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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância NÚCLEO COMUM Metodologia da Pesquisa Científica UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância NÚCLEO COMUM Créditos e Copyright Este curso foi concebido e produzido pela UNIMES Virtual. Eventuais marcas aqui publicadas são pertencentes aos seus respectivos proprietários. A UNIMES Virtual terá o direito de utilizar qualquer material publicado neste curso oriundo da participação dos alunos, colaboradores, tutores e convidados, em qualquer forma de expressão, em qualquer meio, seja ou não para fins didáticos. É proibida a reprodução total ou parcial deste curso, em qualquer mídia ou formato. ______________________________________________________________ Copyright (c) Unimes Virtual GAP- GRUPO DE APOIO PEDAGÓGICO Metodologia da Pesquisa Científica. GAP- GRUPO DE APOIO PEDAGÓGICO. Núcleo de Educação a Distância da UNIMES. (Material didático): Metodologia da Pesquisa Científica. (por) GAP - Grupo de Apoio Pedagógico. Revis. Thiago Simão. Santos: UNIMES VIRTUAL. UNIMES. 2007/2016. 76 p. Curso de Pós-Graduação – O Coordenador Pedagógico e a Prática Educativa. Modo de acesso: www.unimes.br 1. Docência Superior 2 Metodologia da Pesquisa Científica. CDD 001.42 http://campus20181.unimesvirtual.com.br/mod/resource/view.php?id=2755 http://www.unimes.br/ UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância NÚCLEO COMUM UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS PLANO DE ENSINO CURSO: Licenciaturas e Pedagogia COMPONENTE CURRICULAR: Metodologia da Pesquisa Científica MÓDULO: 2º CARGA HORÁRIA TOTAL: 80 horas EMENTA Busca da compreensão dos pressupostos teóricos da investigação científica. Exame de questões relativas à aplicabilidade da ciência em contextos sociais. Detalhamento de normas e técnicas apropriadas à elaboração de trabalhos científicos. Conceitos da ciência e do conhecimento, dos fundamentos epistemológicos da prática científica e da pesquisa. Referências bibliográficas. As normas da ABNT. Metodologia da elaboração de projetos de pesquisa. OBJETIVO GERAL Busca-se, com a sequência de conteúdos que serão trabalhados nesta disciplina, que o aluno perpasse por uma linha mestra sequencial que demonstre a evolução da pesquisa acadêmica, contendo desde a importância do estudo da Metodologia da Pesquisa Científica para a valorização e a construção do Trabalho de Conclusão de Curso, como instrumento de trabalho. O objetivo é que o aluno compreenda a formalização da ciência de modo que a mesma possa contribuir para a sua trajetória acadêmica e profissional. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância NÚCLEO COMUM OBJETIVOS ESPECÍFICOS Instrumentalizar o aluno para a pesquisa acadêmica. Oferecer um panorama dos tipos de pesquisa e seus desdobramentos na universidade. BIBLIOGRAFIA BÁSICA AZEVEDO, C. B. Metodologia científica ao alcance de todos. Barueri, SP: Manole, 2009. BARROS, A. J. S. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. CASTRO, C. M. A prática da pesquisa. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR CASTRO, C. M. Como redigir e apresentar um trabalho científico. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. Metodologia científica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. DEMO, P. Metodologia da investigação em educação.Curitiba:Ibpex, 2012. MASCARENHAS, S. A. Metodologia científica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. PEROVANO, Dalton Gean. Manual de metodologia da pesquisa científica. Curitiba: InterSaberes, 2016. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância NÚCLEO COMUM METODOLOGIA As aulas serão desenvolvidas por meio de recursos como: videoaulas, fóruns, atividades individuais, atividades em grupo. O desenvolvimento do conteúdo programático se dará por leitura de textos, indicação e exploração de sites, atividades individuais, colaborativas e reflexivas entre os alunos e os professores. AVALIAÇÃO A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados tanto na parte teórica como na prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades em momentos específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações a distância e Prova Presencial, de acordo com a Portaria de Avaliação vigente. A Avaliação Presencial, está prevista para ser realizada nos polos de apoio presencial, no entanto, poderá ser realizada em home seguindo as orientações das autoridades da área da saúde e da educação e considerando a Pandemia COVID 19. 6 NÚCLEO COMUM Sumário Aula 01_Método Científico8 Aula 02_Níveis de Conhecimento11 Aula 03_Pesquisa20 Aula 04_Tipos de pesquisa22 Aula 05_Pesquisa Quantitativa e Qualitativa27 Aula 06_Tipos de Linguagem e Conduta Científica29 Aula 07_Leitura31 Aula 08_Tipos de Linguagem33 Aula 09_Conduta científica35 Aula 10_Projeto de pesquisa I37 Aula 11_Projeto de pesquisa II45 Aula 12_Projeto de Pesquisa III50 Aula 13_Pesquisa na Internet I53 Aula 14_Pesquisa na Internet II61 Aula 15_Objetivos da Pesquisa71 Aula 16_Pesquisa: Procedimentos Técnicos74 Aula 17_Métodos Científicos76 Aula 18_Planejamento e Etapas da Pesquisa79 Aula 19_Escolha do Tema e Revisão da Literatura81 Aula 20_Revisão da Literatura / Introdução86 Aula 21_Justificativa e Objetivos87 Aula 22_Metodologia89 Aula 23_Produção do Conhecimento93 Aula 24_Pesquisa Prática96 7 NÚCLEO COMUM Aula 25_Questionário98 Aula 26_Observação101 Aula 27_Fichamentos103 Aula 28_Formatação de Trabalhos Acadêmicos106 Aula 29_Notas de Rodapé111 Aula 30_Citação113 Aula 31_Tipos de Citações115 Aula 32_Referências118 8 NÚCLEO COMUM Aula 01_Método Científico O que é método? A palavra método vem do grego méthodos, que significa caminho para chegar a um fim. Já que a palavra método significa caminho ou processo racional para atingir um determinado fim, agir com método supõe uma prévia análise dos objetivos que se pretende atingir, as situações a enfrentar, assim como dos recursos e o tempo disponíveis, e por último das várias alternativas possíveis. Trata-se, portanto, de uma ação planejada, baseada em procedimentos sistematizados e conhecidos previamente. E metodologia, o que vem a ser? Metodologia significa estudo dos métodos ou da forma, ou dos instrumentos necessários para a construção de uma pesquisa científica; é uma disciplina a serviço da Ciência. O conhecimento dos métodos que auxiliam na elaboração do trabalho científico. “Metodologia adquire o nível de típica discussão teórica, inquirindo criticamente sobre as maneiras de se fazer ciência. Sendo algo instrumental, dos meios, não tem propriamente utilidade direta, mas é fundamental para a „utilidade‟ da produção científica. A falta de preocupação metodológica leva à mediocridade fatal” (Demo, 1995, p. 12). A atividade da pesquisa necessita de método, mesmo que este seja instrumental, a fim de orientar o pesquisador à construção de quadros teóricos do conhecimento. Demo afirma que “esse instrumento [o método] é indispensável sob vários motivos: de um lado, para transmitir à atividade marcas de racionalidade, ordenação, otimizando o esforço; de outro, para garantir contra credulidades, generalizações apressadas, exigindo para tudo que se digam os respectivos argumentos; ainda, para permitir criatividade, ajudando a devassarnovos horizontes” (1995, p. 12). 9 NÚCLEO COMUM Então, estamos fazendo ciência? A resposta é SIM, pois CIÊNCIA é uma atividade que produz conhecimento. A ciência pode estudar qualquer coisa pertencente à realidade. Enquanto processo, a ciência é um conjunto de práticas e operações que visam a buscar e construir um conhecimento. A ciência estuda os fenômenos e não fatos. Fato: é qualquer evento que ocorre na realidade, independente de ser conhecido ou não, independente de ter sido alguma vez observado ou não. Fenômeno: é um fato que é percebido por um observador. O mesmo fato pode ser observado de diferentes maneiras, por diferentes observadores, gerando diferentes fenômenos, segundo cada ponto de vista. O ponto de vista particular sob o qual um fenômeno é visto ou analisado é o que chamamos de paradigma. Exemplo: Que há estrelas no céu é FATO. Mas se começamos a olhar o céu, com a curiosidade de saber as origens das estrelas, por que elas brilham, quais as distâncias entre elas e a Terra teremos, então, FENÔMENOS prontos para serem estudados pela ciência e desvendados 10 NÚCLEO COMUM para a Humanidade. Só podemos realizar esses estudos utilizando MÉTODOS CIENTÍFICOS. Por que se deve estudar metodologia? Porque todo curso superior tem seu fim com a elaboração de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). O TCC é, portanto, uma exigência legal para obtenção do diploma de conclusão de curso. O uso da METODOLOGIA servirá para organizar o trabalho do aluno e garantir confiabilidade para o estudo realizado. “O fenômeno do conhecimento humano é, sem dúvida, o maior milagre de nosso universo” (Popper, 1975, p. 7). Popper distingue dois tipos de conhecimento: o conhecimento constituído de um estado de consciência que apenas leva a reagir, e o conhecimento, no sentido objetivo, constituído de teorias, problemas e argumentos. De acordo com Khazraí o conhecimento surge “quando todas as vozes do pensamento científico se interagem nas tendências tumultuosas da afetividade, na sala de aula, no momento do estudo, no laboratório e abre frente aos nossos olhos novas perspectivas infinitas de reflexão, e faz voarem nossos espíritos no firmamento interminável da cognição e da emoção. É nesse ponto que a ciência e o afeto se interagem para dar origem ao que nós chamamos de conhecimento” (1983, p. 2). Conhecimento é a relação que se estabelece entre sujeito que conhece ou deseja conhecer e o objeto a ser conhecido ou que se dá a conhecer. 