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04 Direito Civil Seção 4 Recurso de Apelação

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EXMO.(A) SR.(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA 3ª VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE PORTO REAL – ESTADO DA BAHIA.
Processo nº .....
MYRCELLA LANNISTER, já qualificada nos autos em epigrafe, por seu advogado in fine assinado, na ação que lhe move JOFFREY LANNISTER e TOMMEM LANNISTER, também já qualificados, vêm a presença de Vossa Excelência, não se conformando com a r. sentença proferida, interpor 
RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL
 nos termos do art. 1.009 e seguintes do Código de Processo Civil, pelas razões que seguem acostadas. 
Requer-se o recebimento do presente recurso e que em seguida sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, com as inclusas razões recursais anexa.
Outrossim, informa que deixa de efetuar o preparo por ser beneficiária da gratuidade de justiça nos moldes do art. 98, VIII e seguintes do Código de Processo Civil.
Nesses termos, pede deferimento.
Bahia, data ____de _____de _____.	
			
ASSINATURA ADVOGADO
OAB Nº
AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA
RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO
Apelante: MYRCELLA LANNISTER
Apelados: JOFFREY LANNISTER e TOMMEM LANNISTE
Processo de origem nº ......
3ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de Porto Real - BA
EGRÉGIO TRIBUNAL,
ILUSTRE DESEMBARGADORES
Não se conformando com a r. sentença proferida pelo juízo a quo, data maxima venia, requer a Apelante que se dignem os Nobres Desembargadores em acolher o presente recurso, para, no mérito, juntamente com seus pares, provê-lo em todos os seus termos pelos motivos que serão expostos, tendo a certeza de que, desta forma, estarão evitando que decisões como aquela, perdurem no tempo, de forma contrária ao real/verdadeiro espírito da Lei.
1. DO CABIMENTO E DO PREPARO
Há adequação do presente recurso com a espécie de decisão proferida, visto que tem seu cabimento delineado pelo artigo 994 do CPC. Como a decisão recorrida consiste em sentença com fundamento no art. 487, I CPC, comporta o presente.
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:
I - apelação;
A apelante, desde logo, informa que é pobre na forma da lei e não tem condições para bancar às custas do processo recursais sem prejuízo da sua própria sobrevivência nos moldes dos arts. 98 e 99, ambos do Código de Processo Civil Brasileiro. Assim, deixa de efetuar o preparo por ser beneficiária da gratuidade de justiça nos moldes do art. 98, VIII e seguintes do Código de Processo Civil.
2. DA TEMPESTIVIDADE 
O presente recurso de apelação é tempestivo, visto que a decisão recorrida foi publicada em data de (...), produzindo seus efeitos em data de (...), logo a súplica recursal se mostra tempestiva na presente data de (...), quando este recurso for protocolizado, conforme comprovante anexo. Como previsto no art. 1.003, § 5º, 219 e 231, inciso V do CPC, o prazo de 15 dias úteis para interposição do recurso.
Diante disso, pleiteia-se o processamento do presente recurso de apelação cível, sendo o mesmo distribuído a uma das Câmaras Cíveis deste Egrégio Tribunal de Justiça, para que seja analisado o pedido de revisão da decisão objurgada
3. BREVE RELATO DOS FATOS
Os apelados propuseram Ação de interdição em face da recorrente, visando obter o decreto de interdição para, desta forma, administrar seu patrimônio, sob a alegação de que a recorrente está internada em uma clínica de recuperação desde o ano de 2004, devido a supostos problemas psiquiátricos, vício em substâncias tóxicas e um histórico recorrente de prodigalidade, com episódios onde, supostamente, gastou fortunas em uma única noite com drogas.
Ocorre que, em sede de contestação, a ora recorrentes apontou estar em pleno gozo de suas faculdades mentais, não fazer uso de drogas e muitos menos ter episódios de prodigalidade.
O juízo a quo, em que pese o costumeiro acerto, entendeu por bem julgar procedente a pretensão dos autores, fulcro no art. 1.767, V do Código Civil, sob o fundamento de que a recorrente seria pródiga, decretando, assim, sua interdição, indeferindo o pedido alternativo de nomeação de curador de confiança e nomeando seu irmão como curador para representa-la em todos os atos da vida civil, em desconformidade com a legislação.
