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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância NÚCLEO COMUM Metodologia da Pesquisa Científica UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância NÚCLEO COMUM Créditos e Copyright Este curso foi concebido e produzido pela UNIMES Virtual. Eventuais marcas aqui publicadas são pertencentes aos seus respectivos proprietários. A UNIMES Virtual terá o direito de utilizar qualquer material publicado neste curso oriundo da participação dos alunos, colaboradores, tutores e convidados, em qualquer forma de expressão, em qualquer meio, seja ou não para fins didáticos. É proibida a reprodução total ou parcial deste curso, em qualquer mídia ou formato. ______________________________________________________________ Copyright (c) Unimes Virtual GAP- GRUPO DE APOIO PEDAGÓGICO Metodologia da Pesquisa Científica. GAP- GRUPO DE APOIO PEDAGÓGICO. Núcleo de Educação a Distância da UNIMES. (Material didático): Metodologia da Pesquisa Científica. (por) GAP - Grupo de Apoio Pedagógico. Revis. Thiago Simão. Santos: UNIMES VIRTUAL. UNIMES. 2007/2016. 76 p. Curso de Pós-Graduação – O Coordenador Pedagógico e a Prática Educativa. Modo de acesso: www.unimes.br 1. Docência Superior 2 Metodologia da Pesquisa Científica. CDD 001.42 http://campus20181.unimesvirtual.com.br/mod/resource/view.php?id=2755 http://www.unimes.br/ UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância NÚCLEO COMUM UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS PLANO DE ENSINO CURSO: Licenciaturas e Pedagogia COMPONENTE CURRICULAR: Metodologia da Pesquisa Científica MÓDULO: 2º CARGA HORÁRIA TOTAL: 80 horas EMENTA Busca da compreensão dos pressupostos teóricos da investigação científica. Exame de questões relativas à aplicabilidade da ciência em contextos sociais. Detalhamento de normas e técnicas apropriadas à elaboração de trabalhos científicos. Conceitos da ciência e do conhecimento, dos fundamentos epistemológicos da prática científica e da pesquisa. Referências bibliográficas. As normas da ABNT. Metodologia da elaboração de projetos de pesquisa. OBJETIVO GERAL Busca-se, com a sequência de conteúdos que serão trabalhados nesta disciplina, que o aluno perpasse por uma linha mestra sequencial que demonstre a evolução da pesquisa acadêmica, contendo desde a importância do estudo da Metodologia da Pesquisa Científica para a valorização e a construção do Trabalho de Conclusão de Curso, como instrumento de trabalho. O objetivo é que o aluno compreenda a formalização da ciência de modo que a mesma possa contribuir para a sua trajetória acadêmica e profissional. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância NÚCLEO COMUM OBJETIVOS ESPECÍFICOS Instrumentalizar o aluno para a pesquisa acadêmica. Oferecer um panorama dos tipos de pesquisa e seus desdobramentos na universidade. BIBLIOGRAFIA BÁSICA AZEVEDO, C. B. Metodologia científica ao alcance de todos. Barueri, SP: Manole, 2009. BARROS, A. J. S. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. CASTRO, C. M. A prática da pesquisa. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR CASTRO, C. M. Como redigir e apresentar um trabalho científico. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. Metodologia científica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. DEMO, P. Metodologia da investigação em educação.Curitiba:Ibpex, 2012. MASCARENHAS, S. A. Metodologia científica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. PEROVANO, Dalton Gean. Manual de metodologia da pesquisa científica. Curitiba: InterSaberes, 2016. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância NÚCLEO COMUM METODOLOGIA As aulas serão desenvolvidas por meio de recursos como: videoaulas, fóruns, atividades individuais, atividades em grupo. O desenvolvimento do conteúdo programático se dará por leitura de textos, indicação e exploração de sites, atividades individuais, colaborativas e reflexivas entre os alunos e os professores. AVALIAÇÃO A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados tanto na parte teórica como na prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades em momentos específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações a distância e Prova Presencial, de acordo com a Portaria de Avaliação vigente. A Avaliação Presencial, está prevista para ser realizada nos polos de apoio presencial, no entanto, poderá ser realizada em home seguindo as orientações das autoridades da área da saúde e da educação e considerando a Pandemia COVID 19. 6 NÚCLEO COMUM Sumário Aula 01_Método Científico8 Aula 02_Níveis de Conhecimento11 Aula 03_Pesquisa20 Aula 04_Tipos de pesquisa22 Aula 05_Pesquisa Quantitativa e Qualitativa27 Aula 06_Tipos de Linguagem e Conduta Científica29 Aula 07_Leitura31 Aula 08_Tipos de Linguagem33 Aula 09_Conduta científica35 Aula 10_Projeto de pesquisa I37 Aula 11_Projeto de pesquisa II45 Aula 12_Projeto de Pesquisa III50 Aula 13_Pesquisa na Internet I53 Aula 14_Pesquisa na Internet II61 Aula 15_Objetivos da Pesquisa71 Aula 16_Pesquisa: Procedimentos Técnicos74 Aula 17_Métodos Científicos76 Aula 18_Planejamento e Etapas da Pesquisa79 Aula 19_Escolha do Tema e Revisão da Literatura81 Aula 20_Revisão da Literatura / Introdução86 Aula 21_Justificativa e Objetivos87 Aula 22_Metodologia89 Aula 23_Produção do Conhecimento93 Aula 24_Pesquisa Prática96 7 NÚCLEO COMUM Aula 25_Questionário98 Aula 26_Observação101 Aula 27_Fichamentos103 Aula 28_Formatação de Trabalhos Acadêmicos106 Aula 29_Notas de Rodapé111 Aula 30_Citação113 Aula 31_Tipos de Citações115 Aula 32_Referências118 8 NÚCLEO COMUM Aula 01_Método Científico O que é método? A palavra método vem do grego méthodos, que significa caminho para chegar a um fim. Já que a palavra método significa caminho ou processo racional para atingir um determinado fim, agir com método supõe uma prévia análise dos objetivos que se pretende atingir, as situações a enfrentar, assim como dos recursos e o tempo disponíveis, e por último das várias alternativas possíveis. Trata-se, portanto, de uma ação planejada, baseada em procedimentos sistematizados e conhecidos previamente. E metodologia, o que vem a ser? Metodologia significa estudo dos métodos ou da forma, ou dos instrumentos necessários para a construção de uma pesquisa científica; é uma disciplina a serviço da Ciência. O conhecimento dos métodos que auxiliam na elaboração do trabalho científico. “Metodologia adquire o nível de típica discussão teórica, inquirindo criticamente sobre as maneiras de se fazer ciência. Sendo algo instrumental, dos meios, não tem propriamente utilidade direta, mas é fundamental para a „utilidade‟ da produção científica. A falta de preocupação metodológica leva à mediocridade fatal” (Demo, 1995, p. 12). A atividade da pesquisa necessita de método, mesmo que este seja instrumental, a fim de orientar o pesquisador à construção de quadros teóricos do conhecimento. Demo afirma que “esse instrumento [o método] é indispensável sob vários motivos: de um lado, para transmitir à atividade marcas de racionalidade, ordenação, otimizando o esforço; de outro, para garantir contra credulidades, generalizações apressadas, exigindo para tudo que se digam os respectivos argumentos; ainda, para permitir criatividade, ajudando a devassarnovos horizontes” (1995, p. 12). 9 NÚCLEO COMUM Então, estamos fazendo ciência? A resposta é SIM, pois CIÊNCIA é uma atividade que produz conhecimento. A ciência pode estudar qualquer coisa pertencente à realidade. Enquanto processo, a ciência é um conjunto de práticas e operações que visam a buscar e construir um conhecimento. A ciência estuda os fenômenos e não fatos. Fato: é qualquer evento que ocorre na realidade, independente de ser conhecido ou não, independente de ter sido alguma vez observado ou não. Fenômeno: é um fato que é percebido por um observador. O mesmo fato pode ser observado de diferentes maneiras, por diferentes observadores, gerando diferentes fenômenos, segundo cada ponto de vista. O ponto de vista particular sob o qual um fenômeno é visto ou analisado é o que chamamos de paradigma. Exemplo: Que há estrelas no céu é FATO. Mas se começamos a olhar o céu, com a curiosidade de saber as origens das estrelas, por que elas brilham, quais as distâncias entre elas e a Terra teremos, então, FENÔMENOS prontos para serem estudados pela ciência e desvendados 10 NÚCLEO COMUM para a Humanidade. Só podemos realizar esses estudos utilizando MÉTODOS CIENTÍFICOS. Por que se deve estudar metodologia? Porque todo curso superior tem seu fim com a elaboração de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). O TCC é, portanto, uma exigência legal para obtenção do diploma de conclusão de curso. O uso da METODOLOGIA servirá para organizar o trabalho do aluno e garantir confiabilidade para o estudo realizado. “O fenômeno do conhecimento humano é, sem dúvida, o maior milagre de nosso universo” (Popper, 1975, p. 7). Popper distingue dois tipos de conhecimento: o conhecimento constituído de um estado de consciência que apenas leva a reagir, e o conhecimento, no sentido objetivo, constituído de teorias, problemas e argumentos. De acordo com Khazraí o conhecimento surge “quando todas as vozes do pensamento científico se interagem nas tendências tumultuosas da afetividade, na sala de aula, no momento do estudo, no laboratório e abre frente aos nossos olhos novas perspectivas infinitas de reflexão, e faz voarem nossos espíritos no firmamento interminável da cognição e da emoção. É nesse ponto que a ciência e o afeto se interagem para dar origem ao que nós chamamos de conhecimento” (1983, p. 2). Conhecimento é a relação que se estabelece entre sujeito que conhece ou deseja conhecer e o objeto a ser conhecido ou que se dá a conhecer. 11 NÚCLEO COMUM Aula 02_Níveis de Conhecimento Podemos classificar o conhecimento em cinco tipos. Cada um possuindo sua importância e características particulares. Senso-Comum O conhecimento popular ou senso comum é o conhecimento adquirido dos antepassados; é o resultado das experiências vividas na sociedade a que cada qual pertence. Tais experiências, em geral, não tem como objetivo a construção do conhecimento, mas sim a satisfação de uma necessidade. Daí podermos afirmar que o senso comum é, de certo modo, fruto do acaso, sendo adquirido por meio de ações aleatórias. Sua origem vem do processo de acostumar-se a uma explicação ou compreensão da realidade, sem que ela seja questionada. O conhecimento das rezadeiras no sertão nordestino, as várias superstições, os provérbios, os remédios ou os chás caseiros, as técnicas de artesanato e as artes culinárias, etc. Características: 1. Valorativo, pois está relacionado com os valores do sujeito. 2. Sua origem vem da tradição oral, da observação e reflexão. 3. Subjetivo, pois depende dos nossos juízos e tendências pessoais. 4. Assistemático, porque não precisa de um sistema para ser constituído. 5. Não necessariamente verificável. 6. Falível, pois pode falhar. 7. Inexato. 12 NÚCLEO COMUM No senso comum encontramos o bom senso, que se forma no espírito de todo homem no contato das coisas com que lida. O bom senso é fruto de uma certa sistematização de conhecimentos, um conhecimento compreensivo, rudimentar, espontâneo. Assim, por ser um conhecimento compreensivo, liga as conclusões aos princípios, visto que as pessoas que o têm desenvolvido, quando colocadas em condições diferentes das habituais, resolvem as dificuldades rápida e acertadamente por meio de raciocínios simples, apoiados no corpo do conhecimento que já têm. E seus princípios são gerais, pois que se aplicam as circunstâncias variadas. Por outro lado, o bom senso não reflete sobre si mesmo; trata das coisas, mas não pensa em si. Conhecimento Popular e o Conhecimento Científico O senso comum, não é diferente do conhecimento científico nem pela sua verdade, nem pela natureza do que se está estudando. A principal diferença é a maneira pela qual se atinge o conhecimento. Uma determinada doença pode ser tratada por um chá feito com uma planta específica, resultando a melhora da pessoa. Esse fato pode ser encarado como sendo um conhecimento, porque é provável, mas não é necessariamente científico. Para ser considerado conhecimento científico é preciso que se estude o princípio ativo das substâncias da planta. Portanto, a ciência não é obrigatoriamente a única maneira de se chegar ao conhecimento. Os fenômenos podem ser observados pelo cientista e pelo homem comum. 13 NÚCLEO COMUM Conhecimento Filosófico Podemos caracterizar a filosofa como sendo uma reflexão que busca compreender o sentido da realidade, do homem, sua relação com a natureza e seus produtos, que são a cultura e a história. Através de uma reflexão em profundidade, coerente e abrangente vê-se a importância e a necessidade da filosofia, pois é através dela que temos a oportunidade de reunir o pensamento fragmentado da ciência, reconstituindo sua unidade. A filosofia apresenta similaridades com a ciência e com a literatura, mas é diferente de ambas. A proximidade com a ciência está no rigor intelectual e no objetivo final que, grosso modo, pode-se dizer é a busca da verdade. Admirar-se, era para Platão a condição de onde deriva a capacidade de problematizar, o que marca a filosofia não como posse da verdade, mas como sua busca. (ARANHA; MARTINS, 1999, p. 72). Podemos entender que filosofar é aceitar o desafio de mudança. Também é a possibilidade da transcendência humana, a capacidade exclusiva do homem por meio da qual ele pode superar situações dadas e não escolhidas. Platão, pintado por Rafael (Escola de Atenas) A filosofia impede a estagnação e recupera o processo perdido no imobilismo das coisas feitas, muitas vezes já ultrapassadas. É um movimento, pois o mundo é movimento que se manifesta pela tese (certeza) e pela antítese (negação), dois 14 NÚCLEO COMUM movimentos superados pela síntese, a qual, por sua vez, produz uma nova tese e assim sucessivamente. Características: 1. Valorativo, pois está relacionado com os valores do sujeito. 2. Racional e reflexivo. 3. Sistemático, porque precisa de um sistema para ser constituído. 4. Não é verificável. 5. Infalível. 6. Exato. Podemos dizer que o conhecimento filosófico é fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência. Conhecimento Religioso É aquele conhecimento apoiado em doutrinas sagradas. É um conhecimento sistemático em que a verdade é tratada de forma indiscutível. A aceitação desse conhecimento é um ato de fé, considera-se que o mundo foi criado por um ser divino, princípio inquestionável ainda que não existam evidências para sua comprovação. A teoria da evolução das espécies de Charles Darwin representa um exemplo de conflito existente entre o conhecimento religioso e o conhecimento cientifico.A hipótese de evolução do ser humano defendida por essa teoria não é aceita pelos teólogos, que acreditam nas explicações da bíblia. Pietá (Verugino) 15 NÚCLEO COMUM Características: 1. Valorativo, pois está relacionado com os valores do sujeito. 2. Sua origem vem da fé e da inspiração. 3. Sistemático, porque precisa de um sistema para ser constituído. 4. Não verificável. 5. Infalível. 6. Exato. Conhecimento Artístico É o conhecimento que se baseia na intuição e emoção. A informação que se manifesta através de uma obra de arte é de natureza emocional, causando irritação, alegria, tristeza etc. A forma de conhecimento não é lógica e pode despertar emoções diferentes, dependendo da relação que se estabelece entre observador e o fenômeno observado. É um conhecimento inesgotável, pois a obra é encarada de diversas formas por pessoas diferentes e de diferentes modos por uma mesma pessoa. Uma das particularidades do conhecimento Artístico é que ele não pode ser interpretado por outras formas de linguagem sem perder o conteúdo intrínseco. Zapata, 1921 ( José Clemente Orozco) 16 NÚCLEO COMUM Características: 1. Valorativo, pois está relacionado com os valores do sujeito. 2. Sua origem vem da inspiração. 3. Assistemático, porque não precisa de um sistema para ser constituído. 4. Não verificável. 5. Infalível. Conhecimento Científico O desenvolvimento do pensamento humano acompanhou a sua evolução, desde os primeiros hominídeos até o ser humano moderno. Podemos definir três momentos que apontam para essa evolução: desconhecimento, a crença e a ciência. Em um primeiro momento, entre os primitivos caçadores nômades predominava um desconhecimento em relação às causas dos fenômenos naturais. Em seguida veio a crença, por intermédio das quais se buscava explicações para os fenômenos naturais, gerando superstições. As religiões antigas relacionavam os fenômenos naturais à vontade dos deuses. Finalmente, o homem começou a buscar respostas que explicassem esses fenômenos, não se contentando simplesmente com as respostas oriundas da crença na vontade divina. Mais do que isso, o homem passou a buscar a comprovação das explicações dos fenômenos e, nesse momento, surgiu o chamado método científico (veremos com detalhes mais tarde). Como o ser humano é um animal dotado com as capacidades de pensamento e de reflexão, isso possibilitou a busca de novas descobertas e o mais importante, o desenvolvimento da capacidade de transmissão esse conhecimento para as futuras gerações. A ciência moderna surgiu há, aproximadamente, 400 anos, mas podemos dizer que mais recentemente tivemos os maiores avanços desse conhecimento. 17 NÚCLEO COMUM O conhecimento científico pode ser definido como sendo racional e sistemático, descobrindo as relações universais entre os fenômenos, permitindo prever acontecimentos e dessa forma agir sobre a natureza. Isso não quer dizer que a ciência consiga produzir um tipo de conhecimento definitivo, sobretudo porque ela está em constante evolução. Características do Conhecimento Científico: 1. Factual, trata-se de um conhecimento concreto, vem dos fatos. 2. Tem origem na observação e experimentação. 3. Sistemático, porque precisa de um sistema para ser constituído. 4. É verificável. 5. Falível. 6. Aproximadamente Exato. Além disso, o conhecimento científico: • É racional e objetivo. • Atem-se e transcende aos fatos. • É analítico e requer exatidão e clareza. • É comunicável. • Depende de investigação metódica. • Busca e aplica leis. • É explicativo. • Pode prever acontecimentos. • É aberto e é útil à humanidade. 