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Minicurso de Desmonte de Rochas com Explosivos Aula 5 - Propriedades fundamentais dos explosivos Por Bruno Pimentel Blasting Treinamentos OBJETIVO A aula tem o objetivo de conhecermos as propriedades fundamentais dos explosivos, sua importância e aplicabilidade prática dos conceitos teóricos. Ainda estaremos atentos a como essas propriedades vão guiar nossas escolhas e definir as práticas de uso de cada explosivo. PROPRIEDADES DOS EXPLOSIVOS PROPRIEDADE DOS EXPLOSIVOS Define-se como propriedades dos explosivos as condições materiais que os caracterizam, propriedades físicas ou químicas particular de cada um deles. As propriedades dos explosivos são como as características de uma pessoa: altura, cor da pele, olhos, cabelo, timbre de voz, etc. • O conhecimento das propriedades dos explosivos é de fundamental importância para a escolha do produto adequado, a ser aplicado nos diferentes tipos de rocha e nas inúmeras circunstâncias que se apresentam os trabalhos de engenharia. • As propriedades de cada grupo de explosivos permitem também prever/estimar quais serão os resultados de fragmentação, deslocamento e vibrações mais provável. PROPRIEDADE DOS EXPLOSIVOS ➢ Características físicas ➢ Sensibilidade ➢ Dessensibilização ➢ Densidade ➢ Velocidade de detonação ➢ Pressão de detonação ➢ Energia ➢ Gases ➢ Diâmetro critico ➢ Resistencia a agua ➢ Vida útil As principais propriedades dos explosivos são: CARACTERISTICAS FÍSICAS CARACTERISTICAS FÍSICAS As características físicas dos diferentes tipos explosivos diferem enormemente. Fatores como viscosidade, textura, dureza e plasticidade podem influenciar no armazenamento, transporte e aplicação do produto. • ANFO = composições granulares soltas e de fluxo livre. • Hidrogel = consistência emborrachada após "gelificação". • Emulsão bombeada = são líquidos ou pastas com uma consistência semelhante à gordura leve. • Emulsão encartuchada = geralmente parecem massa de vidraceiro firme. 1) As características físicas podem mudar significativamente com a idade, pois os produtos se deterioram e sua estrutura original "se decompõe". Alterações em textura ou dureza são frequentemente sinais de deterioração (por exemplo, "cristalização" de uma emulsão). 2) Algumas características físicas podem mudar com a temperatura (por exemplo, viscosidade). 3) As fórmulas de alguns produtos podem mudar alterando as características físicas, (por exemplo, é possível produzir uma emulsão encartuchada mais rígida ou mais “mole" se forem incluídas ceras ou óleos, respectivamente, como fase de combustível). SENSIBILIDADE SENSIBILIDADE Sensibilidade é uma medida de quão facilmente um explosivo pode ser detonado. • Ela pode variar de acordo com a composição do explosivo, diâmetro, temperatura, confinamento, condições de aplicação, etc. • De forma pratica na detonação se classifica os explosivos principais como sensíveis ao detonador/espoleta ou não sensíveis ao detonador (necessitam de um reforçador para sua correta iniciação) • A sensibilidade impacta diretamente no nível de segurança de um explosivo, indicando a facilidade que ele poderia ser iniciado acidentalmente por impacto, calor, atrito ou energia estática (FISH) SENSIBILIDADE Tipos de sensibilidade • Sensibilidade a iniciação: Esta propriedade mede a capacidade de um explosivo ser iniciado por um detonador ou outro explosivo iniciador. • Sensibilidade à propagação: é a capacidade em provocar a detonação ou ser iniciado por outro explosivo de mesma características estando separados, um do outro, de uma certa distância. É a medida do poder de propagação do explosivo. Dita detonação por “simpatia”. • Sensibilidade ao impacto e ao atrito: Alguns explosivos