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KGI I 06 Tons de Cinza

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Maya Banks 
KGI 06 
 
 
 
 
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Maya Banks 
Tons de Cinza 
KGI 6 
 
Traduzido e Revisado do Inglês 
Envio do arquivo e Formatação: Δίκη 
Revisão Inicial: 
Val – Capítulo 01 ao Capítulo 20 
Kimie – Do capítulo 21 ao Capítulo 40 
Revisão Final: 
Kimie – Capítulo 01 ao Capítulo 20 
Val – Do capítulo 21 ao Capítulo 40 
Capa: Élica 
Talionis 
 
PJ e Cole eram atiradores de elite rivais na mesma equipe da KGI e desfrutavam de uma 
camaradagem simples e espirituosa. Até a noite em que se entregaram a seus desejos e de repente 
a relação deles deu um passo adiante. Ainda sob os efeitos dessa noite, eles são chamados para 
uma missão que dá terrivelmente errada, e PJ se afasta da KGI, determinada a não arrastar seus 
companheiros de equipe para as sombras escuras nas quais ela está prestes a mergulhar. 
Seis meses depois, Cole não desistiu de sua busca por PJ, e está determinado a trazê-la de volta 
para o lugar onde ela pertence. Empenhada em vingança, PJ está em uma missão que vai 
mergulhá-la em um jogo de vingança sagaz e fazê-la questionar tudo que ela já acreditou. Cole, e o 
resto de sua equipe se recusam a deixá-la ir sozinha. Mesmo que isso signifique sacrificar sua 
lealdade a KGI e suas próprias vidas... 
 
 
 
 
Maya Banks 
KGI 06 
 
 
 
 
2 
Comentário das RevisorasComentário das RevisorasComentário das RevisorasComentário das Revisoras 
 
Comentário da Revisora Kimie: Mais um romance da série KGI, com ação e muita emoção. 
A relação de PJ com seu companheiro de equipe Cole, começa a esquentar no início da estória e 
se transforma em um sentimento mais forte e resistente. Cole se mostra super carinhoso e super 
atencioso... A PJ sofre muito, mas também mostra perseverança e persistência em buscar sua 
vingança. 
Numa missão que deu muito errada por diversos fatores, a PJ acaba ferida e traumatizada. Ela 
foge e se esconde para planejar sua vingança contra aqueles que a machucaram. Mas ela não está 
totalmente sozinha, quando ela mais precisa, sua equipe chega e a ajuda... 
Preparem-se para fortes emoções. Dos suspiros, para o medo e as lágrimas, das alegrias para a 
tensão e finalmente para o ápice... 
 
 
― Por que você ainda quer se envolver comigo? ― Ela perguntou. ― Eu sou uma bagunça 
completa. Não estou com a cabeça no lugar. Sou mestre em foder tudo o que há de bom na minha 
vida. 
― Mas você é a minha bagunça, ― Cole disse calmamente. ― Eu não preciso que você seja 
perfeita. Eu só preciso que você seja você, porque isso é o que me interessa. 
 
 
Comentário da Revisora Val: Já estamos no sexto livro da série e eu ainda não me cansei de 
revisá-la. Pelo contrário, adorei a estória da PJ e Cole e espero muito ansiosa pelo livro do Steele. 
A autora aborda um tema muito atual que é a violência contra mulheres e crianças. É uma 
estória forte e dolorosa e acho que somente uma heroína como a PJ poderia contá-la e sair inteira. 
A PJ é a mulher mais forte da série, mais corajosa e destemida. É a melhor atiradora da equipe e 
sabe e se orgulha disso. Ela é muito independente e autossuficiente e em alguns momentos chega a 
ser arrogante em suas certezas e seguranças. 
PJ não tem ninguém no mundo e a equipe é o mais próximo de família que ela tem. Ela é uma 
mulher linda mas não quer ser vista como uma mulher por seus colegas de equipe. Ela quer ser um dos 
“caras”. Ela adora ser um deles. Ela quer ser a melhor companheira de equipe, alguém que lhes dará 
cobertura, alguém em quem eles possam confiar. E o Cole desde o início a desejou como mulher. Ele 
não consegue separar a mulher da companheira de equipe, que é uma ótima atiradora. Na primeira 
brecha que ele teve para se aproximar, ele veio com tudo e a partir daí ela se transformou na mulher 
dele, intocável para o mundo. Adorei a maneira como ele se aproximou dela, como a “dominou”. 
Cole é aquele homem que sempre estará lá. Ele é estável e constante em seu amor. Cuidadoso, 
protetor. Eles a quis desde sempre, desde o primeiro momento em que a viu, só que ela nunca deu 
abertura para que ele se aproximasse. Até que ele criou a oportunidade e a procurou. 
Para PJ as coisas são simples. Ela considera Cole muito atraente e competente em seu trabalho. 
Quando ele a procura em seu período de folga a atração entre eles explode e ela se entrega sem 
reservas. No dia seguinte, se preocupa sobre como será sua relação quando estiverem em missão, mas 
então acontece o improvável e seu foco muda totalmente. 
A equipe segue para uma missão, que apesar de atingir seus objetivos, dá muito errado e todos 
saem dela destroçados. 
PJ, antes tão forte, se sente frágil e falha. Depois dessa missão tudo muda para ela. Ela não 
consegue seguir em frente, não consegue esquecer. Mas para ela, pior do que o que aconteceu, era a 
certeza de que tudo mudou entre ela e sua equipe. Antes, ela era durona e tratada como igual. Depois 
da missão, eles a enxergam como uma mulher, e pior, como uma mulher frágil! São gentis, cuidadosos 
 
 
 
 
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e preocupados com ela. Querem cuidar dela e protegê-la. E isso a faz se sentir sem chão. Tudo que ela 
quer é esquecer o que aconteceu e voltar a se sentir parte da equipe. 
Mas ela não consegue esquecer e só pensa em vingança. Eu acho que as pessoas comuns se 
recuperariam mais rápido que ela. Por que as pessoas comuns não se cobrariam tanto. É muito difícil 
para uma mulher forte como ela perder a confiança e a fé que sempre teve em si mesma. 
Ela sempre foi tão segura de si que além do sofrimento pelo qual passou ainda tem que superar 
o sentimento de que foi fraca, de que falhou. Acho que isso é o que mais a machuca. Ser sempre tão 
forte e repentinamente ter se tornado impotente e indefesa nas mãos de quem a maltratou. 
Então ela sai da equipe em busca de vingança. E a equipe, antes tão coesa, se desestrutura e eles 
perdem o elo que os mantinha unidos. Cole enlouquece e também sai. Ele não vê sentido em 
permanecer sem PJ. Sabendo que o que aconteceu a ela foi por algo que ele considera falha da equipe, 
e principalmente dele, que permitiu que ela se arriscasse quando todos os seus instintos gritavam para 
que ele a trancasse em casa e sumisse com a chave. 
Ele nunca desiste dela, a procura em todos os lugares possíveis, disposto a trazê-la de volta e 
ajudá-la a se recuperar. 
Eu chorei ao ler sobre PJ tentando ter uma vida normal com Cole e não conseguindo. Chorei pelo 
desespero que ela sente por querer retomar sua vida, querer fazer seu homem feliz, retribuir tudo de 
bom que ele lhe dá, mas só conseguir pensar em vingança. Chorei ao ver como ele é afetuoso, 
cuidadoso, amoroso com ela, como ele quer poupá-la da dor, mas se sente sempre obrigado a se 
controlar por que ela não quer ser poupada, ela quer ser forte sempre. Ele quer pegá-la nos braços e 
carregá-la em seu colo durante sua recuperação e sempre se vê obrigado a se controlar por que sabe 
que ela não deseja ser cuidada. Ela quer se vingar primeiro, depois quer se curar por conta própria e 
não depender de ninguém. 
O senso de amizade e lealdade está em potência máxima. Todos se solidarizam, se preocupam e 
lutam para proteger essa mulher tão destemida. A KGI continua sendo aquela organização admirável 
de todos os outros livros. O Sam como sempre, justo, lindo e ponderado, sempre enchendo de orgulho 
o meu coraçãozinho apaixonado. 
O Cole me surpreendeu por que ele não banca o machão. A estória não é sobre ele. É sobre a PJ. 
Ela domina a estória, ela decide e resolve onde e quando. E o Cole, um macho alfa, aceita e a segue, 
sempre a protegendo. Sempre temendo por ela, desesperado por mantê-la em segurança. Ele é um 
homem que encontrou a mulher com a qual deseja passar o resto da vida e faz tudo para mantê-la. Ele 
não se ressente por ela ser melhor atiradora que ele. Não se ressente por ela ser corajosa e correr 
atrás do perigo em nome de sua vingança. Ele a admira, se orgulha dela e dá espaço para ela agir. E 
tentaprotegê-la. Ele é um homem que permite que sua mulher faça as próprias escolhas, mesmo 
quando coloca em risco suas vidas, e não se sente menos másculo por isso. Nesses momentos ele 
simplesmente cresce em meu conceito. Eu me encantei com o amor que ele sente por PJ, por ele 
aceitá-la exatamente como ela é, por dar espaço a ela, pela infinita paciência que ele tem com ela em 
todos os momentos. 
Eu e Kimie batemos nosso recorde em revisão. 20 dias para terminar um livro, mas não 
conseguíamos largar a leitura. É ação em todos os momentos. Todos são eletrizantes, em todos 
acontecem algo que nos emociona, que nos faz devorar o capítulo seguinte. 
O livro acaba de uma forma muito leve, acho que para equilibrar todo o sofrimento, mas para 
mim ficou uma sensação de falta alguma coisa, que não posso citar aqui para evitar spoiler, mas 
considero esse casal propenso a ter uma pequena continuação, como o Ethan e a Rachel tiveram. 
Eu queria dedicar esse trabalho a minha amiga Joely. Por que já fizemos um trabalho semelhante 
a esse, nosso primeiro trabalho juntas. E em muitos trechos eu me lembrava de você Jô, por que sei 
que você é muito sensível e vai chorar como chorou quando fizemos o Jace. E sei que vai se emocionar 
como eu me emocionei. 
 
 
 
 
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Eu também queria me desculpar pelo comentário enorme. Eu tentei muito, mas não fui capaz de 
cortar nada do que escrevi, por que esperei muito por essa estória e ela me tocou profundamente. Eu 
me senti sufocada, e a única maneira de extravasar foi colocando no papel tudo que senti. Abrindo 
minha alma para vocês. Sei que só chegou até aqui quem realmente se interessa por minha opinião, e 
a vocês meu muito obrigada. 
 
 
 
Para os meus bebês. Amo todos vocês demais. 
 
