Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ESTUDO DA AMPLIAÇÃO DO ESGOTO SANITÁRIO NO MUNICÍPIO DE LAURO DE FREITAS: IMPACTOS AMBIENTAIS X MEDIDAS PREVENTIVAS1 Edson Cordeiro Carvalho 2 Roberto Luiz Frota de Menezes Vasconcelos, Cleber Gomes de Albuquerque e Iury Sousa e Silva RESUMO A rede de esgoto tem como objetivo capturar, tratar os resultados do consumo humano e posteriormente lança-los à natureza de forma que a mesma não sofra com esta inserção. Porém, esse processo sempre foi motivo para discussão entre a população e governo, pois é uma necessidade que pode gerar várias doenças e interrupções na vida de uma determinada comunidade. A partir disso, iniciou o interesse sobre o assunto na cidade de Lauro de Freitas no estado da Bahia, a fim de desenvolver um estudo interativo, onde envolveu a avaliação da implantação da rede de esgoto no município, já que o Plano de Saneamento do município pretende ampliar e melhorar o sistema. Está pesquisa tem como objetivo geral de avaliar o processo de implantação e seus principais impactos. A metodologia utilizada foi um estudo Bibliográfico, juntamente com estudo documental da própria Embasa, a fim de identificar a importância dessa ampliação do esgoto nessa região, e mostrar quais medidas mitigadoras são necessárias para a qualidade de vida da população no entorno dessa localização. O município de Lauro atende uma população de 81mil habitantes, mas com as obras de ampliação e melhorias do sistema serão beneficiados mais de 470mil habitantes PALAVRAS-CHAVE Esgotamento Sanitário; Aspectos Ambientais; Medidas preventivas. 1 Este artigo apresenta alguns dos elementos estudados no Curso Engenharia Civil e foi apresentado ao final do curso Engenharia Civil sob a orientação do Prof. Esp. Roberto Luiz Frota de Menezes Vasconcelos, Prof. MSc Cleber Gomes de Albuquerque e Prof. Dr. Iury Sousa e Silva 2 Edson Cordeiro Carvalho, Técnico em Edificações e graduando no 10º período de Engenharia Civil, atuação como fiscal de obras na área de saneamento no Estado da Bahia. E-mail: cordeirocarvalho8005@gmail.com. 2 INTRODUÇÃO O tratamento de esgoto sanitário sempre foi motivos para discussão entre população e governantes, esta é umas das necessidades que pode vim a gerar vários transtornos na vida de uma determinada comunidade. No Brasil, por exemplo, ainda existe um déficit de atendimento referente ao esgotamento sanitário, estima-se que ao final do século 20, pouco mais de 30% da população era atendida por sistema de coleta e afastamento de esgoto, sendo que menos de 10% da população tem este esgoto tratado (AGÊNCIA SENADO, 2019). Mesmo após a Lei do Saneamento Básico (Lei 11.445/2007) entrar em vigor no Brasil, metade da população do país ainda continua sem acesso a sistemas de esgotamento sanitário (50,3%) segundo os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Isso significa que mais de 100 milhões de pessoas utilizam medidas alternativas para lidar com os dejetos, seja através de uma fossa, seja jogando o esgoto diretamente em rios (VELASCO, 2017). Esses problemas socioambientais vêm gerando várias discussões, entorno desse assunto, a Bahia é 45º no ranking de esgotamento sanitário, ranking esse, que faz perceber a necessidade de construir um novo modelo de desenvolvimento para melhoria da qualidade de vida da população, preservação do meio ambiente e busca de soluções para atender aos anseios dos cidadãos (ITB, 2014). Para Norma NBR ISO 14001 (2004), a qualidade ambiental e o desenvolvimento sustentável supri a necessidade, melhorando sua condição de vida e assegurando preservação daquele meio ambiente. A partir desse assunto, e conforme os estudos, o trabalho delimita-se em fazer um estudo de caso sobre a ampliação do esgoto sanitário no município de Lauro de Freitas, localizado na região metropolitana de Salvador na Bahia. Como ponto principal é identificar e analisar a influência dos processos de ampliação do esgoto sanitário no município de Lauro de Freitas, enfatizando-se as questões mitigadoras do seu processo, para isso, foi realizado um levantamento interativo sobre o processo de ampliação de esgoto, enfatizando o processo de saneamento sanitário no Brasil, onde foi possível identificar as condições do relevo e território da localidade de ampliação da estação de tratamento de esgoto. 