11 NÚCLEO COMUM Aula 02_Níveis de Conhecimento Podemos classificar o conhecimento em cinco tipos. Cada um possuindo sua importância e características particulares. Senso-Comum O conhecimento popular ou senso comum é o conhecimento adquirido dos antepassados; é o resultado das experiências vividas na sociedade a que cada qual pertence. Tais experiências, em geral, não tem como objetivo a construção do conhecimento, mas sim a satisfação de uma necessidade. Daí podermos afirmar que o senso comum é, de certo modo, fruto do acaso, sendo adquirido por meio de ações aleatórias. Sua origem vem do processo de acostumar-se a uma explicação ou compreensão da realidade, sem que ela seja questionada. O conhecimento das rezadeiras no sertão nordestino, as várias superstições, os provérbios, os remédios ou os chás caseiros, as técnicas de artesanato e as artes culinárias, etc. Características: 1. Valorativo, pois está relacionado com os valores do sujeito. 2. Sua origem vem da tradição oral, da observação e reflexão. 3. Subjetivo, pois depende dos nossos juízos e tendências pessoais. 4. Assistemático, porque não precisa de um sistema para ser constituído. 5. Não necessariamente verificável. 6. Falível, pois pode falhar. 7. Inexato. 12 NÚCLEO COMUM No senso comum encontramos o bom senso, que se forma no espírito de todo homem no contato das coisas com que lida. O bom senso é fruto de uma certa sistematização de conhecimentos, um conhecimento compreensivo, rudimentar, espontâneo. Assim, por ser um conhecimento compreensivo, liga as conclusões aos princípios, visto que as pessoas que o têm desenvolvido, quando colocadas em condições diferentes das habituais, resolvem as dificuldades rápida e acertadamente por meio de raciocínios simples, apoiados no corpo do conhecimento que já têm. E seus princípios são gerais, pois que se aplicam as circunstâncias variadas. Por outro lado, o bom senso não reflete sobre si mesmo; trata das coisas, mas não pensa em si. Conhecimento Popular e o Conhecimento Científico O senso comum, não é diferente do conhecimento científico nem pela sua verdade, nem pela natureza do que se está estudando. A principal diferença é a maneira pela qual se atinge o conhecimento. Uma determinada doença pode ser tratada por um chá feito com uma planta específica, resultando a melhora da pessoa. Esse fato pode ser encarado como sendo um conhecimento, porque é provável, mas não é necessariamente científico. Para ser considerado conhecimento científico é preciso que se estude o princípio ativo das substâncias da planta. Portanto, a ciência não é obrigatoriamente a única maneira de se chegar ao conhecimento. Os fenômenos podem ser observados pelo cientista e pelo homem comum. 13 NÚCLEO COMUM Conhecimento Filosófico Podemos caracterizar a filosofa como sendo uma reflexão que busca compreender o sentido da realidade, do homem, sua relação com a natureza e seus produtos, que são a cultura e a história. Através de uma reflexão em profundidade, coerente e abrangente vê-se a importância e a necessidade da filosofia, pois é através dela que temos a oportunidade de reunir o pensamento fragmentado da ciência, reconstituindo sua unidade. A filosofia apresenta similaridades com a ciência e com a literatura, mas é diferente de ambas. A proximidade com a ciência está no rigor intelectual e no objetivo final que, grosso modo, pode-se dizer é a busca da verdade. Admirar-se, era para Platão a condição de onde deriva a capacidade de problematizar, o que marca a filosofia não como posse da verdade, mas como sua busca. (ARANHA; MARTINS, 1999, p. 72). Podemos entender que filosofar é aceitar o desafio de mudança. Também é a possibilidade da transcendência humana, a capacidade exclusiva do homem por meio da qual ele pode superar situações dadas e não escolhidas. Platão, pintado por Rafael (Escola de Atenas) A filosofia impede a estagnação e recupera o processo perdido no imobilismo das coisas feitas, muitas vezes já ultrapassadas. É um movimento, pois o mundo é movimento que se manifesta pela tese (certeza) e pela antítese (negação), dois 14 NÚCLEO COMUM movimentos superados pela síntese, a qual, por sua vez, produz uma nova tese e assim sucessivamente. Características: 1. Valorativo, pois está relacionado com os valores do sujeito. 2. Racional e reflexivo. 3. Sistemático, porque precisa de um sistema para ser constituído. 4. Não é verificável. 5. Infalível. 6. Exato. Podemos dizer que o conhecimento filosófico é fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência. Conhecimento Religioso É aquele conhecimento apoiado em doutrinas sagradas. É um conhecimento sistemático em que a verdade é tratada de forma indiscutível. A aceitação desse conhecimento é um ato de fé, considera-se que o mundo foi criado por um ser divino, princípio inquestionável ainda que não existam evidências para sua comprovação. A teoria da evolução das espécies de Charles Darwin representa um exemplo de conflito existente entre o conhecimento religioso e o conhecimento cientifico.A hipótese de evolução do ser humano defendida por essa teoria não é aceita pelos teólogos, que acreditam nas explicações da bíblia. Pietá (Verugino) 15 NÚCLEO COMUM Características: 1. Valorativo, pois está relacionado com os valores do sujeito. 2. Sua origem vem da fé e da inspiração. 3. Sistemático, porque precisa de um sistema para ser constituído. 4. Não verificável. 5. Infalível. 6. Exato. Conhecimento Artístico É o conhecimento que se baseia na intuição e emoção. A informação que se manifesta através de uma obra de arte é de natureza emocional, causando irritação, alegria, tristeza etc. A forma de conhecimento não é lógica e pode despertar emoções diferentes, dependendo da relação que se estabelece entre observador e o fenômeno observado. É um conhecimento inesgotável, pois a obra é encarada de diversas formas por pessoas diferentes e de diferentes modos por uma mesma pessoa. Uma das particularidades do conhecimento Artístico é que ele não pode ser interpretado por outras formas de linguagem sem perder o conteúdo intrínseco. Zapata, 1921 ( José Clemente Orozco) 16 NÚCLEO COMUM Características: 1. Valorativo, pois está relacionado com os valores do sujeito. 2. Sua origem vem da inspiração. 3. Assistemático, porque não precisa de um sistema para ser constituído. 4. Não verificável. 5. Infalível. Conhecimento Científico O desenvolvimento do pensamento humano acompanhou a sua evolução, desde os primeiros hominídeos até o ser humano moderno. Podemos definir três momentos que apontam para essa evolução: desconhecimento, a crença e a ciência. Em um primeiro momento, entre os primitivos caçadores nômades predominava um desconhecimento em relação às causas dos fenômenos naturais. Em seguida veio a crença, por intermédio das quais se buscava explicações para os fenômenos naturais, gerando superstições. As religiões antigas relacionavam os fenômenos naturais à vontade dos deuses. Finalmente, o homem começou a buscar respostas que explicassem esses fenômenos, não se contentando simplesmente com as respostas oriundas da crença na vontade divina. Mais do que isso, o homem passou a buscar a comprovação das explicações dos fenômenos e, nesse momento, surgiu o chamado método científico (veremos com detalhes mais tarde). Como o ser humano é um animal dotado com as capacidades de pensamento e de reflexão, isso possibilitou a busca de novas descobertas e o mais importante, o desenvolvimento da capacidade de transmissão esse conhecimento para as futuras gerações. A ciência moderna surgiu há, aproximadamente, 400 anos, mas podemos dizer que mais recentemente tivemos os maiores avanços desse conhecimento. 17 NÚCLEO COMUM O conhecimento científico pode ser definido como sendo racional e sistemático, descobrindo as relações universais entre os fenômenos, permitindo prever acontecimentos e dessa forma agir sobre a natureza. Isso não quer dizer que a ciência consiga produzir um tipo de conhecimento definitivo, sobretudo porque ela está em constante evolução. Características do Conhecimento Científico: 1. Factual, trata-se de um conhecimento concreto, vem dos fatos. 2. Tem origem na observação e experimentação. 3. Sistemático, porque precisa de um sistema para ser constituído. 4. É verificável. 5. Falível. 6. Aproximadamente Exato. Além disso, o conhecimento científico: • É racional e objetivo. • Atem-se e transcende aos fatos. • É analítico e requer exatidão e clareza. • É comunicável. • Depende de investigação metódica. • Busca e aplica leis. • É explicativo. • Pode prever acontecimentos. • É aberto e é útil à humanidade. 