 
 
CAPÍTULO 1 
 
 
PJ Rutherford inclinou a cadeira para trás e atirou a bota em cima da mesa em frente a ela. 
Ajeitou o chapéu de cowboy de palha, para que seus olhos ficassem pouco visíveis e olhou através 
da sala cheia de fumaça para a banda acomodada ao longo da parede. 
A garçonete bateu uma garrafa de cerveja sobre a mesa, ao lado da bota de PJ e depois 
escorregou para longe, a atenção reservada para os clientes do sexo masculino com os quais ela 
flertava e conversava. 
PJ não era de muita conversa. Nunca conversara com ninguém em todo o tempo em que 
viera aqui. Ela não poderia ser chamada de normal, mas ainda assim, com todas suas 
irregularidades, ela era. 
Este era o seu lugar para relaxar entre as missões. Não era o que a maioria considerava um 
lugar de descanso e relaxamento, mas para PJ funcionava para beber umas cervejas, inalar um 
pouco de fumaça de segunda mão, ficar surda de ouvir músicas de bandas ruins e assistir a 
algumas brigas de bar. 
Ela estremeceu quando o guitarrista tocou muito alto um acorde particularmente ruim e 
depois apertou os dentes quando o microfone guinchou. Esses caras eram amadores. Inferno, 
provavelmente era o primeiro show ao vivo, o que significava que ela voltaria para casa surda e 
tomando ibuprofeno para a dor de cabeça que certamente teria. 
Mas era um castigo passar a noite sozinha em seu apartamento sentindo a diferença do fuso 
horário. Embora não tivesse certeza de que isso poderia ser considerado fuso horário. Estivera três 
dias sem dormir, então realmente poderia dormir a qualquer momento, mas estava ligada e ainda 
tonta pela adrenalina da última missão que participara. 
Estava mais dolorida e tensa do que uma mola enferrujada e não havia nenhuma 
elasticidade em seus músculos esta noite. 
O grande festival de tolices felizes que ocorrera no complexo Kelly, com casamentos duplos 
e amor verdadeiro, bebês e besteiras que eram suficientes para deixá-la verde em torno das 
brânquias, também não ajudaram. 
 
 
 
 
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Não que ela fosse cínica quando se tratava de romance. Ela lia seus livros de romances e era 
ferozmente protetora com eles contra qualquer um que a perturbasse por que gostava de lê-los. 
Mas às vezes o clã Kelly era um pouco imperioso na doçura pura e açucarada de todo aquele 
apoio e amor incondicional. Será que ninguém nunca ficava irritado e começava uma briga? 
A verdade era que ela simplesmente se sentia fora de lugar, por isso, preferia ficar com sua 
própria equipe, deixava Steele receber as ordens de Sam ou Garrett Kelly e seguia seu líder de 
equipe. O dia em que Steele se envolvesse em toda aquela merda feliz e borbulhante seria o dia 
em que ela penduraria o rifle e pediria para sair. 
Ela gostava de Steele. Sabia onde estava com Steele. Sempre. Ele não adoçava a merda. Se 
você fodia as coisas, ele cobrava sua responsabilidade sobre isso. Se você fazia seu trabalho, não 
recebia nenhum elogio especial. Não por fazer seu maldito trabalho, como ele dizia. 
E ela gostava de sua equipe, mesmo Coletrane sendo uma dor gigante em sua bunda. Mas 
ele era uma linda dor na bunda e era inofensivo. Além disso, era um alvo perfeito para provocar e 
direcionar suas piadas. Fácil. Muito fácil. Ele mordia a isca em tantas ocasiões que ela perdeu a 
conta. 
Ela era a melhor atiradora. Ela sabia disso, sem falsa modéstia. Mas isso não impedia uma 
rivalidade saudável entre ela e Cole quando cumpriam seus deveres de atiradores. 
Isso os incentivava, tornava-os melhores em seus trabalhos e tornava a relação entre eles 
descontraída e casual. Do jeito que ela gostava. 
A música atual terminou, e ela suspirou de alívio. A banda estava em um curto intervalo, mas 
seus ouvidos ainda estavam rugindo dos sons ensurdecedores de momentos antes. 
Estava alcançando sua cerveja quando viu um grupo de três homens passarem pela porta. 
Sua mão tremeu, quase derrubando a garrafa. Seu estômago despencou como uma pedra, e ela 
chegou a considerar fazer uma pausa para ir ao banheiro. 
Mas rapidamente, a raiva substituiu o pânico súbito. Por que diabos estava pensando em se 
esconder? Não fizera nada de errado. Foram seu ex-amante e os amigos dele que a colocaram em 
perigo e a abandonaram. Não o contrário. 
Forçou-se a afastar o olhar, fingiu interesse em um objeto através da sala e esperou que eles 
não a notassem. Pela visão periférica, viu o momento em que Derek olhou para ela e a 
reconheceu. 
Ele ficou completamente imóvel e então cutucou Jimmy e Mike e apontou em sua direção. 
Porra. Estavam caminhando em sua direção. Exatamente quando ela precisava de uma 
maldita noite em que só queria ser deixada em paz. 
Ela ainda estava olhando para frente quando Derek entrou na frente dela, bloqueando sua 
visão. Ela lentamente olhou para cima, certificando-se de que sua expressão era fria e serena. 
— Então é aqui que você está vindo agora, PJ? — Derek falou pausadamente. — Não 
imaginava que você era isca deste tipo de lugar. 
O tom insultuoso ralou em seus nervos. 
— Saia do meu espaço, Derek. 
Ele levantou uma sobrancelha e torceu o canto da boca em um sorriso de escárnio. 
 
 
 
 
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— Isso não é o que você costumava dizer. É claro que foi antes de decidir desmoralizar sua 
equipe. Onde você está trabalhando atualmente, PJ? Certamente não está aqui. Você não tem o 
corpo para executar este show. 
A velha PJ já estaria em cima dele e teria batido em sua bunda. A nova PJ... 
Foda-se. Não havia nada de errado com a velha PJ. 
Ela se levantou da cadeira, inclinou seu chapéu para trás e nivelou um olhar frio nos três. De 
volta ao dia em que eles eram unidos. Todos os quatro. Ela e Derek foram amantes durante dois 
anos. Eles se envolveram quase que imediatamente após PJ se juntar à equipe deles na SWAT e 
conseguiram manter sua relação em segredo, escondendo-se atrás da amizade. Amizade que 
realmente compartilhavam com Jimmy e Mike. 
Derek sorriu, quase como se pensasse que ela viraria as costas e iria embora. Porque era 
nisso que ela era boa. Fugir. 
Não desta vez. 
Ela puxou a mão para trás e o esmurrou bem no nariz. 
Sua mão voouquando a cabeça dele voltou e ele cambaleou vários passos para trás. 
Seus dedos saíram sangrando e ele deu um passo à frente. Ela se manteve firme, recusando-
se a ser intimidada pelo idiota. 
— Que diabos foi isso? — Ele rugiu. 
— Algo que eu deveria ter feito muito tempo atrás — ela disse com calma. — Ouça bem, seu 
pau fino como um lápis. Eu não tenho tempo para suas besteiras. Não dou a mínima para você ou 
seus companheiros esfarrapados, então faça um favor a nós dois e me deixe em paz. 
— Uma vez puta sempre puta, hein PJ? — Mike disse com os lábios curvados. 
— Pense o que quiser Mike, — ela disse em uma voz calma e comedida. — Eu fui embora 
com a consciência limpa. Você pode dizer o mesmo? 
Ele ficou vermelho e a raiva o irritou visivelmente. Ele começou a ir em sua direção, mas 
Jimmy segurou seu braço. 
— Que porra é essa, Mike? Você vai começar uma briga em um bar público com uma 
mulher? 
— Fique à vontade, — PJ disse docemente. — Estou mais do que feliz em chutar sua bunda. 
— O que aconteceu com você? — Derek exigiu. — Você não costumava ser tão fria. 
— Perdoe-me por não rolar e receber a porrada na bunda que você me deu tão bem. Não 
era eu quem estava suja. Eram você e seus amigos. Você esperava que eu olhasse para o outro 
lado e quando não fiz isso, você me ferrou. Foda-se o que aconteceu e foda-se você. Agora caia 
fora do meu espaço. 
Ela estava tão concentrada em seus antigos colegas de equipe que não percebeu o recém-
chegado, até que um braço forte em volta de sua cintura puxou-a para o lado dele. 
— Desculpe o atraso, querida, — Cole falou pausadamente. — Quem são os seus 
amiguinhos? 
Ela endureceu em estado de choque, a boca aberta. Cole cobriu o lapso, pressionando os 
lábios nos dela e dando-lhe um longo e demorado beijo de enrolar os dedos dos pés. 
 
 
 
 
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Estava tão perturbada e perplexa com sua súbita aparição que pôde fazer pouco mais do que 
ficar lá enquanto ele arrebatava sua boca. 
Que palavra tola. Leu essa palavra muitas vezes em seus velhos romances da escola, e 
quando era adolescente, ria com a ideia de ser arrebatada, mas puta merda, não havia outra 
palavra que viesse à mente enquanto ele provava completamente cada centímetro de sua boca. 
Ele se afastou, diversão espumando em seus olhos azuis. Seu cabelo estava um pouco mais 
longo do que o seu corte normal e arrumado, por isso estava espetado em cima, ajudado, sem 
dúvida pelo que parecia ser gel de cabelo. Ela teria que perturbá-lo sobre isso mais tarde. Logo 
depois que descobrisse o que diabos ele estava fazendo aqui em seu bar, quando deveria estar do 
outro lado do país, no Tennessee. 
Quando ele se afastou, ela deu uma olhada melhor para ele e quase riu alto. Ele ainda estava 
vestido com o uniforme, camisa preta e botas de combate. Parecia que veio direto da última 
missão, e, bem, ela supunha que ele veio, uma vez que ele estava aqui e não no Tennessee. 
Ela teve que admitir, ele parecia um valentão total. Ele a tolhia e era uns bons dois 
centímetros mais alto do que Derek, que era o mais alto de seu trio. E seus bíceps estavam 
inchados e duros contra as mangas apertadas da camiseta curta. 
Ela não poderia ter planejado melhor. O momento era muito apropriado. 
— Cole, estes são os idiotas número um, dois e três. 
Cole levantou a sobrancelha e seus olhos brilhavam com diversão. 
— Algum problema, senhores? Porque do jeito que eu vi do outro lado da sala, vocês não 
pareciam amigáveis. Na verdade, parecia que estavam tentando intimidar alguém muito menor do 
que vocês, e se aproveitar de uma mulher. 
— Foda-se, — Derek rosnou. — Você é bem-vindo para a maldita rainha do gelo. Ela quase 
congelou meu pinto. 
— Que pinto? — Ela perguntou, cruzando os braços sobre o peito. 
O braço de Cole ainda estava ao seu redor, e ele não parecia inclinado a removê-lo tão cedo. 
— Foda-se, — Derek disse rudemente. — Vamos sair daqui. Eu não tenho estômago para 
ficar perto de uma delatora. 
Os três homens se dirigiram para a porta e PJ soltou um suspiro profundo. Isso poderia ter 
ficado feio, e nesse lugar não havia muito na forma de segurança. O segurança era um careca de 
meia-idade e tinha uma barriga de cerveja que o tornava lento e desajeitado. Ele não seria de 
muita ajuda em uma briga. 
— Você pode ir agora, — ela murmurou. 
Cole deixou cair o braço e, em seguida, puxou uma cadeira na mesa dela e esparramou-se, 
acenando para a garçonete ao mesmo tempo. 
A garçonete não perdeu tempo em vir correndo. Ela presenteou Cole com seu melhor sorriso 
coquete e ficou muito mais perto do que o necessário, dando-lhe uma visão privilegiada de seu 
decote. 
— Traga-me o que você tiver na torneira, docinho — Cole disse com uma piscadela. 
PJ revirou os olhos quando a garçonete caiu completamente naquele charme falso. Cole era 
um colírio para os olhos, com certeza. Cabelo loiro escuro, um cavanhaque recentemente 
 
