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Metodologia da Pesquisa Científica

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UNIVERSIDADE 
METROPOLITANA DE 
SANTOS 
Núcleo de Educação a Distância 
NÚCLEO COMUM 
 
 
 
Metodologia 
da Pesquisa 
Científica 
 
UNIVERSIDADE 
METROPOLITANA DE 
SANTOS 
Núcleo de Educação a Distância 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Créditos e Copyright 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este curso foi concebido e produzido pela UNIMES Virtual. Eventuais marcas 
aqui publicadas são pertencentes aos seus respectivos proprietários. 
A UNIMES Virtual terá o direito de utilizar qualquer material publicado neste 
curso oriundo da participação dos alunos, colaboradores, tutores e convidados, em 
qualquer forma de expressão, em qualquer meio, seja ou não para fins didáticos. 
 
É proibida a reprodução total ou parcial deste curso, em qualquer mídia ou 
formato. 
______________________________________________________________ 
Copyright (c) Unimes Virtual 
 
 
GAP- GRUPO DE APOIO PEDAGÓGICO 
Metodologia da Pesquisa Científica. GAP- GRUPO DE 
APOIO PEDAGÓGICO. Núcleo de Educação a Distância da 
UNIMES. (Material didático): Metodologia da Pesquisa Científica. 
(por) GAP - Grupo de Apoio Pedagógico. Revis. Thiago Simão. 
Santos: UNIMES VIRTUAL. UNIMES. 2007/2016. 76 p. Curso de 
Pós-Graduação – O Coordenador Pedagógico e a Prática 
Educativa. 
Modo de acesso: www.unimes.br 
1. Docência Superior 2 Metodologia da Pesquisa 
Científica. 
CDD 001.42 
 
http://campus20181.unimesvirtual.com.br/mod/resource/view.php?id=2755
http://www.unimes.br/
UNIVERSIDADE 
METROPOLITANA DE 
SANTOS 
Núcleo de Educação a Distância 
NÚCLEO COMUM 
 
 
 
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS 
PLANO DE ENSINO 
 
CURSO: Licenciaturas e Pedagogia 
COMPONENTE CURRICULAR: Metodologia da Pesquisa Científica 
MÓDULO: 2º 
CARGA HORÁRIA TOTAL: 80 horas 
 
EMENTA 
Busca da compreensão dos pressupostos teóricos da investigação científica. 
Exame de questões relativas à aplicabilidade da ciência em contextos sociais. 
Detalhamento de normas e técnicas apropriadas à elaboração de trabalhos 
científicos. Conceitos da ciência e do conhecimento, dos fundamentos 
epistemológicos da prática científica e da pesquisa. Referências bibliográficas. As 
normas da ABNT. Metodologia da elaboração de projetos de pesquisa. 
OBJETIVO GERAL 
Busca-se, com a sequência de conteúdos que serão trabalhados nesta 
disciplina, que o aluno perpasse por uma linha mestra sequencial que demonstre a 
evolução da pesquisa acadêmica, contendo desde a importância do estudo da 
Metodologia da Pesquisa Científica para a valorização e a construção do Trabalho 
de Conclusão de Curso, como instrumento de trabalho. O objetivo é que o aluno 
compreenda a formalização da ciência de modo que a mesma possa contribuir para 
a sua trajetória acadêmica e profissional. 
 
UNIVERSIDADE 
METROPOLITANA DE 
SANTOS 
Núcleo de Educação a Distância 
NÚCLEO COMUM 
 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
Instrumentalizar o aluno para a pesquisa acadêmica. 
Oferecer um panorama dos tipos de pesquisa e seus desdobramentos na 
universidade. 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
AZEVEDO, C. B. Metodologia científica ao alcance de todos. Barueri, SP: 
Manole, 2009. 
 
BARROS, A. J. S. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de metodologia 
científica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. 
 
CASTRO, C. M. A prática da pesquisa. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
CASTRO, C. M. Como redigir e apresentar um trabalho científico. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2011. 
 
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. Metodologia científica. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2007. 
 
DEMO, P. Metodologia da investigação em educação.Curitiba:Ibpex, 2012. 
MASCARENHAS, S. A. Metodologia científica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 
2012. 
 
PEROVANO, Dalton Gean. Manual de metodologia da pesquisa científica. 
Curitiba: InterSaberes, 2016. 
 
 
 
UNIVERSIDADE 
METROPOLITANA DE 
SANTOS 
Núcleo de Educação a Distância 
NÚCLEO COMUM 
 
 
METODOLOGIA 
As aulas serão desenvolvidas por meio de recursos como: videoaulas, fóruns, 
atividades individuais, atividades em grupo. O desenvolvimento do conteúdo 
programático se dará por leitura de textos, indicação e exploração de sites, 
atividades individuais, colaborativas e reflexivas entre os alunos e os professores. 
AVALIAÇÃO 
A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido 
e apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como 
forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados tanto na 
parte teórica como na prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades 
em momentos específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações a distância e 
Prova Presencial, de acordo com a Portaria de Avaliação vigente. A Avaliação 
Presencial, está prevista para ser realizada nos polos de apoio presencial, no 
entanto, poderá ser realizada em home seguindo as orientações das autoridades da 
área da saúde e da educação e considerando a Pandemia COVID 19. 
6 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Sumário 
Aula 01_Método Científico8 
Aula 02_Níveis de Conhecimento11 
Aula 03_Pesquisa20 
Aula 04_Tipos de pesquisa22 
Aula 05_Pesquisa Quantitativa e Qualitativa27 
Aula 06_Tipos de Linguagem e Conduta Científica29 
Aula 07_Leitura31 
Aula 08_Tipos de Linguagem33 
Aula 09_Conduta científica35 
Aula 10_Projeto de pesquisa I37 
Aula 11_Projeto de pesquisa II45 
Aula 12_Projeto de Pesquisa III50 
Aula 13_Pesquisa na Internet I53 
Aula 14_Pesquisa na Internet II61 
Aula 15_Objetivos da Pesquisa71 
Aula 16_Pesquisa: Procedimentos Técnicos74 
Aula 17_Métodos Científicos76 
Aula 18_Planejamento e Etapas da Pesquisa79 
Aula 19_Escolha do Tema e Revisão da Literatura81 
Aula 20_Revisão da Literatura / Introdução86 
Aula 21_Justificativa e Objetivos87 
Aula 22_Metodologia89 
Aula 23_Produção do Conhecimento93 
Aula 24_Pesquisa Prática96 
7 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Aula 25_Questionário98 
Aula 26_Observação101 
Aula 27_Fichamentos103 
Aula 28_Formatação de Trabalhos Acadêmicos106 
Aula 29_Notas de Rodapé111 
Aula 30_Citação113 
Aula 31_Tipos de Citações115 
Aula 32_Referências118 
 
 
8 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Aula 01_Método Científico 
O que é método? 
A palavra método vem do grego méthodos, que significa caminho para chegar 
a um fim. 
Já que a palavra método significa caminho ou processo racional para atingir 
um determinado fim, agir com método supõe uma prévia análise dos objetivos que 
se pretende atingir, as situações a enfrentar, assim como dos recursos e o tempo 
disponíveis, e por último das várias alternativas possíveis. Trata-se, portanto, de 
uma ação planejada, baseada em procedimentos sistematizados e conhecidos 
previamente. 
 
E metodologia, o que vem a ser? 
Metodologia significa estudo dos métodos ou da forma, ou dos instrumentos 
necessários para a construção de uma pesquisa científica; é uma disciplina a serviço 
da Ciência. O conhecimento dos métodos que auxiliam na elaboração do trabalho 
científico. 
“Metodologia adquire o nível de típica discussão teórica, inquirindo 
criticamente sobre as maneiras de se fazer ciência. Sendo algo instrumental, dos 
meios, não tem propriamente utilidade direta, mas é fundamental para a „utilidade‟ 
da produção científica. A falta de preocupação metodológica leva à mediocridade 
fatal” (Demo, 1995, p. 12). 
A atividade da pesquisa necessita de método, mesmo que este seja 
instrumental, a fim de orientar o pesquisador à construção de quadros teóricos do 
conhecimento. Demo afirma que “esse instrumento [o método] é indispensável sob 
vários motivos: de um lado, para transmitir à atividade marcas de racionalidade, 
ordenação, otimizando o esforço; de outro, para garantir contra credulidades, 
generalizações apressadas, exigindo para tudo que se digam os respectivos 
argumentos; ainda, para permitir criatividade, ajudando a devassarnovos 
horizontes” (1995, p. 12). 
 
 
 
9 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Então, estamos fazendo ciência? 
A resposta é SIM, pois CIÊNCIA é uma atividade que produz conhecimento. A 
ciência pode estudar qualquer coisa pertencente à realidade. Enquanto processo, a 
ciência é um conjunto de práticas e operações que visam a buscar e construir um 
conhecimento. 
 
A ciência estuda os fenômenos e não fatos. 
Fato: é qualquer evento que ocorre na realidade, independente de ser 
conhecido ou não, independente de ter sido alguma vez observado ou não. 
Fenômeno: é um fato que é percebido por um observador. O mesmo fato 
pode ser observado de diferentes maneiras, por diferentes observadores, gerando 
diferentes fenômenos, segundo cada ponto de vista. 
O ponto de vista particular sob o qual um fenômeno é visto ou analisado é o 
que chamamos de paradigma. 
 
Exemplo: 
 
Que há estrelas no céu é FATO. 
 
Mas se começamos a olhar o céu, com a curiosidade de saber as origens das 
estrelas, por que elas brilham, quais as distâncias entre elas e a Terra teremos, 
então, FENÔMENOS prontos para serem estudados pela ciência e desvendados 
10 
NÚCLEO COMUM 
 
 
para a Humanidade. Só podemos realizar esses estudos utilizando MÉTODOS 
CIENTÍFICOS. 
 
