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Bioquímica Metabólica

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Universidade Católica de Moçambique 
Centro de Educação a distância 
 
 
 
 
 
 
Bioquímica Metabólica 
 
 Melita Nazario:708202454 
 Curso De: Licenciatura Em Ensino de Biologia 
Disciplina: Bioquímica 
 Ano: 3º 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tete, Maio de 2022 
 
 
Universidade Católica de Moçambique 
Centro de Educação a distância 
 
 
 
 
 
 
Bioquímica Metabólica 
 
 Melita Nazario:708202454 
 Curso De: Licenciatura Em Ensino de Biologia 
Disciplina: Bioquímica 
 Ano: 3º 
 
 
Docente: Nthete Buleza 
 
 
 
 
 
 
Tete, Maio de 2022 
 
Índice Pág. 
I. Introdução...................................................................................................................... 4 
II. Bioquímica Metabólica ................................................................................................ 5 
2.1 Conceito De Bioquímica Metabólica ......................................................................... 5 
2.2 Metabolismo ............................................................................................................... 5 
2.2.1 As funções basicamente do Metabolismo ............................................................... 5 
2.2.2 Fases do metabolismo, ligadas directamente a sua função ...................................... 6 
2.2.2.1 Catabolismo .......................................................................................................... 6 
2.2.2.2 Anabolismo ........................................................................................................... 8 
2.2.3 Características Do Metabolismo .............................................................................. 9 
2.3 Glicólise .................................................................................................................... 11 
2.3.1 Etapas e Reacções .................................................................................................. 11 
2.4 O ATP Transporta Energia das Reacções Catabólicas até as Reacções Anabólicas 11 
2.5 A síntese do ATP ...................................................................................................... 12 
2.6 Ciclo de Krebs .......................................................................................................... 13 
2.6.1 Regulação do Ciclo de Krebs ................................................................................ 14 
2.7 Metabolismo dos Aminoácidos e Grupo Amino dos Compostos Nitrogenados ...... 14 
2.8 Metabolismo de Aminoácidos e Ciclo Da Ureia ...................................................... 15 
III. Conclusão ................................................................................................................. 16 
IV. Referência bibliográfica ........................................................................................... 17 
 
4 
 
I. Introdução 
O presente trabalho tem como tema “Bioquímica Metabólica”. Neste contexto 
são abordados os conteúdos relacionados com o metabolismo, primeiramente dou um 
conceito acerca da bioquímica metabólica, em seguida falo das funções básicas do 
metabolismo e fases do metabolismo ligadas directamente a suas funções. Através do 
tópico de metabolismo também são abordado assuntos relacionados com o catabolismo 
e Anabolismo, posteriormente falo das características do metabolismo, falo do Glicólise 
e as Etapas e suas Reacções, também falo do ATP transporta energia das reacções 
catabólicas até as reacções anabólicas e a síntese do ATP, ciclo de Krebs, Regulação do 
Ciclo de Krebs, metabolismo dos aminoácidos e grupo amino dos Compostos 
nitrogenados, para terminar o trabalho falo do metabolismo de aminoácidos e ciclo da 
ureia. 
1.1 Objectivo geral 
 Explicar conceitos da Bioquímica Metabólica. 
1.2 Objectivos específicos 
 Definir o conceito da Bioquímica Metabólica e sua importância; 
 Conhecer os conceitos básicos da Catabolismo e anabolismo; 
 Caracterizar o Metabolismo; 
 Falar do Ciclo de Krebs. 
1.3. Metodologia de pesquisa 
Para a elaboração do presente trabalho recorreu-se ao método bibliográfico, pois 
fez-se o uso de livros, módulos, manuais, artigos, que consistiu na concretizarão do 
trabalho final. As referencias usadas foram (Torquemada Guerra et al, (2011). Débora 
Dalpai, (2018). & Marques, Maria Risoleta Freire, (2014). 
5 
 