 
 
 
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crescido, que PJ teve de admitir ficava muito bem nele. Olhos azuis que poderiam ser malvados 
como o inferno em um momento e cintilantes e despreocupados no próximo. 
Ele era o pacote completo, não que ela algum dia diria isso a ele. Convinha a seus propósitos 
mantê-lo abaixo alguns níveis. Não fazer nada para ter seu ego explodindo em cima dela. Ela tinha 
que trabalhar com ele, afinal de contas. 
— Que diabos você está fazendo aqui, Coletrane? — Ela exigiu saber após a saída da 
garçonete. — Esse não é exatamente o seu bairro. 
Ele deu de ombros. 
— Um cara não pode vir e visitar um companheiro de equipe? 
Seu olhar se estreitou. 
— Claro. Há Dolphin, Baker e Renshaw, e você pode sempre dar uma olhada em Steele. Eu 
tenho certeza que ele adooooooraria sua companhia. 
— Talvez você apenas seja especial, — disse ele com um sorriso. 
— Sorte minha, — ela murmurou. 
Mas ela não podia controlar as borboletas peculiares flutuando em torno de sua barriga 
quando ele virou todo aquele charme sobre ela. Inferno, ela estava agindo como uma maldita 
menina. 
A garçonete voltou e ele inclinou sua bebida, tomando um grande gole antes de colocar o 
copo de volta na mesa. Atrás dele, a banda começou a tocar outra música estridente e Cole 
visivelmente estremeceu. 
— Puta merda, Rutherford. Eu pensei que você tinha um gosto melhor do que isso. O que 
diabos você está fazendo neste buraco de merda, afinal de contas? Você não deveria estar em 
casa descansando e relaxando? Você não dormiu em que, três dias? 
Ela lançou um olhar maligno em sua direção. 
— Eu poderia te fazer a mesma pergunta. Pelo menos eu estou a poucos quarteirões da 
minha cama. Da última vez que verifiquei você ainda residia no grande estado do Tennessee. É 
uma longa distância de Denver. 
— Talvez eu goste de sua companhia. 
PJ bufou. 
Por um longo momento beberam a cerveja em silêncio enquanto a música soava e mais 
fumaça enchia o ar. Os olhos de Cole repentinamente se arregalaram quando duas meninas em 
um canto pularam em um tablado e começaram a fazer um lento strip-tease. 
— Rutherford, você é lésbica? 
Ela engasgou com a cerveja e depois se sentou para frente, deixando os pés saírem da mesa 
e caírem no chão com um baque. Inclinou o chapéu para trás para que pudesse olhá-lo 
diretamente nos olhos. 
— Que raio de pergunta é essa? 
Ele deu-lhe um olhar reprimido. 
— Você está em um bar de strip-tease. O que mais eu deveria pensar? 
— Você é um idiota. 
Ele deu-lhe um falso olhar magoado. 
 
 
 
 
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— Vamos, PJ. Jogue-me um osso aqui. Diga-me que você não é lésbica. Ou pelo menos me 
esmague delicadamente. 
— Você está arruinando meu descanso. 
— Bem, se este é o momento de inatividade, vamos fazê-lo direito. Quer tomar algumas 
doses? Ou está com medo que eu consiga beber mais do que você? 
As sobrancelhas dela se ergueram. 
—Você não acabou de me desafiar. 
Ele deu-lhe um sorriso de satisfação.— Eu acredito que sim. A primeira rodada é por minha conta. 
— Todas serão por sua conta já que a ideia é sua. 
— Okay, mas eu estou supondo que você não pode passar de três doses. 
— Blá, blá, blá. Estou ouvindo muita conversa e nenhuma ação. 
Cole levantou a mão novamente e a garçonete veio até a mesa. 
— Pode nos servir algumas doses? — Ele se virou para PJ — você tem alguma coisa contra 
tequila? 
— Eu só tenho algo contra tequila ruim. Não venha com bebida barata para mim, Cole. É 
melhor mandar trazer bebida boa. 
— Você ouviu a senhora, — Cole falou pausadamente. — Dê-nos uma rodada da melhor 
tequila que você tem. 
A garçonete pareceu em dúvida, mas assentiu e seguiu em direção ao bar. 
PJ estudou-o debaixo dos cílios. Apesar de sua irritação inicial, Cole estava deixando-a 
intrigada. O que ele estava fazendo aqui? E por quê? Ela poderia jurar que ele estava flertando 
com ela, e a única coisa estranha era que essa era uma sensação deliciosa. 
Um cara como Cole não teria que procurar muito para conseguir sexo. De jeito nenhum ele 
viria todo o caminho até Denver apenas por um pedaço de traseiro. 
— Então, quem eram os palhaços que estavam te perturbando? — Ele perguntou, 
quebrando o silêncio. 
PJ fez uma careta. 
— Apenas algumas pessoas que eu conheci. Há muito tempo atrás. 
— Aparentemente, eles não estavam tão dominados pelo seu charme como eu. 
Ela ofegou e engasgou com o riso. Sentia falta da camaradagem e suporte constante quando 
estava fora da equipe. 
Costumava ser assim na equipe SWAT. Antes que Derek tivesse que foder tudo. PJ tinha 
certeza que nunca encontraria outra posição que seria melhor do que os primeiros dias na SWAT 
quando ela ainda estava sendo bem sucedida em conduzir o show como uma fêmea e se 
enrolando em seu relacionamento com Derek. 
Mas ela estava errada. Ir para a KGI abrira seus olhos para o que era lealdade à equipe e uns 
aos outros. Os homens para os quais trabalhava eram profundamente honrados, mas ela tinha 
sempre o cuidado de manter distância. Especialmente de Cole. Depois de Derek, ela prometeu 
nunca mais se envolver com ninguém com quem trabalhasse. 
 
 
 
 
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A garçonete voltou, carregando uma longa bandeja que continha 10 doses. Colocou-a sobre 
a mesa, pegou o cartão de crédito de Cole e, em seguida, olhou para os dois, como se dissesse 
aqui está. 
Cole pegou um copo, entregou a PJ e depois tomou outro para si mesmo. Então, ergueu-o 
em um brinde. 
— A outra missão bem sucedida. 
PJ poderia beber a isso. Inclinou seu copo contra o dele e então os dois beberam a tequila. 
Ela quase tossiu quando o fogo queimou sua garganta. Inferno, passara um bom tempo 
desde que bebera alguma coisa mais forte do que cerveja. Ela parou de beber as coisas mais fortes 
após sua temporada com a SWAT e as consequências de sua saída da unidade. 
Colocou o copo em cima da mesa com um baque e depois olhou desafiadoramente para 
Cole. Ele sorriu em resposta e, em seguida, pegou outro copo. Ela se inclinou para frente para 
pegar o seu, mas desta vez eles foram um pouco mais lentos para beber. 
A música parecia ficar mais alta e a fumaça ficou mais densa. Seus olhos lacrimejaram, se da 
tequila ou a fumaça ela não tinha certeza. Cole estava certo sobre uma coisa. Este era um lugar 
muito ruim para passar a primeira noite de volta para casa. 
— O que você acha de terminarmos nossas cinco doses e irmos direto para minha casa? — 
Ela perguntou antes que pudesse mudar de ideia. 
Ela não podia acreditar que estava mergulhando nessa situação depois de ter definido que 
nunca permitiria que esse tipo de coisa acontecesse novamente. Coloque a culpa no álcool ou em 
sua noite de merda. Os dois motivos constituíam um erro, certo? Ela só sabia que repentinamente 
não queria ficar sozinha. 
Ele franziu a testa, e o coração de PJ afundou. Ela não o interpretara corretamente e agora 
estava fazendo de si mesma uma enorme tola. Já estava se preparando para se desculpar pelo 
convite com uma indiferença casual quando ele falou. 
— Se iremos para sua casa agora, um de nós ou ambos, precisa parar de beber agora. E se eu 
levar uma garrafa e nós a bebermos lá? 
Ela soltou um suspiro de alívio que sequer percebeu que tinha brotado em seu peito. 
Levantou-se, empurrando a mesa para trás. 
— Você pega a garrafa. Eu te encontro no estacionamento. Você pode me seguir para minha 
casa. 
 
 
Cole foi para o bar, fez sinal para o barman e poucos momentos depois saiu com uma 
garrafa e dois copos de tequila. Não que ele pretendesse precisar ou querer também, mas 
pretendia que isso fosse bom. 
Caminhou pelo estacionamento, se perguntando se PJ estaria mesmo lá como prometeu ou 
se teria ido embora. 
Ela era durona. Difícil de se aproximar. Difícil obter qualquer informação. Ele não sabia quase 
nada sobre sua vida pessoal. Ela nunca escorregou ou deu alguma dica. Quando estavam em uma 
 
 
 
 
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missão, ela era focada em um só objetivo. E quando a missão acabava, era sempre a primeira a 
cair fora. Nenhum bate-papo ou socialização com ela. 
Foi surpreendente como o inferno descobrir que ela frequentava aquele lugar de péssima 
reputação. Ele teria imaginado que ela odiava as pessoas e que nunca sairia de seu caminho para 
realmente ir a um lugar infestado por eles. 
Não sentia um pingo de culpa por ter escorregado o chip GPS na mochila dela antes que 
deixasse o Tennessee. Ela carregava aquela maldita coisa com ela para todos os lugares, e isso o 
levou para o estacionamento do bar. 
Para sua surpresa, ela estava de pé ao lado do jipe, recostada com uma expressão fria no 
rosto. Seus olhos estavam ilegíveis quando olhou para ele. 
Ele levantou a garrafa e deu um sorriso em sua direção. 
Ela deu um meio sorriso em troca, depois jogou o polegar sobre o ombro. 
— Siga-me e tente me acompanhar. 
Pequena cabrita insolente. Ela tinha que transformar tudo em um desafio ou provocação. 
Mas tudo bem. Não valeria a pena, se fosse fácil. 
Entrou na caminhonete e manobrou rapidamente para a estrada atrás dela, certificando-se 
de não perdê-la. Depois de um quilômetro, ela virou à direita em um complexo de apartamentos 
que parecia que remontava à década de setenta. Eram impecáveis e parecia um lugar calmo, mas 
Cole não gostava de como estava escuro e por não haver portões de segurança. 
Como diabos uma mulher cujo trabalho era todo sobre segurança e proteção vivia em um 
lugar como este? 
Entrou na vaga de estacionamento ao lado dela e deslizou para fora. Ela já estava na calçada 
esperando por ele, e antes que pudesse alcançá-la, virou-se e caminhou até o caminho para a 
porta da frente. 
Ele examinou a área severamente e quando ela abriu a porta, ele franziu a testa ainda mais, 
porque a porta não resistiria a um simples chute. Ele entrou e depois fez uma pausa enquanto ela 
fechava a porta e colocava a trava de segurança. Não que isso fizesse qualquer bem se alguém 
realmente quisesse entrar. 
Quando ela se virou para onde ele estava, franziu a testa quando olhou para suas mãos. 
— Você se esqueceu da tequila. 
— Eu não me esqueci de nada. 
Antes que ela pudesse reagir, ele a apoiou contra a porta, seu corpo pressionando-a perto e 
fez o que ele estava morrendo de vontade de fazer desde o dia em que colocou os olhos sobre ela 
pela primeira vez. 
Ele beijou-a. 
E desta vez não era um ato que estava interpretando para os idiotas que estavam 
importunando PJ. E ele também não iria parar tão cedo. 
 