3 A metodologia será resposta a partir de um estudo geral sobre o processo de construção a fim de avaliar os impactos ambientais gerados “diretos e indiretos” dessa atividade considerando as medidas mitigadoras para esse processo e avaliando seus recursos. Diante do grande aumento da população nas áreas urbana de Lauro de Freitas, houve um grande interesse da necessidade de ampliar os esgotos sanitários dessa região. Com base no contexto atual do município, o presente trabalho visa analisar as principais problemáticas em relação aos aspectos ambientais. Pretende-se também dessa forma subsidiar os estudos relacionados as práticas adequadas que possa compensar nos impactos técnicos, sociais e ambientais dessa implantação no município. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Sobre Saneamento no Brasil O saneamento básico está ligado diretamente ao desenvolvimento sustentável, o termo sustentável de acordo Bell e Morse (2008) consiste na capacidade de o sistema global, contendo a integração do ambiental humano como um sistema indissociável, mantendo sua qualidade e/ou propriedade em um nível próximo. O saneamento básico contribui com o desenvolvimento de medidas que garantem proteção ao meio ambiente e principalmente a sociedade. De acordo o Instituto Trata Brasil (2014), é através de serviços de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, drenagem, limpeza urbana e manejos de resíduos e de águas pluviais que os órgãos responsáveis contribuem para o desenvolvimento daquela comunidade. No Brasil, por exemplo, o saneamento básico está marcado por uma grande diferença social, de acordo com pesquisa realizada pelo Governo Federal – Trata Brasil (2014), 48,6% da população brasileira tem acesso à coleta de esgoto, porém apenas 40% dos esgotos são tratados, dentre as 100 (cem) maiores cidades do país apenas 10 (dez) atendem mais que 80% da população, as demais cidades atendem em média 50%. No Gráfico 1, apresenta resultados de esgotamento no país, entre 2014 e 2015 e em seguida, pode-se visualizar o resultado do esgotamento por região no ano de 2019. 4 Gráfico 1: Esgotamento no Brasil Fonte: ABES, 2015. Tabela 2: Percentual de atendimento por coleta de esgoto por Região em 2019 Fonte: Agência Senado, 2019. É possivel perceber que na região Norte e Nordeste é o que mais carece de desenvolvimento e ampliação dos esgotos. Historicamente no Brasil, alguns teóricos afirmam que as instalações de saneamento começaram no período colonial, embora haja relatos de que os índios se preocupavam com o abastecimento de água e o esgoto antes disso. Com isso, pode-se dizer que os indígenas conhecem o perigo da falta de instalações de saneamento (RIBEIRO, 2013). No Quadro 1 apresenta a história do saneamento básico até os dias de hoje. PERÍODO ACONTECIMENTOS Período colonial Instalação de chafarizes e a drenagem de terrenos. 1808 As cidades emergiram e passaram a ter grande importância social e econômica, porém, o progresso urbano não foi acompanhado por obras de infraestrutura. 1840 Com o crescimento desordenado da cidade a situação sanitária cada vez mais precária. 1830 e 1851 No Rio de Janeiro epidemia da cólera. Com isso, o governo passou a comercializar a água através de concessões as companhias estrangeiras. 1857 e 1877 O governo de São Paulo assinou o contrato com empresa e construiu o primeiro sistema de abastecimento de água encanada. Século XX • O governo tomou as rédeas do setor de saneamento básico, construindo projetos que pretendiamretirar os esgotos por meio de tubulações e transportá-los para locais de tratamento; • Com o passar dos anos, os investimentos geraram benefícios quanto à melhoria da qualidade da água, atendendo padrões mínimos de qualidade definidos pela legislação vigente, com a finalidade de 5 reduzir a taxa de mortalidade e garantir a sustentabilidade da população. Fonte: Adaptado de Ribeiro (2013) Na atualidade, conforme Dantas (2012), o Brasil ainda enfrenta grandes desafios quanto ao saneamento básico, principalmente