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001 Termo - Direito Penal I

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Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 1 
 
DIREITO PENAL I 
Prof. Antenor Ferreira Pavarina 
E-mail: antenorpavarina@unitoledo.br 
 
06/02/2012 
DIREITO PENAL 
 
LOCALIZAÇÃO SISTEMÁTICA NO ORDENAMENTO JURÍDICO 
- ramo do direito público 
 
CONCEITO 
- conjunto de normas que ligam ao crime, como fato, a pena como consequência, e 
disciplinam também as relações jurídicas daí derivadas, para estabelecer a aplicabilidade de 
medidas de segurança e a tutela do direito de liberdade em face do poder de punir do Estado 
(Frederico Marques) 
 
FUNÇÃO 
- proteção de bens jurídicos (direitos) essenciais ao indivíduo e à comunidade 
 
CARACTERES 
1. CIÊNCIA CULTURAL 
- pertence à classe das ciências do dever ser, tutela as relações dos individuos entre sí e 
destes com a sociedade 
2. CIÊNCIA NORMATIVA 
- tem por objeto o estudo da norma, do Direito positivo, do conjunto dos preceitos legais, o 
dever ser, bem como as consequências jurídicas do não-cumprimento dos preceitos 
normativos 
3. VALORATIVO 
- estabelece uma escala de valores que varia de acordo com o fato que lhe dá conteúdo, e 
com as consequências dele decorrentes. 
4. FINALISTA 
- visa a proteção de bens jurídicos fundamentais para a sociedade, como garantia de 
sobrevivência da ordem jurídica 
5. SANCIONADOR 
- protege a ordem jurídica comuninando sanções (penas ou medidas de segurança) 
Conteúdo: Teoria da Lei Penal e do Crime 
Bibliografia: Luis Regis Prado; Julio Fabrine Mirabete – Curso de Direito Penal, Volume I (Parte 
Geral) 
Filme: Meu nome não é Johnny (Medida de Segurança – clínica, hospital psiquiátrico). 
Livro: Teoria do Ordenamento Jurídico – Norberto Bobbio 
Constituição Federal 
 Direito Penal 
 Processo Penal 
mailto:antenorpavarina@unitoledo.br@unitoledo.br
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 2 
 
 Administrativo 
 Direito Civil (Direito privado, Direito Previdenciário) 
 Processo Civil 
 Trabalho 
 Processo do Trabalho 
 
1) Direito Penal – Características 
 Ciência cultural 
 Normativa 
 Valorativa 
 Finalista 
 Sancionadora 
 
Direito Penal é o ramo do Direito Público que através da lei define as infrações penais 
(crimes e contravenções penais) fixando a pena aos imputáveis e medida de segurança aos 
inimputáveis, ditando as regras que delimitam o direito de punir do Estado. 
 
 
07/02/2013 
DIREITO PENAL E SUAS RELAÇÕES COM AS OUTRAS CIÊNCIAS 
 
CIÊNCIA DO DIREITO PENAL (dogmática penal) 
-conjunto de conhecimentos (normas e princípios), ordenados metodicamente 
 
POLÍTICA CRIMINAL 
- análise crítica do direito positivo, visando ajustá-lo aos ideais jurídico-penais e de justiça 
 
CRIMINOLOGIA 
- ciência empírica, interdisciplinar, que estuda o fenômeno criminal 
 
MEDICINA LEGAL e CRIMINALÍSTICA 
- exerce papel fundamental na construção da prova e na responsabilidade penal 
 
 
DIREITO PENAL E SUAS RELAÇÕES COM OUTROS RAMOS DO DIREITO 
 
CONSTITUCIONAL 
- estabelece, explícita ou implicitamente, princípios basilares do Direito Penal, próprios do 
Estado Democrático de Direito, limitando o direito de punir do Estado 
 
ADMINISTRATIVO 
- trata da organização e funcionamento dos serviços públicos, aplicando sanções disciplinares 
 
PROCESSUAL PENAL 
- disciplina a atividade desempenhada pelos órgãos estatais com a finalidade de determinar 
se a lei penal foi violada e qual pena deve ser aplicada 
CF 
DP PP 
 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 3 
 
 
DIREITO PRIVADO (Direito Civil e Comercial) 
- auxiliam na interpretação e aplicação dos preceitos penais 
 
 
 Ordenamento Jurídico 
 Localização / Função do Direito Penal 
 Relações do Direito Penal 
 
 Direito Penal 
 Criminologia 
 Política Criminal 
Direito Penal é uma ciência cultural porque cuida das relações entre os indivíduos e dos 
indivíduos com o próprio Estado. 
É normativo – ramo do direito ligado à Lei. 
É valorativo – pois seleciona dentro dos direitos que possuímos qual tem maior valor. 
O Direito Penal seleciona alguns bens considerados essenciais à convivência humana em 
sociedade; sua função principal é de proteger direitos fundamentais (ex.: vida, igualdade). 
 
 
14/02/2013 
 DIREITO PENAL  é uma ciência cultural, normativa com aspecto valorativo  
Define crime, estabelece sansões e os limites de Punir do Estado. Protege alguns direitos 
fundamentais (aspecto valorativo – escolhe os direitos que são de maior importância para 
serem tutelados). 
 Finalidade  Protege Direitos Fundamentais (maioria dos doutrinadores); Dar 
Eficácia a Norma (outros doutrinadores) 
 Se alguém praticar aquela conduta lesiva ao direito, vem o aspecto sancionador do 
direito penal. 
 CF  É a norma fundamental, estabelece princípios. 
 DC x DP  Condutas (Lícitas / Ilícitas) 
 Trafegar em uma velocidade superior a permitida a via  Conduta Ilícita  
Interessa ao Direito Penal? Se expor as pessoas a situação de risco, é crime segundo o 
Código de Transito (Lei 9503/97). 
 Nem toda conduta ilícita, configura ilicitude penal. O Direito Penal se 
preocupa com fragmentos de ilicitude. Portanto algumas condutas ilícitas devido a sua 
gravidade é que vão interessar ao DP. 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 4 
 
 Algumas condutas como o adultério foi descriminalizado, no entanto continua 
sendo ilícito segundo o código civil, que permite nesse caso que cônjuge peça a dissolução 
do casamento. 
 A partir dos preceitos morais  pode haver uma sanção da sociedade mas não uma 
sanção do Estado. 
 Algumas condutas protegidas pelo DC, pode interessar ao DP. Quando a ofensa 
provoca uma instabilidade social, mas há eu existir descrição na lei como crime, ai temos o 
interesse do DP. 
 A Sanção Penal é independente da Sanção Civil, Política e/ou Administrativa. 
 DP Brasileiro  Princípio da Legalidade  É necessário que haja crime! 
 DIREITO PENAL ROMANO 
No Direito Penal Romano  A Pena era a Morte  O sujeito não recebia nenhum 
procedimento formal, feita a revelia  Sob Tortura havia a Confissão  Aplicava-se a 
sanção para aplacar a irá dos Deuses (Vingança Divina) 
 Passou-se então para a fase de Vingança Privada  Cada um defendendo o seu 
interesse particular. 
 Até a evolução da sociedade, onde o Estado passou a ditar as regras de convívio em 
sociedade (Vingança Estatal). 
 Direito PENAL GERMÂNICO 
 Permitia a composição do Dano  para que o indivíduo não ser preso. 
 As sanções eram as mais severas possíveis, e não ficava apenas no autor da 
conduta, mas se estendia a sua família. Ex. Se ele fosse banido do grupo social que vivia, 
era estendido a toda sua família. 
 No período Germânico a tentativa não era punida. 
 Direito Romano e Germânico  Penas de Morte, Castigo Físico, Penas de Mutilação 
 Não existia penas privativas de liberdade  Apenas existia a privação da liberdade 
enquanto aguardava o julgamento que culminava com as outras penas. 
 DIREITO CANÔNICO 
 Contribuição do Direito Canônico ao Direito Atual  Se o “condenado” conseguisse 
vencer os Gladiadores do Rei, ele teria clemencia. Hoje semelhante ao Perdão Legal. 
 Inspiração na Divindade  Humanização do cumprimento de penas  Penas 
privativas de liberdade, multa e reparo de danos sofrido pelo indivíduo. 
 Penitenciaria vem de penitenciar que é do Direito Canônico. 
 
 Em geral: Dolo  É a intenção  A vontade de fazer algo. 
 Culpa  Sem intenção  Falta do Dever do Cuidado (Imprudência, 
Imperícia ou Negligencia) 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 5 
 
 Confissão não é suficiente para condenar  É necessário que as 
demais provas estejam compatíveis com ela. 
 
 Crime  Processo  Prova  Sanções. 
 Submissão, Desistência ou Transação  Forma de resoluções de conflitos. 
 Ex. acidente de transito com danos matérias. 
o O culpado pode ser submisso a vontade da vítima de consertar seu 
carro e pagar tudo. 
o A vítimavendo a situação do culpado pode desistir de cobrar o 
prejuízo. 
o Ou pode haver uma transação, um acordo, como por exemplo, o 
culpado pagar a franquia do veículo da vítima que possui seguro. 
 
 Movimento Lei e Ordem ou Direito Penal Máximo  Aplicação da Lei com todo seu 
rigor. 
 Abolicionismo Penal  Oposto do Direito Penal Máximo, seria o Direito Penal Mínimo, 
com o mínimo de intervencionismo do Estado. 
 
