto crítico: o enorme abismo aparente entre as capacidades mentais do homem e as dos grandes símios; o aparente salto da evolução no que diz respeito a atividade reflexiva e do simbolismo; a não existência de diferenças importantes na natureza do processo do pensamento entre as diferentes raças humanas atuais. O ponto essencial é que a natureza humana parece ser um produto tanto cultural como biológico. Seria provavelmente mais correto considerar uma grande parte da nossa estrutura como resultado da cultura. A transição para a humanidade, provavelmente, não foi apenas um período de retrocesso dos seios frontais e de diminuição dos maxilares, mas foi também um período no decorrer do qual se forjaram todas aquelas características da existência do homem que são mais humanas: o seu sistema nervoso, dotado de um bom encéfalo; a sua estrutura social baseada no incesto como tabu, e a sua capacidade de criar e de utilizar símbolos. O fato destas diferentes características da humanidade terem surgido a um mesmo tempo, numa complexa interação e não sucessivamente, como se supôs durante muito tempo, é de excepcional importância para a interpretação da mentalidade humana, uma vez que sugere que o sistema nervoso do homem não só lhe permite adquirir cultura, como também é necessário que o faça para que possa funcionar. Para o autor, conclui-se que, em lugar de considerar a cultura apenas na sua função de suprir, desenvolver e aumentar capacidades com base orgânica, geneticamente anteriores a ela, dever-se-ia considerá-la como integrante das mesmas capacidades. O autor conclui que a natureza humana aparenta ser um produto tanto cultural quanto biológico. Sendo, portanto, influenciado por essas duas partes. Segundo ele, é certo que sem homens não existiriam manifestações culturais e vice-versa. O ser humano é o único cuja história evolutiva se desenvolveu de tal forma que o seu ser físico se modelou em grau significativo pela existência dos mesmos e, assim, os pressupõe.
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