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Krista Wolf - O Acordo com meu Ex


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Contents
Title Page
Copyright
1 - Summer
2 - Summer
3 - Summer
4 - Aiden
5 - Summer
6 - Summer
7 - Summer
8 - Summer
9 - Summer
10 - Summer
11 - Ryker
12 - Summer
13 - Summer
14 - Summer
15 - Summer
16 - Summer
17 - Summer
18 - Ryker
19 - Summer
20 - Summer
21 - Summer
22 - Marcello
23 - Summer
24 - Summer
25 - Summer
26 - Summer
27 - Summer
28 - Aiden
29 - Summer
30 - Summer
31 - Summer
32 - Summer
33 - Ryker
34 - Summer
35 - Summer
36 - Summer
37 - Summer
38 - Summer
39 - Marcello
40 - Summer
41 - Summer
42 - Summer
43 - Aiden
44 - Summer
45 - Summer
46 - Summer
47 - Summer
48 - Summer
49 - Summer
Epílogo
Uma babá para os Comandos
Sobre a Autora
O Acordo
com meu Ex
 
 
Um romance
de Harém Reverso
 
 
 
Krista Wolf
 
Copyright © 2020 Krista Wolf
 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode
ser reproduzida, distribuída ou transmitida de nenhuma forma sem
o consentimento prévio da autora.
Imagem da capa: bancos de imagens - a história não tem relação
com os modelos.
 
 
~ Other Livros de Krista Wolf ~
Uma Noiva de Sorte
Uma Babás para os Comandos
O Acordo com meu Ex
 
(em inglês)
 
Quadruple Duty
Quadruple Duty II - All or Nothing
Snowed In
Unwrapping Holly
Protecting Dallas
The Arrangement
Three Alpha Romeo
What Happens in Vegas
Sharing Hannah
Unconventional
Saving Savannah
The Christmas Toy
The Wager
Theirs To Keep
http://www.amazon.com.br/dp/B0B23Y5GLQ
http://www.amazon.com.br/dp/B0B5JMJNRM
http://www.amazon.com/dp/B07GJF9HNB
http://www.amazon.com/dp/B07KB7B53L
http://www.amazon.com/dp/B07HQLFDNZ
http://www.amazon.com/dp/B07L7NL2W3
http://www.amazon.com/dp/B07N2YF2MT
http://www.amazon.com/dp/B07PQS5HZV
http://www.amazon.com/dp/B07QY16HMX
http://www.amazon.com/dp/B07SRCWS9X
http://www.amazon.com/dp/B07VLF4CLR
http://www.amazon.com/dp/B07XTKK6NB
http://www.amazon.com/dp/B083XTG9KT
http://www.amazon.com/dp/B082YGSFK9
http://www.amazon.com/dp/B084H1MRY5
http://www.amazon.com/dp/B08BLQR9N6
Corrupting Chastity
Stealing Candy
The Boys Who Loved Me
Three Christmas Wishes
Trading with the Boys
Surrogate with Benefits
The Vacation Toy
Wife to the Marines
The Switching Hour
Secret Wife to the Special Forces
Secret Baby for the Navy SEALs
Given to the Mercenaries
 
http://www.amazon.com/dp/B08FBDH7SJ
http://www.amazon.com/dp/B08J49WN2Y
http://www.amazon.com/dp/B08ML2KR28
http://www.amazon.com/dp/B08R67BD1F
http://www.amazon.com/dp/B08V4QLR8Q
http://www.amazon.com/dp/B08YLDRSG3
http://www.amazon.com/dp/B095FH8CJF
http://www.amazon.com/dp/B09DDG76K9
http://www.amazon.com/dp/B09JQRNSGP
http://www.amazon.com/dp/B09N7ZHS8Z
http://www.amazon.com/dp/B09T1V67F2
 
Capítulo 1
 
 
SUMMER
Caminhar na beira do precipício era a parte fácil. Decidir pular era o
mais difícil.
Ou melhor, apertar o botão ENVIAR. Porque assim que ele fosse
apertado, não seria possível desfazer. Eu não poderia voltar atrás.
Faça de uma vez.
Era uma noite de domingo. Tarde, mas não ridiculamente tarde.
Definitivamente não era tarde demais para o que eu queria, e eu ainda não
tinha encontrado nenhum homem que me rejeitasse por causa da hora.
E entre Aiden e eu, a hora nunca tinha importado.
Lembra?
Era só uma palavra. Simples, escrita debaixo de uma foto das minhas
longas e desnudas pernas, tirada de cima. Mas também era a palavra que
iniciaria uma cadeia de eventos que não poderiam ser interrompidos. Seria
como voltar para um abismo morno e conhecido. Ou pular de um penhasco.
Foda-se.
Apertei ENVIAR e deixei o ar que estava preso no meu pulmão sair
pelos meus dentes cerrados. Era bom tomar decisões. Era como ir em
frente… mas ao mesmo tempo voltar um pouco.
Naquele ponto, eu pouco me importava.
Uau, aventuras do passado!
É claro que me lembro.
As pequenas elipses piscavam enquanto meu ex continuava digitando
o resto da mensagem:
Eu me lembro ainda mais da dona dessas pernas.
Borboletas explodiram no meu estômago. Eu não estava mais na beira
do penhasco. Eu havia pulado. Caído. Girando no ar.
Quer ver um pouco mais?
Sua resposta veio imediatamente:
Sério?
Agora as borboletas no meu estômago receberam suas amigas.
Milhares delas ao mesmo tempo.
Aham. Só mais uma. Sem compromisso, é claro. Considere um
bônus.
Eu não conseguia acreditar no que estava digitando, mas ao mesmo
tempo acreditava totalmente.
Que merda, Summer.
Aiden e eu tínhamos nos conhecido no primeiro ano da faculdade. O
relacionamento tinha sido ardente desde o início e durou o curso todo até
nos incendiarmos e virarmos pó depois da graduação. O caminho para isso
tinha sido uma montanha-russa, cheia de altos e baixos. Um turbilhão de
risadas e diversão e memórias incríveis, misturadas com todas as
inseguranças e imaturidades de dois jovens universitários tolos convencidos
de que estavam apaixonados.
E agora…
Três anos depois, ali estava eu. Mais ou menos no mesmo lugar, na
mesma posição. Enquanto Aiden, por sua vez—
Como sabe que estou na cidade?
Não havia motivo para mentir. Além disso, eu era uma péssima
mentirosa.
Vigiando seu Instagram. Vi que você parou em casa.
Vigiando, sim. Obcecada? Talvez ainda não. As redes sociais do meu
ex-namorado estavam repletas de fotos incríveis dos lugares ridiculamente
exóticos que ele tinha visitado recentemente. O que fazia sentido, já que ele
era fotógrafo especialista em viagens.
E para completar…
Bom, para completar, havia fotos dele. Seus cabelos pretos. Seus olhos
castanhos que fuzilavam minha alma. Aiden era profundamente bronzeado
e tinha deixado crescer uma barba fantástica que me fazia desejar que ainda
estivéssemos juntos. E ainda havia seu corpo, que parecia ter sido esculpido
como uma dessas estátuas de deuses gregos. Seu peito era magnificamente
largo. Seus braços grandes, rasgado por incríveis bíceps e tríceps.
Mas a cereja do bolo, certamente, eram os cumes rígidos do seu
tanquinho, que ele desenvolveu de repente depois que rompemos.
Eu tinha passado a última meia hora encarando foto por foto.
Desejando poder tocar aquele corpo. Sonhando acordada com a sensação de
encostar minha bochecha na sua barriga de novo, como eu já havia feito
incontáveis vezes.
E então pensei… por que não?
Você realmente quer me ver?
Mal registrei as palavras e já comecei a responder.
“Ver” e outras coisinhas mais.
Meu estômago se contorceu. Aquilo estava prestes a acontecer mesmo.
Agora?
Que parte daquele convite para transar ele não estava entendendo?
Você prefere esperar até eu mudar de ideia?
Eu podia vê-lo rindo do outro lado da tela. Eu sempre mudava de ideia,
ele havia presenciado muitas vezes.
Me espere sentadinha. Chego aí em quinze minutos.
 
Um arrepio de excitação tremeu meu corpo todo, mesmo com os
alarmes costumeiros tocando na minha cabeça, me alertando de que não era
uma boa ideia.
Não vou sentar em nada. Só em você, daqui a pouco.
 
Summer!
Minha consciência me deu um empurrão no braço, me castigando por
ser tão ousada, tão assanhada, tão — Piranha?
Sim, talvez um pouco. Mas eu estava no celibato, como uma freira,
nos últimos três ou quatro meses. Nem um mísero encontro depois de
dispensar Ryan para procurar gramas mais verdes. E por gramas mais
verdes, eu queria dizer sexo bom.
Porque sim, Ryan era péssimo de cama. Sempre foi. Sempre seria.
Pobre Ryan.
Não. Pobre de mim! E mesmo assim, mesmo com o sexo medíocre, e
mesmo não sendo necessariamente louca por ele, eu continuei com Ryan
mais por hábito do que por qualquer outra coisa. Fiz o mesmo com
Anthony. Com Christian. Com—
Que merda, Summer. Talvez o problema seja você.
Eu ri dentro do meu quartinho no apartamento compartilhado, me
perguntando o que havia de errado comigo. Não só porque eu estava rindo
feito uma maníaca de mim mesma, mas porque talvez, só talvez, o
problema fosse eu.
Esquece isso, minha consciência advertiu. Parecia empolgante, mas eu
estava mais empolgada ainda. Melhor eu ir me arrumar.
Então de repente outro par de mensagens chegou, de forma inesperada.
Uma depois da outra:
E já que estamos trocando fotos…
Lembra disso?
A imagem que veioa seguir tinha sido tirada do mesmo ângulo que a
minha. Mostrava um par de pernas masculinas e musculosas. Só que essa
foto mostrava um pouco mais. Tinha sido tirada do alto, o suficiente para
dar para ver a linha destacada da virilidade inchada de Aiden, comprimida
dentro de uma cueca boxer.
Santo Deus.
Não era a primeira foto de pênis que eu recebia, mas era a primeira que
me causava aquele tipo de arrepio. Me senti corada e quente. Cada
centímetro da minha pele tinha explodido em calafrios, da cabeça aos pés.
Não sei como, mas consegui retomar a conversa.
Traga isso para cá agora mesmo.
Que eu cuido direitinho dele.
 