20/02/13 
 DIREITO PENAL NO BRASIL 
 Elementos do Estado de Direito  Visa Proteger a Dignidade da Pessoa Humana 
 Crime  Pena  Regras do Direito de Punir 
 Direito da Sociedade  Normas para manter os Direitos Fundamentais. 
 HISTORIA 
 PERIODO COLONIAL 
 O Brasil ainda não tinha uma população que necessitasse uma legislação própria, e a 
legislação que vigorava era a portuguesa. 
 Os representantes do Rei, tinham a função de dar solução as práticas criminosas. 
Não havia nenhum processo formal, que permitisse que alguém se defendesse de forma 
justa. 
 Nessa época houve um grande genocídio dos índios. 
 PERIODO IMPERIAL 
 Houve a confecção da primeira legislação genuinamente brasileira  Código Criminal 
do Império. A responsabilidade penal era aos 14 anos de idade (imputável). 
 PERÍODO REPUBLICANO 
 Em 1940 é que foi editado o CP, decreto Lei 2848/40. 
 A Lei 7209/84, reestruturou a parte Geral do CP. 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 6 
 
 Possuem reformas pontuais ao longo do tempo  ECA, Transito, Drogas, Estatuto do 
Idoso, Estatuto do Desarmamento, etc  fora do CP talvez exista mais normas penais do 
que no próprio CP (Legislação especial ou extravagante). 
 O Direito Penal se preocupa em manter a eficácia da norma. 
o Define Crime e estabelece sanções  mantendo os direitos fundamentais 
do ser humano; 
o O DP tem cumprido sua finalidade? 
ABOLICIONISMO PENAL 
 Direito Penal Máximo 
 Movimento Lei e Ordem  Surgiu em NY, e consiste em um 
endurecimento da norma  Pune de Forma Severa – Sem Benefício 
Nenhum. 
 Direito Penal sendo usado como primeiro ramo do direito e não como 
último. 
A Advertência pode funcionar pra alguns, e a cadeia pode não funcionar para outros. 
Por isso o que utilizamos hoje: 
 Direito Penal Mínimo 
 Intervenção mínima  escolhemos alguns direitos, e punimos as 
condutas mais severas. 
Em razão da diversidade da criminalidade, já há uma vertente diferente do DP 
Mínimo. 
 Direito Penal do Inimigo 
 Existe uma classe de cidadãos que ocasionalmente cometem 
crime  Criminoso Ocasional 
 Diferente do sujeito que mesmo dentro de uma penitenciaria 
continua cometendo crime, e quando sair continuará no crime. 
 Estes indivíduos merecem o mesmo tratamento? Portanto 
o DP do Inimigo prega que deveríamos tratar de forma 
mais severa os que frequentemente delinquem e mais 
branda os que ocasionalmente delinquem. 
o Só que isso vai contra a constituição que diz que 
todos são iguais perante a lei. 
 
21/02/2013 
 PERIODO HUMANITÁRIO (Codificação) 
 CESARE BARESANA 
 Marques de Beccaria (jornalista) 
o Livro  Dos Delitos e das Penas 
o Se mostrava assustado com a realidade que se vislumbrava na época. 
Nesse período é que se começa a pensar em uma forma de se formar a 
consciência do delito, ou seja, descrever as condutas ilícitas para que o 
indivíduo saiba que esta cometendo um delito  principio da legalidade. 
o Limita o direito de punir do Estado, por isso é chamado de período 
humanitário; 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 7 
 
CESARE LOMBROSO 
o Criminoso Nato (através das características físicas, estudava uma forma 
de identificar os possíveis criminosos) 
o Antropologia Criminal 
 Médico, trabalhava em uma unidade prisional, tinha a atribuição 
de realizar necropsia. Passou a estudar os criminosos de acordo 
com suas características físicas. Tornando-se o pai da 
antropologia criminal. 
o O estudo da estrutura óssea, hoje pode determinar a idade do individuo, 
e esse estudo teve como base os estudos de Lambroso. 
ENRICO FERRI 
 Reflexos do Meio Social  fatores exógenos que estimulam a criminalidade. 
 Sociologia Criminal 
o Papel da mídia e da própria sociedade na formação da criminalidade. 
Tudo que esta a volta de um indivíduo pode ser determinante para a 
prática da criminalidade. Ex. o excesso de carga tributaria, que 
praticamente obriga a empresários sonegarem impostos. 
RAFAEL GAROFALO 
 Propulsor da Criminologia 
o Como aplicar uma pena a um criminoso, para que quando terminar o 
cumprimento da mesma, ele poder voltar ao convívio social e se ajustar? 
o O Estado adota Politicas Publicas de Combate a Criminalidade. A analise do 
individuo deve ser realizada (incidente ou primário, como ele é em família, 
na sociedade  fatores antropométricos) mas também analisar o 
comportamento onde ele vive (ex. o comportamento de alguém que vive 
recluso a um sítio pra outro que vive na capital, a forma de pensar é 
diferente, a cultura é diferente... 
ESCOLAS 
 Clássica  Preocupação em definir o crime, apenas no seu aspecto jurídico, sem 
se preocupar com o social. Não é apenas o indivíduo mas também o meio. Então 
o crime não pode ser visto apenas no aspecto jurídico. 
 Positiva  Propõem uma reflexão distinta da Clássica  dizendo que a reflexão 
deve ir além do aspecto jurídico, devendo contemplar tudo o que foi estudado no 
período codificador, o crime é jurídico, mas é sobretudo social, cultural. 
o Dentro da reflexão do crime hoje, temos o crime conceituado dentro de 
uma posição jurídica, mas também social, pois o individuo não recebe 
uma pena apenas por ter infligido uma regra jurídica, mas também por 
ter atentado contra a estrutura social. 
 Hoje temos um DP preocupado com a Defesa Social! Defesa da 
Sociedade. 
 
27/02/2013 
 O Direito Penal é cultural (não lida com regras imutáveis), valorativo (seleção de 
alguns direitos fundamentas para a coexistência em sociedade) e normativo (segue normas e 
possui algumas garantias que devem ser observadas), que tem a finalidade de tutelar os 
direitos fundamentais, e quem os lesar, vai ficar submetido a uma sanção penal  Promover 
a paz social. 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 8 
 
Crime  Pena  Regras que vão delimitar o direto de punir do Estado. 
 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS 
 A definição de crime, não esta na CF, mas sim os princípios da legalidade. De que 
não há crime sem lei, etc. 
 Dignidade Humana  Art. 1º, III, CF 
 Mesmo o individuo praticando uma conduta criminosa, ele não deixa de ser humano, 
por isso ele deve receber tratamento respeitando sua dignidade humana, preservada em 
nossa CF para qualquer indivíduo. 
 Quando escolhemos direitos para serem protegidos, é claro que tomamos como 
principio a dignidade humana. 
 Art. 5. CF  Todos são iguais perante a lei [...] 
 Legalidade (art. 5. XXXIX, CF)  Não há crime sem lei anterior que o defina, nem 
pena sem prévia cominação legal  Garantia individual constitucional, de que ninguém pode 
ser condenado por fato não previsto na lei. 
o Anterioridade  A Lei deve ser anterior ao fato. A Legalidade traz 
implícita a anterioridade da Lei. 
o Irretroatividade (XL)  A Lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar 
o réu. 
o Taxatividade  Texto que permita a qualquer cidadão entender o que o 
Estado esta disciplinando, ou seja, o que de fato o Estado esta definindo 
como crime. Todos os elementos tem que estar demonstrados para que 
haja tipicidade, caso contrario é uma conduta atípica. 
o Direito Penal do Fato 
Normativo  Definição de Crime na Lei; 
 Valorativo  Bens Jurídicos Penais  analisar quais os direitos são essenciais para 
coexistência dos indivíduos a sociedade; 
Proteção de Direitos Fundamentais 
 Intervenção mínima (Direito Penal do Equilíbrio) 
o O legislador hoje oscila entre o abolicionismo penal ou se inspira no 
movimento lei e ordem (direito penal máximo)o Nosso ordenamento tenta ser um direito residual (de ultima utilização)  
Direito penal tem a ver com segurança jurídica  proteção dos direitos 
fundamentais 
 Os demais ramos do direito tendo as suas sanções devem tentar 
solucionar o problema jurídico antes do Direito Penal, que deve 
ser utilizado em ultimo caso. 
 Fragmentariedade (tem haver com a conduta selecionado pra ser um tipo penal) 
 pegamos algumas condutas ilícitas e os descrevemos como crime. Portanto, 
apenas algumas condutas ilícitas é que interessam para o Direito Penal. A 
ilicitude é o gênero, o ilícito penal é o fragmento que tem que ser lesivo o 
suficiente para justificar a intervenção do DP. 
 Lesividade (tem haver com a conduta em si do agente) Ex. alguém que furta 
uma borracha de trinta centavos (R$ 0,30) é suficientemente lesiva ao 
patrimônio, de tal sorte que mereça mandar alguém pra cadeia? Ou ela se 
mostra insignificante? Taxativamente nos conseguimos enquadrar no crime de 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 9 
 
Furto, no entanto neste caso não há lesividade suficiente para desencadear o DP. 
Para tanto então a conduta taxada deve ser lesiva o suficiente para causar uma 
instabilidade social. 
o Insignificância  Ou bagatela  Uma lesão ao patrimônio pode ser 
insignificante pra um, mas não ser para outro. STJ e STF raciocinam 
vendo se o sujeito que cometeu a conduta é perigoso, e não apenas no 
valor econômico, para constatar a insignificância (atipicidade material). 
o Existe ofensa a integridade física, quando se faz uma tatuagem ou 
quando se fura uma orelha  se pegar na lei, buscando a taxatividade 
encontraremos um dispositivo legal que se enquadre, no entanto a lesão 
não é significante para se recorrer ao direito penal 
 Nos crimes violentos ou com grave ameaça, não se admite o 
principio da insignificante, mesmo que o valor econômico ou a 
lesão a integridade física seja mínima. 
Sanção Penal (apenas aquilo que estiver cominada na lei) 
 Penas permitidas (XLVI)  privação ou restrição da liberdade; perda de bens; 
multa; prestação social alternativa, suspenção ou interdição de direitos; 
 Penas vedadas (XLVII)  de caráter perpétuo; de trabalhos forçados; de 
banimento; cruéis e de morte; 
 Personalidade  Menos de 21 na data do fato, ou mais de 70 na data da 
sentença, tem a pena atenuada. 
 Individualização (XLV e XLVI)  ela é intrancedente, apenas e tão somente o 
autor da conduta criminosa é que será punido. 
 Proporcionalidade (XLVIII)  Ponderável de acordo com o crime cometido, os 
métodos aplicados no crime, etc. 
PROCESSO 
 Devido Processo Legal (LIV) 
o Contraditório 
o Ampla defesa (LV) 
o Provas lícitas 
o Rito procedimental 
Pesquisar: Principio da Proteção Eficiente ou Princípio da Infra-Proteção. 
Ex. Antes o simples porte de arma, fazia com que o infrator não pudesse pedir a 
liberdade provisória. Se ele matasse alguém com aquela arma ele poderia pedir a liberdade 
provisória. Então é uma proteção excessiva demais para a conduta  A proteção tem que se 
adequar as condutas. 
 Crime  Protegendo Direito Fundamental  Estabelecemos uma Sanção  Para que 
a Sanção possa ser aplicada é necessário o Devido Processo Legal. 
 