18 NÚCLEO COMUM Ciência e método científico Todas as ciências caracterizam-se pela utilização de métodos científicos; em contrapartida, nem todos os ramos de estudo que empregam estes métodos são ciências. Dessas afirmações podemos concluir que a utilização de métodos científicos não é de alçada exclusiva da ciência, mas não há ciência sem o emprego de métodos científicos (LAKATOS; MARCONI, 1991, p.30). O método científico é a teoria da investigação. Ainda segundo Lakatos e Marconi (1991, p.46) esta alcança seus objetivos, de forma científica, quando cumpre ou se propõe a cumprir as seguintes etapas: 1. Descobrimento do problema ou lacuna num conjunto de conhecimentos. Se o problema não estiver enunciado com clareza, passa-se à etapa seguinte; se o estiver, passa-se à subsequente; 2. Colocação precisa do problema, ou ainda a recolocação de um velho problema, à luz de novos conhecimentos (empíricos ou teóricos substantivos ou metodológicos); 3. Procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao problema (por exemplo, dados empíricos, teorias, aparelhos de mediação, técnicas de cálculo ou de mediação). Ou seja, exame do conhecido para tentar resolver o problema; 4. Tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identificados. Se a tentativa resultar inútil, passa-se para a etapa seguinte; em caso contrário, à subsequente; 5. Invenção de novas ideias (hipóteses, teorias ou técnicas) ou produção de novos dados empíricos que prometam resolver o problema; 6. Obtenção de uma solução (exata ou aproximada) do problema com auxílio do instrumental conceitual ou empírico disponível; 7. Investigação das consequências da solução obtida. Em se tratando de uma teoria, é a busca de prognósticos que possam ser feitos com seu auxílio. Em se tratando de novos dados, é o exame das consequências que possam ter para as teorias relevantes; 8. Prova (comprovação) da solução: confronto da solução com a totalidade das teorias e da informação empírica pertinente. Se o resultado é satisfatório, a pesquisa é dada como concluída, até novo aviso. Do contrário, passa-se para a etapa seguinte; 19 NÚCLEO COMUM 9. Correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na obtenção da solução incorreta. Para Cervo e Bervian (1996, p. 46-47), os passos, geralmente, observados na realização das pesquisas são os seguintes: 1. Formular questões ou propor problemas e levantar hipóteses; 2. Efetuar observações e medidas; 3. Registrar, tão cuidadosamente quanto possível, os dados observados com o intuito de responder às perguntas formuladas ou comprovar a hipótese levantada; 4. Elaborar explicações ou rever conclusões, ideias ou opiniões que estejam em desacordo com as observações ou com as respostas resultantes; 5. Generalizar, isto é, estender as conclusões obtidas a todos os casos que envolvam condições similares; a generalização é tarefa do processo chamado indução; 6. Prever ou predizer, isto é, antecipar que, dadas certas condições, é de se esperar que surjam certas relações. 20 NÚCLEO COMUM Aula 03_Pesquisa Pesquisa Pesquisa, o que é? É uma pergunta que pode ser respondida de várias maneiras. Veremos que muitos autores definem o que é pesquisa de acordo com seu ponto de vista. Vamos conferir. Para Minayo (1993), a pesquisa é definida como: “atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados”. Entretanto, Gil (1999), vê a pesquisa de outra maneira: “processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”. Sendo assim, podemos então pensar que a pesquisa de uma maneira bem simplificada e cotidiana, seria: “a procura por respostas às perguntas propostas”. Com um olhar mais técnico e apurado, a pesquisa entãoé vista como várias ações que visam solucionar ou pelo menos esclarecer um problema, tendo como base procedimentos sistemáticos e racionais. As pesquisas são realizadas, quando temos um determinado “problema” e não temos informações de como ele surgiu, ou então, de como poderíamos solucioná-lo, ou quais as consequências que ele traz a uma espécie ou população. 21 NÚCLEO COMUM A pesquisa e suas classificações A pesquisa pode ser classificada de várias formas, dependendo da abordagem utilizada, da sua finalidade, entre outros. Vamos observar quais as principais classificações utilizadas. De acordo com a natureza da pesquisa, ela pode ser classificada em: pesquisa básica ou pesquisa aplicada. A pesquisa básica tem o objetivo de gerar novos conhecimentos, contribuindo para o desenvolvimento científico, não tem a obrigatoriedade de ter uma aplicabilidade prática. Esse tipo de pesquisa é baseado em interesses e verdades universais. A pesquisa aplicada tem o objetivo de gerar conhecimentos aplicáveis, e que esses conhecimentos sejam práticos e focados à solução de problemas específicos. A pesquisa aplicada é baseada em interesses e verdades locais. Na próxima aula abordaremos os tipos de pesquisa. Bons estudos! 22 NÚCLEO COMUM Aula 04_Tipos de pesquisa Podemos classificar os vários tipos de pesquisa em função das diferentes maneiras pelo qual interpretamos os resultados alcançados. Essa diversidade é importante para o pesquisador porque possibilita várias visões para um mesmo tema ou problema. Segundo Pádua (1996, p.32-33), a classificação das pesquisas em diferentes tipos surgiu com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento delas. [...] Entretanto, para além do formalismo que uma tipologia requer, devemos reconhecer que o fundamental é compreender a realidade em seus múltiplos aspectos e, para tanto, essa compreensão vai requerer, e talvez admitir, diferentes enfoques, diferentes níveis de aprofundamento, diferentes recursos, dependendo dos objetivos a serem alcançados e as possibilidades do próprio pesquisador para desenvolvê-los. As pesquisas podem ser agrupadas de acordo com diferentes critérios e nomenclaturas. Por exemplo, elas podem ser classificadas de acordo com: • A área do conhecimento em que ocorre a pesquisa: pesquisas sociológicas, antropológicas, educacionais, entre outros. • A finalidade da pesquisa: pesquisa teórica (pura) ou aplicada. • O tipo de pesquisa realizada: pesquisa bibliográfica, descritiva, exploratória, experimental, estudo de caso, entre outros. • O local onde a pesquisa se desenvolve: pesquisa de laboratório, pesquisa de campo. • A maneira que os dados são coletados e analisados: pesquisas quantitativas ou qualitativas. • As técnicas empregadas na pesquisa: questionário, formulário, pesquisas de opinião e de atitudes, testes, análise de conteúdo, história da vida, pesquisas de mercado, observação sistemática, entre outros (LAKATOS; MARCONI, 1991). Vamos conhecer algumas dessas classificações. Pesquisa teórica (ou pesquisa pura) Seu objetivo é a busca do saber (DANTON, 2002). São aqueles estudos motivados por razões de ordem intelectual e que pretendem alargar a fronteira do conhecimento. Podem se revelar muito importantes, como exemplifica Danton (2002, 23 NÚCLEO COMUM p.10): “muitas vezes pesquisas puras revelam grande importância em nossa vida. É o caso da eletricidade. Quando os primeiros cientistas começaram a pesquisá-la, o único objetivo era a curiosidade”. Pesquisa aplicada Pesquisa que busca resultados de ordem prática, visando a solução para problemas concretos e imediatos (DANTON, 2002). Tem em vista a utilização, na prática, de conhecimentos disponíveis para responder às demandas da sociedade em contínua transformação. Pesquisa bibliográfica É feita a partir de documentos como livros, revistas, jornais, sites e outros. É feita através de uma leitura detalhada e sistemática, acompanhada de anotações e fichamentos. A pesquisa bibliográfica serve de apoio para as outras pesquisas, como ferramenta de fundamentação teórica. Deve ser feita sempre no início de qualquer pesquisa, para se conhecer o que já foi estudado em uma área de conhecimento. Pesquisa descritiva O método de pesquisa descritivo tem como características observar, registrar, analisar, descrever e correlacionar fatos ou fenômenos sem manipulá-los, procurando descobrir com precisão a frequência em que um fenômeno ocorre e sua relação com outros fatores. A pesquisa descritiva pode assumir algumas formas relacionadas com o enfoque que o pesquisador deseja dar para seu estudo. Pesquisa exploratória Tipo de pesquisa utilizado quando se quer saber mais sobre um determinado fenômeno, para assim poder formular uma pergunta de pesquisa mais adequada. Sua finalidade é familiarizar-se com o fenômeno e obter uma nova percepção a seu respeito, descobrindo assim novas ideias em relação ao objeto de estudo. 24 NÚCLEO COMUM Pesquisa experimental (pesquisa de laboratório) Lida diretamente com as variáveis relacionadas ao objeto de estudo, procurando saber como o evento em estudo ocorre (DANTON, 2002). A pesquisa experimental se caracteriza pelo controle das variáveis exercido pelo pesquisador. Eventualmente, ela pode ser realizada em laboratório, situação em que o pesquisador “cria uma situação com as condições exatas que ele deseja ter e na qual ele controla algumas variáveis e manipula outras” (FESTINGER, apud MOREIRA, 2007), podendo conhecer os efeitos desta intervenção e daí propor explicações. Estudo de caso Sua preocupação é estudar um determinado indivíduo, família ou grupo para investigar aspectos variados ou um evento específico da amostra. Um único caso é estudado com profundidade para alcançar uma maior compreensão sobre outros casos similares (CERVO; BERVIAN, 2002). Pesquisa de campo Consiste na observação dos fatos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados e no registro de variáveis presumivelmente para posteriores análises (OLIVEIRA, 2002). Após a coleta de dados, passa-se à interpretação dos mesmos, sempre levando em conta a fundamentação teórica existente. Diversas áreas de estudo utilizam as pesquisas de campo, especialmente as que fazem parte 25 NÚCLEO COMUM das ciências humanas, tais como a antropologia, a sociologia, a psicologia e a pedagogia, entre outras. Pesquisa quantitativa Métodos quantitativos são apropriados quando o objeto a ser pesquisado pode ou deve ser quantificável, isto é, expresso através de números. É indicado quando se sabe o que perguntar e o que estudar. Por exemplo, qual é o número de alunos de uma escola que têm computador em casa? Pesquisa qualitativa Métodos qualitativos são adequados quando se pretende investigar que tipo de fenômeno ocorre. As informações são expressas em palavras ou mesmo em imagens. É indicado quando se procura conhecer melhor algo, inclusive para definir as questões a serem investigadas. Por exemplo, o que motiva uma família a adquirir um computador? Saiba mais sobre pesquisa quantitativa e qualitativa Você sabe o que é Ibope? Falar em Ibope é algo muito comum no dia a dia, e o termo virou sinônimo de algo que é muito popular, sendo até verbete de dicionário no Brasil. Mas o que significa Ibope? O Ibope, ou Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, é uma empresa multinacional brasileira de pesquisa de mercado. Como estratégia de trabalho, o Ibope utiliza pesquisas qualitativas e quantitativas. Saiba mais, lendo o texto a seguir, retirado do site do Ibope. 26 NÚCLEO COMUM IBOPE - INSTITUTO BRASILEIRO DE OPINIÃO E ESTATÍSTICA Eduardo de Freitas IBOPE é a sigla do Instituto Brasileiro de Opinião Públicae Estatística, que tem seu trabalho destinado à pesquisa de níveis de aceitação do público em relação a diversos seguimentos, especialmente em campanhas políticas e verificação de índices de audiência de programas televisivos. Esse instituto realiza pesquisas no Brasil e em mais onze países da América Latina. Nesse tipo de prestação de serviços, o IBOPE é um dos principais, sendo requisitado por empresas de televisão, incluindo revistas, rádio, jornais, partidos políticos, além de pesquisas demográficas, entre outras O principal idealizador do instituto no Brasil foi o radialista Auricélio Penteado, dono da rádio Kosmos (São Paulo). Nos Estados Unidos, o radialista, teve a oportunidade de aprender técnicas de pesquisas voltadas para medição de audiência, isso com o propósito de averiguar como era a aceitação do público em relação à sua rádio. Ao realizar a pesquisa, constatou que sua rádio não tinha uma boa aceitação, mas estando entre as mais ouvidas, passou a realizar, exclusivamente, esse tipo de trabalho. Referência FREITAS, Eduardo De. "Ibope - Instituto Brasileiros de Opinião e Estatística";Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/geografia/ibope.htm>. Acesso em 18 de fevereiro de 2016. 27 NÚCLEO COMUM Aula 05_Pesquisa Quantitativa e Qualitativa Abordagem da Pesquisa: Quanto à abordagem da pesquisa, ela pode ser classificada em qualitativa, ou quantitativa. Pesquisa Qualitativa De acordo com Richardson (1999): “os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais”. “... contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos”. A pesquisa qualitativa faz uma análise mais aprofundada sobre o objeto de estudo, destacando características e peculiaridades que a pesquisa quantitativa não exibe. A interpretação geralmente é feita por meio de questionários validados, não havendo necessidade de técnicas estatísticas muito elaboradas. Na pesquisa qualitativa, o método de análise dos dados coletados é o descritivo e o indutivo, pois a fonte da coleta de dados geralmente é o cotidiano ou ambiente natural. Pesquisa Quantitativa Em relação à pesquisa quantitativa, Richardson (1999) afirma que: “caracteriza-se pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc.”. A pesquisa quantitativa considera tudo aquilo que pode ser quantificável, ou seja, que todas as informações coletadas possam ser classificadas, analisadas e expressas em números reais, gerando tabelas e gráficos explicativos. Na pesquisa quantitativa se faz necessário o uso de recursos e técnicas estatísticas mais elaboradas, garantindo a precisão dos resultados, evitando distorções nas interpretações e análises, dessa forma, há uma margem de segurança nas 28 NÚCLEO COMUM inferências que esse tipo de abordagem apresenta. A pesquisa quantitativa procura descobrir e classificar a relação de causalidades entre fenômenos e as variáveis apresentadas. Na próxima aula veremos a diferença entre os objetivos das pesquisas. Caso tenha alguma dúvida, não hesite em entrar em contato com seu professor. Bons estudos! 29 NÚCLEO COMUM Aula 06_Tipos de Linguagem Na aula anterior verificamos alguns dos diferentes tipos de linguagem. Nesta aula vamos conversar sobre a atividade de escrita do pesquisador/aluno, passando pelas diversas etapas e concluindo com a conduta científica do pesquisador. Podemos dizer que a redação do pesquisador deve contar com: a) Terminologia adequada: para cada área da ciência existem alguns termos técnicos que são do conhecimento geral – a utilização desses termos facilita a compreensão do texto. Por exemplo, em histologia os nomes dos corantes utilizados são de conhecimento geral dos pesquisadores (como Hematoxilina-eosina – HE), não sendo necessário expressar os procedimentos utilizados para tal. b) Honestidade: nunca fraudar ou burlar os dados obtidos que nem sempre são os esperados. Muitas vezes, ao terminar um trabalho científico o pesquisador descobre que os resultados obtidos são diferentes daqueles encontrados na literatura. c) Humildade: a humildade é uma qualidade apreciada em qualquer área do conhecimento: ela aproxima, estimula e convence o leitor; d) Lógica: dar coerência à redação e aos procedimentos metodológicos; e) Precisão conceitual: um conceito errado ou que dê margem a dúvidas pode desestimular o leitor, confundi-lo, ou até mesmo fazer com que guarde e aprenda conceitos errados, uma redação dúbia. f) Coerência ideativa adequada: ter uma grande ideia não é sinônimo de um bom trabalho científico, é necessário que o pesquisador tenha coerência na formulação de hipóteses ou leis que revele a sua ideia inicial. Por exemplo, se um pesquisador empenhar anos de sua vida em uma pesquisa e descobrir, no final de seu trabalho, que sua ideia inicial já foi testada e comprovada por vários autores; g) Sistematicidade organizacional: a organização durante a atividade redacional é a base para a descrição de um processo ou análise; h) Planejamento: O planejamento evita problemas futuros como: erros de amostragem, análise de fatores importantes para o objetivo desejado; encontrar o animal no local de amostragem; procurar o organismo no período correto; cuidado com o método de amostragem para evitar o desaparecimento da espécie; o 30 NÚCLEO COMUM procedimento de laboratório podem ser caro demais ou exigir equipamentos não disponíveis; o tempo gasto para sua execução; se este trabalho já não foi feito. i) Fundamentação teórica: uma boa fundamentação teórica dá credibilidade à sua redação científica. 31 NÚCLEO COMUM Aula 07_Leitura Leitura: importância e natureza O que significa ler? Qual a importância da leitura? O que devemos e precisamos ler? Essas são perguntas fundamentais que temos que fazer no início dos nossos estudos. Ler significa adquirir informações, mas também devemos interpretar e compreender o que estamos lendo. Quando pensamos em conhecimento científico, não podemos nos esquecer da leitura, pois grande parte desse conhecimento é obtida dessa maneira. Os textos devem ser encarados como uma fonte quase inesgotável de ideias e conhecimentos. No nosso dia a dia devemos ler bastante, pois isso aumentará o vocabulário, o que ajudará na hora de escrever e falar. Não devemos ter vergonha de utilizar dicionários ou mesmo perguntar a outra pessoa quando não sabemos o significado de uma palavra ou de uma frase. Ao aumentamos o vocabulário, abrimos novos horizontes na mente, permitindo uma melhor compreensão do conteúdo. De um modo geral, a leitura tem dois objetivos principais, o aumento da nossa cultura geral e meio eficiente de aprofundamento do conhecimento (estudo e pesquisa). Em virtude da enorme quantidade de livros, revistas que temos disponíveis, se faz necessária uma rigorosa escolha do que é ou não importante. Tipos de Leitura Podemos classificar a leitura em três tipos: Distração, Cultura Geral e Formação. A leitura de distração é aquela que tem como objetivo o divertimento e o lazer, e é a que fazemos sem maiores preocupações. A sua importância está no fato de despertar o hábito da leitura. Já a leitura de cultura geral, apresenta como objetivo ampliar o conhecimento do que está ocorrendo ao nosso redor e no mundo, através da leitura de jornais, revistas, livros,etc. É importante esse tipo de leitura, que é uma fonte de informação das atualidades. 32 NÚCLEO COMUM A leitura de formação apresenta como objetivo principal aprofundar o conhecimento sobre determinado assunto que estivermos estudando ou pesquisando em livros ou revistas científicas. É imprescindível que esse tipo de leitura seja feita com o máximo de concentração, para uma compreensão satisfatória do conteúdo. Reflexão: A compreensão de um texto é um dos maiores desafios que temos a enfrentar. A compreensão implica contextualização. Escolha um capítulo de um livro que você tenha gostado de ler. Anote ou sublinhe frases interessantes e palavras que necessitem de sinônimo. Feche o livro e pesquise-as. Volte a ler o mesmo capítulo introduzindo o que você pesquisou. Reflita: Nessa segunda leitura (ou 3ª) você entendeu diferente? A leitura ficou mais interessante? Inicie um caderno ou uma ficha, anotando o nome do livro, do autor e suas considerações sobre o capítulo. 33 NÚCLEO COMUM Aula 08_Tipos de Linguagem De maneira geral, podemos distinguir dois tipos de linguagem: a linguagem objetiva e a linguagem subjetiva. Em uma descrição, a linguagem objetiva relata a reconstrução do objeto ou do fato retratado. Este é o tipo de linguagem usado na ciência, pois a ciência apresenta dados universais, que podem ser reconhecidos por diferentes pessoas, em diferentes localidades, em diferentes situações. Por este motivo a redação científica deve ser clara e objetiva. Por outro lado, a linguagem subjetiva não é clara, com ela pode-se chegar a outras conclusões sobre o objeto ou fato descrito. Assim, na descrição de um objeto ou fato se utilizarmos a linguagem subjetiva ela não será universal, poderá apresentar diferentes interpretações, de acordo com a pessoa, com o fato, o fenômeno ou com o objeto a ser descrito. Este tipo de linguagem é utilizado em literatura ou por artistas, que podem oferecer conotações diferenciadas, de acordo com o objetivo proposto. A linguagem poética é um exemplo clássico de linguagem subjetiva. Entre as modalidades da linguagem objetiva, temos a linguagem narrativa, que trata da descrição de um processo e deve seguir uma organização, com as seguintes etapas: a) propósito definido de maneira clara e objetiva; b) estágios sucessivos ao processo: • Quais os procedimentos e passos tomados desde a ideia, definição do objetivo e o seu andamento; c) componentes utilizados para desenvolver o processo; d) resultados obtidos com a execução do processo. Características da linguagem objetiva para fins científicos: 1. Exposição em ordem cronológica: facilita a compreensão do procedimento ou análise, para que qualquer pesquisador possa repetir o processo; 2. Objetividade: não dá margem à dúvida ou interpretação errônea; 3. Detalhamento das ações, indicação clara das diferentes fases do processo: muitas vezes um único processo em um trabalho científico pode ser longo e detalhado, sendo necessário esclarecer todos os passos; 34 NÚCLEO COMUM 4. Predominância de orações coordenadas para facilitar a compreensão do texto; 5. Impessoalidade na exposição: a redação científica deve expor o conhecimento adquirido ao longo do processo. Se o pesquisador escrever de forma pessoal pode não dar credibilidade à sua narração. Caso haja alguma dúvida em relação ao conteúdo abordado, entre em contato com seu professor. Bons estudos! 