Capítulo 2
 
 
SUMMER
Esperei ele bater três vezes para abrir a porta, porque decidi que assim
eu não pareceria tão desesperada. E bem, já era quase meia-noite. Eu estava
sozinha em casa e tinha acabado de convidar meu ex-namorado para me
visitar completamente do nada. Não íamos exatamente jogar dominó ou
algo do tipo.
No último instante dei uma olhada no espelho da entrada. Tinha
escolhido uma roupa casualmente sexy. Shorts bem curtinhos e soltos e um
cropped branco. Pijama, na verdade. Mas eu ia fazer outra coisa além de
dormir.
“Ei…”
Aiden estava parado na porta da minha casa, como nos velhos tempos.
Calça jeans de marca. Camiseta apertada. Ele estava exatamente igual nas
fotos que haviam tirado minha paz. Ainda melhor ao vivo.
“Ei”, pisquei de volta para ele. “Eu—”
Ele entrou na sala e de repente seus braços estavam em volta de mim.
Suas mãos escorregaram pelas minhas costas, seu corpo duro e rígido me
puxava para perto enquanto seus lábios apertavam os meus.
DEUS…
O beijo foi lento. Profundo. Sensual. Totalmente inesperado, mas
totalmente desejado.
Sem silêncio constrangedor!
Eu tinha me preocupado sobre como seria. Quem faria o primeiro
movimento, e se seria estranho ou não o reencontrar depois de todo aquele
tempo. Mas agora…
Estávamos nos beijando como dois amantes apaixonados, movendo
nossas línguas dentro das nossas bocas. Aiden apertava minha lombar
contra ele, me mantendo estabilizada com uma mão enquanto a outra
escorregava pela minha bunda sem pedir licença.
SIM.
Derreti sob seu toque, respirando seu cheiro almiscarado de homem.
Seu cabelo estava perfeito, apesar da hora, e a sombra descia até sua barba
imaculadamente aparada…
Mas seus braços, seu peito, seu corpo estavam me levando à loucura.
Aiden estava maior. Mais largo, mais poderoso. Muito diferente do jovem
universitário que eu namorei. Ele estava mais homem.
“Você está maravilhosa!”, ele disse, finalmente parando o beijo. Ele
ainda me segurava firme, de uma forma nova e mesmo assim
confortavelmente familiar. E ele me encarava de cima a baixo.
“Sim, claro.”
"Não, é sério!”, ele riu. “Summer, faz muito tempo. Você… mudou.”
Seu sorriso me dizia que ele havia aprovado aquelas mudanças que
aconteceram graças a milhares de horas na academia. Suas mãos se moviam
de novo, de forma que eu aprovava muito.
“Sabe, é engraçado você ter falado comigo”, ele disse.
Arqueei uma sobrancelha. “Ah, é?”
“E se eu disser que pensei muito em você ultimamente?”, Aiden sorriu
e me apertou.
“Eu diria que você está mentindo.”
“Porque eu pensei”, ele disse, ignorando minhas palavras. A mão na
minha bunda estava me apertando possessivamente, me espremendo contra
ele. "Na verdade, tenho pensado muito em você.”
“Olha, não precisa me agradar, porque não importa o que você diga
agora”, fiquei na ponta dos pés, levando os lábios para perto do seu ouvido,
“Você ainda vai transar…”
Beijei seu pescoço que tinha gosto de sal. Esfreguei meus lábios
gentilmente pela curva do seu maxilar incrível e deixei minhas mãos irem
para onde elas queriam. E é claro que elas queriam uma coisa em particular.
Caralho.
Meu ex-namorado já estava de pau duro, eu podia sentir a grossura
inchada e pesada através da sua calça. Ele se mexeu quando recomecei a
beijá-lo, ganhando vida na minha mão, se desenrolando ainda mais, ficando
cada vez maior até—
"Você sabe que eu vou te comer toda”, ele grunhiu no meu ouvido.
Aquela frase fez com que uma cachoeira descesse pelo meio das minhas
pernas, naquele lugar mágico.
“Sim, por favor.”
“Mas eu também…”, Aiden se afastou e riu marotamente, “tenho uma
proposta pra você.”
"Hmm”, eu murmurei, não me importando com mais nada que não
fosse aquele nó crescendo na minha mão, “intrigante.”
“Na verdade, é uma grande proposta”, ele corrigiu. “Mas—”
“Espera, você tá vendendo esses shakes de emagrecimento?”
Aiden gargalhou e me beijou de novo. “Não.”
“Algum esquema de pirâmide?”
Ele chacoalhou a cabeça. “Nada disso.”
Derreti mais no seu corpo, habilmente abrindo o botão de cima da sua
calça com uma única mão. Era um truque que eu tinha aprendido com ele
mesmo, anos atrás. E eu tinha praticado inúmeras vezes, tal qual foram
nossas inúmeras noites juntos.
Ele se engasgou quando escorreguei minha mão para baixo. Não parei
até encontrar o que queria, e agarrar firmemente sua grossura quente.
"Isso pode esperar até a gente transar?”, ronronei de forma sensual.
Aiden me encarava e acenou devagar, como se estivesse em transe.
“Com certeza”.
“Resposta certa!”, eu disse dando uma piscadinha antes de o arrastar
para o quarto.
 
Capítulo 3
 
 
SUMMER
Demorei o tempo que quis para tirar a roupa dele, com o coração
acelerado durante todo o processo. Eu estava prestes a fazer algo travesso e
proibido. Algo que era para eu me arrepender de manhã, embora eu
soubesse imediatamente que não sentiria um pingo de remorso.
Não com aquele corpo ali.
Minhas mãos rolaram pelo corpo desnudo de Aiden, se demorando no
oceano de ondulações do seu abdômen duro. Elas se moveram para baixo,
abaixando sua calça junto de sua cueca.
E definitivamente não com esse pau.
Suas mãos se entranharam no meu cabelo e eu caí de joelhos,
acariciando sua haste dura e quente com o rosto. Aiden era ainda maior do
que eu me lembrava. E eu lembrava que ele era grande.
“Mmmmm…”, eu gemi, arrastando meus lábios pelo comprimento da
sua vara dura. Comecei a provocá-lo com a língua. Corri a língua para cima
e para baixo na lateral, antes de rodopiar minha boca na cabeça do seu pau.
“Senti saudade disso…”
Mergulhei para a frente, engolindo-o completamente. Levando-o até o
fundo da minha garganta. Aiden gemeu, seus braços endureceram de
repente. Suas articulações se enrijeceram e seus dedos se enrolaram em dois
punhos firmes.
“Não o mesmo tanto que eu”, ele conseguiu dizer respirando abafado.
Nos minutos seguintes o único som que ouvi no meu quartinho foi o
som obsceno das chupadas que dei no meu ex-namorado. E foi bom. Muito
melhor do que eu me lembrava. Talvez fosse todo o tempo perdido ou o
tabu de fazer algo que supostamente não devia. O que quer que fosse, eu
não me lembrava de ficar tão molhada ou excitada desde… bem…
Desde nunca.
Subi e desci, rodando minha boca em torno do seu comprimento
impressionante. As bolas de Aiden estavam pesadas e cheias. As peguei
com a mão, rolando entre meus dedos e então as colocando gentilmente
para baixo enquanto o masturbava com a minha mão que estava livre.
Era ele que gostava daquilo? Ou será que era outro cara?
De repente eu já não tinha mais certeza. Tive muitos namorados desde
que terminamos, cada um deles com seu gosto e estilo particulares. Ou eu
estava me lembrando de algo que Aiden amava ou eu o estava ensinando
um novo truque. De qualquer forma, seus gemidos me mostravam que ele
gostava da manobra.
Eu tentei pensar quando foi a última vez que fizemos aquilo. A última
noite antes do nosso término e então seguimos direções diferentes. Na
verdade, eu não me lembrava de ter ficado brava, só chateada porque
acabou. Aiden e eu formamos uma boa dupla, por muito tempo. Ele me
fazia rir mais do que ninguém. Ele também me fazia me sentir feliz, segura
e—
E nós trepamos para caralho. Não vamos nos esquecer disso.
Porque era verdade. Por mais que quiséssemos coisas diferentes, nós
éramos ridiculamente compatíveis na cama.
Não havia uma noite no passado em que não tivéssemos transadofeito
dois coelhos. Juntos, nós elevávamos tudo a um nível diferente. Eu me
lembrava de ser tomada em todo e qualquer lugar. Transar no banheiro do
campus ou no jardim dos fundos no casamento dos nossos amigos. Eu o
chupava quando íamos ao cinema. Abria minhas pernas no capô do seu
carro, estacionado do lado de um cemitério assustador. Aiden me comeu até
na torre de um farol, me chacoalhando com seu pau magnífico enquanto a
lua lançava sua luz azulada nas ondas do mar.
Não terminamos por falta de química, com certeza não. Foi mais
porque estávamos perdendo tempo. Nós dois começamos a trabalhar e
paramos de nos ver com frequência. Esse tipo de ressentimento criado pela
solidão somado à imaturidade… bem…
Aiden se sentou com os dois braços abruptamente debaixo de mim. Ele
estava me carregando. De repente, ele me jogou de costas na cama, com as
pernas abertas. As duas mãos enormes do meu ex pressionavam as partes
internas das minhas coxas.
À medida que eu sentia sua boca se aproximar da minha boceta
dolorida de prazer, eu tinha certeza de uma coisa: ligar para o meu ex foi
realmente uma boa decisão.
Ohhhhhh…
Me estiquei de costas, sentindo os lençóis frios debaixo de mim.
Entranhei minhas mãos nos cabelos pretos e grossos de Aiden e os puxei
com força, como eu sempre fazia enquanto ele me lambia. Nada no planeta
era tão bom quanto aquilo. Nada era tão incrível como a sensação da sua
língua escorregando para dentro de mim. Sua língua trabalhando
gentilmente no meu clitóris, manipulando-o com a pressão e o ângulo
exatos. Então ele enfiou dois dedos dentro de mim e eu vi estrelas.
CARALHO!
Por mais que fosse uma cilada perigosa dormir com o ex, as vantagens
eram evidentes. Às vezes, eu só queria alguém que conhecesse meu corpo.
Alguém familiar para me fazer explodir. Era o melhor dos dois mundos, na
verdade: toda a empolgação do sexo, que parecia novidade somada à
familiaridade de algo que já aconteceu milhões de vezes antes.
O calor na minha barriga atingiu o ponto de ebulição. Julgando pela
velocidade de Aiden, eu sabia que ele também tinha se dado conta disso.
“Ohhh… Caralho, pequena.”
Pequena. O apelido era íntimo, próximo. Reservado para um casal de
namorados. Pessoas que passaram tempo juntos e conheciam um ao outro
bem.
E mesmo ali, depois de tanto tempo, continuava saindo com
naturalidade dos meus lábios.
“Pequeno, eu vou…”
Era minha vez de me sentar, enquanto meu corpo era atingido pelo
primeiro orgasmo em meses que não era causado por mim mesma. Agarrei
a cabeça de Aiden. Minhas unhas se agarraram desesperadas no seu cabelo
enquanto minhas pernas pinçavam os dois lados do seu belo rosto.
“OHHHHH!!!”
Meu corpo tremeu todo quando meu clímax aumentou para cima e
para a frente, enchendo sua boca com meu suco. Eu esguichava, mas só
com ele. Só com Aiden, que sabia exatamente o que fazer para me conduzir
até aquele nível de excitação.
“Mmmmmm…”
Ele gemeu forte, vibrando seus lábios como sempre fazia até o último
momento. Ele continuou a cadência e alcançou minha parte de trás. Era o
suficiente para me deixar louca, mas não o suficiente para deixar as coisas
sensíveis demais. Eu me sentia a própria Cachinhos de Ouro, dormindo na
cama grande e suave que era exaaaaatamente perfeita.
Ai. Meu. Deus.
Eu tinha me esquecido de como era bom. Como as coisas entre nós
eram maravilhosas.
Eu ainda estava em transe quando ele agarrou minhas pernas trêmulas,
gentilmente desencaixando-as de seus ombros fortes. Aiden se inclinou para
frente, se aconchegando entre minhas pernas. Ele se guiou contra minha flor
pulsante e gotejante, pela primeira vez em muito, muito tempo.
“Minha vez.”
 