06/03/2013 
 Princípios Constitucionais  DP  Crime / Pena / Regras do Direito de Punir do 
Estado 
 Constitucional  DP  DPP 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 10 
 
 Lei + Doutrina + Jurisprudência  Para entendermos como julgar uma conduta 
criminal. 
 Não há crime, não há pena sem uma lei que o defina. 
 Lei anterior ao fato (irretroativa em fato)  característica do autor só é utilizada na 
dosagem da pena. 
 A Lei tem que ser taxativa  o legislador deve narrar naquele dispositivo de crime, a 
conduta com tal clareza, que qualquer pessoa que leia o texto entenda qual é a regra que o 
Estado esta regulando, o que é proibido e o que é permitido, e saiba que se ele praticar 
aquela conduta, estará sujeito a sanções descrita na mesma. 
 Se não se ajustar ao modelo do crime, temos uma conduta atípica. 
 Estabelecendo a sanção, o legislador tem como finalidade tutelar o direito 
fundamental (a vida, a igualdade, a propriedade, etc) 
 DP é residual, pois só deve ser utilizado quando os outros Direitos não conseguem 
resolver. 
Intervém de forma mínima, fragmentariada  escolhe as condutas fundamentais 
(ilhas no mar da ilicitude é que interessam ao DP). 
Lesividade / Ofensividade  não basta a conduta ser típica, para que seja 
considerado um crime. Por Ex. quem furta 1 real, 1 pão, 1 caneta, deve sofrer sanção  só 
devo tratar como crime se a ofensa tiver relevância suficiente para justificar restringir a 
liberdade do praticante. Mas se alguém mesmo que para furtar algo insignificante utilizar de 
violência ou algo que constranja o ofendido, por haver reprovação social (culpabilidade) 
devido a periculosidade, receberá sanção mesmo assim, não podendo aplicar a teria da 
bagatela ou insignificância. 
 FONTES E INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL 
 Fonte Natural ou Material (de produção) 
o Competência legislativa 
 União (art. 22, I CF)  Congresso Federal 
 Estados Membros (art. 22, § Único CF)  Deputados 
Estaduais 
Em situações excepcionais, o poder legislativo delega ao executivo, a liberdade para 
elaborar uma lei (lei delegada), no caso do DP, isso é vetado segundo Art. 68, § 1º. 
É também é vetado a edição de MP sobre o Direito Penal, expresso no Art. 62, § 1ª, 
I, b. Isso é uma segurança pra evitar que um déspota assuma o poder e crie leis abusivas. 
 Fonte Formal (de conhecimento) 
A maneira como tomamos conhecimento do crime. 
o Imediata 
 Lei (objeto de nosso estudo) 
o Mediata (indireta) 
 Costumes (prática reiterada de uma conduta, que passa a ter 
obrigatoriedade jurídica. 
 O costume não pode revogar a lei, pois esta só pode ser 
revogada por outra lei, mas o costume funciona para 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 11 
 
pressionar o legislador a mudar a lei, pois caso contrario, 
podemos ter uma fonte formal no entanto sem mérito. 
 O costume ajuda a interpretar a lei  por exemplo 
antigamente dar um beijo na namorada era um ato 
totalmente obsceno, hoje em dia, namorar agarrado, 
passando a mal por todo o corpo já não é mais 
considerado ato obsceno. A vadiagem, antes considerado 
um crime, pode ser considerado hoje em dia ilícito penal? 
Esse seria o Direito Penal do Autor, ou seja, é o estilo de 
vida dele. 
Costume serve como inovador da legislação e para a interpretação da lei. 
 Princípios Gerais do Direito  Preceitos éticos morais que são 
extraídos do direito  igualdade, equidade, etc.  fonte mediata 
do direito penal. 
 
 Interpretação 
o Quanto ao Sujeito; 
 Quem editou (legislador), os estudiosos do direito, e os juízes na 
1ª (juiz de direito), 2ª (desembargadores), 3ª (ministros) e 4ª 
(ministros) instâncias, gerando as jurisprudências (súmulas 
vinculantes). São estes a quem cabe interpretar a lei. 
o Quanto aos Meios; 
 Gramatical: é a primeira forma de interpretação, buscando os 
recursos da língua portuguesa. 
 Lógica: vontade do legislador  punir de forma mais severa; 
 Teleológica: finalidade da lei  para que o cidadão se vigie para 
que não sofra a sanção. 
o Quanto aos Resultados: 
 Declaratório: quando o interprete entendeu completamente o que 
o legislador pretendia; 
 Para que a lei seja taxativa, o resultado deve ser este. 
 
 Integração 
o Analogia  É permitida no DP? 
 As Leis penais não são apenas proibitivas (como o art. 121. CP - 
Matar alguém), mas temos Leis, explicativas, mandamentais e 
permissivas também. Com por exemplo as excludentes de 
ilicitude ou juridicidade (Ex. legitima defesa – art. 25. CP), as 
excludentes de culpabilidade; 
 Portanto nos modelos de crime, a analogia não pode ser utilizada 
(forma restritiva), pois ela é prejudicial a parte (só pode ter 
crime atravésda lei anterior que o defina). Só podemos utilizar 
da analogia se for para favorecer o réu. 
 A analogia no direito penal, portanto é possível desde que 
não se refira aos tipos penais incriminadores. 
 Não há na legislação a previsão de autorizar o aborto de 
feto anencefálico, no entanto o crime de aborto tutela a 
vida, se não temos a possibilidade de vida, que bem 
jurídico estamos tutelando? 
 
o Interpretação 
 Analógica Extensiva 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 12 
 
 Art 171. CP  Obter, para si ou para outrem, vantagem 
ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém 
em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio 
fraudulento: [...] o legislador não esgotaria todas as 
formas que configuraria fraude, então ele cita exemplos e 
depois generaliza  Temos que utilizar a interpretação 
extensiva, pra entender se a maneira empregada pelo 
agente foi fraudulenta. 
 Art 121. § 2º III CP  qual é a situação que o legislador 
entende que seja qualificado o homicídio e assim agravar 
a pena  dentre elas existem alguns exemplos seguido 
da colocação: [...] ou outro meio insidioso ou cruel [...] 
 quais são as hipóteses que configura meio cruel? O 
legislador também não conseguiria esgotar as hipóteses. 
o Interpretação Extensiva  se da quando o 
legislador da uma serie exemplificativa, seguida 
de uma cláusula genérica. 
 
07/03/2013 
 A lei tem que ser: escrita (no texto legal), estrita (não podemos fazer uso da 
analogia pra preencher lacunas), prévia (anterior ao fato) e certa (texto elaborado de tal 
forma que qualquer pessoa entenda o texto de lei) 
 LEI PENAL NO TEMPO 
 Princípio da Atividade 
o A Lei vige em regra de forma indeterminada, até que outra Lei a 
revogue. 
o Conflito Intertemporal  Surge a extratividade da lei 
 
 Princípio da Extratividade 
o Retroativa  somente para beneficiar o agente; 
o Ultrativa  quando ela vai além da sua atividade (ex. quando a lei 
posterior for mais severa, a anterior continua sendo utilizada além do seu 
tempo de vigência, para as condutas realizadas antes da entrada da 
vigência da lei mais rigorosa); 
 
 Conflito Intertemporal 
o “abolitio criminis” (art. 2. CP)  abolir o crime  se a lei posterior disser 
que a conduta não é mais considerada crime, cessa em virtude dessa, 
todos os efeitos penais da lei condenatória anterior. O inquérito é 
arquivado, o processo é extinto, a pena cessa. (art. 107. III CP)  Ex. 
Durante o vigor da Lei A, o individuo cometeu o crime, durante o 
processo entra em vigor uma Lei B que extingue o crime, portanto 
extinguisse o processo e não há culpabilidade. 
 Os efeitos extrapenais, estes sub-existem (art. 91. 92. CP)  o 
que cessa com o “abolitio criminis” é o direito de punir do Estado, 
no entanto os efeitos civis prevalecem, caso já tenham sido 
julgados. 
o “novatio legis in mellius”  uma nova lei que melhora  segue o mesmo 
do “abolitio criminis” beneficiando o réu na forma da nova Lei, mesmo 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 13 
 
que a conduta tenha sido realizada durante a vigência da Lei mais 
severa.  Retroatividade  Ex. Portar drogas para o consumo. 
o “novatio legis in pejus”  uma nova lei que piora  não retroage, servirá 
apenas para as condutas realizadas de seu vigência para frente. 
A irretroabilidade a lei que piora a situação do réu esta descrita no Art. 
2. CP, e no 5º XL CF. 
o Combinação de lei  pegar partes mais benéficas de mais de uma lei que 
apresentam conflito intertemporal. A corrente majoritária, acredita em 
não ser possível visto que este ato estaria gerando uma nova lei, 
portanto deve-se escolher a melhor lei para julgar o conflito beneficiando 
o réu mas não mitiga-las. 
A Lei penal em regra é para viger em prazo indeterminado, até que outra lei a 
revogue, de forma expressa ou tácita. 
Quando uma nova Lei é mais severa, que a anterior, ela não retroage e a Lei anterior 
tem ultraatividade para os casos ocorridos até a entrada da vigência da nova lei. 
 Leis Temporárias (art. 3. CP) 
o O período de sua duração (vigência) vem expressamente descrita na lei. 
Ex. Lei Seca, no período eleitoral / Há um período do ano em que não se 
pode pescar  piracema. 
 Leis Temporárias ou Excepcionais (art. 3. CP) 
o A insegurança da circunstância determina a duração da nova regra. Ex. 
Seca intensa, guerra, calamidade pública, epidemias, etc. 
o Características 
 Auto-revogável  A temporária estabelecida na lei e a 
excepcional depende do estabelecimento dos nossos legisladores 
quando cessado o problema que a originou. 
 Ultrativas  Tanto a Lei Temporária como a Excepcional tem 
ultratividade, ou seja, mesmo que o período de sua vigência 
cesse, os que as infringiram durante o período de suas vigências 
sofrerão as consequências descritas nas mesmas. 
 Se após a vigência da lei temporária ou excepcional 
houver uma lei que abrande a pena, há mesmo assim 
uma garantia constitucional para a aplicação da lei mais 
benéfica ao agente, pois não há nenhuma contradição na 
legislação que diz que não se deve aplicar a lei mais 
branda nos casos de leis temporárias ou excepcionais. 
 No entanto se durante uma regra excepcional, por 
exemplo, que hoje diz que pode-se vender o litro do 
combustível a R$ 1,00 real, se alguém tiver vendendo a 
R$ 1,20, esta cometendo crime, mesmo que amanhã 
surja uma nova regra que diga que pode-se vender a R$ 
1,50, ou seja, mesmo assim o agente respondera por 
crime contra a economia pública. 
 