 
CAPÍTULO 2 
 
 
 
 
 
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12 
 
Pela segunda vez naquela noite, PJ encontrou-se completamente aturdida e incapaz de 
pensar direito. Porra, mas o homem podia beijar como um sonho. 
Ela odiava homens que eram hesitantes e inseguros em seus movimentos, e Cole não era 
nada disso. Ela amava a força. Confiança. Mas não um idiota arrogante. 
Cole tinha a combinação perfeita. Confiante.Convencido. Ele encontrava-se absolutamente 
seguro de si mesmo. 
Ela passou as mãos por seu peito e espalmou os dedos ao longo dos músculos ondulados. 
Duro e tão digno de babar. Ele atuou em mais de um de seus sonhos eróticos, e agora ela tinha o 
homem de carne e osso de pé em seu apartamento, com a boca fundida a dela como se 
estivessem permanentemente ligados. 
Sua língua roçou sensualmente sobre a dela, acariciando com suavidade aveludada. Podia 
sentir o gosto da tequila que tanto consumiram, mas estava misturado com o sabor forte e 
masculino dele também. 
Deslizou as mãos para baixo e puxou a camisa com impaciência para livrá-lo da calça. Em 
seguida, colocou as mãos sobre o abdômen e ele prendeu a respiração, ofegante. 
— Cama ou sofá? — Ela perguntou com voz rouca. 
Ele olhou para ela, seus olhos brilhando famintos. 
— Depende. Qual é o tamanho da sua cama? 
— King. 
— Perfeito. 
Ele a beijou novamente, afastando-a da porta, enquanto caminhavam pela sala de estar. Ela 
estava puxando a camisa dele e ele puxando a dela. 
— Você tem camisinhas? — Ela perguntou. 
— Isso fará de mim um idiota, se eu disser que sim? 
Ela riu suavemente. Então, ele estava planejando entrar em suas calças. 
— Vocês meninos militares não deveriam estar preparados para tudo? Você nunca sabe 
quando vai precisar fazer sexo no fim do mundo. 
— Hum, essa é uma boa ideia. Vamos fazer sexo como se o mundo fosse acabar amanhã. 
Ela puxou-o para um beijo quente e entorpecente. 
— Você fala demais. 
Os dedos dela estavam abrindo a braguilha da calça dele, e ele estava abrindo a camisa dela 
rapidamente. Ela puxou as mãos tempo suficiente para Cole puxar sua camisa sobre a cabeça, e 
então abriu o zíper dele enquanto ele abria o dela. 
— Quarto, — ele murmurou. — E saia de dentro desse jeans no caminho. 
Vestida de sutiã e jeans que estava com a braguilha aberta, ela liderou o caminho para o 
quarto, deslizando a calça para baixo dos quadris enquanto caminhava. 
Assim que entraram no quarto, ela ouviu o baque de uma bota. Virou-se para vê-lo pulando 
em um pé só enquanto tirava a outra bota. Deixaram um rastro de roupas por todo o caminho da 
sala de estar, e agora ele estava tirando a calça rapidamente. 
— Acenda a luz, — disse ele. 
 
 
 
 
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— Eu gosto do escuro. 
— Claro que não, eu não vou perder nada desse momento. Sabe quanto tempo eu fantasiei 
em ver você nua? É como negar a um homem à beira da morte seu último desejo. 
Ela sorriu e estendeu a mão para o interruptor. Quando o quarto se inundou de luz, ela viu 
que Cole estava completamente nu e prendeu a respiração, mantendo-a até que ficasse tonta. 
Puta merda. O homem era lindo. Absolutamente lambível. Ombros largos, bíceps 
musculosos, abdômen magro e muito tonificado e minha nossa, ele era definido em todos os 
lugares certos. 
— Jesus, PJ, pare de me olhar. Você vai me deixar com complexo. 
Ela mal conseguiu arrastar seu olhar para cima, para encontrar o dele. Incapaz de resistir, 
moveu-se para frente e apertou a mão no peito nu, apreciando a sensação dos leves pelos 
diretamente sobre seu coração. Então, deixou que seus dedos deslizassem para baixo até tocar a 
ponta do pênis. 
Seus dedos dançaram ao longo do comprimento, provocando enquanto ele crescia ainda 
mais sob seu toque. Ah, sim, não havia dúvida de que este homem iria satisfazê-la. 
— Um homem que tem a aparência tão deliciosa como você nunca deveria ter um 
complexo, — ela murmurou. 
A satisfação ardeu nos olhos dele, e então ele a surpreendeu pegando-a nos braços. Levou-a 
para a cama e caiu sobre o colchão. Ela saltou uma vez e então ele arrancou a calça jeans por suas 
pernas, jogando-a sobre o ombro. 
— Eu nunca a teria imaginado neste tipo de lingerie, — ele suspirou. 
Ela arqueou uma sobrancelha e olhou rapidamente com a cara feia. 
— O que quer dizer com isso? 
— É positivamente pecaminosa. Preta, rendada. Feminina. — Ele disse a última palavra 
quase acusadoramente. 
— Eu as uso em todas as minhas missões. Não é que eu seja supersticiosa ou algo parecido, 
mas se elas funcionam para me passar segurança eu continuo usando. Eu as considero minha 
lingerie da sorte. 
Ela sorriu, porque agora ele nunca seria capaz de sair em missão com ela sem pensar no que 
ela usava por baixo do uniforme. 
Ele se inclinou e ela imediatamente ficou em silêncio, a respiração presa na expectativa do 
que ele faria. Quando a tocaria. Como a tocaria. 
Ele deslizou as mãos por suas pernas para descansar possessivamente nos quadris e, em 
seguida, se abaixou para pressionar a boca sobre seu umbigo. 
A simples ação enviou uma cascata de arrepios dançando em sua pele. Os pelos nítidos de 
seu cavanhaque roçaram sobre a pele sensível e aumentaram sua sensibilidade ainda mais. 
Um gesto tão simples, mas foi como abrir as comportas. Cada nervo de seu corpo estava em 
alerta máximo. 
Então ele enfiou os polegares no cós da calcinha e puxou para baixo, desembaraçando-a de 
seus pés e jogando o fino pedaço de renda na direção onde o jeans tinha ido. 
 
 
 
 
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— Nenhuma marca de biquíni — ele murmurou. — Oh, as imagens que isso evoca em mim. 
Eu adoraria saber onde diabos você toma sol nua. Acho que preciso tornar-me sócio desse lugar. 
Ele separou suas pernas, em seguida abaixou a cabeça. Mordiscou o interior de sua coxa, 
mal roçando a pele com os dentes. Isso enviou um arrepio delicioso por todo o caminho até a 
espinha. 
Usando o polegar e o dedo indicador, ele espalhou os lábios de sua vagina. Seu hálito quente 
soprou sobre a pele exposta, e ela fechou os olhos, assim que a língua entrou em contato com o 
clitóris. 
Era como uma súbita onda de eletricidade. 
Suas pernas tremiam e seus nervos formigavam da cabeça aos pés. O homem era um 
especialista em fazer sexo oral em uma mulher. Ele não era áspero ou apressado. Sabia quanta 
pressão aplicar e onde tocar. 
Alternava pressionando beijos delicados e fortes lambidas. Os toques mais leves estavam 
levando-a à loucura. Estava equilibrada em uma borda afiada pronta para cair a qualquer 
momento. Só mais um pouco... 
Ele levantou a cabeça e, a respiração que ela estava segurando escapou em um longo 
suspiro. Se ele a tivesse tocado mais uma vez com aquela boca deliciosa, ela teria gozado como 
um foguete. 
— Você pode tirar o sutiã ou precisa de minha ajuda? 
Ela estendeu a mão para o fecho frontal e sorriu quando o desabotoou. Um momento 
depois, inclinou-se para que pudesse tirá-lo e depois o enviou voando em direção à pilha de 
roupas no chão. 
Cole subiu o corpo, deslizando entre suas pernas até que seus narizes estavam a um sopro 
de distância. Seu corpo estava pressionado ao dela, o calor suficiente para queimá-la. 
— Porra, você tem um corpo lindo, PJ. Eu poderia olhar para você por horas. 
— Eu prefiro muito mais que você me toque, — ela disse, impaciente. 
Ele sorriu e baixou a boca para a dela, beijando dura e profundamente, até que ela se 
esqueceu de tudo, exceto dele e deste momento. Suas línguas se encontraram e se emaranharam. 
Ela devolveu sua paixão em igual medida. Nunca sentiu tanta urgência ao fazer sexo. Mal podia 
esperar para que ele entrasse dentro dela, para sentir sua força dentro dela. 
— Estou planejando tocar muito, — ele murmurou enquanto se afastava. 
Sua boca deslizou calorosamente pelo pescoço e depois para o seio. Seus seios eram 
pequenos, mas ele não parecia se importar. Espalmou um montículo suave, acariciando e 
moldando-o até que o mamilo estava inchado e forçando para cima. 
Por fim, baixou a boca e lambeu um círculo ao redor do mamilo enrugado. Ela soltou um 
longo suspiro de prazer. Este homem parecia conhecer todos os seus pontos doces. Sabia como 
lhe dar prazer. Não poderia ter feito melhor se tivesse recebido um manual escrito à mão sobre o 
que fazer com ela. 
— Você gosta disso? 
— Mmm hmmm. 
 