Por que se deve estudar metodologia? 
Porque todo curso superior tem seu fim com a elaboração de um Trabalho de 
Conclusão de Curso (TCC). 
O TCC é, portanto, uma exigência legal para obtenção do diploma de 
conclusão de curso. 
O uso da METODOLOGIA servirá para organizar o trabalho do aluno e 
garantir confiabilidade para o estudo realizado. 
“O fenômeno do conhecimento humano é, sem dúvida, o maior milagre de 
nosso universo” (Popper, 1975, p. 7). 
Popper distingue dois tipos de conhecimento: o conhecimento constituído de 
um estado de consciência que apenas leva a reagir, e o conhecimento, no sentido 
objetivo, constituído de teorias, problemas e argumentos. 
De acordo com Khazraí o conhecimento surge “quando todas as vozes do 
pensamento científico se interagem nas tendências tumultuosas da afetividade, na 
sala de aula, no momento do estudo, no laboratório e abre frente aos nossos olhos 
novas perspectivas infinitas de reflexão, e faz voarem nossos espíritos no 
firmamento interminável da cognição e da emoção. É nesse ponto que a ciência e o 
afeto se interagem para dar origem ao que nós chamamos de conhecimento” (1983, 
p. 2). 
 
Conhecimento é a relação que se estabelece entre sujeito que conhece ou 
deseja conhecer e o objeto a ser conhecido ou que se dá a conhecer. 
 
11 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Aula 02_Níveis de Conhecimento 
Podemos classificar o conhecimento em cinco tipos. Cada um possuindo sua 
importância e características particulares. 
 
Senso-Comum 
O conhecimento popular ou senso comum é o conhecimento adquirido dos 
antepassados; é o resultado das experiências vividas na sociedade a que cada qual 
pertence. Tais experiências, em geral, não tem como objetivo a construção do 
conhecimento, mas sim a satisfação de uma necessidade. Daí podermos afirmar 
que o senso comum é, de certo modo, fruto do acaso, sendo adquirido por meio de 
ações aleatórias. Sua origem vem do processo de acostumar-se a uma explicação 
ou compreensão da realidade, sem que ela seja questionada. 
O conhecimento das rezadeiras no sertão nordestino, as várias superstições, 
os provérbios, os remédios ou os chás caseiros, as técnicas de artesanato e as artes 
culinárias, etc. 
 
 
Características: 
1. Valorativo, pois está relacionado com os valores do sujeito. 
2. Sua origem vem da tradição oral, da observação e reflexão. 
3. Subjetivo, pois depende dos nossos juízos e tendências pessoais. 
4. Assistemático, porque não precisa de um sistema para ser constituído. 
5. Não necessariamente verificável. 
6. Falível, pois pode falhar. 
7. Inexato. 
12 
NÚCLEO COMUM 
 
 
No senso comum encontramos o bom senso, que se forma no espírito de todo 
homem no contato das coisas com que lida. O bom senso é fruto de uma certa 
sistematização de conhecimentos, um conhecimento compreensivo, rudimentar, 
espontâneo. Assim, por ser um conhecimento compreensivo, liga as conclusões aos 
princípios, visto que as pessoas que o têm desenvolvido, quando colocadas em 
condições diferentes das habituais, resolvem as dificuldades rápida e acertadamente 
por meio de raciocínios simples, apoiados no corpo do conhecimento que já têm. E 
seus princípios são gerais, pois que se aplicam as circunstâncias variadas. Por outro 
lado, o bom senso não reflete sobre si mesmo; trata das coisas, mas não pensa em 
si. 
 
Conhecimento Popular e o Conhecimento Científico 
O senso comum, não é diferente do conhecimento científico nem pela sua 
verdade, nem pela natureza do que se está estudando. A principal diferença é a 
maneira pela qual se atinge o conhecimento. 
Uma determinada doença pode ser tratada por um chá feito com uma planta 
específica, resultando a melhora da pessoa. Esse fato pode ser encarado como 
sendo um conhecimento, porque é provável, mas não é necessariamente 
científico. Para ser considerado conhecimento científico é preciso que se estude o 
princípio ativo das substâncias da planta. 
 
Portanto, a ciência não é obrigatoriamente a única maneira de se chegar ao 
conhecimento. Os fenômenos podem ser observados pelo cientista e pelo 
homem comum. 
 
 
13 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Conhecimento Filosófico 
Podemos caracterizar a filosofa como sendo uma reflexão que busca 
compreender o sentido da realidade, do homem, sua relação com a natureza e seus 
produtos, que são a cultura e a história. 
Através de uma reflexão em profundidade, coerente e abrangente vê-se a 
importância e a necessidade da filosofia, pois é através dela que temos a 
oportunidade de reunir o pensamento fragmentado da ciência, reconstituindo sua 
unidade. 
A filosofia apresenta similaridades com a ciência e com a literatura, mas é 
diferente de ambas. A proximidade com a ciência está no rigor intelectual e no 
objetivo final que, grosso modo, pode-se dizer é a busca da verdade. 
Admirar-se, era para Platão a condição de onde deriva a capacidade de 
problematizar, o que marca a filosofia não como posse da verdade, mas como sua 
busca. (ARANHA; MARTINS, 1999, p. 72). 
Podemos entender que filosofar é aceitar o desafio de mudança. Também é a 
possibilidade da transcendência humana, a capacidade exclusiva do homem por 
meio da qual ele pode superar situações dadas e não escolhidas. 
 
Platão, pintado por Rafael (Escola de Atenas) 
A filosofia impede a estagnação e recupera o processo perdido no imobilismo 
das coisas feitas, muitas vezes já ultrapassadas. É um movimento, pois o mundo é 
movimento que se manifesta pela tese (certeza) e pela antítese (negação), dois 
14 
NÚCLEO COMUM 
 
 
movimentos superados pela síntese, a qual, por sua vez, produz uma nova tese e 
assim sucessivamente. 
Características: 
1. Valorativo, pois está relacionado com os valores do sujeito. 
2. Racional e reflexivo. 
3. Sistemático, porque precisa de um sistema para ser constituído. 
4. Não é verificável. 
5. Infalível. 
6. Exato. 
Podemos dizer que o conhecimento filosófico é fruto do raciocínio e da 
reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando 
conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, 
ultrapassando os limites formais da ciência. 
 
Conhecimento Religioso 
É aquele conhecimento apoiado em doutrinas sagradas. É um conhecimento 
sistemático em que a verdade é tratada de forma indiscutível. A aceitação desse 
conhecimento é um ato de fé, considera-se que o mundo foi criado por um ser 
divino, princípio inquestionável ainda que não existam evidências para sua 
comprovação. 
A teoria da evolução das espécies de Charles Darwin representa um exemplo 
de conflito existente entre o conhecimento religioso e o conhecimento cientifico.A 
hipótese de evolução do ser humano defendida por essa teoria não é aceita pelos 
teólogos, que acreditam nas explicações da bíblia. 
 
Pietá (Verugino) 
15 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Características: 
1. Valorativo, pois está relacionado com os valores do sujeito. 
2. Sua origem vem da fé e da inspiração. 
3. Sistemático, porque precisa de um sistema para ser constituído. 
4. Não verificável. 
5. Infalível. 
6. Exato. 
 
Conhecimento Artístico 
É o conhecimento que se baseia na intuição e emoção. A informação que se 
manifesta através de uma obra de arte é de natureza emocional, causando irritação, 
alegria, tristeza etc. 
A forma de conhecimento não é lógica e pode despertar emoções diferentes, 
dependendo da relação que se estabelece entre observador e o fenômeno 
observado. 
É um conhecimento inesgotável, pois a obra é encarada de diversas formas 
por pessoas diferentes e de diferentes modos por uma mesma pessoa. 
Uma das particularidades do conhecimento Artístico é que ele não pode ser 
interpretado por outras formas de linguagem sem perder o conteúdo intrínseco. 
 
Zapata, 1921 ( José Clemente Orozco) 
 
16 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Características: 
1. Valorativo, pois está relacionado com os valores do sujeito. 
2. Sua origem vem da inspiração. 
3. Assistemático, porque não precisa de um sistema para ser constituído. 
4. Não verificável. 
5. Infalível. 
 
Conhecimento Científico 
O desenvolvimento do pensamento humano acompanhou a sua evolução, 
desde os primeiros hominídeos até o ser humano moderno. Podemos definir três 
momentos que apontam para essa evolução: desconhecimento, a crença e a 
ciência. 
Em um primeiro momento, entre os primitivos caçadores nômades 
predominava um desconhecimento em relação às causas dos fenômenos naturais. 
Em seguida veio a crença, por intermédio das quais se buscava explicações para os 
fenômenos naturais, gerando superstições. As religiões antigas relacionavam os 
fenômenos naturais à vontade dos deuses. 
Finalmente, o homem começou a buscar respostas que explicassem esses 
fenômenos, não se contentando simplesmente com as respostas oriundas da crença 
na vontade divina. Mais do que isso, o homem passou a buscar a comprovação das 
explicações dos fenômenos e, nesse momento, surgiu o chamado método científico 
(veremos com detalhes mais tarde). 
Como o ser humano é um animal dotado com as capacidades de pensamento 
e de reflexão, isso possibilitou a busca de novas descobertas e o mais importante, o 
desenvolvimento da capacidade de transmissão esse conhecimento para as futuras 
gerações. 
A ciência moderna surgiu há, aproximadamente, 400 anos, mas podemos 
dizer que mais recentemente tivemos os maiores avanços desse conhecimento. 
17 
NÚCLEO COMUM 
 
 
 
O conhecimento científico pode ser definido como sendo racional e 
sistemático, descobrindo as relações universais entre os fenômenos, permitindo 
prever acontecimentos e dessa forma agir sobre a natureza. 
Isso não quer dizer que a ciência consiga produzir um tipo de conhecimento 
definitivo, sobretudo porque ela está em constante evolução. 
 
Características do Conhecimento Científico: 
1. Factual, trata-se de um conhecimento concreto, vem dos fatos. 
2. Tem origem na observação e experimentação. 
3. Sistemático, porque precisa de um sistema para ser constituído. 
4. É verificável. 
5. Falível. 
6. Aproximadamente Exato. 
 