Capítulo 4
 
 
AIDEN
“Vai em frente”, ela sorriu inocentemente, me olhando por cima do
ombro. “Enfia.”
Minhas mãos escorregaram pela sua bunda lentamente, indo pela pele
de porcelana que eu me lembrava tão vividamente da minha memória feliz.
Elas pararam na familiar curva do seu quadril. Aquele lugar que sempre me
permitia controlar tudo perfeitamente, fazendo com que eu quicasse aquele
corpo delicioso na ponta do meu membro pulsante e duro feito pedra na
velocidade que eu desejasse.
Empurrando para a frente, guiei meu caminho para dentro dela de
novo. Summer me tomou inteiro, mordendo o lábio enquanto seus olhos
estavam vidrados pelo prazer cru da nossa conexão.
DEUS como ela é gostosa!
Eu a estava fodendo já fazia algum tempo, entrando e saindo em todas
as posições que conhecíamos. A tomei por trás, com as pernas abertas. Ela
ficou por cima para me cavalgar, as mãos espalhadas pelo meu peito
enquanto ela socava sua bundinha sexy na minha base me enfiando cada
vez mais fundo.
Minha posição favorita até então era colocá-la de lado com uma das
pernas no ar, tipo uma tesoura aberta. Era uma posição em que nós dois
assistíamos. Nós dois aproveitávamos meticulosamente a visão do meu
comprimento, deslizando para dentro e para fora da sua dobra reluzente
com cada estocada deliberada.
No meio do caminho nossos olhos se encontraram e nós
compartilhamos um sorriso maroto e secreto. Havia uma familiaridade entre
nós que fazia tudo ainda melhor. Uma intimidade associada ao nosso
passado extenso, associada à emoção e excitação de tudo novo de novo,
depois de todo esse tempo.
E ali estava eu, tomando-a por trás novamente. Sua posição favorita.
Minha posição favorita. A única posição que ambos amavam tanto que
acabava conosco frequentemente. Sem nem mesmo falar sobre o assunto,
nós gozamos de novo.
“MMMmmm…” Summer gemeu, indo e voltando de quatro. “Isso
sempre foi tão bom.”
Continuava. Talvez melhor do que nunca. O que quer que fosse que
minha ex estivesse fazendo na academia estava definitivamente
funcionando para ela, e para mim. Ela tinha muito mais força e energia do
que da última vez que tínhamos nos visto.
Bombeei devagar, assistindo seu corpo responder aos meus
movimentos. Aproveitando a visão do seu cabelo longo e loiro sibilante de
um lado para o outro enquanto eu me espalhava pelo seu corpo nu.
Você precisa contar a ela. Eu vou, mas não agora.
Eu queria aproveitar o momento. Queria sugar cada segundo do nosso
tempo juntos, caso fosse só um deslize único.
Certifique-se de que não seja um deslize único.
Quando disse a ela que havia pensado nela, não estava mentindo.
Quando muito, era uma atenuação. Eu tinha passado as últimas semanas
falando sobre a minha ex com meus amigos e ela nem sabia.
Ryker. Marcello.
Mas se ela soubesse o porquê…
Senti uma corrente de calor só de pensar nas ideias diversas que
invadiam minha mente. Será que eu conseguiria chegar lá? Só tinha ela em
mente. Será que ela toparia? Era minha preocupação primária. Mas
Summer tinha a mente aberta. Falamos sobre coisas do gênero quando
namoramos, e aqueles assuntos sempre iam bem. É claro que eu tinha que
considerar que abordávamos o tema sempre que estávamos trepando feito
dois coelhos, mas mesmo assim…
Agarrei seu quadril com intensidade, puxando-a na minha direção.
Fodendo em um ritmo lento e firme, vigoroso e profundo. Minha ex gemeu,
respondendo ao meu movimento, aproveitando o aumento na intensidade
das minhas estocadas. Ela rebolava sua bunda nas minhas coxas enquanto
eu agarrava seus braços para enfiar cada vez mais fundo.
Sim. Ela ia apreciar a ideia. Minha mente viajou e eu pensei nos
homens que ela tinha conhecido depois de mim. Será que eles aproveitaram
da mesma forma? Provavelmente.
O pensamento me deu uma pontada de inveja, mas também encheu
meu estômago de fogos de artifício. Seria um pouco assim, não seria? Meio
estranho, mas excitante ao mesmo tempo.
Tranquilo, cara.
De repente eu estava perdendo o controle. Parte disso se dava ao fato
do seu corpo estar quente. E a visão da sua bunda perfeita e redonda,
deslizando lindamente para cima e para baixo na minha vara cintilante.
Caralho!
Os gemidos sensuais que ela emitia. A forma como seus seios
chacoalhavam, no mesmo ritmo do nosso vai e vêm.
“Ah, pequena, estou quase…”
As palavras saíram da minha boca antes que eu as pudesse conter. Mas
eu queriaque ela soubesse. Queria que ela—
“Pequena, eu vou… eu vou…”
Antes que eu pudesse terminar a frase, ela começou a se mover mais
rápido, montando com mais força. E ela estava fazendo aquele pequeno
truque. Quando ela girava o quadril… era incrível e maravilhoso quando ela
rodava sua bunda em um semicírculo e eu não podia fazer nada a não ser
assistir, hipnotizado, enquanto ela engolia meu pau até a base.
“V—você ainda está—”
“Tomando pílula?” Summer perguntou, espertamente. Ela tinha o
controle naquele momento e sabia disso muito bem. “Você está me
perguntando se eu ainda tomo pílula?”
Acenei freneticamente, ainda bombando, contraindo cada músculo
tentando me segurar. E ela me fez esperar. Me provocou, impiedosamente, a
cada segundo.
“Sim”, ela finalmente admitiu, mexendo a bunda. “Tomo.”
“Obrigado, senhor”, suspirei para mim mesmo, mas alto o suficiente
para ela ouvir.
“Por que você quer saber, pequeno?”, ela perguntou, com a voz
açucarada. “É por que você está prestes a me preencher toda?”
Minhas mãos puxaram seus quadris. Meus dedos fincados
profundamente, arranhando sua pele tenra.
"Você vai descarregar dentro de mim?”, ela continuou, sem hesitar.
Minha ex sorria por cima do ombro. Sua expressão era nada menos que
perversa. “Você vai transbordar minha boceta com sua porra quente,
pequeno? Vai me encher tanto que vai escorrer pelas minhas coxas, como
sempre?”
“Sua… Safada…”, eu ri.
"Muuuuito leitinho!”, ela provocou, murmurando suavemente. “Vai me
encher toda. Me deixar entupida com sua porra quente e melada que eu não
vou nem poder—”
Entrei em erupção feito um vulcão dentro dela, enchendo-a com jatos
da minha lava grossa, jogando a cabeça para trás e gemendo.
“Sim, sim, sim!”, ela gritava, estocando ainda mais. “Me dá tudo que
eu quero…”
O céu virou um borrão. E minha lava certamente inundou seu pequeno
canal até transbordar. Mergulhei nela cada vez mais, galopando cada pulso,
contração e estocada. Só parei quando tinha aliviado a última gota de
prazer, colocando-a do meu lado enquanto eu relaxava na cama, abraçando-
a por trás.
Abraçá-la era como estar de volta. Como se eu nunca tivesse partido.
“Você vai dormir comigo?”, ela perguntou suavemente.
Meu rosto estava afundado no seu cabelo. Tinha cheiro de morangos.
“Sim?”
Summer se contorceu, espremendo a bunda contra mim. Ela se
encaixava perfeitamente na minha virilha. Sempre se encaixou.
“Bom, tenho certeza de que o estrago já foi feito”, ela riu.
A segurei por um minuto, ouvindo o silêncio. Aproveitando o calor do
seu corpo macio e feminino na escuridão.
“Então… você vai me contar sobre sua proposta?”, ela perguntou.
Meu estômago deu uma pirueta. Meu coração começou a bater forte.
“Amanhã”, eu disse. “No café da manhã.”
Ela ronronou com alegria e se virou de frente para mim. Seu rosto era
angelical. Perfeito. Lindo.
“Ok”, ela permitiu. Summer esticou o braço e me deu um apertão
gentil no meio das pernas. “Mas só para você saber, vamos fazer isso de
novo.”
“Ah, vamos?”
Minha ex acenou e me beijou. “Quando você está no meio do deserto
como eu estava e encontra um oásis o que você faz?”, ela riu musicalmente.
“Se certifica de beber muita água.”
Eu ri e minha risada tremeu nossos corpos sobre sua cama pequena. “É
isso que eu sou para você? Um mero oásis?”
“Não fique bravo”, ela fez um beicinho. “Acredite. Você continua
delicioso.”
Estiquei meu braço, escorregando-o gentilmente pela lateral do seu
rosto precioso. Seus olhos verdes encontraram os meus. Mesmo com a luz
fraca, eles brilhavam como esmeraldas.
Ela é. Tão. Bonita.
Seus olhos se direcionaram para baixo e eu os segui. Os lençóis
estavam ensopados. Como todo o resto.
“Como nos velhos tempos”, ela disse, tocando sua bela flor com um
suspiro de contentamento. Seu sorriso ficou maior quando seus dedos
voltaram gosmentos. “Você sempre gozou muito.”
 
