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Minicurso de Desmonte de Rochas com Explosivos Aula 7 - Tipos de acessórios utilizados no desmonte de rocha Por Bruno Pimentel Blasting Treinamentos OBJETIVO A aula tem o objetivo de conhecermos os principais acessórios explosivos que estão atualmente sendo usado no desmonte de rochas. ACESSÓRIOS INICIADORES (SISTEMA DE INICIAÇÃO) ACESSÓRIOS INICIADORES Podemos definir os Acessórios Iniciadores (ou Sistemas de Iniciação), como uma série de produtos e tecnologias utilizadas em conjunto para iniciar uma determinada carga explosiva de maneira confiável, no tempo específico e na sequência correta. Devem atender a quatro objetivos básicos: • Iniciar um explosivo de maneira segura e controlada. • Criar uma rede de transmissão de sinal. • Da uma sequência de iniciação ao grupo de cargas explosivas. • Iniciar apropriadamente os explosivos (com sua máxima liberação de energia). CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMA DE INICIAÇÃO Os principais sistemas (detonadores/iniciadores) disponíveis são divididos em quatro grupos distintos de acordo a forma como a energia é transmitida: • Sistema de iniciação elétrica: A energia viaja na forma de corrente elétrica através de cabos condutores. (Ex: Espoleta elétrica) • Sistema de iniciação de fogo: A energia é transmitida através da combustão da pólvora. (Ex: Matopim) • Sistema de Iniciação Não Elétrica: Transmite energia por meio de uma onda de choque através da deflagração de uma película de explosivo que fica presa às paredes internas de um tubo plástico. (Ex: Tudo de choque) • Sistema de iniciação eletrônica: a energia viaja na forma de corrente elétrica por meio de cabos condutores, mas a iniciação é controlada por meio de um chip. (Ex: Detonador eletrônico) Obs.: O cordel detonante, apesar de ser um acessório, ele é um sistema de transmissão e não de iniciação, pois ele não é usado como impulso inicial. CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMA DE INICIAÇÃO TIPOS DE ACESSÓRIOS Ao contrario dos explosivos, apesar de constantes evoluções, a linha de acessórios tem permanecido por mais tempo em utilização, devido a facilidades, custos e questões operacionais. São diversos tipos de acessórios explosivos no mercado, alguns em caminho de extinção e outros sendo inovados a cada momento, dentre os principais estão: • Mantopim/Estopim • Detonador Elétrico • Cordel detonante • Retardo de superfície • Detonador não-elétrico (tubo de choque) • Detonador Eletrônico • Reforçadores TIPOS DE ACESSÓRIOS TIPOS DE ACESSORIOS – Detonadores ✓ Mantopim ✓ Detonador elétrico ✓ Retardos ✓ Detonador não elétrico ✓ Detonador Eletrônico ✓ Cordel detonante ✓ Reforçador (Boosters) TIPOS DE ACESSORIOS – Explosivos Armazenados no Paiol de Acessórios Armazenados no Paiol de Explosivos COMPONENTES DA DETONAÇÃO COMPONENTES DA DETONAÇÃO Os componentes da detonação podem ser divididos em 5 categorias de acordo com sua função na detonação: • Iniciador = Responsável pelo sinal para iniciar desmonte (Ex: Mantopin, Lead Line, Eletrônico, etc) • Conector de superfície = Distribui o sinal e o tempo de retardo em toda a superfície do desmonte (Ex: Cordel detonante, tudo de choque, cabos elétricos, etc) • Unidade de coluna = Transmissão de sinal da superfície para a carga do furo e poder ser usado para temporização interna do furo (Ex: Detornador não eletrico, Eletrônico, etc) • Reforçador = Amplificação da energia do sinal (detonador) para iniciar a carga explosiva principal de forma efetiva (Ex: Booster, encartuchado, etc) • Explosivo = Carga principal que realizará o processo de quebra efetiva da rocha. (Ex: ANFO, Emulsão, etc) COMPONENTES DA DETONAÇÃO Inicia-se pela realização da escorva: COMPONENTES DA DETONAÇÃO Segue-se com o carregamento com explosivo principal: Gassed Wait; gassing COMPONENTES DA DETONAÇÃO Realiza-se a interligação dos furos para sequenciamento da detonação e se coloca o sistema iniciador: COMPONENTES DA DETONAÇÃO Por fim temos todos os componentes em seu lugar para realizar a detonação: • ESTOPIM (Iniciador) • CORDEL (Conector de superfície) • RETARDOS (Conector de superfície) • DETONADOR (Unidade de coluna) • BOOSTER (Reforçador) • EXPLOSIVO (Carga principal) MANTOPIM MANTOPIM O Mantopim é um sistema de iniciação composto por uma cabeça ignitora, estopim e espoleta simples N°8, onde a cabeça ignitora é sensível a