18 NÚCLEO COMUM Ciência e método científico Todas as ciências caracterizam-se pela utilização de métodos científicos; em contrapartida, nem todos os ramos de estudo que empregam estes métodos são ciências. Dessas afirmações podemos concluir que a utilização de métodos científicos não é de alçada exclusiva da ciência, mas não há ciência sem o emprego de métodos científicos (LAKATOS; MARCONI, 1991, p.30). O método científico é a teoria da investigação. Ainda segundo Lakatos e Marconi (1991, p.46) esta alcança seus objetivos, de forma científica, quando cumpre ou se propõe a cumprir as seguintes etapas: 1. Descobrimento do problema ou lacuna num conjunto de conhecimentos. Se o problema não estiver enunciado com clareza, passa-se à etapa seguinte; se o estiver, passa-se à subsequente; 2. Colocação precisa do problema, ou ainda a recolocação de um velho problema, à luz de novos conhecimentos (empíricos ou teóricos substantivos ou metodológicos); 3. Procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao problema (por exemplo, dados empíricos, teorias, aparelhos de mediação, técnicas de cálculo ou de mediação). Ou seja, exame do conhecido para tentar resolver o problema; 4. Tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identificados. Se a tentativa resultar inútil, passa-se para a etapa seguinte; em caso contrário, à subsequente; 5. Invenção de novas ideias (hipóteses, teorias ou técnicas) ou produção de novos dados empíricos que prometam resolver o problema; 6. Obtenção de uma solução (exata ou aproximada) do problema com auxílio do instrumental conceitual ou empírico disponível; 7. Investigação das consequências da solução obtida. Em se tratando de uma teoria, é a busca de prognósticos que possam ser feitos com seu auxílio. Em se tratando de novos dados, é o exame das consequências que possam ter para as teorias relevantes; 8. Prova (comprovação) da solução: confronto da solução com a totalidade das teorias e da informação empírica pertinente. Se o resultado é satisfatório, a pesquisa é dada como concluída, até novo aviso. Do contrário, passa-se para a etapa seguinte; 19 NÚCLEO COMUM 9. Correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na obtenção da solução incorreta. Para Cervo e Bervian (1996, p. 46-47), os passos, geralmente, observados na realização das pesquisas são os seguintes: 1. Formular questões ou propor problemas e levantar hipóteses; 2. Efetuar observações e medidas; 3. Registrar, tão cuidadosamente quanto possível, os dados observados com o intuito de responder às perguntas formuladas ou comprovar a hipótese levantada; 4. Elaborar explicações ou rever conclusões, ideias ou opiniões que estejam em desacordo com as observações ou com as respostas resultantes; 5. Generalizar, isto é, estender as conclusões obtidas a todos os casos que envolvam condições similares; a generalização é tarefa do processo chamado indução; 6. Prever ou predizer, isto é, antecipar que, dadas certas condições, é de se esperar que surjam certas relações. 20 NÚCLEO COMUM Aula 03_Pesquisa Pesquisa Pesquisa, o que é? É uma pergunta que pode ser respondida de várias maneiras. Veremos que muitos autores definem o que é pesquisa de acordo com seu ponto de vista. Vamos conferir. Para Minayo (1993), a pesquisa é definida como: “atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados”. Entretanto, Gil (1999), vê a pesquisa de outra maneira: “processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”. Sendo assim, podemos então pensar que a pesquisa de uma maneira bem simplificada e cotidiana, seria: “a procura por respostas às perguntas propostas”. Com um olhar mais técnico e apurado, a pesquisa entãoé vista como várias ações que visam solucionar ou pelo menos esclarecer um problema, tendo como base procedimentos sistemáticos e racionais. As pesquisas são realizadas, quando temos um determinado “problema” e não temos informações de como ele surgiu, ou então, de como poderíamos solucioná-lo, ou quais as consequências que ele traz a uma espécie ou população. 21 NÚCLEO COMUM A pesquisa e suas classificações A pesquisa pode ser classificada de várias formas, dependendo da abordagem utilizada, da sua finalidade, entre outros. Vamos observar quais as principais classificações utilizadas. De acordo com a natureza da pesquisa, ela pode ser classificada em: pesquisa básica ou pesquisa aplicada. A pesquisa básica tem o objetivo de gerar novos conhecimentos, contribuindo para o desenvolvimento científico, não tem a obrigatoriedade de ter uma aplicabilidade prática. Esse tipo de pesquisa é baseado em interesses e verdades universais. A pesquisa aplicada tem o objetivo de gerar conhecimentos aplicáveis, e que esses conhecimentos sejam práticos e focados à solução de problemas específicos. A pesquisa aplicada é baseada em interesses e verdades locais. Na próxima aula abordaremos os tipos de pesquisa. Bons estudos! 22 NÚCLEO COMUM Aula 04_Tipos de pesquisa Podemos classificar os vários tipos de pesquisa em função das diferentes maneiras pelo qual interpretamos os resultados alcançados. Essa diversidade é importante para o pesquisador porque possibilita várias visões para um mesmo tema ou problema. Segundo Pádua (1996, p.32-33), a classificação das pesquisas em diferentes tipos surgiu com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento delas. [...] Entretanto, para além do formalismo que uma tipologia requer, devemos reconhecer que o fundamental é compreender a realidade em seus múltiplos aspectos e, para tanto, essa compreensão vai requerer, e talvez admitir, diferentes enfoques, diferentes níveis de aprofundamento, diferentes recursos, dependendo dos objetivos a serem alcançados e as possibilidades do próprio pesquisador para desenvolvê-los. As pesquisas podem ser agrupadas de acordo com diferentes critérios e nomenclaturas. Por exemplo, elas podem ser classificadas de acordo com: • A área do conhecimento em que ocorre a pesquisa: pesquisas sociológicas, antropológicas, educacionais, entre outros. • A finalidade da pesquisa: pesquisa teórica (pura) ou aplicada. • O tipo de pesquisa realizada: pesquisa bibliográfica, descritiva, exploratória, experimental, estudo de caso, entre outros. • O local onde a pesquisa se desenvolve: pesquisa de laboratório, pesquisa de campo. • A maneira que os dados são coletados e analisados: pesquisas quantitativas ou qualitativas. • As técnicas empregadas na pesquisa: questionário, formulário, pesquisas de opinião e de atitudes, testes, análise de conteúdo, história da vida, pesquisas de mercado, observação sistemática, entre outros (LAKATOS; MARCONI, 1991). Vamos conhecer algumas dessas classificações. Pesquisa teórica (ou pesquisa pura) Seu objetivo é a busca do saber (DANTON, 2002). São aqueles estudos motivados por razões de ordem intelectual e que pretendem alargar a fronteira do conhecimento. Podem se revelar muito importantes, como exemplifica Danton (2002, 23 NÚCLEO COMUM p.10): “muitas vezes pesquisas puras revelam grande importância em nossa vida. É o caso da eletricidade. Quando os primeiros cientistas começaram a pesquisá-la, o único objetivo era a curiosidade”. Pesquisa aplicada Pesquisa que busca resultados de ordem prática, visando a solução para problemas concretos e imediatos (DANTON, 2002). Tem em vista a utilização, na prática, de conhecimentos disponíveis para responder às demandas da sociedade em contínua transformação. Pesquisa bibliográfica É feita a partir de documentos como livros, revistas, jornais, sites e outros. É feita através de uma leitura detalhada e sistemática, acompanhada de anotações e fichamentos. A pesquisa bibliográfica serve de apoio para as outras pesquisas, como ferramenta de fundamentação teórica. Deve ser feita sempre no início de qualquer pesquisa, para se conhecer o que já foi estudado em uma área de conhecimento. Pesquisa descritiva O método de pesquisa descritivo tem como características observar, registrar, analisar, descrever e correlacionar fatos ou fenômenos sem manipulá-los, procurando descobrir com precisão a frequência em que um fenômeno ocorre e sua relação com outros fatores. A pesquisa descritiva pode assumir algumas formas relacionadas com o enfoque que o pesquisador deseja dar para seu estudo. Pesquisa exploratória Tipo de pesquisa utilizado quando se quer saber mais sobre um determinado fenômeno, para assim poder formular uma pergunta de pesquisa mais adequada. Sua finalidade é familiarizar-se com o fenômeno e obter uma nova percepção a seu respeito, descobrindo assim novas ideias em relação ao objeto de estudo. 