em relação à coleta e tratamento de esgoto, em muitos Municípios, principalmente da região Norte e Nordeste, ainda não tem a acesso à água de qualidade. De acordo ao mesmo autor, o esgoto é o serviço com menor taxa de acesso e pior qualidade percebida entre coleta de lixo, luz e serviço geral de água. A necessidade de desenvolvimento sustentável é a forma onde pode se expressar as expectativas mais amplas da sociedade como um todo, porém, na implantação de esgotamento sanitário existem vários outros impactos gerados ao meio ambiente. Lei Nacional de Saneamento Básico - Lei 11.445/2007 A Lei 11.445/07 é a que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico, junto com a instituição da Política Federal de Saneamento Básica e a Lei 9.433/1997. Assim, conforme o Artigo 1ª pode-se dizer que: Esta Lei estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para política federal de saneamento básico. Art. 2º Para fins do disposto nesta Lei, considera-se: I - saneamento básico - conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de a) abastecimento de água potável, constituído pelas atividades, pela disponibilização, pela manutenção, pela infraestrutura e pelas instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e os seus instrumentos de medição; b) esgotamento sanitário, constituído pelas atividades, pela disponibilização e pela manutenção de infraestrutura e das instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até a sua destinação final para a produção de água de reuso ou o seu lançamento final no meio ambiente; c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, constituídos pelas atividades, pela infraestrutura e pelas instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final dos resíduos sólidos domiciliares e dos resíduos de limpeza urbanas; e d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, constituídos pelas atividades, pela infraestrutura e pelas instalações operacionais de drenagem de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas, contempladas a limpeza e a fiscalização preventiva das redes (BRASIL, 2007). É possível perceber que esta lei traz uma série de novidades e exigências a serem cumpridas por Estados e Municípios, como exemplo, estabelecer as diretrizes para o saneamento básico em todo o país, o que envolve os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas. 6 No ano de 2008 foi aprovado por meio da Resolução nº 62, o Pacto pelo Saneamento Básico, que marcou o início da elaboração do plano denominado PLANSAB, este representa o compromisso dos municípios em estabelecer um ambiente de confiança e entendimento no alcance dos seus objetivos e metas (PLANSAB, 2008). O Plansab [...] deverá buscar o desenvolvimento de mecanismos de gestão dos serviços e incentivar o desenvolvimento de modelos alternativos de gestão que permitam alcançar níveis crescentes de eficiência e eficácia e a sustentabilidade social, ambiental, econômica e financeira do saneamento básico [...] (BRASIL, 2007, p.7). O Ministério do Meio Ambiente e o Ministério das Cidades firmaram ações, ainda em curso ou a serem estruturadas, a fim de atingir metas intermediárias preconizadas pela Lei de Saneamento Básico até o ano de 2020. Como ações e estratégia de investimentos foi criado, em 2005, o Programa Saneamento para Todos, tendo como objetivo financiar operações de crédito para execução de ações de saneamento básico. O financiamento pode ser voltado para obras de redes de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos, águas pluviais, da preservação e recuperação de mananciais e elaboração de estudos e projetos de gestão da prestação de serviços (PLANSAB, 2008). Acredita-se que a soma de todos estes recursos será capaz de alterar substancialmente a realidade da população brasileira. Espera-se que uma quantidade significativa de brasileiros passe a ter água encanada, coleta e tratamento de esgotos e coleta e destinação adequadas de resíduos sólidos. É válido salientar que a falta de recursos e financiamento não são as únicas causas do atraso no desenvolvimento do setor de saneamento no Brasil. Há também a falta de avaliação dos custos