Além disso, o conhecimento científico: 
• É racional e objetivo. 
• Atem-se e transcende aos fatos. 
• É analítico e requer exatidão e clareza. 
• É comunicável. 
• Depende de investigação metódica. 
• Busca e aplica leis. 
• É explicativo. 
• Pode prever acontecimentos. 
• É aberto e é útil à humanidade. 
18 
NÚCLEO COMUM 
 
 
 Ciência e método científico 
Todas as ciências caracterizam-se pela utilização de métodos científicos; em 
contrapartida, nem todos os ramos de estudo que empregam estes métodos são 
ciências. Dessas afirmações podemos concluir que a utilização de métodos 
científicos não é de alçada exclusiva da ciência, mas não há ciência sem o emprego 
de métodos científicos (LAKATOS; MARCONI, 1991, p.30). 
O método científico é a teoria da investigação. Ainda segundo Lakatos e 
Marconi (1991, p.46) esta alcança seus objetivos, de forma científica, quando 
cumpre ou se propõe a cumprir as seguintes etapas: 
1. Descobrimento do problema ou lacuna num conjunto de conhecimentos. Se o 
problema não estiver enunciado com clareza, passa-se à etapa seguinte; se o 
estiver, passa-se à subsequente; 
2. Colocação precisa do problema, ou ainda a recolocação de um velho problema, à 
luz de novos conhecimentos (empíricos ou teóricos substantivos ou metodológicos); 
3. Procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao problema (por exemplo, 
dados empíricos, teorias, aparelhos de mediação, técnicas de cálculo 
ou de mediação). Ou seja, exame do conhecido para tentar resolver o problema; 
4. Tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identificados. Se a 
tentativa resultar inútil, passa-se para a etapa seguinte; em caso contrário, à 
subsequente; 
5. Invenção de novas ideias (hipóteses, teorias ou técnicas) ou produção de novos 
dados empíricos que prometam resolver o problema; 
6. Obtenção de uma solução (exata ou aproximada) do problema com auxílio do 
instrumental conceitual ou empírico disponível; 
7. Investigação das consequências da solução obtida. Em se tratando de uma teoria, 
é a busca de prognósticos que possam ser feitos com seu auxílio. Em se tratando de 
novos dados, é o exame das consequências que possam ter para as teorias 
relevantes; 
8. Prova (comprovação) da solução: confronto da solução com a totalidade das 
teorias e da informação empírica pertinente. Se o resultado é satisfatório, a pesquisa 
é dada como concluída, até novo aviso. Do contrário, passa-se para a etapa 
seguinte; 
19 
NÚCLEO COMUM 
 
 
9. Correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na 
obtenção da solução incorreta. 
Para Cervo e Bervian (1996, p. 46-47), os passos, geralmente, observados na 
realização das pesquisas são os seguintes: 
1. Formular questões ou propor problemas e levantar hipóteses; 
2. Efetuar observações e medidas; 
3. Registrar, tão cuidadosamente quanto possível, os dados observados com o 
intuito de responder às perguntas formuladas ou comprovar a hipótese levantada; 
4. Elaborar explicações ou rever conclusões, ideias ou opiniões que estejam em 
desacordo com as observações ou com as respostas resultantes; 
5. Generalizar, isto é, estender as conclusões obtidas a todos os casos que 
envolvam condições similares; a generalização é tarefa do processo chamado 
indução; 
6. Prever ou predizer, isto é, antecipar que, dadas certas condições, é de se esperar 
que surjam certas relações. 
 
20 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Aula 03_Pesquisa 
 Pesquisa 
 
Pesquisa, o que é? É uma pergunta que pode ser respondida de várias 
maneiras. Veremos que muitos autores definem o que é pesquisa de acordo com 
seu ponto de vista. Vamos conferir. 
 Para Minayo (1993), a pesquisa é definida como: 
“atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. 
É uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um 
processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de 
aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma 
combinação particular entre teoria e dados”. 
 
Entretanto, Gil (1999), vê a pesquisa de outra maneira: 
“processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O 
objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas 
mediante o emprego de procedimentos científicos”. 
 
Sendo assim, podemos então pensar que a pesquisa de uma maneira bem 
simplificada e cotidiana, seria: “a procura por respostas às perguntas propostas”. 
Com um olhar mais técnico e apurado, a pesquisa entãoé vista como várias 
ações que visam solucionar ou pelo menos esclarecer um problema, tendo como 
base procedimentos sistemáticos e racionais. 
As pesquisas são realizadas, quando temos um determinado “problema” e 
não temos informações de como ele surgiu, ou então, de como poderíamos 
solucioná-lo, ou quais as consequências que ele traz a uma espécie ou população. 
21 
NÚCLEO COMUM 
 
 
 
A pesquisa e suas classificações 
A pesquisa pode ser classificada de várias formas, dependendo da 
abordagem utilizada, da sua finalidade, entre outros. Vamos observar quais as 
principais classificações utilizadas. 
De acordo com a natureza da pesquisa, ela pode ser classificada em: 
pesquisa básica ou pesquisa aplicada. 
A pesquisa básica tem o objetivo de gerar novos conhecimentos, contribuindo 
para o desenvolvimento científico, não tem a obrigatoriedade de ter uma 
aplicabilidade prática. Esse tipo de pesquisa é baseado em interesses e verdades 
universais. 
A pesquisa aplicada tem o objetivo de gerar conhecimentos aplicáveis, e que 
esses conhecimentos sejam práticos e focados à solução de problemas específicos. 
A pesquisa aplicada é baseada em interesses e verdades locais. 
 Na próxima aula abordaremos os tipos de pesquisa. Bons estudos! 
 
22 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Aula 04_Tipos de pesquisa 
Podemos classificar os vários tipos de pesquisa em função das diferentes 
maneiras pelo qual interpretamos os resultados alcançados. Essa diversidade é 
importante para o pesquisador porque possibilita várias visões para um mesmo tema 
ou problema. Segundo Pádua (1996, p.32-33), 
a classificação das pesquisas em diferentes tipos surgiu com o objetivo 
de contribuir para o desenvolvimento delas. [...] Entretanto, para além do 
formalismo que uma tipologia requer, devemos reconhecer que o 
fundamental é compreender a realidade em seus múltiplos aspectos e, para 
tanto, essa compreensão vai requerer, e talvez admitir, diferentes enfoques, 
diferentes níveis de aprofundamento, diferentes recursos, dependendo dos 
objetivos a serem alcançados e as possibilidades do próprio pesquisador 
para desenvolvê-los. 
 
As pesquisas podem ser agrupadas de acordo com diferentes critérios e 
nomenclaturas. Por exemplo, elas podem ser classificadas de acordo com: 
• A área do conhecimento em que ocorre a pesquisa: pesquisas sociológicas, 
antropológicas, educacionais, entre outros. 
• A finalidade da pesquisa: pesquisa teórica (pura) ou aplicada. 
• O tipo de pesquisa realizada: pesquisa bibliográfica, descritiva, exploratória, 
experimental, estudo de caso, entre outros. 
• O local onde a pesquisa se desenvolve: pesquisa de laboratório, pesquisa de 
campo. 
• A maneira que os dados são coletados e analisados: pesquisas quantitativas 
ou qualitativas. 
• As técnicas empregadas na pesquisa: questionário, formulário, pesquisas de 
opinião e de atitudes, testes, análise de conteúdo, história da vida, pesquisas de 
mercado, observação sistemática, entre outros (LAKATOS; MARCONI, 1991). 
Vamos conhecer algumas dessas classificações. 
 
Pesquisa teórica (ou pesquisa pura) 
Seu objetivo é a busca do saber (DANTON, 2002). São aqueles estudos 
motivados por razões de ordem intelectual e que pretendem alargar a fronteira do 
conhecimento. Podem se revelar muito importantes, como exemplifica Danton (2002, 
23 
NÚCLEO COMUM 
 
 
p.10): “muitas vezes pesquisas puras revelam grande importância em nossa vida. É 
o caso da eletricidade. Quando os primeiros cientistas começaram a pesquisá-la, o 
único objetivo era a curiosidade”. 
 
Pesquisa aplicada 
Pesquisa que busca resultados de ordem prática, visando a solução para 
problemas concretos e imediatos (DANTON, 2002). Tem em vista a utilização, na 
prática, de conhecimentos disponíveis para responder às demandas da sociedade 
em contínua transformação. 
 
Pesquisa bibliográfica 
É feita a partir de documentos como livros, revistas, jornais, sites e outros. É 
feita através de uma leitura detalhada e sistemática, acompanhada de anotações e 
fichamentos. A pesquisa bibliográfica serve de apoio para as outras pesquisas, 
como ferramenta de fundamentação teórica. Deve ser feita sempre no início de 
qualquer pesquisa, para se conhecer o que já foi estudado em uma área de 
conhecimento. 
 
Pesquisa descritiva 
O método de pesquisa descritivo tem como características observar, registrar, 
analisar, descrever e correlacionar fatos ou fenômenos sem manipulá-los, 
procurando descobrir com precisão a frequência em que um fenômeno ocorre e sua 
relação com outros fatores. A pesquisa descritiva pode assumir algumas formas 
relacionadas com o enfoque que o pesquisador deseja dar para seu estudo. 
 
Pesquisa exploratória 
Tipo de pesquisa utilizado quando se quer saber mais sobre um determinado 
fenômeno, para assim poder formular uma pergunta de pesquisa mais adequada. 
Sua finalidade é familiarizar-se com o fenômeno e obter uma nova percepção a seu 
respeito, descobrindo assim novas ideias em relação ao objeto de estudo. 
24 
NÚCLEO COMUM 
 
 
 
 
Pesquisa experimental (pesquisa de laboratório) 
Lida diretamente com as variáveis relacionadas ao objeto de estudo, 
procurando saber como o evento em estudo ocorre (DANTON, 2002). A pesquisa 
experimental se caracteriza pelo controle das variáveis exercido pelo pesquisador. 
Eventualmente, ela pode ser realizada em laboratório, situação em que o 
pesquisador “cria uma situação com as condições exatas que ele deseja ter e na 
qual ele controla algumas variáveis e manipula outras” (FESTINGER, apud 
MOREIRA, 2007), podendo conhecer os efeitos desta intervenção e daí propor 
explicações. 
 