35 NÚCLEO COMUM Aula 09_Conduta científica Neste caso, deve-se evitar uma cautela exagerada (os termos acauteladores utilizados de maneira exagerada, fazem com que o leitor perca a confiança na originalidade dos resultados obtidos pelos pesquisadores), do mesmo modo que a convicção, o uso exagerado de intensificadores faz com que o leitor desconfie dos resultados apresentados. Por outro lado, uma argumentação adequada resulta em credibilidade. Assim, o importante é que o pesquisador redija para convencer não para impressionar. A redação científica tem características próprias, não só pela terminologia técnica específica empregada em cada uma das áreas do conhecimento, como também pela objetividade e clareza que deve possuir para que tenha ampla divulgação e penetração no meio científico. Em todas as etapas do trabalho científico o critério do “bom senso” deve ser empregado. Embora existam regras gerais para se executar e escrever um artigo científico, em cada área e linha de pesquisa existe características próprias, que o autor deve conhecer e saber discernir qual o procedimento ou termo mais adequado para ser utilizado. Um trabalho científico é o registro de uma descoberta original de pesquisa organizada em várias seções de acordo com um formato que reflete a lógica de um argumento científico. Os cientistas profissionais seguem este formato rigorosamente quando eles escrevem um manuscrito para publicação de estudos biológicos, o mesmo método organizado é utilizado para elaborar projetos e registros de laboratório. Os artigos científicos respeitam uma estrutura de composição. Você pode começar a redigir pela seção que lhe pareça mais fácil. Para muitas pessoas essa seção é a metodologia. Usualmente a discussão e o resumo são escritos por último, após a conclusão do trabalho. Falar e escrever adequadamente são fundamentais para qualquer pesquisador. A linguagem culta pode ser observada nos noticiários transmitidos pelas redes de televisão e editoriais dos bons jornais diários do país. 36 NÚCLEO COMUM Para escrever bem deve-se investir tempo, paciência e esforço, além de valorizar esta tarefa. A linguagem científica dever ser clara, objetiva, escrita em ordem direta e com frases curtas. A clareza na escrita é um reflexo da clareza das ideias e da compreensão. 37 NÚCLEO COMUM Aula 10_Projeto de pesquisa I O projeto de pesquisa é a base da organização do seu trabalho de pesquisa. Ao elaborar o projeto você organiza suas ideias: percebe se o tema está muito amplo, identifica o que deve dizer primeiro e o que deve dizer depois, escolhe as teorias que podem ajudá-lo mais e assim por diante. O projeto é um esboço do trabalho final, seu esqueleto, sua estrutura. Desenho de Oscar Niemeyer: Projeto do Memorial da América Latina em São Paulo Memorial da América Latina/São Paulo Um projeto nasce de uma ideia, algo que você quer dizer, sobre uma parte da realidade que você gostaria de mudar. Elementos do projeto O projeto é um planejamento que deve orientar toda a pesquisa. Não deve ser considerado apenas um documento a ser apresentado como um item da burocracia acadêmica, mas deve acompanhar o trabalho do pesquisador. 38 NÚCLEO COMUM Segundo Pescuna e Castilho (2005, p.18), "a etimologia dos termos projeto e problema mostra que, apesar de diferentes origens, ambos possuem o mesmo significado [...] Os vocábulos projeto e problema possuem originalmente, o mesmo significado, que é lançar-se ou lançar algo para superar um obstáculo que se apresenta. Portanto, essas palavras revelam-se como duas faces do mesmo desafio. Esse paralelo indica que a determinação do problema é o objetivo primeiro do projeto de pesquisa". O projeto de pesquisa é um texto que define o problema a ser superado, com experimentos metodológicos, e a ordem das atividades que serão realizadas para a construção de um trabalho de pesquisa (PESCUNA e CASTILHO, 2005, p.18). Os elementos iniciais de um projeto de pesquisa (tema, justificativa e referencial teórico) desembocam na delimitação e formulação do problema. Do problema decorrem os demais elementos (levantamento das atividades, recursos e orçamento, referências). Assim, o problema é o centro do projeto de pesquisa (PESCUNA e CASTILHO, 2005, p.20). "Um problema implica uma ou mais dúvidas ou dificuldades em relação aotema, que você se proporá a resolver. Formulá-lo, portanto, deve envolver perguntas, que o trabalho procurará responder". (MÁTTAR NETO, 2002, p.143). 39 NÚCLEO COMUM Elementos de um projeto de pesquisa Tema: a alma do projeto A palavra monografia significa o trabalho escrito sobre determinado tema ou assunto. Ou seja, o tema é a alma da monografia e, consequentemente, do projeto de pesquisa. A bailarina era o tema de grande parte das obras do pintor impressionista francês Degas. 40 NÚCLEO COMUM Ele procurava observá-las em diferentes situações, Em diferentes contextos. 41 NÚCLEO COMUM A definição do tema deve ser muito clara. Isso facilita o desenvolvimento do projeto. Além disso, você deve procurar um assunto com o qual tenha afinidade, interesse e uma real curiosidade. Os pesquisadores Castilho e Pescuma definiram algumas questões que auxiliar a identificação do tema do seu projeto: • Das coisas que eu estudo o que mais me interessa? • Quais os assuntos que me deixam curioso? Levantam dúvidas, interrogações? • Além dos livros que o professor indica, quais outros eu gosto de ler por minha conta? De que assuntos tratam? • Em meu trabalho ou nos estágios que faço, aparecem dúvidas que eu não sei resolver e que aguçam minha curiosidade? • Que tema despertou meu interesse? Ainda conforme Castilho e Pescuma, a escolha do tema também deve ser guiada por um "espírito prático", representado pelas seguintes questões que você faz a si mesmo: • Esse tema está dentro do meu alcance? • Tenho acesso ao material necessário para enfrentar esse tema? • Poderei concluir minha pesquisa dentro do prazo de que disponho para isso? 42 NÚCLEO COMUM Justificativa A justificativa é o momento de responder a pergunta: Por que fazer essa pesquisa? É a demonstração do convencimento de que o trabalho é importante e precisa ser realizado. O texto deve destacar a relevância pessoal, acadêmica, profissional e social. Relevância pessoal De acordo com Pescuna e Castilho (2005, p.25), mostram por que o trabalho é importante para o pesquisador, que indica como surgiu a ideia do tema, qual a origem da curiosidade pelo assunto. É a parte mais pessoal da exposição do projeto, momento de se apontarem motivações e interesses ligados diretamente às circunstâncias da vida do pesquisador. 43 NÚCLEO COMUM Relevância acadêmica Todo trabalho parte de resultados atingidos pela comunidade acadêmica e contribui para o aumento do conhecimento em determinada área. Nessa perspectiva, cada pesquisa realizada oferece uma contribuição para a Academia. Daí a importância de se apontar essa relevância no próprio projeto de pesquisa (PESCUNA; CASTILHO, 2005, P.26). Relevância profissional Pescuna e Castilho (2005, p.26) afirmam que uma das características d a ciência moderna é ter uma aplicação prática no processo de dominação e transformação do mundo. O pesquisador deve destacar em seu projeto os usos teóricos e práticos dos resultados que espera alcançar. 44 NÚCLEO COMUM Relevância social O pesquisador deve deixar clara qual a contribuição que seus estudos podem prestar nos aspectos político e social, ou seja, de que maneira o trabalho pode contribuir para um melhor conhecimento dos problemas da sociedade e de forma pode colaborar para melhorá-la. 45 NÚCLEO COMUM Aula 11_Projeto de pesquisa II Referencial teórico É o quadro conceitual que será utilizado pelo pesquisador para fundamentar o trabalho. Não é uma simples relação de obras e autores, mas um estudo que evidencia diversos posicionamentos acerca do tema proposto. O pesquisador tem a oportunidade de mostrar seu conhecimento e posicionamento a respeito do tema (PESCUNA; CASTILHO, 2005, p.27). Os seguintes passos são úteis para a elaboração do referencial teórico: 1. Fazer um levantamento de material impresso, como livros, artigos, revistas, teses, monografias, jornais, documentos, dissertações etc. 2. Fazer um levantamento de material digital, como sites, artigos, revistas digitais etc. 3. Ler detalhadamente o material encontrado. 4. Fichar ou resumir todo o material, preocupando-se com as citações e referências. O referencial teórico não é uma carta com intenções, que somente elenca textos a serem lidos durante a pesquisa (PESCUNA; CASTILHO, 2005, p.27). Título Mesmo que provisório, é preciso que o título do trabalho esteja no projeto. Deve apresentar de maneira fiel, clara e objetiva, sugestiva e direta o conteúdo do trabalho, sintetizando o problema ou a hipótese (PESCUNA; CASTILHO,2005, p. 31). 46 NÚCLEO COMUM Fonte: PESCUNA; CASTILHO, 2005. Delimitação do problema A etapa seguinte, depois da definição do tema e do problema de pesquisa, é a delimitação do problema. Os componentes de um grupo de pesquisa se debruçam sobre um determinado objeto de estudo. Esse objeto nasce, por assim dizer, da junção do tema e do problema que levantamos. Entretanto, o problema precisa ser delimitado. A delimitação é, por assim dizer, uma especialização do olhar. Um objeto de estudo mais definido permite analisar mais os detalhes. Para a delimitação do problema os pesquisadores Castilho e Pescuma indicam as seguintes questões: • Por que o tema escolhido precisa ser pesquisado? • Que tipo de informações permite limitar o tema? • Que tipo de informações permite fazer um recorte mais específico do tema? Outras considerações Delimitar é selecionar ou recortar, como fizemos com a obra As três idades, do pintor Gustav Klimt. 47 NÚCLEO COMUM Para delimitar o objeto ou tema Por exemplo, digamos que você pretende estudar o ensino de artes para crianças. Faça perguntas: • Para crianças de que idade? • Onde? • Quando? Desse modo, o seu tema, que era amplo - “ensino de artes para crianças” -, vai ficando cada vez mais específico: Objetivos Segundo Pescuna e Castilho (2005, p.31-32): Os objetivos mostram onde se pretende chegar com o trabalho de pesquisa. Apontam os resultados teóricos e práticos a serem alcançados. 48 NÚCLEO COMUM ‘ Para serem atingidos, devem ser poucos e modestos em suas pretensões. Precisam sempre ser perseguidos pelo pesquisador, orientando o seu trabalho. Os objetivos devem ser formulados com a utilização de verbos no infinitivo, tais como: • Aplicar • Avaliar • Buscar • Caracterizar • Determinar • Enumerar • Formular • Encontrar • Explicar • Revelar Marconi e Lakatos (1992, p.102) colocam ainda a existência de dois tipos de objetivos: geral e específicos. Objetivo Geral Está ligado a uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das ideias estudadas. Vincula-se diretamente à própria significação da tese proposta pelo projeto. 49 NÚCLEO COMUM Objetivos Específicos Apresentam caráter mais concreto. Têm função intermediária e instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicar este a situações particulares. 50 NÚCLEO COMUM Aula 12_Projeto de Pesquisa III Nessa aula, trataremos de alguns métodos utilizados em algumas pesquisas, como o questionário. Um instrumento de coleta de dados muito utilizado, em pesquisas é o questionário, que deve ser elaborado pelo pesquisador responsável para ser respondido pelo grupo de pessoas que estão servindo de parâmetros para o estudo. O questionário deve apresentar uma linguagem acessível ao grupo de pessoas que irão respondê-lo. Quanto mais objetiva e clara for a pergunta, maior a possibilidade de respostas importantes.Todo questionário deverá conter uma carta de explicação apresentando às etapas do projeto, o objetivo da pesquisa, as instruções precisas para a o seu preenchimento, incentivo para o preenchimento e agradecimento. O pesquisador poderá optar pelo questionário com identificação ou sem identificação do sujeito que está respondendo. Alguns pesquisadores preferem a segunda opção, pois, acreditam que a ausência de identificação garante a sinceridade nas respostas. Abaixo, encontra-se um modelo de questionário que podemos utilizar. Tipos de Questões Tipo 1: Itens Exemplo: Você estuda? ( ) Sim ( ) Não Tipo 2: Respostas livres, abertas ou curtas; Exemplo: Que curso você estuda: ______________________________ Tipo 3. Itens de múltipla escolha; Exemplo: Quem paga a sua faculdade ( ) Eu mesmo(a) ( ) Meu pai 51 NÚCLEO COMUM ( ) Minha mãe ( ) Meu marido ( ) Tenho bolsa integral Tipo 4. Questões mistas. Exemplo: Em Que cidade você mora ( ) Santos ( ) São Vicente ( ) Praia Grande ( ) Cubatão Outro: _____________________________________ Entrevista Outro instrumento de coleta de dados é a entrevista. O pesquisador deverá tomar muito cuidado na condução desse instrumento. É importante uma preparação adequada, seguir um plano de entrevista, para que as informações necessárias sejam obtidas. Podemos classificar as entrevista de dois modos: exploratória e de coleta de informações. O planejamento da entrevista poderá ser iniciado pela seleção dos entrevistados, conforme o critério da contribuição efetiva que possam dar ao trabalho. Deve incluir a própria elaboração das questões, além da ordem em que serão apresentadas para os entrevistados. Em algumas situações é prudente realizar entrevista prévia com alguém, o que facilitará a postura crítica no momento da entrevista de fato. Algumas dicas são importantes para uma boa entrevista. Uma relação de descontração com o entrevistado permite respostas mais satisfatórias. Tome cuidado para não criar situações embaraçosas frente ao entrevistado. Procure passar segurança no momento das perguntas. Seja objetivo para que a entrevista não se prolongue demasiadamente. 52 NÚCLEO COMUM As anotações são importantíssimas: não deixe de anotar nada que julgue relevante. É recomendada, a utilização de um gravador, para garantir ainda mais as respostas obtidas, porém é necessário pedir a anuência do entrevistado. 53 NÚCLEO COMUM Aula 13_Pesquisa na Internet I Aprendendo a pesquisar na Internet Até há pouco tempo atrás, a única forma possível de pesquisar livros e outras publicações científicas era a consulta ao acervo de uma biblioteca. Isso acarretava alguns problemas, principalmente para aqueles que vivem distantes dos grandes centros, onde é mais fácil encontrarem-se as bibliotecas com os acervos mais completos. Com o surgimento da internet, o acesso a trabalhos científicos ficou muito mais fácil. Sites de buscas ou browsers, como por exemplo, Google, Bing, Yahoo e outros, dão acesso virtualmente a uma infinidade de textos. Contudo, a internet também coloca alguns obstáculos para o pesquisador, e talvez o maior deles seja saber onde e como pesquisar. Vamos supor que você esteja querendo pesquisar sobre brinquedotecas. Ao digitar a palavra brinquedoteca no Google e pesquisar, você receberá mais de um milhão e trezentos mil resultados1! E agora, como saber por onde começar? Muitos sites da internet tem um conteúdo pouco confiável... Qual escolher? Nesta aula, vamos aprender como fazer pesquisas na internet. Como fazer uma boa pesquisa na internet? Agulha no palheiro: como refinar os resultados de uma busca Para fazer uma pesquisa, é preciso começar selecionando quais resultados merecem ser lidos, pois é praticamente impossível consultar os milhares e até milhões de links que aparecem numa pesquisa simples no Google. Por isso, é importante aprender a refinar os resultados da pesquisa. Por exemplo: Vamos imaginar que você queira achar um site sobre citações de textos utilizados, mostrando a forma correta de fazê-las em uma monografia. Se você colocar apenas a palavra “citação” no Google, vai receber resultados de citação como um termo jurídico, e também citação como frases e pensamentos de autores. Mas a citação que você procura é a citação bibliográfica. Então, para obter apenas resultados neste assunto, digite “citação 54 NÚCLEO COMUM bibliográfica”, assim entre aspas, pois desta forma o programa de buscas vai procurar a expressão exatamente como foi escrita entre as aspas. Veja a diferença da pesquisa no Google: Termo citação: aproximadamente 20.000.000 resultados Termo “citação bibliográfica”: aproximadamente 20.300 resultados Conteúdo confiável na Internet É possível confiar na Internet? Na internet, a máxima “quantidade não é sinônimo de qualidade” nunca foi tão verdadeira! O fato de aparecerem milhares de resultados numa busca não significa que os seus problemas acabaram – eles podem estar apenas começando, pois é preciso saber se o conteúdo de um site é confiável ou não. O fato de uma informação estar publicada na internet não significa que ela seja verdadeira – muito pelo contrário. São famosas as histórias sobre sites que divulgam versões inventadas que vão sendo divulgadas, gerando verdadeiras “lendas virtuais”, mas que não tem fundamento. Outro problema é a fonte pesquisada ser de má qualidade ou de origem duvidosa e até mesmo ilícita, o que é o caso das autorias – quando você pensa que está consultando o verdadeiro autor de um texto, mas na verdade está diante de um plágio. Mas sobre o problema da cópia falaremos bastante nas próximas aulas. Quando se trata de um trabalho científico, o problema é ainda mais grave. As fontes de pesquisa de uma monografia cuja metodologia seja a pesquisa bibliográfica tem que ser confiáveis, de autores respeitados e consagrados na literatura da área. Portanto, se o seu tema de pesquisa é psicopedagogia ou alfabetização, você terá que consultar obrigatoriamente autores como Alícia Fernandez e Emília Ferreiro respectivamente, que são referências nestas áreas. Não é possível basear uma argumentação científica sobre um texto curto de um site obscuro, cujo autor (quando aparece o nome do autor) não faz nenhuma referência aos autores consagrados na área da pesquisa. O seu trabalho pode ficar empobrecido, o que certamente não é o seu objetivo. 