ambientais, econômicos e sociais, ou seja, não há uma preocupação com a sustentabilidade dos mesmos no processo de tomada de decisão. Portanto, é fundamental o desenvolvimento do saneamento no Brasil, trazendo contribuições técnicas que auxiliem esse desenvolvimento, baseadas em pesquisas científicas e tecnológicas, incentivando programas de melhoria da qualidade do saneamento ambiental (LEONETI et. al, 2011). IMPLANTAÇÃO DE REDE DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO Sistema de Esgoto O sistema de esgotos sanitários é o conjunto de obras e instalações que propicia coleta, transporte e afastamento, tratamento, e disposição final das águas residuais, de uma forma adequada do ponto de vista sanitário e ambiental (RIBEIRO E ROOKE, 2010). 7 Este sistema está classificado em três categorias: o doméstico, que constitui de efluentes gerados em uma residência, o não doméstico que é o despejo líquidos resultantes de atividades produtivas de indústrias e a infiltração que são parcelas devida às águas do subsolo que penetram nas tubulações (COPASA, 2015). Além disso, é importante salientar que para a implantação de um sistema de esgotamento sanitário é necessário seguir as diretrizes da NBR, porém, os projetos de engenharia não realizados de formas distintas, resultando em tubulações profundas e/ou na utilização de estações elevatórias, aumentando os custos da implantação (ABNT, 1986; SOARES, 2014). De acordo com Leal (2008), o objetivo principal da construção do sistema de esgotamento em uma determinada comunidade é o afastamento rápido e seguro dos esgotos. Este elimina os possíveis impactos como (doenças, contaminação, poluição, problemas estéticos entre outros). PRINCIPAIS IMPACTOS NA AMPLIAÇÃO DO SISTEMA DE ESGOTO De acordo com Barbieri (2007), os aspectos ambientais decorrem do uso da água, matérias-primas, energia, espaço e outros recursos produtivos e do meio ambiente como receptáculo de resíduos dos processos de produção e consumo. A NBR ISO 14001 define impacto ambiental como “qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organização”. Para a atividade de implantação existem alguns impactos ambientais causados pelo processo de operação, que podem ser positivos ou negativos, diretos ou indiretos (ABNT, 2004). Apesar da implantação do esgotamento sanitário ter sido característica fundamental de despoluição, essa atividade ainda buscas técnicas operacional para correção de problemas e alcançar uma gestão ambiental, garantindo recursos hídricos em quantidade e qualidade e na necessidade de preservar o meio ambiente como um todo. MEDIDAS PREVENTIVAS Visando entender melhor sobre os impactos ambientais devido a ampliação o em projeto de construção de esgoto sanitário,é importante caracterizar as medidas preventivas dos possíveis impactos, seja eles positivos ou negativos, direto ou indireto. 8 Segundo Companhia Pernambucana de Meio Ambiente (1998), as medidas venham minimizar ou eliminar impactos adversos analisados, abrangendo as áreas de implantação e influência do empreendimento e referindo separadamente as fases de implantação e operação. A identificação dos impactos e as soluções para o projeto se tornar relevante deve-se entender sobre a viabilidade econômica e suas principais medidas de adoção. Dentre essas medidas a Companhia Pernambucana de Meio Ambiente (1998) classificou: • À sua natureza: preventiva ou corretiva, inclusive os sistemas de controle ambiental, avaliando sua eficiência em relação aos critérios de qualidade ambiental e padrões de disposição de efluentes, emissões e resíduos; • À fase do empreendimento em que deverão ser adotadas: implantação, operação e para o caso de desativação e acidentes; - ao fator ambiental a que se aplicam: físico, biológico ou socioeconômico; • Ao prazo de permanência de sua aplicação: curto, médio ou longo; Dezotti (2008) afirma que há diversos métodos disponíveis para instalação, substituição e reparos de infraestruturas urbanas subterrâneas, a seleção do melhor método a ser utilizado depende das condições específicas de cada projeto. CONTEXTO GERAL DO SISTEMA ATUAL DE ESGOTO SANITÁRIO EM LAURO DE FREITAS O Município estudado fica