24 NÚCLEO COMUM Pesquisa experimental (pesquisa de laboratório) Lida diretamente com as variáveis relacionadas ao objeto de estudo, procurando saber como o evento em estudo ocorre (DANTON, 2002). A pesquisa experimental se caracteriza pelo controle das variáveis exercido pelo pesquisador. Eventualmente, ela pode ser realizada em laboratório, situação em que o pesquisador “cria uma situação com as condições exatas que ele deseja ter e na qual ele controla algumas variáveis e manipula outras” (FESTINGER, apud MOREIRA, 2007), podendo conhecer os efeitos desta intervenção e daí propor explicações. Estudo de caso Sua preocupação é estudar um determinado indivíduo, família ou grupo para investigar aspectos variados ou um evento específico da amostra. Um único caso é estudado com profundidade para alcançar uma maior compreensão sobre outros casos similares (CERVO; BERVIAN, 2002). Pesquisa de campo Consiste na observação dos fatos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados e no registro de variáveis presumivelmente para posteriores análises (OLIVEIRA, 2002). Após a coleta de dados, passa-se à interpretação dos mesmos, sempre levando em conta a fundamentação teórica existente. Diversas áreas de estudo utilizam as pesquisas de campo, especialmente as que fazem parte 25 NÚCLEO COMUM das ciências humanas, tais como a antropologia, a sociologia, a psicologia e a pedagogia, entre outras. Pesquisa quantitativa Métodos quantitativos são apropriados quando o objeto a ser pesquisado pode ou deve ser quantificável, isto é, expresso através de números. É indicado quando se sabe o que perguntar e o que estudar. Por exemplo, qual é o número de alunos de uma escola que têm computador em casa? Pesquisa qualitativa Métodos qualitativos são adequados quando se pretende investigar que tipo de fenômeno ocorre. As informações são expressas em palavras ou mesmo em imagens. É indicado quando se procura conhecer melhor algo, inclusive para definir as questões a serem investigadas. Por exemplo, o que motiva uma família a adquirir um computador? Saiba mais sobre pesquisa quantitativa e qualitativa Você sabe o que é Ibope? Falar em Ibope é algo muito comum no dia a dia, e o termo virou sinônimo de algo que é muito popular, sendo até verbete de dicionário no Brasil. Mas o que significa Ibope? O Ibope, ou Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, é uma empresa multinacional brasileira de pesquisa de mercado. Como estratégia de trabalho, o Ibope utiliza pesquisas qualitativas e quantitativas. Saiba mais, lendo o texto a seguir, retirado do site do Ibope. 26 NÚCLEO COMUM IBOPE - INSTITUTO BRASILEIRO DE OPINIÃO E ESTATÍSTICA Eduardo de Freitas IBOPE é a sigla do Instituto Brasileiro de Opinião Públicae Estatística, que tem seu trabalho destinado à pesquisa de níveis de aceitação do público em relação a diversos seguimentos, especialmente em campanhas políticas e verificação de índices de audiência de programas televisivos. Esse instituto realiza pesquisas no Brasil e em mais onze países da América Latina. Nesse tipo de prestação de serviços, o IBOPE é um dos principais, sendo requisitado por empresas de televisão, incluindo revistas, rádio, jornais, partidos políticos, além de pesquisas demográficas, entre outras O principal idealizador do instituto no Brasil foi o radialista Auricélio Penteado, dono da rádio Kosmos (São Paulo). Nos Estados Unidos, o radialista, teve a oportunidade de aprender técnicas de pesquisas voltadas para medição de audiência, isso com o propósito de averiguar como era a aceitação do público em relação à sua rádio. Ao realizar a pesquisa, constatou que sua rádio não tinha uma boa aceitação, mas estando entre as mais ouvidas, passou a realizar, exclusivamente, esse tipo de trabalho. Referência FREITAS, Eduardo De. "Ibope - Instituto Brasileiros de Opinião e Estatística";Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/geografia/ibope.htm>. Acesso em 18 de fevereiro de 2016. 27 NÚCLEO COMUM Aula 05_Pesquisa Quantitativa e Qualitativa Abordagem da Pesquisa: Quanto à abordagem da pesquisa, ela pode ser classificada em qualitativa, ou quantitativa. Pesquisa Qualitativa De acordo com Richardson (1999): “os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais”. “... contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos”. A pesquisa qualitativa faz uma análise mais aprofundada sobre o objeto de estudo, destacando características e peculiaridades que a pesquisa quantitativa não exibe. A interpretação geralmente é feita por meio de questionários validados, não havendo necessidade de técnicas estatísticas muito elaboradas. Na pesquisa qualitativa, o método de análise dos dados coletados é o descritivo e o indutivo, pois a fonte da coleta de dados geralmente é o cotidiano ou ambiente natural. Pesquisa Quantitativa Em relação à pesquisa quantitativa, Richardson (1999) afirma que: “caracteriza-se pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc.”. A pesquisa quantitativa considera tudo aquilo que pode ser quantificável, ou seja, que todas as informações coletadas possam ser classificadas, analisadas e expressas em números reais, gerando tabelas e gráficos explicativos. Na pesquisa quantitativa se faz necessário o uso de recursos e técnicas estatísticas mais elaboradas, garantindo a precisão dos resultados, evitando distorções nas interpretações e análises, dessa forma, há uma margem de segurança nas 28 NÚCLEO COMUM inferências que esse tipo de abordagem apresenta. A pesquisa quantitativa procura descobrir e classificar a relação de causalidades entre fenômenos e as variáveis apresentadas. Na próxima aula veremos a diferença entre os objetivos das pesquisas. Caso tenha alguma dúvida, não hesite em entrar em contato com seu professor. Bons estudos! 29 NÚCLEO COMUM Aula 06_Tipos de Linguagem Na aula anterior verificamos alguns dos diferentes tipos de linguagem. Nesta aula vamos conversar sobre a atividade de escrita do pesquisador/aluno, passando pelas diversas etapas e concluindo com a conduta científica do pesquisador. Podemos dizer que a redação do pesquisador deve contar com: a) Terminologia adequada: para cada área da ciência existem alguns termos técnicos que são do conhecimento geral – a utilização desses termos facilita a compreensão do texto. Por exemplo, em histologia os nomes dos corantes utilizados são de conhecimento geral dos pesquisadores (como Hematoxilina-eosina – HE), não sendo necessário expressar os procedimentos utilizados para tal. b) Honestidade: nunca fraudar ou burlar os dados obtidos que nem sempre são os esperados. Muitas vezes, ao terminar um trabalho científico o pesquisador descobre que os resultados obtidos são diferentes daqueles encontrados na literatura. c) Humildade: a humildade é uma qualidade apreciada em qualquer área do conhecimento: ela aproxima, estimula e convence o leitor; d) Lógica: dar coerência à redação e aos procedimentos metodológicos; e) Precisão conceitual: um conceito errado ou que dê margem a dúvidas pode desestimular o leitor, confundi-lo, ou até mesmo fazer com que guarde e aprenda conceitos errados, uma redação dúbia. f) Coerência ideativa adequada: ter uma grande ideia não é sinônimo de um bom trabalho científico, é necessário que o pesquisador tenha coerência na formulação de hipóteses ou leis que revele a sua ideia inicial. Por exemplo, se um pesquisador empenhar anos de sua vida em uma pesquisa e descobrir, no final de seu trabalho, que sua ideia inicial já foi testada e comprovada por vários autores; g) Sistematicidade organizacional: a organização durante a atividade redacional é a base para a descrição de um processo ou análise; h) Planejamento: O planejamento evita problemas futuros como: erros de amostragem, análise de fatores importantes para o objetivo desejado; encontrar o animal no local de amostragem; procurar o organismo no período correto; cuidado com o método de amostragem para evitar o desaparecimento da espécie; o 30 NÚCLEO COMUM procedimento de laboratório podem ser caro demais ou exigir equipamentos não disponíveis; o tempo gasto para sua execução; se este trabalho já não foi feito. i) Fundamentação teórica: uma boa fundamentação teórica dá credibilidade à sua redação científica. 31 NÚCLEO COMUM Aula 07_Leitura Leitura: importância e natureza O que significa ler? Qual a importância da leitura? O que devemos e precisamos ler? Essas são perguntas fundamentais que temos que fazer no início dos nossos estudos. Ler significa adquirir informações, mas também devemos interpretar e compreender o que estamos lendo. Quando pensamos em conhecimento científico, não podemos nos esquecer da leitura, pois grande parte desse conhecimento é obtida dessa maneira. Os textos devem ser encarados como uma fonte quase inesgotável de ideias e conhecimentos. No nosso dia a dia devemos ler bastante, pois isso aumentará o vocabulário, o que ajudará na hora de escrever e falar. Não devemos ter vergonha de utilizar dicionários ou mesmo perguntar a outra pessoa quando não sabemos o significado de uma palavra ou de uma frase. Ao aumentamos o vocabulário, abrimos novos horizontes na mente, permitindo uma melhor compreensão do conteúdo. De um modo geral, a leitura tem dois objetivos principais, o aumento da nossa cultura geral e meio eficiente de aprofundamento do conhecimento (estudo e pesquisa). Em virtude da enorme quantidade de livros, revistas que temos disponíveis, se faz necessária uma rigorosa escolha do que é ou não importante. Tipos de Leitura Podemos classificar a leitura em três tipos: Distração, Cultura Geral e Formação. A leitura de distração é aquela que tem como objetivo o divertimento e o lazer, e é a que fazemos sem maiores preocupações. A sua importância está no fato de despertar o hábito da leitura. Já a leitura de cultura geral, apresenta como objetivo ampliar o conhecimento do que está ocorrendo ao nosso redor e no mundo, através da leitura de jornais, revistas, livros,etc. É importante esse tipo de leitura, que é uma fonte de informação das atualidades. 