13/03/2013 
 Art. 1. CP  Não há crime, sem lei anterior que o defina. 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 14 
 
 Características da Lei  Tem que ser escrita, prévia (principio da anterioridade), 
estrita (não é possível emprego de analogia pra criar tipos penais novos) e certa (taxatividade 
da Lei). 
 Fonte Material  de produção, onde é gerado a Lei penal  Processo Legislativo 
 Fonte Formal Direta ou Imediata  a própria Lei. 
 Fonte Formal Indireta ou Mediata  costumes (serve pra interpretar a lei, mudar a lei, 
mas nunca pra revogar a lei), princípios gerais do direito (analogia, equidade) 
 Hermenêutica Jurídica  Preocupados com os significados da Lei, o próprio legislador 
a interpreta, os estudiosos do direito (doutrina) e os juízes (responsáveis por interpretar os 
conflitos jurídicos  Súmulas, servem de orientações)  Estes que interpretam a Lei se valem 
das regras gramaticais (interpretação literal), da lógica (reconstruir a vontade do Legislador) e 
da Teológica (Finalidade da Lei). 
 Meramente Declaratório  quando o resultado da interpretação é precisa; 
 Extensivo ou Restritivo  quando o resultado da interpretação permite uma 
elasticidade. Por ex. o que se interpreta como sendo uma arma? 
 Preceito Primário  Descrição da conduta na Lei Penal 
 Preceito Secundário  Estabelecimento da sanção na Lei Penal 
 LEIS PENAIS EM BRANCO 
o Preceito Primário – (descrição da conduta) – Toda vez que tivermos que 
nos reportar a uma outra regra fora do direito penal – portaria, decreto, na 
própria lei, etc. O preceito primário do tipo penal precisa ser completado. 
Por isso ele é dito Incompleto. 
 Ex. art. 28 Lei 11343/06  Quem adquirir, guardar, tiver em 
depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, 
drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal 
ou regulamentar [...] 
 Para se interpretar quais são as drogas sem autorização, é 
necessário se reportar a uma portaria do ministério da 
saúde. 
o Se o complemento for encontrado na própria Lei 
temos: Lei Penal em Branco em sentido Amplo. 
o Se o complemento for encontrado fora da Lei 
(portarias, decretos, etc) temos a Lei Penal em 
Branco em Sentido Estrito. 
 
 LEIS PENAIS INCOMPLETAS 
o Secundariamente remetidas  quando o preceito secundário é que 
precisa ser completado. 
 Ex. art. 304 CP  Pena – a cominadaà falsificação ou á alteração 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 15 
 
 
14/03/2013 
 Quem depois de definitivamente condenado, comete nova infração é reincidente. No 
Caso de haver uma abolitio criminis, o juiz não pode utilizar aquele crime anterior, para 
agravar a pena baseado na reincidência. 
 TEORIA DA LEI PENAL 
 Tempo do Crime (art 4. CP) 
o Conduta (ação / omissão)  fato que é imputado a alguém que é ofensivo 
ao direito (toda conduta descrita na lei que provoca lesão ou perigo 
interessa ao direito penal), para definir o tempo do crime, sempre 
levaremos em conta o momento do crime seja ele de ação ou omissão, 
ainda que outro seja o momento do resultado; 
 Ex. A com 17 anos agrediu B. B veio a óbito e A já possuía 18 anos, 
ele não será responsabilizado pelo CP, e sim pelo ECA, sofrendo 
medida de segurança por ter cometido um ato infracional, ao 
passo que no momento da conduta ele ainda era menor, portanto 
inimputável. 
 Nos crimes permanentes, que são aqueles que a conduta se 
prolonga no tempo por vontade do agente, como por exemplo, o 
sequestro. Se o menor iniciar a conduta enquanto menor e 
continuar a conduta sendo maior, ele será responsabilizado 
segundo o CP. Outros exemplos de crimes permanentes são: 
Extorsão mediante sequestro, receptação, trafico de drogas, etc. 
Neste caso se uma nova lei entrar em vigor durante o mesmo, não 
há conflito intertemporal de leis. 
 Então se o crime for instantâneo e o agente for menor, ele 
estará sujeito ao ECA, o mesmo ocorre nos crimes 
instantâneos de efeito permanente (as consequências do 
crime que se prolongam independente da vontade do 
agente). Agora quanto aos crimes permanentes, se o 
agente for pego, e já ter maioridade, mesmo tento iniciado 
o crime na menoridade, ele será responsabilizado pelo CP. 
 
o Resultado (lesão / exposição a perigo do ato) 
 
 Teoria da atividade 
o Consequência 
 Morosidade 
 Conflito intertemporal 
 Crime Continuado (art. 71. CP) 
 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 16 
 
 20 e 21/03/2013 
 Sentença transitou em julgado, quem comete crime novamente é reincidente. Se 
nesse intermédio ocorre abolitiu criminis, a condenação anterior deixa de ser considerada. 
 Art. 4. CP  preocupa-se com fatos que são ofensivos ao direito. Se o fato produz ou 
poderia produzir algum tipo de lesão, ele passa a interessar ao Direito Penal  Teoria da 
Atividade  Ação ou Omissão. 
 CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS PENAIS: 
 Formal  Prevê o resultado; 
 Material  Quando há o resultado ou elemento consumativo. 
 Ameaça: Só é considerada quando for uma promessa, séria e fundada. 
 
Homicídio  se consume quando se mata alguém  descrição da conduta (Neste 
caso não há crime de ameaça) 
 
 Se A com 17 anos mata B, acidentalmente, recebera as sanções previstas no ECA 
(Estatuto da Criança e Adolescente)  não é considerado crime, mas sim ato infracional  As 
medidas sócio educativas permitem a reclusão de no máximo 3 anos. Tendo como limite neste 
caso ficar recluso até completar 21 anos. 
 
 CLASSIFICAÇÃO DO TEMPO DO CRIME 
 
 Instantâneo  Conduta e resultados imediatos; 
 Instantâneo de Efeito Permanente  Conduta imediata, mas com resultados 
permanentes. Ex. Lesão corporal que deixa o indivíduo paraplégico; 
 Permanente  A conduta se prolonga por vontade do agente. Ex. Sequestro. 
 
 Princípio da Razoabilidade: 
 O instituto do crime continuado é uma ficção jurídica que exigindo o cumprimento de 
requisitos objetivos (mesma espécie,condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras 
semelhantes) equiparam a realização de vários crimes a um só. É manifestamente um 
benefício ao réu. É causa especial de aumento de pena (majorante), pois "aplica-se-lhe a pena 
de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, 
de um sexto a dois terços  Ex. Um indivíduo que furta o cd player de vários veículos, em dias 
alternados, se for somar as penas para cada furto, provavelmente ele ficaria preso mais do que 
alguém que cometeu um homicídio. Art. 71. CP, que ainda no seu parágrafo único, define que 
a pena deve ser triplicada nos casos de crimes dolosos contra pessoas diferentes e que haja 
violência ou grave ameaça à pessoa. 
 Nos casos destes crimes continuados, caso uma nova lei passe a vigorar entre os 
diversos crimes, mesmo ela sendo mais severa, o infrator responderá sobre suas condições, 
visto que o crime continuado é visto como um só crime. 
 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 17 
 
 LEI PENAL NO ESPAÇO 
 Territorialidade Temperada / Mitigada / Relativa 
o Conceito jurídico de território 
 Solo / Subsolo 
 Espaço Aéreo 
 Mar Territorial / Plataforma Continental 
 Rios Divisores são plurilocais  considera-se uma linha 
equidistante entre as margens como ponto de divisão. 
o Território por extensão 
 Embarcações 
 Aeronaves 
 
27/03/2013 
 Extraterritoriedade 
 Lei Penal foi feita pra ser aplicada aos crimes cometidos no território nacional. 
Mas o principio da territoriedade não é absoluto, excepcionalmente alguns crimes cometidos 
fora do território brasileiro, serão julgados sobre a lei brasileira, e alguns crimes cometidos 
aqui não serão julgados pela lei brasileira. 
 Território real: Solo, Subsolo, Espaço Aéreo, Mar Territorial, Plataforma Continental, 
Rios Divisores (plurilocais  utilizado apenas para fixar competência para processar e julgar 
no caso de um processo penal) etc. 
 Território fictício ou por extensão: Embarcações e Aeronaves. 
 Se for pública, responderá pela legislação brasileira, em qualquer lugar que 
estejam, seja em território internacional ou estrangeiro. 
 Caso seja Privada ou Mercante é extensão de território brasileiro desde que elas se 
encontrem em território corresponde aos espaços internacionais. Se elas 
estiverem em território estrangeiro, responderão sobre a legislação dos países 
onde estiverem. 
Extraterritoriedade Incondicionada: Um funcionário da união, prestando serviço na 
França, e lá ele cometeu crime contra a administração pública, mesmo ele sendo lá julgado e 
absolvido, será submetido no Brasil a novo julgamento e se considerado culpado, arcar com as 
sanções previstas. Art. 7. I C § 1º  Se ele for condenado no exterior ele poderá ser 
condenado aqui também, tornando-se uma exceção ao no bis in idem, que no Brasil é proibido. 
No entanto a pena neste caso pode ser reduzida por ele já ter cumprido uma pena no exterior. 
A mesma coisa vale para punições com multa ou serviços sociais. 
 Bis in idem  condenação por um mesmo ato criminoso duas vezes. 
Extraterritoriedade Condicionada Art. 7. II § 2º: Brasileiro nato, não pode ser 
extraditado. Mas é possível a aplicação da lei brasileira, para alguém que comete, por 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 18 
 