localizado na região metropolitana de Salvador na Bahia. Lauro de Freitas fica localizado na linha verde, conhecida como Floresta Atlântica ou Mata Atlântica e seus ecossistemas associados de restinga e manguezal. É representada por formação vegetal de folhagem sempre verde com árvores frondosas de folhas largas, sem resistência à seca (MELLO, FREITAS, 2020). Atualmente o município dispõe de sistema público de coleta, transporte, tratamento e disposição de esgoto apenas em uma pequena parcela da sua extensão territorial, ainda de acordo o estudo, alguns loteamentos da região dispõem de sistemas isolados, ou seja, “sistema simplificado”, implantados devido a exigência da prefeitura (MELLO; FREITAS, 2020). Na Figura 2 mostra a ilustração dos principais bairros de Lauro de Freitas, podendo sinalizar que o bairro de Itinga é considerado o de maior popularidade e o bairro Barro duro de menor. 9 Figura 2: Bairros e quantidade de habitantes de Lauro de Freitas Fonte: SEINFRA (2017) Ainda nos dias de hoje, os serviços prestados de esgotamento sanitários na cidade ainda são executados pela EMBASA – Empresa Baiana de águas e Saneamento S. A. e sua regulação e fiscalização vêm sendo desempenhada pela AGERSA - Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia, por força da Lei Complementar Estadual nº 41 de 13 de junho de 2014. Já o controle social é realizado pela Câmara Técnica de Saneamento Básico e Ambiental, dentro da estrutura do Conselho da Cidade (SEINFRA, 2017 apud AGERSA, 2015). Desde então, através do contrato de concessão completo nº 055/97 (nos termos do art. 9.074, art. 2º), os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário Lauro de Freitas foram outorgados à Embasa (conforme mencionado acima) pelo prazo de 20 anos. Termina em agosto de 2037. No município, os serviços de tratamento de esgoto são prestados pela Unidade Regional de Bolandeira (UMB) da Embasa (SEINFRA, 2018). METODOLOGIA Neste capítulo estão presentes os métodos utilizados para elucidar a pesquisa realizada. Do ponto de vista de forma de abordagem do problema, será realizada uma pesquisa qualitativa, a partir de um levantamento bibliográfico, ou seja, o estudo interativo sobre a importância dessa implantação. Este método introduzirá o primeiro contato com o tema, de modo que possa abordar o assunto com mais clareza, para desenvolver o protótipo na qual possa mitigar sobre as necessidades que ainda existem no processo de ampliação de esgoto na região de Lauro de Freitas, assim segue as etapas para desenvolvimento do TCC. 10 O estudo foi realizado em duas fases. A primeira fase consiste no estudo interativo sobre o saneamento básico e o mapeamento da cidade de Lauro de Freitas e a segunda fase apresenta a análise do estudo com relação a implantação dessa rede coletora. Assim, na Fase 1 foram realizados estudos através de caráter descritivo, na qual se realiza uma observação minuciosa dos artigos, onde foram analisados variáveis dos registros atuais e antigos sobre o saneamento básico, desde do seu processo, passando por breve histórico do Brasil, e falando sobre processo e impactos gerados. Assim, este estudo utilizou a pesquisa explicativa que expõe as características de uma determinada população ou fenômeno, demandando técnicas padronizadas de coleta de dados, além de avaliar a importância da ampliação do esgoto sanitário no Município de Lauro de Freitas, trazendo os principais impactos ambientais desse processo, e analisando quais medidas preventivas que podem ser tomadas para esse processo e sua influência na qualidade de vida da população. Os dados utilizados foram disponibilizados através de artigos, teses, além da documentação técnica fornecida pela Embasa, estatal responsável pela coleta, tratamento e disposição dos efluentes e pela Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas. Assim segue as etapas para desenvolvimento do trabalho realizado no decorrer do curso: 1. Pesquisa bibliográfica 1.1 Revisão do estado da arte sobre Saneamento Básico no Brasil; 1.2 Revisão do estado da arte sobre o município de Lauro de Freitas; 1.3 Pesquisa em artigos, dissertações, sites etc. 2. Busca e visita a empresa