podem detonar por efeito de estímulos, tais como choque e fricção. Por segurança, é importante conhecer seu grau de sensibilidade frente a essas ações, especialmente durante sua manipulação e transporte. • Sensibilidade ao Calor: Os explosivos, ao serem esquentados de forma gradual, chegam a uma temperatura em que se decompõem-se repentinamente com desprendimento de gases. A essa temperatura dá-se o nome de “ponto de ignição”. • Obs: Outros dois pontos que precisamos estar atentos a elevação de temperatura são: “solos reativos” ou “terrenos quentes”. DESSENSIBILIZAÇÃO DINÂMICA DESSENSIBILIZAÇÃO DINÂMICA Os explosivos podem ser danificados e falhar ao detonar devido à dessensibilização que ocorreu durante ou após o carregamento. A dessensibilização física de explosivos deve-se principalmente a destruição dos pequenos vazios internos (ar em suspensão, bolhas de gás ou micro balhas) necessários para criar "pontos quentes" para o início e a propagação da frente de detonação. A causa mais comum de dessensibilização durante a detonação é a intensa pressão de cargas adjacentes detonando. Se os furos estiverem próximos e forem iniciados com retardos diferentes, a pressão dinâmica gerada pela detonação do primeiro pode, em uma condição desfavorável, dessensibilizar outras cargas. Isso é "dessensibilização dinâmica à pressão" (DPD). As causas mais comuns de DPD são: • A onda de choque de um furo passando por outra carga, • Deformação de furos e retenção de cargas devido ao movimento do solo • Gases de alta pressão que fluem através de fraturas na rocha. Nota: 1) É mais provável que o DPD ocorra em rochas fracas, porosas e / ou saturadas com água. 2) Uma linha de cordel detonante dentro do furo para iniciar o booster pode dessensibilizar o explosivo principal. 3) A maioria dos explosivos, incluindo o ANFO, pode ser "atingida" por dessensibilização. Delay No. 2 Delay No. 1 DENSIDADE DENSIDADE Densidade é a relação entre a massa e o volume de um corpo, expresso em g/cm3 ou kg/m3. • A densidade dos explosivos normalmente varia entre 0,8 a 1,7 g / cm3. • Nos explosivos, tem uma influência determinante na velocidade de detonação e sensibilidade. • Geralmente a energia do explosivo aumenta com a densidade de carregamento. Entretanto com explosivos a base d’água, como emulsões, a densidade e a energia destes explosivos não estão diretamente correlacionadas. Por exemplo, é possível ter duas emulsões com a mesma densidade e com energias consideravelmente diferentes. • Um explosivo de alta densidade permite maior concentração, isto é, possibilita introduzir maior números de quilos por metro de perfuração. DENSIDADE Para os explosivos industriais existem três medidas de densidades que devem ser controladas: Densidade do produto: É a densidade normal do produto em condições normais, serve para determinar se um explosivo está dentro do padrão (controle de qualidade). É a densidade apresentada nos catálogos. Para os explosivos bombeados vai ser chamada de densidade de copo. Densidade de Carregamento ou Efetiva: É a relação entre a massa de explosivo dentro do furo e o volume do furo ocupado por essa massa. Essa é a que deve ser utilizada para os cálculos do plano de fogo e controles de consumo de produto. Densidade Crítica ou de morte: São os limites superior e inferior de densidade. Um explosivo que esteja com densidade fora dessa faixa perde suas características no momento da detonação ou inclusive pode não detonar. DENSIDADE ANFO vertido solto 0,80 ANFO carregado por sopro 0,95 Misturas ANFO/Emulsão 1,05 a 1,25 Emulsões resistentes à água 1,05 a 1,28 Encartuchados 1,15 a 1,60 Booster 1,70 Densidades de alguns explosivos em g/cm3: VELOCIDADE DE DETONAÇÃO (VOD) VELOCIDADE DE DETONAÇÃO Velocidade