 
 
 
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Ele chupou o bico entre os lábios e aplicou pressão rítmica até que ela estava se 
contorcendo sob seu corpo, inquieta e dolorida. 
Suas mãos estavam por toda parte. Ele acariciou e afagou seu corpo como se estivesse 
apreciando algo de grande beleza. Ela não estava menos encantada. Suas mãos deslizavam sobre 
cada centímetro da pele dele onde conseguia alcançar, explorando os contornos, os músculos 
rígidos e a sensação da pele coberta de pelos ásperos, tão diferentes da sua. 
Quando foi a última vez que estivera no céu com um parceiro sexual? Ou talvez ela e Cole 
tivessem deixado a tensão entre eles continuar por muito tempo. Talvez devessem ter liberado 
todo esse tesão e feito sexo quente e selvagem muito antes. 
Talvez agora pudessem parar de levar um ao outro à loucura o tempo todo. Ou talvez isso 
tornasse as coisas muito piores. 
Ela se recusava a se debruçar sobre o futuro agora. Não quando o queria a cada respiração. 
Era estúpido e irresponsável ceder à crescente atração entre eles, mas não estava prestes a pôr 
fim a este ponto. O que acontecesse depois disso, só teriam que lidar como adultos e não deixar 
interferir em seus trabalhos. 
— Eu não sei se consigo esperar nesta primeira vez, — ele disse com voz rouca. — Preciso 
ter você, PJ. Estou morrendo aqui. 
Ela sorriu e puxou-o para cima, para um beijo longo e de tirar o fôlego. 
— O que você precisa, um convite gravado? Foda-me, Coletrane. Preliminares são boas, mas 
às vezes são supervalorizadas. Vamos para a parte boa. 
— Adoro uma mulher que sabe o que quer. 
Ele rolou de cima dela o tempo suficiente para colocar o preservativo e em poucos segundos 
estava de volta, deslizando para cima de seu corpo para se posicionar. 
— Você quer ficar por cima ou por baixo? — Perguntou ele. 
Ela estendeu a mão para agarrar sua ereção e posicionou-o em sua abertura. 
— Eu quero dos dois jeitos, mas agora, eu gosto de você exatamente onde você está. 
— Inferno, eu também, — ele gemeu. 
— Tome-me, Cole, — disse ela. — Eu quero duro e rápido. 
Os músculos de seus braços e ombros enrolaram e incharam. Sua mandíbula estava 
firmemente cerrada enquanto ele empurrava para dentro dela. 
Ambos soltaram um lento gemido quando ele estava totalmente dentro dela. Por um longo 
momento, ele ficou deitado lá, olhos fechados, como se estivesse tentando reter o pouco controle 
que lhe restava. 
Ela deslizou as mãos pelas costas até sua bunda e envolveu as pernas em volta dele, 
prendendo-o contra ela. Então, levantou a cabeça, encontrando a boca dele, faminta. 
Ele rosnou e ela engoliu o som quando ele recuou e empurrou duramente. 
— Sim, — ela sussurrou. — Isso. Desse jeito. Por favor, Cole. 
Ele não precisava de mais incentivo. Começou a empurrar mais e mais rápido até que toda a 
cama balançava com a força de seus movimentos. 
Suas bocas e órgãos estavam fundidos. Havia um senso de que isso era certo, que oprimiu 
PJ. 
 
 
 
 
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Ele reuniu-a em seus braços, enterrou-se profundamente e então rolou, levando-a para cima 
dele enquanto ele caía de costas. 
— Agora, essa é uma fantasia que assombrou meus sonhos muitas noites, — ele disse 
enquanto olhava para ela. — Você, por cima de mim, percorrendo um caminho pecaminoso 
comigo. É a sua vez, PJ. Você me fode agora. 
Ela se inclinou para frente, permitindo que as mãos dele tivessem acesso a seus seios. Ele 
revirou os mamilos entre os dedos e acariciou a pele macia. 
Ela balançou para frente, levantou e depois desceu com força, tomando-o profundamente. 
Seus joelhos afundaram no colchão e ela apoiou as mãos em seus ombros largos, os dedos 
afundando em sua carne. 
Ela alternava o ritmo, diminuindo e depois acelerando. Sentiu-o inchar e apertar, sabendo 
que ele estava perto, e então diminuiu o ritmo novamente, não querendo que acabasse ainda. 
Inclinando-se para baixo, lambeu o peito dele, provocando outro som estrangulado. Em 
seguida, mordiscou sua carne. O desejo de marcá-lo era forte. Ela gostou da ideia de ele ter 
marcas onde ela sugaria sua pele. Algo para lembrar-lhe que ela possuíra cada pedaço de seu 
corpo assim como ele possuíra o dela esta noite. 
Ele agarrou seus quadris, os dedos tão duros contra sua pele como os dela estavam na dele. 
Ela provavelmente ficaria com essas impressões digitais pelos próximos dias. Então ele começou a 
ter mais controle, mantendo-a no lugar enquanto ele arqueava os quadris para empurrar ainda 
mais fundo dentro dela. 
Ela estava quase à beira de sua própria libertação, quando ele se moveu de novo, colocando-
a debaixo dele uma vez mais. Mas desta vez, ele virou-a com as mãos ásperas e impacientes e ela 
se viu de bruços na cama. 
Ele abriu as pernas dela, levantou seus quadris apenas o suficiente para obter o ângulo certo 
e empurrou nela por trás. 
Era como se ele não se cansasse dela ou ela dele. Suas respirações eram ásperas e 
irregulares e o som de pele contra pele era alto em seus ouvidos. 
Mais e mais duro, ele bateu nela até que ela estava gritando o seu nome. Seu orgasmo não 
era uma coisa doce e prazerosa. Era mais como a explosão de uma granada. Explosivo. Volátil. 
Algo que ela nunca experimentou antes, e ela não tinha nenhuma maneira de pará-lo, não que ela 
o faria em um milhão de anos. 
Era assustador em sua intensidade. Ela nunca estivera tão fora de controle. Nunca permitira 
tanto controle a outra pessoa. Isso deveria tê-la assustado, mas ela confiava em Cole. Com ele, ela 
poderia ser ela mesma. Poderia se soltar. 
Ouviu o grito rouco de Cole através da névoa de sua própria libertação e depois o sentiu 
abaixar-se, cobrindo seu corpo com o dele. Ele ainda estava enterrado dentro dela, enquanto 
ambos ficavam deitados, peitos arfando, tentando desesperadamente recuperar o fôlego. 
Então ele beijou seu ombro. Um beijo suave e carinhoso que enviou borboletas através de 
seu peito. 
Ele colocou o rosto nas costas dela e descansou dessa forma, cobrindo-a, suas pernas 
emaranhadas e o pênis ainda inchado e duro dentro dela. 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 3 
 
 
PJ estava no espaço do braço de Cole, a cabeça descansando em seu peito. A letargia a tinha 
em sua mão firme e ela estava bem com isso. Estava solta e ágil e extremamente satisfeita. Não se 
sentia tão bem há um longo tempo. 
Os dedos dele acariciavam seu braço distraidamente para cima e para baixo e ela gostava da 
sensação daqueles toques leves. 
Nunca em um milhão de anos teria imaginado quando se levantou esta manhã que faria 
sexo alucinante com Cole e, depois ficaria aconchegada com ele como um velho casal. 
Isso desafiava a lógica. 
— Por que não fizemos isso antes? — Ela perguntou. 
O aperto de Cole em seu braço temporariamente se intensificou. 
— Certamente não foi por falta de vontade da minha parte. Imaginei que você arrancaria 
minhas bolas se eu sugerisse isso. 
Ela levantou um pouco o corpo para que pudesse encará-lo, e a mão dele caiu de suas costas 
para descansar possessivamente em sua bunda. 
— Então, por que agora? Você não veio todo o caminho até Denver apenas para dizer olá, 
então obviamente você planejou isso. 
— Eu não diria que planejei, — ele corrigiu. — Eu esperava. Estava cansado de me perguntar 
se esta preocupação era unilateral. Finalmente eu disse foda-se e entrei no avião. O pior que você 
poderia fazer seria me dizer para eu ir me foder e zombar de mim pelo resto de minha vida. 
Ela riu. 
— Eu faria isso? 
Ele segurou seu seio com a outra mão e esfregou o polegar sobre o mamilo. 
— Você certamente faria. 
Sua respiração falhou quando ele continuou a brincar com seu mamilo, que se transformou 
em um duro pico esticando-se em direção a ele, implorando por seu toque. Seu corpo inteiro 
estava implorando. Isso a assustou porque este era um homem do qual ela nunca seria capaz de 
obter o suficiente. 
Era como colocar uma barra de 10 quilos de chocolate Hershey na frentede um viciado em 
chocolate e esperar que a pessoa parasse após uma mordida. 
— Então, quem eram os caras no bar? — Cole perguntou. 
Ela deixou de ser deliciosamente suave para instantaneamente ficar agitada com a menção 
de Derek e companhia. 
— É ruim assim? 
Ela olhou para Cole, que estava estudando-a com curiosidade. 
— Não são pessoas sobre as quais eu realmente quero falar. 
 
 
 
 
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— Ajude-me aqui, PJ. Não sei quase nada sobre você e tenho que admitir, não tenho o 
hábito de ir para a cama com mulheres que mal conheço. 
Ela levantou uma sobrancelha. 
— Você não acredita em mim? Você acha que eu sou algum tipo de gigolô? 
Ela sorriu. 
— Talvez não um gigolô, mas tenho certeza que obteve sua quota de ação com as mulheres. 
Não há nada de errado com você. 
— De alguma forma, você faz esse elogio parecer um insulto. 
Ela suspirou e sentou-se, cruzando as pernas para que pudesse se sentar ao lado dele. Ele 
permaneceu deitado, de modo que ela estava olhando para ele, com os joelhos tocando a lateral 
de seu corpo. 
— É complicado. 
— A maioria das coisas não é? 
Ela não podia discutir com isso. 
— Eles são da equipe da SWAT em que eu estava. Eu estava... Envolvida com Derek. 
— Ele é o cara que você esmurrou? 
Ela fez uma careta. 
— Você viu muito coisa, hein? 
— É difícil de perder. Balanço bastante impressionante, aliás. Ele é muito maior do que você, 
e você quase o achatou. 
Isso fez com que ela sorrisse. Cole era tão... Confortável. Ela gostava de estar perto dele. Era 
fácil conversar com ele, mesmo que ela raramente falasse sobre algo pessoal. Talvez fosse por isso 
que era cuidadosa para não abordar esses tipos de tópicos com ele, porque ele era tão fácil de 
falar que ela, sem dúvida, encontrar-se-ia deixando escapar tudo. 
— Sim, aquele era Derek. 
— Então eu imagino que a ruptura não foi exatamente amigável. 
Ela ficou séria. 
— Nem um pouco. 
Ela fechou os olhos e respirou fundo. Nunca contou a ninguém sobre o que aconteceu, 
mesmo sabendo que seus companheiros de equipe atuais estavam curiosos para saber por que ela 
deixou a SWAT. 
— Derek estava sujo e eu me recusei a fazer de conta que não sabia. Ele estava roubando 
dinheiro de drogas e mais tarde até mesmo as próprias drogas quando a SWAT era chamada para 
ajudar nas apreensões. Em vez de registrar tudo, ele enchia os bolsos quando as coisas ainda 
estavam caóticas. Eu não sei há quanto tempo isso vinha acontecendo. Mas uma noite eu o vi 
embolsar dinheiro junto com um saco de maconha. Quando falei com ele sobre isso, ele 
basicamente disse-me para calar a boca e esquecer qualquer coisa que eu tivesse visto. 
— Cara aprumado, — Cole disse com desgosto. 
— Talvez eu fosse ingênua e idealista demais. Quero dizer, quando eu fiz o juramento como 
policial e quando entrei para a equipe da SWAT, aquilo significava algo para mim. Eu tinha uma 
visão muito clara do certo e do errado. Tudo era muito preto e branco, sem nenhuma área 
 