II. Bioquímica Metabólica 
2.1 Conceito De Bioquímica Metabólica 
Segundo (Torquemada Guerra et al, 2011, p.63). Bioquímica Metabólica trata do 
anabolismo e catabolismo: degradação de aminoácidos e do ciclo da ureia, metabolismo 
dos ácidos graxos, glicólise, ciclo de Krebs, síntese e degradação do glicogênio, via das 
pentoses-fosfato e vias metabólicas. Existe uma grande variedade de vias metabólicas. 
Em humanos, as vias metabólicas mais importantes são: 
 Glicólise - oxidação da glicose a fim de obter ATP. 
 Ciclo de Krebs - oxidação do acetil-CoA a fim de obter energia. 
 Fosforilação oxidativa - eliminação dos electrões libertados na oxidação da 
glicose e do acetil-CoA. Grande parte da energia libertada neste processo pode 
ser armazenada na célula sob a forma de ATP. 
 Via das pentoses-fosfato - síntese de pentoses e obtenção de poder redutor para 
reacções anabólicas. 
 Ciclo da ureia - eliminação de NH4
+
 sob formas menos tóxicas. 
 β-oxidação dos ácidos graxos - transformação de ácidos graxos em acetil-CoA, 
para posterior utilização pelo ciclo de Krebs. 
 Neoglicogênese - síntese de glicose a partir de moléculas não glicolíticas, para 
posterior utilização pelos órgãos glicodependentes, como o cérebro, miocárdio e 
glóbulos vermelhos. 
2.2 Metabolismo 
Segundo (Torquemada Guerra et al, 2011, p.63). Metabolismo é o conjunto de 
reacções químicas que ocorrem nas células e que lhe permitem manter-se viva, 
crescer e dividir-se. 
2.2.1 As funções basicamente do Metabolismo 
 Obtenção de energia química por captura da energia solar (incorporada na 
forma de ligações químicas de carbono: carboidratos) ou degradação de 
6 
 
moléculas energeticamente ricas (nutrientes) obtidas do ambiente 
(carboidratos, lipídios, proteínas). 
 Síntese de biomoléculas (precursoras ou polímeros) e outras estruturas 
específicas para o organismo, como proteínas, moléculas de estoque 
energético, hormônios, neurotransmissores, etc. 
2.2.2 Fases do metabolismo, ligadas directamente a sua função 
2.2.2.1 Catabolismo 
Segundo (Torquemada Guerra et al, 2011 & Débora Dalpai, 2018). Catabolismo 
tem função de : Obtenção de energia e poder redutor a partir de macromoléculas como 
proteínas, triacilgliceróis. O catabolismo compreende a fase degradativa: degradação de 
moléculas nutrientes em produtor finais menores e mais simples, que irá liberar energia 
(E), da qual parte é incorporada na forma energia química (ATP ou transportadores de 
electrões reduzidos – NADH, NADPH, FADH2); e o restante é perdido na forma de 
calor. 
A degradação enzimática de cada um dos principais tipos de biomoléculas 
(carboidratos, lipídios e proteínas) ocorre passo a passo, através de reacções enzimáticas 
consecutivas, e libera energia (Figura: 1). Existem três estágios principais no 
catabolismo aeró- bico. No estágio I, as macromoléculas celulares são degradadas em 
suas unidades fundamentais. Assim, por exemplo, os polissacarídeos são degradados a 
hexoses e pentoses, enquanto os lipídeos são degradados em ácidos graxos e glicerol, e 
as proteínas são hidrolisadas em seus 20 aminoácidos primários. 
No estágio II do catabolismo, os vários produtos formados no estágio I são 
reunidos e convertidos em um número menor de moléculas ainda mais simples. Desse 
modo, as hexoses, as pentoses e o glicerol do estágio I são degradados a um 
intermediário mais simples, com três carbonos, o piruvato. O piruvato, por sua vez, é 
convertido em uma unidade de dois carbonos(C2), o grupo acetil, o qual é transportado 
dentro da célula, ligado a uma coenzima, a coenzima A, ou seja, na forma de acetil-
coenzima A (acetil-CoA). 
7 
 