de Detonação é a velocidade com que o explosivo detona, ou seja, velocidade em que ocorre a propagação da onda de detonação ou da reação química. • Geralmente conhecida como medida de VOD, que é a abreviatura do nome em inglês Velocity Of Detonation (Velocidade de detonação). • Na medição realizada nos furos, considerasse a medida em determinado ponto da coluna explosiva onde a velocidade de detonação encontra-se estabilizada.VELOCIDADE DE DETONAÇÃO • É um importante parâmetro na determinação do desempenho de um explosivo, principalmente porque influencia como a energia é liberada. • Velocidades típicas dos explosivos comerciais estão aproximadamente entre 2.000 e 8000 m/s. • É de consenso geral que explosivos com altas velocidades devem ser utilizados em rochas duras e explosivos com velocidades menores em rochas mais brandas, mas isso nem sempre é verdade, pois vai depender dos objetivos finais do desmonte. O que realmente acontece é que com um VOD mais rápido isso implica que a energia é liberada mais rapidamente, provocando uma maior impacto, enquanto uma VOD mais baixa indica que a reação é mais lenta favorecendo a liberação dos gases (empurrão/lançamento) MEDIÇÃO DE VOD A medição de VOD dos explosivos em campo é feita através de equipamentos que fazem o registro da velocidade ao longo da detonação dos furos. RESULTADOS DE VOD PRESSÃO DE DETONAÇÃO PRESSÃO DE DETONAÇÃO A pressão de detonação é uma função dependente de duas variáveis: densidade e velocidade de detonação, e por conseqüência do diâmetro da carga explosiva. • A pressão de detonação é um indicador bastante significativo, da capacidade de um explosivo, fragmentar a rocha. • É a pressão da onda de detonação quando ela caminha ao longo da carga explosiva, refere-se à pressão da detonação da superfície de “Chapmam-Jouguet”- zona de reação primária da frente de detonação. A pressão de detonação seria a fonte geradora da onda de choque na rocha que circunda a carga explosiva. PRESSÃO DE DETONAÇÃO Essa pressão gerada repentinamente fragmentará a rocha em lugar de movimentá-la. Em outros termos seria a habilidade do explosivo em fragmentar a rocha, chamada também de Brizance. Esta pressão gera a onda de choque que fratura a rocha, sem que aconteça o movimento de deslocamento de fragmentos. A fórmula mais aceita para o cálculo da Pressão de Detonação é dada por (Bjarnholt, in Cameron & Hagan, 1996), Onde: Pd = K x V² x D Pd - Pressão de Detonação (Pa) K - constante igual a 0,25 V - Velocidade de Detonação (m/s) D - Densidade do explosivo PRESSÃO DE EXPLOSÃO Pressão de Explosão ou “pressão de detonação no furo” é a pressão exercida na rocha. Pressão produzida pela expansão dos gases gerados na detonação. • Considera-se seu valor numérico correspondente aproximadamente a metade (50%) do valor da Pressão de Detonação. • A pressão no furo age sobre a rocha já fraturada produzindo outras fraturas e provocando o deslocamento dela. ENERGIA ENERGIA A energia é, do ponto de vista da aplicação industrial, uma das propriedades mais importantes, pois define a força/potência disponível para produzir efeitos mecânicos. • Existem diferentes maneiras de expressar a energia (força) de um explosivo. Nas antigas dinamites, a porcentagem de nitroglicerina foi o parâmetro de medida de potência. Posteriormente, com a substituição parcial da nitroglicerina para outras substâncias e a realização de testes laboratoriais comparativos, passousse a considerar a energia relativa em peso e em volume. Assim, é comum se referir à energia de um explosivo como uma porcentagem de outra que é tomada como padrão (Ex.: o ANFO como padrão), à qual o valor 100 é atribuído. • Existem vários métodos práticos para medir a potência ou a energia disponível