Estudo de caso 
Sua preocupação é estudar um determinado indivíduo, família ou grupo para 
investigar aspectos variados ou um evento específico da amostra. Um único caso é 
estudado com profundidade para alcançar uma maior compreensão sobre outros 
casos similares (CERVO; BERVIAN, 2002). 
 
Pesquisa de campo 
Consiste na observação dos fatos tal como ocorrem espontaneamente, na 
coleta de dados e no registro de variáveis presumivelmente para posteriores 
análises (OLIVEIRA, 2002). Após a coleta de dados, passa-se à interpretação dos 
mesmos, sempre levando em conta a fundamentação teórica existente. Diversas 
áreas de estudo utilizam as pesquisas de campo, especialmente as que fazem parte 
25 
NÚCLEO COMUM 
 
 
das ciências humanas, tais como a antropologia, a sociologia, a psicologia e a 
pedagogia, entre outras. 
 
Pesquisa quantitativa 
Métodos quantitativos são apropriados quando o objeto a ser pesquisado 
pode ou deve ser quantificável, isto é, expresso através de números. É indicado 
quando se sabe o que perguntar e o que estudar. Por exemplo, qual é o número de 
alunos de uma escola que têm computador em casa? 
 
Pesquisa qualitativa 
Métodos qualitativos são adequados quando se pretende investigar que tipo 
de fenômeno ocorre. As informações são expressas em palavras ou mesmo em 
imagens. É indicado quando se procura conhecer melhor algo, inclusive para definir 
as questões a serem investigadas. Por exemplo, o que motiva uma família a adquirir 
um computador? 
 
Saiba mais sobre pesquisa quantitativa e qualitativa 
Você sabe o que é Ibope? 
Falar em Ibope é algo muito comum no dia a dia, e o termo virou sinônimo de 
algo que é muito popular, sendo até verbete de dicionário no Brasil. 
Mas o que significa Ibope? 
O Ibope, ou Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, é uma 
empresa multinacional brasileira de pesquisa de mercado. 
Como estratégia de trabalho, o Ibope utiliza pesquisas qualitativas e 
quantitativas. Saiba mais, lendo o texto a seguir, retirado do site do Ibope. 
26 
NÚCLEO COMUM 
 
 
IBOPE - INSTITUTO BRASILEIRO DE OPINIÃO E ESTATÍSTICA 
Eduardo de Freitas 
IBOPE é a sigla do Instituto Brasileiro de Opinião Públicae Estatística, que 
tem seu trabalho destinado à pesquisa de níveis de aceitação do público em relação 
a diversos seguimentos, especialmente em campanhas políticas e verificação de 
índices de audiência de programas televisivos. 
Esse instituto realiza pesquisas no Brasil e em mais onze países da América 
Latina. Nesse tipo de prestação de serviços, o IBOPE é um dos principais, sendo 
requisitado por empresas de televisão, incluindo revistas, rádio, jornais, partidos 
políticos, além de pesquisas demográficas, entre outras 
O principal idealizador do instituto no Brasil foi o radialista Auricélio Penteado, 
dono da rádio Kosmos (São Paulo). Nos Estados Unidos, o radialista, teve a 
oportunidade de aprender técnicas de pesquisas voltadas para medição de 
audiência, isso com o propósito de averiguar como era a aceitação do público em 
relação à sua rádio. Ao realizar a pesquisa, constatou que sua rádio não tinha uma 
boa aceitação, mas estando entre as mais ouvidas, passou a realizar, 
exclusivamente, esse tipo de trabalho. 
 
Referência 
FREITAS, Eduardo De. "Ibope - Instituto Brasileiros de Opinião e Estatística";Brasil 
Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/geografia/ibope.htm>. Acesso 
em 18 de fevereiro de 2016. 
 
27 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Aula 05_Pesquisa Quantitativa e Qualitativa 
Abordagem da Pesquisa: Quanto à abordagem da pesquisa, ela pode ser 
classificada em qualitativa, ou quantitativa. 
Pesquisa Qualitativa 
De acordo com Richardson (1999): 
“os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a 
complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas 
variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos 
sociais”. 
“... contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, 
em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do 
comportamento dos indivíduos”. 
 
A pesquisa qualitativa faz uma análise mais aprofundada sobre o objeto de 
estudo, destacando características e peculiaridades que a pesquisa quantitativa não 
exibe. A interpretação geralmente é feita por meio de questionários validados, não 
havendo necessidade de técnicas estatísticas muito elaboradas. Na pesquisa 
qualitativa, o método de análise dos dados coletados é o descritivo e o indutivo, pois 
a fonte da coleta de dados geralmente é o cotidiano ou ambiente natural. 
 
Pesquisa Quantitativa 
Em relação à pesquisa quantitativa, Richardson (1999) afirma que: 
 “caracteriza-se pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de 
coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas 
estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, 
às mais complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão 
etc.”. 
 
A pesquisa quantitativa considera tudo aquilo que pode ser quantificável, ou 
seja, que todas as informações coletadas possam ser classificadas, analisadas e 
expressas em números reais, gerando tabelas e gráficos explicativos. Na pesquisa 
quantitativa se faz necessário o uso de recursos e técnicas estatísticas mais 
elaboradas, garantindo a precisão dos resultados, evitando distorções nas 
interpretações e análises, dessa forma, há uma margem de segurança nas 
28 
NÚCLEO COMUM 
 
 
inferências que esse tipo de abordagem apresenta. A pesquisa quantitativa procura 
descobrir e classificar a relação de causalidades entre fenômenos e as variáveis 
apresentadas. 
 Na próxima aula veremos a diferença entre os objetivos das pesquisas. Caso 
tenha alguma dúvida, não hesite em entrar em contato com seu professor. Bons 
estudos! 
 
29 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Aula 06_Tipos de Linguagem 
Na aula anterior verificamos alguns dos diferentes tipos de linguagem. Nesta 
aula vamos conversar sobre a atividade de escrita do pesquisador/aluno, passando 
pelas diversas etapas e concluindo com a conduta científica do pesquisador. 
Podemos dizer que a redação do pesquisador deve contar com: 
a) Terminologia adequada: para cada área da ciência existem alguns termos 
técnicos que são do conhecimento geral – a utilização desses termos facilita a 
compreensão do texto. Por exemplo, em histologia os nomes dos corantes utilizados 
são de conhecimento geral dos pesquisadores (como Hematoxilina-eosina – HE), 
não sendo necessário expressar os procedimentos utilizados para tal. 
b) Honestidade: nunca fraudar ou burlar os dados obtidos que nem sempre 
são os esperados. Muitas vezes, ao terminar um trabalho científico o pesquisador 
descobre que os resultados obtidos são diferentes daqueles encontrados na 
literatura. 
c) Humildade: a humildade é uma qualidade apreciada em qualquer área do 
conhecimento: ela aproxima, estimula e convence o leitor; 
d) Lógica: dar coerência à redação e aos procedimentos metodológicos; 
e) Precisão conceitual: um conceito errado ou que dê margem a dúvidas pode 
desestimular o leitor, confundi-lo, ou até mesmo fazer com que guarde e aprenda 
conceitos errados, uma redação dúbia. 
f) Coerência ideativa adequada: ter uma grande ideia não é sinônimo de um 
bom trabalho científico, é necessário que o pesquisador tenha coerência na 
formulação de hipóteses ou leis que revele a sua ideia inicial. Por exemplo, se um 
pesquisador empenhar anos de sua vida em uma pesquisa e descobrir, no final de 
seu trabalho, que sua ideia inicial já foi testada e comprovada por vários autores; 
g) Sistematicidade organizacional: a organização durante a atividade 
redacional é a base para a descrição de um processo ou análise; 
h) Planejamento: O planejamento evita problemas futuros como: erros de 
amostragem, análise de fatores importantes para o objetivo desejado; encontrar o 
animal no local de amostragem; procurar o organismo no período correto; cuidado 
com o método de amostragem para evitar o desaparecimento da espécie; o 
30 
NÚCLEO COMUM 
 
 
procedimento de laboratório podem ser caro demais ou exigir equipamentos não 
disponíveis; o tempo gasto para sua execução; se este trabalho já não foi feito. 
i) Fundamentação teórica: uma boa fundamentação teórica dá credibilidade à 
sua redação científica. 
 
 
31 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Aula 07_Leitura 
Leitura: importância e natureza 
O que significa ler? Qual a importância da leitura? O que devemos e 
precisamos ler? Essas são perguntas fundamentais que temos que fazer no início 
dos nossos estudos. 
Ler significa adquirir informações, mas também devemos interpretar e 
compreender o que estamos lendo. Quando pensamos em conhecimento científico, 
não podemos nos esquecer da leitura, pois grande parte desse conhecimento é 
obtida dessa maneira. 
Os textos devem ser encarados como uma fonte quase inesgotável de ideias 
e conhecimentos. No nosso dia a dia devemos ler bastante, pois isso aumentará o 
vocabulário, o que ajudará na hora de escrever e falar. Não devemos ter vergonha 
de utilizar dicionários ou mesmo perguntar a outra pessoa quando não sabemos o 
significado de uma palavra ou de uma frase. Ao aumentamos o vocabulário, abrimos 
novos horizontes na mente, permitindo uma melhor compreensão do conteúdo. 
De um modo geral, a leitura tem dois objetivos principais, o aumento da nossa 
cultura geral e meio eficiente de aprofundamento do conhecimento (estudo e 
pesquisa). 
Em virtude da enorme quantidade de livros, revistas que temos disponíveis, 
se faz necessária uma rigorosa escolha do que é ou não importante. 
 