De forma similar, os ácidos graxos e o esqueleto carbônico dos aminoácidos são 
quebrados em grupos acetil para formar o acetil-CoA. Dessa forma, o acetil-CoA é o 
produto final comum do estágio II do catabolismo. 
No estágio III, o grupo acetil do acetil-CoA é introduzido no Ciclo dos Ácidos 
Tricarboxílicos (TCA) ou Ciclo de Krebs (CK). O TCA pode ser considerado como 
uma via final comum de degradação de biomoléculas, através da qual a maioria das 
moléculas fornecedoras de energia são finalmente oxidadas a dióxido de carbono. É 
importante notar que as vias catabólicas convergem em direcção ao TCA, o qual 
constitui o estágio III do catabolismo. Por isso, as vias catabólicas são chamadas de vias 
convergentes. 
Figura 1: Esquema simplificado do catabolismo de diferentes moléculas e 
seus estágios. 
 
Fonte: Marques, Maria Risoleta Freire, 2014, p.162 
Durante o estágio I do catabolismo, centenas de proteínas diferentes são 
degradadas a apenas 20 aminoácidos; no estágio II, esses 20 aminoácidos são 
degradados principalmente em acetil-CoA e amônia (NH 3); e no estágio III, os grupos 
acetil (do acetil-CoA formado) são oxidados via TCA a CO2. De maneira semelhante, 
no estágio I, muitos polissacarídeos diferentes são degradados a alguns açúcares 
simples, e estes são convertidos em acetil-CoA no estágio II e, finalmente, em CO2 no 
estágio III. 
8 
 
Ainda no estágio III do catabolismo, os electrões gerados no TCA (na forma de 
duas coenzimas reduzidas, NADH e FADH 2) são finalmente oxidados na cadeia 
transportadora de electrões na mitocôndria. A esse fluxo de electrões está acoplada a 
fosforilação do ADP para a produção de ATP. Esse fluxo de electrões na cadeia 
transportadora reduz, ao final, o oxigénio molecular (o aceptor final de electrões na 
cadeia), produzindo H2O. 
Assim, ATP e H2O são dois produtos finais do catabolismo celular, além do CO 
2 e da amônia (ou outros produtos nitrogenados). 
2.2.2.2 Anabolismo 
Segundo (Torquemada Guerra et al, 2011 & Débora Dalpai, 2018). Produção de 
novos componentes celulares, em processos que geralmente utilizam a energia e o poder 
redutor a partir de moléculas menores como aminoácidos. O Anabolismo compreende a 
fase de síntese: síntese de moléculas grandes, específicas e complexas (polipeptídeos, 
polissacarídeos, ácidos graxos) a partir de precursores menores e mais simples. 
De acordo com (Marques, Maria Risoleta Freire, 2014, p.165). O anabolismo 
(biossíntese) também ocorre em três estágios e começa com moléculas precursoras 
pequenas. Por exemplo, a biossíntese de proteínas inicia-se com a formação de α-
cetoácidos. No estágio seguinte, os α-cetoácidos são aminados. Na fase final do 
anabolismo, esses aminoácidos são reunidos de forma ordenada em cadeias 
polipeptídicas, formando-se, assim, um grande número de proteínas diferentes. 
De maneira semelhante, grupos acetil são reunidos em moléculas de ácidos 
graxos e estes, por sua vez, ordenadamente reunidos em moléculas para a produção de 
lipídeos variados. No caso da síntese de glicose (carboidrato), o piruvato e o lactato 
estão entre as moléculas precursoras utilizadas. O anabolismo é um processo divergente, 
ou seja, tem início com poucas moléculas precursoras pequenas e, a partir delas, 
constrói-se uma grande variedade de macromoléculas. As vias anabólicas centrais têm 
muitas ramificações que levam à formação de centenas de componentes celulares 
diferentes, ou seja, as vias anabólicas são ditas vias divergentes, (Marques, Maria 
Risoleta Freire, 2014, p.165). 
9 
 