55 NÚCLEO COMUM Wikipédia, a maior “amiga” do estudante. Você provavelmente já ouviu falar na Wikipédia, a enciclopédia virtual. A Wikipédia é uma enciclopédia livre ou de conteúdo livre, o que significa que os textos têm normas de direito autorais mais flexíveis, permitindo que possam ser copiados e até editados por quem acessa os conteúdos. É uma proposta bastante interessante, mas pode ser desastrosa se mal utilizada, principalmente com finalidades acadêmicas. Por mais cuidado que a Wikipédia possa tomar com a colocação de informações enganosas em seus verbetes, a Wikipédia não pode ser considerada uma fonte consistente de pesquisa. É muito útil para uma primeira abordagem, quando se está conhecendo um assunto novo, e também é fonte de várias informações – se uma informação não está disponível em português pode ser achada em outras línguas, mas não dá para apresentar um trabalho acadêmico baseado na Wikipédia, na verdade em um trabalho científico deve ser evitado a utilização do Wikipédia como referência. As fontes básicas de um trabalho devem ser mais consistentes. Dá para fazer um trabalho unicamente com documentos da internet? Até é possível, caso o assunto da monografia tenha suas fontes principais na internet. Mas se estas fontes não estão na internet, então precisam ser consultadas em forma de livros ou CD-ROM,como estiverem disponíveis. Se aquele livro fundamental daquele autor de referência para seu trabalho não estiver na internet, você terá que consultá-lo numa biblioteca, à moda antiga. Afinal, onde pesquisar? O local mais apropriado para a pesquisa acadêmica são as bases de dados, que serão explicadas na próxima aula. SAIBA MAIS Enciclopédia: dá para confiar na Wikipédia? Não, assim como não dá para confiar 100% em nenhuma fonte única de pesquisa. Mas isso não quer dizer que a Wikipédia não seja um bom ponto de 56 NÚCLEO COMUM partida. Existe um bom motivo para que 7,8 milhões de internautas a acessem todos os dias. “A Wikipédia já é uma grande referência”, afirma a professora Elizabeth Saad Corrêa, da Escola de Comunicações e Artes da USP. Veja o caso dos verbetes sobre temas científicos. Em 2005, a revista Nature fez uma comparação entre 42 artigos da enciclopédia virtual e da tradicionalíssima Britannica. Identificou 162 erros na Wikipédia e 123 na Britannica. A maior enciclopédia da web surgiu em 2001. Seu nome vem de wiki -wiki, termo havaiano para “veloz”. Em setembro, tinha 8,2 milhões de artigos, que somavam 1,41 bilhão de palavras em 253 línguas – algumas pouco faladas, como o dialeto romanhol do norte da Itália, outras inventadas, como o klingon (de Jornada nas Estrelas). Como é possível que uma enciclopédia escrita e editada por leigos voluntários funcione? “A Wikipédia dá certo porque tem uma hierarquia definida e regras claras de conduta. O vandalismo é corrigido com rapidez”, responde Fernanda Viegas, pesquisadora do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Tente apagar um verbete e em minutos um editor, informado por e-mail, terá resgatado a versão anterior. Mas ainda há furos. No início deste ano, veio à tona um esquema de sabotagem e autopromoção na enciclopédia, com gente da Apple editando o verbete da Microsoft e o site MySpace removendo informação negativa de seu próprio verbete, entre outras coisas. Para evitar coisas assim, medidas extremas estão sendo estudadas: a Wikipédia alemã, por exemplo, deve limitar a edição a colaboradores pré-selecionados. A hierarquia Wiki Dos internautas comuns aos reis da cocada preta, saiba quem faz o site Leitor Quem é: O usuário que visita o site para se informar. Quantos são: Aproximadamente 7,8 milhões por dia. 57 NÚCLEO COMUM Atribuições: Não procura por erros nem se dispõe a editar nenhum artigo. No máximo, posta algum recado na página de discussões, que pode influenciar os editores. Poder: Nenhum. Editor Quem é: Qualquer internauta que entre em um artigo para alterá-lo. Quantos são: Cerca de 3 milhões por dia. Atribuições: Retirar, acrescentar ou corrigir informações de um verbete. Ou criar novos tópicos. Poder: Limitado. Suas contribuições dependem da aprovação dos administradores. Administrador Quem é: Um super editor eleito (ou indicado por outro editor) por causa da frequência e da qualidade de suas colaborações. Quantos são: 1 342. Atribuições: Apagar ou bloquear páginas problemáticas e recuperar versões anteriores de verbetes vítimas de vandalismo. Poder: Grande. Burocrata Quem é: O chefe dos administradores. Quantos são: 22 no mundo inteiro (algumas línguas não têm nenhum administrador). Atribuições: Resolve pendências entre administradores. Pode “demitir” editores mal-intencionados que sabotam artigos da Wikipédia. Poder: Gigantesco. Steward Quem é: O juiz da Wikipédia. Quantos são: 30. 58 NÚCLEO COMUM Atribuições: Em caso de conflito entre diferentes instâncias (burocratas e administradores, por exemplo), é ele que decide quem tem razão. Também pode promover ou rebaixar pessoas de seus cargos, sem votação. Poder: Descomunal. Como saber se o verbete wiki é confiável Estrela Artigos bem escritos, estáveis, que contêm citações confiáveis e não são tendenciosos podem ganhar uma estrela e ser mencionados como “bons artigos”. Eles podem ser eleitos, por indicação de qualquer internauta, ou escolhidos pelos administradores e pelos burocratas. Em inglês, dos 2 milhões de verbetes disponíveis no começo de outubro, aproximadamente 1 630 eram considerados bons. Em português, eram 260 artigos dentre os 288 mil disponíveis. Normal São os artigos comuns, relevantes e bem escritos, mas que ainda não atingiram alto nível de qualidade. Bloqueado Em 25 de setembro, um administrador bloqueou a página do Corinthians. O motivo: depois de perder para o arquirrival Palmeiras dois dias antes, o clube estava ameaçado de cair para a 2ª divisão do Campeonato Brasileiro. Depois de dois dias apagando edições de insulto, o administrador optou por bloquear o verbete para qualquer tipo de modificação. Suspeito Quando uma informação importante aparece no verbete sem a devida citação, é comum que os editores façam um alerta avisando do problema. Quando o artigo é cheio de furos assim, ele ganha um selo logo no topo, alertando que o texto precisa de “faxina” e pode não ser confiável. 59 NÚCLEO COMUM Cancelado A Super criou o verbete “Tiago Cordeiro”, com a biografia do autor deste texto, com apenas duas palavras: “jornalista paranaense”. Cinco minutos depois, um administrador de Portugal julgou o artigo improcedente e o indicou para eliminação. (CORDEIRO, T. Enciclopédia: dá para confiar na Wikipédia? Superinteressante. http://super.abril.com.br/cultura/enciclopedia-confiar- Wikipédia- 447257.shtml> . Acesso em 9 de junho de 2010) SAIBA MAIS Jovem engana imprensa mundial com dado falso na web Jornais internacionais publicaram, no mês passado, uma informação falsa no obituário do compositor francês Maurice Jarre, morto em 29 de março último. A causa da publicação foi uma citação falsamente atribuída ao compositor, colocada por um estudante irlandês na enciclopédia online Wikipédia, reproduzida pela imprensa. Conforme publicou nesta quarta-feira o The Irish Times, a citação falsamente atribuída a Jarre apareceu nos obituários de jornais britânicos como The Guardian, The Independent, na revista de música da BBC e em diferentes jornais da Índia e da Austrália. Segundo a Wikipédia, Jarre teria dito o seguinte: "Pode-se dizer que minha vida foi uma longa trilha sonora. A música foi minha vida, a música me dava vida e pela música serei lembrado muito depois de deixar esta vida. Quando eu morrer será tocada uma última valsa em minha cabeça, que somente eu poderei escutar." Mas as frases não são do compositor francês. Elas saíram da imaginação do irlandês Shane Fitzgerald, 22 anos, estudante de economia e sociologia no Trinity College em Dublin. Ele disse ao The Irish Times que queria apenas "fazer uma experiência" sobre o fenômeno da globalização. Fitzgerald explicou que desejava demonstrar como os jornalistas usam a internet como principal fonte de informação e como a população está conectada por meio da rede. Ele escolheu a Wikipédia porque é uma ferramenta muito utilizada http://super.abril.com.br/cultura/enciclopedia-confiar-%20Wikipédia-447257.shtml http://super.abril.com.br/cultura/enciclopedia-confiar-%20Wikipédia-447257.shtml 60 NÚCLEO COMUM pelos profissionais da informação, e porque seus conteúdos podem ser editados e modificados por qualquer um. Os moderadores da enciclopédia online retiraram em questão de minutos a "nova informação", publicada por Fitzgerald pouco depois de saber do falecimento de Jarre, já que esta não tinha fontes de referência. Mas o parágrafo permaneceu durante mais de 24 horas no ar pois o estudante continuou colocando-o repetidamente na web. "Não esperava que a brincadeira fosse chegar tão longe. Esperava que aparecesse em blogs e em algumas páginas da internet, mas em 'jornaisde qualidade'? Me surpreendi muito", declarou o estudante. O engano não foi detectado pelos órgãos de imprensa, até que o próprio Fitzgerald enviou e-mails alertando-os que a informação publicada era falsa. "Creio que não descobririam se eu não houvesse avisado", acrescentou o jovem, que não se considera um especialista em informática. Ainda que o parágrafo sobre Jarre tenha sido retirado da Wikipédia e das bases de dados dos jornais afetados, ainda pode ser lida em dezenas de blogs e jornais eletrônicos, de acordo com o The Irish Times. (fonte:Terra.–.Tecnologia. <http://super.abril.com.br/cultura/enciclopediada-para- confiar-na-wikipedia>.Acessado em 19 de Fevereiro de 2016). 61 NÚCLEO COMUM Aula 14_Pesquisa na Internet II Base de Dados As bases de dados são sites que oferecem acesso a documentos acadêmicos, como artigos, periódicos (revistas científicas), teses e dissertações. São conhecidas como bibliotecas virtuais, e são as fontes mais confiáveis para a pesquisa na internet. Nelas, você pode consultar por palavras, assuntos, autores e ano de publicação, entre outras possibilidades. O funcionamento destas bases de dados é parecido com o de buscadores como o Google, só que as buscas acontecem apenas dentro do acervo da base de dados, o que dá muito mais segurança e resultados efetivos. Vamos ver a seguir as principais bases de dados em português. Para fazer um levantamento do “estado da arte” na área em que você está pesquisando, e verificar o quanto já se pesquisou ou não neste assunto, é imprescindível consultar uma ou mais destas bases. Google Acadêmico http://scholar.google.com.br O Google Acadêmico fornece uma maneira simples de pesquisar literatura acadêmica de forma abrangente. Você pode pesquisar várias disciplinas e fontes em um só lugar: artigos revisados por especialistas (peer-rewiewed), teses, livros, resumos e artigos de editoras acadêmicas, organizações profissionais, bibliotecas de pré-publicações, universidades e outras entidades acadêmicas. O Google Acadêmico classifica os resultados de pesquisa segundo a relevância, e http://scholar.google.com.br/ 62 NÚCLEO COMUM as referências mais úteis são exibidas no começo da página. A tecnologia de classificação do Google leva em conta o texto integral de cada artigo, o autor, a publicação em que o artigo saiu e a frequência com que foi citado em outras publicações acadêmicas. SciELO http://www.scielo.br A Scientific Electronic Library Online - SciELO é uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros. A SciELO é o resultado de um projeto de pesquisa da FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, em parceria com a BIREME - Centro Latino- Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde e CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. O projeto tem por objetivo o desenvolvimento de uma metodologia comum para a preparação, armazenamento, disseminação e avaliação da produção científica em formato eletrônico. Atualmente, a SciELO dá acesso ao texto completo a cerca de 2800 periódicos do Brasil e da América Latina, além de Portugal e Espanha. http://www.scielo.br/ 63 NÚCLEO COMUM Portal de Periódicos Capes http://www.periodicos.capes.gov.br O Portal de Periódicos da Capes oferece acesso aos textos completos de artigos de mais de 11.180 revistas internacionais, nacionais e estrangeiras, e a mais de 90 bases de dados com resumos de documentos em todas as áreas do conhecimento. Inclui também uma seleção de importantes fontes de informação acadêmica com acesso gratuito na Internet. O acervo completo deve ser acessado pelos computadores em bibliotecas das universidades credenciadas, mas também há textos disponíveis para acesso livre. DEDALUS - Catálogo on-line das Bibliotecas USP http://dedalus.usp.br/F?RN=10894443 http://www.periodicos.capes.gov.br/ http://143.107.73.17/F?RN=240867129 64 NÚCLEO COMUM O Dedalus faz parte do SIBiUSP, que é o Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo, que integra 43 bibliotecas de faculdades distribuídas em seis campi universitários, com acervo total de mais de 6 milhões de volumes, e possibilita pesquisar o acervo de todas as bibliotecas da USP. CRUESP - Portal dos Sistemas de Bibliotecas das Universidades Estaduais Paulistas http://www.sibi.usp.br Integra os acervos das bibliotecas da USP, Unicamp e UNESP. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP http://www.teses.usp.br http://www.teses.usp.br/ 65 NÚCLEO COMUM Acesso a textos completos de teses e dissertações da USP. Domínio Público http://www.dominiopublico.gov.br O Portal Domínio Público coloca à disposição dos usuários uma biblioteca virtual de referência para professores, alunos, pesquisadores e para a população em geral. Este portal constitui-se em um ambiente virtual que permite a coleta, a integração, a preservação e o compartilhamento de conhecimentos, sendo seu principal objetivo o de promover o amplo acesso às obras literárias, artísticas e científicas (na forma de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou que tenham a sua divulgação devidamente autorizada, que constituem o patrimônio cultural brasileiro e universal. O problema da cópia Cópias da internet ou a era do “Ctrl+C, Ctrl+V” A "cópia" não foi inventada juntamente com a Internet, mas, certamente, ela tem propiciado o crescimento dessa prática, dada a facilidade de se acessar os textos disponibilizados em meio digital e, considerando-se, além disso, a quantidade de textos disponibilizados. http://www.dominiopublico.gov.br/ 66 NÚCLEO COMUM Num linguagem bastante informal, poderíamos dizer que "copiar" uma resposta ou um trabalho inteiro, torna-se uma tentação: bastam poucos movimentos do mouse e do teclado e pronto! Eis um trabalho inteirinho, em poucos minutos. Entretanto, devemos lembrar o por que das escolas solicitarem os trabalhos escritos. Eles não servem somente para que o aluno "ganhe uma nota". Na verdade, os trabalhos escritos - sejam curtos ou longos - constituem uma etapa fundamental na construção de conhecimentos, talvez até a mais importante etapa. No momento da escrita realizam-se a organização do pensamento, a abstração e a síntese necessárias para a consolidação do conhecimento. Na Unimes Virtual as cópias não são aceitas. Assim que identificarem uma cópia, os professores orientadores poderão recusar o trabalho e solicitar uma nova entrega dentro do prazo estabelecido (UNIMES VIRTUAL, 2010). Monge copista SAIBA MAIS Conheça as orientações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES sobre combate ao plágio Brasília (4/01/2011) - A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) recomenda, com base em orientações do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que as instituições de ensino públicas e privadas brasileiras adotem políticas de conscientização e informação sobre a propriedade intelectual, adotando procedimentos específicos que visem coibir a prática do plágio quando da redação de teses, monografias, artigos e outros textos 67 NÚCLEO COMUM por parte de alunos e outros membros de suas comunidades. A orientação é proveniente de proposição da Comissão Nacional de Relações Institucionais e da Seccional da OAB/Ceará (n.2010.19.07379-01) aprovada pelo referido Conselho em sessão plenária no dia 19 de outubro de 2010. O texto ressalta que as ferramentas tecnológicas da informática e o advento da internet proporcionam acesso irrestrito a muitos bancos de dados oficiais e particulares e que algumas distorções advindas desta facilidade de acesso eletrônicotêm gerado preocupações no sentido da prática nociva de copiar e colar textos. “Além da prática ilegal de apropriar-se da obra de terceiros sem autorização e sem a referência devida, o procedimento nefasto infecciona a pesquisa, produzindo danos irreparáveis.” A OAB recomenda o uso de softwares que fazem a leitura eletrônica do texto (artigo, monografia, dissertação ou tese). Em seguida, realizam rastreamento comparativo em vários sites de busca na internet e em base de dados, verificando se o autor copiou frase ou parágrafo, por exemplo, identificando a base de dados e o texto copiado. A OAB orienta ainda que, por não se tratar de programa absoluto, procedimentos internos nas instituições acadêmicas devem ser adotados para aferir se houve ou não plágio. Um deles, citado como necessário, é que as instituições criem comissão que avalie os resultados obtidos pelo software de forma objetiva, aferindo o grau de gravidade no caso dos textos copiados. A Capes concorda com as orientações da Ordem dos Advogados do Brasil e reforça a necessidade de combate ao plágio onde quer que este se manifeste. (Fonte: CAPES - Ministério da Educação. Orientações Capes - combate ao plágio. Disponível em <http://www.capes.gov.br/acessoainformacao/informacoes- classificadas/72-salaimprensa/destaques/4445-orientacoes-capes-combate-ao- plagio). Acessado em 19 de Fevereiro de 2016. SAIBA MAIS Aprenda um pouco mais sobre direitos autorais O que são direitos autorais Os direitos autorais lidam basicamente com a imaterialidade, principal 68 NÚCLEO COMUM característica da propriedade intelectual. Estão presentes nas produções artísticas, culturais, científicas etc. Obras intelectuais protegidas São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro. Estão incluídos aqui textos de obras literárias, artísticas ou científicas; conferências, obras dramáticas, obras audiovisuais e cinematográficas, obras fotográficas, desenho, pintura, gravura, escultura, ilustrações e mapas, entre outros. O que não precisa de proteção Ideias, procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou conceitos matemáticos; esquemas, planos ou regras para realizar atos mentais, jogos ou negócios; formulários em branco para serem preenchidos por qualquer tipo de informação; textos de tratados ou convenções, leis, decretos, regulamentos, decisões judiciais e atos oficiais; calendários, agendas etc.; aproveitamento industrial ou comercial das ideias contidas nas obras. O autor e seus direitos Autor é a pessoa física criadora de obra literária, artística ou científica. Os direitos morais e patrimoniais sobre a obra pertencem ao autor que a criou. O autor pode reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra; ter seu nome ou pseudônimo, ou mesmo sinal convencional indicado ou anunciado, como sendo autor, na utilização de sua obra; tem o direito de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações que possam prejudicá-la ou atingi-lo como autor, em sua reputação ou honra. O autor pode ainda modificar a obra, antes ou depois de utilizada; pode retirar de circulação ou suspender qualquer forma de utilização já autorizada, quando a circulação ou utilização implicarem afronta à sua reputação. Os direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis. 69 NÚCLEO COMUM Não constitui ofensa aos direitos autorais Artigos de periódicos – A reprodução de notícia, artigo informativo, discursos pronunciados em reuniões públicas publicadas em jornais ou revistas, desde que se mencione o nome do autor, se assinados, ou da publicação de onde foram transcritos. Citação – É lícito citar em livros, jornais e revistas ou qualquer outro meio de comunicação, trechos de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida justificada para se atingir determinada finalidade, desde que se indique o nome do autor e as fontes bibliográficas da obra. A internet e os direitos autorais A recente explosão da informática está provocando o surgimento de uma nova cultura, com novos conceitos de comercialização. Um dos problemas básicos em discussão sobre a Internet ainda é definir se ela é uma mídia impressa, como jornais, revistas ou livros. Se fosse, estaria fora de qualquer controle ou censura. Caso seja do tipo não impressa, estaria submetida aos regulamentos correspondentes. Outro fator que complica a análise da Internet é que ela não tem um proprietário definido, um autor; é livre, qualquer um que tenha o devido equipamento pode acessá-la. Nesse caso, como fica a propriedade intelectual? Já existe alguma legislação sobre isso? O importante a ressaltar é que todas as obras intelectuais (livros, vídeos, filmes, fotos, obras de artes plásticas, música, intérpretes etc.), mesmo quando digitalizadas não perdem sua proteção, portanto, não podem ser utilizadas sem prévia autorização. Apesar de qualquer pessoa que tenha acesso à Internet poder inserir nela material e qualquer outro usuário poder acessá-lo, "os direitos autorais continuam a ter sua vigência no mundo online, da mesma maneira que no mundo físico. A transformação de obras intelectuais para bits em nada altera os direitos das obras originalmente fixadas em suportes físicos" (Gandelman1, p. 154). 