Inconformada com a sentença proferida, o recorrente vem a este r. Tribunal buscando a reforma do quanto decidido pelo juízo a quo pelas razões de direito que passa a expor.
4. DA PRELIMINAR
 4.1 Da nulidade da citação
Antes de adentrar ao mérito, importante informar que a apelante não foi validamente citada nos autos do processo em epígrafe, trazendo vício insanável ao presente feito. 
O art. 238 do Código de Processo Civil é cristalino ao definir o conceito de citação, sendo que, em não sendo esta efetivada, a relação processual não se aperfeiçoa. A fim de garantir a efetiva abertura do contraditório e ampla defesa no curso da relação processual, é indispensável a realização de citação válida, nos exatos termos do art. 239, in verbis:
Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido.
(...)
Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado. 
É de grande importância e indispensável a sua realização a fim de promover a validade do processo, podendo ser alegada em qualquer tempo ou qualquer fase processual, extinguindo se daí a incidência da preclusão.
Conforme é possível extrair do teor dos autos, Myrcela Lannister tomou conhecimento da ação porque a citação foi enviada erroneamente para o e-mail de sua prima, cujo prenome é idêntico ao seu, sendo esta citada em seu nome por equívoco.
Em que pese a possibilidade de citação eletrônica nos termos impostos pelo art. 246 do Código de Processo Civil, esta deve ser realizada por meio dos endereços eletrônicos indicados pelo citando no banco de dados do Poder Judiciário, conforme regulamento do Conselho Nacional de Justiça, o que não foi o caso, sendo utilizado para tanto, e-mail de terceiro fornecido pelos autores, o que não se coaduna com os ditames legais.
O Código de Processo Civil é taxativo ao impor em seu art. 242 que a citação será pessoal, o que, por obvio, não ocorreu na instrução processual, sendo, portanto, nula de pleno direito, ferindo, o direito ao contraditório constitucionalmente garantido.
5. DO MÉRITO E DAS RAZÕES RECURSAIS
5.1 DA NÃO CONFIGURAÇÃO DA PRODIGALIDADE
Ao tratarmos do pródigo, este pode ser definido como o sujeito que, compulsivamente, dilapida seu patrimônio, gastando de forma imoderada seu dinheiro e seus bens, comprometendo, de forma irreversível seu patrimônio, o autor Paulo Nader (2016, p.883) ao tratar do pródigo, é didático:
A figura do pródigo se identifica com a pessoa perdulária, que dissipa o patrimônio, mediante gastos ou doações injustificáveis. A medida se justifica como proteção ao seu patrimônio e em atenção aos que dele dependem, bem como de seus virtuais herdeiros ou sucessores
Visando proteger o próprio pródigo e o patrimônio familiar, a legislação civil o considera relativamente incapaz, podendo ser interditado judicialmente, in verbis:
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:
 [...] 
V - os pródigos.
Conforme apontado em sua contestação, a recorrente reafirma que a situação apresentada não condiz com a realidade, posto que não tem nenhum episódio como o citado, há mais de 10 anos, sendo que os Tribunais vêm decidindo de maneira uniforme:
DIREITO CIVIL - FAMÍLIA - INTERDIÇÃO - CURATELA - PRÓDIGO - IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL - INCONFORMISMO - DILAPIDAÇÃO DO PATRIMÔNIO - INACOLHIMENTO - GASTOS IMODERADOS E DILAPIDAÇÃO PATRIMONIAL INCOMPROVADOS - RÉU PLENAMENTE CAPAZ DE ADMINISTRAR SUA PESSOA E BENS - PROTEÇÃO DO DIREITO À HERANÇA - IMPOSSIBILIDADE - SENTENÇA MANTIDA - PROVIMENTO NEGADO. A interdição em razão de prodigalidade exige prova de que o interditando, por distúrbio psíquico ou prática costumeira, não possua condições de conter o impulso de gastar imoderadamente oudissipar o seu patrimônio. O instituto da interdição destina-se à proteção dos incapazes de gerir sua pessoa e/ou bens, não servindo para restringir os atos de disponibilidade patrimonial praticados por pessoa dotada de plena capacidade civil, a pretexto de assegurar eventual direito sucessório. (TJ-SC - AC: 20140099048 Capital 2014.009904-8, Relator: Monteiro Rocha, Data de Julgamento: 10/04/2014, Segunda Câmara de Direito Civil) 
Assim, em não havendo provas concretas da existência de quaisquer distúrbios psicológicos que levem a recorrente a gastar seu patrimônio de forma impulsiva, não há que se falar em prodigalidade e, por obvio, muito menos em sua interdição, sendo a reversão do decisium, medida que se impõe.