exemplo, um homicídio, através do princípio da nacionalidade (no caso brasileira) que autoriza 
a utilização da Lei Brasileira para um crime cometido no exterior. Porem existem condições, 
dispostas a seguir: A primeira exigência é que ele retorne ao território brasileiro, a segunda é 
que seja crime lá também, esse crime precisa permitir extradição, ele não pode ter sido 
absolvido ou cumprido pena lá, nem pode ter havido por qualquer uma das legislações a 
extinção da punibilidade. 
Eficácia de Sentença Estrangeira: A sentença condenatória estrangeira, pode ser 
homologada pelo STF e ter validade no Brasil. Art. 9. CP 
Crime a distancia: Conduta fora do território brasileiro e o resultado se deu aqui, ou 
vice versa, em ambos aplicamos a lei brasileira, pois adotamos a teoria da ubiquidade quanto 
ao local do crime, ou seja tanto o ato quanto o resultado são adotados na nossa legislação. 
Art. 6. CP Por exemplo, alguém que prepara uma bomba no exterior e manda para explodir 
no Brasil, é aplicado a legislação brasileira, pois apesarda conduta ser no exterior o resultado 
se faz aqui. 
Crime plurilocal: condutas e resultados que se dão em locais diferentes, por exemplo 
em diferentes cidades, pro código penal não interessa porque de qualquer forma será aplicado 
a legislação brasileira. 
 LEI PENAL EM RELAÇÃO ÁS PESSOAS 
 É possível aplicar a lei estrangeira, em um crime cometido dentro do território 
brasileiro, excepcionalmente, pois ressalva-se as regras de direitos internacionais. Cujo o Brasil 
faz parte. 
 Intraterritorialidade 
o Imunidade Diplomática  Chefe de Estado estrangeiro e toda sua 
comitiva, embaixadores e seus familiares, secretários da embaixada, ou 
representantes de organizações internacionais (ex. ONU, OEA, Cruz 
Vermelha), gozam de imunidade diplomática. 
 Nestas circunstancias abrimos mão da aplicação da lei brasileira, e 
deixamos que o Estado de origem julgue o crime aqui cometido. 
 O Estado creditante, pode abrir mão de sua prerrogativa. Ex. 
suponhamos que o crime de embriagues não seja tratado com 
tanto rigor, como é aqui no Brasil, e um indivíduo do determinado 
país gozando de imunidade diplomática comete este crime aqui, o 
país creditante pode abrir mão da prerrogativa de julga-lo e deixa-
lo ser julgado aqui, ou simplesmente não julga-lo por embriagues 
visto não ser crime no país de origem dele. 
 
 Imunidade Parlamentar (para que o indivíduo possa exercer sua função 
completamente, e falar sem censura, visto que representam o “povo”). 
o Imunidade Material Total – Possuem imunidade Material os 
parlamentares, sejam eles Deputados Federais, Senadores, Deputados 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 19 
 
Estaduais e Vereadores (este último tem imunidade nos limites do 
município). 
 Senador / Dep. Federais art. 53. CF  Os Deputados e Senadores 
são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, 
palavras e votos. 
 Dep. Estaduais art. 27 § 1º CF  Será de quatro anos o mandato 
dos Deputados Estaduais, aplicando-se lhes as regras desta 
Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, 
remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e 
incorporação às Forças Armadas. 
 Vereadores art. 29 VIII CF  inviolabilidade dos Vereadores por 
suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na 
circunscrição do Município. 
 Nestas situações de imunidade parlamentar, por conta da 
liberdade que deve ter o parlamentar, a conduta deixa de 
ter tipicidade, ou seja, torna-se uma conduta atípica que 
não interessa o DP. 
o Imunidade Processual – Dentro do DP, não interessa a imunidade 
processual. Os parlamentares gozam de algumas imunidades que relativas 
ou chamadas processuais. Por exemplo, o foro por prorrogativa de função. 
Cessando a atividade parlamentar, cessa o foro por prorrogativa de função 
e volta por de regra no lugar onde foi consumado a infração. Só podem ser 
presos em flagrante por crimes inafiançáveis. Também tem direito, de 
omitir a fonte de informação, assegurando o sigilo da fonte, se ele, por 
acaso, for chamado a depor. Todas estas prerrogativas são processuais. 
 Deputados Estaduais são julgados na mais alta corte do Estado  
Tribunal de Justiça. O Deputado do Estado de SP, que comete 
crime no Estado de MT, portanto será julgado pelo TJ de São 
Paulo. 
Outra forma de fixar competência  Quem julga os crimes contra a vida? O Juri; Os crimes 
militares são julgados em tribunais próprios; quem é que julga crimes eleitorais? O tribunal 
eleitoral  são outras formas de fixar competência que não o local onde ocorreu a conduta. 
CONTAGEM DO PRAZO 
Art. 10. CP  O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os 
meses e os anos pelo calendário comum. 
 Prazo Penal 
o Incluo o dia do inicio e excluo o dia final. 
o Os prazos penais são contínuos e peremptórios (definitivos), não se 
interrompem nem são suspensos, a exceção do prazo prescricional. 
o Ex. o individuo que é preso por 1 ano em 27/03/2013 sai em 26/03/2014 
no final do expediente (por segurança – despreza-se a fração do dia). E se 
for sábado, domingo ou feriado? Mesmo assim é colocado em liberdade 
naquele dia. Art. 11. CP  Desprezam-se, nas penas privativas de 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 20 
 
liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de 
multa, as frações de cruzeiro. 
 Processual Art. 798. § 1º 3º CPP  Não se computará no prazo o dia do 
começo, incluindo-se, porém, o do vencimento / O prazo que terminar em 
domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato. 
 Misto (hibrido) – Depende do crime e do direito que esta sendo protegido, existe a 
possibilidade da ação ser pública condicionada. Ex. Art. 147. CP  Ameaçar 
alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de 
causar-lhe mal injusto e grave: Parágrafo único: Somente se procede mediante 
representação.  o Estado não processará o criminoso, se a vítima não apresentar 
queixa dentro do prazo legal. Art. 38. CPP  Salvo disposição em contrário, o 
ofendido, ou seu representante legal, decairá do direito de queixa ou de 
representação, se não o exercer dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia 
em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em 
que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia. Parágrafo único. 
Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do 
mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único e 31. Art. 107 CP – 
Extingue-se a punibilidade: IV – pela prescrição, decadência ou perempção. 
o Toda vez que o prazo interferir no direito de punir do Estado, ou na livre 
disposição do processo, deve ser calculado de forma a favorecer o réu, 
aplicando-se a regra do Art. 10. CP, ou seja, incluo o dia de inicio e excluo 
o dia final. 
o Então no caso de ameaça hoje, e o prazo expire 6 meses depois, caindo em 
um sábado, domingo ou feriado, se ele for no primeiro dia útil 
subsequente, não adiantará pois o Estado já perdeu o direito de punir. 
Art. 12. CP  As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei 
especial, se esta não dispuser de modo diverso. 
 
03/04/2013 
 Ninguém pode ser punido duas vezes pelo menos fato (non bis in idem), e se o fato é 
único, não é possível que ele se adeque e seja punido por 2 ou mais tipos de crimes. Por isso a 
importância de se estudar os conflitos aparente de Leis Penais. 
 Concurso material de crime: 2 ou mais condutas que ensejam a pratica de 2 ou mais 
crimes. O agente responde por todos os crimes separadamente, somando-se as penas. Ex. o 
indivíduo furtou um veículo e na fuga atropelou matando uma pessoa. Ele responderá pelo 
furto, e pelo atropelamento. 
 Concurso formal de crime: 1 só conduta praticar 2 ou mais crimes. Ex. um 
atropelamento onde mata-se 2 ou mais pessoas  Exaspera apenas 1 das penas se for 
idênticas, ou a mais grave se houver diversas. 
 CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 21 
 
 No conflito aparente de ilícitos penais, temos um crime, e aparentemente DUAS ou 
mais leis aplicáveis. O pressuposto obvio é que existam DUAS leis vigentes. Fora disso, não há 
como se cogitar um conflito aparente de ilícitos penais. 
 Para evitar bis in idem, devemos utilizar alguns requisitos para solucionar o conflito 
aparente. 
 Requisitos 
o Temos apenas uma Unidade de conduta 
o Com uma Pluralidade “aparente” de leis 
o E com Vigência simultânea das leis 
 
 Difere totalmente do conflito de Leis no tempo 
 Difere do concurso de crimes – Art. 60/70/71 CP 
 
 
 Princípios 
 
o Especialidade 
 Ocorre quando uma lei especial “revoga” (afasta) a lei geral. Lei 
Especial além de conter a norma geral possui uma ou mais 
especialidades. 
 Análise abstrata da lei 
 Art. 121 CP  Matar alguém  é uma lei geral. Vaihaver morte em várias situações, como ex. estupro 
seguido de morte, lesão corporal seguida de morte, 
atropelamento seguido de morte, etc. 
 Art. 123 CP  Matar, sob a influência do estado 
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após  
o legislador abranda o teor punitivo, quando a gestante 
esta sob esta condição psicológica. 
o Concordamos que no 123 temos a regra geral 
descrita no 121, só que a mesma agrega algumas 
circunstancias que tornam a conduta especial. 
 Temos portanto uma conduta que 
aparentemente, se encaixa no 121 e 123, 
e para solucionar o problema devemos 
analisar o modelo de crime. E se 
conseguirmos todos os requisitos para 
caracterizar o infanticídio, assim iremos 
julgar, e utilizar o 123 pois ele se adequa 
melhor ao modelo de crime. 
o Quem traz mercadoria de introdução proibida no 
Brasil (Art. 334 CP), esta praticando contrabando, 
se essa mercadoria for droga, temos o tráfico, 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 22 
 
definido em lei especial, se for medicamento, há 
outra lei especial, com punição mais severa que o 
tráfico. Então no caso esta última é que se aplica 
no caso da ingresso no país portando drogas ou 
medicamentos respectivamente, mesmo que não 
deixe de ser uma forma de contrabando. 
o Outros Ex. Art. 138 / 139 CP (Calúnia x 
Difamação). Na calúnia alguém imputa falsamente 
a alguém, fato definido como crime. Já o objeto de 
difamação, não é um fato definido como crime. Ou 
seja, aplicaremos o primeiro sempre que se 
enquadrar no objeto um fato definido como crime, 
e aos demais casos o imputado pelo 139, que é 
mais generalista. 
o Um sujeito que esta dirigindo um automotor e 
atropela alguém e mata. Usaremos o art. 121. CP 
ou o art. 302 CTB? Usa-se o art. 302 CTB, de 
forma culposa, porque é lei especial. 
 Atropelamento com bicicleta (Morte da 
Vítima). Aplica-se o 121 do CP, porque não 
é crime de transito. Não se aplica o CTB. 
Foi crime no transito. E se foi no trânsito, 
quer dizer que não se encaixa no tipo da 
lei especial de transito. 
o Crime privilegiado afasta o simples. 
 