Capítulo 5
 
 
SUMMER
Uma coisa era ligar para o ex querendo transar. Mas outra coisa era ser
destruída por ele três vezes diferentes durante uma noite longa e molhada.
Era minha segunda xícara de café e meu terceiro pedaço de bacon.
Mas Aiden — com toda a sua confiança e ousadia e a melhor performance
da vida na noite anterior — ainda estava enrolando para me contar.
“Ok, desembucha!”, exigi. “Vamos ouvir sua proposta.”
O café do Bill era um dos melhores restaurantes de café da manhã em
toda a cidade de Pleasanton, talvez até mesmo de toda a Califórnia. Não era
nossa primeira vez lá. Ele não devia estar tão nervoso.
“Antes de começar, preciso dizer que minha proposta não é muito
ortodoxa.”
Rolei meus olhos. “Posso lidar com coisas não ortodoxas.”
“Sim,” Aiden continuou, “mas isso é diferente de tudo o que você já
ouviu antes.”
“Ah é?” Respondi, comendo outra fatia de bacon. “E como você
sabe?”
“Confie em mim,” ele deu uma risadinha. “Eu sei.”
Ele estava bonito, sentado do outro lado da mesa, com os cabelos meio
arrepiados como nunca tinham ficado antes. Nós tínhamos tomado banho
juntos, transado e tomado outro banho. Era como a explosão de uma
barragem. Não nos cansávamos um do outro.
“Então…” ele começou, brincando com seu garfo. “Qual você diria
que foi a razão pela qual terminamos?”
A pergunta foi inesperada. Ele queria voltar? Eu não tinha certeza. Eu
achava que não, mas…
“Terminamos porque não tínhamos tempo um para o outro”, respondi.
E hesitei. “Para ser mais específica, você não tinha tempo para mim.”
Aiden estava olhando para baixo, segurando seu garfo no meio daquele
rio de cobertura e restos de panqueca. Ele acenou devagar.
“Não me interprete mal”, adicionei rapidamente. “Quer dizer, você
sempre esteve muito ocupado com seu trabalho. Você ainda é muito
ocupado, como vejo no seu Instagram. E tudo bem. Você está mandando
muito bem! Estou orgulhosa, na verdade.”
Aiden me olhou com um brilho de orgulho. Sua boca se curvou num
sorriso.
"É verdade o que você disse”, ele começou. “As coisas começaram a
acelerar e eu não tinha tempo para você. Merda. Eu não tinha tempo para
ninguém. Eu realmente queria, mas não… conseguia.”
“Você era mais novo”, dei de ombros. “Mais imaturo. Eu deveria ter
sido menos exigente. Eu era provavelmente muito—”
“Não, você estava totalmente certa!”, meu ex me interrompeu. “Você
merecia mais tempo, mais atenção. Muito mais do que eu te dava.”
Pensei no fim do nosso romance, que foi uma época triste para nós
dois. Nós dois estávamos indo em direções opostas. E concordamos em
terminar, sem muito ressentimento. Foi definitivamente o término mais
amigável que eu já tive.
Ele limpou a garganta. “Então você tem trabalhado com Ryker, certo?”
“Ah, sim”, sorri, pensando afetuosamente no melhor amigo de Aiden.
"Vejo o rosto bonito dele no seu Insta.”
“É porque temos negócios juntos”, ele explicou. “Eu fico com a
fotografia, Ryker faz a programação de todos os maiores sites. E temos um
terceiro parceiro, Marcello, que cuida das mídias sociais, postagens, tweets,
hashtags, procurando tópicos que estão em alta…”
Ele parou quando eu soltei um assobio baixo. Eu sabia que essa
empresa de marketing digital Lenda Viva estava indo bem, mas eu não tinha
me dado conta do tanto.
“Sim, é muita coisa!”, Aiden reconheceu. “E aumenta a cada dia.
Estamos tomando conta das campanhas nas mídias sociais de algumas
subcelebridades agora.”
“E algumas celebridades”, interrompi. “Eu vi as fotos.”
“Sim, algumas”, ele admitiu. “Mas ainda não chegamos lá. Estamos
crescendo. Temos muita sorte.”
Me sentei de volta na mesa, com meu café na mão. Encarando meu ex-
namorado sob a luz nova da admiração.
“Quem não arrisca, não petisca”, eu disse a ele. “E você correu atrás,
Aiden. Mandou ver. Você merece isso — vocês merecem.”
Ele ficou corado, coisa que eu nunca tinha visto antes. Merda, ele tinha
ficado humilde agora? Ele estava beirando a perfeição.
“Como está Ryker, falando nisso?”, perguntei. “Não o vejo desde que
fomos pra São Diego pra aquele…”, meus olhos se arregalaram de repente.
“Caralho! Você está me oferecendo um emprego?”
A expressão do meu ex ficou estranha de repente. Eunão conseguia
detectar o que estava acontecendo. “Não”, ele disse. “Não exatamente.”
“Bom, eu posso criar logos pra você”, eu disse. “Te ajudar com html. E
se você precisa de material de marketing, sou a garota pra você. Mas o
resto…”
“Não é um trabalho”, Aiden respondeu. Ele abriu um sorriso. “É muito
melhor do que um emprego.”
Ri pela borda da minha xícara de café. “Ok, você tinha razão. Isso é
intrigante.”
“E vai ficar mais ainda”, ele riu nervosamente.
Um momento de silêncio se passou. Pela primeira vez desde que nos
reencontramos eu não conseguir ler meu ex de jeito nenhum.
“Ok, então”, eu disse, apoiando meu café na mesa. “Vamos ouvir.”
Ele coçou sua barba nova e sexy e deixou escapar um longo suspiro. O
acompanhei quando ele colocou as duas mãos na mesa e finalmente disse.
“Você sabe que eu não pude focar muito em você porque trabalho
muito, certo?”
“Sim…”
“Bom, Ryker tem o mesmo problema. Marcello também. Viajamos
muito, então ficamos em cidades diferentes. Às vezes, em países diferentes,
trabalhando internacionalmente.”
Acenei como se estivesse entendendo, mas a verdade é que eu sabia a
maioria daquelas coisas porque tinha visto nas redes sociais dele. Li tweets
de Aiden escritos na Grécia. Vi fotos de Paris, Londres e até Dubai.
Era sempre tão bonito, fascinante. Ele tinha criado o melhor trabalho
do mundo de alguma maneira, enquanto eu ainda estava na Califórnia,
conquistando clientes para minha empresa de design gráfico.
“Ryker teve uma dúzia de namoradas desde que nós terminamos”, ele
continuou. “Marcello também. Ele quase ficou noivo num dado momento.
Mas o trabalho era muito. Viajar, longas horas… nenhum relacionamento
consegue sobreviver. Depois de um tempo, a distância e as constantes
viagens de trabalho acabam separando as pessoas.”
Olhei para ele ceticamente. “Então você quer minha ajuda para
arrumar uma namorada?”
“Não”, ele tossiu. “Não exatamente.”
“Mas é disso que você precisa”, continuei. “Alguém que possa viajar
com você. Para quem a distância não vai ser um problema.”
“Essa é a ideia”, Aiden concordou. “Mas três namoradas? Viajando
conosco? Logisticamente não vai funcionar. E dar atenção a elas,
provavelmente em horários diferentes, nos intervalos das nossas agendas
cheias?”
Eu ri alto. “Você só quer os benefícios. Por isso está lascado. Não
existe solução pro seu problema.”
“Bem…”, Aiden estremeceu.
Apertei os olhos. “Bem o que?”
“Nós três conversamos”, ele disse, “e decidimos que queremos algo
diferente. Mais radical. Algo que nós sabemos que pode funcionar se
encontrarmos a garota certa.”
Minha sobrancelha se arqueou enquanto meu cérebro processou a
última frase. “Garota.”
“Sim.”
“No… singular?”
“Sim.”
Inclinei a cabeça. “Então vocês três querem—”
“Dividir a mesma namorada”, Aiden acenou. “Dividir o tempo com
ela. Assim ela sempre vai ter atenção e nós três podemos continuar
trabalhando.” Ele deu de ombros despreocupadamente. “Ainda não
começamos a procurar, mas é esse o plano.”
Eu estava perplexa. Surpresa. Totalmente sem palavras. Ele estava
certo. Isso não era nada ortodoxo!
Em algum momento minha mão tampou minha boca. O gesto fez
Aiden rir.
“Agora que eu já contei sobre o milagre, você quer saber quem é o
santo?”
Acenei devagar. Mecanicamente.
“Eu disse aos rapazes que essa garota devia ser você.”
 