Cada um dos estágios principais, tanto no catabolismo, como no anabolismo de 
uma dada biomolécula, é catalisado por um sistema multienzimático. As transformações 
químicas consecutivas que ocorrem em cada uma das rotas metabólicas centrais do 
metabolismo são virtualmente idênticas em todas as formas de vida (Marques, Maria 
Risoleta Freire, 2014, p.165).. 
Cabe salientar que o anabolismo (biossíntese), além de consumir energia 
química na forma de ATP e ser no seu conjunto divergente, as vias que o integram não 
são simplesmente o inverso da via catabólica correspondente. Mesmo quando semelhan- 
ças ocorrem, sempre há entre as reações aquela(s) que, sendo irreversível(veis), são 
substituídas por outras, termodinamicamente mais favoráveis, sendo denominadas de 
desvios (Marques, Maria Risoleta Freire, 2014, p.165). 
Figura 2: As vias de degradação e síntese, respectivamente, do metabolismo celular 
 
Fonte: Marques, Maria Risoleta Freire, 2014, p.161 
2.2.3 Características Do Metabolismo 
1. De acordo com (Torquemada Guerra et al, 2011 & Débora Dalpai, 2018). O 
Metabolismo ocorre através de reacções química sequenciais: no metabolismo, a soma 
de todas as transformações químicas em uma célula/organismo ocorre por meio de uma 
série de reacções catalisadas por enzimas que constituem as vias metabólicas. Cada 
uma das etapas consecutivas de uma via metabólica produz uma pequena alteração 
química específica (normalmente remoção, transferência ou adição de um átomo em 
10 
 
particular ou grupo funcional). O precursor é convertido em um produto por meio de 
uma série de intermediários metabólicos chamados de metabólitos. 
 As moléculas são gradativamente e lentamente transformadas de tal maneira que 
a energia contida nas ligações Química seja melhor aproveitada; 
 Tais reacções podem ser tanto reversíveis quanto irreversíveis, e geralmente 
produzem grande quantidade de espécies ácidas, que em pH biológico (7,4) 
normalmente estão desprotonadas (na forma de sal); 
2. De acordo com (Torquemada Guerra et al, 2011 & Débora Dalpai, 2018). As Vias 
metabólicas são reguladas: outra importante característica das vias metabólicas está 
relacionada a sua regulação: todas as vias metabólicas são reguladas, tanto dentro como 
fora das células, seja por regulação alostérica (vide enzimas) interna as células, seja por 
acção de sinalizadores nos tecidos, como harmónios que atuam fora das células. 
A maioria das células tem enzimas para realizar tanto a degradação quanto a síntese das 
principais categorias de biomoléculas, porém, a síntese e degradação simultâneas de 
ácidos graxos seriam inúteis. Isso é evitado pela regulação recíproca das sequências de 
reacções anabólicas e catabólicas: quando uma sequência está activa, a outra está 
suprimida. 
 As vias são reguladas para que não operem desnecessariamente; 
 A regulação ocorre ao nível enzimático e todas as vias metabólicas possuem em 
sua sequência de reacções ao menos uma reacção catalisada por uma enzima 
passível de regulação, que pode ser através: 
(a) Da acção de inibidores; 
(b) Da disponibilidade do substrato; 
(c) De enzimas alostéricas; 
(d) De modificação covalente (fosforilação) : acção hormonal; 
3. Vias do catabolismo podem ser o inverso de vias anabólicas: algumas vias combinam 
o mesmo produto final e inicial, podendo de maneira geral serem o inverso umas das 
outras (inclusive no que se diz respeito a algumas reacções). 
11 
 