o Subsidiariedade (relação do principal ao subsidiado) 
 Ocorre quando uma lei principal derroga a lei subsidiária. Mas, 
existe a subsidiariedade explicita ou tácita. 
 Análise abstrata da lei 
 Expressa: Ocorre quando a lei expressamente se diz 
subsidiária. 
 Ex. Art 132 CP  Expor a vida ou a saúde de outrem a 
perigo direto e iminente. Pena – detenção, de 3 (três) 
meses a 1 (um) ano, se o fato não constitui crime mais 
grave. Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/6 (um 
sexto) a 1/3 (Um terço) se a exposição da vida ou da saúde 
de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para 
a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer 
natureza, em desacordo com as normas legais. 
o Se alguém cair e se machucar alguém ou ainda 
perder a vida, ele não responderá pelo 132, e sim 
pelo 129 ou 121, que é mais grave. 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 23 
 
 Lesão Corporal seguida de morte. Art. 129 § 3º Se resulta 
morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não 
quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo. 
o A lesão corporal seguida de morte, é subsidiada 
expressa, pois se ele tivesse agido com animo de 
matar, o crime seria de homicídio. 
 Ex. Art. 15 da Lei de Armas – “desde que essa conduta não 
tenha como finalidade a pratica de outro crime”. Só aplica o 15 se 
você disparar por disparar, sem colocar qualquer bem jurídico em 
risco. Se o tiro foi dado para matar, desconsidere o 15 e considere 
o crime de tentativa de homicídio no CP. O 15 é subsidiário. 
o Porte de Arma  ainda que não mate alguém, 
subsidiariamente temos o porte de arma. 
o Toda vez que o crime de perigo, resultar em crime 
de dano, a pessoa responde por este último. O 
mesmo ocorre com o pensamento de alguém que 
transporta pessoas no local destinado a cargas 
(carroceria), se alguém cair e se lesionar ele 
responderá pelo crime de lesão corporal, se 
morrer pelo crime de homicídio. 
 Tácita: Ocorre quando um crime menor aparece implicitamente na 
descrição típica de um crime maior. Ex. o furto está no roubo; o 
roubo está no latrocínio, assim o 1º crime é subsidiário do roubo e 
do latrocínio respectivamente. Logo: o roubo afasta o furto. E se 
for latrocínio, esqueça o roubo. O maior afasta o menor. 
 Ex. Art. 146 CP  constranger alguém, mediante 
violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver 
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de 
resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o 
que ela não manda: [...] / Art. 157. CP  Subtrair coisa 
móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave 
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por 
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência. 
o O constrangimento ilegal é subsidiado em relação 
ao roubo, pois se configurou o crime mais grave de 
roubo, nós não aplicamos os demais (os 
subsidiados). Essa subsidiariedade é implícita, não 
é expressa como os modelos anteriores. 
 
o Consunção ou Absorção 
Não há como matar alguém, sem atingir a integridade física, ou saúde da pessoa. 
Sendo assim para chegar no crime mais grave, precisa-se passar pelos crimes que chamados de 
passagem. Para solucionar isso utilizamos a consunção ou absorção. Ou seja, neste caso 
analisamos a conduta praticada pelo sujeito. 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 24 
 
Para que haja o estupro, é necessário que haja um ato libidinoso com violência ou 
grave ameaça, atentando contra a dignidade sexual. Mas a violência ou grave ameaça esta 
descrita no crime de constrangimento ilegal, mas só aplicaremos este, se não ocorrer o crime 
principal, que é o estupro. 
Aplica-se para que o crime final absorva o crime do meio. É mais um conflito de lei 
onde se exclui uma lei e aplica-se a outra. 
 Para resolvermos estes conflitos é necessário: 
 Análise dos fatos 
 Crimes conexos  são fases de preparação e/ou de 
execução do crime mais grave, e são absorvidos por ele. 
 O crime consumado absorve a tentativa; 
 O crime maior absorve o crime menor. 
 A autoria ou co-autoria absorve a participação, pois a co-
autoria é mais grave que a participação. 
 Crimes progressivos: Aplica-se ainda este princípio nos 
casos de crime progressivo. O crime progressivo ocorre 
quando um sujeito, para alcançar um crime mais grave, 
necessariamente passa por um menos grave. Ex. 
Homicídio  Ele sempre passa antes pela lesão corporal. 
O roubo passa pelo furto. O latrocínio passa pelo roubo. O 
delito pelo qual eu passo para chegar ao maior é o Crime 
de Passagem. 
o Crime progressivo: A intenção inicial do agente já 
é o crime mais grave. E para isso passa pela fases 
de preparação ou de execução do crime mais 
grave, e estes por ele fica absorvido. Ex. Não 
consigo praticar um homicídio sem praticar a lesão 
corporal, é um meio necessário. Não podemos 
praticar um estupro sem o constrangimento ilegal, 
é um meio necessário. 
o Diferente de: Progressão criminosa: ocorre 
quando o sujeito quer o delito menor e consuma. 
Depois, ele delibera o maior e tenta consumá-lo 
ou consuma. Ex.: sujeito quer lesar, vai lá e bate, e 
consuma. Depois, ele diz para a vitima que ela tem 
que morrer, deliberando um crime maior e o 
executa. Ou seja o sujeito inicia querendo um 
crime e acaba dando sequencia na execução e 
acaba praticando um crime mais grave. 
 Na progressão criminosa, a intenção inicial 
é o crime menor, e o agente consome o 
menor, depois delibera o maior, sendo 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 25 
 
assim há uma substituição do dolo. Se 
aplica também a consunção 
 Se o crime fim é consumado, o crime meio 
fica absorvido. 
 Crimes Complexos: ocorre crime complexo quando há 
fusão de 2 ou mais crimes. Ex. Roubo – lesão + subtração 
de um bem.Aplica-se o princípio da Consunção também. 
Os dois em separado são crimes autônomos. O STF 
entende, por exemplo, que o estupro é um crime 
complexo também, pois há o fato de constranger alguém + 
sexo (não consentido). 
 “ante factun”  Impunível  é outra situação de 
incidência da consunção. Ocorre quando o fato 
precedente esta na linha de desdobramento da ofensa 
principal, tratando-se da mesma vítima. Ex. Toques 
corporais que precedem o estupro. Grave Ameaça + 
Estupro (ameaçar com a arma para que alguém tire a 
roupa para haver o estupro). 
o Se ocorrer coito anal durante um estupro, pela 
jurisprudência atual, há concurso material, porque 
não tem como um absorver o outro, porque o 1º 
não é um desdobramento natural do secundo. 
Então, há atentado violento ao pudor + o estupro. 
Na prática, há quem entenda que existe concurso 
formal, ou ainda, crime único (tudo realizado num 
ato só). 
 Diferença entre: Crime Progressivo e 
“Ante Factum” Impunível = no Crime 
Progressivo, o fato precedente é crime 
obrigatório. Enquanto no “Factum” 
impunível, o fato precedente pode 
ocorrer, mas, não é obrigatório. Ex. Um 
sujeito pode estuprar alguém e não tirar a 
roupa da vítima (mandou ela levantar a 
saia, por exemplo), aqui não houve toque 
corporal precedente ao estupro. No “ante 
factum”, o dolo do agente se orienta para 
a ofensa maior, ou seja, eu quero o 
estupro, vou para o estupro e consumo o 
estupro. 
 “pos factun”  Impunível  ocorre quando o mesmo 
agente, depois de ter afetado o bem jurídico, incrementa a 
lesão precedente. Ex. O Ato de vender um relógio furtado, 
não é considerado um ilícito penal, pois é um pós fato não 
punível. É a conduta que visa tornar proveitoso o crime. 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 26 
 
Outro exemplo é a corrupção ativa / passiva, prometer 
algo a alguém pra obter vantagem indevida, o crime se 
consuma no ato da promessa e da aceitação. Quando ele 
vai pagar o que prometeu não é punível, pois novamente 
temos a conduta que visa tornar proveitoso o crime. 
Outro exemplo é o sujeito que furta o objeto, e depois o 
destrói, é furto, dano ou ambos? Aplica-se ao crime a 
absorção, e o crime é apenas de furto. 
o Diferença entre Post factum e Exaurimento do 
Crime  No exaurimento, o fato posterior está 
descrito no tipo penal. Ex. Extorsão – quando o 
sujeito obtém a vantagem, exauriu. 
Caso: Indivíduo que compra um talão de cheques, e vai até uma loja e falsificando a 
assinatura, obtém vantagem indevida. O Art. 297. CP institui que: Falsificar, no todo ou em 
parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena – reclusão, de 2 
(dois) a 6 (seis) anos, e multa (se trata de um crime contra a fé publica) já o Art. 171. CP 
institui que: Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou 
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena 
– reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Crime contra o patrimônio). Existem 4 posições 
doutrinarias: 1) Existe Concurso Material e soma-se ambas as penas; 2) Existe Concurso Formal 
e pega-se a pena do mais grave e exaspera; 3) O crime de Falsidade absorve o Estelionato, 
sendo um post factum não punível; 4) O Estelionato absorve o de Falsidade. De acordo com a 
Sumula 17 do STJ  Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade 
lesiva, é por este absorvido.  o pensamento se baseia, que a vontade desde o inicio seria o 
crime de estelionato, e portanto o crime meio (falso) mesmo que mais grave, fica absorvido 
pelo estelionato. 
o Alternatividade 
 Aplica-se esse principio para o crime múltiplo, variado ou 
plurinuclear. É o crime que possui vários verbos. O crime campeão, 
que tem 18 verbos, é o crime de drogas (Art. 33. CP). Por força 
deste principio, várias condutas (condutas alternativas), no mesmo 
contexto fático, significam um único crime. 
 Tipos de conteúdo variado Ex. Receptação – Art. 180. CP  
Adquirir, receber, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou 
alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que 
terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: [...] 
 