responsável pelo saneamento básico do município 2.1 Conhecer as principais localização do estudo de caso; 2.2 Investigações do Campo; 2.3 Identificar as principais premissas; 3. Estudos das condições 3.1 Análise do Campo; 3.2 Verificações da Empresa responsáveis; 3.4 Elaboração da avaliação do campo; 4. Elaboração do Trabalho final de conclusão RESULTADOS E DISCUSSÃO Vimos que, se o esgoto for tratado de maneira inadequada, ele escoará para o ar livre, contaminando o solo, poluindo as águas superficiais e subterrâneas e constituindo uma perigosa fonte de transmissão de doenças. Os resíduos gerados por atividades humanas, comerciais e industriais precisam ser adequadamente coletados, transportados, processados e descartados de forma a não representar uma ameaça à saúde e ao meio ambiente. Devido a isso, e a proposta de estudo do trabalho que entender a importância da ampliação do Saneamento básico na região de Lauro de Freitas, além de trazer as principais 11 medidas preventivas no processo de implementação do esgoto sanitário. Em favor desse contexto, o processo de implementação para um lado evita as consequências da poluição ao meio ambiente, dentre processo é necessários técnicas de controle, como processo de implementação do sistema de forma correta, a disposição adequada dos resíduos sólidos, a aplicação de redes, controle e recuperação solo, dentre outras situações. Para isso, foi analisado os principais aspectos ambientais para a implantação, o que caracteriza de acordo com a NBR ISO 14001 (ABNT, 2004): • Emissões atmosféricas; • Lançamentos em corpos d’água; • Lançamentos no solo, • Uso de matérias-primas e recursos naturais, • Uso da energia, • Energia emitida, por exemplo, calor, radiação, vibração, • Resíduos e subprodutos, • Atributos físicos, por exemplo, tamanho, forma, cor, aparência. De acordo Debiasi (2012), recomenda que o método utilizado para o processo de implantação forneça resultados coerentes e inclua o estabelecimento e a aplicação dos critérios de avaliação, ou seja, o grau de significância pode estar relacionado com a gravidade do efeito, a probabilidade de ocorrência, o nível de risco, a existência de legislaçãoaplicável. Atualmente as medidas de implantação do Sistema de Esgoto Sanitário (SES) de Lauro de Freitas de acordo a dados da EMBASA, estão implementando mais ruas da cidade, na construção da rede coletora central, estão previstos 229 quilômetros de rede coletora de esgoto e 6 ligações domiciliares, a obra inclui ainda estruturas e tubulações que ligam o sistema de Lauro de Freitas ao de Salvador. Esse processo de saneamento básico no município vem se caracterizando e ganhando mais evidencia desde da intensificação do projeto de saneamento em 2017, feito pela prefeitura municipal, onde segue a Lei nº. 11.445, de 2007, a gestão dos serviços de saneamento básico no Brasil deve envolver cinco elementos fundamentais, a saber: a regulação, o planejamento, a fiscalização, a prestação dos serviços e o controle social (SEINFRA, 2017). Assim, foi imposto dentro desse plano as principais medidas preventivas, ou pode se dizer, como regulamentação para um planejamento estruturado desse processo de implantação, dentre essas medidas temos (SEINFRA, 2017).: 12 • Estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a satisfação dos usuários; • Garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas; • Prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos órgãos integrantes do sistema nacional de defesa da concorrência. Ainda conforme o Plano de Saneamento Municipal de Lauro de Freitas (2017), a principal rede coletora na região até o ano de 2017. Tabela 3: Rede coletora Itinga em Lauro de Freitas (2017) Fonte: SEINFRA, 2017 Diante disto, na procura por dados atualizados não foi possivel encontrar, porém, foi possivel identificar, que no município ainda existe um sistema de drenagem ainda falho, o que abri espaço para ligações clandestinas de sistema de esgotamento. CONCLUSÃO Após realizar-se o estudo e analise e identificação dos aspectos relacionado ao saneamento básico, principalmente em questão das medidas preventivas e aspectos ambientais no processo de