70 NÚCLEO COMUM Reprodução e cópias na Internet O autor tem todo o direito de autorizar a reprodução de sua obra no meio que quiser, incluindo aí a Internet. O que se questiona é o que o usuário pode fazer com esse material. É claro que se ele faz uma cópia de determinado material protegido e pretende usá-la será necessária a autorização do autor. Qualquer texto, home page ou site que apresentar criatividade e forma original, é protegido, necessitando de autorização para ser reproduzido. A grande facilidade de reprodução e distribuição de cópias sem autorização; a facilidade de criar "verdadeiras" obras derivadas através da digitalização e a facilidade de utilização de textos e imagens oferecidos pela Internet de forma ilegal são alguns dos vários modos de como os direitos autorais são burlados. Assim como a cópia xerográfica é um crime, que continua sendo praticado abertamente principalmente nas universidades através dos vários centros acadêmicos, formando-se às vezes verdadeiras fontes de renda, as violações dos direitos autorais pelos usuários da Internet estão se tornando igualmente comuns, de modo que quase ninguém acredita num controle legal, ainda mais sem uma legislação própria. Todas essas violações seriam legais se fosse pedida a autorização ao titular dos direitos. Para que isso aconteça é preciso que se criem leis claras e não um emaranhado trabalhoso de normas que, no fundo, tornarão o licenciamento muito oneroso. Enquanto isso não ocorre, estamos fadados a conviver com esse submundo ilegal de violações dos direitos autorais. A Internet está criando um verdadeiro caos à medida que rompe qualquer barreira, pois torna a proteção aos direitos autorais – que atualmente é territorial – obsoleta. É preciso, portanto, que se crie um código universal plenamente funcional. Do contrário, vamos continuar nos perguntando "de quem é a responsabilidade sobre os direitos autorais na Internet?", e não dando nenhuma solução satisfatória. (Fonte: MARTINS FILHO, Plínio. Direitos autorais na Internet. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 19651998000200011). Acessado em 19 de Fevereiro de 2016. http://www.scielo.br/%20scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-19651998000200011 http://www.scielo.br/%20scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-19651998000200011 71 NÚCLEO COMUM Aula 15_Objetivos da Pesquisa Objetivos da Pesquisa Em relação aos objetivos, apesquisa é classificada em três tipos: pesquisa explicativa, pesquisa exploratória e pesquisa descritiva. Pesquisa Explicativa Andrade (2002) define a pesquisa explicativa como: “... a pesquisa explicativa é um tipo de pesquisa mais complexa, pois, além de registrar, analisar, classificar e interpretar os fenômenos estudados procura identificar seus fatores determinantes. A pesquisa explicativa tem por objetivo aprofundar o conhecimento da realidade, procurando a razão, o porquê das coisas e por esse motivo está mais sujeita a erros”. A Pesquisa Explicativa tem o objetivo de tentar identificar todos os fatores que contribuem ou que são determinantes para que ocorra algum tipo de fenômeno. Dessa forma, ela tende a aprofundar o conhecimento, explicando a “razão” e o “por que” da ocorrência de determinados fatos. Quando a pesquisa é relacionada à área das ciências naturais, requer um método experimental, entretanto, quando relacionada à área das ciências sociais, o método é o observacional. A pesquisa explicativa pode assumir duas formas, a Pesquisa Experimental e a Pesquisa Ex- post-facto. Pesquisa Exploratória Quando há pouco ou nenhum conhecimento sobre determinado assunto, a pesquisa é considerada de caráter exploratório, por meio desse tipo de pesquisa, busca-se conhecer com maior profundidade o tema objeto esclarecendo-o e construindo questões importantes no decorrer da pesquisa. A pesquisa de caráter exploratório tende a provocar uma maior aproximação, uma maior familiaridade com o problema tornando-o mais explícito ou facilitando na construção de hipóteses. Esse tipo de pesquisa é feita a partir de levantamento de dados bibliográficos, análise de exemplos, entrevistas com pessoas que já passaram por experiências oriundas do problema pesquisado. 72 NÚCLEO COMUM Em geral, a pesquisa exploratória tende a ser uma Pesquisa Bibliográfica ou um Estudo de Caso. Portanto, Gil (1999) destaca que: “a pesquisa exploratória é desenvolvida no sentido de proporcionar uma visão geral acerca de determinado fato. Portanto, esse tipo de pesquisa é realizado, sobretudo, quando o tema escolhido é pouco explorado e torna- se difícil formular hipóteses precisas e operacionalizáveis”. Já Andrade (2002) ressalta algumas finalidades consideradas primordiais: “proporcionar maiores informações sobre o assunto que se vai investigar; facilitar a delimitação do tema de pesquisa; orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses; ou descobrir um novo tipo de enfoque sobre o assunto”. Pesquisa Descritiva A pesquisa descritiva poderia ser classificada como um estudo intermediário, pois ao compará-la com as pesquisas explicativa e exploratória, verificamos que ela não possui um conteúdo tão aprofundado como a pesquisa explicativa e também não é tão preliminar como a pesquisa exploratória. Sendo assim, quando o intuito é descrever as características de uma determinada espécie, população, um fenômeno ou estabelecer uma relação entre determinadas variáveis, trata-se então de uma pesquisa descritiva, pois é feita por meio de técnicas padronizadas de coleta de dados, uso de questionários validados e observações sistematizadas, ou seja, a pesquisa descritiva possui três objetivos fundamentais: identificar, relatar e comparar. A pesquisa descritiva tende a ser caracterizada como um Levantamento. Dessa forma, Andrade (2002) explica que: “a pesquisa descritiva preocupa-se em observar os fatos, registrá-los, analisá-los, classificá-los e interpretá-los, e o pesquisador não interfere neles. Assim, os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não são manipulados pelo pesquisador”. 73 NÚCLEO COMUM Entretanto, Triviños (1987), diz que a pesquisa descritiva: “... exige do pesquisador uma delimitação precisa de técnicas, métodos, modelos e teorias que orientarão a coleta e interpretação dos dados, cujo objetivo é conferir validade científica à pesquisa. A população e a amostra também devem ser delimitadas, assim como os objetivos, os termos, as variáveis, as hipóteses e as questões de pesquisa”. Na próxima aula continuaremos a discutir acerca dos tipos de pesquisas, que irão abordar os procedimentos técnicos. Bons estudos! 74 NÚCLEO COMUM Aula 16_Pesquisa: Procedimentos Técnicos Procedimentos técnicos Quando falamos de procedimentos técnicos, a pesquisa assume outras características, tais como: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa experimental, Levantamento, Estudo de Caso, Pesquisa Ex-post-facto, Pesquisa Ação e Pesquisa Participante. Sob a visão de Gil (1991), vejamos as peculiaridades de cada uma. “Pesquisa Bibliográfica: quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet”. “Pesquisa Documental: quando elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico”. “Pesquisa Experimental: quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto”. “Levantamento: quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer”. “Estudo de caso: quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento”. “Pesquisa Ex-post-Facto: quando o “experimento” se realiza depois dos fatos”. “Pesquisa-Ação: quando concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo”. 75 NÚCLEO COMUM “Pesquisa Participante: quando se desenvolve a partir da interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas”. Na próxima aula, você irá aprender sobre os métodos científicos utilizados em uma pesquisa. Boa leitura e não se esqueça de participar das atividades previstas no semestre. 76 NÚCLEO COMUM Aula 17_Métodos Científicos Os processos utilizados em uma investigação científica para que os objetivos sejam atingidos, são denominados de método científico. O método científico é definido por um conjunto de processos ou operações mentais que se devem empregar na investigação, é a linha de raciocínio que é adotada na elaboração e execução da pesquisa. (Gil, 1999; Lakatos, Marconi, 1993). Os métodos científicos que baseiam a investigação são: Dedutivo; Indutivo; Hipotético-dedutivo; Dialético; Fenomenológico. Vamos analisar as bases lógicas que cada método é embasado. Método dedutivo René Descartes juntamente com outros racionalistas propôs esse método que pressupõe que “só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro”. O raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar um determinado conteúdo por meio de uma cadeia lógica de raciocínio, analisando do geral para o particular, chegando a uma conclusão, ou seja, partindo de duas premissas, chega-se a uma terceira considerada como conclusão. Um clássico e famoso exemplo de raciocínio dedutivo é exibido no quadro abaixo, observe: 77 NÚCLEO COMUM Método Indutivo Proposto pelos empiristas como Locke e Bacon, o método indutivo considera que o conhecimento fundamenta-se a partir das experiências, não devendo ser levado em conta os princípios pré-estabelecidos. No raciocínio indutivo, as observações levam a realidade concreta, as constatações particulares devem levar à elaboração das generalizações. Outro exemplo bem clássico é apresentado no quadro abaixo, observe: Método Hipotético-Dedutivo Popper propôs o método hipotético-dedutivo baseando-sena seguinte linha de raciocínio: “quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o problema. Para tentar explicar a dificuldades expressas no problema, são formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se consequências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa tornar falsas as consequências deduzidas das hipóteses”. Enquanto no método dedutivo se procura a todo custo confirmar a hipótese, no método hipotético-dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la (GIL, 1999). 78 NÚCLEO COMUM Método Dialético Hegel deu origem ao método dialético, fundamentando-se na teoria de que as contradições se transcendem originando assim novas contradições, que acabam por exigir uma solução. O método dialético é de total interpretação dinâmica e realista, pois parte do pressuposto de que os fatos não podem ser considerados fora de um contexto econômico, social, entre outros. Método fenomenológico O método fenomenológico foi proposto por Husserl, e não é considerado indutivo nem dedutivo, pois o foco principal desse método é a descrição direta da experiência. A realidade construída não é única, pois existem tantas quantas forem às interpretações sendo analisado de acordo com as experiências de cada indivíduo, o que é considerado de fundamental importância na construção do conhecimento. Chegamos ao final de mais uma aula, no qual discutimos os tipos de métodos que podemos encontrar em uma pesquisa. Procure refletir sobre um método adequado para que você possa utilizar no desenvolvimento de sua primeira pesquisa, que pode ser um trabalho de conclusão de curso, um projeto integrado, uma monografia, uma dissertação de mestrado e até mesmo uma tese de doutorado. Vamos continuar nossos estudos? Boa leitura! 79 NÚCLEO COMUM Aula 18_Planejamento e Etapas da Pesquisa Pesquisar é construir um conhecimento científico, e a construção do conhecimento científico demanda algumas exigências, para facilitar o desenvolvimento da pesquisa, planejar cada etapa é de fundamental importância, pois dessa forma garantimos um trabalho de qualidade. Ao planejar como será o desenvolvimento da pesquisa, deve-se levar em conta alguns critérios, tais como: consistência, coerência, originalidade e objetivação, para isso é necessário prestar atenção em algumas condições: A existência de uma pergunta que se deseja responder; A elaboração de um conjunto de passos que permitam chegar à resposta; A indicação do grau de confiabilidade na resposta obtida”. (Goldemberg, 1999) Para facilitar o planejamento e a execução da pesquisa científica, foram elaboradas três fases: decisória, construtiva e redacional. Observaremos cada uma e as suas principais características. Fase decisória: refere-se à escolha do tema da pesquisa, à definição, é nessa fase que é feita a delimitação do problema da pesquisa. Fase construtiva: como o próprio nome diz, é nesse momento que é elaborada a construção de um plano de ações e execuções da pesquisa. Fase redacional: envolve a análise dos dados que foram coletados durante a fase construtiva da pesquisa e a elaboração do relatório final, concluindo a pesquisa. Podemos concluir então, que a pesquisa científica consiste na realização de uma investigação bem planejada e desenvolvida dentro de normas e regras já bem consolidadas de acordo com a metodologia científica. Vimos que a metodologia científica resume-se em um conjunto de várias etapas que auxiliam o pesquisador desde o início da sua pesquisa até a fase final. Nesse espaço de tempo entre o início e a conclusão da pesquisa, temos várias etapas como: escolher o tema, planejar a investigação, desenvolver a metodologia que será a aplicada, coletar e tabular os dados, analisar os resultados, elaborar o relatório final com as conclusões da pesquisa e finalmente, divulgar os resultados. 80 NÚCLEO COMUM Apesar de a pesquisa apresentar tipos variados e diversas classificações, uma única pesquisa pode se encaixar em diferentes classificações, entretanto, devem obedecer às regras de cada tipo. Etapas da pesquisa Elaborar uma pesquisa requer um olhar crítico na busca por respostas aos problemas propostos. Para isso, se faz necessário cumprir uma série de etapas que fazem parte de um processo bem detalhado, garantindo assim um trabalho de qualidade. Passo a passo da pesquisa a) Escolha do tema; b) Revisão da literatura; c) Justificativa; d) Formulação do problema; e) Determinação de objetivos; f) Metodologia; g) Coleta de dados; h) Tabulação de dados; i) Análise e discussão dos resultados; j) Conclusão da análise dos resultados; k)Redação e apresentação do trabalho científico. Nas próximas aulas iremos discutir sobre cada uma das etapas da pesquisa e aprender a como desenvolver essas fases. Bons estudos e lembre-se: Procure ampliar seus conhecimentos em outras fontes, como livros, artigos, jornais e/ou sites confiáveis da internet. 81 NÚCLEO COMUM Aula 19_Escolha do Tema e Revisão da Literatura Nessa fase da pesquisa, é o momento em que você deverá responder a pergunta: “O que pretendo abordar?” Definir o tema em questão é de fundamental importância, pois ele delimita sua área de interesse, o assunto no qual você deseja provar, contestar ou desenvolver. Ao definir um tema, você delimita o assunto, e estabelece limites e/ou restrições para o desenvolvimento da pesquisa científica. Deve-se levar em consideração para escolha do tema: se é ou não um assunto atual, sua relevância, e seu conhecimento a respeito do assunto. De acordo com Barros e Lehfeld (1999): “A definição do tema pode surgir com base na sua observação do cotidiano, na vida profissional, em programas de pesquisa, em contato e relacionamento com especialistas, no feedback de pesquisas já realizadas e em estudo da literatura especializada.” Revisão de Literatura A revisão de literatura é uma das etapas mais importantes no desenvolvimento de uma pesquisa, é neste momento que é feito todo um levantamento sobre os estudos que já foram realizados. Rever a literatura refere-se à fundamentação teórica que você irá utilizar para estruturar seu projeto, dando a sustentação conceitual ao desenvolvimento da pesquisa. Nesta etapa você deverá verificar e responder às seguintes questões: quem já escreveu sobre o tema que eu escolhi? O que já foi publicado sobre o assunto? Quais os aspectos que já foram abordados? Existem lacunas na literatura referente ao tema? Pode objetivar determinar o “estado da arte”, ser uma revisão teórica, ser uma revisão empírica ou ainda ser uma revisão histórica. A revisão de literatura é fundamental, porque fornecerá elementos para você evitar a duplicação de pesquisas sobre o mesmo enfoque do tema, favorecendo a definição de contornos mais precisos relacionados ao problema a ser estudado. De acordo com Luna (1997), os objetivos da revisão da literatura são os seguintes: 82 NÚCLEO COMUM “Determinação do “estado da arte”: o pesquisador procura mostrar através da literatura já publicada o que já sabe sobre o tema, quais as lacunas existentes e onde se encontram os principais entraves teóricos ou metodológicos”. “Revisão teórica: você insere o problema de pesquisa dentro de um quadro de referência teórica para explicá-lo. Geralmente acontece quando o problema em estudo é gerado por uma teoria, ou quando não é gerado ou explicado por uma teoria particular, mas por várias”. “Revisão empírica: você procura explicar como o problema vem sendo pesquisado do ponto de vista metodológico procurando responder: Quais os procedimentos normalmente empregados no estudo desse problema? Que fatores vêm afetando os resultados? Que propostastêm sido feitas para explicá-los ou controlá-los? Que procedimentos vêm sendo empregados para analisar os resultados? Há relatos de manutenção e generalização dos resultados obtidos? Do que elas dependem? “Revisão histórica: você busca recuperar a evolução de um conceito, tema, abordagem ou outros aspectos fazendo a inserção dessa evolução dentro de um quadro teórico de referência que explique os fatores determinantes e as implicações das mudanças.” Ao elaborar a revisão de literatura, o mais recomendável é que seja adotada a metodologia da pesquisa bibliográfica, pois ela se baseia na análise da literatura que já foi publicada, seja em forma de artigos, material eletrônico (internet), livros, revistas e jornais. A revisão de literatura baseado em pesquisa bibliográfica colaborará para: obter informações sobre a situação atual do tema ou problema pesquisado; conhecer publicações existentes sobre o tema e os aspectos que já foram abordados; verificar as opiniões similares e diferentes a respeito do tema ou de aspectos relacionados ao tema ou ao problema de pesquisa. (Minayo,1993) 83 NÚCLEO COMUM No intuito de facilitar a revisão de literatura Lakatos e Marconi (1991), sugerem alguns passos: “Escolha do tema: O tema é o aspecto do assunto que você deseja abordar, provar