ESPELHO_CORRECAO_S6

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Seção 6 
ESPELHO DE CORREÇÃO 
DIREITO 
CIVIL 
 
 
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Conforme exposto anteriormente, foi prolatado acordão acolhendo os embargos de declaração 
opostos e desprovendo o recurso interposto, mantendo a sentença proferida pelo juízo a quo por 
seus próprios fundamentos. 
 
Do acordão consta que a disposição prevista no art. 833, IV, do Código de Processo Civil se presta 
apenas a fomentar o não pagamento de dívidas, entendendo pela possibilidade de penhora integral 
do salário do recorrente, o que claramente contraria o dispositivo da lei federal. 
 
Espera-se que o estudante interponha recurso especial, elaborando peça de interposição e razões 
recursais, conforme previsão do art. 1.029 e seguintes do Código de Processo Civil, fundamentando-
o no art. 105, III, “a” da Constituição Federal. 
 
Quanto ao acordão atacado, o estudante deve se atentar à fundamentação apresentada, em especial 
no que concerne à previsão do art. 833, IV, do Código de Processo Civil, demonstrado que o acordão 
proferido viola expressamente o mencionado dispositivo ao manter a penhora integral da verba 
salarial. 
 
É importante que seja demonstrado o teor do art. 833, IV: 
 
Art. 833. São impenhoráveis: 
[…] 
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os 
proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as 
quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor 
e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional 
liberal, ressalvado o § 2º. 
 
 
E, consequentemente, a afronta a lei federal suscitada, demonstrado o trecho do acordão que viola 
o referido dispositivo: 
 
[…] 
Seção 6 
DIREITO CIVIL 
Na prática! 
 
 
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Em que pese a alegação de impenhorabilidade, entendo que o disposto no art. 833, 
IV se presta apenas a fomentar o não pagamento de dívidas, razão pela qual, 
entendo pela possibilidade de penhora integral do salário do embargante. 
 
Ante o exposto, pelo meu voto, entendo pelo ACOLHIMENTO DOS EMBARGOS 
DE DECLARAÇÃO, alterando o acordão anteriormente prolatado e, quanto ao mérito 
da apelação proposta, voto pelo DESPROVIMENTO DO RECURSO, mantendo-se a 
sentença atacada por seus próprios fundamentos. 
 
 
 
Com isso, deve ser interposto o recurso especial demonstrando a existência de afronta à lei federal, 
aproveitando o ensejo para reforçar que Allan não tem condições de se sustentar sem o valor, 
requerendo-se, por fim, o conhecimento e provimento do recurso, reformando a decisão prolatada 
pelo juízo a quo, julgando procedente o pedido deduzido nos embargos. 
 
É importante que seja demonstrado que não se pretende o reexame do contexto fático probatório, 
mas, sim, o reconhecimento da divergência jurisprudencial, não incorrendo, portanto, na vedação 
imposta pela Súmula nº 7 do Superior Tribunal de Justiça. 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEMBARGADOR(A) PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS. 
 
 
Processo de Origem: 0005889-99.2023.4.00.8977 
 
ALLAN MAGIAR, já qualificado nos autos em epígrafe, por seu advogado in fine assinado, nos autos 
dos embargos opostos em face de VALINZINHO TRANSPORTE, vem à presença de Vossa 
Excelência, não se conformando com o venerando acordão proferido, com fulcro no artigo 105, III, 
“A” da Constituição Federal e no artigo 1.029 do Código de Processo Civil, interpor 
 
RECURSO ESPECIAL 
 
Em face de acórdão proferido por este competente Tribunal, que manteve decisão de primeiro grau, 
nos autos dos embargos em epígrafe, pelos motivos de fato e de direito que serão logo aduzidos. 
 
Questão de ordem! 
 
 
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Requer desde já seja o presente recurso recebido e processado para, após ouvido o recorrido, seja 
remetido ao Egrégio Superior Tribunal de Justiça e, ao final, ser provido em sua totalidade. 
 
Outrossim, informa que não tem condições de arcar com os custos do preparo sem prejuízo de seu 
próprio sustento, conforme documentação constante dos autos, razão pela qual requer a concessão 
da gratuidade de justiça nos moldes do art. 98, VIII, e seguintes do Código de Processo Civil. 
 
Nestes termos, 
P. Deferimento 
 
 
Goiás, data, nome, assinatura, advogado e OAB. 
 
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) MINISTRO(A) PRESIDENTE DO SUPERIOR 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA – STJ 
 
 
Processo nº 0005889-99.2023.4.00.8977 
Recorrente: Allan Magiar 
Recorrido: Valinzinho Transporte 
 
I – DO CABIMENTO 
 
Da análise dos autos restaram as seguintes conclusões: 
 
O acórdão recorrido foi julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás; e 
 
O acórdão caminhou, data vênia, em sentido contrário à lei federal e jurisprudência já consagrada 
pelos Tribunais, mais especificamente ao posicionar-se pela penhorabilidade da verba salarial 
integral, em contrariedade com o art. 833, IV, do Código de Processo Civil. 
 
Isto posto, à luz do artigo 105, III, alínea “a”, da CF e, também, do artigo 1.029, II, do novo CPC, é 
cabível o presente recurso especial para alcançar o fim desejado, qual seja: a reforma do acórdão 
prolatado. 
 