Capítulo 6
 
 
SUMMER
A garçonete se aproximou e encheu nossas canecas de café sem que
nenhum de nós dissesse nada. Aiden ficou encarando o tempo todo. Seus
olhos castanhos amarelados encarando os meus.
“Eu?”
“Sim.”
“Vocês querem me compartilhar?”
Minha surpresa fez com que ele desse de ombros - aqueles ombros
enormes. “Quem mais? Summer, você é a candidata perfeita.”
“E o que te faz pensar isso?”
“Bom, você é forte, inteligente, bonita. Você ama viajar. Você tem a
maior libido de todas as mulheres que já conheci — e isso é muito
importante — você tem um trabalho que pode ser feito de qualquer lugar do
mundo.”
Fiquei lá em silêncio por vários minutos, sem saber se deveria me
sentir lisonjeada ou insultada. Então decidi perguntar.
“Não sei se devo me sentir lisonjeada ou insultada.”
Aiden gargalhou e colocou mais creme no meu café. “Eu diria a
primeira opção.”
“Mas—”
“Mas o quê?”, ele interrompeu. “É uma ideia muito maluca? Pense
pelo nosso ângulo: somos três caras que tem um terço do tempo que as
pessoas geralmente precisam para manter uma namorada. Ao invés de
desapontar três mulheres ao mesmo tempo, podemos fazer uma única
mulher muito feliz.”
“Muito feliz…”, suspirei, repetindo as palavras automaticamente.
“Provavelmente muito, muito feliz”, ele sorriu casualmente. “Se é que
você me entende.”
Sim, eu entendia muito bem.
Ele adicionou três pacotes de açúcar — o número exato que eu teria
adicionado — e misturou meu café para mim. Ele me fez pensar no tempo
que passamos juntos.
“Você está brava?”
“Não”, eu respondi inexpressivamente. “Acho que não.”
“Te avisei que a proposta não seria ortodoxa.”
“Eu sei”, disse. “É só que… bem, estou surpresa.”
“Surpresa porque pensei em você?”
“Bem, não”, respondi. “Isso foi fofo. Meio fofo. De uma forma
estranha, tipo ‘eu quero ver você transar com outros caras’.”
O sorriso de Aiden aumentou. “A Summer não é assim.”
“Ah, não?”
“Quer dizer, é sim, claro!”, ele admitiu. “Só uma parte.”
“Eu vou ser namorada deles também? É essa a proposta de vocês?”
“Sim.”
“Então você não me quer exclusivamente?”
Aiden se encostou de volta no banco, parecendo magoado. Não. Isso
foi impreciso. Ele parecia preocupado em ter me magoado.
“Eu quero você!”, ele disse finalmente. “Sempre quis. Você foi quem
decidiu ir embora, Summer. Você é a garota que eu nunca devia ter deixado
partir.”
Devo admitir que foi bom ouvir aquilo. Eu tinha me sentido da mesma
forma algumas vezes depois que terminamos. Apesar de tentar ao máximo
não fazer isso, eu comparava todos os caras com quem saía com Aiden. Ele
era um padrão quase impossível de alcançar.
“Mas e se essa for a única forma possível de eu ter você?”, ele
continuou. “Eu quero tentar. Quero dar uma chance porque é o cenário
perfeito. Nós trabalhamos muito, mas também nos divertimos. Nós quatro
vamos viajar, dividir uma namorada, uma companheira, uma amiga, uma
amante. E você vai nos dividir, Summer. De todas as maneiras possíveis.”
Meu estômago se revirou como se eu tivesse olhado para baixo da
borda de um arranha-céu. Era assustador. Mas muito sexy.
“Você vai ter o melhor de nós e não precisaremos nos preocupar com o
fato de não te darmos atenção o suficiente”, Aidan continuou. “Quando eu e
o Marcello estivermos fora, o Ryker estará lá. E quando formos eu e o
Ryker no trabalho, você terá o Marcello”, ele sorriu. “Quando os dois
estiverem fora, seremos eu e você. Como nos velhos tempos.”
“E se vocês todos estiverem livres”, perguntei. “Tenho certeza de que
em alguns momentos vocês três—”
“Então você terá a nós três”, Aiden disse, dando uma piscadinha. “O
que é ainda melhor!”
Uau…
Peguei minha caneca de café de novo. De repente minha boca tinha
ficado seca.
“E você não vai ficar com ciúme?”, perguntei finalmente. “Porque vai
me ver com esses outros caras. Me ver com meus outros… namorados?”
“Não”, ele disse imediatamente. “E já pensei muito sobre isso.”
“Por que não?”
“Porque esses caras são como irmãos pra mim”, disse Aiden. “Somos
inseparáveis já faz quase dois anos. Fazemos tudo juntos. Esportes,
hobbies… qualquer tempo livre que temos nos leva à mesma coisa”, ele deu
de ombros de novo. “Dividir uma namorada é uma extensão natural, na
verdade. Porque o resto todo já dividimos.”
Senti o sangue quente correndo pelas minhas veias, e não era raiva. Eu
estava genuinamente animada. O plano deles era uma loucura! Alucinante,
na verdade. Mas de alguma maneira, a ideia era… bem…
“Olha, eu não vou fingir que isso tudo não é excitante”, ele disse.
“Tem algo muito sexy em dividir, amar e proteger a mesma garota. Falamos
sobre isso. Chegamos à mesma conclusão: queremos tentar.”
“Vocês nunca tentaram?”
Meu ex-namorado chacoalhou a cabeça. “Estamos prestes acomeçar a
procurar. Mencionei você faz algumas semanas, disse que você é perfeita
para isso.” Ele gargalhou. “Eu falei muito de você. Disse a eles o quão
incrível você é. Por dentro e por fora.”
“Por dentro e por fora, é?”, sorri.
“Sim. E eles concordaram que eu estava provavelmente certo, depois
de ouvirem tudo sobre você. Sua personalidade. Sua carreira. E bem…”
“Bem o quê?”
“Vamos dizer que eles estavam bastante interessados, especialmente
Ryker. E Marcello, depois que mostrei sua foto.”
Ryker… o melhor amigo do Aiden. Ele tinha sido parte integral das
nossas vidas quando namorávamos, principalmente porque ele estava
sempre por perto. Ele tinha cabelo escuro como o de Aiden, mas um rosto
mais inocente, balanceado por um belo par de olhos azuis. E ele era alto.
Alto e tatuado, com um peito enorme e lindo.
“Não acredito que você discutiu isso com o Ryker”, falei,
chacoalhando a cabeça. Mas eu ainda estava rindo. “O que diabos ele
disse?”
“O que ele sempre diz”, Aiden riu. “Que você é mais quente que o
inferno e que eu nunca te mereci. E que se eu arruinasse tudo ele seria o
primeiro da fila.”
Eu ri de volta. “Sim. Ele falou isso algumas vezes.”
“Ele sempre te quis”, disse Aiden. “Sempre te achou gostosa.”
Eu sempre o achei gostoso também. Muito gostoso.
“E não vamos nos esquecer do que nós conversamos”, Aiden
adicionou marotamente. “Todas essas noites na cama? Quando exageramos
no vinho e as coisas ficaram muito selvagens?
O calor voltou para o meu corpo, me varrendo como uma onda. Eu
sabia exatamente do que ele estava falando. E ele sabia que eu sabia.
“Aquilo era papo de bêbado”, eu disse, mesmo sabendo que não era.
“Fantasias que as pessoas falam que tem no calor da emoção.”
“Besteira.”
Pisquei os olhos e olhei em outra direção. Eu precisei. Ele estava certo.
“Você faria tudo aquilo que conversávamos na cama”, Aiden disse.
“Sexo a três com nossos amigos. Você traria Tracy uma noite…”, ele
deixou a frase flutuando entre nós, duradoura como um poema inacabado.
“Eu traria Ryker outra noite, pra você realizar sua maior fantasia.”
“Era sua também, se não me engano”, pontuei. “Você achava que ia ser
excitante me ver com outro cara.”
Aiden deu de ombros. “Culpado! Admito.”
“Nós só não chegamos a concretizar.”
“Não mesmo. Mas eu contei ao Ryker. E acredite: ele topou. Topou na
época e topou agora.”
Que a verdade seja dita: sempre achei que ele soubesse de algo. Não
tinha muito tempo que tínhamos falado sobre isso e eu comecei a notar que
o melhor amigo de Aiden estava me olhando diferente. Mais ousado.
Flertando. Seu olhar pousava no meu corpo de forma mais impertinente
toda vez que estávamos perto um do outro.
“Não acredito que você só está me contando agora”, eu disse. “E
com… Qual é o nome do outro cara? Marcello?”
“Sim.”
“Antes da noite passada?”, perguntei. “Antes mesmo de eu te ligar?”
Aiden assentiu e sorriu. “Viu? É o destino.”
A garçonete se aproximou e retirou nossos pratos. Estava claro que
ainda não tínhamos terminado.
“Você tem certeza de que isso não é só um plano super elaborado para
me fazer transar com seus amigos?”, apertei os olhos, meio provocativa.
“Não.”
“Porque se for, tenho que admitir…”
Minha frase foi interrompida porque meu ex me encarava do outro
lado da mesa. De braços cruzados. Com uma expressão séria.
“Olha, Aiden”, comecei de novo. “Não sei o que pensar.”
“Você não precisa pensar agora”, ele disse. “Pense por alguns dias.
Reflita a respeito.”
Alguns dias…
“Mas não demore muito”, ele adicionou. “Vamos pra Bora Bora na
segunda-feira.”
Meu coração já estava acelerado e então decidiu pular do peito.
“Espera. O quê?”
“Venha conosco, Summer”, Aiden disse, apertando minha mão.
“Vamos filmar por três dias. São sete no total. Os outros quatro serão
usados para risadas, bebidas, diversão no paraíso. Vai ser como nos velhos
tempos, prometo.”
“Bora BORA?” Eu não podia acreditar. “Que mer—”
“Sem pressão, é claro. Você não precisa fazer nada, só aproveitar nossa
companhia. E se você quiser voltar antes, pode voltar. Sem ressentimentos.
Nada além de—”
“Segunda?”, engoli seco. “Sério?”
Meu ex-namorado acenou. “Vamos dividir um jato pequeno com outra
empresa de produção. Seu passaporte está válido?”
“Sim. Acho que sim.”
“E seus projetos atuais”, ele continuou. “Você consegue trabalhar a
distância?”
Não respondi por alguns segundos. Ainda estava presa em Bora Bora.
Nadando no mar azul-turquesa dentro da minha cabeça.
“Hm… claro.”
“Então tudo certo”, disse Aiden, com um sorriso que ia de orelha a
orelha. Ele apertou minha mão. “Você vem conosco.”
 
Capítulo 7
 
 
SUMMER
“Bora Bora? Você está louca?”
Aisling jogou seu rabo de cavalo vermelho flamejante por cima do
ombro, o cabelo se movia em ondas cintilantes. Ele combinava com sua
paixão pela vida — e seu temperamento ardente — em todos os sentidos.
“É claro que você vai!”, minha sócia exclamou. “Você pode ter certeza
absoluta de que não vai ficar aqui.”
“Mas—”
“Mas o quê, Summer?”, ela me interrompeu, seus olhos brilhavam.
“Muito trabalho?” Ela riu zombeteiramente. “Eu não sou capaz de dar conta
enquanto você estiver fora?”
Era uma provocação. Direcionada a nós duas na verdade. As coisas
estavam devagar. Nossa pequena aventura começou a todo vapor, mas ele
sumiu depois de um tempo e agora parecíamos estar no piloto automático.
“Mas é meu ex-namorado”, eu disse, abaixando a voz como se
estivesse falando um palavrão.
“Nem se fosse seu arqui-inimigo!”
Mordi o lábio. “Sim, mas eu deveria mesmo voltar pra algo—”
Aisling abruptamente virou seu laptop para mim. Na tela, um pôr do
sol laranja-amarelado espetacular em contraste com um mar azul. A água
parecia um lençol de vidro. No fundo, uma fila de bangalôs de palha se
pendurava sobre a água, tudo parecia pacífico e sereno.
“Aqui”, minha sócia apontou, batendo o dedo na tela. “Você pode estar
ali em alguns dias. Chegando em um… O que você disse antes? Um jato
particular?”
“Um jato particular compartilhado”, eu a corrigi.
Aisling cruzou os braços. “Querida, foda-se.”
Eu gargalhei, o que me fez bem. Gradualmente, eu podia sentir a culpa
e a apreensão sumirem.
“Você tem ex-namorados que têm empregos que os levam para o sul
do Pacífico. Eu tenho ex-namorados que fazem servicinhos que os levam
pra cadeia.”
Aisling estreitou seus belos olhos e chacoalhou um dedo na minha
direção. “Se você não for, eu vou chutar a sua bunda ingrata”, ela disse. “E
então, enquanto você estiver caída segurando sua bunda recém chutada, eu
vou viajar no seu lugar.”
Levantei minhas mãos. “Ok, ok…”
“Honestamente, Summer, eu faria o que fosse pra qualquer ex-
namorado que me levasse para lá. Até os ruins. Eu passaria metade da
viagem de joelhos se precisasse. E esse cara? Você fala dele desde que eu te
conheci. Muitas mulheres zombam e fazem careta quando falam dos ex,
mas você não disse nada que não fosse doce a respeito deste homem.”
Ela estava certa, é claro. Especialmente sobre a forma como eu falava
de Aiden. Sempre o coloquei num pedestal. O elogiei enquanto falava mal
de outros caras. Aisling tinha me visto sair com uns idiotas chatos,
entretanto. Então eu me perguntei se ela realmente acreditava naquele
entusiasmo todo. Aiden podia ser só mediano. Eu tinha um passado recente
com namorados ruins.
“E se você se hesitar no último minuto?”, ela continuou. “Juro que ligo
para ele e entro naquele avião, amada. E quando você vir fotos minhas com
seu ex, nadando com a bunda de fora nessa água”, ela tocou na tela de
novo, “e bebendo coquetéis azul fluorescente?” Aisiling suspirou
desejosamente. “Você só vai poder culpar a si mesma.”
Sorri de volta para ela por um longo momento, agradecida pelo apoio.
Aisiling era como uma mãe-passarinho, empurrando o bebê para fora do
ninho. Voltando para algo empolgante e novo, mesmo que já fosse velho.
Se ela ao menos soubesse para o que exatamente estava me
empurrando.
Então tudo certo, as palavras do meu ex-namorado ecoaram na minha
cabeça. Você vem conosco.
Bom, acho que sim. Ou eu deveria.
“Tem certeza de que vocêdá conta?”
“Porra, claro que sim!”, minha sócia respondeu.
“Vou continuar trabalhando, é claro”, eu disse a ela. “Tenho os
arquivos do Atherton salvos no meu laptop, além das especificações pro
projeto do Carrano. Além disso, você pode me mandar o que quiser.” Me
assegurarei de que onde quer que eu esteja, eu tenha—”
“Que parte do ‘Porra, claro que sim!’ você não entendeu?”
Aisling fixou seus belos olhos azuis em mim, e então se virou na sua
cadeira. Nosso escritório era pequeno — uma subdivisão minúscula de
outro escritório que dividíamos com uma startup movimentada. O espaço
era apertado e tínhamos que compartilhar o banheiro. Mas pelo menos era
nosso.
“Vamos discutir os detalhes outra hora”, Aisling disse, pegando sua
agenda. “Mas agora?”
Com uma mão, ela me levantou da cadeira.
“Sua bundinha sortuda vai pagar nosso almoço.”
 