chama, facilitando sua iniciação. • O estopim apresenta velocidade de queima e propagação regular que geralmente varia 110 a 160 s/m, dependendo do fabricante. • Geralmente é utilizado para iniciação dos desmontes com cordel detonante ou tubo de choque. • Pode ser usado para iniciar diretamente encartuchados ou explosivos sensíveis a espoleta N°8. No passado essa pratica era mais comum, inclusive utilizado para temporizar cargas (diferenciando o tamanho do estopim). DETONADOR ELETRICO DETONADOR ELETRICO A espoleta elétrica é praticamente igual a espoleta simples. A única diferença é o fato de possuir uma resistência elétrica em contato com o explosivo primário, sendo ativado por uma corrente elétrica • Ela pode ser de Retardo ou Instantânea, ou classificadas quanto a sua sensibilidade em sensíveis, insensíveis e altamente insensíveis. • A Espoleta Elétrica é composta por um estojo de alumínio onde estão inseridos uma ponte elétrica e as cargas de iniciação (para a espoleta de Retardo temos o elemento de retardo entre a ponte elétrica e as cargas de iniciação). Conectada aos fios condutores, a ponte elétrica inicia diretamente o elemento de retardo (se possuir), conforme o tempo da espoleta, em sequência a azida de chumbo e a carga principal de PETN. • Elas podem ser ligadas em serie ou paralelo. • Os elementos de retardo foram uma verdadeira evolução, tornando a temporização dos furos muito mais segura. • Outro ponto fundamental foi a possibilidade de acionamento a distancia, antes impraticável com os Mantopins. DETONAÇÃO DETONAÇÃO CORDEL DETONANTE CORDEL DETONANTE Os cordéis detonantes são acessórios de detonação usados para iniciar cargas explosivas dentro do furo ou interligar os furos na superfície. • Tem formato de um tubo flexível, constituído de um núcleo de Nitropenta (PETN), envolvido por fios de material sintético, recobertos por uma capa de PVC. • É um acessório muito seguro, com velocidade de detonação da ordem de 7.000 m/s. • Iniciado por espoleta n° 8, outro cordel detonante ou alto explosivo. • É especificado pela quantidade de nitropenta que contém( em gramas) por metro -gramatura. ✓ NP-03 - 3 gramas de nitropenta / metro linear ✓ NP-05 - 5 gramas de nitropenta / metro linear ✓ NP-10 - 10 gramas de nitropenta / metro linear RETARDO DE SUPERFICIE RETARDO DE SUPERFICIE As Espoleta de retardo é um acessório utilizado para retardar frações de segundo a detonação de um ou vários furos, possibilitando o sequenciamento e controle da detonação. A função dos retardos é criar uma diferença de tempo (retardo) entre dois segmentos ou entre a detonação de furos vizinhos, cujos principais objetivos podem ser: ✓ Criar novas faces livres melhorando sensivelmente a fragmentação; ✓ Reduz a carga por espera diminuindo diretamente os valores de vibração do terreno e sobre pressão acústica. ✓ Direcionamento do desmonte ✓ Diminuição da ultra-quebra TIPOS DE RETARDO DE SUPERFICIE Os retardos de superfície são divididos em dois grupos: ✓ Retardo para cordel : Utilizados para retardar os fogos que as ligações de superfície são feitas com Cordel (geralmente NP05). ✓ Retardo para tubo de choque : São retardos de ligação que permitem a ligação direta com as espoletas não elétricas (tubo de choque) dos furos. DETONADOR NÃO ELETRICO (TUBO DE CHOQUE) DETONADOR NÃO ELETRICO (TUBO DE CHOQUE) Os detonadores não elétricos (Tubo de choque, linha silenciosa ou Nonel) são compostos por um tubo plástico oco, cuja a superfície interna é impregnada com uma substância explosiva(HMX) que mantém a propagação da onda de choque a uma velocidade de cerca de 2.000 m/s. Esta onda tem energia suficiente para iniciar um explosivo primário ou uma espoleta de retardo. • Da mesma forma que as espoletas elétricas, eles podem ser instantâneos ou de retardo. • Uma vez que a reação está confinada no tubo, este não explode e atua como mero condutor de energia. Este tubo é fabricado em plástico de alta qualidade com um diâmetro externo de cerca de 3 mm. • Na sua forma padrão ele é parcialmente transparente e atende a maioria das exigências dos desmontes de rochas. Para alguns casos, onde as condições são mais severas, existe um tubo de alta qualidade (“Heavy Duty - HD“), o qual tem uma maior resistência ao desgaste e à tração. • Criado para fornecer a precisão das espoletas elétricas sem as desvantagens de segurança que elas apresentavam. DETONADOR NÃO ELETRICO (TUBO