Tipos de Leitura 
Podemos classificar a leitura em três tipos: Distração, Cultura Geral e 
Formação. 
A leitura de distração é aquela que tem como objetivo o divertimento e o lazer, 
e é a que fazemos sem maiores preocupações. A sua importância está no fato de 
despertar o hábito da leitura. 
Já a leitura de cultura geral, apresenta como objetivo ampliar o conhecimento 
do que está ocorrendo ao nosso redor e no mundo, através da leitura de jornais, 
revistas, livros,etc. É importante esse tipo de leitura, que é uma fonte de informação 
das atualidades. 
32 
NÚCLEO COMUM 
 
 
A leitura de formação apresenta como objetivo principal aprofundar o 
conhecimento sobre determinado assunto que estivermos estudando ou 
pesquisando em livros ou revistas científicas. É imprescindível que esse tipo de 
leitura seja feita com o máximo de concentração, para uma compreensão satisfatória 
do conteúdo. 
Reflexão: A compreensão de um texto é um dos maiores desafios que temos 
a enfrentar. A compreensão implica contextualização. 
Escolha um capítulo de um livro que você tenha gostado de ler. Anote ou 
sublinhe frases interessantes e palavras que necessitem de sinônimo. Feche o livro 
e pesquise-as. Volte a ler o mesmo capítulo introduzindo o que você pesquisou. 
Reflita: Nessa segunda leitura (ou 3ª) você entendeu diferente? A leitura ficou 
mais interessante? Inicie um caderno ou uma ficha, anotando o nome do livro, do 
autor e suas considerações sobre o capítulo. 
 
33 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Aula 08_Tipos de Linguagem 
De maneira geral, podemos distinguir dois tipos de linguagem: a linguagem 
objetiva e a linguagem subjetiva. Em uma descrição, a linguagem objetiva relata a 
reconstrução do objeto ou do fato retratado. Este é o tipo de linguagem usado na 
ciência, pois a ciência apresenta dados universais, que podem ser reconhecidos por 
diferentes pessoas, em diferentes localidades, em diferentes situações. Por este 
motivo a redação científica deve ser clara e objetiva. 
Por outro lado, a linguagem subjetiva não é clara, com ela pode-se chegar a 
outras conclusões sobre o objeto ou fato descrito. Assim, na descrição de um objeto 
ou fato se utilizarmos a linguagem subjetiva ela não será universal, poderá 
apresentar diferentes interpretações, de acordo com a pessoa, com o fato, o 
fenômeno ou com o objeto a ser descrito. 
Este tipo de linguagem é utilizado em literatura ou por artistas, que podem 
oferecer conotações diferenciadas, de acordo com o objetivo proposto. A linguagem 
poética é um exemplo clássico de linguagem subjetiva. 
Entre as modalidades da linguagem objetiva, temos a linguagem narrativa, 
que trata da descrição de um processo e deve seguir uma organização, com as 
seguintes etapas: 
a) propósito definido de maneira clara e objetiva; 
b) estágios sucessivos ao processo: 
• Quais os procedimentos e passos tomados desde a ideia, definição do objetivo e 
o seu andamento; 
c) componentes utilizados para desenvolver o processo; 
d) resultados obtidos com a execução do processo. 
 
Características da linguagem objetiva para fins científicos: 
1. Exposição em ordem cronológica: facilita a compreensão do procedimento ou 
análise, para que qualquer pesquisador possa repetir o processo; 
2. Objetividade: não dá margem à dúvida ou interpretação errônea; 
3. Detalhamento das ações, indicação clara das diferentes fases do processo: 
muitas vezes um único processo em um trabalho científico pode ser longo e 
detalhado, sendo necessário esclarecer todos os passos; 
34 
NÚCLEO COMUM 
 
 
4. Predominância de orações coordenadas para facilitar a compreensão do texto; 
5. Impessoalidade na exposição: a redação científica deve expor o conhecimento 
adquirido ao longo do processo. Se o pesquisador escrever de forma pessoal pode 
não dar credibilidade à sua narração. 
 Caso haja alguma dúvida em relação ao conteúdo abordado, entre em 
contato com seu professor. Bons estudos! 
 
35 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Aula 09_Conduta científica 
 
Neste caso, deve-se evitar uma cautela exagerada (os termos acauteladores 
utilizados de maneira exagerada, fazem com que o leitor perca a confiança na 
originalidade dos resultados obtidos pelos pesquisadores), do mesmo modo que a 
convicção, o uso exagerado de intensificadores faz com que o leitor desconfie dos 
resultados apresentados. Por outro lado, uma argumentação adequada resulta em 
credibilidade. Assim, o importante é que o pesquisador redija para convencer não 
para impressionar. 
A redação científica tem características próprias, não só pela terminologia 
técnica específica empregada em cada uma das áreas do conhecimento, como 
também pela objetividade e clareza que deve possuir para que tenha ampla 
divulgação e penetração no meio científico. 
Em todas as etapas do trabalho científico o critério do “bom senso” deve ser 
empregado. Embora existam regras gerais para se executar e escrever um artigo 
científico, em cada área e linha de pesquisa existe características próprias, que o 
autor deve conhecer e saber discernir qual o procedimento ou termo mais adequado 
para ser utilizado. 
Um trabalho científico é o registro de uma descoberta original de pesquisa 
organizada em várias seções de acordo com um formato que reflete a lógica de um 
argumento científico. Os cientistas profissionais seguem este formato rigorosamente 
quando eles escrevem um manuscrito para publicação de estudos biológicos, o 
mesmo método organizado é utilizado para elaborar projetos e registros de 
laboratório. 
Os artigos científicos respeitam uma estrutura de composição. Você pode 
começar a redigir pela seção que lhe pareça mais fácil. Para muitas pessoas essa 
seção é a metodologia. Usualmente a discussão e o resumo são escritos por último, 
após a conclusão do trabalho. 
Falar e escrever adequadamente são fundamentais para qualquer 
pesquisador. A linguagem culta pode ser observada nos noticiários transmitidos 
pelas redes de televisão e editoriais dos bons jornais diários do país. 
36 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Para escrever bem deve-se investir tempo, paciência e esforço, além de 
valorizar esta tarefa. A linguagem científica dever ser clara, objetiva, escrita em 
ordem direta e com frases curtas. A clareza na escrita é um reflexo da clareza das 
ideias e da compreensão. 
 
37 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Aula 10_Projeto de pesquisa I 
O projeto de pesquisa é a base da organização do seu trabalho de 
pesquisa. Ao elaborar o projeto você organiza suas ideias: percebe se o tema está 
muito amplo, identifica o que deve dizer primeiro e o que deve dizer depois, escolhe 
as teorias que podem ajudá-lo mais e assim por diante. 
O projeto é um esboço do trabalho final, seu esqueleto, sua estrutura. 
 
Desenho de Oscar Niemeyer: 
Projeto do Memorial da América Latina em São Paulo 
 
 
Memorial da América Latina/São Paulo 
 
Um projeto nasce de uma ideia, algo que você quer dizer, sobre uma parte da 
realidade que você gostaria de mudar. 
 
Elementos do projeto 
O projeto é um planejamento que deve orientar toda a pesquisa. Não deve ser 
considerado apenas um documento a ser apresentado como um item da burocracia 
acadêmica, mas deve acompanhar o trabalho do pesquisador. 
38 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Segundo Pescuna e Castilho (2005, p.18), "a etimologia dos termos projeto e 
problema mostra que, apesar de diferentes origens, ambos possuem o mesmo 
significado [...] Os vocábulos projeto e problema possuem originalmente, o mesmo 
significado, que é lançar-se ou lançar algo para superar um obstáculo que se 
apresenta. Portanto, essas palavras revelam-se como duas faces do mesmo 
desafio. Esse paralelo indica que a determinação do problema é o objetivo primeiro 
do projeto de pesquisa". 
O projeto de pesquisa é um texto que define o problema a ser superado, com 
experimentos metodológicos, e a ordem das atividades que serão realizadas para a 
construção de um trabalho de pesquisa (PESCUNA e CASTILHO, 2005, p.18). 
Os elementos iniciais de um projeto de pesquisa (tema, justificativa e 
referencial teórico) desembocam na delimitação e formulação do problema. Do 
problema decorrem os demais elementos (levantamento das atividades, recursos e 
orçamento, referências). Assim, o problema é o centro do projeto de pesquisa 
(PESCUNA e CASTILHO, 2005, p.20). 
"Um problema implica uma ou mais dúvidas ou dificuldades em relação aotema, que você se proporá a resolver. Formulá-lo, portanto, deve envolver 
perguntas, que o trabalho procurará responder". (MÁTTAR NETO, 2002, p.143). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Elementos de um projeto de pesquisa 
 
 
Tema: a alma do projeto 
A palavra monografia significa o trabalho escrito sobre determinado tema ou 
assunto. Ou seja, o tema é a alma da monografia e, consequentemente, do projeto 
de pesquisa. 
A bailarina era o tema de grande parte das obras do pintor impressionista 
francês Degas. 
40 
NÚCLEO COMUM 
 
 
 
Ele procurava observá-las em diferentes situações, 
 
 
Em diferentes contextos. 
41 
NÚCLEO COMUM 
 
 
 
A definição do tema deve ser muito clara. Isso facilita o desenvolvimento do 
projeto. Além disso, você deve procurar um assunto com o qual tenha 
afinidade, interesse e uma real curiosidade. 
Os pesquisadores Castilho e Pescuma definiram algumas questões que 
auxiliar a identificação do tema do seu projeto: 
• Das coisas que eu estudo o que mais me interessa? 
• Quais os assuntos que me deixam curioso? Levantam dúvidas, 
interrogações? 
• Além dos livros que o professor indica, quais outros eu gosto de ler por minha 
conta? De que assuntos tratam? 
• Em meu trabalho ou nos estágios que faço, aparecem dúvidas que eu não 
sei resolver e que aguçam minha curiosidade? 
• Que tema despertou meu interesse? 
Ainda conforme Castilho e Pescuma, a escolha do tema também deve ser 
guiada por um "espírito prático", representado pelas seguintes questões que você 
faz a si mesmo: 
• Esse tema está dentro do meu alcance? 
• Tenho acesso ao material necessário para enfrentar esse tema? 
• Poderei concluir minha pesquisa dentro do prazo de que disponho para 
isso? 
 
 
42 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Justificativa 
A justificativa é o momento de responder a pergunta: Por que fazer essa 
pesquisa? É a demonstração do convencimento de que o trabalho é importante 
e precisa ser realizado. O texto deve destacar a relevância pessoal, 
acadêmica, profissional e social. 
 
 
Relevância pessoal 
De acordo com Pescuna e Castilho (2005, p.25), mostram por que o trabalho 
é importante para o pesquisador, que indica como surgiu a ideia do tema, qual a 
origem da curiosidade pelo assunto. É a parte mais pessoal da exposição do 
projeto, momento de se apontarem motivações e interesses ligados 
diretamente às circunstâncias da vida do pesquisador. 
 