ou desenvolver. A escolha do tema da revisão de literatura está vinculada ao objetivo da própria revisão que você pretende fazer. A revisão de literatura deverá elucidar o tema, proporcionar melhor definição do problema de pesquisa e contribuir na análise e discussão dos resultados da pesquisa.” “Em função da explosão da informação, você deverá definir para onde ele irá dirigir e concentrar seus esforços na revisão de literatura, porque só assim não ficará perdido no emaranhado das publicações existentes. Pesquisadores experientes sabem que o risco de perder tempo e rumo podem ser fatais neste processo, além de atravancar todo o desenvolvimento das etapas da pesquisa, pode até impedir sua realização.” “Elaboração do Plano de Trabalho: Para evitar dispersão e perda de tempo no processo de leitura de textos, é importante levantar os aspectos que serão abordados sobre o tema. Para isso você deve elaborar um esquema provisório de sua revisão de literatura, onde listará de forma lógica as abordagens que pretende fazer referentes ao tema ou problema de sua pesquisa. O esquema servirá de guia no processo de leitura e na coleta de informações nos textos.” “Identificação: Após a definição do que será abordado na revisão de literatura e a elaboração de um esquema com os aspectos a serem abordados que servirá de guia para organização do processo de leitura, você deve identificar o material.” “Localização e compilação: Realizada a identificação (o levantamento bibliográfico), é necessário que você obtenha os materiais considerados úteis à realização da pesquisa. É preciso, então, localizá-los. Deve-se começar pela Biblioteca que está mais próxima e, se essa não possuir, podem-se consultar outras no País ou no mundo. Para fazer a compilação, reunião sistemática dos materiais 84 NÚCLEO COMUM selecionados e localizados, os seguintes recursos: fotocópias, impressões e a própria aquisição, quando for indispensável.” “Fichamento: Os materiais selecionados para leitura serão analisados e fichados. O Fichamento permite que você reúna as informações necessárias e úteis à elaboração do texto da revisão. Podem ser elaborados diversos tipos de fichas, como: bibliográfica: com dados gerais sobre a obra lida; citações: com a reprodução literal entre aspas e a indicação da página da parte dos textos lidos de interesse específico para a redação dos tópicos e itens da revisão; resumo: com um resumo indicativo do conteúdo do texto; esboço: apresentando as principais ideias do autor lido de forma esquematizada com a indicação da página do documento lido; comentário ou analítica: com a interpretação e a crítica pessoal do pesquisador com referência às ideias expressas pelo autor do texto lido.” “Análise e interpretação: De posse dos fichamentos você fará então, a classificação, a análise, a interpretação e a crítica das informações coletadas.” “Redação: Na redação do texto final você deve observar os seguintes critérios: objetividade, clareza, precisão, consistência, linguagem impessoal e uso do vocabulário técnico.” Recomendações importantes: o texto deve ter começo, meio e fim. faça um texto introdutório explicando o objetivo da revisão de literatura; revisão de literatura não é fazer colagem de citações bibliográficas; então: faça uma abertura e um fecho para os tópicos tratados; preencha as lacunas com considerações próprias; crie elos entre as citações.” (Lakatos e Marconi, 1991) 85 NÚCLEO COMUM Chegamos ao final de mais uma aula, vamos continuar com as fases da elaboração de um projeto de pesquisa. Caso tenha alguma dúvida, entre em contato com o professor (a) responsável pela disciplina, pois ele (a) irá ajudá-lo (a). Bons estudos! 86 NÚCLEO COMUM Aula 20_Revisão da Literatura / Introdução A partir desta aula, iremos estudar as etapas de um trabalho científico. Iniciaremos com a revisão da literatura. A revisão e levantamento da literatura existente sobre o tema é fundamental para o sucesso do trabalho. É necessário efetuar revisões bibliográficas em bibliotecas ou em outros serviços de informações. O levantamento bibliográfico permite ao pesquisador aprofundar o contato com o tema, conhecer os trabalhos e os autores de referência para o tema, rever a definição de conceitos, conhecer diferentes abordagens e possibilidades de tratamento do tema. O material bibliográfico deve ser organizado de modo a garantir o acesso fácil às informações e a consulta rápida. Podemos separar o material em duas partes. Uma mais geral, onde guardamos as principais teorias e conceitos gerais da área de estudo. A outra pode conter textos mais específicos, trazendo informações mais detalhadas do tema escolhido. Uma seção obrigatória num projeto de pesquisa é a justificativa teórica, em que o pesquisador demonstra conhecimento sobre a bibliografia existente sobre o assunto e justifica a sua opção teórica. Além disso, alguns projetos de pesquisa costumam conter um capítulo ou seção em que o pesquisador apresenta resumos e levanta comentários a respeito da literatura básica sobre o assunto. Muitas vezes, o problema ou a hipótese central do trabalho surge da leitura dos trabalhos de diferentes autores e do exercício da crítica dos seus conteúdos. Para que possa desenvolver uma boa revisão é necessário fazer uma pesquisa detalhada sobre o tema o qual está pesquisando, dando preferência a referências bibliográficas atuais. 87 NÚCLEO COMUM Aula 21_Justificativa e Objetivos É neste momento que você deve refletir sobre os “porquês” da pesquisa, buscando identificar os motivos e as razões que levaram a escolha de determinado tema da pesquisa. A justificativa deve convencer a pessoa que ler o projeto de pesquisa, mostrando sua relevância e qual sua importância. Devem-se focar os pontos positivos, as vantagens e quais os benefícios que a pesquisa trará. Formulação do problema Aqui, o foco é a reflexão sobre o problema que se pretende solucionar e/ou descobrir na pesquisa. O ponto principal é se questionar se é realmente um problema e se vale mesmo a pena investir na pesquisa na tentativa de se buscar uma solução e/ou descoberta. Determinação dos objetivos: geral e específico Neste momento você deve refletir a respeito da sua intenção ao propor a pesquisa. Os objetivos devem concordar com a justificativa e com a exposição do problema. O objetivo geral é basicamente uma síntese do que se pretende atingir ao final da pesquisa, já os objetivos específicos,são mais detalhados, explicam mais especificamente o que se pretende fazer na pesquisa, e deve sempre estar de acordo com o objetivo geral. Os objetivos informam por qual motivo você propõe essa pesquisa, quais os resultados que pretende alcançar e/ou qual a contribuição de seu estudo. Lembrando que os enunciados dos objetivos gerais e específicos sempre devem ser escritos com o verbo no infinitivo, pois este verbo indica uma ação passível de ser mensurada. Veja no quadro abaixo alguns exemplos: 88 NÚCLEO COMUM Vamos ficando por aqui. Na próxima aula discutiremos como delinear uma metodologia que será utilizada no processo de desenvolvimento da uma pesquisa. Bons estudos! 89 NÚCLEO COMUM Aula 22_Metodologia Nesta etapa você definirá como e onde a pesquisa será realizada, qual o tipo de pesquisa, qual o universo da pesquisa, também conhecido como população, a amostragem, os instrumentos de coleta de dados e o método de tabulação dos dados coletados e de que forma será a análise. Universo da pesquisa ou população é a quantidade total de indivíduos que possuem a mesma característica que os designa ao mesmo estudo. Amostra é a parte do universo da pesquisa ou da população, selecionada de acordo com uma regra ou plano de estudo. A amostra pode ser probabilística ou não-probabilística. Amostra probabilística são aquelas compostas por sorteio, e podem ser: Amostras casuais simples: as oportunidades para serem inclusos na amostra são iguais para cada elemento que compõem a população; Amostras casuais estratificadas: cada estrato que representa a amostra é definido previamente; Amostras por agrupamentos: reunião de amostras que representam a população escolhida. Amostra não-probabilística é definida por: Amostras acidentais: são aquelas compostas ao acaso, com pessoas que vão surgindo durante a pesquisa; Amostras por quotas: os diversos elementos constantes da população e/ou universo da pesquisa estão sempre na mesma proporção; Amostras intencionais: selecionados casos para amostragem que representem o “bom julgamento” da população e/ou universo da pesquisa. Para que as amostras sejam definidas corretamente, é ideal que seja feita por meio de aplicações de técnicas estatísticas apropriadas. Barbetta (1999) explica que: “A definição do instrumento de coleta de dados dependerá dos objetivos que se pretende alcançar com a pesquisa e do universo a ser investigado. Os instrumentos de coleta de dados tradicionais são:” 90 NÚCLEO COMUM Observação: quando se utilizam os sentidos na obtenção de dados de determinados aspectos da realidade. A observação pode ser: observação assistemática: não tem planejamento e controle previamente elaborados; observação sistemática: tem planejamento, realiza-se em condições controladas para responder aos propósitos preestabelecidos; observação não-participante: o pesquisador presencia o fato, mas não participa; observação individual: realizada por um pesquisador; observação em equipe: feita por um grupo de pessoas; observação na vida real: registro de dados à medida que ocorrem; observação em laboratório: onde tudo é controlado. Entrevista: é a obtenção de informações de um entrevistado, sobre determinado assunto ou problema. A entrevista pode ser: padronizada ou estruturada: roteiro previamente estabelecido; despadronizada ou não-estruturada: não existe rigidez de roteiro. Podem-se explorar mais amplamente algumas questões. Questionário: é uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante. O questionário deve ser objetivo, limitado em extensão e estar acompanhado de instruções As instruções deve esclarecer o propósito de sua aplicação, ressaltar a importância da colaboração do informante e facilitar o preenchimento. As perguntas do questionário podem ser: abertas: “Qual é a sua opinião?”; fechadas: duas escolhas: sim ou não; de múltiplas escolhas: fechadas com uma série de respostas possíveis”. 91 NÚCLEO COMUM Young e Lundberg (1998) recomendam que: “o questionário deverá ser construído em blocos temáticos obedecendo a uma ordem lógica na elaboração das perguntas; a redação das perguntas deverá ser feita em linguagem compreensível ao informante. A linguagem deverá ser acessível ao entendimento da média da população estudada. A formulação das perguntas deverá evitar a possibilidade de interpretação dúbia, sugerir ou induzir a resposta; cada pergunta deverá focar apenas uma questão para ser analisada pelo informante; o questionário deverá conter apenas as perguntas relacionadas aos objetivos da pesquisa. Devem ser evitadas perguntas que, de antemão, já se sabe que não serão respondidas com honestidade.” Formulário ou questionário É um conjunto de questões, onde todas as respostas são anotadas por um entrevistador quando ele entrevista outra pessoa, mas também pode ser auto preenchível, ou seja, pode ser respondida diretamente pela pessoa, sem a necessidade de um entrevistador. Ao utilizar questionários deve-se levar em conta qual a população alvo, pois muitas vezes a linguagem utilizada pelos questionários não é de fácil entendimento à população escolhida. Dessa forma, o pesquisador faz as perguntas e preenche com a resposta dada pelo informante, pois assim facilitará no momento da tabulação dos dados evitando um possível viés. Também é importante que o mesmo método seja adotado para todos que compõem a amostra, ou seja, se a pesquisa for feita por meio de entrevistador, todos os indivíduos deverão ser entrevistados, se for utilizado um questionário de autopreenchimento, todos os indivíduos que compõem a amostra deverão preenchê-lo sozinho, independente do nível intelectual que possuam, pois assim, evitamos que possíveis interferências ou vieses atrapalhem a pesquisa. O instrumento de coleta de dados escolhido deve proporcionar uma interação entre o pesquisador e/ou entrevistador, o informante e/ou entrevistado e a pesquisa que está sendo desenvolvida. 92 NÚCLEO COMUM “A coleta de dados estará relacionada com o problema, a hipótese ou os pressupostos da pesquisa e objetiva obter elementos para que os objetivos propostos na pesquisa possam ser alcançados.” (Minayo,1993) É nesta fase que você deve escolher de que forma irá tabular e apresentar seus dados, e quais os métodos estatísticos que irá utilizar para interpretar e analisar os dados. Caso tenha alguma dúvida, envie-a para nosso ambiente virtual de aprendizagem. Até a próxima. 93 NÚCLEO COMUM Aula 23_Produção do Conhecimento Nessa aula iremos falar sobre os tipos de trabalhos científicos. Resenha bibliográfica Resenha é uma síntese descritiva ou comentário de livros das várias áreas da ciência, das artes e da filosofia. Além de abordar objetivamente o conteúdo da obra, deve apresentar comentários críticos e interpretativos a respeito da mesma, incluindo julgamentos de valor, tais como comparações com outras obras, relevância do texto em relação a outros trabalhos, etc. Em geral, as resenhas são elaboradas por especialistas e publicadas em revistas, jornais ou por outros meios, mas podem também ser efetuadas por estudantes como exercício de compreensão e crítica. Artigo científico Trata-se de um texto que, embora de dimensões reduzidas, apresenta a estrutura exigida para trabalhos científicos de maior fôlego, devendo caracterizar-se, igualmente, por uma abordagem aprofundada e original. Seu teor e apresentação formal devem estar em consonância com os critérios de publicação da revista ou da obra coletiva onde será veiculado. Os artigos científicos, comumente, apresentam uma breve informação sobre a qualificação profissional do autor, um resumo em português e outro em língua estrangeira (abstract), as palavras-chave do texto, citaçõese bibliografia, em conformidade com as normas técnicas. Comunicação científica Constitui-se no mais sucinto dos trabalhos científicos, restringindo-se à apresentação dos resultados parciais ou totais de um estudo sobre assunto significativo em congressos, seminários, simpósios, etc. O órgão promotor do evento científico é que estabelece as formas e as regras da comunicação. 94 NÚCLEO COMUM Monografia A palavra “monografia” — do grego monos = único e graphein = escrever — etimologicamente significa "escrito de um só assunto". É também "é uma maneira eficaz de medir a evolução do aluno na habilidade de investigar cientificamente e mostra de forma organizada o interesse dele por determinado tema" (ARAÚJO, 2004, p.28). No mundo acadêmico ou profissional, saber fazer uma monografia é uma habilidade cada vez mais exigida. Utilizada para conferir título de bacharel na maioria dos cursos de graduação, a monografia também é exigida nos cursos de especialização ou de capacitação para atestar os conhecimentos adquiridos pelos estudantes, antes da entrega do certificado de conclusão de curso. Dissertação À medida que o estudante evolui na carreira acadêmica, também aumentam o rigor e a profundidade de sua produção intelectual. Assim, chama-se dissertação à monografia mais elaborada. O tema não precisa ser original, e à dissertação corresponde o grau de mestre. Tese A tese é um trabalho mais qualificado e confere ao estudante o grau de doutor, exigindo que ele pesquise um tema original, com um grau maior de profundidade e cientificidade no tratamento das questões apresentadas. Trabalho de Conclusão de Curso Uma vez que você precisará entregar um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), como exigência para a conclusão do Curso de Graduação, enfocaremos, a seguir com mais detalhes a sua elaboração. Nesse tipo de trabalho acadêmico, o tema não precisa ser original, mas é importante que ele apresente um novo enfoque e contribuições relevantes à área de conhecimento à qual está ligada. 95 NÚCLEO COMUM Deve-se obedecer à rigorosa metodologia e investigar um determinado assunto não só em profundidade, mas em todos os seus ângulos e aspectos. O processo cumulativo deve ser sempre valorizado. É importante também a apresentação de reflexão e conclusão pessoal. Tem como finalidade a transmissão objetiva de uma mensagem, a comunicação do resultado final de uma pesquisa ou de uma reflexão, e a demonstração de uma posição a respeito do tema-problema. Chegamos ao final de mais uma aula. Não esqueça de participar das atividades propostas na disciplina. Bons estudos! 96 NÚCLEO COMUM Aula 24_Pesquisa Prática Nessa aula estudaremos as pesquisas: Bibliográfica, de Laboratório e de Campo. Pesquisa bibliográfica Pode ser definida como sendo uma leitura detalhada e sistemática, acompanhada de anotações e fichamentos. A pesquisa bibliográfica serve de apoio para as outras pesquisas, como ferramenta de fundamentação teórica. Tanto assim, que muitos preferem dizer “pesquisa teórica”: “Dedicada a reconstruir teoria, conceitos, ideias, ideologias, polêmicas, tendo em vista, em termos imediatos, aprimorar fundamentos teóricos" (Demo, 2000, p. 20). Esse tipo de pesquisa é orientada no sentido de reconstruir teorias, quadros de referência, condições explicativas da realidade, polêmicas e discussões pertinentes. A pesquisa teórica não implica imediata intervenção na realidade, mas nem por isso deixa de ser importante, pois seu papel é decisivo na criação de condições para a intervenção. "O conhecimento teórico adequado acarreta rigor conceitual, análise acurada, desempenho lógico, argumentação diversificada, capacidade explicativa”.(BAFFI Maria Adélia Teixeira. Modalidades de Pesquisa: um estudo introdutório). Durante a vida acadêmica ou para profissionais como pesquisadores ou cientistas essa pesquisa é rotineira, pois através dela podemos conhecer o que já foi estudado. Pesquisa de laboratório A pesquisa de laboratório pode ser considerada como parte de uma categoria mais ampla. A pesquisa experimental se caracteriza pelo controle das variáveis exercido pelo pesquisador. Eventualmente, ela pode ser realizada em laboratórios: Um experimento de laboratório pode ser definido como aquele no qual o investigador cria uma situação com as condições exatas que ele deseja ter e na qual ele controla algumas variáveis e manipula outras. Ele então (o investigador) é capaz de observar e medir o efeito da manipulação das variáveis independentes sobre as 97 NÚCLEO COMUM variáveis dependentes numa situação na qual a operação de outros fatores relevantes é mantida em um mínimo. (FESTINGER, Apud MOREIRA, Daniel Augusto. Natureza e Fonte do Conhecimento em Administração. Disponível em<http://www.fecap.br/adm_ online/art11/ daniel. htm.> Acesso em 17 jul. 2007.) Pesquisa de Campo A pesquisa de campo se inicia com a observação de fatos e fenômenos, com a máxima proximidade com a realidade. Em seguida faz-se a coleta de dados, finalizando com a interpretação desses dados, sempre levando em conta a fundamentação teórica existente, para dessa maneira compreender e explicar o problema que está sendo estudado. Diversas ciências ou áreas de estudo utilizam as pesquisas de campo, especialmente as que fazem parte da área do conhecimento que chamamos “ciências humanas”, tais como a Antropologia, a Sociologia, a Psicologia a, Pedagogia, a Política e o Serviço Social. Tais disciplinas usam frequentemente a pesquisa de campo para o estudo de indivíduos, grupos, comunidades ou instituições, com o objetivo de compreender os mais diferentes aspectos de uma determinada realidade. O levantamento bibliográfico é sem dúvida, necessário para iniciarmos a pesquisa de campo. É importante ressaltar que as técnicas utilizadas na coleta de dados sejam apropriadas a natureza do tema em estudo. As pesquisas de campo também podem ser classificadas como “quantitativa” ou “qualitativa”, dependendo da técnica utilizada na coleta, análise e interpretação dos dados, como veremos na próxima aula. Agora você entendeu por que a última aula foi importante? Bons estudos e até a próxima. 