 
 
 
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cinzenta. Mas, mesmo sendo assim, eu queria dar a Derek o benefício da dúvida e estava relutante 
em delatá-lo, por que como uma idiota, pensei que eu era apaixonada por ele e sentia lealdade a 
ele porque éramos amantes. 
Cole franziu a testa. 
— Sim, diga-me sobre isso, — ela murmurou. — Você não está pensando em nada que eu 
não tenha dito a mim mesma, inúmeras vezes desde então. Eu era jovem e idiota. Em resumo, 
confrontei-o e disse-lhe que se eu o pegasse fazendo isso de novo eu iria denunciá-lo. 
— Suponho que provavelmente isso não deu muito certo. Foi isso o que causou o 
rompimento? 
Seus lábios apertaram. 
— Não. E não, ele não aceitou bem. Me disse que não aceitava ameaças e que eu precisava 
sair fora. Nesse ponto o nosso relacionamento esfriou muito, mas eu percebi que ele iria superar 
isso e que minha ameaça iria dissuadi-lo de fazer de novo. Eu ainda estou irritada comigo mesma 
por ter-lhe dado uma segunda chance. Não foi a coisa certa a fazer, mas eu estava pensando com 
o meu coração e então fui contra tudo que eu acreditava. Eu me odiei por isso. 
— Porra, — Cole murmurou. — Não acha que está sendo um pouco dura demais consigo 
mesma? 
— Não, — ela disse sem rodeios. — Eu gostaria de ter sido ainda mais dura. Dois meses mais 
tarde, auxiliei em outro ataque de drogas. Este foi um grande problema. Vários policiais foram 
atingidos, e Derek, o imbecil, em vez de preocupar-se com seus companheiros, estava mais 
preocupado em tirar dinheiro da cena do crime. Fui para o meu comandante no dia seguinte e 
disse a ele o que eu vi. 
— Oh merda. 
— Sim, exatamente. ‘Assuntos internos’ se envolveu. Foi uma investigação grande e 
bagunçada. Porém, Derek era esperto e não deixou qualquer tipo de trilha. Nenhum depósito em 
uma conta bancária. Nenhuma mudança nos hábitos de consumo. Tinha planejado a longo prazo e 
estava aparentemente escondendo o dinheiro onde ele não poderia ser encontrado e iria usá-lo 
posteriormente, ou talvez parar, sair da SWAT e então se mudar para algum lugar e gastar o 
dinheiro. Eu realmente não sei qual era o plano dele, mas o que quer que fosse, certamente não 
me incluía na imagem. 
— Então, eles não tinham nenhuma evidência sobre ele? 
— Não, — ela disse suavemente. 
— Foi por isso que você saiu, então? Porque não conseguiu trabalhar com ele por mais 
tempo? 
Ela odiava essa parte. Ainda tinha o poder de desvendá-la, mesmo depois de todo esse 
tempo. 
— PJ? 
Ela olhou para cima, realmente não querendo continuar a conversa neste momento. 
Seu olhar era intenso. Retirando camada após camada, até que se sentiu nua e vulnerável 
sob seu escrutínio. 
— O que você não está me dizendo? 
 
 
 
 
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Ela deu um longo suspiro. 
— O que eu deixei de fora é o fato de que meus dois melhores amigos, ou melhor, os 
melhores amigos de Derek, que eu achava que eram meus amigos também, se juntaram com 
Derek e me colocaram em risco e depois me abandonaram. 
Cole deslizou a mão sobre o joelho mais próximo de seu alcance e apertou suavemente. 
— O que aconteceu? 
— Até este ponto, Derek e eu tínhamos guardado segredo sobre nosso relacionamento. Era 
contra a política que os membros da mesma equipe se relacionassem, uma regra, imagine, que 
não existia antes de eu entrar, porque eu era a primeira mulher na equipe. Mas Derek foi até 
nosso comandante, juntamente com Jimmy e Mike para corroborar sua história, e disse-lhe que 
Derek e eu éramos amantes e que ele terminou o relacionamento comigo e que eu lancei minhas 
acusações por vingança. Jimmy e Mike apoiaram a história dele, contando um monte de merda, 
que eu ameacei arruiná-lo quando ele terminou comigo. E então eles vazaram essa história em 
uma dimensão tão grande que não havia um policial na delegacia que não soubesse que eu era 
uma ex-namorada louca que tinha tentado magoar um colega policial. 
— Que idiota, — Cole disse com desgosto. 
— Não me restou nenhum amigo no departamento ou na minha equipe. Ninguém queria 
acreditar que um deles poderia estar sujo, por isso era muito mais fácil acreditar naquela besteira 
que eles inventaram. E havia também o fato de que nem todo mundo na SWAT estava muito feliz 
que uma mulher havia se juntado as suas fileiras, de qualquer maneira, então Derek não teve que 
se esforçar muito para me desacreditar aos olhos deles. 
— Uau, — Cole disse, balançando a cabeça. — Isso é uma merda fodida. 
— Então fui embora, e ainda me odeio por desistir tão facilmente. Fiquei arrasada, porque 
sinceramente não esperava por isso. Eu fiz o que achava que era a coisa certa e foi a decisão mais 
difícil que tomei na minha vida. Mas eu não podia ficar de braços cruzados e deixar que ele 
continuasse o que estava fazendo, porque era errado, e pensei que seria tão simples dizer ao 
comandante o que eu sabia ser verdade, e a situação seria resolvida. Aprendi da maneiramais 
difícil que às vezes a escolha mais sábia é apenas sentar e não dizer absolutamente nada. 
— Bobagem, — disse Cole. 
Ela olhou com surpresa para a explosão. 
— Você fez a coisa certa, PJ. Nunca duvide de si mesma sobre isso. Você fez a coisa certa e 
eles não fizeram. Isso é sobre eles. Não você. 
— Mas eu sou a única que perdeu! — Ela disse em um tom amargo. 
— Sinto muito pela maneira como as coisas aconteceram, mas não sinto muito que você 
tenha ido embora, porque isso a trouxe para a nossa equipe. Para mim. 
Ela se assustou com a pitada de emoção que ouviu em sua voz. Ele alavancou-se sobre um 
cotovelo, virou-se para que ficassem muito mais perto agora e esticou-se até tocar seu rosto. 
Puxou-a para baixo em um beijo carinhoso, e desta vez demorou a explorá-la, desacelerando o 
ritmo de sua pressa antes imprudente. 
Lentamente, mas com mão firme, empurrou-a para que deitasse de costas, a boca nunca 
deixando a dela. 
 
 
 
 
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Onde antes ele foi impaciente e ansioso, agora parecia determinado a ser paciente e 
vagaroso. 
— Estou feliz que você veio para KGI, — ele murmurou em sua boca. — Eu não consigo 
imaginar nossa equipe sem você. 
Ela sentiu-o alcançar a mesa de cabeceira, e então um momento depois, ele levantou-se 
apenas o suficiente para que pudesse rolar o preservativo, e depois de um segundo, deslizou para 
dentro dela em um empurrão firme. 
Ela fechou os olhos e colocou os braços ao redor de seu corpo, puxando-o ainda mais, até 
que estavam moldados um contra o outro, pele contra pele, nenhuma parte de seus corpos sem 
se tocar de alguma forma. 
Ele balançou e ondulou os quadris, vagarosamente tirando o seu prazer, o tempo todo 
fazendo amor com ela com a boca. Cobrindo seu rosto e pescoço com beijos ternos. 
Foi uma mudança completa de antes, quando cada beijo, cada toque foi quente e frenético, 
quase uma corrida para a conclusão. Aquilo foi sexo. Sexo puro e quente. 
Mas isso? 
Isso era diferente, e a inquietava mesmo enquanto se permitia cair além do limite com ele. 
Porque não era apenas sexo. Parecia muito com fazer amor. E ela não tinha chegado a esse ponto 
com Derek, mesmo após dois anos ao lado dele. 
 
 
CAPÍTULO 4 
 
 
O som alto e forte de um detestável toque de telefone celular surpreendeu PJ ao despertar. 
Tivera o mais incrível sonho erótico, e irritou-a ser tão rudemente arrancada dele. 
Ela se esticou e bocejou, sentindo-se estranhamente descansada, e prontamente bateu em 
um duro corpo masculino. 
Seus olhos se abriram. Oh merda! 
David Coletrane estava em sua cama. 
Ela fizera sexo quente que a fez gritar por mais, com Cole. 
Também fizeram um amor doce e terno e talvez isso fosse o que incomodava mais, porque 
ela não podia colocá-lo de lado, como um caso de uma noite. Não podia jogar a culpa na 
necessidade de liberar as energias e depois ir embora, fingindo que nada aconteceu. 
Ela estava tão fodida e agora teria que enfrentar a fase estranha da manhã seguinte. 
O telefone parou um momento e então começou a tocar novamente, enquanto ficava 
deitada lá admirando o belo físico de Cole. Ele murmurou alguma coisa e então imediatamente se 
inclinou, agarrando cegamente seu uniforme que fora descartado na noite anterior. 
Ela teve uma vista privilegiada de sua bunda, e oh Senhor, que bunda era aquela? Cada parte 
dele era deliciosa, e ela continuou a olhar em silêncio quando ele pegou o telefone e o colocou no 
ouvido. 
 