de um explosivo, todos eles altamente discutíveis devido às peculiaridades que apresentam e seu impacto nos resultados quando comparados ao desempenho obtido na detonação. ENERGIA Esta energia é liberada para a rocha de duas formas diferentes: pressão de detonação (energia de choque) e pressão do furo (energia gasosa) . • A pressão de detonação ou de choque, exerce uma força de fragmentação na rocha. A pressão do furo é devida à expansão gasosa e é de ação mais lenta. É responsável pela continuação da fragmentação seguida do movimento da massa de fragmentos. • A energia de choque é um pico de pressão que viaja através do explosivo durante a reação de detonação, que é logo seguida pela energia gasosa a medida que os gases vão sendo gerados. A energia de choque vai ser muito maior nos altos explosivos do que nos baixos explosivos. Ela é uma reação transitória que esta presente apenas no momento da reação de detonação, deixando todo o resto do trabalho com a energia gasosa. ENERGIA A finalidade da aplicação de um explosivo em um desmonte é gerar trabalho útil. A energia liberada pelos explosivos em um furo é utilizada da seguinte forma: - Fragmentação da rocha; - Formação das fissuras; - Lançamento; - Calor e Luz; - Vibração do Terreno; - Sopro de Ar. - Etc. GERAÇÃO DE GASES VOLUME DE GASES Os explosivos industriais em função de suas características químicas desenvolvem maior ou menor quantidade de gases na detonação. Podemos considerar de: • Baixa expansão gasosa: todo aquele que desenvolver até 800 litros de gases por kg de explosivo detonado • Alta expansão gasosa: todo aquele que desenvolver mais de 800 litros de gases por kg de explosivo detonado • O volume de gás produzido em uma detonação é dado pela relação entre o volume produzido e o peso de explosivo que o gerou, usualmente litros/kg. • O Volume Gasoso de um explosivo é uma propriedade importante para avaliar sua capacidade em lançar os fragmentos da rocha detonada. GASES Os principais gases resultantes da detonação de explosivos comerciais são nitrogênio, dióxido de carbono e vapor, tecnicamente não tóxicos. Quantidades variáveis de gases tóxicos ou venenosos também são produzidas, incluindo monóxido de carbono e óxidos de nitrogênio. • O monóxido de carbono (CO) é um gás incolor, inodoro e insípido que pode causar dores de cabeça, tontura e, finalmente, inconsciência ou morte se inalado. • Os óxidos nitrosos (NOx) podem ter vários tons de laranja ou marrom avermelhado e têm um efeito irritante e nauseante. Doses pequenas, mas fatais, podem ser inaladas se estiver trabalhando onde houver vapores explosivos. • Depois de uma detonação, é essencial permitir tempo suficiente para que limpe os gases nocivos antes de inspecionar o resultado. BALANÇO DE OXIGÊNIO Balanço de Oxigênio é a relação entre a quantidade de oxigênio e a quantidade de combustível disponível para a reação de detonação de um explosivo. É expresso em termos percentuais. • O balanço é denominado positivo quando há excesso de oxigênio e negativo quando esta faltando oxigênio. BALANÇO DE OXIGÊNIO • O "balanço de oxigênio" da fórmula de explosivos afeta o tipo e a quantidade de gases nocivos produzidos. O excesso de oxigênio na fórmula tende a produzir óxidos de nitrogênio, mas a deficiência de oxigênio pode formar monóxido de carbono tóxico. DIÂMETRO CRÍTICO DIÂMETRO CRÍTICO As carga explosivas com forma cilíndrica têm um diâmetro abaixo da qual a onda de detonação não se propaga ou propaga-se a velocidade muito abaixo das de regime. A esse diâmetro, dá-se o nome de diâmetro crítico. Os principais fatores que influenciam no diâmetro crítico são: • Tamanho das partículas; • Reatividade de seus ingredientes; • Confinamento; • Densidade. Para garantir