 
43 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Relevância acadêmica 
Todo trabalho parte de resultados atingidos pela comunidade acadêmica e 
contribui para o aumento do conhecimento em determinada área. Nessa 
perspectiva, cada pesquisa realizada oferece uma contribuição para a Academia. 
Daí a importância de se apontar essa relevância no próprio projeto de pesquisa 
(PESCUNA; CASTILHO, 2005, P.26). 
 
 
Relevância profissional 
Pescuna e Castilho (2005, p.26) afirmam que uma das características d
a ciência moderna é ter uma aplicação prática no processo de dominação e 
transformação do mundo. O pesquisador deve destacar em seu projeto os usos 
teóricos e práticos dos resultados que espera alcançar. 
 
44 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Relevância social 
O pesquisador deve deixar clara qual a contribuição que seus estudos podem 
prestar nos aspectos político e social, ou seja, de que maneira o trabalho pode 
contribuir para um melhor conhecimento dos problemas da sociedade e de forma 
pode colaborar para melhorá-la. 
 
45 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Aula 11_Projeto de pesquisa II 
Referencial teórico 
É o quadro conceitual que será utilizado pelo pesquisador para fundamentar o 
trabalho. Não é uma simples relação de obras e autores, mas um estudo que 
evidencia diversos posicionamentos acerca do tema proposto. O pesquisador tem a 
oportunidade de mostrar seu conhecimento e posicionamento a respeito do tema 
(PESCUNA; CASTILHO, 2005, p.27). 
Os seguintes passos são úteis para a elaboração do referencial teórico: 
1. Fazer um levantamento de material impresso, como livros, artigos, revistas, 
teses, monografias, jornais, documentos, dissertações etc. 
2. Fazer um levantamento de material digital, como sites, artigos, revistas digitais 
etc. 
3. Ler detalhadamente o material encontrado. 
4. Fichar ou resumir todo o material, preocupando-se com as citações e referências. 
 
O referencial teórico não é uma carta com intenções, que somente elenca 
textos a serem lidos durante a pesquisa (PESCUNA; CASTILHO, 2005, p.27). 
 
Título 
Mesmo que provisório, é preciso que o título do trabalho esteja no projeto. 
Deve apresentar de maneira fiel, clara e objetiva, sugestiva e direta o conteúdo do 
trabalho, sintetizando o problema ou a hipótese (PESCUNA; CASTILHO,2005, p. 
31). 
46 
NÚCLEO COMUM 
 
 
 
Fonte: PESCUNA; CASTILHO, 2005. 
 
Delimitação do problema 
A etapa seguinte, depois da definição do tema e do problema de pesquisa, é 
a delimitação do problema. 
Os componentes de um grupo de pesquisa se debruçam sobre um 
determinado objeto de estudo. 
Esse objeto nasce, por assim dizer, da junção do tema e do problema que 
levantamos. 
Entretanto, o problema precisa ser delimitado. 
A delimitação é, por assim dizer, uma especialização do olhar. Um 
objeto de estudo mais definido permite analisar mais os detalhes. 
Para a delimitação do problema os pesquisadores Castilho e Pescuma 
indicam as seguintes questões: 
• Por que o tema escolhido precisa ser pesquisado? 
• Que tipo de informações permite limitar o tema? 
• Que tipo de informações permite fazer um recorte mais específico 
do tema? 
 
Outras considerações 
Delimitar é selecionar ou recortar, como fizemos com a obra As três 
idades, do pintor Gustav Klimt. 
47 
NÚCLEO COMUM 
 
 
 
Para delimitar o objeto ou tema 
Por exemplo, digamos que você pretende estudar o ensino de artes para 
crianças. 
Faça perguntas: 
• Para crianças de que idade? 
• Onde? 
• Quando? 
Desse modo, o seu tema, que era amplo - “ensino de artes para crianças” -, 
vai ficando cada vez mais específico: 
 
 
Objetivos 
Segundo Pescuna e Castilho (2005, p.31-32): 
Os objetivos mostram onde se pretende chegar com o trabalho de 
pesquisa. 
Apontam os resultados teóricos e práticos a serem alcançados. 
48 
NÚCLEO COMUM 
 
 
‘ 
Para serem atingidos, devem ser poucos e modestos em suas pretensões. 
Precisam sempre ser perseguidos pelo pesquisador, orientando o seu trabalho. Os 
objetivos devem ser formulados com a utilização de verbos no infinitivo, tais como: 
• Aplicar 
• Avaliar 
• Buscar 
• Caracterizar 
• Determinar 
• Enumerar 
• Formular 
• Encontrar 
• Explicar 
• Revelar 
Marconi e Lakatos (1992, p.102) colocam ainda a existência de dois tipos de 
objetivos: geral e específicos. 
 
Objetivo Geral 
Está ligado a uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-se com o 
conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das ideias 
estudadas. Vincula-se diretamente à própria significação da tese proposta pelo 
projeto. 
 
 
 
 
49 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Objetivos Específicos 
Apresentam caráter mais concreto. Têm função intermediária e instrumental, 
permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicar este a situações 
particulares. 
 
50 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Aula 12_Projeto de Pesquisa III 
Nessa aula, trataremos de alguns métodos utilizados em algumas pesquisas, 
como o questionário. 
Um instrumento de coleta de dados muito utilizado, em pesquisas é o 
questionário, que deve ser elaborado pelo pesquisador responsável para ser 
respondido pelo grupo de pessoas que estão servindo de parâmetros para o estudo. 
O questionário deve apresentar uma linguagem acessível ao grupo de 
pessoas que irão respondê-lo. Quanto mais objetiva e clara for a pergunta, maior a 
possibilidade de respostas importantes.Todo questionário deverá conter uma carta de explicação apresentando às 
etapas do projeto, o objetivo da pesquisa, as instruções precisas para a o seu 
preenchimento, incentivo para o preenchimento e agradecimento. 
O pesquisador poderá optar pelo questionário com identificação ou sem 
identificação do sujeito que está respondendo. Alguns pesquisadores preferem a 
segunda opção, pois, acreditam que a ausência de identificação garante a 
sinceridade nas respostas. Abaixo, encontra-se um modelo de questionário que 
podemos utilizar. 
 
Tipos de Questões 
 
Tipo 1: Itens 
Exemplo: Você estuda? 
 ( ) Sim ( ) Não 
 
Tipo 2: Respostas livres, abertas ou curtas; 
Exemplo: Que curso você estuda: ______________________________ 
 
Tipo 3. Itens de múltipla escolha; 
Exemplo: 
Quem paga a sua faculdade 
( ) Eu mesmo(a) 
( ) Meu pai 
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NÚCLEO COMUM 
 
 
( ) Minha mãe 
( ) Meu marido 
( ) Tenho bolsa integral 
 
Tipo 4. Questões mistas. 
Exemplo: 
Em Que cidade você mora 
( ) Santos 
( ) São Vicente 
( ) Praia Grande 
( ) Cubatão 
Outro: _____________________________________ 
 
Entrevista 
Outro instrumento de coleta de dados é a entrevista. O pesquisador deverá 
tomar muito cuidado na condução desse instrumento. É importante uma preparação 
adequada, seguir um plano de entrevista, para que as informações necessárias 
sejam obtidas. 
Podemos classificar as entrevista de dois modos: exploratória e de coleta de 
informações. 
O planejamento da entrevista poderá ser iniciado pela seleção dos 
entrevistados, conforme o critério da contribuição efetiva que possam dar ao 
trabalho. Deve incluir a própria elaboração das questões, além da ordem em que 
serão apresentadas para os entrevistados. 
Em algumas situações é prudente realizar entrevista prévia com alguém, o 
que facilitará a postura crítica no momento da entrevista de fato. 
Algumas dicas são importantes para uma boa entrevista. Uma relação de 
descontração com o entrevistado permite respostas mais satisfatórias. Tome 
cuidado para não criar situações embaraçosas frente ao entrevistado. Procure 
passar segurança no momento das perguntas. Seja objetivo para que a entrevista 
não se prolongue demasiadamente. 
52 
NÚCLEO COMUM 
 
 
As anotações são importantíssimas: não deixe de anotar nada que julgue 
relevante. É recomendada, a utilização de um gravador, para garantir ainda mais as 
respostas obtidas, porém é necessário pedir a anuência do entrevistado. 
 
53 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Aula 13_Pesquisa na Internet I 
Aprendendo a pesquisar na Internet 
Até há pouco tempo atrás, a única forma possível de pesquisar livros e outras 
publicações científicas era a consulta ao acervo de uma biblioteca. Isso acarretava 
alguns problemas, principalmente para aqueles que vivem distantes dos grandes 
centros, onde é mais fácil encontrarem-se as bibliotecas com os acervos mais 
completos. 
Com o surgimento da internet, o acesso a trabalhos científicos ficou muito 
mais fácil. Sites de buscas ou browsers, como por exemplo, Google, Bing, Yahoo e 
outros, dão acesso virtualmente a uma infinidade de textos. Contudo, a internet 
também coloca alguns obstáculos para o pesquisador, e talvez o maior deles seja 
saber onde e como pesquisar. 
Vamos supor que você esteja querendo pesquisar sobre brinquedotecas. Ao 
digitar a palavra brinquedoteca no Google e pesquisar, você receberá mais de um 
milhão e trezentos mil resultados1! E agora, como saber por onde começar? Muitos 
sites da internet tem um conteúdo pouco confiável... Qual escolher? 
Nesta aula, vamos aprender como fazer pesquisas na internet. 
Como fazer uma boa pesquisa na internet? 
Agulha no palheiro: como refinar os resultados de uma busca 
Para fazer uma pesquisa, é preciso começar selecionando quais resultados 
merecem ser lidos, pois é praticamente impossível consultar os milhares e até 
milhões de links que aparecem numa pesquisa simples no Google. Por isso, 
é importante aprender a refinar os resultados da pesquisa. 
 