32 NÚCLEO COMUM A leitura de formação apresenta como objetivo principal aprofundar o conhecimento sobre determinado assunto que estivermos estudando ou pesquisando em livros ou revistas científicas. É imprescindível que esse tipo de leitura seja feita com o máximo de concentração, para uma compreensão satisfatória do conteúdo. Reflexão: A compreensão de um texto é um dos maiores desafios que temos a enfrentar. A compreensão implica contextualização. Escolha um capítulo de um livro que você tenha gostado de ler. Anote ou sublinhe frases interessantes e palavras que necessitem de sinônimo. Feche o livro e pesquise-as. Volte a ler o mesmo capítulo introduzindo o que você pesquisou. Reflita: Nessa segunda leitura (ou 3ª) você entendeu diferente? A leitura ficou mais interessante? Inicie um caderno ou uma ficha, anotando o nome do livro, do autor e suas considerações sobre o capítulo. 33 NÚCLEO COMUM Aula 08_Tipos de Linguagem De maneira geral, podemos distinguir dois tipos de linguagem: a linguagem objetiva e a linguagem subjetiva. Em uma descrição, a linguagem objetiva relata a reconstrução do objeto ou do fato retratado. Este é o tipo de linguagem usado na ciência, pois a ciência apresenta dados universais, que podem ser reconhecidos por diferentes pessoas, em diferentes localidades, em diferentes situações. Por este motivo a redação científica deve ser clara e objetiva. Por outro lado, a linguagem subjetiva não é clara, com ela pode-se chegar a outras conclusões sobre o objeto ou fato descrito. Assim, na descrição de um objeto ou fato se utilizarmos a linguagem subjetiva ela não será universal, poderá apresentar diferentes interpretações, de acordo com a pessoa, com o fato, o fenômeno ou com o objeto a ser descrito. Este tipo de linguagem é utilizado em literatura ou por artistas, que podem oferecer conotações diferenciadas, de acordo com o objetivo proposto. A linguagem poética é um exemplo clássico de linguagem subjetiva. Entre as modalidades da linguagem objetiva, temos a linguagem narrativa, que trata da descrição de um processo e deve seguir uma organização, com as seguintes etapas: a) propósito definido de maneira clara e objetiva; b) estágios sucessivos ao processo: • Quais os procedimentos e passos tomados desde a ideia, definição do objetivo e o seu andamento; c) componentes utilizados para desenvolver o processo; d) resultados obtidos com a execução do processo. Características da linguagem objetiva para fins científicos: 1. Exposição em ordem cronológica: facilita a compreensão do procedimento ou análise, para que qualquer pesquisador possa repetir o processo; 2. Objetividade: não dá margem à dúvida ou interpretação errônea; 3. Detalhamento das ações, indicação clara das diferentes fases do processo: muitas vezes um único processo em um trabalho científico pode ser longo e detalhado, sendo necessário esclarecer todos os passos; 34 NÚCLEO COMUM 4. Predominância de orações coordenadas para facilitar a compreensão do texto; 5. Impessoalidade na exposição: a redação científica deve expor o conhecimento adquirido ao longo do processo. Se o pesquisador escrever de forma pessoal pode não dar credibilidade à sua narração. Caso haja alguma dúvida em relação ao conteúdo abordado, entre em contato com seu professor. Bons estudos! 35 NÚCLEO COMUM Aula 09_Conduta científica Neste caso, deve-se evitar uma cautela exagerada (os termos acauteladores utilizados de maneira exagerada, fazem com que o leitor perca a confiança na originalidade dos resultados obtidos pelos pesquisadores), do mesmo modo que a convicção, o uso exagerado de intensificadores faz com que o leitor desconfie dos resultados apresentados. Por outro lado, uma argumentação adequada resulta em credibilidade. Assim, o importante é que o pesquisador redija para convencer não para impressionar. A redação científica tem características próprias, não só pela terminologia técnica específica empregada em cada uma das áreas do conhecimento, como também pela objetividade e clareza que deve possuir para que tenha ampla divulgação e penetração no meio científico. Em todas as etapas do trabalho científico o critério do “bom senso” deve ser empregado. Embora existam regras gerais para se executar e escrever um artigo científico, em cada área e linha de pesquisa existe características próprias, que o autor deve conhecer e saber discernir qual o procedimento ou termo mais adequado para ser utilizado. Um trabalho científico é o registro de uma descoberta original de pesquisa organizada em várias seções de acordo com um formato que reflete a lógica de um argumento científico. Os cientistas profissionais seguem este formato rigorosamente quando eles escrevem um manuscrito para publicação de estudos biológicos, o mesmo método organizado é utilizado para elaborar projetos e registros de laboratório. Os artigos científicos respeitam uma estrutura de composição. Você pode começar a redigir pela seção que lhe pareça mais fácil. Para muitas pessoas essa seção é a metodologia. Usualmente a discussão e o resumo são escritos por último, após a conclusão do trabalho. Falar e escrever adequadamente são fundamentais para qualquer pesquisador. A linguagem culta pode ser observada nos noticiários transmitidos pelas redes de televisão e editoriais dos bons jornais diários do país. 36 NÚCLEO COMUM Para escrever bem deve-se investir tempo, paciência e esforço, além de valorizar esta tarefa. A linguagem científica dever ser clara, objetiva, escrita em ordem direta e com frases curtas. A clareza na escrita é um reflexo da clareza das ideias e da compreensão. 37 NÚCLEO COMUM Aula 10_Projeto de pesquisa I O projeto de pesquisa é a base da organização do seu trabalho de pesquisa. Ao elaborar o projeto você organiza suas ideias: percebe se o tema está muito amplo, identifica o que deve dizer primeiro e o que deve dizer depois, escolhe as teorias que podem ajudá-lo mais e assim por diante. O projeto é um esboço do trabalho final, seu esqueleto, sua estrutura. Desenho de Oscar Niemeyer: Projeto do Memorial da América Latina em São Paulo Memorial da América Latina/São Paulo Um projeto nasce de uma ideia, algo que você quer dizer, sobre uma parte da realidade que você gostaria de mudar. Elementos do projeto O projeto é um planejamento que deve orientar toda a pesquisa. Não deve ser considerado apenas um documento a ser apresentado como um item da burocracia acadêmica, mas deve acompanhar o trabalho do pesquisador. 38 NÚCLEO COMUM Segundo Pescuna e Castilho (2005, p.18), "a etimologia dos termos projeto e problema mostra que, apesar de diferentes origens, ambos possuem o mesmo significado [...] Os vocábulos projeto e problema possuem originalmente, o mesmo significado, que é lançar-se ou lançar algo para superar um obstáculo que se apresenta. Portanto, essas palavras revelam-se como duas faces do mesmo desafio. Esse paralelo indica que a determinação do problema é o objetivo primeiro do projeto de pesquisa". O projeto de pesquisa é um texto que define o problema a ser superado, com experimentos metodológicos, e a ordem das atividades que serão realizadas para a construção de um trabalho de pesquisa (PESCUNA e CASTILHO, 2005, p.18). Os elementos iniciais de um projeto de pesquisa (tema, justificativa e referencial teórico) desembocam na delimitação e formulação do problema. Do problema decorrem os demais elementos (levantamento das atividades, recursos e orçamento, referências). Assim, o problema é o centro do projeto de pesquisa (PESCUNA e CASTILHO, 2005, p.20). "Um problema implica uma ou mais dúvidas ou dificuldades em relação aotema, que você se proporá a resolver. Formulá-lo, portanto, deve envolver perguntas, que o trabalho procurará responder". (MÁTTAR NETO, 2002, p.143). 39 NÚCLEO COMUM Elementos de um projeto de pesquisa Tema: a alma do projeto A palavra monografia significa o trabalho escrito sobre determinado tema ou assunto. Ou seja, o tema é a alma da monografia e, consequentemente, do projeto de pesquisa. A bailarina era o tema de grande parte das obras do pintor impressionista francês Degas. 40 NÚCLEO COMUM Ele procurava observá-las em diferentes situações, Em diferentes contextos. 41 NÚCLEO COMUM A definição do tema deve ser muito clara. Isso facilita o desenvolvimento do projeto. Além disso, você deve procurar um assunto com o qual tenha afinidade, interesse e uma real curiosidade. Os pesquisadores Castilho e Pescuma definiram algumas questões que auxiliar a identificação do tema do seu projeto: • Das coisas que eu estudo o que mais me interessa? • Quais os assuntos que me deixam curioso? Levantam dúvidas, interrogações? • Além dos livros que o professor indica, quais outros eu gosto de ler por minha conta? De que assuntos tratam? • Em meu trabalho ou nos estágios que faço, aparecem dúvidas que eu não sei resolver e que aguçam minha curiosidade? • Que tema despertou meu interesse? Ainda conforme Castilho e Pescuma, a escolha do tema também deve ser guiada por um "espírito prático", representado pelas seguintes questões que você faz a si mesmo: • Esse tema está dentro do meu alcance? • Tenho acesso ao material necessário para enfrentar esse tema? • Poderei concluir minha pesquisa dentro do prazo de que disponho para isso? 42 NÚCLEO COMUM Justificativa A justificativa é o momento de responder a pergunta: Por que fazer essa pesquisa? É a demonstração do convencimento de que o trabalho é importante e precisa ser realizado. O texto deve destacar a relevância pessoal, acadêmica, profissional e social. Relevância pessoal De acordo com Pescuna e Castilho (2005, p.25), mostram por que o trabalho é importante para o pesquisador, que indica como surgiu a ideia do tema, qual a origem da curiosidade pelo assunto. É a parte mais pessoal da exposição do projeto, momento de se apontarem motivações e interesses ligados diretamente às circunstâncias da vida do pesquisador. 