Capítulo 8
 
 
SUMMER
Ele estava dentro de mim de novo. Inteiro, tão profundamente que
cada estocada lenta atingia o limiar entre prazer e dor. E eu sentia todo o
peso do seu corpo. A intimidade de estar tão profundamente conectados,
associada com a excitação emocionante de estar completamente,
inteiramente dominada.
“Vou fazer isso com você inúmeras vezes”, ele sussurrou no meu
ouvido. “Todos os dias, Summer. Todas as noites…”
Até então meu ex-namorado estava mantendo o que prometeu.
Estávamos no cio como novos amantes, ao invés de duas pessoas que já se
conheciam, a cada oportunidade que tínhamos. As últimas noites desde
aquela ligação que eu fiz tinham sido um borrão ininterrupto de sexo
encharcado.
E estou usando os termos mais leves.
A boca de Aiden escorregou pelo meu pescoço e eu o puxei de volta
para pressionar seus lábios com força contra os meus. Eu estava
descontrolada pelo seu corpo deitado sobre o meu. Me fodendo
profundamente em um colchão novo e estranho. Eu estava sendo levada a
novos níveis de prazer nesse quarto estranho que só pertencia a ele.
E agora, de alguma forma, a mim também.
“Estou tão feliz que você vem conosco”, ele sussurrou no meu ouvido
pela terceira vez. “Tão feliz em ter você conosco.”
Conosco. A palavra ficou pendurada no calor e na tranquilidade do ar
enquanto meu ex-namorado me comia devagar por trás. Seus lençóis
estavam limpos, nitidamente. Ele provavelmente tinha comprado novos. Era
um gesto que eu apreciava, mesmo agarrando aqueles lençóis com minhas
mãos trêmulas.
Eu sabia que ele estava falando sério quando disse que ia fazer aquilo
comigo o tempo todo em Bora Bora. Mas eu não iria só com ele. E não iria
só para ele.
“Você pensou sobre… a outra coisa?”
Ri no travesseiro, mexendo a bunda contra ele. Pensei bastante. Jesus,
aquele foi o eufemismo do século.
“Que coisa?”, perguntei inocentemente.
Aiden sabia que eu estava blefando. Ele mergulhou profundamente,
fechando as mãos em torno das minhas. Empurrando seu corpo ainda para
mais perto do meu, seu pau duro enfiado tão fundo dentro do meu corpo
que parecia parte de mim.
“Você sabe exatamente que coisa!”, sibilou de forma sexy.
Virei meu rosto e o beijei, e ele me beijou de volta. Era nossa coisa
preferida, beijar durante o sexo. Fazer aquela conexão incrível de boca com
boca… em conjunção com outras partes mais carnais.
“Sim, pensei sobre”, sussurrei finalmente.
“Um pouco ou—”
“Muito”, cedi.
Aiden gemeu baixo, movendo sua pélvis em um movimento circular
apertado. Movendo seu quadril de uma forma que parecia querer alcançar o
fundo do meu útero.
Meu Deus.
Não sei onde ele aprendeu aquele pequeno truque, mas me fez querer
gritar.
“Imagine que eu estou assim bem dentro de você”, ele gemeu,
pontuando as palavras com estocadas excepcionalmente profundas. “Te
prendendo na cama. Te segurando, enterrando profundamente…”
Ele parou de uma vez só, esticando seu corpo contra o meu. Ele estava
totalmente pressionado contra minhas costas. Pele na pele. Seus lábios
pastoreavam o lado externo da minha orelha em beijos atormentadores.
“…E então abrindo a sua boca…”
Suas mãos se encaixaram dos dois lados do meu rosto. Seus dedos
escorregaram gentilmente para a frente, e tocaram minhas bochechas
rosadas.
“…E enfiando outro pau duro, bem… aqui.”
Gentilmente, mas deliberadamente ele abriu meus lábios e enfiou um
dedo na minha boca. Comecei a chupar devagar, com sensualidade. E sua
outra mão pousou sobre a minha testa.
Caralho…
Aiden me puxou um pouco e fez minhas costas arquearem. Forçando
minha boca a se abrir em um perfeito e molhado ‘O’.
“Você consegue imaginar?”, ele perguntou de forma safada. “Ryker
enfiando até sua garganta. Suas mãos entrelaçadas no seu cabelo. Seus
dedos rolando apertados, te guiando pra cima e pra baixo na sua vara dura
enquanto eu continuo te comendo assim, devagar…”
Ele rolou o quadril de novo em um grande círculo. Gemi
involuntariamente.
“Você vai dar pra ele, não vai?”
As palavras me atingiram com força quase física, eliminando qualquer
outro pensamento do meu cérebro. Só ficaram os gritantes e crus. Eles
carregavam o peso de mil promessas a serem cumpridas.
“Sim”, sussurrei finalmente.
Caralho! Eu realmente ia.
“Posso ligar para ele agora, se você quiser”, disse Aiden, beliscando
minha orelha. “Acredite em mim, ele viria imediatamente.”
Meu estômago se revirou loucamente, meu coração estava prestes a
explodir com a ideia súbita. Não teria mais volta. Sem mudança de rota se
eu dissesse sim.
Mesmo assim…
“Enquanto isso, vou te manter toda molhada”, meu ex-namorado
prometeu ardentemente. Eu sentia seu corpo endurecendo de desejo. Ouvi
sua respiração ficar mais acelerada a cada frase. “No ponto de quase…”
Ai meu Deus! Eu nem conseguia imaginar! Uma ligação. O barulho da
campainha, a porta abrindo e fechando. E Ryker entrando no quarto.
Tirando sua camisa. Deixando seus jeans caírem e arrancando sua cueca
boxer, ficando nu diante dos meus olhos.
Ele se aproximaria da cama. Esticaria seus braços tatuados na minha
direção…
“O que você acha?”
O telefone de alguma forma já estava na mão do Aiden. Meu coração
batia tão forte que pensei que fosse morrer.
“Olha para você”, ele riu. “Seu corpo inteiro está tremendo.”
Uma imagem se formou na minha cabeça: os dois me tomando, pelas
duas entradas. Entrando e saindo de mim enquanto meu corpo quente rola
entre eles.
“Imagine nós dois te fodendo ao mesmo tempo”, ele rosnou, “do jeito
que já falamos. E então nos alternando…”, ele pausou dramaticamente por
alguns segundos, antes de finalmente voltar a mexer os quadris. “E então
ele te comendo finalmente.”
A excitação surgiu como um raio de eletricidade em mim, provocando
uma arfada afiada. Eu conseguia ver tudo dentro da minha cabeça. Aquela
fantasia sórdida completa. Cada mínimo detalhe gotejante.
“Nós nos revezaríamos, gostosa. Te fazendo nossa. Usando seu corpo
pra nos dar prazer…”
Meu ex-namorado estava me fodendo forte, mergulhando fundo. Me
fazendo gemer.
“Mas nós também nos certificaríamos de te fazer gozar primeiro.”
Minhas pálpebras tremulavam, meus cotovelos se trancaram enquanto
eu encravava minha bunda para trás, para acompanhar suas estocadas.
Merda, como eu queria aquilo! E eu queria aquilo agora.
“Você consegue imaginar o tanto que você vai gozar?”, ele provocou.
“Com dois homens dentro de você?”
Eu estava me empinando naquela altura. Descaradamente me
empurrando contra ele.
“Como você vai ficar molhada todo santo dia, sabendo que a qualquer
momento—”
Estiquei o braço e peguei o telefone da sua mão. O número de Ryker já
estava na tela. Tudo o que eu tinha que fazer era apertar o botão de
chamada…
Ao invés disso eu o joguei para longe, do outro lado da cama.
“Você realmente quer que eu seja namorada de vocês três?”, perguntei.
“Sim.”
“Então vamos esperar”, suspirei, me amaldiçoando por falar aquilo.
“Ligar para o Ryker agora seria definitivamente divertido…”, ronronei.
“Mas não seria justo com o Marcello.”
Marcello — nome que eu adorava absolutamente, falando nisso — era
um mistério até outra noite, quando pedi que Aiden me mostrasse algumas
fotos do terceiro parceiro. Era a última peça do quebra-cabeça.A última
coisa que me impedia de me comprometer totalmente ou ao menos tentar
essa loucura.
E é claro que Marcello era indescritivelmente lindo.
Foto por foto, o homem ostentava um brilho, um sorriso lindo
emoldurado por uma barba escura por fazer. Ele tinha o cabelo longo e
preto feito carvão. A pele cor de azeitona, herança italiana, e um peito tão
largo que parecia que comportaria duas de mim.
Aiden cavava, me fodendo ainda mais rápido. Ele deve ter ficado
desapontado ou frustrado ou totalmente excitado.
“Justo”, ele gemeu no meu ouvido. “Ryker já esperou muito, pode
esperar um pouco mais. E eu devo dizer que admiro o controle.”
Controle? Eu estava indo de férias com três homens incrivelmente
gostosos e, se tudo corresse bem, me tornaria sua namorada compartilhada.
Não importa o ângulo do qual você olhasse, “controle” não era exatamente
parte do cenário.
“Aiden?”
“Sim?”
Me virei e agarrei sua cabeça, puxando seus lábios em direção aos
meus. O tempo parou. Nossas línguas dançaram enquanto meu ex-
namorado enfiava sua raiz profundamente dentro de mim.
“Não quero controle nenhum entre nós.”
Ele gemeu na minha boa, se empurrando tão profundamente que
nossos corpos viraram um só. Depois do nosso beijo longo e espiritual,
finalmente o soltei…
Meus olhos se cruzaram quando ele começou a me arar em alta
velocidade de novo.
 