Entretanto, as vias têm de ser reguladas de maneira independente, onde pelo menos 
algumas reacções são específicas da mesma → regulação recíproca. 
2.3 Glicólise 
2.3.1 Etapas e Reacções 
Segundo (Torquemada Guerra et al, 2011, p.64). Essa via ocorre por anaerobiose 
e é um processo pelo qual uma hexose, a molécula de glicose, é oxidada a duas 
moléculas de piruvato. Esse processo é realizado em duas etapas: a primeira em que se 
trata da fosforilação da glicose para que seja mantido preso na célula onde é oxidada à 
Gliceraldeido-3P e à Dihidroxiacetona-P. Nessa primeira etapa só há gasto de energia. 
A segunda, a Dihidroxiacetona-P é transformada em Gliceraldeido-3P para continuar a 
via. As duas moléculasde Gliceraldeido-3P são transformadas em duas moléculas de 
piruvato. Nessa segunda etapa há compensação da energia perdida na primeira etapa e 
apresenta um saldo positivo de ATP. 
2.4 O ATP Transporta Energia das Reacções Catabólicas até as Reacções 
Anabólicas 
Segundo (Marques, Maria Risoleta Freire, 2014, p.167). Moléculas nutrientes 
complexas, como a glicose, contêm muita energia potencial devido ao seu alto grau de 
organização estrutural. Quando a molécula de glicose é degradada, por oxidação, a seus 
produtos finais simples e pequenos, CO2 e H2O, uma grande quantidade de energia livre 
torna-se disponível. A energia livre é a forma de energia capaz de produzir trabalho sob 
condições de pressão e temperatura constantes. Entretanto, se não houver alguma forma 
de capturar ou conservar a energia livre liberada na ocasião da oxidação da glicose, ela 
se dissipará na forma de calor. Embora a energia calorífica seja útil na manutenção da 
temperatura corporal nos animais superiores, ela não pode ser usada para realizar o 
trabalho mecânico da contracção muscular e nem o trabalho químico necessário para a 
biossíntese de moléculas. 
Dessa forma, uma grande parte de energia livre liberada da glicose e de outros 
combustíveis celulares durante seu catabolismo é conservada pelo acoplamento da 
síntese de adenosina trifosfato (ATP) a partir de adenosina difosfato (ADP) e fosfato 
inorgânico. 
12 
 
Essas substâncias, ATP, ADP e fosfato, estão presentes em todas as células vivas 
e atuam como sistema transmissor de energia universal. A energia química assim 
conservada na forma de ATP pode realizar trabalho de quatro formas diferentes. Ela 
pode prover a energia necessária para o trabalho químico de biossíntese. Nesse 
processo, o grupo, ou grupos, fosfato terminal do ATP é transferido enzimaticamente 
para moléculas ou unidades fundamentais precursoras, que se tornam, assim, 
“energizadas” ou “ativadas” e preparadas para serem reunidas em macromoléculas. O 
ATP é também a fonte de energia para a motilidade celular ou para a contração 
muscular. O ATP é o fornecedor de energia para o transporte de nutrientes através de 
membranas e contra gradientes de concentração. A energia do ATP é também usada 
para assegurar a transferência de informação genética durante a biossíntese do DNA, do 
RNA e de proteínas (Marques, Maria Risoleta Freire, 2014, p.167). 
Sempre que a energia química do ATP é empregada para realizar trabalho 
celular, o seu grupo fosfato terminal é perdido e aparece como fosfato inorgânico livre, 
o ADP restante é a forma descarregada do sistema transportador de energia. O ADP 
pode ser recarregado com um grupo fosfato, regenerando o ATP, em reacções que são 
acopladas àquelas que liberam energia e que ocorrem durante a degradação de 
biomoléculas na célula. Temos assim, nas células, um ciclo de energia em que o ATP 
serve como um elo de transporte de energia, unindo os processos celulares que liberam 
ou fornecem energia àqueles que a consomem. O ATP pode ser produzido a partir de 
diferentes estratégias metabólicas (Marques, Maria Risoleta Freire, 2014, p.168). 
2.5 A síntese do ATP 
De acordo com (Marques, Maria Risoleta Freire, 2014, p.168). O ATP é 
sintetizado nas células a partir de ADP e fosfato inorgânico (Pi). De longe, a maior 
proporção da produção de ATP ocorre na mitocôndria e nos cloroplastos, estes 
presentes nas plantas verdes. Essas organelas, as quais apresentam uma membrana 
dupla (uma membrana externa e uma interna), possuem uma estrutura especial 
necessária para a síntese de ATP. Os organismos procarióticos produzem ATP de forma 
semelhante, mas, nesse caso, essa produção ocorre nas dobras da membrana plasmática. 
Em ambos os processos, a produção de ATP depende de um fluxo ou transporte 
de electrões através de uma cadeia transportadora de electrões. Na produção de ATP na 
13 
 