II – DA TEMPESTIVIDADE 
 
 
 
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Nos termos do artigo 1.003, §5º do Código de Processo Civil, o prazo para interpor o presente recurso 
é de 15 dias. Dessa forma, considerando que a decisão fora publicada no diário oficial no dia … de 
… de …, reconhecidamente o recurso é tempestivo e merece acolhimento. 
 
III – DO PREPARO 
 
A recorrente informa que deixa de efetuar o preparo do presente recurso por ser beneficiária da 
justiça gratuita, nos termos do art. 5º, LXXIV da Constituição Federal, e 98 do Código de Processo 
Civil. 
 
IV – DO PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA 
 
Exige-se, para acolhimento de recurso especial, que a matéria tenha sido prequestionada. Este 
requisito foi cumprido, posto que o prequestionamento foi realizado por meio dos embargos opostos 
às fls. …, tendo sido apreciado pelo Tribunal a quo, o qual se manifestou acerca da matéria mantendo 
a clara afronta à lei federal. E não se trata de reexame da matéria, obedecendo o disposto na Súmula 
07 do Superior Tribunal de Justiça, a saber: “A pretensão de simples reexame de prova não enseja 
recurso especial”. 
 
V – DA SÍNTESE FÁTICA 
 
O recorrido opôs embargos à execução, alegando, em suma, que o valor de R$ 1.400 penhorado no 
processo é relativo à verba salarial, afirmando, ainda, que não tem condições de se sustentar sem o 
valor. 
 
Sobreveio sentença de improcedência do pedido. Inconformado, o recorrente promoveu recurso de 
apelação, tendo sido prolatado acordão eivado de contradição, o qual foi objeto de embargos de 
declaração que foram julgados pela 12ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de Goiás, 
sendo estes acolhidos, e a sentença reformada. 
 
O juízo a quo, em que pese o costumeiro acerto, entendeu por bem julgar improcedente a pretensão 
do embargante, contrariando o art. 833, IV, do Código de Processo Civil, razão pela qual interpõe-se 
o presente recurso especial, com intuito dar cumprimento à legislação federal. 
 
VI – DA AFRONTA À LEI FEDERAL 
 
 
 
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O acordão atacado foi claro ao manter a decisão que penhorou a verba salarial do recorrente, o 
fazendo nos seguintes termos: 
 
[…] 
Em que pese a alegação de impenhorabilidade, entendo que o disposto no art. 833, 
IV se presta apenas a fomentar o não pagamento de dívidas, razão pela qual, 
entendo pela possibilidade de penhora integral do salário do embargante. 
 
Ante o exposto, pelo meu voto, entendo pelo ACOLHIMENTO DOS EMBARGOS 
DE DECLARAÇÃO, alterando o acordão anteriormente prolatado e, quanto ao mérito 
da apelação proposta, voto pelo DESPROVIMENTO DO RECURSO, mantendo-se a 
sentença atacada por seus próprios fundamentos. 
 
 
A legislação federal atinente à matéria é didática e expressa, não abrindo qualquer margem 
interpretativa, senão, vejamos: 
 
Art. 833. São impenhoráveis:[…] 
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os 
proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as 
quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor 
e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional 
liberal, ressalvado o § 2º. 
 
Assim, a decisão exarada no acordão proferido pelo Egrégio Tribunal de Justiça, em que pese o 
costumeiro acerto, equivoca-se ao afrontar expressamente o texto legal, principalmente ao afirmar 
que “o disposto no art. 833, IV se presta apenas a fomentar o não pagamento de dívidas”, entendendo 
ainda pela possibilidade da penhora integral da verba salarial. 
 
Dessa forma, a reforma do acordão prolatado é necessária, a fim de ser posto em consonância com 
a legislação vigente, reconhecendo, assim, a impenhorabilidade da verba salarial do recorrente. 
 
VII – DOS PEDIDOS 
 
Postas e colocadas tais considerações, crédulo no aguçado discernimento e senso de justiça de 
Vossa Excelência, o recorrente requer o recebimento do presente recurso e após intimada a parte 
contraria para, querendo, apresentar resposta no prazo da lei, sendo posteriormente provida a 
reforma do v. acordão e consequentemente da sentença proferida em primeiro grau pelos 
fundamentos aqui expostos. 
 
Nestes termos, 
Pede Deferimento 
 
 
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Goiás, data, nome, assinatura, advogado e OAB. 
 
 
 
1. Decisão que der interpretação razoável à lei, não sendo o melhor entendimento, 
enseja a interposição de recurso extraordinário pela alínea “a” do art. 101, III da 
Constituição Federal? 
2. O que acarreta a ausência de indicação de dispositivo de lei federal que teria sido 
violado pelo acórdão recorrido ou interpretado de forma divergente pelos tribunais? 
3. O recurso especial constitui via adequada para análise de interpretação de resoluções, 
portarias ou instruções normativas? 
4. Qual o recurso cabível em face de acordão que julga válida lei local contestada em 
face da Constituição Federal? 
5. A qual Tribunal compete julgar recurso especial? 
Resolução comentada