5.2 DA CAPACIDADE PARA PRATICAR OS ATOS DA VIDA CIVIL
A sentença ora atacada foi clara ao nomear Joffrey Lannister como curador da recorrente, a quem caberá representá-la em todos os atos da vida civil enquanto não cessar a causa determinante da interdição decretada. 
E que pese o inconformismo já apresentado, caso persista a necessidade de interdição, impõe apontar que, sob à ótica legal, a sentença proferida não está em consonância com a normativa vigente, até porque que, nos termos do art. 1.782 do Código Civil, apenas os atos que envolvam caráter patrimonial devem ter acompanhamento de curador, ipsis litteris: 
Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração. 
Desta forma, a reforma da sentença prolatada é necessária, a fim de ser posta em consonância com a legislação vigente, determinando, desta forma, que a representação por curador 8 seja exclusiva aos atos patrimoniais, não alcançando, assim, os demais atos da vida civil da recorrente.
5.3 DO CONFLITO DE INTERESSES COM O CURADOR
Na remota hipótese de manutenção da interdição, cabe apontar a necessidade de substituição do curador nomeado, posto que, conforme apontado em sede de contestação, antes de falecer, o pai da recorrente justamente por não confiar em seus irmãos e tendo plena ciência de sua recuperação, lhe confiou suas senhas bancarias. 
Cabe frisar que a recorrente também não tem qualquer confiança ou mesmo laços de amizade com seus irmãos, razão pela qual, reafirma que o Dr. Ramsay Bolton, administrador da clínica de recuperação “Trono de Ferro”, é pessoa mais indicada para exercer a curatela, principalmente ante o claro conflito de interesses entre ela o curador nomeado. 
Nestes termos, os Tribunais têm decidido de maneira uniforme:
EMENTA: LEVANTAMENTO DE INTERDIÇÃO - SUSPENSÃO DAS FUNÇÕES DA CURADORA - NOMEAÇÃO DE NOVO CURADOR - POSSIBILIDADE - CONFLITO DE INTERESSES. Demonstrando a prova dos autos que o interditando através de tratamento de saúde, detém, atualmente, condições de gerir os atos de sua vida civil e havendo conflito de interesses com a curadora nomeada, deve ser determinada a suspensão de suas funções, com a nomeação interina de outro curador. (TJ-MG - AI: 10687110008459001 Timóteo, Relator: Teresa Cristina da Cunha Peixoto, Data de Julgamento: 12/01/2012, Câmaras Cíveis Isoladas / 8ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 20/01/2012)
Assim, diante do conflito de interesses entre a recorrente e seu curador, decorrente de ambos serem herdeiros de vultoso patrimônio deixado pelo pai, a nomeação de novo curador é medida que se impõe, sugerindo-se, para tanto, o Dr. Ramsay Bolton, já qualificado nos autos.
6. PEDIDOS:
Diante de todo exposto, requer a Vossa Excelência que seja acolhida a preliminar de apelação aventada, a fim de anular a decisão a quo e reconhecer a ausência e nulidade de citação nos termos do art. 337, I do Código de Processo Civil.
Supletivamente, não sendo o caso de acolhimento da preliminar, seja o presente recurso conhecido e, quando de seu julgamento, lhe seja dado integral provimento para reforma da sentença recorrida 9 e reconhecer que a interditanda está em pleno gozo de suas faculdades mentais, podendo, desta forma, gerir seu patrimônio.
Alternativamente, na remota hipótese de manutenção da interdição, requer seja revista a sentença proferida, a fim de dar pleno cumprimento ao art. 1.782 do Código Civil, impondo a necessidade de curador apenas para a pratica de atos que envolvam o patrimônio da interditanda.
Não obstante, requer ainda a substituição do curador nomeado ante ao aparente conflito de interesses, nomeando-se, assim, o Dr. Ramsay Bolton para exercício da mencionada atribuição.
Nesses termos, pede deferimento.
Bahia, data ____de _____de _____.				
ASSINATURA ADVOGADO
OAB Nº

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