mitocôndria, durante a respiração celular, os electrões provenientes do catabolismo das 
biomoléculas fluem por esses transportadores até o aceptor final, o oxigénio, que é 
reduzido, formando H2O. Esse fluxo de electrões através de uma série de 
transportadores na mitocôndria é denominado de cadeia respiratória. Esse transporte de 
electrões tem a fosforilação do ADP acoplada a ele. A produção de ATP, acoplada ao 
transporte de electrões na cadeia respiratória, é chamada de fosforilação oxidativa 
(Marques, Maria Risoleta Freire, 2014, p.168). 
2.6 Ciclo de Krebs 
Segundo (Torquemada Guerra et al, 2011, p.71). Também conhecido como 
Ciclo do Ácido Cítrico ou Tricarboxílico, ocorre na matriz mitocondrial. O ciclo de 
Krebs, também chamado de ciclo do ácido cítrico (ou ciclo dos ácidos tricarboxílicos), é 
uma via metabólica central que ocorre dentro da mitocôndria, cuja função principal é 
fazer a degradação oxidativa de metabólitos que fornecem energia para a célula, além de 
ter caráter anfibólico (tanto participa do catabolismo quanto do anabolismo). 
Figura 3. Esquema resumido do Ciclo de Krebs. 
 
Fonte: Torquemada Guerra et al, 2011, p.72 
A acetil-CoA pode ser proveniente também de outras fontes além da via 
glicolítica como da oxidação de proteínas e lipídeos. Iniciando o ciclo de Krebs, 2 
moléculas de Acetil-CoA provenientes de uma molécula de glicose se condensam com 
número equivalente de oxaloacetato originando a liberação de CoA, duas moléculas de 
citrato e duas moléculas de CO2. A liberação de H+ de intermediários das reacções do 
ciclo é capturada por moléculas de NAD+ que passam para sua forma reduzida NADH 
+ H+ e capturados por molécula FAD+ passando a FADH2. Acontece também a 
transformação da molécula de GDP em GTP a qual é desfosforilada por ADP dando 
14 
 
ATP. Esse ATP assim como os produzidos na via glicolítica são os ATPs formados ao 
nível de substrato e fora da cadeia de transporte de electrões. 
Os electrões capturados pelas moléculas de NAD+ e de FAD+ são direccionados 
para a cadeia de transporte de electrões que, acoplada a fotofosforilação oxidativa, dão 
origem ao conjunto de moléculas de ATP que servirá como moeda energética para todos 
os processos metabólicos. 
No ciclo são produzidos 2 CO2 + 3NADH + 1 FADH2 + 1GTP. O fosfato do 
GTP é 
transferido para o ADP dando ATP. Em resumo, o ciclo de Krebs funciona para 
produzir energia e compostos de carbono. Contudo, se os intermediários forem 
removidos para uso em outras vias metabólicas, estes devem ser repostos. O processo de 
reposição é diferente quando da utilização de açúcares ou ácidos graxos 
sendo realizado pelas vias anapleróticas: 
2.6.1 Regulação do Ciclo de Krebs 
Segundo (Torquemada Guerra et al, 2011, p.71). O ciclo de Krebs é controlado 
fundamentalmente pela disponibilidade de substratos, inibição pelos produtos e por 
outros intermediários do ciclo. 
 Piruvato desidrogenase: é inibida pelos próprios produtos, acetil-CoA e 
NADH. 
 Citrato sintase: é inibida pelo próprio produto, citrato. Também inibida por 
NADH e succinil-CoA que sinalizam a abundância de intermediários do ciclo de 
Krebs. 
 Isocitrato desidrogenase e α-cetoglutarato desidrogenase: tal como a citrato 
sintase, são inibidas por NADH e succinil-CoA. A isocitrato desidrogenase 
também é inibida por ATP, e estimulada por ADP. Todas as desidrogenases 
mencionadas são estimuladas pelos íons cálcio. 
2.7 Metabolismo dos Aminoácidos e Grupo Amino dos Compostos Nitrogenados 
Segundo (Torquemada Guerra et al, 2011, p.88). Nos sistemas vivos, o 
nitrogênio reduzido é incorporado primeiro nos aminoácidos, e depois em uma 
15 
 