Capítulo 9
 
 
SUMMER
Eu nunca havia voado de primeira classe na vida, quanto mais viajado
num jato particular. Mas acontece que era tudo o que eu nunca soube que
queria. Era a experiência única na vida que eu imaginava que seria, só que
ainda melhor por causa do destino.
Os assentos eram mais parecidos com sofás de couro acolchoados. O
chão era imaculado. Uma dúzia de outras pessoas que eu não conhecia
andavam de meias na superfície de carpete, rindo, falando e monopolizando
o bar.
Porque sim, é óbvio que tinha um bar.
Ainda não tínhamos deixado o hangar quando finalmente conheci
todos os outros — até a subcelebridade que a outra produtora estava
levando para o paraíso. Ele era um garoto jovem supertalentoso e sardento.
Eu o tinha visto em algumas séries de TV e ele era ainda mais bonito
pessoalmente.
Mas meu interesse real era em ver Ryker de novo e… finalmente
conhecer Marcello.
O melhor amigo do meu ex-namorado me deu um abraço de urso, me
acompanhando pela escada até o interior branco e cinza da aeronave. O
piloto acenou para mim. O comissário bonitão sorriu. No segundo seguinte
Ryker colocou uma mão gentil no meu quadril, me guiando para a nossa
pequena área com quatro assentos de frente uns para os outros.
“Já era hora de você mostrar sua bela cara de novo”, Ryker brindou
comigo enquanto nos sentávamos. “Já faz tempo demais.”
As taças de champanhe que nos tinham entregado continham um
líquido rosa dentro, cada uma delas estava decorada com uma amora. Elas
fizeram um som de cristal mágico quando brindamos, de alguma maneira
nós tocamos as taças ao mesmo tempo.
“Você sentiu saudade, hein?”, provoquei.
“Você está de brincadeira?”, Ryker gargalhou. “Você não tem ideia de
quantas vezes eu disse a Aiden que iria atrás de você eu mesmo.”
Ele fez um gesto para o assento vazio onde meu ex se sentaria, ao lado
de Marcello. Os dois já haviam telefonado nos avisando que se atrasariam.
Enquanto eu derramava o líquido frio pela minha garganta seca, meus
olhos pousaram em Ryker. Ele estava bonito. Mais bonito do que eu me
lembrava. Sucesso e maturidade tinham-no tocado da mesma forma com
que fizeram com Aiden, e as duas coisas lhe caiam bem.
“Então por que você não veio?”, perguntei.
“Não vim para onde?”
“Atrás de mim.”
O sorriso de Ryker virou um encolher de ombros. “Acredite, eu estava
tentado. Mas no final, você sabe. Código dos caras.”
“Hmm?”
“Bom, não sei como funciona do seu lado”, ele disse maliciosamente,
“mas o código dos caras diz que não podemos sair com as ex-namoradas
dos nossos amigos.” Ele pausou por um momento, considerando. “A menos
que…”
Seu esforço interno era intrigante. “A menos que?”
Ryker sorriu e limpou a garganta. “A menos que você pergunte ao seu
amigo se está tudo bem por ele num dado momento que ele será obrigado a
dizer sim. Mas então — não importa quanto tempo vocês fiquem juntos —
ele vai ser igualmente obrigado a te atormentar com o fato de que sua
garota foi dele antes.”
“Isso é verdade?”, sorri de volta.
“Não conheço o estatuto completamente, mas acho que é a essência da
lei.”
Ryker se contorceu para trás, seu assento de couro fez aquele barulho
maravilhoso rangente que era confortante de alguma forma. Ele tinha ficado
maior desde a última que nos vimos, seus braços estavam repletos de
músculos. Mas sua altura — quase dois metros — ainda dava uma leveza
que se encaixava perfeitamente com a moldura poderosa.
“Você abriu uma loja de tatuagens?”, provoquei, apontando para seus
braços nus.
Ryker já tinha algumas tribais quando eu e Aiden namoramos, e até um
leão realista. Mas seus dois braços agora estavam fechados com preto e
cinza.
“Talvez”, ele brincou.
Eu conseguia ver todos os tipos de animais e repteis correndo pelo seu
braço direito, todos parecendo ferozes e selvagens. Seu braço esquerdo,
entretanto, tinha um conjunto de penas e rosas com o design mais suave. Vi
um tributo a seu pai, emoldurado por uma asa de anjo. Uma data no centro
do seu antebraço atraiu minha atenção para o fato.
“Sinto muito pelo seu pai, falando nisso”, eu disse.
“Eu também”, Ryker sorriu. “Mas obrigado.”
“Você sabe que ele era o máximo, não é?”
Ele dobrou suas mãos sobre o colo, refletindo internamente e buscando
memórias felizes. Eu o deixei ali, à deriva para onde quer que fosse. Algum
lugar divertido, com certeza, porque seu sorriso aumentou.
“Câncer é uma merda!”, ele disse finalmente.
Eu estiquei a mão e abaixei um dos lados da minha blusa. Girando
ligeiramente, mostrei a ele minha data triste, escrita sobre uma rosa no meu
ombro direito.
“Sim”, eu disse, suavemente. “Uma merda.”
Por um minuto, o silêncio reinou. Nós dois nos contentamos a ficar
imersos nas nossas memórias enquanto o couro crepitava debaixo de nós.
Uma mensagem de texto chegou no seu telefone e nos trouxe de volta
para o presente. Ryker olhou para o telefone por um momento, e então para
mim. “Boa”, ele disse. “Eles estão estacionando no hangar agora.”
Seus belos olhos cor de safira encontraram os meus olhos verdes, e nos
encaramos por um momento. Eu ainda podia ver a juventude ousada
debaixo da nova máscara de maturidade de Ryker. A petulância descarada
que eu conhecia tinha sido substituída por uma confiança tranquila, o que
eu tinha que admitir que era muito mais atraente.
“Então, vamos mesmo fazer isso”, ele disse categoricamente.
Não era uma pergunta. Não requeria necessariamente uma resposta.
“Sim”, respondi, mesmo assim. “Acho que sim.”
Ryker me encarou, seus olhos me penetravam mais fundo. Perdida nas
suas íris azuis perfeitas, eu sentia um calor crescendo.
“Você não sabe quantas vezes te imaginei, Summer. Quantas fantasias
deixei correr na minha cabeça, mas na minha cabeça somente, com medo de
isso mudar as coisas entre Aiden e eu.”
Me senti corar enquanto meu estômago dava um nó mais apertado.
“Também tivemos essas fantasias”, admiti. “Talvez um pouco diferente das
suas, mas—”
“Nós?”
O rosto de Ryker registrava uma surpresa genuína. Eu não consegui
fazer outra coisa além de dar uma risadinha.
“Aiden nunca te contou?”
Ele balançou a cabeça, incrédulo. Caramba, eles eram melhores
amigos. Eu achava que eles compartilhavam tudo.
“Sim, bem…”, ele finalmente deu de ombros. “Você devia perguntar a
ele.”
Então aplausos suaves começaram e Aiden entrou no avião. Seguido
pelo italiano moreno e alto que eu havia visto nas fotos. O que tinha uma
barba sexy e o sorriso brilhante de um milhão de dólares.
“Tudo certo?”, Ryker perguntou.
“Mais ou menos.”
Os olhos do meu ex não estavam exatamente preocupados, mas eles
também não estavam tranquilos. Pelo menos, não era a expressão de alguém
prestes a voar para o paraíso em um jato particular.
Osolhos de Ryker se estreitaram. “Corey?”
Aiden estava ocupado desabotoando sua camisa e tirando a gravata.
Mas logo atrás dele, Marcello acenou.
“Sim, mas nada que não pudemos resolver”, o italiano garantiu a
Ryker.
Seu olhar deslizou para mim, o que me fez endurecer. De repente,
fiquei nervosa. Perdi totalmente as palavras. Mas quase imediatamente ele
me tranquilizou com seu melhor sorriso de molhar minha calcinha.
“E nada com que eu esteja preocupado agora.”
 
Capítulo 10
 
 
SUMMER
O sol escaldante. O céu imaculado. O mar de águas cristalinas em azul
turquesa em contraste com a areia branca da praia e as exuberantes
palmeiras.
Ao vivo, Bora Bora não parecia nada com as fotos magníficas que eu
já tinha visto, aquelas cores vibrantes pareciam surreais demais.
Não. Na vida real era muito melhor.
Tudo era perfeito, desde as areias virgens até as montanhas distantes
com cumes que se aproximavam gentilmente das nuvens. O voo tinha sido
ótimo. Sem irregularidades ou turbulência que evocavam as orações que
você não sabia que conhecia até precisar delas. Tínhamos aterrissado antes
do horário previsto no aeroporto Motu-Mute, ainda sentindo os efeitos de
uma viagem longa, mas sem a exaustão esperada de nove horas dentro de
um avião.
Eu me sentia totalmente revigorada desde o momento em que respirei
profundamente a fragrância do ar tropical.
Era o verdadeiro paraíso na Terra.
Demorou um pequeno instante até eu me aprumar enquanto os rapazes
se despediam das outras pessoas do avião. Descobri rapidamente que eles
não eram de outras produtoras. Aparentemente eram clientes. Lenda viva
também estava fazendo negócios com eles.
Uma curta viagem de barco nos levou para Motu Ome, a ilha mais a
Leste de todas do grupo. Atracamos em um dos píeres, de onde avistei de
frente uma linha longa de casas tipo palafitas sobre a água que eu já tinha
visto milhares de vezes antes na internet.
CARALHO!
O lugar definitivamente era digno da lista de “coisas para ver antes de
morrer”. Talvez no topo dela. Tudo era tão verde, azul, tão perfeito… que
eu realmente fiquei sem palavras. Ainda não acreditava que estava lá.
“Gostou?”
Aiden escorregou um braço em volta de mim, devolvendo um sorriso.
Era bonito de ver. Eu queria perguntar a ele quem era “Corey” e que tipo de
problema eles tinham tido antes do embarque. Mas outros pensamentos
tinham sido totalmente apagados pelo absoluto Jardim do Éden em que
tínhamos acabado de chegar.
“Se eu gostei?”, perguntei, chacoalhando a cabeça. “Se eu gostei?”
Ele gargalhou e, por um segundo, fiquei tentada a empurrá-lo na água.
Assistir as águas cristalinas o engolirem e batizarem, de roupa e tudo.
“Vocês vão se vestir casualmente em algum momento?”, perguntei
habilmente. “Não vão?”
“Aham.”
“Que bom. Porque eu vou vestir meu biquíni imediatamente após
chegar no nosso bangalô.”
Nossas coisas tinham sido colocadas gentilmente em uma das
passarelas de madeira que ligavam as casas. Elas se ramificavam para a
direita e para a esquerda. Formando passarelas menores para outros
bangalôs em formato de V para maximizar a vista para o oceano.
Todos eles eram magníficos. E qualquer um servia para mim.
Mas para minha surpresa, continuamos caminhando.
Para onde diabos estamos indo?
Era estranhamente natural estar ali com eles. Maravilhada pela beleza
que nos rodeava e contando piadas sobre a viagem. Marcello era amistoso e
charmoso. Passamos uma ou duas horas nos conhecendo melhor
amontoados em uma das extremidades do bar do avião. Ryker e eu
tínhamos muito assunto para colocar em dia, mas não demorou para
voltarmos a nossa dinâmica familiar. Revivemos histórias antigas e ele
compartilhou algumas novas que envolviam Aiden e eu ainda não tinha
ouvido.
Deslizamos em direção ao alto mar até o calçadão de madeira não
chegar à mais nenhuma casa. Logo em frente, um bangalô de sapê se
estendia pelo horizonte, mais amplo e largo que os outros. Enquanto nos
aproximávamos, percebi que havia três casas diferentes na mesma área:
uma no centro e duas outras menores, uma de cada lado. E no meio…
“Uau!”
No meio, havia um deque de madeira que pendia tão baixo que
praticamente tocava a água. Espreguiçadeiras ladeavam um aquecedor a gás
cheio de pedras de vidro que pareciam joias rosadas cintilantes.
“Esse são nossos?”
Aiden assentiu, esticando os braços para cima.
“Tudo isso?”
Ryker já estava tirando a camisa. Marcello começou a fazer o mesmo.
Parada ali entre eles, meu coração palpitava de alegria. Aquilo tudo era
espantosamente bonito.
Um minuto depois o carregador que trazia nossas coisas sorriu
educadamente e saiu depois de receber gorjeta de Aiden. Ficamos sozinhos
sob o sol do meio-dia. Meu corpo continuava pensando que já era meia-
noite, mas eu não me importava.
“O que vamos—”
Senti a água espirrar perto de mim quando Ryker pulou do deque
segurando as pernas e gritando “Bombaaa!” Antes que ele pudesse voltar à
superfície, Marcello mergulhou de cabeça, seu corpo esguio e magro quase
não espirrou água quando ele perfurou o oceano azul cerúleo.
“Venham!”, Ryker exclamou, alisando o cabelo com uma mão. “Está
muito bom!”
Eu já estava sorrindo quando meus dedos deslizaram mecanicamente
pelas laterais do meu short. Na minha cabeça não tinha motivo para eu ficar
vestida.
“Então vamos nadar primeiro!”, Aiden deu de ombros sorridente. Ele
parecia totalmente ridículo parado ali de traje social, mas pelo menos ele
estava desabotoando a camisa devagar. “Desfazemos as malas mais tarde.”
 