uma perfeita iniciação, em condições normais, os fabricantes indicam nos catálogos os “diâmetros mínimos recomendados” os quais são maiores que o diâmetro critico. DIÂMETROS RECOMENDADOS ANFO vertido solto 76 mm - 3 in ANFO carregado por sopro 25 mm - 1 in ANFO pesado 102 mm - 4 in Emulsão sensibilizada 76 mm - 3 in Encartuchado 25 mm - 1 in RESISTÊNCIA A AGUA RESISTÊNCIA A AGUA A resistência à água de explosivos refere-se à capacidade de detonar após ser exposta à água, ou seja, mede o intervalo de tempo que o explosivo pode ficar em contato com a água sem perder suas características. • A resistência à água de diferentes tipos de explosivos varia muito. • Após um período de tempo, alguns dos sais oxidantes dos explosivos são dissolvidos e a sensibilidade é reduzida. Uma pequena quantidadede explosivo danificado pela água perto do iniciador pode impedir a detonação de uma carga completa. • Na água parada ("estática"), o efeito da água sobre os explosivos é mais lento do que se a água estivesse fluindo "dinamicamente" pelo solo ou pelo furo. • A carga explosiva danificada pela água pode detonar com menor produção de energia, detonar apenas parcialmente ou a detonação pode desaparecer e parar completamente. RESISTÊNCIA A AGUA Quanto a resistência a água os explosivos industriais podem ser classificados da seguinte forma: • Nenhuma resistência; • Boa - Não perdem sua sensibilidade mesmo quando submersos por um período de até 24 horas em condição de pressão hidrostática de até 3 atmosferas. • Ótima - Desenvolvem seu trabalho normal dentro de um intervalo de 72 horas ou superior de submersão nas mesma s condições anteriores (3 atm.). RESISTÊNCIA A AGUA Classificação de resistência a agua de um explosivo: VIDA ÚTIL VIDA ÚTIL A maioria dos explosivos é perecível e, portanto, deteriora-se com a idade. O clima e as condições específicas de armazenamento afetam quanto tempo podem permanecer armazenado com segurança. • Temperaturas ambientes elevadas, variações severas de temperatura e alta umidade fazem com que a maioria dos explosivos se deteriore mais rapidamente do que se armazenados em local fresco e seco. • "Prazo de validade" refere-se ao tempo de armazenamento aceitável em um depósito explosivo adequado, que deve estar a temperatura ambiente, seco e bem ventilado. • "Tempo de latência" refere-se ao tempo em que um explosivo permanece carregado em furo. • A estabilidade de alguns tipos de explosivos é bem diferente de outras (EX: a maioria dos boosters são física e quimicamente mais estáveis do que emulsões ou hidrogeis). • Os explosivos sempre devem ser usados dentro de suas vidas úteis recomendadas, e o estoque dos paióis deve ser usado na ordem de fabricação (ou seja, primeiro produtos mais antigos). TEMPO DE LATÊNCIA (SLEEP TIME) Período de tempo em que, em condições normais, espera-se que um produto explosivo funcione normalmente uma vez aplicado. Quando um produto está além da sua vida útil, alguns problemas são facilmente identificados: o Cristalização e/ou Empedramento o Dificuldades para aplicação o Perda de água (Para o caso das emulsões). Onde uma Menor % de Água Maior Risco TEMPO DE LATÊNCIA (SLEEP TIME) ANFO Detonar assim que seja possível (pode permanecer latente por meses em condições secas) ENCARTUCHADO Pacote intacto: 1 ano; pacote danificado: várias semanas Emulsão/HANFO Latência de varias semanas (dependendo das condições) Booster Vários meses Tubo de Choque Influenciados por tipos de combustíveis, voláteis, penetração de tubos EXEL. Varia entre 1 semana e mais de 4 meses. Obrigado! Perguntas? brunojop@yahoo.com.br blastingtreinamentos@gmail.com +62 9 85208084 https://www.blastingtreinamentos.com/
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