variedade de outras biomoléculas, incluindo os nucleotídeos. O ponto-chave de entrada 
é o glutamato. O glutamato e a glutamina são os doadores de nitrogénio em uma larga 
variedade de reacções biossintéticas. A glutamina sintetase, que catalisa a formação da 
glutamina a partir do glutamato, é uma importanteenzima reguladora do metabolismo 
do nitrogénio. As plantas e as bactérias sintetizam todos os 20 aminoácidos comuns. Os 
mamíferos podem sintetizar apenas a metade; outra metade deles, que são os 
aminoácidos essenciais, precisa estar presentes na alimentação que são os aminoácidos 
essenciais. Entre os aminoácidos não essenciais, o glutamato é formado por aminação 
redutiva do α- cetoglutarato e serve como precursor da glutamina, prolina e arginina. O 
alfa-cetoglutarato origina o glutamato, a glutamina, prolina e arginina. 
2.8 Metabolismo de Aminoácidos e Ciclo Da Ureia 
Segundo (Torquemada Guerra et al, 2011, p.90). O ciclo da ureia tem uma 
função central no metabolismo do nitrogénio. Ele está envolvido no anabolismo e no 
catabolismo de aminoácidos e apresenta elos com o ciclo de Krebs. Além de serem 
constituintes das proteínas, os aminoácidos podem ser usados como precursores de 
moléculas biológicas nitrogenadas como hemes, nucleotídeos e glutationa. O excesso de 
aminoácidos da dieta não é armazenado nem excretado, é convertido em piruvato, 
oxaloacetato, α-cetoglutarato e outros. Consequentemente, os aminoácidos são também 
precursores de glicose, ácidos graxos e corpos cetônicos. Podem, portanto, serem 
usados também para produção de energia. 
O processo envolve a eliminação do grupo amina ou desaminação, envolve a 
incorporação do amónio assim produzido em ureia, para posteriormente ser excretado e 
convertido em esqueleto carbónico e em intermediários metabólicos. A desaminação da 
maioria dos aminoácidos envolve uma transaminação prévia, que consiste na 
transferência do seu grupo amino para um α-cetoácido, produzindo o aminoácido 
correspondente ao α -cetoácido e o α -cetoácido correspondente ao aminoácido original. 
Geralmente o receptor do grupo amina é o α-cetoglutarato, que é convertido em 
glutamato, glutamina e daí ao carbamoilfosfato, composto importante para realização do 
ciclo da ureia como também para a formação das bases nitrogenadas, (Torquemada 
Guerra et al, 2011, p.90). 
16 
 
III. Conclusão 
Com o presente trabalho, realço a aprendizagem ou o aprofundamento dos 
conhecimentos no que tange a Bioquímica Metabólica. Conclui que a Bioquímica 
Metabólica está por trás de todo fenómeno biológico que ocorre no organismo humano, 
e que, portanto, estudá-la vai muito além de memorizar vias metabólicas permite 
entender o funcionamento dos processos vitais em nível celular e até molecular, 
tratando do anabolismo e catabolismo, efectuando a degradação de aminoácidos 
proteínas, carboidratos, lipídios, ácidos nucleicos e ciclo da ureia. 
17 
 
IV. Referência bibliográfica 
1. Torquemada Guerra et al, (2011). Bioquímica Metabólica, Universitária 
Federal da Paraíba, l610p. 
2. Débora Dalpai, (2018). Bioquímica médica para iniciantes ilustrações de 
Raphael Sales Cerqueira, Porto Alegre: Ed. da UFCSPA,. 133 p. 
3. Marques, Maria Risoleta Freire, (2014). Bioquímica, 1. Ed. Revisada 
Florianópolis , Ead, Ufsc,. 182 P.

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