98 NÚCLEO COMUM Aula 25_Questionário Nessa aula, trataremos de alguns métodos, como o questionário. Um instrumento de coleta de dados muito utilizado, em pesquisa, é o questionário, que deve ser elaborado pelo pesquisador responsável para ser respondido pelo grupo de pessoas que estão servindo de parâmetros para o estudo. O questionário deve apresentar uma linguagem acessível ao grupo de pessoas que vão respondê-lo. Quanto mais objetiva e clara for a pergunta, maior a possibilidade de respostas importantes. Conteúdo necessário para apresentação de um questionário: Todo questionário deverá conter uma carta de explicação apresentando às etapas do projeto, o objetivo da pesquisa, as instruções precisas para a o seu preenchimento, incentivo para o preenchimento e agradecimento. O pesquisador pode optar pelo questionário com identificação ou sem identificação do sujeito que está respondendo. Alguns pesquisadores preferem a segunda opção, pois acreditam que a ausência de identificação garante a sinceridade nas respostas. Tipos de Questões Tipo 1: Itens Exemplo: Você Estuda? ( ) Sim ( ) Não Tipo2: Respostas livres, abertas ou curtas; Exemplo: Que Curso Você Estuda: ______________________________ Tipo 3. Itens de múltipla escolha; Exemplo: Quem paga a sua faculdade ( ) Eu mesmo(a) ( ) Meu Pai ( ) Minha Mãe ( ) Meu Marido 99 NÚCLEO COMUM ( ) Tenho Bolsa Integral Tipo 4. Questões mistas. Exemplo: Em Que Cidade Você Mora ( ) Santos ( ) São Vicente ( ) Praia Grande ( ) Cubatão Outro: _____________________________________Entrevista Outro instrumento de coleta de dados é a entrevista. O pesquisador deve tomar muito cuidado na condução desse instrumento. É importante uma preparação adequada, seguir um plano de entrevista, para que as informações necessárias sejam obtidas. Podemos classificar as entrevista de dois modos: exploratória e de coleta de informações. O planejamento da entrevista pode começar pela seleção dos entrevistados, conforme o critério da contribuição efetiva que possam dar ao trabalho. Deve incluir a própria elaboração das questões, além da ordem em que serão apresentadas para os entrevistados. Em algumas situações é prudente realizar entrevista prévia com alguém, o que facilitará a postura crítica no momento da entrevista de fato. Algumas dicas são importantes para uma boa entrevista. Uma relação de descontração com o entrevistado permite respostas mais satisfatórias. Tome cuidado para não criar situações embaraçosas frente ao entrevistado. Procure passar segurança no momento das perguntas. Seja objetivo para que a entrevista não se prolongue demasiadamente. As anotações são importantíssimas: não deixe de anotar nada que julgue relevante. É recomendada a utilização de um gravador para garantir ainda mais as respostas obtidas, porém é necessário pedir a anuência do entrevistado. 100 NÚCLEO COMUM Caso tenha alguma dúvida, entre em contato com o professor (a) responsável pela disciplina. Bons estudos! 101 NÚCLEO COMUM Aula 26_Observação A observação é outro a ser utilizado pelo pesquisador. Como nos outros instrumentos a observação deve ser preparada previamente. A observação é um dos procedimentos mais elementares e tradicionais de coleta de dados numa pesquisa ou trabalho científico. O grego Aristóteles observava a natureza antes de classificá-la. Newton e outros cientistas modernos praticantes do método experimental-dedutivo definiram a observação como etapa fundamental do trabalho científico, uma vez que os resultados de um experimento precisam ser corretamente observados e registrados. Entretanto, os novos paradigmas da ciência nos obrigam a alguns questionamentos: Podemos partir de duas suposições ingênuas acerca da observação científica. A primeira delas afirma que a ciência começa com a observação. A segunda, que a observação produz uma base firme e objetiva da qual o conhecimento pode ser derivado. (Chalmers, 1997: 46) Sabendo que a “observação” pode ser tida como uma modalidade, entre outras, de verificação (“ver” de verdade + ação) é possível estudarmos sob quais condições se dá este ato de aferição da verdade ou da falsidade do que se observa. Até que ponto os procedimentos científicos de observação independem das limitações físicas e intelectuais do observador? Até que ponto as limitações físicas e intelectuais do observador podem ser corrigidas pelos procedimentos científicos de observação? (UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA. Teorias, conceitos e observação: A observação científica.Disponível em < http://www.ucb.br/prg/comsocial/cceh/ textos_teorias_observ.htm> Acesso em 21 jul. 2007.) Análise de Conteúdo A análise de conteúdo é o último instrumento de coleta que vamos estudar. As fontes de consulta podem ser classificadas em primárias e secundárias. Documentos oficiais, decretos, fotografias, vídeos, são exemplos de fontes primárias. Esses documentos são analisados pelo pesquisador que extraí deles as informações por meio de questionamentos, comparações e análises. São consideradas fontes secundárias, os livros, dissertações, teses entre outros, pois se tratam de reflexões e conhecimentos elaborados. Essas informações 102 NÚCLEO COMUM já estão consolidadas, mas também são importantes na elaboração do projeto e no momento de discutir os resultados obtidos. Dicas para uma melhor análise de documentos: É importante determinar como antecedência quais locais servirão de apoio para a busca das informações. . As bibliotecas das universidades costumam possuir um bom acervo contendo teses, dissertações, monografias e revistas científicas. Sem dúvida, a Internet representa uma revolução no que concerne à troca de informação. A partir dela, todos podem informar a todos. Mas, se ela pode facilitar a busca e a coleta de dados, ao mesmo tempo oferece alguns perigos; na verdade, as informações passadas por essa rede não têm critérios de manutenção de qualidade da informação. Sugestão de Atividade Você iniciou seu trabalho refletindo sobre três itens: Justificativa, Objetivo e Metodologia. Para que possa exercitar seu aprendizado, Inicie agora a coleta de dados e a análise dos documentos. Bons estudos! 103 NÚCLEO COMUM Aula 27_Fichamentos Nesta aula, iremos aprender como desenvolver um fichamento. Leia a aula com atenção! As fichas são as mais antigas formas de organização do material de pesquisa e ainda hoje são usadas porque são eficientes. Antigamente, os pesquisadores usavam fichas produzidas especificamente para esse fim: retângulos de papel pautado e encorpado, arquivados em fichários para facilitar a manipulação. Entretanto, o uso dessas fichas não é obrigatório. Muitos pesquisadores preferem cadernos ou, atualmente, arquivos digitais. Independentemente do suporte, o que importa no fichamento é o conteúdo, isto é, as informações que são destacadas e registradas. Costuma-se classificar três tipos de fichamentos: Bibliográfico, Resumo e Citações. Na ficha bibliográfica devemos colocar a descrição dos tópicos que fazem parte da obra e comentar brevemente sobre cada tópico. Exemplo: Educação da Mulher: a Perpetuação da Injustiça (1) Histórico do Papel da Mulher na Sociedade Na Idade moderna 2.3 (2) TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1993. 181 p. (Tudo é História, 145). Insere-se no campo do estudo da História e da Antropologia Social. A autora se utiliza de fontes secundárias, colhidas através de livros, revistas e depoimentos. A abordagem é descritiva e analítica. Aborda os aspectos históricos da condição feminina no Brasil a partir do ano 1500 de nossa era. Além da evolução histórica da condição feminina, a autora desenvolve alguns tópicos específicos da luta das mulheres pela condição cidadã. Conclui fazendo uma análise de cada etapa da evolução histórica feminina, deixando expressa sua contradição ao movimento pós-feminista, principalmente às ideias de Camile Paglia. No final da obra faz algumas indicações de leituras sobre o tema Mulher. (3) 104 NÚCLEO COMUM Os números indicados em parênteses nesse exemplo bem como nos outros exemplos de fichamento são: (1) Título do trabalho; (2) - Numeração do item a que se refere o fichamento. (3) - Comentários ou anotações do pesquisador sobre a obra registrada. Na ficha de resumo deve-se colocar uma síntese dos principais conceitos da obra. Essa síntese pode ser elaborada pelo pesquisador com seu próprio vocabulário. Nesse tipo de fichamento podemos colocar um resumo informativo, contendo as informações sobre quais são os objetivos do trabalho, metodologia utilizada, principais resultados obtidos e as conclusões do autor. Podemos também colocar um resumo indicativo mais geral sobre a obra, sem detalhar as principais etapas do trabalho. Exemplo: Educação da Mulher: a Perpetuação da Injustiça Histórico do Papel da Mulher na Sociedade Na Idade moderna TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1993. 181 p. (Tudo é História, 145). O trabalho da autora baseia-se em análise de textos e na sua própria vivência nos movimentos feministas, como um relato de uma prática. A autora divide seu texto em fases históricas compreendidas entre Brasil Colônia (1500-1822), Império (1822-1889), República (1889-1930), Segunda República(1930-1964), Terceira República e o Golpe (1964-1985), o ano de 1968, Ano Internacional da Mulher (1975), além de analisar a influência externa nos movimentos feministas no Brasil. Em cada um desses períodos é lembrado os nomes das mulheres que mais se sobressaíram e suas atuações nas lutas pela libertação da mulher. A autora trabalha ainda assuntos como as mulheres da periferia de São Paulo, a participação das mulheres na luta armada, a luta por creches, violência, participação das mulheres na vida sindical e greves, o trabalho rural, saúde, sexualidade e encontros feministas. 105 NÚCLEO COMUM Depois de suas conclusões onde, entre outros assuntos tratados, faz uma crítica ao pós-feminismo defendido por Camile Paglia, indica alguns livros para leitura. Na ficha de citações devemos colocar frases contidas na obra, esse tipo de fichamento auxilia muito na elaboração do projeto, pois as principais partes ditas na obra já se encontram separadas, portanto não precisamos ler todo o livro ou artigo novamente. Exemplo: Educação da Mulher: a Perpetuação da Injustiça Histórico do Papel da Mulher na Sociedade Na Idade moderna 2.3 TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1993. 181 p. (Tudo é História, 145) "Uma das primeiras feministas do Brasil, Nísia Floresta Brasileira Augusta, defendeu a abolição da escravatura, ao lado de propostas como a educação e a emancipação da mulher e a instauração da República." (p. 30) “Sou neta, sobrinha e irmã de general” (...) “Aqui nesta casa foi fundada a Camde. Meu irmão, Antônio Mendonça Molina, vinha trabalhando há muito tempo no Serviço Secreto do Exército contra os comunistas. Nesse dia, 12 de junho de 1962, eu tinha reunido aqui alguns vizinhos, 22 famílias ao todo. Era parte de um trabalho meu para a paróquia Nossa Senhora da Paz. Nesse dia o vigário disse assim: ‘Mas a coisa está preta. Isso tudo não adianta nada porque a coisa está muito ruim e eu acho que se as mulheres não se meterem, nós estaremos perdidos. A mulher deve ser obediente. Ela é intuitiva, enquanto o homem é objetivo’.” (Amélia Molina Bastos apud Teles, p. 54) "Na Justiça brasileira, é comum os assassinos de mulheres serem absolvidos sob a alegação de defesa de honra." (p. 132) Você não precisa esperar a realização de um projeto de pesquisa e/ou artigo para fazer um fichamento. Você pode utilizá-lo no dia a dia, como por exemplo, organizar seus estudos para se preparar para as provas. Procure desenvolver um fichamento, verá como é útil. Bons estudos! 106 NÚCLEO COMUM Aula 28_Formatação de Trabalhos Acadêmicos Para uma melhor visualização, interpretação, estética e organização, todo trabalho acadêmico precisa ser organizado de forma a contemplar alguns pressupostos de formatação. Cada autor traz em suas obras uma indicação para tal. Algumas pequenas alterações podem ser percebidas e não fazem diferença no corpo do texto. De acordo com SANTOS (2009), as normas para a apresentação escrita dos trabalhos acadêmicos, bem como de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) deve seguir, com relação à: Papel e escrita O papel deve ser branco (entrega impressa e digital); tamanho A4 (210mm x 297mm). Vale ressaltar que, somente o anverso da folha deve ser utilizado e um só tipo de letra (Times New Roman ou Arial, tamanho da fonte 12). Numeração e paginação Todas as páginas, desde a folha de rosto necessitam ser contadas. Entretanto, a folha de rosto e as demais até o sumário, embora sejam incluídas na contagem geral, não devem ser numeradas. Usualmente indica-se que a numeração seja incluída na parte de cima da folha, ao centro, a 2 cm da borda superior da página e a 2 cm de distância da primeira linha do texto. Usa-se, também, colocar os números no alto, no canto direito. Não é aconselhado, mas não proibido, a utilização da numeração na parte inferior do trabalho, seja ele central ou à direta da margem. A não recomendação se dá ao uso e notas de rodapé. Vale ressaltar que, a folha inicial de cada capítulo deve ser contada, mas não numerada. Margens e espaços Utilizam-se as medidas – margem superior e esquerda: 3 cm da borda do papel; margens direita e inferior: 2 cm da borda do papel. Nas páginas iniciais dos capítulos, o título deve ficar a 5 cm da borda superior. Entre o titulo e o texto deve haver dois espaços verticais. Os subtítulos 107 NÚCLEO COMUM devem vir separados do texto, abaixo e acima, por um espaço vertical (ou seja, um enter do teclado). O texto deve ter espaçamento de 1,5 linha, excluindo-se desta formatação as citações, as notas de rodapé e as referências, que devem ser escritas em espaçamento simples. Exemplo de tela para a formatação da página no Word Estrutura do trabalho científico Os trabalhos científicos apresentam uma estrutura composta por elementos ou partes, que devem obedecer a uma ordem lógica preestabelecida. Alguns desses elementos são considerados obrigatórios e outros opcionais. Teses, dissertações e trabalhos acadêmicos, como o TCC, apresentam uma estrutura que compreende três elementos. São eles: A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) determina uma série de normas e a academia exige que os trabalhos sejam elaborados seguindo essas regras. O trabalho acadêmico, no caso o TCC, deve conter: 108 NÚCLEO COMUM Elementos pré-textuais São os que antecedem o corpo do trabalho, com informações da identificação, finalidade e utilização do trabalho; São eles: capa inicial, folha de rosto, errata (opcional), folha de aprovação, dedicatória (opcional), agradecimentos (opcional), epígrafe (opcional), resumo em Língua Portuguesa, sumário, lista de ilustrações, gráficos, abreviaturas, siglas e símbolos (opcionais). Elementos textuais Corpo do trabalho, onde se faz toda a exposição dos argumentos. Deve ter, basicamente, três partes: introdução, desenvolvimento e a conclusão (obrigatórios). Elementos pós-textuais Aqueles que complementam o trabalho e aparecem após a conclusão. São eles: referências (obrigatórias), apêndice, anexos e glossário (opcionais) e capa final. 109 NÚCLEO COMUM Fonte: FURASTÉ (2008, p.76-77) Para produzir um TCC, é preciso pesquisar? A resposta para esta pergunta é SIM. Pesquisa é um conjunto de atividades, tais como buscar informações, explorar, inquirir, investigar, indagar, argumentar e contra-argumentar. Seus objetivos são: solucionar e esclarecer dúvidas e problemas, comprovar hipóteses; elaborar, reconstruir, ampliar conhecimento ou conjunto de conhecimentos e criar conhecimento novo, fidedigno, relevante teórica e socialmente, que ultrapasse o entendimento imediato, indo além dos fatos; fundamentar escolhas e orientar ações. Utiliza procedimentos próprios, racionais, sistemáticos, intensivos, científicos que possibilitam o confronto entre o conhecimento teórico acumulado sobre um assunto e dados e informações coletados sobre ele, ou seja, o confronto entre teoria e prática (PESCUNA e CASTILHO, 2005, p.12) A pesquisa é um elemento intrínseco da graduação. No decorrer de seus estudos, o aluno deve aprender a ler, compreender, além de reproduzir aquilo que leu, bem como tornar-se capaz de buscar informações de diversas fontes e coletar 110 NÚCLEO COMUM dados. O aluno precisa, ainda, relacionar teorias, organizar informações e elaborar relatórios. TCC e monografia A palavra monografia designa um tipo especial de trabalho científico. Considera-se monografia aquele trabalho que concentra sua abordagem em um assunto específico, em um determinado problema, tendo este, um tratamento pormenorizado e analítico. Os trabalhos científicos serão monográficos na medida em que satisfizerem à exigência daespecificação, ou seja, quando realizarem um tratamento estruturado de um único tema, corretamente delimitado. A monografia não será avaliada apenas pela sua apresentação gráfica. É fundamental a coerência entre as partes, bem como a base teórica utilizada na elaboração do texto e o rigor no levantamento dos dados. Atenção: O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da pós-graduação da UNIMES Virtual possuirá o formatado de artigo científico e todas as informações para a elaboração do artigo, estarão disponíveis na sala. 111 NÚCLEO COMUM Aula 29_Notas de Rodapé A partir dessa aula vamos analisar as citações e as notas de rodapé, as quais servem para demonstrar à comunidade científica a relevância e interpretação da pesquisa. Citações são trechos transcritos ou informações retiradas das fontes consultadas. Citar tem conotação jurídica com o sentido de chamar à justiça e, posteriormente, invocar o testemunho de alguém, portanto, a referência deve, ser exata e precisa, como também averiguável por todos. As citações têm o objetivo de dar maior credibilidade ou sustentação às ideias e pontos de vista que o pesquisador está defendendo, uma vez que ele vai buscar em outros autores (especialistas no assunto tratado) argumentos favoráveis à sua proposição As notas de rodapé são indicações, observações ou complementações ao texto feitas pelo próprio autor, tradutor ou editor. As citações, portanto podem estar completando o texto ou entrar como nota de rodapé. No caso da nota de rodapé, adiciona-se um número dentro do texto, o qual é repetido no rodapé, com a citação. As notas de rodapé podem ser: Explicativas: Comentários, complementações ou traduções que interromperiam a sequência lógica, se colocadas no texto (devem ser claras e sucintas). Referências: Indicam documentos consultados ou remetem a outras partes de um documento em que o assunto em questão foi abordado. Alguns autores, assim como alguns leitores, preferem o sistema de nota de rodapés por possibilitar a visualização imediata de informações mais completas sobre a obra, sem necessidade de virar as páginas, até o final do livro ou do capítulo. Assim, o sistema de citações adotado é uma escolha do pesquisador ou do editor. Porém, seja qual for o sistema adotado deve ser usado em todo o trabalho e deve conter as informações necessárias conforme as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). 