implantação do esgoto sanitário, observou-se que os aspectos mais ocorrentes nesse processo é um planejamento adequado, sabe que, para construção existem varios incidentes, por isso, ao executar é necessário fazer um estudo preliminar. Em relação a estrutura de esgoto na região de Lauro de Freitas, os dados ainda se encontram defasados, existe um Plano de Saneamento municipal, onde consta diretrizes, regulamentação, aspectos ambientais, e processo de infraestrutura de 2017. Foi a partir desses dados a pesquisa foi conduzida, além de alguns dados da Embasa referente ao atual momento, onde a prefeitura continua trabalhando com a implantação em diversas ruas da cidade. Com base nos aspectos ambientais, na legislação e nas medidas preventivas, este trabalho torna-se um instrumento que tem por objetivo incentivar a fiscalização de obras para 13 implantação de rede de esgoto. Pois, foi possível analisar os aspectos reais e os impactos ambientais decorrentes durante a fase de implantação, os pontos a serem cuidadosamente observados em campo podem ser estruturados de forma que os impactos sejam reduzidos ou mesmo evitados. Assim, conclui-se que com a correta implantação do saneamento básico, é possível garantir melhores condições de saúde às pessoas, garante uma estabilidade na infraestrutura da cidade e ao mesmo tempo garante e preserva o meio ambiente. STUDY ON THE EXPANSION OF SEWAGE IN THE MUNICIPALITY OF LAURO DE FREITAS: ENVIRONMENTAL IMPACTS AND PREVENTIVE MEASURES ABSTRACT The sewage network aims to capture, treat the results of human consumption and later release them to nature so that it does not suffer from this insertion. However, this process has always been a reason for discussion between the population and the government, as it is a need that can generate several diseases and interruptions in the life of a given community. From this, interest in the subject began in the city of Lauro de Freitas in the state of Bahia, in order to develop an interactive study, which involved the assessment of the implementation of the sewage network in the city, as the city's Sanitation Plan intends to expand and improve the system. This research has the general objective of evaluating the implementation process and its main impacts. The methodology used was a bibliographic study, together with a documentary study by Embasa itself, in order to identify the importance of this expansion of sewage in this region, and show what mitigating measures are necessary for the quality of life of the population in the surroundings of this location. The municipality of Lauro serves a population of 81 thousand inhabitants, but with the expansion and improvement works of the system, more than 470 thousand inhabitants will benefit KEYWORDS Sanitary Sewage; Environmental Aspects; Preventive measures 14 REFERÊNCIAS ABES, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA SANITARIA E AMBIENTAL. Situação do Saneamento Básico no Brasil. 2015. Disponível em: <http://abesdn.org.br/pdf/Situacao.pdf>.Acesso em: Out. 2021. ÁGUASUAÇINDA. TRATAMENTO DE ÁGUA.2020. Disponível em: <https://www.facebook.com/aguasualinda/>; Acesso em: Out. 2021. BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 2. ed. atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2007. 382 p. Acesso em: Ago. 2021. BELL, S.; MORSE, S. Sustainability Indicators: Measuring the Immeasurable? London, UK: Earthscan Publication, 2008. BRASIL. LEI Nº 11.445, DE 5 DE JANEIRO DE 2007. 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20072010/2007/lei/l11445.htm#:~:text=LEI%20N %C2%BA%2011.445%2C%20DE%205%20DE%20JANEIRO%20DE%202007.