Capítulo 11
 
 
RYKER
Não parecia real para mim, mesmo naquele momento. Mesmo olhando
para ela, para o seu sorriso, seus olhos verdes balançando com alegria nas
águas quentes e rodopiantes do paraíso.
Summer.
Santo Deus!
A ex-namorada de Aiden.
Mesmo depois dele contar o que aconteceu, eu ainda não acreditava.
Que ele não tinha só transado com aquela bela criatura de novo, mas que ele
tinha compartilhado nossa ideia maluca com ela.
E não sei como…
Não sei como ela tinha topado tentar.
Mesmo rodeado pelo cenário mais bonito da porra do planeta, eu não
conseguia parar de olhar para ela. Summer era tudo o que eu sempre quis
em uma mulher. Alta, loira, linda. Um corpo de tirar o fôlego. Inteligência e
bom humor. Mesmo sua risada tinha o tom musical perfeito — não era
forçada, dissimulada.
Merda, para ser honesto eu meio que sempre a quis para mim.
Com aquele jeito engraçado e atrevido, Summer era a garota do meu
melhor amigo. Proibida para mim, mesmo depois que eles terminaram. Eu
disse que ele era louco por deixá-la ir daquele jeito. O critiquei de todas as
formas possíveis, mas Aiden estava dedicado demais ao trabalho. Tão
dedicado que me arrastou com ele.
Em alguns momentos eu o odiava por isso, porque o trabalho era
inegavelmente implacável. Mas as recompensas? Eu só precisava olhar ao
redor. Flutuando ali com meus amigos e sócios no berço do paraíso…
Sim, era muito melhor do que os negócios familiares que meu pai tinha
me encarregado.
Aquela parte tinha sido difícil — explicar para a minha família que eu
não seguiria mais seus passos quando ele se fosse. Por melhor que eu fosse
no que fazia, a monotonia constante de realizar as mesmas tarefas sempre,
mesmo em um endereço diferente, não era mais atrativa para mim.
Pelo menos o meu velho não presenciou a transição. Eu teria partido
seu coração se tivesse dito que não assumiria os negócios. Bom, às vezes eu
pensava que não. Pensava que ele poderia até mesmo admirar o fato de eu
escolher minha própria direção, fazer o que eu queria. Deixar a construção
civil para os meus dois irmãos mais novos, Gavin e Jason. Os gêmeos
idênticos que mal podiam esperar para seguir os passos do pai.
E ali estava eu, trabalhando como desenvolvedor para o Lenda Viva.
Continuando o caminho pouco provável que eu havia descoberto quando fui
forçado a fazer um curso de html e me dei conta de que gostava para
caralho de ficar sentado em frente a um monitor, projetando coisas numa
tela exatamente como eu queria.
O negócio estava se expandindo e nossa reputação cresciarápido na
indústria. Parcialmente por causa das habilidades naturais de Aiden de lidar
com pessoas, mas também por causa da genialidade do Marcello ao
transformar tudo em viral.
Mas não estávamos ali por causa disso, embora ao mesmo tempo
estivéssemos. Estávamos inteiramente por outro motivo: a peça final do
quebra-cabeça das nossas vidas. A única coisa que poderia nos fazer e
manter felizes, mesmo de forma não ortodoxa, não convencional e até
mesmo hedonista.
Nós havíamos decidido compartilhar uma namorada.
Começou como uma piada, depois das duas últimas garotas que
deixaram a mim e ao Aiden comendo poeira. Elas terminaram conosco no
mesmo dia que a noiva do Marcello jogou um salto quinze na sua cabeça, o
que se tornaria a última batalha de uma guerra perdida.
“Três malucas é demais!”, eu disse enquanto ríamos e afogávamos as
mágoas. “Talvez só precisemos de uma muito boa.”
Nós três passamos o resto do tempo brincando, falando sobre como
seria fácil fazermos uma mesma garota feliz. Como um relacionamento
poderia dar certo com o esforço, os recursos e a atenção de três ao mesmo
tempo. E sim, até mesmo sobre como a compartilharíamos na cama.
Já havíamos tocado no assunto algumas vezes, assistindo programas na
TV a cabo sobre poliamor. Ou melhor, sobre poliandria, quando uma
mulher tem mais de um marido.
“Caralho!”, Aiden e Marcello exclamaram em uníssono.
Tudo aquilo parecia loucura, é claro, mas existiam pessoas felizes
daquela forma. E honestamente, não tínhamos nada a perder. Entre todo o
trabalho e as viagens e a indisponibilidade para nossas companheiras? Já
estávamos falhando miseravelmente nas relações convencionais mesmo.
“Vamos postar um anúncio”, eu disse um dia. “E ver se alguma mulher
é doida o suficiente pra responder.”
No processo da elaboração do nosso anúncio, criamos uma lista de
coisas que queríamos evitar. Queríamos uma namorada, não uma
acompanhante. Alguém que pudesse investir emocionalmente em nós, e por
quem pudéssemos retribuir os sentimentos. Mas também alguém que
pudesse viajar e não topar a ideia só pelas viagens. Em outras palavras: uma
empreendedora independente com objetivos. Alguém com a cabeça boa e
poderosa, mas que também continuasse fazendo seu próprio trabalho.
Bonita, divertida e—
“Sabe, eu deveria convidar a Summer pra uma entrevista”, Aiden
brincou na época, me dando uma cotoveladinha. “Ela entraria no topo da
lista de candidatas.”
Eu poderia dar uma risada, mas não o fiz. Pensando bem, o que ele
disse tinha me deixado com a boca seca.
“Você está falando sério?”
“Sim e não”, Aiden deu de ombros. “Sim, porque acho que ela seria a
mulher perfeita pro que procuramos. Não, porque ela possivelmente
arrancaria minha cabeça com uma pá só por perguntar.”
A ideia me abalou por dias. Meu amigo estava falando sério? Eu não
tinha certeza. E ao mesmo tempo, eu não estava em condições de continuar
o assunto. Eu só podia fantasiar que alguém como Summer voltaria para as
nossas vidas, mas em uma posição em que nós dois aproveitaríamos da
mesma forma. E Marcello também, é claro.
E então ela ligou e eles se encontraram. Aparentemente, fodendo
loucamente em seguida.
E ali estava ela.
Encarei o horizonte enquanto o pôr do sol deixava tudo num tom
surreal de azul índigo. Só tínhamos passado metade de um dia ali, mas
parecia mais tempo. Era a primeira vez em muito tempo que eu me sentia
completamente relaxado. Em parte, porque Aiden estava finalmente
tranquilo — uma façanha difícil de alcançar. Mas o resto era por puro
contentamento. Felicidade.
E ela.
Respirei fundo enquanto ouvia a risada de Summer. E assistia meus
amigos brincarem na água com ela enquanto eu organizava as cadeiras em
volta do aquecedor.
Minhas expectativas estavam altas e eu me perguntava como seria.
Summer. Conosco. Um relacionamento de quatro pessoas, incluindo os dois
caras mais próximos de mim no mundo inteiro e a única garota que eu
sempre desejei.
A melhor parte dela era que nos conhecíamos fazia anos. Já havíamos
compartilhado momentos. Risadas. Conhecido lugares e visto coisas juntos,
nós e Aiden, é claro.
“Venham!”, gritei, com as duas mãos em volta da boca. “O fogo está
aceso!”
Eles se viraram quando ouviram minha voz e nadaram na minha
direção e do nosso pequeno mundinho. Assisti Summer sair da água
primeiro e esticar as pernas longas e sensuais. Torcer seu longo cabelo loiro
para remover a água.
Summer.
Finalmente.
Deus, eu ainda não a havia beijado, mas ela já era a namorada dos
meus sonhos.
 
Capítulo 12
 
 
SUMMER
Comemos, bebemos e pairamos pelo paraíso. Passamos os dias de
lazer entre nossas três casas lindas, com a mesa posta, frutas, flores e todos
os confortos de um lar.
Havia sofás, cadeiras, travesseiros e cobertores. Tudo era
extremamente limpo, lençóis com a fragrância do vento do oceano
compunham os quartos. Marcello tinha ficado no bangalô da direita e Ryker
no da esquerda. Aiden tinha descarregado nossas coisas na casa central e
fiquei pensando no que aconteceria dali para frente.
Melhor do que permanecer naquele limbo, decidi que queria descobrir.
A melhor coisa a fazer era parar de rodeios. Algumas perguntas
precisavam ser respondidas. Algumas coisas precisavam ser definidas para
o bem do nosso conforto. E quanto mais rápido acontecesse, melhor seria,
eu sabia do fundo do coração. Porque quanto mais esperássemos, mais
estranhas as coisas ficariam.
E eu certamente não ficaria sentada esperando que os rapazes
tomassem todas as decisões.
Tudo aquilo formava um turbilhão na minha cabeça quando me
aproximei do aquecedor onde os rapazes estavam rindo e bebendo cervejas
em garrafas coloridas. Marcello estendeu uma e me ofereceu. Aceitei,
agradeci e reuni minha coragem com a ajuda de um gole longo e gelado.
“Olá, rapazes.”
Eu tinha me trocado, lavado o sal do meu corpo e vestido algo
bonitinho e confortável. Os rapazes ainda estavam sem camisa e cheirando
a mar. Era um bom cheiro. Um odor saudável.
Marcello quase caiu de choque quando escorreguei contra o seu corpo
e o beijei.
Aconteceu tão subitamente, arrojadamente, meus dois braços em volta
dos seus ombros largos. Sua boca estava doce e salgada. Sua língua era
quente e maravilhosa, se revelando minha. Eu podia sentir o peso dos
olhares dos outros dois quando suas mãos deslizaram para o meu quadril. O
silêncio atordoado do nada invadiu enquanto nós dois nos beijávamos na
frente deles por alguns segundos.
Hmmmm…
Para alguém tão ousada, eu estava toda arrepiada. Eu voava total e
completamente em piloto automático quando me afastei relutante do
italiano enorme direto para os braços de Ryker.
Fiquei na ponta dos pés — o que não era muito comum. Eu tinha um
metro e oitenta, e era a mulher mais alta que eu conhecia, mas Ryker me fez
me sentir positivamente pequena uma vez na vida. Nossos olhos se
encontraram brevemente e trocamos um oceano de informações sem uma só
palavra. Abruptamente, ele me beijou. Inclinou seu corpo para encontrar
meus lábios, me arrebatando contra seu peito quente quando nossas bocas
se tocaram pela primeira vez.
Era imensuravelmente bom, mas também ardentemente sexy. Sujo.
Totalmente proibido. Eu não esperava aquelas sensações. O tabu de beijar o
melhor amigo do meu ex — na frente dele ainda — me deixou inteira e
libidinosamente molhada. Foi mil vezes mais sensual do que eu jamais
havia pensado que seria.
Santo DEUS!
Ryker me beijava como se me possuísse — como se tivéssemos feito
aquilo a vida inteira. Suas mãos pareciam estranhamente familiares ao meu
corpo. Sua língua era doce e impossivelmente perfeita, encaixada na minha
boca. Nosso beijo durou meio minuto, de olhos fechados e com os lábios
pressionados fervorosamente, nossas mandíbulas giravam em direções
opostas. Finalmente me afastei dele. Mas não sem resistência e relutância
dos dois lados.
Me restava Aiden, meu amado. Meu quase ex-ex-namorado, que nos
encarava com os braços cruzados sobre seu peitoral lindo e nu. Ele não
parecia bravo nem com ciúmes, mas totalmente interessado. E havia um
sorriso maroto