112 NÚCLEO COMUM A primeira citação de uma obra deve ter sua referência completa, as demais poderão ser abreviadas. As notas de rodapé devem ser registradas, conforme orientações abaixo: • indicadas em algarismos arábicos e em sequência contínua para todo o capítulo ou parte, nunca iniciadas em cada folha; • indicadas por um número sobrescrito, ou na linha do texto entre parênteses ou colchetes; • reduzidas ao mínimo; • separadas do texto por um traço contínuo (3 cm); Veja abaixo um exemplo de nota de rodapé:[1] [1] Você está vendo como se adiciona uma nota de rodapé. http://campus20172.unimesvirtual.com.br/mod/page/view.php?id=8023&inpopup=1#_ftn1 http://campus20172.unimesvirtual.com.br/mod/page/view.php?id=8023&inpopup=1#_ftnref1 113 NÚCLEO COMUM Aula 30_Citação Na norma da ABNT - NBR 10520 (Informação e documentação – Citações em documentos), encontramos as seguintes definições para citação: Citação: Menção de uma informação extraída de outra fonte. Citação de citação: Citação direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original. Citação direta: Transcrição textual de parte da obra do autor consultado. Citação indireta: Texto baseado na obra do autor consultado. Veja a seguir as regras de apresentação de citações: Citação direta de até três linhas • Deve fazer parte do texto e vir entre aspas duplas, sem alterar o tamanho da fonte e o espaçamento das linhas; • Deve ser feita a referência ao autor, ao ano de publicação da obra e à página da citação. O nome do autor deve vir ao final, entre parênteses, todo em letras maiúsculas, seguido pela data e pela página da citação. • Caso o nome do autor seja mencionado fora dos parênteses, deve ser grafado com apenas a primeira letra maiúscula. Exemplo: Percebe-se a necessidade da aplicação coerente de atividades que despertem o prazer de ler, e estas devem estar presentes diariamente na vida das crianças, desde bebês: “Bons livros poderão ser presentes e grandes fontes de prazer e conhecimento. Descobrir estes sentimentos desde bebezinhos poderá ser uma excelente conquista para toda a vida” (SILVA, 1992, p.57). Observa-se que Silva enfatiza o papel da leitura desde cedo na vida da criança. 114 NÚCLEO COMUM Citação direta com mais de três linhas: • Deve aparecer em recuo de 4cm à esquerda da página, em espaço simples (1,0), que dá um maior destaque à transcrição. A letra deve ser menor do que a utilizada no texto; • Deve ser feita a referência ao autor, ao ano de publicação da obra e à página da citação. O nome do autor deve vir ao final, entre parênteses, todo em letras maiúsculas, seguido pela data e pela página da citação. As citações textuais longas devem constituir um parágrafo independente, e estar sem as aspas. Exemplo: Segundo Durkheim, o papel da sociedade na educação da criança era preponderante, exercendo uma profunda influência desde cedo: A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destine (DURKHEIM, 1968, p.13). 115 NÚCLEO COMUM Aula 31_Tipos de Citações Na aula anterior comentamos um pouco sobre o conceito de citação, nesta aula iremos estudar os tipos de citações e a maneira correta de utilizá-las. Tipos de citações Existem dois tipos de citações: direta ou textual (transcrição literal) e indireta ou conceitual (redação livre ou paráfrase). Em ambos os casos, a citação deve vir acompanhada da referência bibliográfica. Por apresentar vantagens tanto para o leitor quanto para o autor, registramos as citações no corpo do texto por sobrenome do autor e data de publicação da obra pesquisada. Esses dados remetem à referência completa da fonte consultada, que figura no final do trabalho (na bibliografia), com nome completo do autor, título da obra, edição, local, editora, ano. Esse sistema de citação no corpo do texto permite a informação imediata sobre a origem de ideias expostas e evita entraves na leitura, à medida que o leitor não precisa ir buscar no final da página (rodapé) ou do capítulo, a nota correspondente à citação. Vamos a alguns exemplos: Quando o autor estiver integrando o texto, o nome do autor surge em letras minúsculas e fora de parênteses, como: “Analisando as dificuldades de padronização das publicações técnico- científicas da UFMG". França, Borges. Vasconcellos e Magalhães (1990. p. 70) elaboraram um manual para normalização dessas publicações". 1. Citação Direta ou textual A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) assim define a citação direta: a transcrição textual de parte da obra do autor consultado. Ocorrem, entretanto, duas maneiras de apresentar as citações, principalmente devido ao fator estético. 116 NÚCLEO COMUM 1.1 - Citação direta curta A citação direta curta, de até três linhas, vem incorporada ao texto e entre aspas duplas (aspas simples são utilizadas para citação no interior de citação). Não há diferenciação do tamanho da letra. É uma transcrição fiel, reprodução exata do original, respeitando-se até eventuaisincoerências, erros de ortografia e/ou concordância. Exemplo: Para que possamos viver juntos, iguais e diferentes, segundo Touraine (1999. p.16), é necessário que “respeitemos um código de boa conduta. as regras do jogo social". 1.2 - Citação direta longa (com mais de três linhas) Na citação longa (com mais de três linhas), fazemos um recuo de 4 cm da margem esquerda, com o texto sendo digitado sem aspas, em urna fonte menor do que a utilizada no texto e formando um novo parágrafo. Veja, a seguir, um exemplo de citação direta longa e observe que o nome do autor aparece entre parênteses em letra maiúscula, a data e os números das páginas. Em relação à capacidade de visão que cada ator possui, o autor complementa: Assim o ator vê, observa e explica a partir de valores, ideologias e modelos teóricos muito particulares que estão pré-construídos em sua mente. Em outras palavras, o mundo do ator não está limitado pelas fronteiras do espaço físico em que vive, mas pelo tamanho do seu vocabulário e pelo alcance de seu posto de observação na prática social. A explicação do ator não nos diz corno é o mundo, mas como o ator o vê. O ator observa e vê, de dentro do campo do jogo, com a cegueira e a compreensão que essa posição impõe, e condicionado pelo objetivo que persegue. (MATUS, 1996, p. 12). Citação Indireta ou Conceitual Quando um autor cita um texto, com suas próprias palavras, escrito por um outro autor, sem alterar as ideias originais. Ou então: eu reproduzo sem distorcer, 117 NÚCLEO COMUM com minhas próprias palavras, as ideias desenvolvidas por um outro autor. (Pode ser chamada também de paráfrase). Exemplo: Somente em 15 de outubro de 1827, depois de longa luta, foi concedido às mulheres o direito à educação primária, mas mesmo assim, o ensino da aritmética nas escolas de meninas ficou restrito às quatro operações. Note-se que o ensino da geometria era limitado às escolas de meninos, caracterizando uma diferenciação curricular (COSENZA, 1993, p. 6). Citação de Citação Esse tipo de citação, que pode ser direta ou indireta e ocorre quando se refere às ideias de autor citado por outro. Deve ser utilizada somente quando for impossível ter acesso ao documento original. Emprega-se a expressão latina "apud" (junto a, citado por, conforme, segundo), após o sobrenome do autor do texto original e, em seguida, o sobrenome do autor da obra consultada, data da publicação e página. Nesse tipo de citação é preciso referenciar somente o documento consultado. Exemplo: O trabalho monográfico caracteriza-se mais pela unicidade e delineação do tema e pela profundidade do tratamento do que por sua eventual extensão, generalidade ou valor didático. (SALVADOR apud SEVERINO 1007, p.t11). Sugestão de atividade Escolha algumas citações entre as observações que você anotou ao longo dessas últimas aulas com referência à sua pesquisa bibliográfica. Reflita se elas podem ser incluídas em seu trabalho de pesquisa. 118 NÚCLEO COMUM Aula 32_Referências De acordo com a norma da ABNT - NBR 6023 (Informação e documentação - Referências - Elaboração), referências são um “conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação”. Regras gerais de apresentação das referências • As referências devem ser listadas em ordem alfabética ao final de um trabalho acadêmico. • O título da listagem de referências deve ser “Referências”, e não “Referências bibliográficas”. • A listagem das referências deve ser digitada em espaço simples, com as referências separadas entre si por espaços duplos, e alinhada à esquerda da página. • As referências devem ter obrigatoriamente os elementos essenciais, que devem ser apresentados em ordem. Esse tipo de referência deve ser usado em monografias, ou seja, livro, manual, enciclopédia, dicionário, teses e dissertações, entre outros. Modelo: SOBRENOME, Prenome(s). Título: subtítulo. Edição. Localidade: Editora, Ano. Autoria • O sobrenome do autor ou autores dever vir em letras maiúsculas, seguido pelos prenomes, abreviados ou não. 1) Título e subtítulo (se houver) • O título e o subtítulo ser reproduzidos tal como figuram no documento, separados por dois-pontos. 119 NÚCLEO COMUM • O título da obra deve estar destacado - em negrito, sublinhado ou em itálico. Deve-se escolher apenas uma forma de destaque. Não se destaca o subtítulo, apenas o título. Exemplo: STAINBACK, S.; STAINBACK, W. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. • A apresentação das obras deve seguir um padrão. Se os nomes dos autores são apresentados abreviados, todas as obras devem apresenta-los assim. O mesmo vale para o tipo de destaque escolhido, se negrito, sublinhado ou em itálico. MATTEDI, M. Sociologia e conhecimento: introdução à abordagem sociológica do conhecimento. Chapecó: Argos, 2006. MONTE, F. R. F.; SANTOS, I. B. Saberes e práticas da inclusão. Brasília: MEC, SEESP, 2004 2) Edição Coloca-se apenas a partir da segunda. Quando esta informação não aparece, subentende-se que se trata da primeira edição. QUEIRÓZ, E. O crime do Padre Amaro. 25.ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000 ANTUNES, R. Adeus ao trabalho?: ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez, 1995 3) Local de publicação Refere-se à cidade. No caso de homônimos de cidades, acrescenta-se o nome do estado, do país etc. Exemplo: Viçosa, AL; Viçosa, MG; Viçosa, RJ. Não sendo possível determinar o local, utiliza-se a expressão sine loco, abreviada, entre colchetes [S.l.]. Exemplo: BATISTA, Paulo Nunes. A reportagem fiel desde IV Festival Nacional do Cordel em Cordel Nacional [Folheto de cordel] [S.l.], 1983. 120 NÚCLEO COMUM 4) Editora Colocar apenas o nome, sem a palavra “editora”. Pode aparecer abreviado como “Ed.” apenas em caso de evitar um entendimento equivocado do texto. Exemplo: LAZARINI NETO, Antonio C. Cria e recria: um guia visual. São Paulo: Ed. 34, 1999. 5) Data de publicação Coloca-se o ano em que a obra foi publicada. Quando não constar no documento a data da publicação, deve ser indicada uma data, seja da impressão, do copyright ou outra que esteja disponível. CALASANS, José. Achegas ao estudo do romanceiro político nacional [Folheto]. Salvador: Centro de Estudos Bahianos, [19--]. Caso seja necessário, os elementos essenciais podem ser complementados com outras informações. Exemplo: GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUFF, 1998. GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUFF, 1998. 137 p., 21 cm. (Coleção Antropologia e Ciência Política, 15). Bibliografia: p.131-132. ISBN 85-228-0268-8. Apresentamos a seguir os principais modelos de referências para documentos e orientações gerais sobre a autoria de documentos. Principais documentos e suas referências 1 Obras on-line 1.1 Scielo 2 Livro 2.1 Capítulo de livro 2.2 Dicionário 3 Teses, dissertações e monografias 4 Artigo de revista, jornal, boletim e periódico (revista científica) 121 NÚCLEO COMUM 5 Legislação II Autoria 1 Abreviações na autoria 2 Nome do autor 3 Mais de um autor 4 Mais de uma obra citada 5 Autor entidade 6 Autoria desconhecida. 1 Obras on-line Modelo: SOBRENOME, Prenome(s). Título: subtítulo. Disponível em <endereço eletrônico>. Acesso em dia mês (abreviado) ano. O endereço eletrônico deve ser apresentado entre os sinais < >, precedido da expressão Disponível em: e também a data de acesso ao documento, precedida da expressão Acesso em:. Exemplo: DANTON, G. Metodologia científica. Disponível em: <http://www.leonildocorrea.adv.br/pdf/metodo1.pdf>. Data de acesso: 24 de mar. 2010. 1.1 ScieloUma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros. 2 Livro SOBRENOME, Prenome(s). Título: subtítulo. Edição. Localidade: Editora, Ano. Exemplo: 122 NÚCLEO COMUM BARRETO, Raquel Goulart. Discursos, tecnologias, educação. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2009. REGO, T. C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis: Vozes, 1998. 2.1 Capítulo de livro SOBRENOME, Prenome(s) dos autores do capítulo. Nome do capítulo. In: SOBRENOME, Prenome(s) dos autores do livro.Título: subtítulo. Edição. Localidade: Editora, Ano. páginas do capítulo p.inicial-final. Os elementos essenciais são: autor(es), título da parte, seguidos da expressão “In:”, e da referência completa do livro no todo. No final da referência, deve-se informar a paginação ou outra forma de individualizar a parte referenciada. O destaque é para o título do livro, e não para o título do capítulo. Exemplo: ROMANO, G. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI, G.; SCHMIDT, J. (Org.). História dos jovens 2. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p.7-16. 2.2 Dicionário Deve ser citado pela autoria, como um livro. Exemplo: FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda. Novo dicionário da língua portuguesa - Século XXI. 2.ed., Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. 3 Teses, dissertações e monografias Modelo: SOBRENOME, Prenome(s). Título: subtítulo (se houver). Data de defesa. Total de folhas. Tese (Doutorado), Dissertação (Mestrado), Trabalho de Conclusão de Curso, Especialização - Instituição onde o trabalho foi defendido, Local e data da defesa. Nas teses, dissertações ou outros trabalhos acadêmicos devem ser indicados em nota o tipo de documento (tese, dissertação, trabalho de conclusão de curso etc.), o grau, a vinculação acadêmica, o local e a data da defesa, mencionada na folha de aprovação (se houver). 123 NÚCLEO COMUM Exemplos: MORGADO, M. L. C. Reimplante dentário. 1990. 51 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização). Faculdade de Odontologia - Universidade Camilo Castelo Branco, São Paulo, 1990. ARAUJO, U. A. M. Máscaras inteiriças Tukúna: possibilidades de estudo de artefatos de museu para o conhecimento do universo indígena. 1985. 102 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) - Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, São Paulo, 1986. 4 Artigo de revista, jornal, boletim e periódico (revista científica) Modelo: SOBRENOME, Prenome(s). Nome do artigo. Título da publicação. Local de publicação, volume [v.], número [n.], páginas p.inicial-final, ano. Exemplos: MORAN, J. M. Liguem a TV: vamos estudar. Nova Escola. São Paulo, n.189, p. 46, jan./fev. 2006. MOYSÉS, M. A. A.; COLLARES, C. A. L. Inteligência abstraída, crianças silenciadas: as avaliações de inteligência. Psicologia USP, v.8, n.1, p.63-89, 1997. No caso de artigos de jornal, acrescenta-se informações sobre a seção ou caderno. Quando não houver seção, caderno ou parte, a paginação do artigo ou matéria precede a data. Modelo: SOBRENOME, Prenome(s). Nome do artigo. Título da publicação. Local de publicação, data de publicação, seção, caderno ou parte do jornal, páginas p.inicial- final, ano. Exemplo: NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de São Paulo, São Paulo, 28 jun. 1999. Folha Turismo, Caderno 8, p. 13. Quando se trata de publicação na internet, não é necessário citar o número das páginas inicial e final. 124 NÚCLEO COMUM SOBRENOME, Prenome(s). Título: subtítulo (se houver). Nome do periódico, local de publicação, volume, número ou fascículo, mês(s) abreviado ano. Disponível em < endereço eletrônico>. Acesso em dia mês (abreviado) ano. Exemplos: ECA, T. T. P. Educação através da arte para um futuro sustentável. Cadernos CEDES [online]. v.30, n.80, jan./abr. 2010. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101- 32622010000100001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em 5 jun. 2010. INCLUSÃO na escola é abaixo da ideal, diz movimento. Sucursal do Rio, reportagem local. Folha de São Paulo. São Paulo, 10 dez. 2009. Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ ff1012200907.htm>. Acesso em 5 jun. 2010. 5 Legislação Referir o local consultado – livro, site, etc. Exemplos: BRASIL. Código civil. 46.ed. São Paulo: Saraiva, 1995. BRASIL. LEI Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em 5 jun. 2010. SÃO PAULO (Estado). DELIBERAÇÃO CEE Nº 82/2009. Estabelece as diretrizes para os Cursos de Educação de Jovens e Adultos em nível do Ensino Fundamental e Médio, instalados ou autorizados pelo Poder Público no Sistema de Ensino do Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.ceesp.sp.gov.br/Deliberacoes/ de_82_09.htm>. Acesso em 5 jun. 2010. II Autoria 1. Abreviações na autoria Autor organizador: (Org); Autor coordenador da edição: (Coord.) Exemplo: FOSNOT, Catherine T. (Org.). Construtivismo. 3.ed. Porto Alegre: ArtMed, 1998. 125 NÚCLEO COMUM AMADIO, A. C.; DUARTE, M. (Coord.). Fundamentos Biomecânicos para a análise do movimento humano. São Paulo: Laboratório de Biomecânica da EEFE- USP, 1996. 2. Nome do autor Nome composto, ou complementos como Júnior, Filho, etc, devem vir junto com o sobrenome. Exemplo: CRUZ E SOUZA, J. Obra completa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1961. BENITES, L. C.; SOUZA NETO, S.; HUNGER, D. O processo de constituição histórica das diretrizes curriculares na formação de professores de Educação Física. Educação e Pesquisa. São Paulo, v.34, n.2, ago. 2008 . ASSUMPÇÃO JÚNIOR, F. B. Transtornos Invasivos do Desenvolvimento Infantil. São Paulo: Lemos, 1997. 3. Mais de um autor Podem ser listados até três autores, com os nomes separados por ponto e vírgula, seguido de espaço. Quando há quatro autores ou mais, usa-se a expressão “et al” para indicar a autoria. Exemplo: MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 8.ed. São Paulo: Papirus, 2004. SUDO, F. K. et al. O pensamento abstrato comprometido pode diferenciar o envelhecimento normal do comprometimento cognitivo leve vascular. Arquivos de Neuro-Psiquiatria. São Paulo, v.68, n.2, p.179-184, 2010. 4. Mais de uma obra citada Caso haja mais de uma referência de um mesmo autor, o nome deve ser substituído por um traço. Caso haja duas ou mais obras do mesmo autor e do mesmo ano, elas devem ser diferenciadas por letras junto ao ano. 126 NÚCLEO COMUM Exemplo: PERRENOUD, Philippe et al. As competências para ensinar no século XXI: a formação dos professores e o desafio da avaliação. Porto Alegre: ArtMed, 2002a. __________. Pedagogia diferenciada: das intenções à ação. Porto Alegre: ArtMed, 2002b. 5 Autor entidade Quando a obra foi publicada por uma entidade (órgãos governamentais, empresas, associações, congressos, etc.) ela deve ser identificada pelo seu próprio nome, por extenso. Exemplo: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002. 6 Autoria desconhecida Indica-se pelo título, destacando as primeiras palavras. Não se deve utilizar o termo “anônimo”. Exemplo: DIAGNÓSTICO do setor editorial brasileiro. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro, 1993. 64 p.