43 NÚCLEO COMUM Relevância acadêmica Todo trabalho parte de resultados atingidos pela comunidade acadêmica e contribui para o aumento do conhecimento em determinada área. Nessa perspectiva, cada pesquisa realizada oferece uma contribuição para a Academia. Daí a importância de se apontar essa relevância no próprio projeto de pesquisa (PESCUNA; CASTILHO, 2005, P.26). Relevância profissional Pescuna e Castilho (2005, p.26) afirmam que uma das características d a ciência moderna é ter uma aplicação prática no processo de dominação e transformação do mundo. O pesquisador deve destacar em seu projeto os usos teóricos e práticos dos resultados que espera alcançar. 44 NÚCLEO COMUM Relevância social O pesquisador deve deixar clara qual a contribuição que seus estudos podem prestar nos aspectos político e social, ou seja, de que maneira o trabalho pode contribuir para um melhor conhecimento dos problemas da sociedade e de forma pode colaborar para melhorá-la. 45 NÚCLEO COMUM Aula 11_Projeto de pesquisa II Referencial teórico É o quadro conceitual que será utilizado pelo pesquisador para fundamentar o trabalho. Não é uma simples relação de obras e autores, mas um estudo que evidencia diversos posicionamentos acerca do tema proposto. O pesquisador tem a oportunidade de mostrar seu conhecimento e posicionamento a respeito do tema (PESCUNA; CASTILHO, 2005, p.27). Os seguintes passos são úteis para a elaboração do referencial teórico: 1. Fazer um levantamento de material impresso, como livros, artigos, revistas, teses, monografias, jornais, documentos, dissertações etc. 2. Fazer um levantamento de material digital, como sites, artigos, revistas digitais etc. 3. Ler detalhadamente o material encontrado. 4. Fichar ou resumir todo o material, preocupando-se com as citações e referências. O referencial teórico não é uma carta com intenções, que somente elenca textos a serem lidos durante a pesquisa (PESCUNA; CASTILHO, 2005, p.27). Título Mesmo que provisório, é preciso que o título do trabalho esteja no projeto. Deve apresentar de maneira fiel, clara e objetiva, sugestiva e direta o conteúdo do trabalho, sintetizando o problema ou a hipótese (PESCUNA; CASTILHO,2005, p. 31). 46 NÚCLEO COMUM Fonte: PESCUNA; CASTILHO, 2005. Delimitação do problema A etapa seguinte, depois da definição do tema e do problema de pesquisa, é a delimitação do problema. Os componentes de um grupo de pesquisa se debruçam sobre um determinado objeto de estudo. Esse objeto nasce, por assim dizer, da junção do tema e do problema que levantamos. Entretanto, o problema precisa ser delimitado. A delimitação é, por assim dizer, uma especialização do olhar. Um objeto de estudo mais definido permite analisar mais os detalhes. Para a delimitação do problema os pesquisadores Castilho e Pescuma indicam as seguintes questões: • Por que o tema escolhido precisa ser pesquisado? • Que tipo de informações permite limitar o tema? • Que tipo de informações permite fazer um recorte mais específico do tema? Outras considerações Delimitar é selecionar ou recortar, como fizemos com a obra As três idades, do pintor Gustav Klimt. 47 NÚCLEO COMUM Para delimitar o objeto ou tema Por exemplo, digamos que você pretende estudar o ensino de artes para crianças. Faça perguntas: • Para crianças de que idade? • Onde? • Quando? Desse modo, o seu tema, que era amplo - “ensino de artes para crianças” -, vai ficando cada vez mais específico: Objetivos Segundo Pescuna e Castilho (2005, p.31-32): Os objetivos mostram onde se pretende chegar com o trabalho de pesquisa. Apontam os resultados teóricos e práticos a serem alcançados. 48 NÚCLEO COMUM ‘ Para serem atingidos, devem ser poucos e modestos em suas pretensões. Precisam sempre ser perseguidos pelo pesquisador, orientando o seu trabalho. Os objetivos devem ser formulados com a utilização de verbos no infinitivo, tais como: • Aplicar • Avaliar • Buscar • Caracterizar • Determinar • Enumerar • Formular • Encontrar • Explicar • Revelar Marconi e Lakatos (1992, p.102) colocam ainda a existência de dois tipos de objetivos: geral e específicos. Objetivo Geral Está ligado a uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das ideias estudadas. Vincula-se diretamente à própria significação da tese proposta pelo projeto. 49 NÚCLEO COMUM Objetivos Específicos Apresentam caráter mais concreto. Têm função intermediária e instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicar este a situações particulares. 50 NÚCLEO COMUM Aula 12_Projeto de Pesquisa III Nessa aula, trataremos de alguns métodos utilizados em algumas pesquisas, como o questionário. Um instrumento de coleta de dados muito utilizado, em pesquisas é o questionário, que deve ser elaborado pelo pesquisador responsável para ser respondido pelo grupo de pessoas que estão servindo de parâmetros para o estudo. O questionário deve apresentar uma linguagem acessível ao grupo de pessoas que irão respondê-lo. Quanto mais objetiva e clara for a pergunta, maior a possibilidade de respostas importantes.Todo questionário deverá conter uma carta de explicação apresentando às etapas do projeto, o objetivo da pesquisa, as instruções precisas para a o seu preenchimento, incentivo para o preenchimento e agradecimento. O pesquisador poderá optar pelo questionário com identificação ou sem identificação do sujeito que está respondendo. Alguns pesquisadores preferem a segunda opção, pois, acreditam que a ausência de identificação garante a sinceridade nas respostas. Abaixo, encontra-se um modelo de questionário que podemos utilizar. Tipos de Questões Tipo 1: Itens Exemplo: Você estuda? ( ) Sim ( ) Não Tipo 2: Respostas livres, abertas ou curtas; Exemplo: Que curso você estuda: ______________________________ Tipo 3. Itens de múltipla escolha; Exemplo: Quem paga a sua faculdade ( ) Eu mesmo(a) ( ) Meu pai 51 NÚCLEO COMUM ( ) Minha mãe ( ) Meu marido ( ) Tenho bolsa integral Tipo 4. Questões mistas. Exemplo: Em Que cidade você mora ( ) Santos ( ) São Vicente ( ) Praia Grande ( ) Cubatão Outro: _____________________________________ Entrevista Outro instrumento de coleta de dados é a entrevista. O pesquisador deverá tomar muito cuidado na condução desse instrumento. É importante uma preparação adequada, seguir um plano de entrevista, para que as informações necessárias sejam obtidas. Podemos classificar as entrevista de dois modos: exploratória e de coleta de informações. O planejamento da entrevista poderá ser iniciado pela seleção dos entrevistados, conforme o critério da contribuição efetiva que possam dar ao trabalho. Deve incluir a própria elaboração das questões, além da ordem em que serão apresentadas para os entrevistados. Em algumas situações é prudente realizar entrevista prévia com alguém, o que facilitará a postura crítica no momento da entrevista de fato. Algumas dicas são importantes para uma boa entrevista. Uma relação de descontração com o entrevistado permite respostas mais satisfatórias. Tome cuidado para não criar situações embaraçosas frente ao entrevistado. Procure passar segurança no momento das perguntas. Seja objetivo para que a entrevista não se prolongue demasiadamente. 52 NÚCLEO COMUM As anotações são importantíssimas: não deixe de anotar nada que julgue relevante. É recomendada, a utilização de um gravador, para garantir ainda mais as respostas obtidas, porém é necessário pedir a anuência do entrevistado. 53 NÚCLEO COMUM Aula 13_Pesquisa na Internet I Aprendendo a pesquisar na Internet Até há pouco tempo atrás, a única forma possível de pesquisar livros e outras publicações científicas era a consulta ao acervo de uma biblioteca. Isso acarretava alguns problemas, principalmente para aqueles que vivem distantes dos grandes centros, onde é mais fácil encontrarem-se as bibliotecas com os acervos mais completos. Com o surgimento da internet, o acesso a trabalhos científicos ficou muito mais fácil. Sites de buscas ou browsers, como por exemplo, Google, Bing, Yahoo e outros, dão acesso virtualmente a uma infinidade de textos. Contudo, a internet também coloca alguns obstáculos para o pesquisador, e talvez o maior deles seja saber onde e como pesquisar. Vamos supor que você esteja querendo pesquisar sobre brinquedotecas. Ao digitar a palavra brinquedoteca no Google e pesquisar, você receberá mais de um milhão e trezentos mil resultados1! E agora, como saber por onde começar? Muitos sites da internet tem um conteúdo pouco confiável... Qual escolher? Nesta aula, vamos aprender como fazer pesquisas na internet. Como fazer uma boa pesquisa na internet? Agulha no palheiro: como refinar os resultados de uma busca Para fazer uma pesquisa, é preciso começar selecionando quais resultados merecem ser lidos, pois é praticamente impossível consultar os milhares e até milhões de links que aparecem numa pesquisa simples no Google. Por isso, é importante aprender a refinar os resultados da pesquisa. Por exemplo: Vamos imaginar que você queira achar um site sobre citações de textos utilizados, mostrando a forma correta de fazê-las em uma monografia. Se você colocar apenas a palavra “citação” no Google, vai receber resultados de citação como um termo jurídico, e também citação como