 
 
 
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A realidade tinha um jeito de jogar um balde de água fria sobre sua cabeça. Ela estava 
positivamente dormente sobre o que tinha feito. Sobre o que eles fizeram. Foi muito 
possivelmente a coisa mais idiota que ela já fizera, e olha que ela já tomou algumas decisões 
muito estúpidas em sua vida. 
Isso iria ferrar tudo. 
— Cole — ele disse rapidamente ao telefone. — Sim, Steele, o que há? 
PJ congelou. Porra. Estavam sendo chamados para uma missão. Logo hoje? A única vez que 
ela caiu em tentação e fez sexo louco e insano durante toda a noite com seu companheiro de 
equipe, para não mencionar que contara seus segredos para ele, e tinham que ser chamados para 
uma missão logo agora? 
A expressão de Cole era sombria, e então ele disse simplesmente: 
— Estarei lá. 
Ele terminou a chamada e, em seguida, virou-se lentamente para encontrar o olhar de PJ. Na 
sugestão, o celular começou a tocar e ela estava contemplando a maneira mais modesta para se 
esticar sobre o corpo dele para alcançar seu telefone quando Cole estendeu a mão e agarrou-o 
para ela. 
— PJ — ela disse secamente, não querendo que sequer um indício do que passara fazendo 
durante a noite transparecesse através desse telefonema. 
— PJ, é Steele. Fomos chamados para uma missão. Quão rápido você consegue voltar para o 
Tennessee? 
Ela olhou para o relógio para ver que era muito cedo. 
— Irei diretamente para o aeroporto e verei o que posso conseguir de imediato. Devo ser 
capaz de chegar esta tarde. 
— Me avise rápido. Se você não puder pegar o primeiro voo, enviaremos um jato Kelly para 
você. 
— Farei isso, — ela murmurou, espiando Cole com o canto do olho. Ela desligou e em 
seguida, respirou fundo, preparando-se para lidar com o constrangimento. 
— Acho que devemos ir — disse sem jeito. 
— Sim, podemos ir juntos para o aeroporto, — disse Cole. 
Ele estava ali completamente despreocupado por sua nudez, enquanto ela estava sentada, 
as cobertas puxadas até o queixo enquanto a mortificação varria sobre ela. 
Ela balançou a cabeça com força. 
— Não. Vamos separados. 
Cole franziu a testa. 
— Isso é estúpido, PJ. Estamos juntos aqui. Por que devemos sair separadamente quando 
vamos para o mesmo maldito lugar? 
— Eu não quero que ninguém saiba que estivemos juntos. 
A carranca dele se aprofundou. 
— Olha Cole, — ela disse antes que ele pudesse protestar mais. — Temos que trabalhar 
juntos. Eu não quero que haja qualquer especulação sobre nosso... — Ela engasgou e quase disse 
relacionamento. — Nossa associação. Isso não é um trabalho de escritório onde flertamos e 
 
 
 
 
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brincamos engraçadinho. As vidas das pessoas dependem da nossa concentração e eu não quero 
ser alvo das piadas de Dolphin, Renshaw ou Baker e não quero nem saber o que Steele faria se 
descobrisse que transamos. Ele provavelmente atiraria um de nós, ou os dois para fora da equipe. 
— Você está dizendo que eu sou uma distração? 
O olhar presunçoso em seu rosto a fez querer bater nele. Ele estava sorrindo e esticou seu 
considerável tamanho e rolou para o lado, apoiando na palma da mão enquanto olhava 
descaradamente para ela. Ela poderia jurar que ele estava tramando arrancar os lençóis dela, 
então intensificou seu aperto só para se prevenir. 
Fechou os olhos e respirou fundo. Quando os reabriu, Cole ainda estava olhando para ela 
como se quisesse devorá-la no café da manhã. A agitação começou no fundo de sua barriga e 
trabalhou para fora até que a pele dela estava quente e avermelhada. Porra, o homem era bom. 
Tudo nele era bom. A boca, a língua, as mãos e o pênis. Mais definitivamente o pênis. 
— Olha, podemos apenas concordar que a noite passada foi um erro? Um grande erro. Um 
que precisamos prometer que nunca acontecerá novamente. Não podemos nos dar ao luxo de 
foder nosso trabalho ou a equipe. É melhor seguir nossos caminhos separados e fingir que isso 
nunca aconteceu. 
De repente, ele pairava sobre ela, grande, todo maravilhoso. Ela odiava como se sentia 
pequena debaixo dele, mas ao mesmo tempo adorava. 
Com um rosnado baixo, ele apertou-a na cama e cobriu-lhe a boca com a dele, beijando-a 
até que ela ficasse ofegante. 
Mesmo enquanto ele estava pressionando-a na cama, sua mão puxou o lençol até que este 
deslizou até a cintura. Uma mão surgiu para tocar seu seio, o polegar rolando o pico rígido de seu 
mamilo. 
Deus, ela amava as mãos dele sobre ela. 
Alíngua dele deslizou de seus lábios e encheu sua boca, saboreando-a, esfregando sobre sua 
língua e explorando cada centímetro. Ele tinha uma boca feita para o pecado, e ela não era uma 
boa menina, nem de longe. Ela tivera sua cota de pecados. Se a noite passada não a mandasse 
para o inferno, não sabia o que mandaria. 
Quando ele se afastou, seus lábios estavam inchados e o corpo inteiro estava formigando e 
vivo com luxúria e desejo. 
A mão dele ficou intimamente em concha em torno de seu seio, como se ele não tivesse 
vontade de quebrar o contato entre eles. Seus olhos estavam duros e penetrantes, raiva e desejo 
rolando naquelas órbitas azuis. 
— Se você acha que vou fingir que isso nunca aconteceu, você está louca. Agora, pare de ser 
boba e vamos levar nossas bundas para o aeroporto. Se te incomoda tanto, você pode ir em outro 
carro para Nashville. Mas não há nenhuma razão pela qual não possamos voltar no mesmo avião. 
Seu coração pulou um batimento e ela engoliu em seco. 
Finalmente, a mão dele escorregou para longe de seu seio, deixando-o instantaneamente 
frio e ainda ansiando por seu toque. 
— Eu tenho que devolver o carro que aluguei no aeroporto, você pode vir comigo, — ele 
disse enquanto rolava para fora da cama. 
 
 
 
 
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Seus lábios se apertaram ao ver como ele tão prontamente assumiu e começou a ditar a 
ação. Então ela suspirou. Ele estava certo. Ela estava sendo estúpida e estridente. Mas a última 
coisa que queria era que sua equipe soubesse que ela e Cole acabaram de passar uma noite 
quente juntos sob os lençóis. Ou melhor, em cima dos lençóis. Enrolados nos lençóis. 
Seu rosto enrubesceu com o calor. Ela tinha que parar. Ela era a insistente sobre 
concentração e foco, mas sua concentração foi atirada diretamente para o inferno, porque tudo o 
que conseguia se lembrar era como era bom ter Cole deslizando para dentro e para fora de seu 
corpo. 
 
 
O destino foi gentil e pelo menos ela não se encontrou sentada ao lado de Cole quando o 
avião decolou quatro horas depois. Os dois fizeram as malas, ou melhor, Cole observara enquanto 
PJ jogava algumas mudas de roupa na bagagem de mão. A maioria de seu equipamento estava 
arrumada na KGI. Ela tinha muitas armas em seu apartamento, mas quando precisava pegar um 
voo comercial, ficava sem sorte para levar somente o essencial. 
Muitas vezes o jato Kelly voou até onde ela estava, fazendo uma parada rápida para pegar a 
ela e seu equipamento antes de sair para a última missão. Steele mencionara a possibilidade de 
ela se mudar para mais perto da base da KGI no Tennessee, mas até agora ela hesitou, não 
disposta a fazer a ruptura final com seu passado. 
Talvez fosse a hora de seguir em frente. Tornaria as coisas muito mais fáceis se estivesse em 
maior proximidade com o resto da equipe. 
Inferno, ela vivia, comia e respirava com eles 75 por cento do seu tempo, de qualquer 
maneira. O percentual de 25 passava em seu apartamento minúsculo, nos arredores de Denver, e 
passava as noites em bares pequenos e sombrios, e bares de strip-tease. Sim, esse era o tipo de 
vida que ela sempre imaginou ter. 
Steele vivia nos arredores de Nashville, um pouco menos de duas horas de carro de distância 
da fortaleza Kelly no Lago Kentucky. Ele era um solitário, e talvez fosse por isso que ela gostava e 
respeitava-o tanto. Ele não queria ser intrometido, então raramente se intrometia na vida de sua 
equipe. 
Nashville era longe o suficiente para que ela não estivesse coberta pela equipe o tempo 
todo, mas perto o suficiente para que nas missões nas quais tivessem que agir rápido, ela não 
ficasse presa viajando de Denver ou a equipe viesse até ela na rota para a localização final. 
Mas agora ela tinha uma complicação que não imaginara. Cole. 
Cole vivia entre Nashville e o complexo da KGI. Mudar-se para Nashville significaria estar 
muito mais perto dele, e ela não tinha certeza de como se sentia sobre isso agora. Ele era uma 
distração que ela não precisava. 
A pessoa sentada ao seu lado no banco do meio levantou-se e foi para o banheiro, e PJ se 
inclinou para a janela, na esperança de conseguir cochilar por uma hora antes que 
desembarcassem em Nashville. Com o canto do olho, viu Cole seguir também na direção do 
banheiro diversas fileiras atrás dela. 
 
 
 
 
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Quando a mulher que estava sentada ao lado de PJ saiu, Cole a parou e os dois conversaram 
por um momento. Cole ligou aquele charme contagiante e o sorriso suave, e PJ observou 
desgostosa, enquanto ele a transformava em massa de modelar em suas mãos. 
Ela franziu a testa ainda mais quando a mulher voltou, mas não parou em seu assento e em 
vez disso continuou. Em seguida, Cole começou a voltar para o corredor sem ir ao banheiro e ela 
gemeu quando ele parou sobre a pessoa no assento do corredor e sentou-se ruidosamente ao 
lado de PJ. 
— Ah, qual é, Cole, — PJ murmurou. — Isso foi realmente necessário? 
Ele sorriu. 
— Eu só disse a ela que estamos viajando juntos e não conseguimos assentos e, então, 
ofereci o meu assento no corredor algumas poltronas atrás. Ela estava feliz por nos acomodar. 
— E mais uma vez, por quê? 
— Relaxe, Rutherford. Você está muito tensa. Você age como se a noite passada fosse o fim 
do mundo. 
— Cale-se! — Ela sibilou entre os dentes. — Não terei essa conversa com você em um avião 
lotado. 
Ele virou-se e inclinou-se até que estivesse perto, e murmurou em voz baixa. 
— Aconteceu, PJ. Nada que você disser ou fizer alterará esse fato, portanto supere isso. 
— Isso não significa que você tem que agir como se fôssemos um maldito casal agora. 
— Por que você está tão espinhosa? — Perguntou ele. 
Não havia censura ou condenação, apenas honesta curiosidade. 
— Você foi distante desde o primeiro dia. Ninguém podia chegar perto de você. Ninguém 
podia fazer-lhe perguntas. Inferno, você sabe tudo o que há para saber sobre mim, Dolphin, 
Renshaw e Baker. Nem tanto sobre Steele, mas quem sabe muita coisa sobre ele? Mas você age 
como se fosse um pecado capital sabermos alguma coisa sobre você. O que aconteceu com a 
SWAT é uma droga, mas você acha honestamente que a equipe iria julgá-la se eles soubessem? Ou 
será que você não confia em nós, porque sua última equipe te decepcionou? 
Ela suspirou e bateu a cabeça contra a janela. Eles ainda tinham mais duas horas e agora 
Cole estava exatamente em seu espaço. Não havia escapatória. A menos que ela quisesse ficar no 
banheiro apertado pelo resto do voo. 
Ele se aproximou mais dela até que seu ombro descansasse contra o dela e ela conseguia 
sentir seu cheiro. O cheiro do sabonete dela sobre ele, já que ele tinha usado seu chuveiro. Mas 
ela usava sabonete comum, de modo que não era o cheiro de sabonete que ela estava sentindo. 
Era ele. Masculino, limpo e delicioso. 
Era muito fácil lembrar quanto tempo ela passou perto e íntima de toda aquela pele 
masculina maravilhosa. Ela o lambeu e ele a lambeu em troca. Ah, sim, ele a lambeu. 
Ela estremeceu. 
— Está com frio? — Ele perguntou. — Posso ajustar o ventilador. 
Ela balançou a cabeça e se perguntou como iria sobreviver nas próximas duas horas. 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 5 
 