Por exemplo: 
Vamos imaginar que você queira achar um site sobre citações de textos 
utilizados, mostrando a forma correta de fazê-las em uma monografia. Se você 
colocar apenas a palavra “citação” no Google, vai receber resultados 
de citação como um termo jurídico, e também citação como frases e 
pensamentos de autores. Mas a citação que você procura é a citação 
bibliográfica. Então, para obter apenas resultados neste assunto, digite “citação 
54 
NÚCLEO COMUM 
 
 
bibliográfica”, assim entre aspas, pois desta forma o programa de buscas vai 
procurar a expressão exatamente como foi escrita entre as aspas. 
Veja a diferença da pesquisa no Google: 
Termo citação: aproximadamente 20.000.000 resultados 
Termo “citação bibliográfica”: aproximadamente 20.300 resultados 
 
Conteúdo confiável na Internet 
É possível confiar na Internet? 
Na internet, a máxima “quantidade não é sinônimo de qualidade” nunca foi tão 
verdadeira! O fato de aparecerem milhares de resultados numa busca não significa 
que os seus problemas acabaram – eles podem estar apenas começando, pois é 
preciso saber se o conteúdo de um site é confiável ou não. 
O fato de uma informação estar publicada na internet não significa que ela 
seja verdadeira – muito pelo contrário. São famosas as histórias sobre sites que 
divulgam versões inventadas que vão sendo divulgadas, gerando verdadeiras 
“lendas virtuais”, mas que não tem fundamento. 
Outro problema é a fonte pesquisada ser de má qualidade ou de origem 
duvidosa e até mesmo ilícita, o que é o caso das autorias – quando você pensa que 
está consultando o verdadeiro autor de um texto, mas na verdade está diante de um 
plágio. Mas sobre o problema da cópia falaremos bastante nas próximas aulas. 
Quando se trata de um trabalho científico, o problema é ainda mais grave. As 
fontes de pesquisa de uma monografia cuja metodologia seja a pesquisa 
bibliográfica tem que ser confiáveis, de autores respeitados e consagrados na 
literatura da área. Portanto, se o seu tema de pesquisa é psicopedagogia ou 
alfabetização, você terá que consultar obrigatoriamente autores como Alícia 
Fernandez e Emília Ferreiro respectivamente, que são referências nestas áreas. 
Não é possível basear uma argumentação científica sobre um texto curto de um site 
obscuro, cujo autor (quando aparece o nome do autor) não faz nenhuma referência 
aos autores consagrados na área da pesquisa. O seu trabalho pode ficar 
empobrecido, o que certamente não é o seu objetivo. 
 
 
55 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Wikipédia, a maior “amiga” do estudante. 
Você provavelmente já ouviu falar na Wikipédia, a enciclopédia virtual. A 
Wikipédia é uma enciclopédia livre ou de conteúdo livre, o que significa que os 
textos têm normas de direito autorais mais flexíveis, permitindo que possam ser 
copiados e até editados por quem acessa os conteúdos. É uma proposta bastante 
interessante, mas pode ser desastrosa se mal utilizada, principalmente com 
finalidades acadêmicas. 
Por mais cuidado que a Wikipédia possa tomar com a colocação de 
informações enganosas em seus verbetes, a Wikipédia não pode ser considerada 
uma fonte consistente de pesquisa. É muito útil para uma primeira abordagem, 
quando se está conhecendo um assunto novo, e também é fonte de várias 
informações – se uma informação não está disponível em português pode ser 
achada em outras línguas, mas não dá para apresentar um trabalho 
acadêmico baseado na Wikipédia, na verdade em um trabalho científico deve ser 
evitado a utilização do Wikipédia como referência. As fontes básicas de um 
trabalho devem ser mais consistentes. 
 
Dá para fazer um trabalho unicamente com documentos da internet? 
Até é possível, caso o assunto da monografia tenha suas fontes principais na 
internet. Mas se estas fontes não estão na internet, então precisam ser consultadas 
em forma de livros ou CD-ROM,como estiverem disponíveis. Se aquele livro 
fundamental daquele autor de referência para seu trabalho não estiver na internet, 
você terá que consultá-lo numa biblioteca, à moda antiga. 
 
Afinal, onde pesquisar? 
O local mais apropriado para a pesquisa acadêmica são as bases de dados, 
que serão explicadas na próxima aula. 
 
SAIBA MAIS 
Enciclopédia: dá para confiar na Wikipédia? 
Não, assim como não dá para confiar 100% em nenhuma fonte única de 
pesquisa. Mas isso não quer dizer que a Wikipédia não seja um bom ponto de 
56 
NÚCLEO COMUM 
 
 
partida. Existe um bom motivo para que 7,8 milhões de internautas a acessem todos 
os dias. “A Wikipédia já é uma grande referência”, afirma a professora Elizabeth 
Saad Corrêa, da Escola de Comunicações e Artes da USP. Veja o caso dos 
verbetes sobre temas científicos. Em 2005, a revista Nature fez uma comparação 
entre 42 artigos da enciclopédia virtual e da tradicionalíssima Britannica. Identificou 
162 erros na Wikipédia e 123 na Britannica. 
A maior enciclopédia da web surgiu em 2001. Seu nome vem de wiki -wiki, 
termo havaiano para “veloz”. Em setembro, tinha 8,2 milhões de artigos, que 
somavam 1,41 bilhão de palavras em 253 línguas – algumas pouco faladas, como o 
dialeto romanhol do norte da Itália, outras inventadas, como o klingon (de Jornada 
nas Estrelas). 
Como é possível que uma enciclopédia escrita e editada por leigos voluntários 
funcione? “A Wikipédia dá certo porque tem uma hierarquia definida e regras claras 
de conduta. O vandalismo é corrigido com rapidez”, responde Fernanda Viegas, 
pesquisadora do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Tente apagar um 
verbete e em minutos um editor, informado por e-mail, terá resgatado a versão 
anterior. 
Mas ainda há furos. No início deste ano, veio à tona um esquema de 
sabotagem e autopromoção na enciclopédia, com gente da Apple editando o verbete 
da Microsoft e o site MySpace removendo informação negativa de seu próprio 
verbete, entre outras coisas. Para evitar coisas assim, medidas extremas estão 
sendo estudadas: a Wikipédia alemã, por exemplo, deve limitar a edição a 
colaboradores pré-selecionados. 
 
A hierarquia Wiki 
Dos internautas comuns aos reis da cocada preta, saiba quem faz o site 
 
Leitor 
Quem é: O usuário que visita o site para se informar. 
Quantos são: Aproximadamente 7,8 milhões por dia. 
57 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Atribuições: Não procura por erros nem se dispõe a editar nenhum artigo. No 
máximo, posta algum recado na página de discussões, que pode influenciar os 
editores. 
Poder: Nenhum. 
 
Editor 
Quem é: Qualquer internauta que entre em um artigo para alterá-lo. 
Quantos são: Cerca de 3 milhões por dia. 
Atribuições: Retirar, acrescentar ou corrigir informações de um verbete. 
Ou criar novos tópicos. 
Poder: Limitado. Suas contribuições dependem da aprovação dos 
administradores. 
 
Administrador 
Quem é: Um super editor eleito (ou indicado por outro editor) por causa da 
frequência e da qualidade de suas colaborações. 
Quantos são: 1 342. 
Atribuições: Apagar ou bloquear páginas problemáticas e recuperar versões 
anteriores de verbetes vítimas de vandalismo. 
Poder: Grande. 
 
Burocrata 
Quem é: O chefe dos administradores. 
Quantos são: 22 no mundo inteiro (algumas línguas não têm nenhum 
administrador). 
Atribuições: Resolve pendências entre administradores. Pode “demitir” 
editores mal-intencionados que sabotam artigos da Wikipédia. 
Poder: Gigantesco. 
 
Steward 
Quem é: O juiz da Wikipédia. 
Quantos são: 30. 
58 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Atribuições: Em caso de conflito entre diferentes instâncias (burocratas e 
administradores, por exemplo), é ele que decide quem tem razão. Também pode 
promover ou rebaixar pessoas de seus cargos, sem votação. 
Poder: Descomunal. 
 
Como saber se o verbete wiki é confiável 
 
Estrela 
Artigos bem escritos, estáveis, que contêm citações confiáveis e não são 
tendenciosos podem ganhar uma estrela e ser mencionados como “bons artigos”. 
Eles podem ser eleitos, por indicação de qualquer internauta, ou escolhidos pelos 
administradores e pelos burocratas. Em inglês, dos 2 milhões de verbetes 
disponíveis no começo de outubro, aproximadamente 1 630 eram considerados 
bons. Em português, eram 260 artigos dentre os 288 mil disponíveis. 
 
Normal 
São os artigos comuns, relevantes e bem escritos, mas que ainda não 
atingiram alto nível de qualidade. 
 
Bloqueado 
Em 25 de setembro, um administrador bloqueou a página do Corinthians. O 
motivo: depois de perder para o arquirrival Palmeiras dois dias antes, o clube estava 
ameaçado de cair para a 2ª divisão do Campeonato Brasileiro. Depois de dois dias 
apagando edições de insulto, o administrador optou por bloquear o verbete para 
qualquer tipo de modificação. 
 
Suspeito 
Quando uma informação importante aparece no verbete sem a devida 
citação, é comum que os editores façam um alerta avisando do problema. Quando o 
artigo é cheio de furos assim, ele ganha um selo logo no topo, alertando que o texto 
precisa de “faxina” e pode não ser confiável. 
 