frases e pensamentos de autores. Mas a citação que você procura é a citação bibliográfica. Então, para obter apenas resultados neste assunto, digite “citação 54 NÚCLEO COMUM bibliográfica”, assim entre aspas, pois desta forma o programa de buscas vai procurar a expressão exatamente como foi escrita entre as aspas. Veja a diferença da pesquisa no Google: Termo citação: aproximadamente 20.000.000 resultados Termo “citação bibliográfica”: aproximadamente 20.300 resultados Conteúdo confiável na Internet É possível confiar na Internet? Na internet, a máxima “quantidade não é sinônimo de qualidade” nunca foi tão verdadeira! O fato de aparecerem milhares de resultados numa busca não significa que os seus problemas acabaram – eles podem estar apenas começando, pois é preciso saber se o conteúdo de um site é confiável ou não. O fato de uma informação estar publicada na internet não significa que ela seja verdadeira – muito pelo contrário. São famosas as histórias sobre sites que divulgam versões inventadas que vão sendo divulgadas, gerando verdadeiras “lendas virtuais”, mas que não tem fundamento. Outro problema é a fonte pesquisada ser de má qualidade ou de origem duvidosa e até mesmo ilícita, o que é o caso das autorias – quando você pensa que está consultando o verdadeiro autor de um texto, mas na verdade está diante de um plágio. Mas sobre o problema da cópia falaremos bastante nas próximas aulas. Quando se trata de um trabalho científico, o problema é ainda mais grave. As fontes de pesquisa de uma monografia cuja metodologia seja a pesquisa bibliográfica tem que ser confiáveis, de autores respeitados e consagrados na literatura da área. Portanto, se o seu tema de pesquisa é psicopedagogia ou alfabetização, você terá que consultar obrigatoriamente autores como Alícia Fernandez e Emília Ferreiro respectivamente, que são referências nestas áreas. Não é possível basear uma argumentação científica sobre um texto curto de um site obscuro, cujo autor (quando aparece o nome do autor) não faz nenhuma referência aos autores consagrados na área da pesquisa. O seu trabalho pode ficar empobrecido, o que certamente não é o seu objetivo. 55 NÚCLEO COMUM Wikipédia, a maior “amiga” do estudante. Você provavelmente já ouviu falar na Wikipédia, a enciclopédia virtual. A Wikipédia é uma enciclopédia livre ou de conteúdo livre, o que significa que os textos têm normas de direito autorais mais flexíveis, permitindo que possam ser copiados e até editados por quem acessa os conteúdos. É uma proposta bastante interessante, mas pode ser desastrosa se mal utilizada, principalmente com finalidades acadêmicas. Por mais cuidado que a Wikipédia possa tomar com a colocação de informações enganosas em seus verbetes, a Wikipédia não pode ser considerada uma fonte consistente de pesquisa. É muito útil para uma primeira abordagem, quando se está conhecendo um assunto novo, e também é fonte de várias informações – se uma informação não está disponível em português pode ser achada em outras línguas, mas não dá para apresentar um trabalho acadêmico baseado na Wikipédia, na verdade em um trabalho científico deve ser evitado a utilização do Wikipédia como referência. As fontes básicas de um trabalho devem ser mais consistentes. Dá para fazer um trabalho unicamente com documentos da internet? Até é possível, caso o assunto da monografia tenha suas fontes principais na internet. Mas se estas fontes não estão na internet, então precisam ser consultadas em forma de livros ou CD-ROM,como estiverem disponíveis. Se aquele livro fundamental daquele autor de referência para seu trabalho não estiver na internet, você terá que consultá-lo numa biblioteca, à moda antiga. Afinal, onde pesquisar? O local mais apropriado para a pesquisa acadêmica são as bases de dados, que serão explicadas na próxima aula. SAIBA MAIS Enciclopédia: dá para confiar na Wikipédia? Não, assim como não dá para confiar 100% em nenhuma fonte única de pesquisa. Mas isso não quer dizer que a Wikipédia não seja um bom ponto de 56 NÚCLEO COMUM partida. Existe um bom motivo para que 7,8 milhões de internautas a acessem todos os dias. “A Wikipédia já é uma grande referência”, afirma a professora Elizabeth Saad Corrêa, da Escola de Comunicações e Artes da USP. Veja o caso dos verbetes sobre temas científicos. Em 2005, a revista Nature fez uma comparação entre 42 artigos da enciclopédia virtual e da tradicionalíssima Britannica. Identificou 162 erros na Wikipédia e 123 na Britannica. A maior enciclopédia da web surgiu em 2001. Seu nome vem de wiki -wiki, termo havaiano para “veloz”. Em setembro, tinha 8,2 milhões de artigos, que somavam 1,41 bilhão de palavras em 253 línguas – algumas pouco faladas, como o dialeto romanhol do norte da Itália, outras inventadas, como o klingon (de Jornada nas Estrelas). Como é possível que uma enciclopédia escrita e editada por leigos voluntários funcione? “A Wikipédia dá certo porque tem uma hierarquia definida e regras claras de conduta. O vandalismo é corrigido com rapidez”, responde Fernanda Viegas, pesquisadora do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Tente apagar um verbete e em minutos um editor, informado por e-mail, terá resgatado a versão anterior. Mas ainda há furos. No início deste ano, veio à tona um esquema de sabotagem e autopromoção na enciclopédia, com gente da Apple editando o verbete da Microsoft e o site MySpace removendo informação negativa de seu próprio verbete, entre outras coisas. Para evitar coisas assim, medidas extremas estão sendo estudadas: a Wikipédia alemã, por exemplo, deve limitar a edição a colaboradores pré-selecionados. A hierarquia Wiki Dos internautas comuns aos reis da cocada preta, saiba quem faz o site Leitor Quem é: O usuário que visita o site para se informar. Quantos são: Aproximadamente 7,8 milhões por dia. 57 NÚCLEO COMUM Atribuições: Não procura por erros nem se dispõe a editar nenhum artigo. No máximo, posta algum recado na página de discussões, que pode influenciar os editores. Poder: Nenhum. Editor Quem é: Qualquer internauta que entre em um artigo para alterá-lo. Quantos são: Cerca de 3 milhões por dia. Atribuições: Retirar, acrescentar ou corrigir informações de um verbete. Ou criar novos tópicos. Poder: Limitado. Suas contribuições dependem da aprovação dos administradores. Administrador Quem é: Um super editor eleito (ou indicado por outro editor) por causa da frequência e da qualidade de suas colaborações. Quantos são: 1 342. Atribuições: Apagar ou bloquear páginas problemáticas e recuperar versões anteriores de verbetes vítimas de vandalismo. Poder: Grande. Burocrata Quem é: O chefe dos administradores. Quantos são: 22 no mundo inteiro (algumas línguas não têm nenhum administrador). Atribuições: Resolve pendências entre administradores. Pode “demitir” editores mal-intencionados que sabotam artigos da Wikipédia. Poder: Gigantesco. Steward Quem é: O juiz da Wikipédia. Quantos são: 30. 58 NÚCLEO COMUM Atribuições: Em caso de conflito entre diferentes instâncias (burocratas e administradores, por exemplo), é ele que decide quem tem razão. Também pode promover ou rebaixar pessoas de seus cargos, sem votação. Poder: Descomunal. Como saber se o verbete wiki é confiável Estrela Artigos bem escritos, estáveis, que contêm citações confiáveis e não são tendenciosos podem ganhar uma estrela e ser mencionados como “bons artigos”. Eles podem ser eleitos, por indicação de qualquer internauta, ou escolhidos pelos administradores e pelos burocratas. Em inglês, dos 2 milhões de verbetes disponíveis no começo de outubro, aproximadamente 1 630 eram considerados bons. Em português, eram 260 artigos dentre os 288 mil disponíveis. Normal São os artigos comuns, relevantes e bem escritos, mas que ainda não atingiram alto nível de qualidade. Bloqueado Em 25 de setembro, um administrador bloqueou a página do Corinthians. O motivo: depois de perder para o arquirrival Palmeiras dois dias antes, o clube estava ameaçado de cair para a 2ª divisão do Campeonato Brasileiro. Depois de dois dias apagando edições de insulto, o administrador optou por bloquear o verbete para qualquer tipo de modificação. Suspeito Quando uma informação importante aparece no verbete sem a devida citação, é comum que os editores façam um alerta avisando do problema. Quando o artigo é cheio de furos assim, ele ganha um selo logo no topo, alertando que o texto precisa de “faxina” e pode não ser confiável. 