 
Quando PJ e Cole deixaram o portão de segurança em Nashville, PJ gemeu quando viu 
Dolphin em pé a uma curta distância segurando um cartaz que dizia PJ em letras grandes. 
Espertinho. Ela geralmente se divertia com isso e falava algumas bobagens com ele, mas não hoje. 
Ele sorriu quando viu ela e Cole juntos e, em seguida, começou a caminhar em direção a 
eles. Ele era o epítome do bom e velho garoto pretensioso. Era originalmente do Texas e tinha a 
aparência de cowboy sem realmente parecer que viera diretamente do rancho. Frequentemente 
usava jeans com pelo menos meia dúzia de buracos, sandálias que faziam parecer que ele estava 
indo para a praia e camisetas, geralmente comdizeres sarcásticos. A de hoje dizia: Fortemente 
armado, facilmente irritável. 
Porra, ela queria aquela camiseta. 
Ele, assim como Cole, era um ex-SEAL da Marinha, e era chamado de Dolphin1 desde o 
treinamento BUD/S2, pois nadava como um golfinho. O cara se sentia mais à vontade na água do 
que em terra. PJ meio que esperava encontrar brânquias em sua caixa torácica em algum lugar. 
— Reunião agradável aqui, Cole, — Dolphin disse com um sorriso malicioso. 
Antes que PJ pudesse contemplar a remoção dos testículos de Cole, — ela sabia que isso iria 
acontecer! — Ele respondeu com tanta naturalidade que até ela mesma acreditou. 
— Eu vi PJ saindo de um dos portões. Imaginei que iríamos para o mesmo lugar, portanto 
achamos que seria bom virmos juntos. 
Dolphin franziu a testa. 
— Você saiu da cidade? 
Cole bufou. 
— Eu tenho uma vida, sabe? Nós deveríamos ter um descanso e relaxamento prolongados. 
PJ o interrompeu, aliviada que Dolphin pareceu aceitar a explicação de Cole. 
— Então, o que está acontecendo, Dolphin? Steele foi tão reticente como sempre quando 
ele me ligou. 
Dolphin deu de ombros enquanto indicava a porta que conduzia ao estacionamento. 
— Agora você me pegou. Você o conhece. Saberemos tudo quando Steele considerar 
adequado. Quanto a mim, sou apenas o garoto de recados enviado para fornecer uma carona a PJ. 
Nesse momento o telefone de Cole disparou. Ele olhou para baixo e franziu a testa ao ler a 
mensagem. 
— O que foi? — PJ perguntou e então percebeu o quanto ela parecia curiosa. 
Mas Cole não parecia incomodado. 
— Acabou de chegar uma mensagem de texto. Steele diz que vamos nos encontrar na casa 
dele, não no complexo. 
 
1
 Dolphin = Golfinho em inglês. 
2
 Basic Underwater Demolition SEAL Training, Treinamento Básico de Demolição Subaquática. Programa militar de Treinamento 
com duração de 6 meses que o recruta passa para se tornar um Seal de elite da Marinha. É considerado o treinamento militar mais 
duro do mundo. Apenas 20 a 30 por cento dos aspirantes conseguem graduação. 
 
 
 
 
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— Ah, sim, — disse Dolphin. — Você não sabia? Eu acho que o mundo está chegando ao fim. 
Vamos conhecer o santuário de Steele? Deve ser uma merda pesada e bonita. Só espero, pelo 
inferno, que meu OnStar3 possa encontrá-lo. Conhecendo-o, provavelmente não está em nenhum 
mapa oficial de GPS. 
PJ e Cole trocaram um olhar. Dolphin estava sendo espertinho, mas ele não estava muito 
longe da verdade. De repente, estava ansiosa para chegar ao inferno para onde estavam indo para 
que pudesse descobrir para que tipo de missão foram chamados tão em cima da hora. 
Quando chegaram à caminhonete de Dolphin, ele agarrou a mochila de PJ antes que ela 
pudesse lançá-la na parte de trás. Ela subiu na cabine extra, deixando a frente para Cole. Só 
esperava que ele entendesse o recado. Encontrou-se prendendo a respiração enquanto ele 
caminhava para o outro lado. 
Para seu alívio, ele subiu na frente, assim que Dolphin deslizou atrás do volante. 
— Você conseguiu descansar, PJ? — Dolphin perguntou enquanto olhava no espelho 
retrovisor. 
Ela esforçou-se muito para não corar. Cole fez um barulho que parecia um cruzamento entre 
uma tosse e uma risada. Ela queria enfiar a faca diretamente na parte de trás do pescoço dele. O 
idiota estava gostando disso. 
— Dormi como um bebê, — ela disse em uma voz sedosa. 
Dolphin balançou a cabeça. 
— Eu gostaria de ter dormido. Pensei que ficaríamos um bom tempo parados, então saí. 
Inferno, minha cabeça ainda está doendo. 
PJ revirou os olhos. As noites de Dolphin eram lendárias. Ele sempre tinha uma nova história 
sobre todas as porcarias nas quais entrava. Pelo menos isso passava o tempo durante as viagens e 
quando ficavam presos em algum buraco de merda aguardando ordens ou que o inimigo fizesse 
algum movimento. 
— Eu não consegui dormir muito, — Cole disse maliciosamente. 
Dolphin deu uma gargalhada. 
— Você finalmente transou, cara? Eu estava começando a pensar que você estava pensando 
em ser monge. 
PJ queria rastejar sob o assento. Não que a discussão fosse fora do comum. Quando estava 
trabalhando, ela era apenas um dos caras. Ela não recebia um passe, porque era mulher, e gostava 
dessa maneira. De jeito nenhum queria que eles agissem estranhamente ao seu redor, com medo 
de dizer qualquer coisa, por receio de ofendê-la. 
O que a surpreendeu ainda mais foi que se as palavras de Dolphin eram para serem levadas 
a sério, Cole dissera a verdade sobre não pular na cama com qualquer uma. 
— Monge? Nah. Eu só precisava encontrar a mulher certa. 
Dolphin balançou a cabeça exageradamente. 
— Cara! Não me diga que você está fora do mercado! Eu sabia que os malditos Kellys eram 
más influências. Se não tivermos cuidado, estaremos todos domesticados e sem bolas antes que 
missão acabe. 
 
3
 Fabricante do GPS. 
 
 
 
 
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PJ fechou os olhos e desejou que Dolphin dirigisse mais rápido. 
— Não há nada de errado com uma mulher, — Cole falou devagar — desde que ela seja a 
pessoa certa. 
— Então, diga, — Dolphin insistiu. — Como ela é? 
Cole sorriu. 
— Um cavalheiro não beija e sai contando. 
Graças a Deus. 
— Então é por isso que você estava fora da cidade, então, — Dolphin refletiu. — Como ela se 
sente sobre você ser arrancado de sua cama de forma tão abrupta? 
Cole cortou um olhar por cima do ombro em direção PJ, e ela lhe lançou um olhar assassino 
que dizia se não calar a boca, eu vou matar você. 
Ele riu e bateu os dedos sobre o painel. 
— Ela foi notavelmente compreensiva. Claro, eu prometi a ela que estaria de volta logo que 
eu pudesse. 
PJ engasgou e depois tossiu para cobrir o som. Ela iria chutar sua bunda maldita por causa 
disso. Ele iria torturá-la indefinidamente, e não havia absolutamente nada que pudesse fazer 
sobre isso, sem deixar que todo mundo soubesse que dormiram juntos. 
— Quando foi a última vez que você transou, PJ? 
Seus olhos se arregalaram enquanto olhava para Dolphin, que estava olhando para ela no 
espelho retrovisor. Não era como se essa fosse uma pergunta fora do comum, especialmente 
vindo de Dolphin, que não tinha nenhum refinamento. Aquela coisa de garotos. Mas o momento 
era uma merda. 
Cole virou em seu assento e enviou-lhe um sorriso malicioso. 
— Sim, PJ, quando foi a última vez que você se divertiu entre os lençóis? 
Ela mostrou o dedo médio para os dois e voltou o olhar para fora da janela enquanto 
voavam rodovia abaixo. 
Ela cochilou, tentando bloquear a memória da noite anterior. Acordou assustada quando sua 
cabeça bateu na janela, e se endireitou para ver que estavam dirigindo por uma longa estrada de 
terra. 
— Nossa! — Disse ela. 
— Sim, — respondeu Cole. — Impressionante. 
Hectares de pasto estendiam-se em cada lado da entrada. À distância uma lagoa enorme 
brilhava ao sol da tarde que estava desaparecendo. Cavalos pastavam aqui e ali. Não imaginava 
que Steele fosse uma pessoa que gostasse de cavalos. 
Uma enorme casa de fazenda estava situada no meio do pequeno bloco de área cultivada. 
Uma densa floresta cercava todos os lados, e conhecendo Steele, ele provavelmente possuía 
acesso a tudo e controlava tão firmemente como faziam em Fort Knox. 
— Ei, você tem que dar uma amostra de sangue no portão? — PJ perguntou enquanto se 
inclinava para frente. 
Dolphin riu. 
— Ele quase me fez sair e fazer um exame de urina. 
 
 
 
 
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PJ sorriu. Eles não davam a mínima para a vida particular de Steele, mas em frente a ele e 
nas costas, davam-lhe respeito absoluto. Podiam brincar sobre o quanto ele era durão, mas ele 
tinha a lealdade inabalável deles. 
Steele tinha lhe dado uma chance. Apesar de seu passado, apesar de seu histórico. Ele viu 
além do que havia em um pedaço de

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