59 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Cancelado 
A Super criou o verbete “Tiago Cordeiro”, com a biografia do autor deste 
texto, com apenas duas palavras: “jornalista paranaense”. Cinco minutos depois, um 
administrador de Portugal julgou o artigo improcedente e o indicou para 
eliminação. 
(CORDEIRO, T. Enciclopédia: dá para confiar na Wikipédia? 
Superinteressante. http://super.abril.com.br/cultura/enciclopedia-confiar- Wikipédia-
447257.shtml> . Acesso em 9 de junho de 2010) 
 
SAIBA MAIS 
Jovem engana imprensa mundial com dado falso na web 
Jornais internacionais publicaram, no mês passado, uma informação falsa no 
obituário do compositor francês Maurice Jarre, morto em 29 de março último. A 
causa da publicação foi uma citação falsamente atribuída ao compositor, colocada 
por um estudante irlandês na enciclopédia online Wikipédia, reproduzida pela 
imprensa. 
Conforme publicou nesta quarta-feira o The Irish Times, a citação falsamente 
atribuída a Jarre apareceu nos obituários de jornais britânicos como The Guardian, 
The Independent, na revista de música da BBC e em diferentes jornais da Índia e da 
Austrália. 
Segundo a Wikipédia, Jarre teria dito o seguinte: "Pode-se dizer que minha 
vida foi uma longa trilha sonora. A música foi minha vida, a música me dava vida e 
pela música serei lembrado muito depois de deixar esta vida. Quando eu morrer 
será tocada uma última valsa em minha cabeça, que somente eu poderei escutar." 
Mas as frases não são do compositor francês. Elas saíram da imaginação do 
irlandês Shane Fitzgerald, 22 anos, estudante de economia e sociologia no Trinity 
College em Dublin. Ele disse ao The Irish Times que queria apenas "fazer uma 
experiência" sobre o fenômeno da globalização. 
Fitzgerald explicou que desejava demonstrar como os jornalistas usam a 
internet como principal fonte de informação e como a população está conectada por 
meio da rede. Ele escolheu a Wikipédia porque é uma ferramenta muito utilizada 
http://super.abril.com.br/cultura/enciclopedia-confiar-%20Wikipédia-447257.shtml
http://super.abril.com.br/cultura/enciclopedia-confiar-%20Wikipédia-447257.shtml
60 
NÚCLEO COMUM 
 
 
pelos profissionais da informação, e porque seus conteúdos podem ser editados e 
modificados por qualquer um. 
Os moderadores da enciclopédia online retiraram em questão de minutos a 
"nova informação", publicada por Fitzgerald pouco depois de saber do falecimento 
de Jarre, já que esta não tinha fontes de referência. Mas o 
parágrafo permaneceu durante mais de 24 horas no ar pois o estudante 
continuou colocando-o repetidamente na web. 
"Não esperava que a brincadeira fosse chegar tão longe. Esperava que 
aparecesse em blogs e em algumas páginas da internet, mas em 'jornaisde 
qualidade'? Me surpreendi muito", declarou o estudante. 
O engano não foi detectado pelos órgãos de imprensa, até que o próprio 
Fitzgerald enviou e-mails alertando-os que a informação publicada era falsa. 
"Creio que não descobririam se eu não houvesse avisado", acrescentou o 
jovem, que não se considera um especialista em informática. 
Ainda que o parágrafo sobre Jarre tenha sido retirado da Wikipédia e das 
bases de dados dos jornais afetados, ainda pode ser lida em dezenas de blogs e 
jornais eletrônicos, de acordo com o The Irish Times. 
(fonte:Terra.–.Tecnologia. <http://super.abril.com.br/cultura/enciclopediada-para-
confiar-na-wikipedia>.Acessado em 19 de Fevereiro de 2016). 
 
61 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Aula 14_Pesquisa na Internet II 
Base de Dados 
As bases de dados são sites que oferecem acesso a documentos 
acadêmicos, como artigos, periódicos (revistas científicas), teses e dissertações. 
São conhecidas como bibliotecas virtuais, e são as fontes mais confiáveis para a 
pesquisa na internet. Nelas, você pode consultar por palavras, assuntos, autores e 
ano de publicação, entre outras possibilidades. O funcionamento destas bases de 
dados é parecido com o de buscadores como o Google, só que as buscas 
acontecem apenas dentro do acervo da base de dados, o que dá muito mais 
segurança e resultados efetivos. 
Vamos ver a seguir as principais bases de dados em português. Para fazer 
um levantamento do “estado da arte” na área em que você está pesquisando, e 
verificar o quanto já se pesquisou ou não neste assunto, é imprescindível consultar 
uma ou mais destas bases. 
 
Google Acadêmico 
http://scholar.google.com.br 
 
O Google Acadêmico fornece uma maneira simples de pesquisar literatura 
acadêmica de forma abrangente. Você pode pesquisar várias disciplinas e fontes 
em um só lugar: artigos revisados por especialistas (peer-rewiewed), teses, livros, 
resumos e artigos de editoras acadêmicas, organizações profissionais, bibliotecas 
de pré-publicações, universidades e outras entidades acadêmicas. O 
Google Acadêmico classifica os resultados de pesquisa segundo a relevância, e 
http://scholar.google.com.br/
62 
NÚCLEO COMUM 
 
 
as referências mais úteis são exibidas no começo da página. A tecnologia de 
classificação do Google leva em conta o texto integral de cada artigo, o autor, a 
publicação em que o artigo saiu e a frequência com que foi citado em outras 
publicações acadêmicas. 
 
SciELO 
http://www.scielo.br 
 
A Scientific Electronic Library Online - SciELO é uma biblioteca eletrônica que 
abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros. A 
SciELO é o resultado de um projeto de pesquisa da FAPESP - Fundação de Amparo 
à Pesquisa do Estado de São Paulo, em parceria com a BIREME - Centro Latino-
Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde e CNPq - Conselho 
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. O projeto tem por objetivo o 
desenvolvimento de uma metodologia comum para a preparação, armazenamento, 
disseminação e avaliação da produção científica em formato eletrônico. Atualmente, 
a SciELO dá acesso ao texto completo a cerca de 2800 periódicos do Brasil e da 
América Latina, além de Portugal e Espanha. 
 
 
 
 
 
 
http://www.scielo.br/
63 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Portal de Periódicos Capes 
http://www.periodicos.capes.gov.br 
 
 
O Portal de Periódicos da Capes oferece acesso aos textos completos de 
artigos de mais de 11.180 revistas internacionais, nacionais e estrangeiras, e a mais 
de 90 bases de dados com resumos de documentos em todas as áreas do 
conhecimento. Inclui também uma seleção de importantes fontes de informação 
acadêmica com acesso gratuito na Internet. O acervo completo deve ser acessado 
pelos computadores em bibliotecas das universidades credenciadas, mas também 
há textos disponíveis para acesso livre. 
 
DEDALUS - Catálogo on-line das Bibliotecas USP 
http://dedalus.usp.br/F?RN=10894443 
 
 
http://www.periodicos.capes.gov.br/
http://143.107.73.17/F?RN=240867129
64 
NÚCLEO COMUM 
 
 
O Dedalus faz parte do SIBiUSP, que é o Sistema Integrado de Bibliotecas da 
Universidade de São Paulo, que integra 43 bibliotecas de faculdades 
distribuídas em seis campi universitários, com acervo total de mais de 6 
milhões de volumes, e possibilita pesquisar o acervo de todas as bibliotecas da 
USP. 
 
CRUESP - Portal dos Sistemas de Bibliotecas das Universidades Estaduais 
Paulistas 
http://www.sibi.usp.br 
 
Integra os acervos das bibliotecas da USP, Unicamp e UNESP. 
 
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP 
http://www.teses.usp.br 
 
 
http://www.teses.usp.br/
65 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Acesso a textos completos de teses e dissertações da USP. 
 
Domínio Público 
http://www.dominiopublico.gov.br 
 
 
O Portal Domínio Público coloca à disposição dos usuários uma biblioteca 
virtual de referência para professores, alunos, pesquisadores e para a população 
em geral. Este portal constitui-se em um ambiente virtual que permite a coleta, 
a integração, a preservação e o compartilhamento de conhecimentos, sendo seu 
principal objetivo o de promover o amplo acesso às obras literárias, artísticas e 
científicas (na forma de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou 
que tenham a sua divulgação devidamente autorizada, que constituem o patrimônio 
cultural brasileiro e universal. 
 
O problema da cópia 
Cópias da internet ou a era do “Ctrl+C, Ctrl+V” 
A "cópia" não foi inventada juntamente com a Internet, mas, certamente, ela 
tem propiciado o crescimento dessa prática, dada a facilidade de se acessar os 
textos disponibilizados em meio digital e, considerando-se, além disso, a quantidade 
de textos disponibilizados. 
http://www.dominiopublico.gov.br/
66 
NÚCLEO COMUM 
 
 
Num linguagem bastante informal, poderíamos dizer que "copiar" uma 
resposta ou um trabalho inteiro, torna-se uma tentação: bastam poucos movimentos 
do mouse e do teclado e pronto! Eis um trabalho inteirinho, em poucos minutos. 
Entretanto, devemos lembrar o por que das escolas solicitarem os trabalhos 
escritos. Eles não servem somente para que o aluno "ganhe uma nota". Na verdade, 
os trabalhos escritos - sejam curtos ou longos - constituem uma etapa fundamental 
na construção de conhecimentos, talvez até a mais importante etapa. 
No momento da escrita realizam-se a organização do pensamento, a 
abstração e a síntese necessárias para a consolidação do conhecimento. 
Na Unimes Virtual as cópias não são aceitas. Assim que identificarem uma 
cópia, os professores orientadores poderão recusar o trabalho e solicitar uma nova 
entrega dentro do prazo estabelecido (UNIMES VIRTUAL, 2010). 
 
Monge copista 
 
SAIBA MAIS 
Conheça as orientações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de 
Nível Superior – CAPES sobre combate ao plágio 
Brasília (4/01/2011) - A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de 
Nível Superior (Capes) recomenda, com base em orientações do Conselho Federal 
da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que as instituições de ensino públicas e 
privadas brasileiras adotem políticas de conscientização e informação sobre a 
propriedade intelectual, adotando procedimentos específicos que visem coibir a 
prática do plágio quando da redação de teses, monografias, artigos e outros textos 
67 
NÚCLEO COMUM 
 
 
por parte de alunos e outros membros de suas comunidades. 
A orientação é proveniente de proposição da Comissão Nacional de Relações 
Institucionais e da Seccional da OAB/Ceará (n.2010.19.07379-01) aprovada pelo 
referido Conselho em sessão plenária no dia 19 de outubro de 2010. O texto ressalta 
que as ferramentas tecnológicas da informática e o advento da internet 
proporcionam acesso irrestrito a muitos bancos de dados oficiais e particulares e 
que algumas distorções advindas desta facilidade de acesso eletrônico

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