04/04/2013 10/04/2013 11/04/2013 
 TEORIA DO CRIME 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 27 
 
 Para haver crime a conduta precisa estar taxativamente descrita na lei. As condutas 
descritas na lei possuem a finalidade de proteger um direito fundamental. E toda vez que 
houver a conduta, e esta for lesiva ou colocar em perigo o direito, temos o crime. 
 O sujeito então pratica uma conduta que vai se ajustar ao que esta descrito na lei. 
 CRIME CONCEITO 
 No aspecto Formal: Crime é a conduta descrita na lei (um tipo penal incriminador = 
modelo de crime), e que tem como consequência uma sanção. Ex. Subtrair para si 
ou para outrem coisa alheia móvel. Pena: reclusão 
 No Aspecto Material: Crime é a conduta que lesa ou expõe ao perigo o direito 
protegido pela lei penal. Ex. vida, propriedade, segurança, igualdade, etc. Pois 
pode haver o crime no aspecto formal, mas não no aspecto material, como nos 
casos da insignificância Ex. Furto de uma borracha, furar uma orelha, etc. 
 No Aspecto Jurídico (analítico): Devemos associar o conceito formal ao material. 
Ou seja ela deve estar descrita na lei, e apresentar lesividade a um direito, e em 
consequência disso pensamos na aplicação de uma pena. Juridicamente a doutrina 
diverge no conceito do que é Crime para uns o crime é um fato Típico e Ilícito, 
outros é Típico, Ilícito e Culpável, e por fim para outros é Típico, Ilícito, Culpável e 
Punível (esta ultima corrente quase não é mais usada, pois a punibilidade é 
consequência do crime e não parte do crime) 
o Pode-se matar alguém, e não ser crime, nos casos dos excludentes de 
ilicitudes. Não existe crime se esta conduta estiver autorizada pelo 
ordenamento jurídico. Art. 23. CP 
o A conduta pode ainda ser típica e ilícita, e o agente ficar isento de pena, 
descrito nos casos de excludentes de culpabilidade. Arts. 21, 22, 26, 27 e 
28 § 1º CP. 
Para pensarmos em crime necessariamente temos que pensar na legalidade, 
ou seja na garantia constitucional, de que esta conduta esteja descrita na Lei 
anteriormente ao fato. 
Essa conduta possui uma sanção, cuja a finalidade é obrigar as pessoas a 
seguirem uma forma de convívio social, protegendo direitos fundamentais. Não há 
crime se a conduta não apresentar lesividade ou ofensividade a um direito 
fundamental. 
Se pensarmos formalmente ao conceito de crime, observamos o principio da 
legalidade, ou seja, não há crime sem lei. Pensando materialmente, devemos observar 
o principio da lesividade, sendo que não basta estar descrita na lei, mas é necessário 
que a conduta ofenda de forma lesiva um direito. Por isso temos o principio da 
bagatela. 
Crime ou delito (sinônimo de crime) é a conduta lesiva ao direito! 
A conduta que produz uma lesão mais intensa, a reprovação social é mais 
intensa e a pena será também mais intensa, ao passo que a contravenção vem de uma 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 28 
 
conduta também lesiva ao direito só que em menor intensidade, a reprovação social 
também é com menor intensidade e portanto a pena segue o mesmo caminho sendo 
menos intensa. Ex. Formação de Quadrilha é crime, Perturbação ao sossego é 
contravenção. Portar arma de fogo é crime, portar uma faca (delito de menor 
potencial ofensivo) é contravenção. A distinção de crime para contravenção penal, não 
é qualitativa mas sim quantitativa. 
Contravenções possuem como pena, prisão simples e/ou multa. 
Penas Privativas de Liberdade 
 Prisão simples e detenção  só podem ser cumpridas em regime semi-aberto e 
aberto. 
 Reclusão  Pode ser cumprido em regime fechado, semi-aberto e aberto. 
ELEMENTOS DO CRIME 
 Tipicidade  Conduta descrita na lei, cuja a lesividadeé relevante a um direito 
protegido pelo direito penal. 
 Ilicitude  Contraria ao ordenamento jurídico, portanto ilícita. 
 Culpabilidade  E essa conduta deve ter reprovação social. 
o Punibilidade: não é elemento do próprio crime, e sim a consequência do 
crime. 
FATO TÍPICO 
Pra termos o fato típico necessitamos 4 elementos, sendo sempre necessário uma 
ação ou omissão que pode-se atribuir a alguém. 
 Conduta: É a Ação ou Omissão, consciente e voluntária dirigida à lesão ou 
exposição a perigo de um direito protegido pela lei penal. 
o Crimes Omissivos, 
o Crimes Comissivos (Ação); 
o Crimes Comissivos por Omissão. 
 Resultado: Lesar ou expor ao perigo o direito. 
 Causalidade: Nexo causal, a conduta deve ser a responsável por aquela lesividade 
apresentada. 
 Tipicidade: O fato de ser típico significa que aquela conduta se ajusta a um modelo 
de crime, descrito na lei. Para haver fato típico, necessariamente precisamos 
pensar no principio da legalidade. 
CONDUTA 
 Conceito: É a Ação ou Omissão, consciente e voluntária dirigida à lesão ou 
exposição a perigo de um direito protegido pela lei penal. 
o Conduta Consciente / Voluntaria: Há necessidade de manifestação livre e 
consciente da vontade. 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 29 
 
 A conduta para poder ser imputada alguém, haja consciência, se a 
conduta for inevitável ou imprevisível não podemos imputar ao 
agente o resultado da mesma, e neste caso afasta-se a conduta. 
 Nas hipóteses de hipnose, violência física, sonambulismo, 
afasta-se a conduta. Ou seja, nestes casos não há como 
imputar uma conduta que gere um resultado a alguém. 
 Da mesma forma, nos casos fortuitos ou de força maior, 
como fenômenos da natureza, também afasta a conduta 
do agente. 
o Ex. Forçar fisicamente alguém a assinar um 
documento falso, neste caso, o autor do falso é o 
coator. 
o Ex. dirigindo o carro de repente cai uma chuva 
torrencial, e o carro cujo condutor estava dando 
carona pra alguém, é levado pela água, e devido a 
isso, o carona acaba morrendo afogado  não há 
como imputar a conduta, que levou a morte ao 
motorista, pois não houve a vontade e/ou 
consciência. Temos, portanto a força da natureza, 
afastando a conduta do agente (força maior). 
o Ex. Caso de mãe que não sabe se a criança tem 
alergia a algum medicamento, e o médico 
prescreve um medicamento de forma adequada, 
na dosagem adequada, e quando administrado a 
medicação, a criança vem a óbito, não podemos 
imputar este fato a alguém, devido à 
imprevisibilidade. 
o Ex. Caso de alguém pegar um carro em uma 
concessionaria pra fazer um test drive com um 
passageiro, e trafegando em velocidade 
compatível com a via, seguindo a legislação de 
transito, percebe-se então que o pneu do carro se 
soltar, e por conta disso ocorre um capotamento e 
vem a morrer o passageiro. Também não há como 
imputar a conduta ao motorista, pois é um caso de 
imprevisibilidade. A responsabilidade penal não se 
aplicaria também à concessionária, no entanto a 
responsabilidade civil sim. 
o Ex. Se o dono de um animal deixa de tomar a 
devida cautela, e este foge do quintal e ataca 
alguém, há como responsabilizar o dono do animal 
por lesão corporal culposa, devido a sua 
imprudência. 
o Ex. O cara que dirige a noite sem a parte elétrica 
funcionando age sem o devido cuidado 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 30 
 
(culposamente), beira o dolo eventual, pois ele 
quase assume o risco de que ocorra um acidente e 
venha a provocar um ato lesivo a alguém. 
 Não há conduta que interessa ao direito penal, que não seja 
praticada dolosamente ou excepcionalmente culposamente. 
 
Ato Infracional: é a conduta descrita no tipo penal, mas sem culpabilidade. Há 
aplicação de medida sócio educativa. 
 Formas 
o Ação 
o Omissão 
TEORIAS DA CONDUTA 
 Causalista ou Naturalista: Se pensava na conduta apenas no seu aspecto objetivo. 
Ou seja, aquela ação ou omissão que produziu um resultado. Não existia qualquer 
valoração da conduta. A conduta produzindo um resultado lesivo a um direito, já 
se considerava uma conduta, sem nenhuma avaliação subjetiva. Essa teoria se 
valia das ciências naturais e não das ciências jurídicas. 
 Neo Kantista: Valoração da conduta. Não tinha apenas uma observação de causa e 
efeito. Analisar a relevância da conduta. 
 Finalista: Esta conduta é evidente, precisa produzir um resultado. Mas o que 
motiva um sujeito quando pratica uma conduta deve ser analisada. Quem pratica a 
conduta dirige a sua conduta a um determinado resultado. Ai já há o elemento 
subjetivo, do dolo ou culpa. 
o O Dolo e a Culpa são elementos subjetivos do tipo. 
o Sem agir dolosa ou culposamente, não há se quer a conduta. 
 Funcionalista: Independente da finalidade, além da conduta ter que ser dolosa ou 
culposa, nesta visão funcionalista, só há conduta punível quando gerar uma 
situação de risco não permitida pela norma. 
Um sujeito pode matar alguém, e não cometer necessariamente um homicídio (para 
haver crime, há necessidade de termos um Fato Típico + Conduta Ilícita + Culpabilidade), por 
isso um menor que mata alguém, apesar de termos um fato típico e uma conduta ilícita, não é 
considerado crime, pois não há culpabilidade nos atos praticados por menores. 
O Direito Penal serve para proteger direitos fundamentais e para isso impomos uma 
sanção ou a imposição da sanção é a forma de assegurar a vigência da lei? 
LOCALIZAÇÃO DO ELEMENTO PSICOLÓGICO 
Hoje o dolo e a culpa, são tipos psicológicos dentro da conduta. 
Art. 18 CP 
 Dolo: o sujeito prevê que sua conduta vai determinar um resultado. Ele quer o 
resultado ou assume o risco de causa-lo. O Dolo é a regra, a culpa é a exceção. 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 31 
 