DE CHOQUE) DETONADOR ELETRÔNICO DETONADOR ELETRÔNICO Os detonadores eletrônicos se assemelham aos demais detonadores porem possuem um chip programável. • É um sistema bastante preciso, flexível e com alto nível de segurança. • São utilizado equipamentos específicos (Cada fabricante tem o seu) para sua programação e detonação. • São conectados e interligados com cabos, semelhantemente as espoletas elétricas. • É um sistema ainda caro, comparado aos demais, mas tem demonstrado vários benefícios que justificam sua utilização, assim como o aumento de consumo dos últimos anos vem contribuindo para seu barateamento. DETONADOR ELETRÔNICO As principais diferenças do detonador eletrônico são: • Um circuito no lugar do elemento de retardo. • Necessita de equipamentos específicos. • Além do sinal elétrico exige um comunicação criptografada para programação e acionamento. • Maior faixa e flexibilidade dos tempos de retardo (1ms até 30.000 ms) REFORÇADORES REFORÇADORES Os reforçadores (boosters) são cargas explosivas de alta potência para reforçar a iniciação de explosivos de baixa sensibilidade, como é no caso do ANFO e emulsões bombeadas. • Os reforçadores são constituídos de carga explosiva acondicionada em um corpo plástico de formato tronco- cônico, dotado de um furo central ao longo de toda altura. • A iniciação é feita por meio de cordel detonante (recomenda- se NP10) passando através do furo central, ou por espoletas. • Geralmente são a mistura de TNT e PETN. • Apresentam VOD > 7.000 m/s. REFORÇADORES Características Cargas Explosivas (g) 150 250 350 450 Explosivo Pentolite Densidade Média (g/cm3) 1,43 1,43 1,43 1,43 Energia Absoluta (WG) AWS (kcal/kg) ABS (kcal/l) 1.460 2.087,8 1.460 2.087,8 1.460 2.087,8 1.460 2.087,8 Energia Disponível ( kcal/peça ) 219 365 511 657 Temperatura de Explosão (K) 3.750 3.750 3.750 3.750 Classe de Resistência a Água 1 1 1 1 Sensibilidade à Iniciação Cordel Detonante NP10 ou Espoleta N.º 8 Velocidade de Detonação (m/s) 7.400 7.400 7.400 7.400 Pressão de Detonação (kBars) 195,8 195,8 195,8 195,8 Potência Disponível (kcal/s) 1,621 x 106 2,701 x 106 3,781 x 106 4,862 x 106 Acredita-se que a forma do reforçador pode contribuir para uma maior pressão de detonação e melhoria da eficiência da iniciação, além de facilitar o carregamento. Basicamente existem quatro formatos de reforçadores: cilíndrico, cônico, esférico e plano, e suas principais características físicas e químicas são apresentadas na tabela 5 a seguir: DETONADORES ESPECIAIS DETONADORES ESPECIAIS Existem uma serie de detonadores especiais que são aplicados em situações especificas, sendo algumas delas: • Detonadores para desmonte subaquático: Suas principais características são sua alta resistência à pressão hidrostática e alta impermeabilidade. Embora as especificações internacionais ainda não tenham sido padronizadas, considera-se, por exemplo, que eles devem suportar a pressão até 150 m debaixo d'água durante 24 a 72 horas. • Detonadores permissíveis (à prova de fogo): Para uso em minas com atmosfera inflamável, como minas de carvão ou presença de gases. Eles são normalmente do tipo insensível e à prova d'água, com uma cápsula de cobre ou latão (porque lascas de alumínio quente podem inflamar). • Detonadores sísmicos (sismográficos): Fabricados especialmente para prospecção sismográfica com explosivos. Sua principal característica é que eles devem ser muito constantes ou regulares em seu tempo de pontualidade, particularmente curtos, 0,001 ms contra 1 ms do instantâneo convencional, o que é importante para evitar interferências e obter boa resolução em sismogramas. NOVAS TECNOLOGIAS Novas tecnologias Depois dos detonadores eletrônicos, uma serie de novas tecnologias vem sendo estudas para tonar os explosivos mais seguros, potentes e precisos. • As mais recentes visam aumentar a flexibilidade dos detonadores eletrônicos: maior faixa de tempos, acionamento a distância, opções para diversos cenários, etc. • Um nova evolução tem surgido com mais força no ultimo ano, que são os sistemas de detonação Wireless (sem fio), que visam a eliminação completa da necessidade de cabos de ligação e passam a viabilizar conceitos de detonação que antes ficavam um pouco limitado. Obrigado! Perguntas? brunojop@yahoo.com.br blastingtreinamentos@gmail.com +62 9 85208084 https://www.blastingtreinamentos.com/
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