&text=)%20 (Vig%C3%AAncia%20encerrada),Estabelece%20diretrizes%20nacionais%20para%20o%20s aneamento%20b%C3%A1sico%3B%20altera%20as%20Leis,1978%3B%20e%20d%C3%A1 %20outras%20provid%C3%AAncias>; Acesso em: Ago. 2021. COPASA Sistema de Esgoto.2015. Disponível em: <http://www.copasa.com.br/wps/portal/internet/esgotamento-sanitario/o-sistema-de-esgoto>. Acesso em: Out. 2021. CPRH-Companhia Pernambucana do Meio Ambiente. Termo de referência para elaboração de impactos Ambiental – EIA-, Relatório de Impactos Ambiental – Rima Relacionado a Implantação de sistema de Esgoto Sanitário.1998. Disponível em: http://www.cprh.pe.gov.br/downloads/tr-esgotos-sanitarios.pdf.Acesso em: Set. 2021. DANTAS, F.et.al. Uma Análise da Situação do Saneamento no Brasil.2012. Disponível em:<http://periodicos.unifacef.com.br/index.php/facefpesquisa/article/viewFile/549/513>. Acesso em: Out. 2021. DEZOTTI, M. C. Análise da utilização de métodos não destrutivos como alternativa para redução dos custos sociais gerados pela instalação, manutenção e substituição de infraestruturas urbanas subterrâneas. 2008. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18143/tde- 03102008000200/publico/diss_mcd.pdf. Acesso em: Set. 2021. DEBIASI, L. R. Aspectos promotores de impactos ambientais decorrentes da implantação de rede coletora de esgoto sanitário no município de Dionísio Cerqueira – SC. 2012. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/126176/TCC%20II%20Let%C3 %ADcia%20Debiasi%20FINALL.pdf?sequence=1&isAllowed=y#:~:text=Os%20resultados %20apontam%20que%20os,gera%C3%A7%C3%A3o%20de%20poeira%20e%20lama; Acesso em: Set. 2021. IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Panorama geral: Município Lauro de Freitas 2018.Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/lauro-de-freitas/panorama. Acesso em: 14 de nov.2018; Acesso em: Ago. 2021. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.445-2007?OpenDocument 15 ITA- Instituto Trata Brasil. Manual de Saneamento Básico. 2012. Disponível em: https://www.tratabrasil.org.br/datafiles/uploads/estudos/pesquisa16/manual-imprensa.pdf;Acesso em: Set. 2021. ITB- Instituto Trata Brasil. Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. Benefícios econômicos da expansão do saneamento, mar. 2014. LEAL, F. C. T. Juiz de Fora. 2008. Sistemas de saneamento ambiental. Faculdade de Engenharia da UFJF. Departamento de Hidráulica e Saneamento. Curso de Especialização em análise Ambiental. 4 ed. 2008. LEONETI, A. et.al. Saneamento básico no Brasil: considerações sobre investimentos e sustentabilidade para o século XXI. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rap/a/KCkSKLRdQVCm5CwJLY5s9DS/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: Set. 2021. MELLO, C. FREITAS, S.2020. O município de Lauro de Freitas na região metropolitana de Salvador. Disponível em: http://www.vertentes.ufba.br/o- municipio-de-lauro-de-freitas-na-regiao-metropolitana-de-salvador; Acesso em: Set. 2021. NORMA BRASILEIRA ABNT NBR ISO 14001.Sistemas da gestão ambiental Requisitos com orientações para uso.2004. Disponível em:<http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasghislaine/iso-14001-2004.pdf>. Acesso em: Out. 2021. PLANSAB- Plano Nacional de Saneamento Básico. Pacto pelo Saneamento Básico Mais Saúde, Qualidade de Vida e Cidadania Resolução Recomendada N° 62, de 3 de Dezembro de 2008. 2008. Disponível em: http://www.ufrgs.br/planomsb/legislacao/Resolu%C3%A7%C3%A3o%20N%C2%BA%2062 %20DE%203%20DE%20DEZEMBRO%20DE%202008%20- %20Pacto%20pelo%20Saneamento%20B%C3%A1sico.pdf. Out. 2021. RIBEIRA, J.W. ROOKE, J.M.S.2010. Saneamento básico e sua relação com o meio ambiente e a saúde pública disponível em: < https://www.ufjf.br/analiseambiental/files/2009/11/TCC- SaneamentoeSa%C3%BAde.pdf>; Out. 2021. RIBEIRO, Wladimir António. O saneamento básico como um direito social. Revista de Direito Público da Economia – RDPE, Belo Horizonte, ano 13, n. 52, p. 229-251. SEIFRA- Secretaria de Infraestrutura. Plano Municipal de Saneamento Básico. 2017. Disponível em: http://www.laurodefreitas.ba.gov.br/PLANO_SANEAMENTO_BASICO.pdf; Out. 2021. SOLEDAD, A. Mais seis ruas de Lauro de Freitas recebem intervenções para implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário. 2021. Disponível em: https://www.laurodefreitas.ba.gov.br/2021/noticias/mais-seis-ruas-de-lauro-de-freitas- recebem-intervencoes-para-implantacao-do-sistema-de-esgotamento-sanitario/2511; Out. 2021. VESLACO, C.2017. Saneamento melhora, mas metade dos brasileiros segue sem esgoto no país. Disponível em: < https://g1.globo.com/economia/noticia/saneamento-melhora-mas- metade-dos-brasileiros-segue-sem-esgoto-no-pais.ghtml>; Out. 2021.
Compartilhar