 Culpa: Quando o agente falta com o dever de cuidado. Se manifesta através da 
imperícia, imprudência ou negligencia. 
o Ex. um rapaz que trafega que com seu veiculo em perfeito estado e na 
velocidade compatível com a via, atropela um individuo que se atira na 
frente do veículo. O condutor não agiu com dolo e também não tem culpa, 
portanto não há se quer conduta que interesse ao direito penal. 
 Se o resultado proveniente da conduta for imprevisível ou 
inevitável, não há conduta e se quer interessa para o direito penal. 
Para interessar o Direito Penal tem que haver: Tipicidade, Ilicitude e Culpabilidade 
 SUJEITO DO CRIME 
 Ativo: São pessoas físicas com consciência e vontade que agem com dolo ou culpa. 
É o que pratica a conduta ou que deixa de praticar quando deveria. 
o Pessoas jurídicas: Apesar de uma Pessoa Jurídica não ter como prever os 
resultados, é possível criminalmente impormos conduta a Pessoas 
Jurídicas, em algumas situações previstas na Constituição Federal, sendo 
elas no caso de crimes ambientais, crimes contra a ordem econômica e 
financeira e contra a economia popular. Art. 225 §3º e 173 § 5ºCF. 
 Penas de Multa e Restritivas de Direito, como a Suspensão da 
atividade, podem ser aplicadas a pessoas jurídicas. 
 Mas isso não significa dizer que a Pessoa Jurídica pratica conduta 
criminosa, visto que a mesma, não possui consciência, vontade ou 
capacidade de previsibilidade, mas sim seus gestores. 
 Passivo: Formalmente sempre é o Estado, pois toda conduta criminosa é contraria 
a estrutura social da sociedade. Por isso os crimes em sua maioria são de ação 
pública incondicionada. Toda conduta atenta contra a estrutura do Estado. 
o Em um segundo momento temos o sujeito passivo eventual, que é o 
indivíduo cujo direito foi lesado pela conduta. 
 
02/05/2013 
 TEORIA DO CRIME 
 Fato Típico 
o Conduta  Dolosa ou Culposa 
o Resultado  Todo crime produz um resultado, que é a lesão ou exposição 
ao perigo de um direito protegido pelo direito penal. 
o Causalidade  Nexo objetivo (suprimiu a conduta, impediu o resultado hánexo objetivo) a partir disso há que se ver o nexo psicológico (Subjetivo 
temos o Dolo e o Normativo a Culpa). 
o Tipicidade 
 
 Resultado (lesão ou perigo) 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 32 
 
o Naturalístico  Crimes em que há um resultado que se constata 
fisicamente. 
 Ex. O crime de dano produz um resultado que é constado 
fisicamente, portanto é naturalístico. 
 Não é necessariamente uma lesão física a pessoa, mas 
lesão física ao direito. 
o Normativo  Crimes em que não há um resultado que se constata 
fisicamente. Ex. Porte ilegal de arma, dirigir embriagado, violação de 
domicilio, ato obsceno. 
 Todo crime, portanto é normativo, mas nem todo é naturalístico. 
 Crimes Materiais: São aqueles em que o legislador 
descreve a conduta, prevê o resultado e exige este para a 
consumação. 
o Ex. O crime de homicídio se consuma com a 
morte; o crime de lesão corporal se consuma com 
a lesão corporal, etc. 
 Crimes Formais: São aqueles em que o legislador descreve 
a conduta, prevê o resultado, mas não o exige para a 
consumação. São denominados crimes de resultado 
cortado ou de consumação antecipada. 
o Ex. Art. 317 CP – Crime de corrupção passiva. 
Não há necessidade de que o individuo receba o 
prometido ou o solicitado, para que o crime esteja 
consumado. 
o Descreve a conduta, e prevê o resultado, mas não 
importa que o resultado ocorra. Crime de Ameaça 
e Concussão também são crimes formais. 
 Crimes de Mera Conduta: Nestes crimes o legislador 
descreve a conduta e não prevê nenhum resultado 
naturalístico. O crime se consuma com a simples conduta. 
Ex. Porte de arma, ato obsceno, etc. 
 
 Causalidade (Há necessidade de se demonstrar que a conduta é que deu causa ao 
resultado) 
o Causa = Conduta (ação ou omissão) 
o Causa  Resultado – O legislador adotou a teoria da equivalência dos 
antecedentes causais (“conditivo sine qua non”).  O Resultado de que 
depende a existência do crime somente é imputável a quem lhe deu causa 
(Art. 13 CP). 
 Processo de eliminação hipotética de Thyren  mentalmente 
suprime a conduta e observa se o resultado se reproduz. Se 
retirando a conduta o resultado ainda ocorrer, ela não é causa do 
resultado, do contrário se retirando a conduta o resultado não 
ocorre, então ela é causa do resultado e, portanto considerado 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 33 
 
conduta para o resultado. Não havendo nexo de causalidade não 
há possibilidade de se haver responsabilidade. 
 Ex. sujeito agrediu outro fisicamente, acabando por 
ocorrer á morte do mesmo. Mentalmente excluímos a 
agressão, o resultado então não ocorreria, portanto 
sabemos que foi a conduta que deu causa ao resultado. 
 Limite ao regresso “ad infinitum” - Análise do elemento psicológico 
 Há de se observar se há dolo ou culpa. A maioria dos tipos 
penais só pune as condutas dolosas, e em alguns casos pune nos 
casos culposos. Culpa é a falta do dever objetivo de cuidado  
Imprudência, Negligencia ou Imperícia. 
 Ex. O sujeito pede uma faca emprestada, e com ela 
comete um homicídio. Não é razoável imputar a 
responsabilidade à pessoa que emprestou a faca, mesmo 
não conseguindo pelo processo de eliminação hipotética 
de Thyren eliminar o resultado, pois se pensarmos por 
este último se o empréstimo da faca não tivesse ocorrido o 
homicídio não teria como ter sido cometido daquela forma 
com aquela faca, portanto a conduta de emprestar a faca 
deu causa ao resultado, no entanto pensando na análise 
do elemento psicológico, já se exclui a conduta, pois não 
há dolo ou culpa de quem emprestou a faca. Não sendo 
assim, teríamos que responsabilizar o comerciante da faca, 
o fabricante da mesma e assim por diante. 
o Resultado = Lesão / Perigo ao Ato 
Art. 13. CP  O resultado, de que depende a existência do crime, somente é 
imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado 
não teria ocorrido. 
Limite ao regresso “ad infinitum” - Análise do elemento psicológico. 
  Teoria da imputação objetiva do resultado. Entre o nexo objetivo e subjetivo se 
propõe uma analise de um nexo normativo.  Conhecido como teoria do risco, onde só 
haveria o nexo normativo se aquela conduta gerasse ou aumentasse um risco não permitido 
pela norma. 
 
08/05/2013 
 Formalmente crime é a conduta descrita na lei, que tem como consequência uma 
sanção. Aquela conduta descrita na Lei interessa ao Direito Penal, porque lesa ou expõe a 
perigo um direito fundamental. 
 No aspecto jurídico, crime é um fato típico, ilícito e culpável. 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 34 
 
 RELAÇÃO DE CAUSALIDADE 
 Todos os fatos são considerados causas. Tudo quando concorre para o resultado é 
causa. Teoria da equivalência dos Antecedentes ou da “Conditio sine qua non” (condição sem 
o qual o resultado não teria ocorrido). 
 Ex. (A) tenha desferido tiros de revolve em (B), provocando a morte deste. Pode 
apresentar vários fatos antecedentes: a) o revolver foi fabricado; b) o revolver foi vendido ao 
comerciante; c) o agente adquiriu o revolver do comerciante; d) emboscada. De acordo com a 
teoria, o revolver ter sido fabricado é uma causa. O autor ou agente é aquele que desferiu os 
tiros. O nosso código, adotou a teoria da equivalência dos antecedentes. Art. 13 CP  O 
resultado de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu a causa. 
Considera-se causa (ação ou omissão) sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
 Analise Objetiva: Relação entre causa e resultado, não levando em conta o 
elemento subjetivo. 
o Ex. Emprestar moto para alguém sem saber que o mesmo ira utiliza-la para 
um roubo, há relação objetiva, pois sem a moto não haveria aquele crime 
praticado com aquela moto. Por isso há necessidade de se avaliar o 
elemento subjetivo. 
 
 Analise Psicológica: Analise do dolo ou culpa  nexo de natureza psicológica ou 
subjetiva. A análise deste elemento constitui em limite ao regresso causal “ad 
infinitum”, descrito anteriormente. 
 
Causa: Ação ou omissão que produz um resultado. Ela pode ser preexistente, 
concomitante ou superveniente relativa ou absolutamente independente do comportamento 
do agente. 
 
o Causas Absolutamente Independentes em relação à Conduta do Agente  
Não guarda dependência nenhuma com o resultado que estou aferindo. 
 Preexistente: (A) desfecha um tiro de revolver em (B), que vem a 
falecer pouco depois, não em consequência dos ferimentos 
recebidos, mas porque antes ingerira veneno. Esta, portanto é 
uma causa absolutamente independente preexistente. Resolvido 
pelo caput do Art. 13. do CP; 
 Concomitante: (A) fere (B), no mesmo momento em que este vem 
a falecer exclusivamente por força de um colapso cardíaco. 
Resolvido pelo caput do Art. 13. do CP; 
 Superveniente: (A) ministra na alimentação de (B) veneno que, 
quando esta comendo o mesma vem a falecer em consequência 
de um desabamento. Resolvido pelo caput do Art. 13. do CP; 
(A), portanto, cujas ações não deram causa ao resultado, responde tão somente pelos 
atos realizados, mas não pelo resultado morte, sendo que não há nexo de casualidade. 
Direito Penal I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 35 
 
No entanto os que deram causa ao resultado, responderão pelo mesmo em qualquer 
um dos casos citados acima. 
Concausa: Uma causa que associada á outra produz o resultado. Não necessariamente, 
ambas as causas são originadas em ações humanas, pode ser, por exemplo, uma complicação 
no estado clinico. 
 
o Causas Relativamente Independentes em Relação á Conduta do Agente  
guarda dependência com o resultado aferido. 
 Preexistente: (A) golpeia (B), hemofílico, que vem a falecer em 
consequência dos ferimentos a par da contribuição de sua 
particular condição fisiológica. O agente responde pelo resultado, 
pois se considera causa a ação. Art. 13. CP.

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