59 NÚCLEO COMUM Cancelado A Super criou o verbete “Tiago Cordeiro”, com a biografia do autor deste texto, com apenas duas palavras: “jornalista paranaense”. Cinco minutos depois, um administrador de Portugal julgou o artigo improcedente e o indicou para eliminação. (CORDEIRO, T. Enciclopédia: dá para confiar na Wikipédia? Superinteressante. http://super.abril.com.br/cultura/enciclopedia-confiar- Wikipédia- 447257.shtml> . Acesso em 9 de junho de 2010) SAIBA MAIS Jovem engana imprensa mundial com dado falso na web Jornais internacionais publicaram, no mês passado, uma informação falsa no obituário do compositor francês Maurice Jarre, morto em 29 de março último. A causa da publicação foi uma citação falsamente atribuída ao compositor, colocada por um estudante irlandês na enciclopédia online Wikipédia, reproduzida pela imprensa. Conforme publicou nesta quarta-feira o The Irish Times, a citação falsamente atribuída a Jarre apareceu nos obituários de jornais britânicos como The Guardian, The Independent, na revista de música da BBC e em diferentes jornais da Índia e da Austrália. Segundo a Wikipédia, Jarre teria dito o seguinte: "Pode-se dizer que minha vida foi uma longa trilha sonora. A música foi minha vida, a música me dava vida e pela música serei lembrado muito depois de deixar esta vida. Quando eu morrer será tocada uma última valsa em minha cabeça, que somente eu poderei escutar." Mas as frases não são do compositor francês. Elas saíram da imaginação do irlandês Shane Fitzgerald, 22 anos, estudante de economia e sociologia no Trinity College em Dublin. Ele disse ao The Irish Times que queria apenas "fazer uma experiência" sobre o fenômeno da globalização. Fitzgerald explicou que desejava demonstrar como os jornalistas usam a internet como principal fonte de informação e como a população está conectada por meio da rede. Ele escolheu a Wikipédia porque é uma ferramenta muito utilizada http://super.abril.com.br/cultura/enciclopedia-confiar-%20Wikipédia-447257.shtml http://super.abril.com.br/cultura/enciclopedia-confiar-%20Wikipédia-447257.shtml 60 NÚCLEO COMUM pelos profissionais da informação, e porque seus conteúdos podem ser editados e modificados por qualquer um. Os moderadores da enciclopédia online retiraram em questão de minutos a "nova informação", publicada por Fitzgerald pouco depois de saber do falecimento de Jarre, já que esta não tinha fontes de referência. Mas o parágrafo permaneceu durante mais de 24 horas no ar pois o estudante continuou colocando-o repetidamente na web. "Não esperava que a brincadeira fosse chegar tão longe. Esperava que aparecesse em blogs e em algumas páginas da internet, mas em 'jornaisde qualidade'? Me surpreendi muito", declarou o estudante. O engano não foi detectado pelos órgãos de imprensa, até que o próprio Fitzgerald enviou e-mails alertando-os que a informação publicada era falsa. "Creio que não descobririam se eu não houvesse avisado", acrescentou o jovem, que não se considera um especialista em informática. Ainda que o parágrafo sobre Jarre tenha sido retirado da Wikipédia e das bases de dados dos jornais afetados, ainda pode ser lida em dezenas de blogs e jornais eletrônicos, de acordo com o The Irish Times. (fonte:Terra.–.Tecnologia. <http://super.abril.com.br/cultura/enciclopediada-para- confiar-na-wikipedia>.Acessado em 19 de Fevereiro de 2016). 61 NÚCLEO COMUM Aula 14_Pesquisa na Internet II Base de Dados As bases de dados são sites que oferecem acesso a documentos acadêmicos, como artigos, periódicos (revistas científicas), teses e dissertações. São conhecidas como bibliotecas virtuais, e são as fontes mais confiáveis para a pesquisa na internet. Nelas, você pode consultar por palavras, assuntos, autores e ano de publicação, entre outras possibilidades. O funcionamento destas bases de dados é parecido com o de buscadores como o Google, só que as buscas acontecem apenas dentro do acervo da base de dados, o que dá muito mais segurança e resultados efetivos. Vamos ver a seguir as principais bases de dados em português. Para fazer um levantamento do “estado da arte” na área em que você está pesquisando, e verificar o quanto já se pesquisou ou não neste assunto, é imprescindível consultar uma ou mais destas bases. Google Acadêmico http://scholar.google.com.br O Google Acadêmico fornece uma maneira simples de pesquisar literatura acadêmica de forma abrangente. Você pode pesquisar várias disciplinas e fontes em um só lugar: artigos revisados por especialistas (peer-rewiewed), teses, livros, resumos e artigos de editoras acadêmicas, organizações profissionais, bibliotecas de pré-publicações, universidades e outras entidades acadêmicas. O Google Acadêmico classifica os resultados de pesquisa segundo a relevância, e http://scholar.google.com.br/ 62 NÚCLEO COMUM as referências mais úteis são exibidas no começo da página. A tecnologia de classificação do Google leva em conta o texto integral de cada artigo, o autor, a publicação em que o artigo saiu e a frequência com que foi citado em outras publicações acadêmicas. SciELO http://www.scielo.br A Scientific Electronic Library Online - SciELO é uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros. A SciELO é o resultado de um projeto de pesquisa da FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, em parceria com a BIREME - Centro Latino- Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde e CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. O projeto tem por objetivo o desenvolvimento de uma metodologia comum para a preparação, armazenamento, disseminação e avaliação da produção científica em formato eletrônico. Atualmente, a SciELO dá acesso ao texto completo a cerca de 2800 periódicos do Brasil e da América Latina, além de Portugal e Espanha. http://www.scielo.br/ 63 NÚCLEO COMUM Portal de Periódicos Capes http://www.periodicos.capes.gov.br O Portal de Periódicos da Capes oferece acesso aos textos completos de artigos de mais de 11.180 revistas internacionais, nacionais e estrangeiras, e a mais de 90 bases de dados com resumos de documentos em todas as áreas do conhecimento. Inclui também uma seleção de importantes fontes de informação acadêmica com acesso gratuito na Internet. O acervo completo deve ser acessado pelos computadores em bibliotecas das universidades credenciadas, mas também há textos disponíveis para acesso livre. DEDALUS - Catálogo on-line das Bibliotecas USP http://dedalus.usp.br/F?RN=10894443 http://www.periodicos.capes.gov.br/ http://143.107.73.17/F?RN=240867129 64 NÚCLEO COMUM O Dedalus faz parte do SIBiUSP, que é o Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo, que integra 43 bibliotecas de faculdades distribuídas em seis campi universitários, com acervo total de mais de 6 milhões de volumes, e possibilita pesquisar o acervo de todas as bibliotecas da USP. CRUESP - Portal dos Sistemas de Bibliotecas das Universidades Estaduais Paulistas http://www.sibi.usp.br Integra os acervos das bibliotecas da USP, Unicamp e UNESP. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP http://www.teses.usp.br http://www.teses.usp.br/ 65 NÚCLEO COMUM Acesso a textos completos de teses e dissertações da USP. Domínio Público http://www.dominiopublico.gov.br O Portal Domínio Público coloca à disposição dos usuários uma biblioteca virtual de referência para professores, alunos, pesquisadores e para a população em geral. Este portal constitui-se em um ambiente virtual que permite a coleta, a integração, a preservação e o compartilhamento de conhecimentos, sendo seu principal objetivo o de promover o amplo acesso às obras literárias, artísticas e científicas (na forma de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou que tenham a sua divulgação devidamente autorizada, que constituem o patrimônio cultural brasileiro e universal. O problema da cópia Cópias da internet ou a era do “Ctrl+C, Ctrl+V” A "cópia" não foi inventada juntamente com a Internet, mas, certamente, ela tem propiciado o crescimento dessa prática, dada a facilidade de se acessar os textos disponibilizados em meio digital e, considerando-se, além disso, a quantidade de textos disponibilizados. http://www.dominiopublico.gov.br/ 66 NÚCLEO COMUM Num linguagem bastante informal, poderíamos dizer que "copiar" uma resposta ou um trabalho inteiro, torna-se uma tentação: bastam poucos movimentos do mouse e do teclado e pronto! Eis um trabalho inteirinho, em poucos minutos. Entretanto, devemos lembrar o por que das escolas solicitarem os trabalhos escritos. Eles não servem somente para que o aluno "ganhe uma nota". Na verdade, os trabalhos escritos - sejam curtos ou longos - constituem uma etapa fundamental na construção de conhecimentos, talvez até a mais importante etapa. No momento da escrita realizam-se a organização do pensamento, a abstração e a síntese necessárias para a consolidação do conhecimento. Na Unimes Virtual as cópias não são aceitas. Assim que identificarem uma cópia, os professores orientadores poderão recusar o trabalho e solicitar uma nova entrega dentro do prazo estabelecido (UNIMES VIRTUAL, 2010). Monge copista SAIBA MAIS Conheça as orientações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES sobre combate ao plágio Brasília (4/01/2011) - A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) recomenda, com base em orientações do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que as instituições de ensino públicas e privadas brasileiras adotem políticas de conscientização e informação sobre a propriedade intelectual, adotando procedimentos específicos que visem coibir a prática do plágio quando da redação de teses, monografias, artigos e outros textos 67 NÚCLEO COMUM por parte de alunos e outros membros de suas comunidades. A orientação é proveniente de proposição da Comissão Nacional de Relações Institucionais e da Seccional da OAB/Ceará (n.2010.19.07379-01) aprovada pelo referido Conselho em sessão plenária no dia 19 de outubro de 2010. O texto ressalta que as ferramentas tecnológicas da informática e o advento da internet proporcionam acesso irrestrito a muitos bancos de dados oficiais e particulares e que algumas distorções advindas desta facilidade de acesso eletrônico
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